Expressão Oral em FLE PDF
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Abril de 2010
Índice
Índice ..................................................................................................................................................... 2
Resumo.................................................................................................................................................. 5
Introdução ............................................................................................................................................. 6
3.2. O Programa de Francês, Cursos Gerais – Formação Geral e Específica do Ensino Secundário
em Portugal. .................................................................................................................................... 46
Bibliografia .......................................................................................................................................... 99
Anexo 13 – Grelha de descritores de 11º e 12º: exemplos de diferenças em 2 categorias. ........ 137
Anexo 16 – Prova de Compreensão do Oral nos diplomas DELF Scolaire: A1, A2, B1 e B2. ......... 140
Anexo 17 – Prova de Produção Oral nos diplomas DELF Scolaire: A1, A2, B1 e B2. ..................... 142
Anexo 18 – Prova de Produção Oral nos diplomas DELF Scolaire: A2 e B1. ................................. 143
Anexo 19 – Grelha de Avaliação da produção oral nos diplomas DELF Scolaire: A2 e B1. ........... 145
3
A expressão oral em FLE
Anexo 21 – Propostas de actividades de interacção oral e respectivas grelhas de avaliação ...... 148
Anexo 26 – Exemplo de ficha de auto e hetero- avaliação da produção oral. ............................. 154
Anexo 28 – Exemplo de tarefa para avaliação formal de interacção oral. ................................... 156
4
A expressão oral em FLE
Resumo
5
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Introdução
1
TAGLIANTE, Christine. (2007 : 88), L’évaluation et le cadre européen commun. Nouvelle édition. Paris :
CLE international.
6
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2
Diário da República, 1.ª série — N.º 192 — 4 de Outubro de 2007
7
A expressão oral em FLE
3
GAVE, Gabinete de Avaliação educacional. Ministério da Educação, Portal da Educação. Consultado a 10 de
Dezembro de 2009. Disponível em http://www.minedu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//www.gave.min-
edu.pt/
4
BELC – Stage d’été 2008: realizado pelo CIEP (Centre International d’Études Pédagogiques) na Universidade
de Nantes.
5
Diplôme d’Études en Langue Française
6
Estágio de formação organizado pelo CIEP na Alliance Française do Porto, nos dias 24 a 26 de Setembro de
2009.
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A expressão oral em FLE
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Para iniciar o nosso trabalho precisamos de clarificar o nosso objecto de estudo, analisando o
significado de alguns termos, nomeadamente a noção de oral.
No seu sentido mais geral, podemos dizer que oral deriva do latim orale- e “designa o que se
diz ou que se transmite de viva voz, por oposição ao que se escreve7”.
No entanto, ao restringirmos a nossa análise ao domínio da didáctica das línguas
estrangeiras, constatamos que Jean Pierre Robert (2008)8 define oral como
“ le domaine de l’enseignement de la langue qui comporte l’enseignement de la spécificité de la
langue orale et son apprentissage au moyen d’activités d’écoute et de production conduites à partir
de textes sonores, si possible authentiques ”.
Relativamente ao lugar ocupado pela oralidade, quando Jean Pierre Cuq (2003 : 182) nos diz
que
“ la composante orale a longtemps été minorée dans l’enseignement des langues étrangères,
notammnent du FLE ”
presumimos que, neste início de século, tudo terá mudado. Todavia, nas escolas
portuguesas, trata-se de um domínio ainda relegado para segundo plano. Uma breve incursão
pela principais correntes metodológicas nas didácticas das línguas estrangeiras, com
particular incidência na abordagem comunicativa e na perspectiva orientada para a acção,
ajuda-nos a posicionar a oralidade, se não num lugar de destaque, pelo menos ao mesmo
nível das outras competências de comunicação.
7
MACHADO, José Pedro. (1991), Grande Dicionário da Língua Portuguesa, vol. IV, p. Lisboa, Publicações
Alfa, S.A.
8
ROBERT, Jean-Pierre. (2008), Dictionnaire pratique de didactique du FLE. 2ª ed. Revue et augmentée,
Paris : Éditions Ophrys. (p.156)
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Este percurso pela história é útil para reflectirmos sobre este problema, questionando-nos
sobre a ruptura ou falta de articulação entre as metodologias e as práticas passadas e
presentes, ao nível da sala de aula.
Refira-se que esta divergência não é apanágio apenas do ensino das línguas estrangeiras em
Portugal, preocupando alguns linguistas de renome international. Claude Germain refere
essa falta de articulação quando afirma :
“ c’est que, à l’heure actuelle, les recherches empiriques font état d’un écart relativement grand
entre ce qui est prôné au niveau des principes par les promoteurs des méthodes ou approches, et les
réalisations pratiques au niveau de la salle de classe 9”,
apresentando-nos uma justificação para este desequilíbrio:
“ l’écart entre ces deux plans pourrait provenir du fait que la majorité des enseignants de L2
fonctionnent dans leur salle de classe, de manière éclétique. En d’autres termes les enseignants
auraient vraisemblablement tendance à puiser où bon leur semble sur le plan des principes, compte
tenu de leur formation et de leur expérience, plutôt que d’appliquer scrupuleusement les principes
de telle ou telle méthode ou approche 10 ”.
Para concluir, GERMAIN (2003 : 310) sugere que
“ les recherches empiriques (…) auraient peut-être intérêt à se préoccuper autant de la réalité de la
classe de L2 que des principes organisés en vue de faciliter l’apprentissage ”.
Dando continuidade à sugestão de Claude Germain, faremos em primeiro lugar um breve
estudo das metodologias do passado, para posteriormente, analisarmos e questionarmos, a
nossa performance enquanto professores de F.L.E.11, construtores da necessária adaptação à
realidade do nosso público e às exigências do nosso sistema de ensino.
Neste percurso, que se pretende de descoberta e de reflexão crítica, tentar-se-á ainda, não
perder de vista o espaço reservado à oralidade, competência mestra neste estudo.
Numa abordagem simplista, quando falamos de história da didáctica das línguas
estrangeiras, visualizamos, quase de imediato, um quadro teórico perfeitamente definido,
onde as principais correntes metodológicas se sucedem inquestionável e naturalmente. Não
obstante, um olhar mais cuidado alarga-nos os horizontes, mostrando-nos que há muito mais
para além disso.
9
GERMAIN, Claude (2003 : 309)
10
GERMAIN, Claude (2003 : 309)
11
Francês Língua Estrangeira.
12
A expressão oral em FLE
Assim, numa versão limitada, as correntes metodológicas mais frequentemente referidas são
a metodologia tradicional ou gramática/tradução, o método directo, o método áudio-oral, o
método SGAV, a abordagem comunicativa e para concluir, a perspectiva orientada para a
acção (referida apenas por alguns autores).
Se consultarmos CUQ, (2002 : 254-270), BERTOCCHINI, COSTANZO,(2008 : 90-93),
ROBERT,(2008 : 132-133), TAGLIANTE, (2006 : 52-53), ou o site Cours d'initiation à la
didactique du Français Langue Etrangère en contexte syrien12, encontraremos alguns
exemplos de breves histórias da didáctica das línguas ou da evolução das metodologias.
Contudo, as raízes da didáctica das línguas são muito mais profundas. Refira-se a este
propósito que Claude Germain subdivide a história da didáctica das línguas em cinco
grandes etapas, surgindo a metodologia tradicional apenas na quarta etapa.
Nos primórdios, há 5000 anos, aquando da invasão da Suméria pelos Acádios, a eterna
necessidade de comunicar com povos que falavam outras línguas conduz-nos aos primeiros
registos do que viria a ser o ensino de uma língua estrangeira.
Contrariamente àquilo que seria de esperar, são os Acádios, povo invasor, que vão aprender
a língua dos Sumérios, povo considerado superior em termos civilizacionais. Tratava-se de
um ensino centrado na aprendizagem do vocabulário, recorrendo a extensas listas de
vocabulário (os antepassados dos nossos dicionários) onde apenas a escrita tem lugar13.
Será pertinente referir que mesmo após o desaparecimento dos Sumérios, a sua língua escrita
continua a existir, no entanto, nas actividades do quotidiano utiliza-se o Acádio.
Bastante mais tarde, surgem os Egípcios e posteriormente os Gregos; porém, neste caso não
se trata do ensino de uma verdadeira língua estrangeira estudada com objectivos práticos,
para comunicar14, mas sim do ensino de línguas arcaicas, nomeadamente a escrita hierática e
o grego clássico. Mais uma vez, a escola ensina a técnica de escrita, ao aluno cabe escrever e
memorizar, para eventualmente recitar em voz alta os textos literários estudados.
12
Cours d'initiation à la didactique du Français Langue Etrangère en contexte syrien. Consultado a 14 de
Agosto de 2009, disponível em
<http://www.lb.refer.org/fle/cours/cours3_AC/hist_didactique/cours3_hd01.htm>
13
“ Pour ces élèves akkadiens, il s’agit donc d’apprendre une langue, essentiellement écrite, (le sumérien) qui
ne correspond pas à la langue parlée qu’ils utilisent dans leur pratique quotidienne ”. GERMAIN (2003 : 23).
14
O ensino destas línguas consideradas menores tem um valor residual “pour les Grecs, les autres langues sont
des langues barbares et ne méritent pas d’être enseignées ” GERMAIN (2003 : 36).
13
A expressão oral em FLE
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“ Entre l’enseignement du grec chez les Romains, l’enseignement du latin comme langue vivante tout au long
du Moyen Âge, et l’enseignement en tant que langues étrangères des langues nationales naissantes, il y a une
continuité certaine. La méthodologie de l’enseignement des langues vivantes (autres que le latin) est, à
l’époque de la Renaissance, inspirée directement de la méthodologie de l’enseignement du latin conçue jusque-
là comme une langue vivante. C’est ce qui explique le recours aux colloques ou manières de langage, compte
tenu des buts pratiques ou utilitaires assignés à l’apprentissage des langues secondes ou étrangères, comme le
grec chez les Romains, le latin au cours du Moyen Âge, et le français en Angleterre à l’époque de la
Renaissance ”. GERMAIN (2003 : 59)
14
A expressão oral em FLE
metodologia deve depender dos objectivos de cada um, podendo assim tratar-se de uma
aprendizagem da língua para fins de comunicação,
“ pour le commerce ordinaire de la société, pour la communication de leurs pensées dans la vie
commune, sans avoir le dessein de les faire servir à d’autres usages”;
para o aperfeiçoamento do estilo ou para a realização de estudos linguísticos.
Como a generalidade dos estudantes pretendiam aprender a língua para comunicar, o recurso
ao preceptor (apenas acessível para as classes mais abastadas) parecia o mais indicado.
Neste sentido, Comenius (séc.XVII), considerado por alguns o fundador da didáctica das
línguas16, revela um grande sentido prático ao referir que devemos aprender em primeiro
lugar as línguas que são necessárias, ou seja a língua materna para os assuntos do quotidiano
e depois as línguas dos países com quem temos relações de vizinhança. 17
Será oportuno referir a opinião de Comenius a propósito da aprendizagem das línguas
estrangeiras, ao estabelecer uma diferença entre a língua escrita e a língua falada. Desta
forma, línguas como o francês, o italiano ou o alemão, seguem o mesmo processo de
aprendizagem da língua materna falada, ou seja, aprendem-se através do seu uso, enquanto
que as línguas eruditas, como o latim ou o grego, seguem o exemplo da língua materna
escrita.
Estas reflexões levam-nos a crer que o ensino/aprendizagem da oralidade continuava a não
existir ou teria apenas um valor residual.
Assim, até quase ao final do séc. XIX, na metodologia tradicional, que alguns consideram a
pré-história da didáctica das línguas estrangeiras18, o processo de ensino/aprendizagem
privilegiou a escrita, dando primazia ao conhecimento das regras gramaticais e ao exercício
da tradução, com recurso sistemático à língua materna. Podemos dizer que aprender uma
16
“ Comenius est le nom latin du Tchèque Jan Amos Komenský (1592-1670), écrivain, théologien et
humaniste, qui passe pour le plus grand pédagogue du XVIIème siècle. C’est également lui qui est généralement
considéré comme le fondateur de la didactique des langues en tant que discipline autonome. ” GERMAIN
(2003 : 85).
17
“ Comenius croit que l’apprentissage d’une langue peut avoir d’autres buts que le contact avec la culture
antique. Il peut tout simplement s’agir d’accéder à la culture quotidienne d’un autre people sans exclure pour
autant, pour ceux qui désirent compléter un cours d’humanités, l’accès à la culture antique, notamment par le
biais du latin ou du grec ” GERMAIN (2003 : 87).
18
Cours d'initiation à la didactique du Français Langue Etrangère en contexte syrien. Consultado a 14 de
Agosto de 2009, disponível em
<http://www.lb.refer.org/fle/cours/cours3_AC/hist_didactique/cours3_hd01.htm
15
A expressão oral em FLE
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“ Les exercices structuraux ne se veulent pas communicatifs, mais ils habilitent l’apprennant à recourir à des
types de comportement qui se doivent d’être automatiques lorsqu’il y a effectivement communication »
Brooks, Nelson, Language and language learning : théory and practice, New York, Harcourt Brace, 1964,
citado e traduzido por GERMAIN (2003 : 150).
16
A expressão oral em FLE
“toutes ces approches faisaient de l’oral un moyen d’enseignement plus qu’un objectif : les
structures de la langue étaient visées plus que les fonctionnements oraux de la communication et
leurs implications linguistiques ”.
Por vezes a oralidade era sinónimo de exercícios de correcção fonética sem a necessária
contextualização da língua e sem ter em conta as variações regionais.
O surgimento do Niveau Seuil, (anos setenta) traz consigo a abordagem comunicativa que
preconiza o desenvolvimento de uma competência de comunicação, ou para sermos mais
claros, de interacção social, onde não basta possuir um saber linguístico, sendo primordial
aliá-lo a um saber fazer que deverá estar adequado às necessidades do público-alvo, pois
como lembra GERMAIN, (2003 : 203)
“on ne transmet pas un message de la même manière selon que l’on s’adresse à un subalterne, à un
ami, à un collègue, ou à un supérieur”.20
Por conseguinte, para comunicar é necessário diversificar as actividades de comunicação
linguística (compreensão oral, compreensão escrita, expressão oral e expressão escrita) e ao
mesmo tempo adaptar a sua performance ao contexto/situação.
O ensino/aprendizagem da oralidade está presente por exemplo nas simulações globais e nos
jeux de rôle. A concepção de oralidade é mais abrangente,
“la conception d’oralité s’enrichit : l’approche morphosintaxique est intégrée à une vision plus large,
faisant appel à tous les aspects non verbaux, à l’ethnographie de la communication et à la
pragmatique 21”.
Em 2001, a publicação do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, (QECR)
ao definir os níveis de competência nas actividades linguísticas e ao descrever todos os
parâmetros do ensino/aprendizagem, será o pilar que faltava para dar visibilidade à
perspectiva orientada para a acção. Tendo em conta que esta perspectiva se centra no
utilizador e aprendente de uma língua, que como actor social tem de cumprir tarefas e que
estas não são unicamente linguísticas, é valorizado o carácter não verbal da linguagem, parte
20
“ un des principes de l’approche communicative est qu’il ne suffit pas de connaître les règles d’une L2 pour
pouvoir communiquer dans cette langue. La connaissance des règles, du vocabulaire et des structures
grammaticales est une condition nécessaire mais non suffisante pour la communication. Pour communiquer
efficacement en L2 il faut, en plus connaître les règles d’emploi de cette langue. Cela signifie savoir quelles
formes linguistiques employer dans telle ou telle situation, avec telle ou telle personne, compte tenu de
l’intention de communication (persuader, donner des ordres, faire une demande, etc.) En d’autres termes on ne
transmet pas un message de la même manière selon que l’on s’adresse à un subalterne, à un ami, à un collègue,
ou à un supérieur ”.
21
CUQ, (2003 : 183).
17
A expressão oral em FLE
22
CONSEIL DE L’EUROPE. (2002) Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre,
enseigner, évaluer. Guide pour les utilisateurs. Strasbourg : Division des Politiques Linguistiques.
23
“ Parmi les passagers d’un train, celui qui est plongé dans un livre, n’est pas moins actif que le couple en face
qui poursuit une conversation animée. Même celui qui bâille aux corneilles peut être en train d’imaginer ce
qu’il peut attendre d’un entretien vital et préparer non seulement sa défense mais aussi les réponses aux
questions éventuelles” CONSEIL DE L’EUROPE. (2002 : 15), Cadre européen commun de référence pour les
langues : apprendre, enseigner, évaluation. Guide pour les utilisateurs. Strasbourg : Division des Politiques
Linguistiques.
24
CONSEIL DE L’EUROPE. (2002 : 15), Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre,
enseigner, évaluation. Guide pour les utilisateurs. Strasbourg : Division des Politiques Linguistiques.
25
PUREN, Christian. De l’approche communicative à la perspective actionnelle ; Le français dans le monde,
nº347. p. 37
18
A expressão oral em FLE
tâches (qui ne sont pas seulement langagières) dans des circonstances et un environnement donnés, à
l’intérieur d’un domaine d’action particulier. Si les actes de parole se réalisent dans des activités
langagières, celles-ci s’inscrivent elles-mêmes à l’intérieur d’actions en contexte social qui seules
leur donnent leur pleine signification ”26
PUREN afirma que enquanto que na abordagem comunicativa se pretendia que o apprenant
fizesse de conta que era um usager na sociedade, na perspectiva orientada para a acção as
noções de apprenant e usager correspondem a entidades distintas que por sua vez
desempenham o papel de actores sociais e têm como função desempenhar tarefas, nem
sempre linguísticas, (a abordagem comunicativa privilegia as tarefas linguísticas) que só têm
sentido se forem realizadas dentro de um determinado contexto social, o que implica, ainda
segundo PUREN, “un agir avec l’autre, par la langue ou autrement” e já não “un agir sur
l’autre par la langue” (característico da abordagem comunicativa). Explica que :
“ passer une soirée chez de nouveaux amis va certes impliquer de se présenter, mais cet acte de
parole n’est qu’un moyen au service d’un des objectifs sociaux de la soirée, qui est de faire
connaissance” 27
Efectivamente, a componente verbal da comunicação (acto de fala) não é o único canal
disponível numa situação de comunicação, deixando espaço para a componente não verbal e
paraverbal da linguagem.
26
CONSEIL DE L’EUROPE. (2002), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluation. Évaluation de compétences en langues et conception de tests.
Strasbourg : Division des Politiques Linguistiques. cap.2, Approche retenue, p.15.
27
PUREN, Christian. De l’approche communicative à la perspective actionnelle ; Le français dans le monde,
nº347. p. 37
19
A expressão oral em FLE
28
“ La mission du CELV, dont les activités sont complémentaires à celles de la Division des politiques
linguistiques – organe du Conseil de l’Europe chargé de l’élaboration de politiques et d’outils de planification
politique en matière d’éducation aux langues -,est de promouvoir des approches nouvelles dans le domaine de
l’éducation aux langues, en mettant en œuvre et en diffusant de bonnes pratiques. ” ROBERT. (2008 : 26)
29
1. Qu’est-ce que le Cadre Européen Commun de Référence ?
2. Les buts et les objectifs de la politique linguistique du Conseil de l’Europe.
3. Qu’entend-on par Plurilinguisme ?
4. Pourquoi le Cadre de Réference est-il nécessaire ?
5. Quelles utilisations pour le Cadre de Référence ?
6. À quels critères le Cadre de Réference doit-il répondre?
20
A expressão oral em FLE
“Le Cadre Européen Commun de Référence offre une base commune pour l’élaboration de
programmes de langues vivantes, de référentiels, d’examens, de manuels, etc. en Europe. Il décrit
aussi complètement que possible ce que les apprenants d’une langue doivent apprendre afin de
l’utiliser dans le but de communiquer; il énumère également les connaissances et les habiletés qu’ils
doivent acquérir afin d’avoir un comportement langagier efficace. La description englobe aussi le
contexte culturel qui soutient la langue. Enfin le Cadre de Référence définit les niveaux de
compétence qui permettent de mesurer le progrès de l’apprenant à chaque étape de l’apprentissage
et à tout moment de la vie”.30
Pensamos que nesta definição estão presentes as ideias-chave do QECR, que vieram tentar
solucionar alguns dos problemas do processo de ensino/aprendizagem das línguas a nível
europeu.
Efectivamente, a criação de uma base comum para a elaboração de programas, referenciais,
exames, manuais com descrições explícitas de objectivos, conteúdos e métodos aumentará a
adequação às necessidades do público-alvo, permitirá maior transparência e facilitará o
reconhecimento de qualificações, conduzindo à desejada cooperação europeia no domínio
das línguas e assegurando uma mobilidade sem entraves ao nível linguístico e cultural.
Por outro lado, a descrição dos conhecimentos necessários para comunicar englobam sempre
o contexto cultural; considerando-o o suporte da língua, remetem para a concepção do
indivíduo enquanto actor social e para uma perspectiva intercultural, onde língua e cultura
são indissociáveis.
Por fim, a definição da pag.15 do QECR inclui a explicitação dos níveis de competência que
permitem medir o progresso da aprendizagem.
Apesar das dificuldades iniciais, o QECR conseguiu impor-se como um documento de
referência no ensino/aprendizagem das línguas, aliando à exaustividade, transparência e
coerência, pretendidas pelo Conselho da Europa, a abertura e a flexibilidade necessárias para
a sua aplicação nas mais variadas situações, sem dogmatismos ou imposições.
Como nos lembra ROSEN (2007 : 14) não podemos encará-lo como um instrumento
prescritivo mas sim descritivo, já que
30
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 15), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
21
A expressão oral em FLE
“le Cadre doit être ouvert et dynamique, accueillir toutes les approches et tous les points de vue,
pour permettre à chaque utilisateur d’examiner jusqu’où les critères retenus s’appliquent à sa
situation singulière d’enseignement/apprentissage. En bref, le Cadre se doit d’être un référentiel
permettant la mise en place de programmes comparables, proposant un cadrage commun, devant à
terme, réduire l’éparpillement des programmes”.
Na nossa abordagem do QECR devemos agora centrar-nos na abordagem metodológica que
lhe serviu de base pois só assim poderemos perceber de que forma ele constitui uma
evolução no processo de ensino / aprendizagem das línguas.
A perspectiva privilegiada no QECR é orientada para a acção, a aprendizagem das línguas é
considerada uma preparação para uma utilização activa da língua para comunicar, sendo
sempre tidos em linha de conta os recursos cognitivos, afectivos, volitivos e o conjunto das
capacidades que o indivíduo possui e põe em prática como actor social.
Com a abordagem comunicativa aprendia-se uma língua para comunicar durante uma estadia
no estrangeiro, preparava-se o aprendente para comunicar em situações esperadas, pré-
definidas (por exemplo como turista), com a perspectiva orientada para a acção, prepara-se o
aprendente para a realização de tarefas31, que não estão apenas relacionadas com a língua,
em circunstâncias e ambientes determinados.
O QECR distingue as tarefas próximas da vida real (escolhidas em função das necessidades
do aprendente fora da sala de aula) e as tarefas pedagógicas (actividades de comunicação
didáctica no contexto da sala de aula, em que há “um faz de conta” aceite voluntariamente
na utilização da língua alvo, sendo centradas no acesso ao significado e afastadas do uso da
língua na vida real).
As tarefas, autênticas ou próximas da vida real, implicam a prática contextualizada da
língua-alvo, o envolvimento do aluno na selecção, na gestão e na avaliação da tarefa, a
realização de produtos com real valor comunicativo e idealmente a avaliação social dos
produtos.
31
“Est définie comme tâche toute visée actionnelle que l’acteur se répresente comme devant parvenir à un
résultat donné en fonction d’un problème à résoudre, d’une obligation à remplir, d’un but qu’on s’est fixé. Il
peut s’agir tout aussi bien, suivant cette définition, de déplacer une armoire, d’écrire un livre, d’emporter la
décision dans la négociation d’un contrat, de faire une partie de cartes, de commander un repas dans un
restaurant, de traduire un texte en langue étrangère ou de préparer en groupe un journal de classe.” CONSEIL
DE L’EUROPE. (2005 : 16), Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre, enseigner,
évaluer. Paris : Ed. Didier.
22
A expressão oral em FLE
De acordo com o QECR ambas são comunicativas, pois requerem que o aprendente
compreenda, negoceie e se exprima com sentido, de forma a atingir um objectivo
comunicativo. Contudo, enquanto na tarefa “autêntica” se enfatiza a concretização da
mesma, na tarefa pedagógica focaliza-se também a capacidade de compreensão, expressão e
negociação.
Como professores de FLE, pensamos que o mais adequado será seguir as indicações do
QECR:
“ Dans le plan général présidant au choix des activités et à leur organisation, il faut maintenir
constamment l’équilibre toujours instable entre forme et fond, aisance et correction, de telle sorte
que la réalisation de la tâche, mais aussi les opérations d’apprentissage, puissent être facilitées et
convenablement identifiées 32”.
32
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 122), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
23
A expressão oral em FLE
33
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 40), Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre,
enseigner, évaluer.
34
“Les utilisateurs du Cadre de Référence envisageront et expliciteront selon le cas :
- les domaines dans lesquels l’apprenant aura besoin d’agir ou devra être linguistiquement outillé pour
agir,
- les situations que l’apprenant aura besoin de traiter, ou qu’il devra traiter ou pour lesquels il devra être
linguistiquement outillé,
- les lieux, institutions/organisations, personnes, objets, événements et actions qui concernent
l’apprenant ”.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 41), Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre,
enseigner, évaluer.
24
A expressão oral em FLE
35
Anexo 1 - Contexto do uso da língua: condições e limitações
36
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 42), Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre,
enseigner, évaluer.
37
CONSEIL DE L’EUROPE (2005 : 45).
25
A expressão oral em FLE
38
“Les utilisateurs du Cadre de Référence envisageront et expliciteront selon le cas :
- les tâches communicatives, dans les domaines personnel, public ou professionnel que l’apprennant aura
besoin de réaliser, ou devra réaliser ou pour lesquelles il devra être linguistiquement outillé.
- l’évaluation des besoins de l’apprennant sur lesquels le choix des tâches est fondé”. CONSEIL DE
L’EUROPE. (2005 : 46), Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre, enseigner,
évaluer.
39
“Connaître une langue c’est savoir des mots, des expressions et leur sens, être capable de les réunir en des
phrases correctes, percevoir et produire des combinaisons de sons de la langue et l’écrire selon les préceptes
orthographiques en vigueur”. ROSEN (2007 : 26)
26
A expressão oral em FLE
40
Anexo 2 - Competências Comunicativas em língua : Competências Linguísticas
41
Anexo 3 - Competências Comunicativas em língua : competências pragmáticas.
42
Anexo 4 - Competências Comunicativas em língua : competência sociolinguística
27
A expressão oral em FLE
“Certains apprenants savent beaucoup d’une langue tout en étant incapables de mettre leur savoir en
pratique, tandis que d’autres peuvent s’exprimer couramment et sans erreur mais en ayant très peu de
langue à leur disposition”.
Segundo GOULLIER (2005 : 17)
“La réussite dans des activités de compréhension ou d’expression, à travers des tâches
communicatives, dépend étroitement du développement des compétences qui doit constituer le fil
conducteur de la progression. L’intêret du CECR est de nous rappeler que les compétences sont
diverses et contribuent toutes à la réussite des élèves”.
Cabe ao professor de língua utilizar o QECR para reflectir sobre a sua prática e sobre os
materiais que utiliza, questionando-se por exemplo sobre a sua importância para o
desenvolvimento das competências gerais individuais, ou da competência comunicativa
linguística dos alunos. Permite ainda analisar de que forma as tarefas propostas e a prática da
correcção e avaliação levam os alunos a, numa actividade de expressão /interacção oral, não
recearem o factor risco, essencial para o desenvolvimento da competência existencial
(savoir-être) e consequentemente para a verdadeira progressão na aprendizagem da língua.
Convém ainda lembrar que para realizar com sucesso as diferentes tarefas comunicativas o
aluno/utilizador da língua deve adoptar estratégias44 adequadas que passam pelo
Planeamento prévio, Execução, Controlo e Remediação dos diferentes tipos de actividades
comunicativas: Recepção, Interacção, Produção e Mediação.
43
CONSEIL DE L’EUROPE. (2002 :28) Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre,
enseigner, évaluer. Guide pour les utilisateurs. Strasbourg : Division des Politiques Linguistiques.
44
“Les stratégies sont le moyen utilisé par l’usager d’une langue pour mobiliser et équilibrer ses ressources et
pour mettre en oeuvre des aptitudes et des opérations afin de répondre aux exigences de la communication en
situation et d’exécuter la tâche avec succès et de la façon la plus complète et la plus économique possible – en
fonction de son but précis”. CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 :48), Cadre européen commun de référence
pour les langues : apprendre, enseigner, évaluer.
28
A expressão oral em FLE
29
A expressão oral em FLE
45
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 53) Cadre européen commun de référence pour les langues : apprendre,
enseigner, évaluer.
46
30
A expressão oral em FLE
Tal como nas actividades de produção oral, o QECR (2002:54) define que
“dans les activités de réception orale (écoute ou compréhension de l’oral) l’utilisateur de la
langue comme auditeur reçoit et traite un message parlé produit par un/plusieurs locuteur(s). Parmi
les activités d’écoute ou compréhension de l’oral on trouve, par exemple :
– écouter des annonces publiques (renseignements, consignes, mises en garde, etc.)
– fréquenter les médias (radio, télévision, enregistrements, cinéma)
– être spectateur (théâtre, réunion publique, conférences, spectacles, etc.)
– surprendre une conversation, etc.
Dans chacun de ces cas l’utilisateur peut écouter afin de comprendre :
– l’information globale
– une information particulière
– l’information détaillée
– l’implicite du discours, etc.”.
As escalas exemplificativas48, seguindo também o modelo já apresentado para a produção
oral, abarcam uma escala mais generalista: Compréhension général de l’oral, e algumas
subescalas, nomeadamente
- comprendre une interaction entre locuteurs natifs,
- comprendre en tant qu’auditeur,
- comprendre des annonces et instructions orales,
- comprendre des émissions de rádio et des enregistrements.
Referimos também a recepção áudio visual e a respectiva escala exemplificativa de
actividades.
As escalas relativas à recepção do oral permitem ao professor definir que tipo de produção o
aluno é ou não capaz de compreender e quais os objectivos e tipologia dessa compreensão.
As estratégias de recepção a pôr em prática são mais simples do que as necessárias para a
produção oral, apesar disso, o esquema passa também por planificação, execução, avaliação
e remediação, estando, todavia, apenas disponível uma escala exemplificativa dessas
estratégias: Reconnaître des índices et faire des déductions.
48
Anexo 6 - Recepção oral: escalas exemplificativas das actividades.
31
A expressão oral em FLE
49
32
A expressão oral em FLE
A perspectiva orientada para a acção considera que a língua é apenas um dos aspectos da
comunicação, e que qualquer falante pode compreender e fazer-se compreender, recorrendo
a outros meios que não os da linguagem verbal. O QECR aborda a comunicação não verbal,
contemplando não só os elementos paralinguísticos que valem por si mesmos, mas também
os gestos e acções que acompanham a comunicação verbal e que podem facilitar a
compreensão do sentido do discurso ou eventualmente, alterá-lo. O apontar com o dedo
enquanto se fala, ou um movimento de cabeça acompanhando um comentário ou uma
ordem, são gestos auxiliares da linguagem verbal que apenas podem ser compreendidos em
situação e em presença.
No campo dos elementos paralinguísticos, inclui-se a linguagem corporal, o uso de sons
orais extralinguísticos e os traços prosódicos, de grande utilidade para os falantes com
33
A expressão oral em FLE
34
A expressão oral em FLE
Até aqui temos dado ênfase à descrição do uso da língua e às competências do seu utilizador,
todavia, o QECR foi também pensado como um recurso de extrema importância para a
avaliação das competências linguísticas, preconizando normas/regras comuns e partilhadas
por todos, conduzindo a uma harmonização dos programas e dos exames/diplomas de
línguas a nível europeu. A utilização dos mesmos seis níveis de competência com os
respectivos descritores em toda a Europa, conduz à aplicação de provas válidas, fiáveis e
exequíveis, permitindo a comparação de resultados e abrindo caminho à validação de
competências a nível internacional. O cap.9 do QECR torna estes objectivos exequíveis,
remetendo para três conceitos fundamentais na avaliação: a validade, a fiabilidade e a
exequibilidade. Largamente exemplificados no QECR, ou definidos de uma forma simplista
por Lallement e Pierret (2007 : 139),50 conduzem à reflexão sobre o que realmente é
avaliado (especificação do conteúdo dos testes e exames), como é interpretado o
desempenho do falante (formulação de critérios que determinam que um objectivo de
aprendizagem é atingido) e por último, como podem fazer-se comparações entre sistemas
diferentes (descrição dos níveis de competência nos testes/exames).
Tal como é referido no QECR (2005: 53)
“Un ensemble de normes communes – comme le Cadre européen commun de référence – a
l’avantage indéniable de rendre possible la mise en relation de différentes formes d’évaluation ”.
Porém, se quisermos implementar uma avaliação da oralidade numa perspectiva orientada
para a acção, devemos criar tarefas que impliquem a utilização das várias actividades de
comunicação linguística, pois
“une évaluation pour être valide, exige que l’on dispose d’un échantillon de types représentatifs de
discours51.”
50 “ -
La validité : la procedure d’une évaluation est valide dans la mesure où elle donne une information exacte
de la compétence des candidats.
- La fiabilité : on doit retrouver le même classement des candidats dans deux passations des mêmes
épreuves.
- La faisabilité : les évaluateurs ne peuvent manipuler qu’un nombre limité de critères. (Le CECR leur
fournit des éléments de référence parmi lesquels ils pourront choisir) ”.
51
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 136)
35
A expressão oral em FLE
No caso específico da avaliação da expressão oral, esta poderá, numa primeira fase, integrar
actividades de interacção, seleccionadas de entre várias tipologias52 e numa segunda fase, de
produção oral53, adequando sempre as tipologias à tarefa proposta e ao nível de competência
do público visado. Dependendo do tipo e finalidade de avaliação a aplicar, são utilizados os
descritores das actividades linguísticas comunicativas (cap. 4 do QECR) e/ou os descritores
dos aspectos da proficiência relacionados com competências específicas (cap.5 do QECR).
O importante será conseguir descrever e/ou avaliar
“pas seulement ce que l’apprenant doit faire mais aussi comment (et à quel niveau de qualité) il doit
le faire 54”.
Para atingir este objectivo recorrer-se-à a diferentes tipos de avaliação; o QECR apresenta
treze tipologias diferentes (pares de opostos), indicando as vantagens e inconvenientes da
escolha de cada uma delas (cap.9.3).
Independentemente do tipo de avaliação escolhida, é indispensável ter presente que a
avaliação deve ser exequível, pelo que seleccionaremos apenas as categorias imprescindíveis
sob pena de estas não serem manuseáveis pelo professor examinador / avaliador. Os
descritores dos cap. 4 e 5 do QECR são uma listagem de referência, uma base de dados, na
qual
“ on combinerait, réduirait et rédéfinerait les traits pour en faire un ensemble moins élaboré de
critères d’évaluation approprié aux besoins des apprenants en question, aux exigences de l’activité
de l’évaluation et au style de la culture pédagogique propre au contexte. On pourrait également
affecter les critères ainsi obtenus du même coefficient ou donner un coefficient plus élevé à certains
considérés comme plus importants”. 55
O QECR fornece exemplos bastante esclarecedores de como seleccionar, refundir ou
reformular a multiplicidade de escalas passíveis de aplicar numa actividade de interacção
oral. No final são ainda apresentados alguns critérios a seguir na formulação de descritores e
as várias metodologias a aplicar na elaboração de escalas.
Porém, TAGLIANTE (2007 : 61) lembra que :
52
“les descripteurs de compétence, tels qu’ils sont formulés dans le Cadre Européen Commun, ne sont
pas tous directement évaluables. Leur formulation en termes de capacité décrit ce qu’une personne
est capable de faire à un niveau donné. La performance attendue, en termes d’observabilité, n’est
pas toujours présente (…) sans observation de la performance, il ne peut y avoir évaluation”.
Perante esta dificuldade, que advém sobretudo do facto de os verbos utilizados para formular
os descritores não serem verbos de acção (a conscience de, apprécie, est conscient de) e
consequentemente não serem directamente observáveis, deveremos tentar seguir o conselho
de TAGLIANTE e verificar se os descritores servem os nossos objectivos, se são avaliáveis,
ou seja “observáveis” e, em caso de necessidade, fazer as devidas adaptações. Na opinião
desta autora, para facilitar o trabalho do avaliador construir-se-á uma table de spécification
onde se cruzam capacidades e conteúdos (o que pretendemos que o aluno aprenda) que
determinam a selecção das actividades mais adequadas para essa aquisição, definem-se os
indicadores de aprendizagem que observam /medem o domínio da competência a avaliar e
finalmente escolhe-se o tipo de avaliação adequado e elabora-se a actividade de avaliação56.
TAGLIANTE faz ainda uma análise do que é avaliável na comunicação linguística
afirmando que aquilo que o falante já domina, (sem por vezes se dar conta) os saberes sócio-
culturais, o savoir-être e o savoir-apprendre (a competência existencial e a competência de
aprendizagem) não são directamente avaliáveis. Porém, apesar dessas limitações, estes
saberes estão contemplados em alguns descritores, nomeadamente na exemplificação das
estratégias (planificação, compensação ou remediação) e das atitudes (correcção
sociolinguística).
Por outro lado, temos tudo aquilo que o falante pode aprender e que é avaliável. As
competências de comunicação linguística, concretizadas através das actividades de
compreensão, interacção e produção, referem-se ao saber e ao saber fazer (conhecimento
declarativo e competência de realização) e são avaliáveis.
No que diz respeito aos descritores sugeridos pelo QECR, TAGLIANTE considera que, no
caso da competência lexical e da competência gramatical, estes são demasiado subjectivos e
não são directamente avaliáveis. Quanto às competências fonológica, sociolinguística,
pragmática e funcional, afirma que os descritores propostos são observáveis / mensuráveis e
podem integrar os critérios de avaliação destas competências.
56
TAGLIANTE (2007 : 64) apresenta um exemplo de uma table de spécification do descritor de nível A1 da
categoria Conversação – “É capaz de perguntar como as pessoas estão e reagir”.
37
A expressão oral em FLE
57
VELTCHEFF, Caroline ; HILTON, Stanley. (2005), L’évaluation en FLE. 2ª ed. Paris : Hachette.
58
CONSEIL DE L’EUROPE. (2002 : 1-2), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluation. Relier les examens de langues au Cadre européen commun de référence
pour les langues : Apprendre, enseigner, évaluer.
59
“Les grands centres d’évaluation en langues se sont donné pour objectif commun de mener ensemble cette
réflexion sur la signification de leurs certifications et leur positionnement sur des échelles de niveaux
communs, de décrire également ce qu’elles valident par des discripteurs de compétences et d’assurer la
transparence des résultats en respectant des normes de qualités communes”. NOËL-JOTHY; SAMPSONIS
(2006 :15).
38
A expressão oral em FLE
Apesar de não ser uma bíblia com resposta para tudo e de os seus autores terem previsto as
suas limitações e necessidade de reformulação constante60, o QECR é uma referência
obrigatória no ensino/aprendizagem das línguas estrangeiras61:
60
“La construction d’un Cadre exhaustif, transparent et cohérent pour l’apprentissage et l’enseignement des
langues n’entraîne pas nécessairement l’adoption d’un système unique et uniforme. Au contraire, le Cadre
commun doit être ouvert et flexible, de façon à pouvoir être appliqué à des situations particulières moyennant
les adaptations qui s’imposent.
Le Cadre de référence doit être
– à usages multiples : on pourra l’utiliser à toutes fins possibles dans la planification et la mise à disposition des
moyens nécessaires à l’apprentissage d’une langue ;
– souple : on pourra l’adapter à des conditions différentes ;
– ouvert : il pourra être étendu et affiné ;
– dynamique : il sera en constante évolution en fonction des feed backs apportés par son utilisation ;
– convivial : il sera présenté de façon à être directement compréhensible et utilisable par ceux à qui il est
destiné
– non dogmatique : il n’est rattaché de manière irrévocable et exclusive à aucune des théories ou pratiques
concurrentes de la linguistique ou des sciences de l’éducation”. CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 13).
61
“Le Conseil de l’Europe a mis au point un outil devenu incontournable, le CECR, afin d’assurer, en priorité,
la transparence des niveaux de capacité des apprenants” NOËL-JOTHY; SAMPSONIS (2006 :14).
39
A expressão oral em FLE
62
DGIDC (Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular). Consultado a 20 de Agosto,
disponível em
<http://sitio.dgidc.min-edu.pt/linguas_estrangeiras/Paginas/Linguas-Estrangeiras.aspx
63
Livro Branco sobre a Educação e Formação, de 1995, Ensinar e Aprender: Rumo à Sociedade Cognitiva.
Consultado a 20 de Agosto, disponível em <http://ec.europa.eu/education/doc/official/keydoc/lb-en.pdf>
64
Conselho Europeu extraordinário de Lisboa (Março de 2000): para uma Europa da inovação e do
conhecimento. Consultado a 18 de Agosto, disponível em
<http://europa.eu/legislation_summaries/education_training_youth/general_framework/c10241_pt.htm>
40
A expressão oral em FLE
65
Decreto-Lei n.º 272/2007, de 26 de Julho.
66
Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais. Consultado a 16 Agosto 2009, disponível
em <http://www.dgidc.minedu.pt/fichdown/livrocompetencias/LivroCompetenciasEssenciais.pdf>
67
AVELINO, Cristina. (2008), «L’introduction du CECR pour les langues et ses conséquences- Le cas du
Portugal» in «Enseigner les langues : un défi pour l’Europe», Revue Internationale d’Éducation, nº 47, Sèvres:
CIEP.
41
A expressão oral em FLE
68
Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais. Consultado a 16 Agosto 2009, disponível
em <http://www.dgidc.minedu.pt/fichdown/livrocompetencias/LivroCompetenciasEssenciais.pdf>
p.39
69
Segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais (p.47-52) a competência de
comunicação inclui :
- Compreender : ouvir/ver, ler.
- Interagir : ouvir/falar, ler/escrever
- Produzir : falar, escrever.
70
Segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais (p.53) a competência saber
aprender implica :
- Participar de forma consistente na construção de uma competência plurilingue e pluricultural.
- Utilizar estratégias de apropriação da língua estrangeira enquanto instrumento de comunicação.
- Utilizar estratégias de apropriação do sistema da língua estrangeira.
- Adoptar estratégias e procedimentos adequados às necessidades de aprendizagem próprias.
71
“Participar de forma consciente na construção de uma competência plurilingue e pluricultural:
- adoptar uma atitude de abertura e tolerância face às línguas e culturas estrangeiras;
- estabelecer relações de afinidade / contraste entre a língua materna e as línguas estrangeiras”. Currículo
Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais. (p.53)
42
A expressão oral em FLE
72
“- relacionar sentidos e intenções em situações de comunicação em que foram produzidos.
- reconhecer índices textuais que permitem a dedução de sentidos;
- seleccionar, no reportório disponível, recursos que permitam produzir textos adequados às situações
comunicativas;
- utilizar meios de compensação de insuficiências no uso da língua : gestos, definições, perífrases,
paráfrases;
- gerir a tomada de palavra em situações de interacção verbal, tendo em vista a eficácia da comunicação;
- avaliar a justeza dos processos utilizados”.
Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais (p.53)
73
Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais (p.47)
74
Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais (p.47)
43
A expressão oral em FLE
“Língua estrangeira I - Participa numa conversa simples sobre assuntos de interesse pessoal ou geral
da actualidade.
Língua estrangeira II – Participa, com exercitação prévia, numa conversa simples sobre assuntos de
interesse pessoal ou geral da actualidade”.
Neste caso, a diferença reside apenas na existência, ou não, de preparação prévia da
interacção.
Quando chega a vez da produção oral (falar / produzir textos orais correspondendo a
necessidades específicas de comunicação), os níveis dos perfis de saída repetem-se:
adaptação do nível A2 do QECR para o 2º ciclo:
“ Utiliza frases simples e curtas para falar da família, dos outros e do seu percurso pessoal”
e do nível B1 para o 3º ciclo:
“Língua estrangeira I - Produz enunciados para narrar, descrever, expor informações e pontos de
vista.
Língua estrangeira II – Produz de forma simples e breve mas articulada, enunciados para narrar,
descrever, expor informações e pontos de vista”.
Aquando da reformulação dos programas do ensino secundário, levada a cabo no seguimento
da definição do Currículo nacional do ensino básico, e mais especificamente das
competências essenciais para as línguas estrangeiras, pretendeu-se articular o ensino-
aprendizagem das línguas estrangeiras nos diversos ciclos. No entanto, essa articulação nem
sempre foi conseguida, situação aliás reconhecida pelo Ministério da Educação no
Documento Orientador da Revisão Curricular do Ensino Secundário75, quando se refere às
medidas a implementar para combater o insucesso e abandono escolares, mais notórios no
ensino secundário:
“São conhecidas as razões que, a montante, sustentam esta ineficiência do ensino secundário,
nomeadamente o sistema de avaliação e a clara falta de articulação entre este nível e o ciclo final do
actual ensino básico. A estratégia para superar este problema passa, necessariamente, por ajustar
curricula e conteúdos programáticos, conferindo-lhes maior coerência e sequencialidade, não
sacrificando os níveis de exigência à conclusão da escolaridade básica, nem a progressão a qualquer
custo, com vista a conseguir um mais fácil acesso ao ensino superior”.
É também definido que na reformulada organização curricular, na Formação Geral dos
cursos científico-humanísticos e nos cursos tecnológicos, a língua estrangeira assegure a
75
Documento Orientador da Revisão Curricular do Ensino Secundário. (p.15)
44
A expressão oral em FLE
“aquisição de competências para a sua utilização frequente num mundo interdependente e na vida
quotidiana, nomeadamente no contexto europeu76”.
Assim, a reformulação dos programas do ensino secundário foi levada a cabo por equipas de
especialistas (professores do ensino básico/secundário e universitário) que seguiram as linhas
orientadoras do Ministério e, no caso das línguas estrangeiras, a versão do QECR disponível
naquele momento. Será importante referir que aquando da reformulação dos programas,
antes de se chegar à versão final, foi disponibilizada no site do Ministério uma versão
provisória para auscultação e debate com todos os parceiros.
Os programas de Francês foram homologados em 2001 e entraram em vigor no ano lectivo
de 2003/2004.
76
Documento Orientador da Revisão Curricular do Ensino Secundário. (p.19)
45
A expressão oral em FLE
77
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: iii)
46
A expressão oral em FLE
78
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 3)
79
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 5)
47
A expressão oral em FLE
“obter feedback constante face à progressão das aprendizagens e às dificuldades sentidas por cada
aluno. Os resultados desta avaliação determinarão a construção de novos itinerários e consequente
selecção e realização de novas actividades e tarefas80”.
Para que a selecção dos textos / suportes por parte dos professores seja facilitada, são
disponibilizados vários recursos81 de tipologia bastante variada, de forma a adequarem-se aos
vários tipos de público e / níveis.
Existe também um ponto relativo à gestão do programa, com sugestões de actividades e tarefas
significativas em cada unidade de aprendizagem, acompanhadas de observações muito
pertinentes para a orientação do trabalho do professor.
Quanto às orientações metodológicas subjacentes aos programas de francês, Francine Arroyo e
Cristina Avelino, consideram que
“Toutes les indications données prennent en compte l’évolution des pratiques pédagogiques qui tend
vers un éclectisme répondant aux spécificités des publics et des contextes. Ce pluralisme
méthodologique obéit toutefois à une approche actionnelle qui exige une méthodologie active,
centrée sur l’apprenant et favorisant la construction des compétences. Les suggestions offrent un
cadre non normatif qui vise une pédagogie par tâches reposant sur divers savoirs et compétences et
facilitant l’implication réelle et efficace des élèves dans leur apprentissage82”.
Para concluir esta abordagem geral do programa de francês falta-nos uma referência à
avaliação que, na opinião das autoras, deve ser formativa e formadora83. Trata-se de
80
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 5)
81
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 43)
82
ARROYO, Francine ; AVELINO, Cristina. (2009), « Le CECR au Portugal : parcours d’un enfant naturel »,
Dialogues et cultures nº 54, Paris, Fédération Internationale des Professeurs de Français.
83
O glossário presente nos programas de francês socorre-se de vários teóricos da didáctica e define avaliação
formativa como “ apreciação do desempenho do aluno durante o processo de aprendizagem. Dá informações
sobre a qualidade da aprendizagem em curso, permite o ajuste eventual dos conteúdos e dos métodos da
sequência de ensino e a eventual adaptação das actividades e dos métodos de aprendizagem”. Quanto à
avaliação formadora, esta é definida como sendo um “processo baseado no desenvolvimento da capacidade
de representação correcta do objecto de aprendizagem, de planificação prévia, de apropriação dos critérios e de
correcção de erros. O aprendente aprende a gerir e a avaliar os seus percursos e os seus trabalhos; a auto-
regulação e a auto-avaliação tornam-se, assim, a peça-chave do dispositivo de formação”. Programa de
Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação Específica,
(2001: 114)
48
A expressão oral em FLE
84
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 94)
85
“O erro terá um estatuto de instrumento de aprendizagem, não deverá ser penalizado, mas sim aproveitado
como base para novas aquisições”. Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º
ano, Formação Geral e Formação Específica, (2001: 95)
86
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 96)
49
A expressão oral em FLE
Quando cingimos o nosso estudo à componente oral, detectamos algumas diferenças entre a
Formação Geral e a Formação Específica.
Na Formação Geral a recepção é privilegiada87, pois na opinião de Francine Arroyo e de
Cristina Avelino “le français est surtout utilisé pour avoir accès à des informations dans divers
domaines de savoirs88”, os objectivos de aprendizagem visam apenas a compreensão /
recepção de textos orais e audiovisuais de natureza diversificada e a interacção em situações de
comunicação de natureza diversificada. Ao nível da Formação Específica, além da
compreensão e interacção, temos também a produção de textos orais e a mediação,
correspondendo a necessidades e situações específicas de comunicação social.
Quanto aos processos de operacionalização destas competências, quer na Formação Geral,
quer na Formação Específica, estão organizados em três fases: preparação, execução e
avaliação. A este nível as diferenças não são significativas.
Tendo em conta que o projecto de avaliação da expressão oral objecto do nosso estudo foi
desenvolvido com uma turma de Francês – Nível de Continuação – Formação Geral do 11º
ano, daremos particular atenção a este Nível.
Na Formação Geral, ao nível da operacionalização da competência Compreender /ouvir/ver89,
na fase de preparação é enunciada a utilização de estratégias de recepção visual e / ou auditiva,
seguida de um elencar de possibilidades para a construção desta competência. Na fase de
execução, temos a identificação de processos de produção de sentidos, mais uma vez, com
várias sugestões de operacionalização. Quanto à fase de avaliação, deparamo-nos com a
avaliação do seu desempenho enquanto ouvinte / observador.
87
“Na Formação Geral, a competência de recepção é previligiada enquanto que na Formação Específica se visa
um equilíbrio entre as competências de recepção, de interacção, de produção e de mediação”. Programa de
Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação Específica,
(2001: 94).
88
ARROYO, Francine ; AVELINO, Cristina, (2009), « Le CECR au Portugal : parcours d’un enfant naturel »,
Dialogues et cultures nº 54, Paris, Fédération Internationale des Professeurs de Français.
89
Anexo 8 – Ouvir/ver – Processos de operacionalização – F. Geral – 11ºAno
50
A expressão oral em FLE
90
Anexo 9 – Interagir – Processos de operacionalização dos discursos interaccionais orais – F. Geral –11ºAno
91
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 8)
51
A expressão oral em FLE
92
No glossário dos programas progressão em espiral surge definida como “processo de desenvolvimento da
aprendizagem, que retoma gradual e ciclicamente conhecimentos anteriores, possibilitando a construção de
etapas progressivas da competência de comunicação“. Programa de Francês, níveis de continuação e de
iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação Específica, (2001: 116)
52
A expressão oral em FLE
93
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 12)
94
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 83-97)
53
A expressão oral em FLE
activo na construção dos seus conhecimentos, que ganham corpo na negociação e realização de
actividades e tarefas no âmbito da comunicação simulada e / ou real, mas entendida sempre
como acto social.
No que concerne a competência oral, o contacto com a língua, de uma forma autêntica, é
incentivada (são apresentadas várias sugestões metodológicas) e as tarefas sugeridas,
(pedagógicas e comunicativas) como por exemplo a simulação global ou a realização de
projectos que incluam por exemplo um intercâmbio com francófonos recorrendo a chats e a
produção de documentos áudio ou vídeo, são uma forma de organização do processo de
ensino-aprendizagem.
São sugeridas algumas planificações das unidades didácticas, como é o caso da planificação
por cenários que pode ser verdadeiramente estimulante, implicando contudo, uma grande
segurança e flexibilidade por parte dos professores.
Pelo contrário, a planificação por elaboração de produtos que visa a construção de um produto
textual, é facilmente exequível podendo o produto final ser apenas produção ou interacção
oral.
Tendo em conta as experiências levadas a cabo no ano lectivo de 2008/2009 com uma turma
de 11º ano, Formação Geral, consideramos que este programa se adequa perfeitamente a este
tipo de planificação e a este tipo de produto (produção ou interacção oral) sendo, contudo,
necessário prever algumas adaptações quando conjugamos o programa com o manual adoptado
na Escola95. Com este tipo de planificação proposta (assim como com todas as outras que são
sugeridas nos programas) pensamos que não é de todo possível seguir na íntegra a planificação
do manual, apesar disso, após alguns cortes / supressões e alterações do percurso proposto no
manual adoptado, será perfeitamente exequível a planificação por elaboração de produtos e até
eventualmente a planificação por cenários.
Será sempre de grande importância lembrarmo-nos que as actividades e tarefas,
independentemente do modelo de planificação, devem ser preparadas em adequação ao nosso
contexto / ao nosso público / ao nosso objectivo principal: a comunicação real / simulada. Para
que essa comunicação tenha lugar desenvolvem-se competências, que como já referimos
anteriormente, se situam a nível estratégico, discursivo e linguístico. Relativamente a estas
95
MARQUES, Lídia. (2008), Envie de français.com. Ensino secundário 11ºano, 1ª ed. Lisboa: ASA.
54
A expressão oral em FLE
competências, são, também nestes últimos pontos dos programas, apresentadas propostas de
actividades úteis para o seu desenvolvimento.
Continuando a restringir a nossa análise à oralidade, verificamos que, no ponto dedicado às
competências, o programa estabelece a ligação entre a teoria apresentada nos pontos anteriores
e a realidade. A operacionalização das competências corresponde ao momento da
exequibilidade, da organização na prática do trabalho do professor.
No que diz respeito à interacção oral, após algumas considerações teórico-práticas são
propostas actividades por Formação e Nível. No caso da Formação Geral continuação
encontramos por exemplo a memorização de sequências dialogais, a dramatização de diálogos
redigidos a partir de matrizes (canevas situationnel) e a participação em dramatizações,
simulações contextualizadas e debates.
Seguindo as linhas orientadoras do QECR, as autoras do Programa afirmam que
“a abordagem da competência de interacção levará ao desenvolvimento de formas de saber ser e de
saber estar com os outros. Aprender a interagir, respeitando regras discursivas e convenções
sócioculturais, é também aprender a viver com os Outros e constitui a base de uma cidadania activa
em contexto multicultural”96.
Quanto à competência de produção: falar surge apenas na Formação Específica. Porém, apesar
da justificação apresentada pelas autoras do Programa97, permitimo-nos considerar que faria
sentido a sua presença também na Formação Geral. Saliente-se que algumas das sugestões para
preparar o aluno para a tomada de palavra em público, nomeadamente:
- tomar consciência da importância da postura, da voz, dos meios materiais utilizados;
- treinar a fluência, em língua estrangeira, através de actividades diversas: reformulação, hesitação e
compensação verbal e não verbal;
- organizar o discurso em tópicos, facilitando uma apresentação fluente;
- seleccionar ou elaborar documentos de apoio;
- apresentar os trabalhos desenvolvidos a um auditório;
96
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 87).
97
“Embora se tenha optado por atribuir um lugar de menor relevo à competência de produção na Formação
Geral, ela continua a ser trabalhada, sobretudo na transferência e no reforço de técnicas de organização do
pensamento. O domínio de estratégias claras de planificação e de revisão pretende, tanto na Formação Geral
como na Formação Específica, orientar a atenção, desenvolver o raciocínio lógico e estreitar a associação entre
o pensamento e a linguagem”. Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano,
Formação Geral e Formação Específica, (2001: 87)
55
A expressão oral em FLE
além de poderem ser muito úteis para um aluno da Formação Geral, tanto a nível escolar como
profissional98, não nos parecem de um grau de dificuldade muito acima do previsto para estes
alunos.
Para reforçar a nossa opinião poderemos remeter para o QECR, onde a produção oral, nas suas
várias vertentes, está presente desde o nível A1.
Para concluir, abordamos mais pormenorizadamente um dos momentos mais importantes do
processo de ensino-aprendizagem: a avaliação, mais particularmente a avaliação da oralidade
que
“incidirá prioritariamente sobre a competência de comunicação nas suas várias vertentes, mas
também sobre o desenvolvimento de capacidades, a reflexão sobre atitudes e valores inerentes ao
crescimento pessoal e social do aluno”99.
Na continuidade das ideias veiculadas ao longo de todo o programa, as autoras lembram que a
gestão do processo de avaliação será sempre adaptada às características específicas de cada
percurso de aprendizagem, estando associada à discussão e à partilha de ideias. Cria-se um
espaço onde o erro adquire um estatuto de instrumento de aprendizagem, servindo como base
para novas aquisições. A utilização de instrumentos de registo que permitam identificar e
ultrapassar o erro é recomendada como elemento auxiliar da avaliação. Também a auto e
hetero-avaliação são apresentados como processos conducentes não à classificação mas sim à
reflexão não só sobre as dificuldades mas também sobre os progressos realizados.
“Se classificar (e classificar-se) é resultado da avaliação, esta não deve, de forma alguma, esgotar-se
na classificação, mas constituir um momento formativo de auto e hetero-observação e análise,
levando a um balanço construtivo de processos e resultados”100
Para que todo este processo de avaliação, nomedamente a avaliação sumativa, seja exequível e
eficaz devem utilizar-se instrumentos formais específicos e diversificados, com critérios claros
e previamente definidos, adequados não só aos objectivos e conteúdos de aprendizagem mas
98
“trabalhar esta competência permite uma melhor adequação às exigências de formação nos vários percursos
escolares e profissionais”. Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano,
Formação Geral e Formação Específica, (2001: 87) .
99
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 94) .
100
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e
Formação Específica, (2001: 96) .
56
A expressão oral em FLE
101
Actualmente estaria mais adequada a gravação em video.
57
A expressão oral em FLE
102
Documento Orientador da Revisão Curricular do Ensino Secundário. (2004:8).
103
Decreto-Lei nº74/2004 de 26 de Março. Artigo 10º, ponto 1.
58
A expressão oral em FLE
104
Decreto-Lei nº74/2004 de 26 de Março. Artigo 10º, ponto 2.
105
Decreto-Lei nº74/2004 de 26 de Março. Artigo 12º, ponto 1.
106
Decreto-Lei nº2472006 de 6 de Fevereiro. Introdução.
59
A expressão oral em FLE
107
“A avaliação sumativa interna realiza-se:
a) Integrada no processo de ensino-aprendizagem e formalizada em reuniões do conselho de turma no final dos
1º,2º e 3º períodos lectivos”. Portaria nº1322/2007 de 4 de Outubro.artigo 14º, ponto 2a).
108
“Portaria nº1322/2007 de 4 de Outubro.artigo 9º, ponto 3b).
60
A expressão oral em FLE
61
A expressão oral em FLE
Como vimos no capítulo 4.1. a integração formal da componente oral na avaliação formativa
e sumativa das línguas estrangeiras no Ensino Secundário em Portugal foi um processo lento
e faseado, que ainda não nos parece concluído, visto não abranger a avaliação sumativa
externa.
Contudo, pensamos que existem alguns indicadores que remetem para uma mudança que
poderá incluir a introdução da componente oral nos exames nacionais.
Em 2004 /2005, o GAVE (Gabinete de Avalição Educacional) iniciou o projecto Provas de
Expressão Oral no âmbito da Avalição Externa da Comunicação Oral.
“O projecto de Avaliação da Comunicação Oral em Língua Estrangeira tem como principal
objectivo preparar os docentes de língua estrangeira para a avaliação da expressão oral em
condições de fiabilidade, designadamente através do desenvolvimento de competências para a
elaboração de guiões de provas orais estandardizadas e da familiarização com procedimentos a
observar na sua aplicação”109.
Em Fevereiro de 2006, um modelo experimental de prova oral para as disciplinas de Inglês e
Francês, nível de continuação, e Alemão e Espanhol, nível de iniciação, a aplicar aos alunos
do 12ºano, foi colocado à disposição das escolas que manifestaram o seu interesse em
participar nesta experiência (65 escolas do ensino público e privado, de norte a sul do país).
Além do modelo de prova foi também enviada toda a informação necessária para a sua
concretização, destacando-se os esclarecimentos relativos aos professores intervenientes (um
júri constituído por 3 professores) e à aplicação da prova propriamente dita, com regras
muito claras relativamente aos procedimentos a adoptar antes e durante a sua aplicação.
Durante a prova, com a duração de 15 a 20 minutos, por cada par de alunos (a prova foi
concebida para ser realizada pelos alunos em situação de pares), o professor que exerce a
função de examinador/interlocutor, respeitando a distribuição espacial indicada pelo GAVE,
segue o guião pré-definido e interage com os alunos, registando ao mesmo tempo o
desempenho dos alunos numa grelha de classificação.110 O professor examinador-
109
GAVE, Gabinete de Avaliação educacional. Ministério da Educação, Portal da Educação. Consultado a 10
de Dezembro de 2009. Disponível em
http://www.minedu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//www.gave.min-edu.pt/
110
Anexo 10 - Grelhas (categorias e descritores, classificação).
62
A expressão oral em FLE
111
CONSELHO DA EUROPA. (2006: 56-57), Quadro europeu comum de referência para as línguas:
aprendizagem, ensino, avaliação. Trad. ROSÁRIO, Maria Joana Pimentel ; SOARES, Nuno Vedial. 2ª
ed. Lisboa: Asa.
112
Anexo 10 - Grelhas (categorias e descritores, classificação).
113
Anexo 11 – Interacção - Descritores GAVE e QECR.
63
A expressão oral em FLE
Além destas diferenças na formulação dos descritores, constatamos que na grelha do GAVE,
não existe descritor para o A2, sendo imediatamente perceptível a sensação de vazio
descritivo entre o nível A1 e o nível B1.
Quanto aos pesos/percentagens atribuídas a cada categoria, o GAVE não forneceu qualquer
justificação.
Após a realização da prova todos os intervenientes responderam aos questionários enviados
pelo GAVE114. Os professores responderam a 3 questionários diferentes: enquanto
examinador-interlocutor; examinador-classificador e júri, sendo os dois primeiros
individuais e o último de grupo. Os alunos participantes nesta experiência também
preencheram um questionário individual.
Quanto à estrutura da Prova, está definida uma duração aproximada de 15 minutos para cada
grupo de 2 alunos, sendo indicados os domínios de referência (adequados ao público-alvo –
12ºano, nível de continuação) e as partes constituintes:
1. Entretien dirigé - (3 minutos para os dois alunos)
2. Expression d’un point de vue - (2 minutos + 2 minutos de preparação para cada aluno)
3. Réalisation de la tâche – (6 minutos para os dois alunos = 2 minutos de preparação + 3
minutos para as intervenções dos alunos + 1 minuto para colocação de questões).
Refira-se que o guião da prova115 tem uma descrição detalhada de cada parte, contemplando
as várias hipóteses de questões a colocar e formas de abordar os alunos.
Apesar desta aparente rigidez, é lembrado ao professor examinador/interlocutor que este
guião é apenas indicativo, sendo-lhe deixada a liberdade de o apresentar de forma pessoal,
devendo contudo, respeitar sempre as regras base de cada momento da prova.
Após o período de aplicação das provas nas várias escolas envolvidas, o GAVE analisou as
respostas aos questionários enviados, tendo posteriormente os resultados desta análise sido
divulgados numa reunião em que estiveram presentes os professores representantes de cada
escola.
114
Anexo 12 – Questionários enviados pelo GAVE.
115
Consultado a 18 de Agosto de 2009, disponível em
http://www.gave.minedu.pt/np3content/?newsId=237&fileName=frances_12ano_continuacao_2006.pdf
64
A expressão oral em FLE
116
Consultado a 18 de Janeiro de 2010, disponível em http://www.gave.min-edu.pt/np3/10.html
117
Anexo 10 - Grelhas (categorias e descritores, classificação)
66
A expressão oral em FLE
Âmbito
2006 2007 2008
B1 N3 N3
• É capaz de usar meios • Usa meios linguísticos • Para se exprimir sobre assuntos
linguísticos suficientes para suficientes e pertinentes, embora do quotidiano, usa :
sobreviver, exprimindo-se com recorra a circumlocuções para se - meios linguísticos suficientes
algumas hesitações e exprimir sobre a maioria dos e pertinentes;
circunlocuções sobre a maioria dos assuntos. - circunlocuções
assuntos pertinentes para o seu • As limitações lexicais provocam •Eventuais
quotidiano, mas as limitações hesitações, repetições e, às vezes, hesitações/repetições/dificuldades
lexicais provocam repetições e, às dificuldades com a formulação. de formulação.
vezes, dificuldades com a
formulação.
118
Anexo 13 – Grelha de descritores de 11º e 12º: exemplos de diferenças em 2 categorias.
67
A expressão oral em FLE
119
“L’évaluation holistique porte un jugement synthétique global. Les aspects différents sont mesurés
intuitivement par l’examinateur. L’évaluation analytique considère séparément les différents aspects”.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 144), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
68
A expressão oral em FLE
“ Toute certification est une validation officielle; elle constitue un passeport social à tous le
niveaux 121”.
A nível familiar (permitindo aos pais verificar o tipo e a qualidado do ensino ministrado aos
seus filhos), a nível do grupo social (os cursos e os diplomas contribuem para um
determinado posicionamento social e abrem muitas portas), ou ainda a nível profissional
(determinante na obtenção de um emprego / promoção), a avaliação/ certificação das
competências pode fazer a diferença, sobretudo se se tratar de validações externas,
reconhecidas, fiáveis e transparentes.
A mobilidade crescente a nível internacional impulsionou a aprendizagem das línguas
estrangeiras e consequentemente, a implementação de dispositivos de certificação/validação
de aprendizagens mais exigentes e adaptados às novas realidades. Os trabalhos do Conselho
da Europa, nomeadamente o QECR, respondem a estas novas necessidades, contribuindo
para a harmonização, equivalência e correspondência dos níveis de aprendizagem e de
avalição.
Os exames para certificação de competências permitem validar os saberes de um indivíduo
numa determinada língua e ao mesmo tempo consolidam e reforçam o interesse pela
aprendizagem dessa língua e da(s) cultura(s) a ela inerentes.
Nos anos 80, os exames DELF (Diplôme d’études de langue française) e DALF (Diplôme
approfondi de langue française) permitem dar um novo alento ao ensino/aprendizagem da
língua francesa. Perante a redução do número de estudantes da língua francesa, a obtenção
dos diplomas DELF e DALF valorizam o esforço daqueles que ainda a estudam/ensinam e,
ao mesmo tempo, representam para os detentores do diploma, a acreditação oficial122 de um
determinado nível de competência da língua francesa, em harmonia com o QECR.
120
Diplôme d’études en langue française
121
NOËL-JOTHY, Françoise; SAMPSONIS, Béatrix. (2006 : 7)
122
Estes diplomas representam a certificação oficial do Ministère Français de l’Éducation Nationale em FLE.
69
A expressão oral em FLE
Além destes diplomas, o CIEP é ainda responsável pelo TCF (Test de Connaissance du
Français), um teste de nível linguístico que posiciona o candidato numa escala de 6 níveis
(do A1 ao C2) correspondente à escala de competências do QECR.
Relativamente aos Diplomas DELF, existem várias versões, destinadas a públicos
diferentes :
DELF Tous publics, destinado a todo o tipo de público;
DELF Prim, destinado a crianças entre os 8 e os 12 anos ;
DELF Júnior e DELF Scolaire, destinados a um público adolescente integrado no sistema
escolar;
DELF Pro, vocacionado para o mundo profissional.
Segundo informações fornecidas por Maud LAUNAY, formadora do CIEP, no decorrer de
uma acção de formação125, em que estivemos presentes, o DELF tem conhecido, nos últimos
anos, um sucesso notável. As 220 mil inscrições de 2006, passaram a 290 mil em 2008 e em
2009 foi ultrapassado o patamar de um milhão de incrições.
Em Portugal este aumento também tem sido sentido126, sobretudo ao nível do DELF
Scolaire.
123
Décret nº 200-1017 du 12 octobre 2000 Article 2.2 Journal officiel nº 243 du 19 octobre 2000 page 16654.
124
<http://www.ciep.fr/delfdalf/index.php> consultado a 28 de Dezembro de 2009.
125
Habilitation de formateurs d’examinateurs/correcteurs DELF, realizada na Alliance Française do Porto,
nos dias 24, 25 e 26 de Setembro de 2009.
126
Anexo 14 - Os números do DELF e do DALF.
70
A expressão oral em FLE
Tendo em conta que o público com quem trabalhamos é um público adolescente, integrado
num estabelecimento de ensino público, o DELF Scolaire será a versão objecto da nossa
análise.
Em termos gerais, importa referir que o DELF Scolaire está estruturado em 4 diplomas/
níveis diferentes: A1, A2, B1 e B2127; Em cada nível/diploma são avaliadas as quatro
competências: compréhension de l’oral, compréhension des écrits, production écrite e
production orale.
Além de todas as informações de carácter administrativo, o site do CIEP disponibiliza
exemplos de provas de cada nível, incluindo a possibilidade de descarregar alguns
documentos áudio a utilizar nas provas de compreensão do oral128.
A maquette do exame é semelhante nos quatro níveis/diplomas que contemplam sempre uma
prova de compreensão do oral, uma prova de compreensão escrita, uma prova de produção
escrita e uma prova de produção oral, equivalendo cada uma delas a 25 pontos, para um total
de 100 pontos. Para que o candidato obtenha o diploma DELF Scolaire no nível a que
propôs, terá de obter um mínimo de 50 pontos e caso lhe seja atribuída classificação inferior
a 5 pontos em alguma das provas, será automaticamente eliminado.
Apesar desta semelhança estrutural e funcional, as diferenças decorrentes da maior
complexidade dos saberes a avaliar implicam variações ao nível da duração de cada prova,
do número, tipologia e extensão de textos, quer na compreensão quer na produção, tanto na
escrita como na oralidade.
Os documentos (orais e escritos) utilizados em cada diploma correspondem à tipologia de
documentos adaptada a cada nível, enunciada no QECR e nos Referenciais já publicados129.
Será ainda importante referir que em todos os diplomas está disponível uma versão para o
aluno – document du candidat: épreuves collectives et épreuve individuelle130- e uma versão
127
Anexo 15 - Caracterização dos níveis de competência : DELF scolaire
128
http://www.ciep.fr/delf-scolaire/sujets-delf-junior-et-scolaire.php consultado a 18 de Dezembro de 2009.
129
- ALLIANCE FRANÇAISE. (2008), Référentiel pour le Cadre Européen Commun. Paris : CLE
International.
- CONSEIL DE L’EUROPE. (2009), Niveau A1 pour le français – Un référentiel. Paris : Ed. Didier.
- CONSEIL DE L’EUROPE. (2008), Niveau A2 pour le français – Un référentiel. Paris : Ed. Didier.
- CONSEIL DE L’EUROPE. (2004), Niveau B2 pour le français – Un référentiel. Paris : Ed. Didier.
130
Épreuves collectives : Compréhension de l’oral, compréhension des écrits et production écrite
É preuves individuelles : Production orale
71
A expressão oral em FLE
para o professor – document réservé aux correcteurs, document réservé aux examinateurs e
document réservé aux surveillants131 consoante a situação e papel desempenhado pelo
professor (corrector, examinador ou vigilante).
131
Document réservé aux correcteurs para as provas de compreensão do oral, compreensão escrita e produção
escrita.
Document réservé aux examinateurs para a prova de produção oral.
Document réservé aux surveillants com as transcrições dos documentos audio da prova de compreensão do
oral.
72
A expressão oral em FLE
132
Anexo nº16 - Prova de Compreensão do Oral nos diplomas DELF Scolaire: A1, A2, B1 e B2.
133
Anexo nº16 - Prova de Compreensão do Oral nos diplomas DELF Scolaire: A1, A2, B1 e B2
134
“Les documents peuvent être:
- des documents de caractère informatif, information radiophonique, extrait d’un reportage, d’un cours
ou d’une conférence, présentation ou mode d’emploi d’un produit, publicité, etc.
73
A expressão oral em FLE
- des documents correspondant à des situations de la vie quotidienne : dialogues, interviews, messages,
annonces… ”
CHEVALIER-WIXLER, Dominique e outros. (2006 : 10), Réussir le Delf : Niveau B1 du cadre européen
commun de référence. Paris : Didier.
74
A expressão oral em FLE
135
Anexo 17 - Prova de Produção Oral nos diplomas DELF Scolaire: A1, A2, B1 e B2.
75
A expressão oral em FLE
136
- Anexo 18 – Prova de Produção Oral nos diplomas DELF Scolaire: A2 e B1 – quadro 1
137
- Anexo 18 – Prova de Produção Oral nos diplomas DELF Scolaire: A2 e B1 – quadro 2
138
Anexo 5 – Produção oral: escalas exemplificativas das actividades.
139
Anexo 7 – Interacção oral : escalas exemplificativas das actividades.
76
A expressão oral em FLE
“Peut demander et donner des informations dans des transactions simples de la vie quotidienne. Peut
faire, accepter ou refuser des propositions.
Peut entrer dans des relations sociales simplement mais efficacement, en utilisant les expressions
courantes et en suivant les usages de base”,
e os compararmos com os descritores da interacção oral (anexo 7), constatamos que o
exercice en interaction solicitado está adaptado ao perfil esperado para um falante de nível
A2, nomeadamente nas actividades conversation, coopération à visée fonctionnelle e obtenir
des biens et services. A aplicação, por parte do candidato, das estratégias de interacção
definidas para este nível: tours de parole, coopérer e faire clarifier, permitem-lhe retomar a
interacção e, em caso de dificuldade, solicitar clarificação ou repetição do que está a ser dito.
Se procedermos da mesma forma para os outros exercícios da Prova de Produção Oral do
Diploma DELF A2 ou B1, as conclusões são idênticas: quer os exercícios propostos nas
provas, quer os descritores disponíveis nas grelhas de avaliação estão adequados ao nível de
competência que se pretende certificar.
As provas de produção oral do diploma DELF nível A2 e B1 são cotadas para um total de 25
pontos e as grelhas de avaliação utilizadas140 estão subdivididas em 3 minigrelhas,
correspondentes a cada uma das partes da prova e uma última grelha relativa à prova no seu
conjunto, na qual são avaliadas as competências linguísticas, operacionalizadas em lexique
(étendue et maîtrise), morphosyntaxe et maîtrise du système phonologique.
A cada item a avaliar corresponde um descritor e uma consequente cotação a atribuir (pré-
definida com intervalos de 0,5 pontos) que exprimirá a maior ou menor competência do
candidato nesse item. A cotação definida para cada item, varia de acordo com o
diploma/nível; sendo dado maior peso ao domínio da vertente linguística (lexique,
morphosyntaxe et maîtrise du système phonologique)141 à medida que se pressupõe um
maior domínio da língua.
140
Anexo 19 – Grelha de avaliação da produção oral.
141
No Diploma DELF A2 a vertente linguística corresponde a 10 pontos e no DELF B1 corresponde a 12
pontos.
77
A expressão oral em FLE
Estas grelhas parecem-nos simples e objectivas, por isso adequadas à avaliação da expressão
oral, contudo, a sua utilização/aplicação no contexto para que foram criadas (exames DELF)
só é permitida a professores examinadores devidamente habilitados pelo CIEP.142
Para que estas grelhas conduzam a uma avaliação da produção oral válida, fiável e
exequível, consideramos que é fundamental um perfeito domínio dos descritores da
interacção e produção oral de cada nível, complementados pela consulta de um referencial.
Consideramos que os referenciais são de extrema utilidade para o professor de língua
estrangeira pois permitem :
“Etablir une correspondance entre les compétences à acquérir pour chacun des 6 niveaux du cadre
de Référence et les contenus d’apprentissage présents dans les supports pédagogiques, nécéssaires à
l’acquisition de ces compétences. Le référentiel permettra en outre de répérer plus clairement les
liens existants entre les contenus langagiers, les thèmes de communication, les contextes
d’utilisation de la langue et les types de supports choisis143”.
Assim, o referencial é útil não só para a criação de material pedagógico, nomeadamente de
provas de avaliação adequadas ao nível de competência do público a que se destina mas
também para ajudar o professor na operacionalização das competências linguísticas,
pragmáticas e sociolinguísticas. No momento da avaliação, a listagem dos savoir faire
communicatifs de cada competência, operacionalizados em actes de parole, contenus
linguistiques (grammaire et lexique) et contenus sociolinguistiques, permite ao professor
corrector/examinador objectivar/concretizar os descritores presentes por exemplo nas grelhas
de avaliação, facilitando a atribuição da cotação mais adequada às capacidades e
competências evidenciadas pelo aluno.
142
A formação dos professores correctores e examinadores dos exames DELF é da responsabilidade do CIEP
que organiza estágios de formação um pouco por todo o mundo. Para permitir uma rápida e eficaz
implementação dos exames DELF num número crescente de países, os formadores do CIEP dinamizam
também estágios de formação de formadores. Os professores que frequentam com sucesso (existe uma avalição
severa e com regras muito claras) esta formação de formadores ficam habilitados a, sob a supervisão do CIEP,
formar professores correctores e examinadores do DELF.
143
ALLIANCE FRANÇAISE. (2008 : 11), Référentiel pour le Cadre Européen Commun. Paris : CLE
International.
78
A expressão oral em FLE
Por exemplo, para realizar o exercício Expression d’un point de vue, correspondente à 3ª
parte da prova de produção oral do Diploma DELF B1, (exercice 3 – Document nº1- L’école
en famille144) disponível no site do CIEP, o aluno deverá evidenciar que consegue:
“Présenter d’une manière simple et directe le sujet à développer.
Présenter et expliquer avec assez de précision les points principaux d’une réflexion personnelle.
Relier une série d’éléments en un discours assez clair pour être suivi sans difficulté la plupart du
temps ”.
Para mostrar que mobiliza estes savoir faire, explicitos na consigne da prova:
“ Vous dégagerez le thème soulevé par le document ci-dessous. Vous présenterez ensuite votre
opinion sous la forme d’un petit exposé de 3 minutes environ. L’examinateur pourra vous poser
quelques questions”;
o aluno deverá conseguir utilizar alguns actes de parole, nomeadamente:
“- caractériser qqn ou qqch,
- exprimer un sentiment positif
- exprimer un sentiment négatif
- exprimer une opinion
- rapporter les paroles de qqn
- argumenter145”.
Para executar estes actes de parole, precisa de fazer uso de alguns conteúdos gramaticais,
como por exemplo:
“- l’expression de l’hypothèse,
- la localisation temporelle et spatiale
- les articulateurs chronologiques du discours146”
- (…)
Mas tal só será possível se conhecer e utilizar léxico relativo a:
“- la vie quotidienne
- les sujets d’actualité
- les médias”147.
144
Anexo 20 - DELF B1 – Exercicio 3 – Apresentação de um ponto de vista.
145
ALLIANCE FRANÇAISE. (2008 : 76-77), Référentiel pour le Cadre Européen Commun. Paris : CLE
International.
146
ALLIANCE FRANÇAISE. (2008 : 78-79), Référentiel pour le Cadre Européen Commun. Paris : CLE
International.
147
ALLIANCE FRANÇAISE. (2008 : 80), Référentiel pour le Cadre Européen Commun. Paris : CLE
International.
79
A expressão oral em FLE
Para concluir, a realização do exercício Expression d’un point de vue, implica ainda que, ao
nível da vertente sociocultural, o aluno saiba como começar e terminar uma exposição oral.
Como facilmente se depreende, apesar das tentativas de criação de grelhas que facilitem a
tarefa do professor examinador, a avaliação da produção oral dos Diplomas DELF não é
fácil, contudo, se o examinador tentar seguir escrupulosamente as Dix règles d’or du
comportement de l’évaluateur, enunciadas por VELTCHEFF; HILTON, (2005:137) e
sugeridas nas formações do DELF, sentir-se-á mais seguro e a avaliação da produção oral
ganhará em validade e fiabilidade.
80
A expressão oral em FLE
6.1. O público-alvo
148
Devido ao reduzido número de alunos inscritos na disciplina de francês, a Escola junta na turma de francês
alunos provenientes de várias turmas.
81
A expressão oral em FLE
Básico149, ficando muito aquém do esperado, sobretudo ao nível da expressão, tanto escrita
como oral.
Tendo em conta as lacunas detectadas na avaliação diagnóstica, no decorrer do 10ºano, mas
dando cumprimento ao Programa de Francês do Ensino Secundário, tentou-se desenvolver
a competência de comunicação150 e a competência estratégica151. Tal como já foi referido,
este trabalho foi dificultado pela existência de problemas de relacionamento entre os alunos,
pelo que foi necessário implementar actividades e tarefas que fomentassem a implicação real
dos alunos de forma responsável e cooperativa. Refira-se que o trabalho de grupo e a
consequente partilha de experiências e de responsabilidades foram de grande utilidade para
este crescimento, todavia, apesar do espírito de entreajuda que se foi criando, não foi
conseguida a participação da generalidade dos alunos nas actividades de interacção oral.
No início do 11ºano (ano lectivo 2008/2009) os problemas de relacionamento tinham-se
atenuado e gradualmente os alunos aceitaram melhor a participação em actividades de
interacção152, dando continuidade à aprendizagem progressiva de aceitação do outro e das
suas diferenças153.
Contudo, apesar de estes problemas estarem a ser ultrapassados, continuaram a ser um grupo
com um desempenho abaixo de esperado para o 11ºano. As suas dificuldades ao nível da
competência comunicativa eram um obstáculo para a realização das tarefas pedagógicas,
sobretudo as que envolvem uma componente de expressão oral. Acresce ainda o facto de
149
Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais (p.47-52).
150
Dimensão linguística, cultural e discursiva nas vertentes da recepção, interacção e produção.
151
O saber-fazer transversal, o aprender a aprender, a utilização de estratégias de organização do processo de
ensino-aprendizagem, a superação autónoma de dificuldades e a aquisição de hábitos de pesquisa autónoma,
recorrendo aos media e às TIC.
152
“Envolver-se em actividades de interacção: verbalizar sentimentos, partilhar conhecimentos e experiências e
expressar opiniões”. Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação
Geral e Formação Específica, (2001:11).
153
“ Responsabilizar-se pela(s) actividade(s) que lhe cabe(m); Contribuir para a superação de deficiências na
organização e desenvolvimento da(s) tarefa(s); co-responsabilizar-se pelos resultados globais da(s) tarefa(s);
expor opiniões e juízos de valor fundametados; aceitar opiniões e juízos de valor diversificados”. Programa de
Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação Específica,
(2001:11).
82
A expressão oral em FLE
154
Anexo 25 – Exemplo de actividade de avaliação da produção oral.
83
A expressão oral em FLE
fazendo pelo menos uma curta intervenção (é de lembrar que nas primeiras interacções
alguns alunos ficavam sistematicamente em silêncio).
A gravação em vídeo das actividades e a sua posterior visualização, além da função
formativa e formadora (permitindo ao aluno ter consciência das suas dificuldades e dos seus
progressos, fomentando a sua auto-confiança e autonomia), facilita também, quer para o
professor, quer para os alunos, a medição do progresso das aprendizagens.
84
A expressão oral em FLE
155
TAGLIANTE, Christine. (2007 : 88)
156
“La grille d’evaluation facilite l’évaluation, surtout lorsqu’il est fait appel à des correcteurs multiples. Elle
définit en fonction de l’objectif de l’activité, les critéres qui devront être évalués. Le barème attribue le nombre
de points par critère. On ne peut cependant pas tout mesurer. Plus on avancera dans la complexité des objectifs
et donc dans l’ouverture des outils d’évaluation, plus le correcteur s’impliquera dans sa façon d’apprécier les
performances. Le barème est là pour endiguer sa subjectivité”. TAGLIANTE, Christine. (2007 : 92)
157
“L’expérience prouve que la cohérence avec laquelle enseignants et apprenants peuvent interpréter les
descripteurs s’accroit si les descripteurs ne décrivent pas seulement CE QUE l’apprenant doit faire mais aussi
COMMENT (et à quel niveau de qualité) il doit le faire”. CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 137), Cadre
européen commun de référence pour les langues : apprendre, enseigner, évaluer.
85
A expressão oral em FLE
A este respeito, Christine Tagliante158 considera que uma grelha de avaliação da expressão
oral deve contemplar o conteúdo, a forma e a pronúncia.
Na sua opinião, o conteúdo é o critério mais importante.
“ Si ce qui est dit est captivant, la façon dont c’est dit importera moins que si le discours produit est
totalement banal, quelconque voir insignifiant”.
Para avaliar o conteúdo sugere que tenhamos em consideração:
- as ideias, as informações e a argumentação;
- a estrutura e organização da mensagem;
- a linguagem (a exactidão do vocabulário utilizado, a explicação/exemplificação em caso de
dificuldade…)
Para a forma, que considera “ plus difficile à évaluer”, deveremos ter em conta:
- a atitude geral , a postura.
- a voz, o volume, a articulação, a fluidez, a espontaneidade…
- o olhar, as pausas, os silêncios
- a capacidade de interacção (estratégias de compensação, de controle, de colaboração, de
correcção…), a capacidade de intervir no momento certo e contribuir para a sequência lógica
do discurso.
Por último, relativamente à pronúncia, Tagliante remete-nos para uma escala proposta pelo
linguista Harris159.
Ainda a este respeito, salienta a importância da ponderação, lembrando que, enquanto
professores avaliadores/ classificadores, temos que ter consciência que nem tudo pode ser
medido, por um lado é necessário evitar a subjectividade total sem critérios, mas por outro
lado, não podemos reduzir a avaliação à rigidez de uma grelha.
158
TAGLIANTE, Christine. (2007 : 65-67).
159
TAGLIANTE, Christine. (2007 : 67).
5 points Peut de traces d’accent étranger.
4 points Toujours intelligible, malgré un accent spécifique.
3 points Difficultés de prononciation qui exigent une attention soutenue et conduisent quelquefois au
malentendu.
2 points Très difficile à comprendre à cause desa prononciation. On doit souvent lui demander de
répéter.
1 point Difficultés de prononciation si graves que le discours est pratiquement inintelligible.
86
A expressão oral em FLE
160
TAGLIANTE, Christine. (2007 : 68-69), L’évaluation et le cadre européen commun.
161
TAGLIANTE, Christine. (2007 : 99-156), L’évaluation et le cadre européen commun.
162
Anexo 21 - Propostas de actividades de interacção oral e respectivas grelhas de avaliação.
163
CUQ, Jean-Pierre, GRUCA, Isabelle. (2002 : 216-217), Cours de didactique du français langue étrangère et
seconde.- Grenoble : PUG.
87
A expressão oral em FLE
en continu, afirmam que a primeira é bastante mais difícil de avaliar (está em causa a
espontaneidade do tomar a palavra, a necessidade de cooperar com o interlocutor e de dar
continuidade à interacção).
Na sua opinião, para a construção de um instrumento de avaliação da expressão oral
(produção ou interacção) é indispensável a interiorização dos descritores adequados pois
“ chaque type d’exercice oral que vous proposez nécessite ses descripteurs. Si vous proposez un jeu
de rôles, vous n’aurez pas les mêmes attentes que pour un exposé. (…) Il s’agit de vous faire
prendre conscience qu’à chaque activité orale correspondent des descripteurs spécifiques,
descripteurs que chaque professeur peut formuler selon les besoins en se référant au cadre
global 164”.
Tendo presente os descritores adequados é recomendável reflectir sobre as diferentes
dimensões da expressão oral em termos de avaliação. A este respeito, apresentam um quadro
165
muito útil na tarefa do professor enquanto avaliador, definindo alguns critérios
qualitativos a avaliar na produção oral e as respectivas situações de avaliação que permitirão
a sua concretização efectiva (quem faz o quê e como, recorrendo a que suportes).
Para uma situação de avaliação formativa da interacção oral, neste caso uma actividade de
jeu de rôles, sem necessidade de quantificação de resultados, Veltcheff e Hilton sugerem
uma ficha de avaliação que poderemos facilmente adaptar a outras situações de interacção
oral166. Partindo dos critérios constantes desta ficha, sugerem uma grelha para uma situação
de avaliação sumativa167.
À semelhança de outras grelhas de avaliação da interacção oral, apesar de a enunciação ser
diferente, estão presentes a forma (compétence linguistique) e o conteúdo (capacité à
communiquer), distinguindo-se neste caso a introdução do factor risco (originalité de
l’expression -“prime de risque”). Nesta proposta de grelha, os pontos a atribuir a cada
critério surgem na totalidade e não escalonados, por pontos ou meios-pontos que bastaria
seleccionar, o que, no nosso ponto de vista, facilitaria a sua aplicação.
164
VELTCHEFF, Caroline ; HILTON, Stanley. (2005 : 126), L’évaluation en FLE. 2ª ed. Paris : Hachette.
165
Anexo 22 - Critérios qualitativos para avaliação da exp.oral e respectivos dispositivos de avaliação.
166
Anexo 23 – Ficha de avaliação de jeu de rôles.
167
Anexo 24 – Grelha de avaliação de jeu de rôles
88
A expressão oral em FLE
168
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 137), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer.
89
A expressão oral em FLE
169
Anexo 5 - Produção oral : escalas exemplificativas das actividades.
170
Anexo 19 - Grelha de Avaliação da produção oral nos diplomas DELF Scolaire: A2 e B1.
171
Anexo 25 - Exemplo de actividade de avaliação da produção oral.
172
Anexo 26 - Exemplo de ficha de auto e hetero- avaliação da produção oral.
90
A expressão oral em FLE
Refira-se que as actividades em grupo-turma eram sempre do agrado dos alunos, todavia, no
meio da relativa confusão que acabava por se instalar, fruto da espontaneidade pouco
habitual, alguns alunos quase nada diziam, enquanto outros monopolizavam
sistematicamente a palavra.
De cada vez que realizavam actividades de interacção oral era necessário visualizarem-se,
perceberem o que faziam bem e o que era necessário alterar, para finalmente
compreenderem que todos deviam participar, que não havia medo do erro e que o mote era
não ficar calado e arriscar.
Como é possível verificar no vídeo da actividade, no último trabalho que realizaram no final
do 11ºano, apesar de nem sempre respeitarem as regras estabelecidas e os compromissos
assumidos, acabaram realmente por conseguir superar alguns receios e arriscar.
Após a realização desta tarefa173, visualizaram-se e teceram comentários acerca do que
conseguiram ou não fazer, identificaram erros, trocaram elogios e propuseram estratégias de
remediação. Para concluir, formalizaram estas apreciações através do preenchimento de uma
ficha de auto-avaliação174 que inclui propostas de remediação.
Estamos perante uma situação em que os alunos se empenharam e conseguiram realizar com
êxito a tarefa que lhes foi proposta pelo professor, todavia, a quantificação da prestação de
cada participante, à primeira vista não parece exequível.
Apesar de a gravação vídeo permitir a visualização repetida da actividade, há vários factores
que condicionam a validade e fiabilidade da avaliação. As condições de gravação não são
perfeitas, havendo algum ruído de fundo, temos alunos que falam baixo ou que fazem apenas
uma ou duas intervenções e outros que monopolizam a palavra, não respeitando por vezes as
intervenções dos colegas.
Perante todos estes considerandos, a nossa tendência, enquanto professores, será não integrar
este tipo de tarefa na avaliação formal da expressão oral. No entanto, se cedermos a esta
tentação, corremos o risco de desmotivar o nosso público, pois quando uma actividade “não
é para nota”, como habitualmente se diz no meio escolar, o empenho pode ser menor.
Assim, porque consideramos que a interacção oral em grande grupo é profícua para o
crescimento desse grupo, não só ao nível da competência de comunicação mas também da
173
Anexo 28 - Exemplo de tarefa para avaliação formal de interacção oral.
174
Anexo 27 - Exemplo de ficha de auto - avaliação da interacção oral.
91
A expressão oral em FLE
175
Anexo 28 - Exemplo de tarefa para avaliação formal de interacção oral.
92
A expressão oral em FLE
176
Anexo 28 - Exemplo de tarefa para avaliação formal de interacção oral.
177
Anexo 29 – Proposta de grelha de avaliação da interacção oral.
178
Anexo 30 – Questionário para os professores classificadores.
93
A expressão oral em FLE
Perante uma mesma situação de interacção oral em grande grupo, os três professores
reagiram de forma diferente.179
Para facilitar a análise dos resultados, designaremos os professores pelas letras A, B e C.
Enquanto os professores A e B, apesar das dificuldades sentidas, preencheram as grelhas que
propusemos, o professor C optou por sugerir e utilizar uma estrutura mais simples para fazer
a avaliação, sem contudo a quantificar.
Se compararmos as classificações atribuídas pelos professores A e B a cada aluno,
verificamos em metade dos alunos há diferenças de apenas um ou dois pontos, o que é muito
positivo, tendo em conta uma escala de zero a vinte pontos. No entanto, em três alunos a
diferença é de três ou quatro pontos, pondo em causa a validade e fiabilidade do instrumento
de avaliação utilizado. Há ainda a referir que o professor B não atribuiu classificação a dois
alunos que falaram menos e num tom de voz pouco audível.
Se além das classificações finais, compararmos também os pontos atribuídos em cada
critério, constatamos que apesar de haver situações em que os dois professores atribuiram
exactamente a mesma cotação, na generalidade dos casos, há discrepâncias nos pontos
atribuídos.
O professor C não utilizou as grelhas propostas por considerar que o número de critérios era
demasiado elevado, compartimentando excessivamente a avaliação do desempenho do
aluno. O preenchimento de uma grelha individual para cada aluno não lhe pareceu
exequível, por ser desgastante e moroso. Para ultrapassar algumas destas dificuldades
sugeriu a colocação de todos os alunos numa grelha única e a utilização máxima de três
critérios que poderiam ser os apresentados (contenu, langue e communication) mas sem as
subdivisões que propusemos e a utilização de sinais -, + - , +, ++ , que poderiam
corresponder a uma cotação predefinida.
Tendo em conta os critérios, Contenu, Langue e Comunication, fez uma apreciação do
desempenho de cada aluno, tendo atribuído sinais + e – nos três critérios. Em
Communication, além dos sinais já referidos, atribuiu também pontuação de 2 a 8. Se
179
Anexo 31 – Propostas dos professores
94
A expressão oral em FLE
95
A expressão oral em FLE
96
A expressão oral em FLE
Reflexões finais
Avaliar a expressão oral como objecto de estudo revelou-se um tema complexo e ingrato
mas ao mesmo tempo apaixonante; um domínio onde não há soluções perfeitas e
predefinidas, onde o questionamento e a reflexão abrem as portas do rigor mas não do
dogmatismo e da mensurabilidade total.
“Une évaluation, même si elle s’entoure de toutes les précautions possibles, ne peut être totalement
objective (…) Si l’évaluation doit être rigoureuse, elle doit également être consciente de ses
limites”180.
Estando conscientes destes limites levámos a cabo este estudo procurando descodificar
conceitos e metodologias, primeiro ao nível da oralidade em termos gerais e posteriormente
da avaliação da expressão oral em sentido mais restrito. Estabelecemos pontes com a nossa
realidade, num percurso que focou modelos institucionais (as Provas Experimentais de
Avaliação da Expressão Oral e o DELF), para finalmente se centrar na nossa sala de aula,
nas propostas sempre imperfeitas dos nossos instrumentos de avaliação.
Restam-nos as palavras de alguns mestres que desfazem “le mythe du tout mesurable”,
admitindo que
“Malgré le développement d’instruments objectis, fondés sur le morcellement méthodologique de
l’objet linguistique et sur des principes de quantification qui paraissent en garantir l’objectivité, on
doit bien admettre que mesurer de façon fiable le degré d’aquisition des compétences d’un
apprenant reste une opération aux résultats pratiques bien incertains”181.
Contudo lembram que
“chaque instrument a ses propres limites qu’il faut connaître pour bien l’utiliser”182.
Apesar de não apresentarmos soluções, consideramos que o nosso trabalho não foi em vão,
porquanto ao conhecermos e testarmos alguns limites da avaliação da expressão oral,
180
VELTCHEFF, Caroline ; HILTON, Stanley. (2005 : 140-141), L’évaluation en FLE. 2ª ed. Paris : Hachette.
181
CUQ, Jean-Pierre, GRUCA, Isabelle. (2002 : 217), Cours de didactique du français langue étrangère et
seconde.- Grenoble : PUG.
182
CUQ, Jean-Pierre, GRUCA, Isabelle. (2002 : 215), Cours de didactique du français langue étrangère et
seconde.- Grenoble : PUG.
97
A expressão oral em FLE
abrimos caminho para outros percursos, para um voo mais alto, em que possamos
aperfeiçoar e testar o que agora conhecemos.
98
A expressão oral em FLE
Bibliografia
ALMEIDA, Leandro ; TAVARES, José (org.). (1998), Conhecer, aprender, avaliar. 1ª ed.
Porto: Porto Editora.
BEACCO, Jean-Claude. (2007), L'approche par compétences, 1ª ed. Paris : Editions Didier.
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BIZARRO, Rosa. (2008), Ensinar e aprender línguas e culturas estrangeiras hoje: que
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de planificação à planificação em projecto. 1ª ed. Lisboa: Ed. ASA.
BROWN, Sally e outros. (2000), Guia da avaliação. Trad. PEIXOTO, Maria das
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CORTESÃO, Luíza (1993), Avaliação Formativa – Que desafios ? Lisboa: Ed. ASA.
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GODARD, Emmanuel e outros (2008), Les clés du nouveau Delf B1 ; Barcelone : PUG e
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LALLEMENT Brigitte, PIERRET Nathalie. (2007), L'essentiel du CECR pour les langues :
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LUSSIER, Denise. (1992), Evaluer les apprentissages dans une approche communicative.
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TAGLIANTE, Christine. (1998), Tests de niveau en français langue étrangère. Paris : CLE
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105
A expressão oral em FLE
Sitografia
107
A expressão oral em FLE
Anexos
108
A expressão oral em FLE
Conditions et contraintes
Le cadre extérieur dans lequel la communication a lieu impose différentes contraintes, par exemple :
• conditions matérielles
a. pour l’oral
– clarté de la prononciation (diction)
– bruit ambiant (trains, avions, parasites, etc.)
– interférences (rue bondée, marchés, cafés, soirées, discothèques, etc.)
– distorsions (mauvaises lignes téléphoniques, réception par radio, systèmes de sonorisation)
– conditions météorologiques (vent, froid extrême, etc.).
b. pour l’écrit
– imprimé de mauvaise qualité
– écriture peu lisible
– éclairage faible, etc.
• conditions sociales
– nombre d’interlocuteurs et la familiarité qu’ils ont entre eux
– statut relatif des participants (pouvoir et solidarité, etc.)
– présence/absence de public ou d’oreilles indiscrètes
– nature des relations entre les participants (par exemple, amitié/inimitié, coopération)
• contraintes de temps
– contraintes différentes pour le locuteur et l’auditeur (temps réel) ou le scripteur et le lecteur (plus
souple)
– temps de préparation (pour discours, rapports, etc.)
– limites imposées sur le temps imparti pour les prises de parole et les interactions (par exemple, par
des règles, les frais en cours, les événements concomitants et les responsabilités engagées, etc.)
• autres contraintes
- financières ; angoissantes (situation d’examen), etc.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 42), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
109
A expressão oral em FLE
B1 Possède une gamme assez étendue de langue pour décrire des situations imprévisibles,
expliquer le point principal d’un problème ou d’une idée avec assez de précision et
exprimer sa pensée sur des sujets abstraits ou culturels tels que la musique ou le cinéma.
A2 Possède un répertoire de langue élémentaire qui lui permet de se débrouiller dans des
situations courantes au contenu prévisible, bien qu’il lui faille généralement chercher
ses mots et trouver un compromis par rapport à ses intentions de communication.
Peut produire de brèves expressions courantes afin de répondre à des besoins simples de
type concret : détails personnels, routines quotidiennes, désirs et besoins, demandes
d’information.
Compétence lexicale
ÉTENDUE DU VOCABULAIRE
110
A expressão oral em FLE
MAÎTRISE DU VOCABULAIRE
B1 Montre une bonne maîtrise du vocabulaire élémentaire mais des erreurs sérieuses se
produisent encore quand il s’agit d’exprimer une pensée plus complexe.
Compétence grammaticale
CORRECTION GRAMMATICALE
B1 Communique avec une correction suffisante dans des contextes familiers ; en règle
générale, a un bon contrôle grammatical malgré de nettes influences de la langue
maternelle. Des erreurs peuvent se produire mais le sens général reste clair.
Peut se servir avec une correction suffisante d’un répertoire de tournures et expressions
fréquemment utilisées et associées à des situations plutôt prévisibles.
A2 Peut utiliser des structures simples correctement mais commet encore systématiquement
des erreurs élémentaires comme, par exemple, la confusion des temps et l’oubli de
l’accord. Cependant le sens général reste clair.
Compétence phonologique
A2 La prononciation est en général suffisamment claire pour être comprise malgré un net
accent étranger mais l’interlocuteur devra parfois faire répéter.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 86-93), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
111
A expressão oral em FLE
Compétence pragmatique
SOUPLESSE
B1 Peut adapter son expression pour faire face à des situations moins courantes, voire
difficiles.
Peut exploiter avec souplesse une gamme étendue de langue simple afin d’exprimer
l’essentiel de ce qu’il/elle veut dire.
A2 Peut adapter à des circonstances particulières des expressions simples bien préparées et
mémorisées au moyen d’une substitution lexicale limitée.
TOURS DE PAROLE
B1 Peut intervenir dans une discussion sur un sujet familier en utilisant l’expression qui
convient pour attirer l’attention.
Peut lancer, poursuivre et clore une conversation simple en face à face sur des sujets
familiers ou personnels.
A2 Peut utiliser des techniques simples pour lancer, poursuivre et clore une brève
conversation.
DÉVELOPPEMENT THÉMATIQUE
B1 Peut avec une relative aisance raconter ou décrire quelque chose de simple et de
linéaire.
A2 Peut raconter une histoire ou décrire quelque chose avec une simple liste de points
successifs.
112
A expressão oral em FLE
COHÉRENCE ET COHÉSION
B1 Peut relier une série d’éléments courts, simples et distincts en un discours qui
s’enchaîne.
A2 Peut utiliser les articulations les plus fréquentes pour relier des énoncés afin de raconter
une histoire ou décrire quelque chose sous forme d’une simple liste de points.
Peut relier des groupes de mots avec des connecteurs simples tels que « et », « mais » et
« parce que ».
AISANCE À L’ORAL
B1 Peut s’exprimer avec une certaine aisance. Malgré quelques problèmes de formulation
ayant pour conséquence pauses et impasses, est capable de continuer effectivement à
parler sans aide.
Peut discourir de manière compréhensible même si les pauses pour chercher ses mots et
ses phrases et pour faire ses corrections sont très évidentes, particulièrement dans les
séquences plus longues de production libre.
A2 Peut se faire comprendre dans une brève intervention, même si la reformulation, les
pauses et les faux démarrages sont très évidents.
Peut construire des phrases sur des sujets familiers avec une aisance suffisante pour
gérer des échanges courts et malgré des hésitations et des faux démarrages évidents.
PRÉCISION
B1 Peut expliquer les points principaux d’une idée ou d’un problème avec une précision
suffisante.
A2 Peut communiquer ce qu’il/elle veut dire dans un échange d’information limité, simple
et direct sur des sujets familiers et habituels, mais dans d’autres situations, doit
généralement transiger sur le sens.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 96-101), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
113
A expressão oral em FLE
Compétence sociolinguistique
CORRECTION SOCIOLINGUISTIQUE
Est conscient des différences les plus significatives entre les coutumes, les usages, les
attitudes, les valeurs et les croyances qui prévalent dans la communauté concernée et
celles de sa propre communauté et en recherche les indices.
A2 Peut s’exprimer et répondre aux fonctions langagières de base telles que l’échange
d’information et la demande et exprimer simplement une idée et une opinion.
Peut entrer dans des relations sociales simplement mais efficacement en utilisant les
expressions courantes les plus simples et en suivant les usages de base.
Peut se débrouiller dans des échanges sociaux très courts, en utilisant les formes
quotidiennes polies d’accueil et de contact. Peut faire des invitations, des excuses et y
répondre.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 93-96), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
114
A expressão oral em FLE
B1 Peut assez aisément mener à bien une description directe et non compliquée de sujets
variés dans son domaine en la présentant comme une succession linéaire de points.
A2 Peut décrire ou présenter simplement des gens, des conditions de vie, des activités
quotidiennes, ce qu’on aime ou pas, par de courtes séries d’expressions ou de phrases
non articulées.
B1 Peut faire une description directe et simple de sujets familiers variés dans le cadre de
son domaine d’intérêt.
Peut rapporter assez couramment une narration ou une description simples sous forme
d’une suite de points. Peut relater en détail ses expériences en décrivant ses sentiments
et ses réactions.
Peut relater les détails essentiels d’un événement fortuit, tel un accident.
Peut raconter l’intrigue d’un livre ou d’un film et décrire ses propres réactions.
A2 Peut raconter une histoire ou décrire quelque chose par une simple liste de points. Peut
décrire les aspects de son environnement quotidien tels que les gens, les lieux,
l’expérience professionnelle ou scolaire.
Peut faire une description brève et élémentaire d’un événement ou d’une activité.
Peut décrire des projets et préparatifs, des habitudes et occupations journalières, des
activités passées et des expériences personnelles.
Peut décrire et comparer brièvement, dans une langue simple, des objets et choses lui
appartenant.
Peut décrire sa famille, ses conditions de vie, sa formation, son travail actuel ou le
dernier en date.
115
A expressão oral em FLE
B1 Peut développer une argumentation suffisamment bien pour être compris sans difficulté
la plupart du temps.
ANNONCES PUBLIQUES
B1 Peut faire de brèves annonces préparées sur un sujet proche des faits quotidiens dans
son domaine, éventuellement même avec un accent et une intonation étrangers qui
n’empêchent pas d’être clairement intelligible.
A2 Peut faire de très brèves annonces préparées avec un contenu prévisible et appris de
telle sorte qu’elles soient intelligibles pour des auditeurs attentifs.
Note : les descripteurs de cette sous-échelle ont été créés par de nouvelles combinaisons d’éléments extraits
d’autres échelles.
S’ADRESSER À UN AUDITOIRE
B1 Peut faire un exposé simple et direct, préparé, sur un sujet familier dans son domaine
qui soit assez clair pour être suivi sans difficulté la plupart du temps et dans lequel les
points importants soient expliqués avec assez de précision.
Peut gérer les questions qui suivent mais peut devoir faire répéter si le débit était rapide.
A2 Peut faire un bref exposé préparé sur un sujet relatif à sa vie quotidienne, donner
brièvement des justifications et des explications pour ses opinions, ses projets et ses
actes.
Peut répondre aux questions qui suivent si elles sont simples et directes et à condition
de pouvoir faire répéter et se faire aider pour formuler une réponse.
Note : les descripteurs de cette sous-échelle ont été créés par de nouvelles combinaisons d’éléments extraits
d’autres échelles.
116
A expressão oral em FLE
Stratégies de production
PLANIFICATION
Peut prévoir et préparer la façon de communiquer les points importants qu’il/elle veut
transmettre en exploitant toutes les ressources disponibles et en limitant le message aux
moyens d’expression qu’il/elle trouve ou dont il/elle se souvient.
A2 Peut tirer de son répertoire une série d’expressions appropriées et les préparer en se les
répétant.
COMPENSATION
B1 Peut définir les caractéristiques de quelque chose de concret dont le nom lui échappe.
Peut exprimer le sens d’un mot en en donnant un autre signifiant quelque chose de
semblable (par exemple, « un camion pour voyageurs » pour « un bus »).
Peut utiliser un mot simple signifiant quelque chose de semblable au concept recherché
et solliciter une « correction ».
A2 Peut utiliser un mot inadéquat de son répertoire et faire des gestes pour clarifier ce qu’il
veut dire.
CONTRÔLE ET CORRECTION
B1 Peut corriger les confusions de temps ou d’expressions qui ont conduit à un malentendu
à condition que l’interlocuteur indique qu’il y a un problème.
Peut recommencer avec une tactique différente s’il y a une rupture de communication.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 49-54), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
117
A expressão oral em FLE
B1 Peut comprendre une information factuelle directe sur des sujets de la vie quotidienne
ou relatifs au travail en reconnaissant les messages généraux et les points de détail, à
condition que l’articulation soit claire et l’accent courant.
Peut comprendre les points principaux d’une intervention sur des sujets familiers
rencontrés régulièrement au travail, à l’école, pendant les loisirs, y compris des récits
courts.
A2 Peut comprendre assez pour pouvoir répondre à des besoins concrets à condition que la
diction soit claire et le débit lent.
Peut comprendre des expressions et des mots porteurs de sens relatifs à des domaines de
priorité immédiate (par exemple, information personnelle et familiale de base, achats,
géographie locale, emploi).
B1 Peut généralement suivre les points principaux d’une longue discussion se déroulant en
sa présence, à condition que la langue soit standard et clairement articulée.
B1 Peut suivre une conférence ou un exposé dans son propre domaine à condition que le
sujet soit familier et la presentation directe, simple et clairement structurée.
Peut suivre le plan général d’exposés courts sur des sujets familiers à condition que la
langue en soit standard et clairement articulée.
B1 Peut comprendre des informations techniques simples, tels que des modes d’emploi
pour un équipement d’usage courant.
118
A expressão oral em FLE
A2 Peut saisir le point essentiel d’une annonce ou d’un message brefs, simples et clairs.
Peut comprendre des indications simples relatives à la façon d’aller d’un point à un
autre, à pied ou avec les transports en commun.
B1 Peut comprendre une grande partie des programmes télévisés sur des sujets d’intérêt
personnel, tels que brèves interviews, conférences et journal télévisé si le débit est
relativement lent et la langue assez clairement articulée.
Peut suivre de nombreux films dans lesquels l’histoire repose largement sur l’action et
l’image et où la langue est claire et directe.
Peut comprendre les points principaux des programmes télévisés sur des sujets familiers
si la langue est assez clairement articulée.
119
A expressão oral em FLE
Estratégias de recepção
B1 Peut identifier des mots inconnus à l’aide du contexte sur des sujets relatifs à son
domaine et à ses intérêts.
A2 Peut utiliser le sens général d’un texte ou d’un énoncé courts sur des sujets quotidiens
concrets pour déduire du contexte le sens probable de mots inconnus.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 55-60), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
120
A expressão oral em FLE
B1 Peut communiquer avec une certaine assurance sur des sujets familiers habituels ou non
en relation avec ses intérêts et son domaine professionnel. Peut échanger, vérifier et
confirmer des informations, faire face à des situations moins courantes et expliquer
pourquoi il y a une difficulté. Peut exprimer sa pensée sur un sujet abstrait ou culturel
comme un film, des livres, de la musique, etc.
Peut exploiter avec souplesse une gamme étendue de langue simple pour faire face à la
plupart des situations susceptibles de se produire au cours d’un voyage. Peut aborder
sans préparation une conversation sur un sujet familier, exprimer des opinions
personnelles et échanger de l’information sur des sujets familiers, d’intérêt personnel ou
pertinents pour la vie quotidienne (par exemple, la famille, les loisirs, le travail, les
voyages et les faits divers).
A2 Peut interagir avec une aisance raisonnable dans des situations bien structurées et de
courtes conversations à condition que l’interlocuteur apporte de l’aide le cas échéant.
Peut faire face à des échanges courants simples sans effort excessif ; peut poser des
questions, répondre à des questions et échanger des idées et des renseignements sur des
sujets familiers dans des situations familières prévisibles de la vie quotidienne.
Peut communiquer dans le cadre d’une tâche simple et courante ne demandant qu’un
échange d’information simple et direct sur des sujets familiers relatifs au travail et aux
loisirs. Peut gérer des échanges de type social très courts mais est rarement capable de
comprendre suffisamment pour alimenter volontairement la conversation.
B1 Peut suivre un discours clairement articulé et qui lui est destiné dans une conversation
courante, mais devra quelquefois faire répéter certains mots ou expressions.
A2 Peut comprendre suffisamment pour gérer un échange simple et courant sans effort
excessif.
Peut généralement comprendre un discours qui lui est adressé dans une langue standard
clairement articulée sur un sujet familier, à condition de pouvoir demander de répéter
ou reformuler de temps à autre.
Peut comprendre ce qui lui est dit clairement, lentement et directement dans une
conversation quotidienne simple à condition que l’interlocuteur prenne la peine de
l’aider à comprendre.
121
A expressão oral em FLE
CONVERSATION
Peut soutenir une conversation ou une discussion mais risque d’être quelquefois
difficile à suivre lorsqu’il/elle essaie de formuler exactement ce qu’il/elle aimerait dire.
Peut réagir à des sentiments tels que la surprise, la joie, la tristesse, la curiosité et
l’indifférence et peut les exprimer.
Peut généralement comprendre un discours standard clair, qui lui est adressé, sur un
sujet familier, à condition de pouvoir faire répéter ou reformuler de temps à autre.
Peut participer à de courtes conversations dans des contextes habituels sur des sujets
généraux.
Peut gérer de très courts échanges sociaux mais peut rarement soutenir une conversation
de son propre chef bien qu’on puisse l’aider à comprendre si l’interlocuteur en prend la
peine.
Peut utiliser des formules de politesse simples et courantes pour s’adresser à quelqu’un
ou le saluer.
B1 Peut suivre l’essentiel de ce qui se dit autour de lui sur des thèmes généraux, à condition
que les interlocuteurs évitent l’usage d’expressions trop idiomatiques et articulent
clairement.
Peut comparer et opposer des alternatives en discutant de ce qu’il faut faire, où il faut
aller, qui désigner, qui ou quoi choisir, etc.
122
A expressão oral em FLE
Peut, en règle générale, suivre les points principaux d’une discussion d’une certaine
longueur se déroulant en sa présence à condition qu’elle ait lieu en langue standard
clairement articulée.
Peut émettre ou solliciter un point de vue personnel ou une opinion sur des points
d’intérêt général.
Peut faire comprendre ses opinions et réactions pour trouver une solution à un problème
ou à des questions pratiques relatives à où aller ? que faire ? comment organiser (une
sortie, par exemple) ?
Peut exprimer poliment ses convictions, ses opinions, son accord et son désaccord.
B1 Peut suivre l’essentiel de ce qui se dit relatif à son domaine, à condition que les
interlocuteurs évitent l’usage d’expressions trop idiomatiques et articulent clairement.
Peut prendre part à une discussion formelle courante sur un sujet familier conduite dans
une langue standard clairement articulée et qui suppose l’échange d’informations
factuelles, en recevant des instructions ou la discussion de solutions à des problèmes
pratiques.
A2 Peut en général suivre les changements de sujets dans une discussion formelle relative à
son domaine si elle est conduite clairement et lentement.
Peut échanger des informations pertinentes et donner son opinion sur des problèmes
pratiques si on le/la sollicite directement à condition d’être aidé(e) pour formuler et de
pouvoir faire répéter les points importants le cas échéant.
Peut dire ce qu’il/elle pense des choses si on s’adresse directement à lui/elle dans une
réunion formelle, à condition de pouvoir faire répéter le cas échéant.
123
A expressão oral em FLE
Peut expliquer pourquoi quelque chose pose problème, discuter de la suite à donner,
comparer et opposer les solutions.
Peut, en règle générale, suivre ce qui se dit et, le cas échéant, peut rapporter en partie ce
qu’un interlocuteur a dit pour confirmer une compréhension mutuelle.
Peut faire comprendre ses opinions et réactions par rapport aux solutions possibles ou à
la suite à donner, en donnant brièvement des raisons et des explications.
Peut inviter les autres à donner leur point de vue sur la façon de faire.
A2 Peut comprendre suffisamment pour gérer un échange courant et simple sans effort
excessif, en demandant en termes très simples de répéter en cas d’incompréhension.
Peut discuter de ce que l’on fera ensuite, répondre à des suggestions et en faire,
demander des directives et en donner.
Peut indiquer qu’il/elle suit et peut être aidé(e) à comprendre l’essentiel si le locuteur en
prend la peine.
B1 Peut faire face à la majorité des situations susceptibles de se produire au cours d’un
voyage ou en préparant un voyage ou un hébergement ou en traitant avec des autorités à
l’étranger.
Peut faire face à une situation quelque peu inhabituelle dans un magasin, un bureau de
poste ou une banque, par exemple en demandant à retourner un achat défectueux.
124
A expressão oral em FLE
A2 Peut se débrouiller dans les situations courantes de la vie quotidienne telles que
déplacements, logement, repas et achats.
Peut obtenir tous les renseignements nécessaires d’un office de tourisme à condition
qu’ils soient de nature simple et non spécialisée.
Peut obtenir des renseignements simples sur un voyage, utiliser les transports publics
(bus, trains et taxis), demander et expliquer un chemin à suivre, ainsi qu’acheter des
billets.
Peut poser des questions et effectuer des transactions simples dans un magasin, un
bureau de poste, une banque.
ÉCHANGE D’INFORMATION
B1 Peut échanger avec une certaine assurance un grand nombre d’informations factuelles
sur des sujets courants ou non, familiers à son domaine.
Peut expliquer comment faire quelque chose en donnant des instructions détaillées.
Peut résumer – en donnant son opinion – un bref récit, un article, un exposé, une
discussion, une interview ou un documentaire et répondre à d’éventuelles questions
complémentaires de détail.
A2 Peut comprendre suffisamment pour communiquer sur des sujets familiers et simples
sans effort excessif.
Peut se débrouiller avec les demandes directes de la vie quotidienne : trouver une
information factuelle et la transmettre.
Peut répondre à des questions et en poser sur les habitudes et les activités journalières.
Peut répondre à des questions sur les loisirs et les activités passées et en poser.
Peut donner et suivre des directives et des instructions simples comme, par exemple,
125
A expressão oral em FLE
Peut communiquer dans le cadre d’une tâche simple et routinière ne demandant qu’un
échange d’information simple et direct.
Peut échanger une information limitée sur des sujets familiers et des opérations
courantes.
Peut demander et expliquer son chemin à l’aide d’une carte ou d’un plan.
B1 Peut fournir des renseignements concrets exigés dans un entretien ou une consultation
(par exemple, décrire des symptômes à un médecin) mais le fait avec une précision
limitée.
Peut conduire un entretien préparé, vérifier et confirmer les informations, bien qu’il lui
soit parfois nécessaire de demander de répéter si la réponse de l’interlocuteur est trop
rapide ou trop développée.
Peut prendre certaines initiatives dans une consultation ou un entretien (par exemple
introduire un sujet nouveau) mais reste très dépendant de l’interviewer dans
l’interaction.
Peut répondre à des questions simples et réagir à des déclarations simples dans un
entretien.
Estratégias de interacção
TOURS DE PAROLE
B1 Peut intervenir dans une discussion sur un sujet familier en utilisant une expression
adéquate pour prendre la parole.
126
A expressão oral em FLE
Peut commencer, poursuivre et terminer une simple conversation en tête-à-tête sur des
sujets familiers ou d’intérêt personnel.
A2 Peut utiliser des procédés simples pour commencer, poursuivre et terminer une brève
conversation.
COOPÉRER
Peut résumer et faire le point dans une conversation et faciliter ainsi la focalisation sur
le sujet.
Peut reformuler en partie les dires de l’interlocuteur pour confirmer une compréhension
mutuelle et faciliter le développement des idées en cours. Peut inviter quelqu’un à se
joindre à la discussion.
FAIRE CLARIFIER
Peut demander la clarification des mots-clés non compris en utilisant des expressions
toutes faites.
CONSEIL DE L’EUROPE. (2005 : 55-60), Cadre européen commun de référence pour les langues :
apprendre, enseigner, évaluer. Paris : Ed. Didier.
127
A expressão oral em FLE
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 6) adaptado
128
A expressão oral em FLE
Programa de Francês, níveis de continuação e de iniciação, 10º,11º e 12º ano, Formação Geral e Formação
Específica, (2001: 8) adaptado
129
A expressão oral em FLE
130
A expressão oral em FLE
131
A expressão oral em FLE
132
A expressão oral em FLE
133
A expressão oral em FLE
134
A expressão oral em FLE
135
A expressão oral em FLE
136
A expressão oral em FLE
137
A expressão oral em FLE
MONDE :
+ 560 sessions par an
600 000 diplômes depuis 2005
Et en 2009:
Portugal
3 sessions par an
3592 diplômes depuis 2005
3918 inscrits depuis 2005
138
A expressão oral em FLE
139
A expressão oral em FLE
Consignes – Exercice 1
A1 Répondez aux questions en cochant (X) la bonne réponse, ou en écrivant l’information
demandée.
Vous allez entendre 2 fois un document. Vous aurez 30 secondes de pause entre les deux
écoutes, puis 30 secondes pour vérifier vos réponses. Lisez d’abord les questions.
A2 Vous allez entendre 3 enregistrements, correspondant à trois documents différents. Pour chaque
document, vous aurez :
- 30 secondes pour lire les questions ;
- une première écoute, puis 30 secondes de pause pour commencer à répondre aux
questions ;
- une deuxième écoute, puis 30 secondes de pause pour compléter vos réponses.
140
A expressão oral em FLE
141
A expressão oral em FLE
Anexo 17 – Prova de Produção Oral nos diplomas DELF Scolaire: A1, A2, B1 e
B2.
142
A expressão oral em FLE
Quadro 1
B1 Cette épreuve de production orale comporte 3 parties qui s’enchaînent. La durée totale est de
10 et 15 minutes. Avant le début de l’épreuve, le candidat dispose de 10 minutes de
ème
préparation pour la 3 partie.
Quadro 2
A2 et B1 – Document du candidat.
A2 B1
Entretien Vous vous présentez en parlant de Vous parlez de vous, de vos activités, de vos
dirigé votre famille, votre profession, vos centres d’intérêt. Vous parlez de votre passé et
gôuts… L’examinateur vous pose des de vos projets.
questions complémentaires sur le L’épreuve se déroule sur la mode d’un
même sujet. entretient avec l’examinateur qui amorcera le
dialogue par une question ( exemples :
Bonjour…Pouvez-vous vous présenter, me
parler de vous de votre famille…)
Monologue Vous répondez aux questions de
suivi l’examinateur. Ces questions portent
sur vous, vos habitudes, vos goûts…
Exercice Vous devez simuler un dialogue avec Vous tirez au sort l’un des deux sujets que
143
A expressão oral em FLE
144
A expressão oral em FLE
145
A expressão oral em FLE
146
A expressão oral em FLE
Document nº 1
Consigne : Vous dégagerez le thème soulevé par le document ci-dessous. Vous présenterez ensuite
votre opinion sous la forme d’un petit exposé de 3 minutes environ. L’examinateur pourra vous poser
quelques questions.
L’École en famille
Selon la loi française, l’instruction est obligatoire, mais pas l’école. S’ils le veulent, les parents
peuvent donc assurer eux-mêmes l’éducation de leurs enfants. C’est le cas chez Kevin, 12 ans,
Wesley, 10 ans, et leur maman Eliane.
- Pourquoi avez-vous choisi de faire l’école à vos enfants ?
Eliane : J’estime que l’école ne cultive pas l’intelligence des enfants. Elle ne leur donne pas l’amour
d’apprendre. Ils perdent leur temps à attendre que les autres aient fini (…)
- Quels avantages avez-vous par rapport aux enfants qui vont à l’école ?
Kevin : L’ambiance est détendue. On s’instruit en permanence avec l’un ou l’autre de nos parents. A
table, on reparle des sujets qu’on a abordés le matin. Finalement, je me rends compte que je sais plus
de choses que les autres enfants. Et puis on a du temps pour d’autres activités. (…)
Les clés de l’actualité, 29/08/2002
147
A expressão oral em FLE
A2 – Interaction orale
Correction phonétique 0 1 2 3
148
A expressão oral em FLE
Type de tâche Répondre à des questions dans le cadre d’une conversation à la fois
formelle et informelle.
Public Adolescents, adultes
Niveau taxonomique Expression.
Support Un corpus de sujets traitant de domaines de la vie quotidienne.
Domaine Privé
Consigne Choississez un des sujets et donnez le maximum d’informations et
d’opinions à votre examinateur.
TAGLIANTE, Christine. (2007 : 148), L’évaluation et le cadre européen commun. Nouvelle édition.
Paris : CLE international.
149
A expressão oral em FLE
Adéquation á la situation proposée : respect des Un ou deux apprenants cochent une liste
consignes et attitude gestuelle… préétablie de crtéres en oui /non.
Adéquation sociolinguistique
VELTCHEFF, Caroline ; HILTON, Stanley. (2005 : 128-129), L’évaluation en FLE. 2ª ed. Paris :
Hachette.
150
A expressão oral em FLE
VELTCHEFF, Caroline ; HILTON, Stanley. (2005 : 132), L’évaluation en FLE. 2ª ed. Paris :
Hachette.
151
A expressão oral em FLE
Capacité à communiquer 9
Compétence linguistique 9
- Compétence morphosyntaxique. 3
- Compétence lexicale. 3
VELTCHEFF, Caroline ; HILTON, Stanley. (2005 : 134), L’évaluation en FLE. 2ª ed. Paris :
Hachette.
152
A expressão oral em FLE
Mise en situation
Notre planète est malade et il faut la protéger. Chaque année à Paris il y a « le Salon des
inventions vertes » où chacun présente ses découvertes/recherches. Tu es un grand chercheur
et tu y participes avec ton invention.
1. Production écrite.
2. Production orale.
Prépare ton discours. Fais un plan de ce que tu vas dire (tu ne dois pas écrire un texte) et fais-
toi confiance !
153
A expressão oral em FLE
Auto – évaluation
A Peut présenter de manière simple un 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
événement, une activité, un projet, un lieu
etc. liés à un contexte familier.
B Peut relier entre elles les informations 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
apportées de manière simple et claire.
C Lexique (étendue et maîtrise) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Peut utiliser un répertoire limité mais adéquat
pour gérer des situations courantes de la vie
quotidienne.
D Morphosyntaxe 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Peut utiliser des structures et des formes
grammaticales simples. Le sens général reste
clair malgré la présence systématique
d’erreurs élémentaires.
E Maîtrise du système phonologique 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Peut s’exprimer de façon suffisamment
claire. L’interlocuteur devra parfois faire
répéter.
Nom :______________________
A Peut présenter de manière simple un 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
événement, une activité, un projet, un lieu
etc. liés à un contexte familier.
B Peut relier entre elles les informations 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
apportées de manière simple et claire.
C Lexique (étendue et maîtrise) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Peut utiliser un répertoire limité mais adéquat
pour gérer des situations courantes de la vie
quotidienne.
D Morphosyntaxe 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Peut utiliser des structures et des formes
grammaticales simples. Le sens général reste
clair malgré la présence systématique
d’erreurs élémentaires.
E Maîtrise du système phonologique 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Peut s’exprimer de façon suffisamment
claire. L’interlocuteur devra parfois faire
répéter.
154
A expressão oral em FLE
Avec quelques difficultés. Parfaitement
Avec beaucoup de difficultés. Utilise de façon assez exacte un répertoire de structures et «
Utilise des structures simples correctement mais commet encore schémas » fréquents, courants dans des situations prévisibles.
systématiquement des erreurs élémentaires.
Avec quelques difficultés. Parfaitement
Avec beaucoup de difficultés. Peut discourir de manière compréhensible, même si les pauses
Peut se faire comprendre dans une brève intervention même si la pour chercher ses mots et ses phrases et pour faire ses corrections
reformulation, les pauses et les faux démarrages sont évidents. sont très évidentes, particulièrement dans les séquences plus
longues de production libre.
Avec quelques difficultés. Parfaitement
Avec beaucoup de difficultés. Peut relier une série d’éléments courts, simples et distincts en une
Peut relier des groupes de mots avec des connecteurs simples tells suite linéaire de points qui s’enchaînent.
que « et », « mais » et « parce que ».
155
A expressão oral em FLE
Mise en situation
Les progrès spectaculaires de la science ces dernières décennies ont créé des situations qui
confrontent nos sociétés à des choix difficiles. Ces progrès fascinent mais effraient aussi.
Quel avenir nous réserve le clonage ? Doit-on manipuler le vivant ? A-t-on le droit d’euthanasier
quelqu’un ? Jusqu’où peut-on aller ? Quelles sont les limites à ne pas dépasser ?
Médecins, chercheurs, religieux, législateurs, public en général, participent à une table ronde
organisée par un programme de télé et essayent de répondre à ces questions.
Chacun doit jouer le rôle d’un personnage (tirage au sort) et préparer son intervention en
fonction du point de vue de son personnage:
• prêtre catholique,
Le programme dure +/- 20 minutes. Fais un plan de ce que tu vas dire (tu ne dois pas écrire ton
intervention), pense à utiliser des expressions pour argumenter / donner ton opinion et fais-toi
confiance !
156
A expressão oral em FLE
Cohérence discursive 0 1 2 3
Correction grammaticale 0 1 2
Prise de parole 0 1 2 3 4
Professor
Neuza Vasile
Tamára Sandro
Patrícia Carolina
Sara Tiago
Wesley
Diogo
157
A expressão oral em FLE
158
A expressão oral em FLE
Professor A
Neuza
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 X 3 4
Tamára
Cohérence discursive 0 1 2 X
Correction grammaticale 0 1 X
Prise de parole 0 1 X 3 4
Patrícia
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 1 X
159
A expressão oral em FLE
Prise de parole 0 X 2 3 4
Sara
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 1 X
Prise de parole 0 1 2 X 4
Diogo
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 X 3 4
Wesley
Cohérence discursive 0 1 X 3
160
A expressão oral em FLE
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 2 3 X
Tiago
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 X 3 4
Carolina
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 X 3 4
Sandro
Cohérence discursive 0 1 X 3
161
A expressão oral em FLE
Correction grammaticale 0 1 X
Prise de parole 0 1 X 3 4
Vasile
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 X 3 4
Professor B
Neuza
Cohérence discursive 0 1 2 X
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 2 X 4
162
A expressão oral em FLE
Tamára
Cohérence discursive 0 1 2 X
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 2 X 4
Patrícia
Cohérence discursive 0 1 2 3
Correction grammaticale 0 1 2
Prise de parole 0 1 2 3 4
Sara
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 X 3 4
163
A expressão oral em FLE
Diogo
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 2 X 4
Wesley
Cohérence discursive 0 1 2 X
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 2 3 X
Tiago
Cohérence discursive 0 1 X 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 X 3 4
164
A expressão oral em FLE
Carolina
Cohérence discursive 0 X 2 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 X 2 3 4
Sandro
Cohérence discursive 0 X 2 3
Correction grammaticale 0 X 2
Prise de parole 0 1 X 3 4
Vasile
Cohérence discursive 0 1 2 3
Correction grammaticale 0 1 2
Prise de parole 0 1 2 3 4
165
A expressão oral em FLE
Professor C
Avaliação
Neuza : + +- +- 8 Vasile + +- + 6
Tamára + - +- ++ 8 Sandro + - +- +- 6
Patrícia + - +- +- 6 Carolina + - +- +- 2
Sara + +- +- 6 Tiago + +- ++ 8
Wesley + +- ++ 8
Diogo +- +- +- 2
166
A expressão oral em FLE
Professor C
Não é fácil identificar logo quem fala dado a disposição da sala. Tudo o resto está na questão 1.
4. Utilizaria esta actividade para avaliação sumativa dos seus alunos? Porquê?
Professor A
Pelas razões acima referidas, não utilizaria esta actividade como avaliação sumativa, até porque o
tempo dispendido na observação e classificação dos alunos (extra-lectivo) seria imenso.
Considerando o número de turmas/alunos que lecciono e a quantidade de momentos/elementos de
avaliação a realizar, de carácter sumativo, este tipo de metodologia avaliativa tornar-se-ia inviável.
Professor B
Sim. Porque é uma boa actividade para avaliar a oralidade e a capacidade de interagir.
Professor C
Poderia, se se fizesse como sugiro, porém é difícil avaliar a interacção com tantos alunos, pois, por
vezes, por questões de personalidade, há alunos que quase não falam. No entanto, se se considerar a
qualidade e não a quantidade, pode ser.
168