Fatima Roque 2011 FARMACOLOGIA GERAL Principais Conceitos PDF
Fatima Roque 2011 FARMACOLOGIA GERAL Principais Conceitos PDF
Fatima Roque 2011 FARMACOLOGIA GERAL Principais Conceitos PDF
GUARDA 2011
Fátima Roque
FARMACOLOGIA GERAL
Principais Conceitos no âmbito da Farmacologia Geral
1 Introdução ao Estudo da Farmacologia ......................................................... 4
4.1.1 Absorção..................................................................................................... 22
4.1.3 Metabolismo............................................................................................... 31
7 Bibliografia ................................................................................................. 58
Farmacologia (pharmakon + logos) é a ciência que estuda os fármacos. O estudo da
farmacologia pode ser dividido em duas áreas:
• Farmacologia Geral
• Farmacologia Específica
• Farmacologia Experimental
• Farmacologia Clínica
. medicamentos
. tóxicos ou venenos
• Medicamento
• Efeito Farmacológico
Efeitos terapêuticos
– Quanto à origem:
• Naturais
• Semissintéticos
• Sintéticos
• Etiotrópicos
• Organotrópicos
– Quanto à dispensa
• Desenvolvimento farmacêutico;
• Desenvolvimento analítico;
• Avaliação da estabilidade.
Inicialmente após a descoberta de uma nova molécula, são realizados estudos in vitro e
depois estudos em animais (estudos pré-clínicos).
• Fase I
• Fase II
São os primeiros ensaios realizados em doentes; utiliza-se um número
reduzido de doentes selecionados em pequenas unidades hospitalares, muitas
vezes na dependência do laboratório que está a investigar o medicamento.
• Fase III
• Fase IV
Quanto ao tipo de ensaio, os ensaios clínicos pode ser controlados ou não controlados,
se existir ou não um grupo controlo para comparação dos resultados. Para evitar o
enviesamento do estudo devido por exemplo, ao efeito placebo, os ensaios controlados,
pode ser divididos em:
Nascimento
1. Síntese química
2. Análise físico-química
Aleitamento
1. Estudos de farmacocinética
Adolescência
Juventude
2.Ensaios Toxicológicos
Adulto
1. Registo
2. Ensaios pós-comercialização
Como não são realizados ensaios clínicos em grávidas, na maioria dos casos a
informação sobre o seu uso durante a gravidez é bastante limitada. No entanto, dada a
importância de classificar os medicamentos quanto ao seu risco na gravidez, a Food and
Drug Administration (FDA), classifica-os em cinco categorias, tendo por base dados
anteriormente observados em humanos, e, quando estes não existem é utilizada a
informação recolhida nos estudos com animais:
Resumindo, o ciclo geral dos fármacos no organismo pode ser traduzido pela sigla
(L)ADME(R).
Processo (L)ADME(R)
Como referido, este processo corresponde ao ciclo geral dos fármacos no organismo e
é um processo dinâmico, podendo as fases, biofarmacêutica e farmacocinética ser
agrupadas e redivididas em duas etapas, a incorporação e a disposição.
. Distribuição
. Metabolismo
. Excreção
Figura 4 – Farmacocinética.
Para além das características do fármaco, a absorção pode variar com alguns fatores, como
por exemplo:
• Tempo de Contacto – o fármaco terá que estar tempo suficiente em contato com a
estrutura absorvente para que a absorção seja eficaz e completa.
• Intimidade do Contacto – quanto maior a intimidade de contato entre o fármaco e a
estrutura absorvente, maior será a sua absorção.
Para que se entenda melhor a influência destes fatores na absorção de fármacos para
cada uma das vias de administração, de seguida são abordadas as principais vias de
administração de medicamentos.
– Via Oral
– Via Retal
– Via Sublingual
– Via Endovenosa
– Via Intramuscular
– Via Subcutânea
– Via Inalatória
Quando absorvido, o fármaco passa para o plasma, onde vai circular ou na forma livre
ou ligado a proteínas plasmáticas. A forma livre atravessa o endotélio capilar, passando
para o meio extracelular, onde poderá ocorrer a sua ligação a alguns locais não ativos, que
se consideram locais de perda, pois o fármaco liga-se mas não existe resposta
farmacológica. O fármaco livre deixa o meio extracelular e vai para a célula, atravessando
a membrana celular, onde se vai ligar a recetores responsáveis pelo seu efeito
farmacológico, ou, então liga-se a recetores transmembranares, exercendo, assim o seu
efeito.
Figura 5 – Distribuição do fármaco no organismo.
• Globulinas (, , )
Em termos gerais, como principais fatores que interferem, com a ligação às proteínas
plasmáticas, descrevem-se os seguintes:
• Situações patológicas
• Redistribuição
• Reações da fase I
– Oxidações;
– Reduções;
– Hidrólises.
• Reações da fase II
– Conjugações;
Figura 7 – Reações metabólicas de Fase I e de Fase II.
• Fisiológicos
– Raça;
– Idade;
• Farmacológicos
• Patológicos
– Hepatopatias;
– Doenças hereditárias;
• Filtração glomerular;
• Secreção tubular;
• Reabsorção;
– Lipossolubilidade do fármaco;
Traduz a totalidade fármaco que foi absorvido e que fica disponível para ser
utilizado pelo organismo.
Uma vez que a absorção é superior à eliminação, para calcular a quantidade exata
que entrou no organismo calcula-se a fração de absorção (F) e multiplica-se pela dose
administrada
AUC X
F=
AuCev
Clearance
Quanto maior for a dose de fármaco administrado maior será o seu efeito, no
entanto a partir de uma determinada dose os efeitos obtidos passam a ser tóxico, uma
vez que as concentrações plasmáticas ultrapassam o limite superior da margem de
segurança (Fig. 9).
Figura 9 – Relação entre a concentração de um fármaco e os efeitos obtidos, expressos em percentagem do
máximo. A – curva de efeito terapêutico; B– curva de efeito tóxico. CEM – Concentração Eficaz Mínima;
CTM – Concentração Tóxica Mínima.
• Difusão passiva
– Não é saturável;
• Difusão facilitada
– É um processo saturável.
• Transporte Ativo
– É um processo saturável;
• Pinocitose
• Escalões etários
• Gravidez
• Obesidade
• Insuficiências orgânicas
– Hepático
– Pulmonar
– Renal
– Endócrino
– Gastrointestinal
Na sua grande maioria os fármacos exercem as suas ações porque interatuam com
recetores celulares existentes no organismo. Desta interação resulta uma modificação
desses recetores que dispara um processo bioquímico que vai culminar numa resposta.
Como referido anteriormente, quando descrito o dogma de Cushny, os fármacos não criam
respostas, apenas modifica funções já existentes no organismo.
Por outro lado, alguns fármacos exercem as suas ações sem intervenção direta de
recetores. Assim, podemos dizer que, os mecanismos gerais de ação dos fármacos incluem
ações mediadas por recetores e ações não mediadas por recetores. São exemplos de reações
não mediadas por recetores:
• Atração eletrostática
– Interação ião-ião
– Interação dipolo-ião
• Interações hidrofóbicas
• Afinidade
• Agonista
• Sinergismo
Existe sinergismo de ação quando a ação farmacológica é potenciada pela ação
de outro(s) fármaco(s).
• Antagonista
Quando duas ou mais substâncias competem pelos mesmos recetores, cada uma tem o
efeito de reduzir a afinidade aparente para a outra
Figura 10 – Agonista vs antagonista (Rang, 2003).
– AMPcíclico (AMPc)
– Cálcio e fosfoinositois
– GMPc
– Antagonismo químico;
– Antagonismo farmacocinético;
– Antagonismo competitivo
• Reversível;
• Irreversível.
– Antagonismo fisiológico.
Existe uma grande variabilidade de resposta aos fármacos, podendo surgir diferenças
entre indivíduos quer a nível de eficácia, quer a nível do surgimento de reações adversas.
Estas diferenças são atribuídas a diversos fatores, nomeadamente:
– Vias de administração
• Destino do medicamento
– Idade
• Interações medicamentosas
• Características do medicamento
– Princípio ativo/excipientes
• Biodisponibilidade
– Fatores genéticos
• Efeito placebo
Durante a toma de determinados medicamentos podem surgir modificações na
resposta, surgindo nalguns casos situações não previstas, com aparecimento de tolerância,
taquifilaxia ou intolerância.
• Tolerância
• Taquifilaxia
• Intolerância
Efeitos indesejáveis dos medicamentos quando são administrados em doses
terapêuticas normais. Estes efeito podem ser previsíveis, colaterais ou inesperados
(influências metabólicas, genéticas e alergias).
• Doença hepática;
• Doença renal;
• Hipertiroidismo ou hipotiroidismo.
– Desejáveis;
– Não desejáveis;
– Inconsequentes;
Tabela 1 – Classificação das interações medicamentosas quanto ao risco clinico para o doente (OpeRational
Classification of Drug Interactions -ORCA)
• Sinergismo
• Antagonismo
– Fisiológico
– Competitivo
• Alterações da mucosa
– Destruição da enzima
Estas alterações surgem devido à ação de fármacos que alteram o fluxo sanguíneo
glomerular, alteram os gradientes osmóticos ou de pH e competem pelos mesmos
mecanismos de transporte tubular que os outros fármacos.
• Antagonismo
2. Ter em conta, de forma especial, as interações que dão origem a situações mai s
graves (crises hipertensivas, quebras bruscas de tensão arterial, arritmias,
hipoglicemia).
Rang H.P., Dale M.M., Ritter J.M., Moore P.K., Farmacologia, 5ª ed, Elsevier 2003.