Robertson, Palmer - O Cristo Dos Pactos PDF
Robertson, Palmer - O Cristo Dos Pactos PDF
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D OS
PACTO S
O. Palmer Robertson
Luz Para o Caminho
C a m p i n a s - SP
Cristo d o s P a c t os
O. Palm er Robert son
Robertson, O. Palmer
R547c Cristo dos Pact os / O. Pa lme r
Robertson. Trad. Américo J. Ribeiro.
Ca mpinas - SP: Luz Pa ra o C am inh o, 1997.
275pp.
Da obra: T he Christ of the Cov enants.
CDD-230.01
220.6
SEGUNDA PARTE
5. A Aliança da Criação ...........................................................................61
TERCEIRA PARTE
A ALIANÇA DA REDENÇÃO.................................................................. 83
INTRODUÇÃO ÀS
ALIANÇAS DIVINAS
1
A N at ureza da s
Alianças Divinas
Q ue é a\iança?
Pedir definição de “aliança” é como pedir definição de
“mãe”.
Pode-se definir mãe como a pessoa que nos trouxe ao
m un do. Est a def ini ção po de ser form alm ente corr eta. Ma s quem
se sen
Astirá satisf eito
Escrituras testicoficam
m ela?co m clareza a respeito da signi ficação
das alianças divinas. Deus entrou, repetidamente, em relação de
aliança com indivíduos. Referências explícitas encontram-se na
aliança divina estabelecida com Noé (Gn 6.18), Abraão (Gn
15.18), Israel (Êx 24.8) e Davi (SI 89.3). Os profetas de Israel
predisseram a vin da dos dias da “nova” aliança (Jr 31.31), e Cristo
m esm o falou da últim a cei a em linguag em de alianç a (Lc 22.20).
Mas que é aliança?
Alguns irão desencorajar qualquer esforço no sentido de
ap res en tar um a defini ção sum ária de “ ali ança” que abranja todos
os variados usos do termo na Escritura. Sugeririam que os
múltiplos e diferentes contextos em que a palavra ocorre impli
cam muitos sentidos diferentes.1
1. Cf. com D. J. McCarthy, “A aliança no Velho Testam ento: O Estado Presen te
Inquirição”, Revista Trimestral Católica Bíblica (Catholic Biblical Quarterly, 27, (1965): 219,
239. Delbert R. Hillers comenta a respeito da tarefa de definir aliança em Aliança: A
História de um a Idéia Bíbl ica ( Covenant: The Histm y ofa Biblical Idea, Baltimo re, 1969) , p. 7-
“Não é o caso de seis cegos e o elefante, mas de um grupo de eruditos paleontólogos
crian do m on stros diferen tes dos fósseis de sei s espé cies separad as.”
7
8 Cristo dos Pactos
ALIANÇA É UM PACTO
Em seu aspecto mais essencial, aliança é aquilo que une
pessoas. N ada está mais perto do coração do conceito bíblico de
aliança do que a imagem de um laço inviolável.
Extensaspara
Testamento investigações na etimologia
“aliança” (rTTQ) do termo
têm-se provado do Velho
inconclusivas
n a de term ina ção do sentido da palavra .3 Todav ia, o uso
2. O próprio fato de que a Escritura fala de alianças “divinas”, alianças feitas por Deus
com o seu povo, pode ser de grande significação em si mesmo. Quanto parece, este
fenô m en o de alian ças d ivina s não oco rre fora de Isr ael. “Fora do Velho Tes tam ento n ão
temos evidênci a cl ara de u m tratado en tre u m deus e o seu povo”, diz Ronald E . Clement s,
em Abraão e Davi: Gênesis 15 e sua Significação para a Tradição Israelita ( AbraJiam and
David: Gmesis 15 and. its Mea.ni.ng for the. Israelite Tradition, Naperville, IL, 1967), p. 83. Cf.
também com o comentário de David Noel Freedman em “O Compromisso Divino e a
Obrigação Humana”, na revista Interpretação (Interpretation), 18, (1964): 420: “Não há
paralelism o convin cente no m u n do pagão...” com re lação às alianç as de D eus com o
ho m em como se acha na Bíblia.
3. O cará ter inc onclusivo d a evidência etimológica é quas e geralm ente reco nh ecid o. Cf .
com M oshe W einf eld, Theologisches Wòrterbuc.h zum Alten Testament,(Stuttgart, 1973), p. 783;
Leon Morris, A Pregação Apostólica da Cruz {The Apostolic Preaching o f the Oross, London,
1955), pp. 62ss. Uma sugestão indica o verbo barah, qu e signif ica “co m er” . Se for est e o
caso, a referência pode ser à refeição sagrada que muitas vezes estava associada com o
pro cess o de firm ar a lian ça. M artin N oth , “Firm ar P acto no V elh o T esta m ento à Luz d e um
Tex
Otherto Essays,
de M ari”, em As Leis
Edinburgh, do p.Pen
1966), tateuco
122, e O utros
argumenta Ensa aios
contra ( ThSugere
hipótese. eL awsque
in the Pentateuch and
a frase
“aliança” envolveria alusão a métodos diferentes para se íirmar uma aliança. De um lado,
indicari a a autom aldição d a div isão animal. Do o utro lado, indi caria a part icipação de u m a
A Natureza das Alianças Divinas 9
ref eiçã o de ali ança . N olh é a fav or da s ugestão de q ue “ali ança” deri va do acad iano birit,
que se rel aciona co m a preposição h ebraica *f 3 “en tre ”. Ele elabora u m processo de pa sso-
múltiplo pelo qual o termo atingiu independência adverbial através da frase “matar um
asno de entre-meio”, assumiu o sentido substantivo de “meditação” que conseqüen
tem ente re qu ereu a i ntroduç ão d e um a segunda preposiçã o “en tre” e, fi nalmente , evol uiu
p a ra a palavra no rm al “ali ança” , que podia ser usada com outr os verbos alé m do verb o
“co rtar” (en tre ). U m a terceira sugest ão etimológi ca sugere a r aiz acadiana baru, “amarrar,
agrilhoar”, e o substantivo relacionado biritii, “faixa” ou “grilhão”. Weinfeld, op., cit. p.
783 , co ns ide ra esta últim a sugestão com o a mais válida.
4. As recentes argumentações de E. Kutsch de que o termo “aliança” significa
“ob rigação” ou “com prom isso” são , na verdade, fasci nant es. Ma s não são adequad as p ara
der ribar o conceito bási co de qu e a “ aliança” é “ pac to” . Kuts ch argum enta q ue a defini ção
de “aliança” como “obrigação” é válida se o tipo de aliança é um em que a pessoa se
“obriga”, é “obrigada” por um poder externo, ou chega a uma “obrigação” mútua com
um a parte igu al. El e obs erva tam bém qu e o para lel ismo hebraico freqü en tem en te alt erna
“aliança” com “estatuto” e “juramento”, fato que a seu ver favorece o sentido de
“obrigação” (E. Kulsch, “Gottes Zuspruch und Anspruch berit in der alttestamentlichen
Theologie”, em Questões disputadas do Velho Testamento (Questions clisfmtées cUAncim
Testament, Gembloux, 1974), pp. 71ss). Discordância cordial com a teoria de Kutsch,
expressa em arti gos m ais antigos, é registrada p or D. J. M cCarthy em “Berit e a Aliança na
História D eute ron om ista” , em.Estudos da Reli giã o d o Antigo Is rael, S uplem ento ao Vel ho
Testamento (Stud ies in the Religion of Ancim t Israel, Sup plement to Vetus Testamentum, 23, 1972):
81ss. McCarthy conclui que a tradução tradicional pode permanecer, apesar das
argumentações de Kulsch. Embora as alianças divinas invariavelmente envolvam
obrigações, seu propósito último vai além da quitação compreendida por um dever. Ao
con trário, é a inter-relação pess oal de D eus com o seu povo que está no coração da al iança .
Este con ceito d o coraçã o d a ali ança f oi pe rceb ido na história dos inve sti gadores da aliança
desde os di as de Jo h n Cocc eius, com o se vê pela sua ênfa se sobre o efeit o d a aliança no
fazer paz entre partes. Cf. com Charles Sherwood McCoy, A Teologia da Aliança de
Joh ann es Coc ce ius (The Covenant Theohgy ofjohannes Coccáus, New Haven, 1965), p. 166.
5. Uma exceção seria Gênesis 9.10, 12, 17, em que Deus estabelece o pacto com os
animais d o c am po. Cf. tam bém com Oséias 2 .18; Jerem ias 33.20, 25. A despeito do pape l
das partes impessoais com relação ao pacto nestas passagens, é ainda um “pacto” que está
sen do estabel ecido com elas.
6. As pre po siç õe s *p3, D3J, HK, e V p odem se r usad as p ar a descre ver esta relação.
10 Cristo dos Pactos
7. M uita evidência ap óia a signi fica ção do jura m en to no processo de fazer aliança. Para
um a comp leta expos ição da evi dênci a de que um juram en to pertencia ã es sên cia da ali ança,
ver a obra d e G. M. Tuc ker, Formas d e Ali ança e Fon nas de C ontrato, Velho Testam ento 15
(CovmantForms and ContradFonns, Vetus Testamentum 15, (1965): 487-503).
En quan to o jura m en to aparece v árias vezes em rel ação a um a al iança, não é cl aro que um a
cerimônia formal de fazer juramento era absolutamente essencial ao estabelecimento de
um a rel ação de ali ança . Nem na ali ança com Noé, ne m com Da vi, se m enciona, de m aneira
explí cita, a declaraç ão de ju ra m en to no po nto histórico em q ue est as alianças foram fe itas,
em bora a Es cri tura, subseqü entemen te, m encione um jura m en to em associação a a mbas
(Gn 9; 2 Sm 7; cf com Is 54.9; SI 89.34s.) Na sua análise, agora clássica, dos elementos dos
tratados de suz erania hit ita, G eorge A M end enhall p rime iro arrola os s eis elementos bási cos
do trat ado.
estavam A l ista
en volv não
idos, porincl
qu ui
e ajura
verm en to. M
ificação doend enhallnã
tratado como seenta:
d ava“pela
Sabemos
simplque
es m outros fat uores
inu ta de ma
forma escrita” (“Formas de Aliança na Tradição Israelita”, O Arqueólogo Bíblico 17)
(“Co ven ant Form s in Israel ite T rad itio n” , T he Biblical A rcheologist 17 (1954) : 60s. ). E nesta
base que M endenhall conti nua para in troduzir o item sete na form a do tratad o, que ele
ch am a “o ju ra m en to form al”. Todavia, ele me sm o se sente com pelido a acrescentar: " ...
embo ra não tenhamos n enh um a l uz sobre a sua for m a e conteúdo.”
A Escrit ura sugeriria não m eram ente qu e a ali ança contém, d e m odo ger al, um juramento.
Em ve z disto, pode- se afirmar que um a ali ança é um juram ento. O comprom isso da rela ção
de aliança un e as pe sso as com um a solidari edade equivalente aos r esul tados alca nçados p or
um proc ess o formal de fazer juram ento . O “juram ento” capt a tã o adeq uada m ente o
relac ion am ento a tingido pela “ aliança” qu e os termos p od em ser inte rcambi áveis (c f. com S I
89.3, 34s.; 105. 8-10). O processo form alizante de fazer jura m ento po de o u n ão es tar presen te.
Mas um compromisso com caráter de aliança resultará inevitavelmente em uma obrigação
altamen te solen e.
ANatureza das Alianças Divinas 11
sinais intern os de a ntigüida de, prim eiro in trod uz ao leitor bíbl ico
o conceito de “cortar uma aliança” (cf. com Gn 15). E na outra
extremidade da história de Israel, a advertência profética de
Jerem ias a Zede qui as, no tem po do cer co de Jerusal ém po r
N abucodonosor, encrespa-se literalm ente com alusões a um a
teologia de “ co rtar a aliança ” (cf. c o m jr 34).
Uma indicação adicional da permeante significação desta
frase acha-se no fato de que ela se relaciona com todos os três
dos tipos básicos de aliança. E empregada para descrever
alianças estabelecidas pelo homem com o homem11, alianças
estabelecidas p o r Deus c om o h o m em 12, e al ianças est abelecidas
pelo hom em com Deus.13
Particularm en te notá vel é o fato de que o verbo “ cortar” po de
ficar só e, ainda assim, significar claramente “cortar uma
alian ça”. 14 Este uso in dica q uã o essen cialm ente o c onc eito de
“co rtar ” veio a relacionar-se co m a idéia d e aliança nas Escri turas.
Este relacionamento de u m processo de “cortar” com o
estabelecimento de uma aliança manifesta-se através das línguas
e cult uras ant iga s do O riente M édi o. Não som ente em Isr ael, mas
em muitas culturas circunvizinhas o caráter obrigatório de uma
aliança est á relacio na do com a term inolog ia de “co rtar”. 15
Não com
associado som oente a term in ologia,
estabelecimento mas
da aliança o ritual
reflete, com um ente
de maneira
vidaAdamaldição do deseq
mulher. Na medidauilíbrio
em quem ela
ari tal se estabelece
tenta no estilo de
perpetuamente
possuir o m arid o, ele responde dom inando-a excessivamente.
1. Gerhard von Rad, Teologia do Velho Testamento (Old Testament TJwoIogy, New York,
1962), 1: 154 refere-se a Gn 3-11 como “a grande hamartologia doJawista”. Ainda que von
Rad tenha visto corretamente a ênfase do desenvolvimento da linha de Satã, deixou de
no tar a m anu tenção paralel a da l inha de “ a m ulher”.
2. Os comprometimentos de Deus a Noé, pré-diluviano e pós-diluviano, ajustam-se ao
freqü ente m odelo da m ini stra ção da aliança na Escri tur a. Não é necessár io postular dua s
alianças com Noé, uma antes e outra depois do dilúvio. Entendimentos preliminares
99
100 CristodosPactos
para com Noé: “Mas Noé achou graça aos olhos do Senhor” (Gn
6.8). Do m eio de toda a mass a da hum an ida de depr avada, Deus
dirigi u sua g raça a íim homem e sua família.
Pode ser que a graça de Deus impediu Noé de afundar-se no
nível de depravação en co ntra do en tre seu s contempo râneos. M as
nada indica que a posição favorecida de Noé surgiu de qualquer
outra coisa que não a graça do Senhor para com ele. O termo
“graça”, que descreve a atitude de Deus para com Noé,
ocasionalmente se refere a alguma outra coisa que não uma
resposta de misericórdia a uma situação de pecado (cf. Gn 39.4;
50.4; Nm 32.5; Pv 5.19; 31. 30). P oré m qu an do descrev e a res posta
de Deus ao homem decaído, “graça” descreve uma atitude
misericordiosa para com um pecador que não merece. Nos dias
de Noé,
hom em toda
("Q1?formação
rOÜIlQ inicial
"K r* ??dos pensamentos
!, Gn 6.5) e ra só do
m ácoração do ente.
con tinuam
Mas Noé achou graça aos olhos do Senhor.7
E m bo ra G ênes is 6. 9 afi rme que Noé era “ ho m em justo” ,
considerações estruturais características do livro de Gênesis
proíbem a conclu são de que Noé recebeu “graça” p o r causa de
uma justiça previamente existente. A frase “estas são as gerações
de...” que inicia Gênesis 6.9 ocorre 10 vezes em Gênesis. Cada
vez,
Esta afrase
frasesepara
indicadecisivamente
o começo deaoutra seçãodeprincipal
afirmação que “Noédoachou
livro.8
graça” (Gn 6.8) da afirmação de que Noé era um “justo” (Gn
6.9). A graça de Deus p ara co m No é n ão foi con ced ida p o r causa
da justiça do ho m em , mas p o r caus a da part icul ari dade do
program a de redenção de Deus.
O princípio de particularidade tal como é visto no favor de
Deus para com Noé representa uma antiga manifestação de um
tema que continua através da aliança da redenção. Como
aparece sublinhada pelo apóstolo Paulo, toda a experiência de
7. W. Zimmerli, cm “Xapiçfetc.]” no Dicionário Teológico do Novo Tcslamenlo
(Theologiail Dicfioraiy of the, New Testament, ed. Gerhard Friedrich, Granel Rapids, 1974),
9:380, diz desse lexio: “Indubitavelmente há implicado aqui o mistério da livre decisão
divina pela qual Noé veio a ter essa atratividade diante de Deus.” Ele define ][! como uma
“aproximação afetuosa de uma pessoa a outra como expressa num ato de assistência” (p.
337), notando que é “sempre a livre graça de Deus” (p. 378) e muitas vezes é unido com
nni
8. Gênesis 2.4; 6.9; 10.1; 11.10; 11.27; 25.12; 25.19; 36.1; 36.9; 37.2. Para uma discussão
da significação da frase, ver William Henry Green, A Unidade do Livro de Gênesis (The
Unity oj the Book ofGenesis, New York, 1895), pp. 9ss.; Martin II. Woudslra, “O Toledot do
Livro de Gênesis e Sua Significação Histórico-Redentiva’’, Periódico Teológico Calvino, 5,
1970:184-191.
Noé: A Aliança da Preservação 103
c homem,
c pel o hom em
b seu sangue
a será derramado (Gn9.6).
A estrutura do versículo sugere em si mesma a lex talionis, a
lei de olho p or olho e den te p o r dente. O ho m em que derram a
sangue de homem terá seu sangue derramado pelo homem.
Mais espe cif ica mente, o hom em é indicado como o agente pel o
qual o sangue do assassino será derramado. Quando este pensa
mento é combinado com a afirmação, no versículo 5, de que
Deus “exigirá conta” do assassino, torna-se claro que a intenção
da passagem é designar o homem como agente de Deus na
execu ção da justiça co ntra o assassino.
Esta conclusão é apoiada por subseqüente legislação escritu-
rística. Êxodo 21.28 indica que o animal que tirar a vida de um
ho m em deve te r sua vida tirada pelo h om em . E m acrésci mo, Isr ael
é explicitamente incumbido da responsabilidade de executar a
pena capital contra o assassino (Ex 21.12; Nm 35.16-21).
Davi:
A Ali ança do R eino
N a a l i an ça davídica os propósitos de Deus de redimir um povo
para si mesmo atingem seu estágio culm inante de realização, no
que diz respeito ao Velho Testamento. Sob Davi, o reino chega.
Deus estabel ece form alm ente a m aneira pela qual governar á seu
povo.
Antes dessa ocasião, Deus certamente se manifestará como o
Senhor da aliança. Mas, agora, ele situa abertamente seu trono
em luga r es pecífico. Em vez de go vernar d e u m santuário móve l,
Deus rein a do M onte Si ão, em Jerusalém . N um senti do
superlativo, pode-se dizer que, sob Davi, veio o reino.
Não apenas veio o reino, veio o rei. A arca é triunfalm ente
trazi da p ara Jerusalém. Deus m esm o associa sua r eale za com o
trono de Davi. Rejeitando a tribo de Efraim, Deus se alegra em
de signa r a t ribo de Ju d á e a cas a de Da vi com o seus instrum entos
escolhidos para ato de soberania (cf. SI 78.60-72).
A aliança de Deus com Davi centraliza-se na vinda do reino.
A ali ança s erve com o u m pacto form alizador pelo qual o reino de
Deu s vem ao p ovo .
Ao considerarmos a aliança de Davi, é apropriado começar
com capítulo
Este alguns comentários introdutórios
específico estabelece baseados em da
o compromisso 2 Samuel
aliança 7.
de
Deus com Davi.
207
208 Cristo dos Pactos
COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS
BASEADOS EM 2 SAMUEL 7
A Ocasiao Histórica
A ocasião do estabelecimento formal da aliança davídica tem
gra nd e importância. Deus já hav ia un gid o Davi como rei de
Israel. Mas a inauguração formal da aliança do reino teria de
esp erar al guns out ros acon tecimentos.1
Prime iro, Da vi tom ou Jerusa lém dosjeb use us, e esta bel eceu
o lugar permanente do seu trono (2 Sm 5). Reinou durante
cerca de sete anos em Hebrom, cidade estrategicamente
local izada
Mas agora no
ele mseeiomovimenta
do território
paradecapturar
Ju d á, auma
pr ópcidade
ria tri bo de Davi.
que
ain da n ão tinh a sido tom ad a po r Israel , em posi ção ma is central
com respeit o à nação como um todo.
Em seg un do luga r, Davi trouxe a arca de Deus para [emsalém
(2 Sm 6). Assim fazendo, manifestou publicamente o desejo de
ver seu próprio governo em Israel imediatamente relacionado
com o trono de Deus. Desta maneira, o conceito de teocracia
enco ntrava express ão plena.
Em terceiro lugar, Deus deu a Davi descanso de todos os seus
inimigos (2 Sm 7.1). Em outras palavras, ele firmou o trono em
Israe l a u m grau jam ais ex pe rim en tado ant es. Em v ez de estar
p erm an entem en te am eaçado p o r exércitos saqueadores, Israel
sentiu-se seguro como entidade nacional. Na verdade, os
inimigos de Israel não tinham sido todos aniquilados, mas Deus
lhe tinha “dado descanso” dos seus opressores.2
Agora , o c ontexto está prep ara do pa ra a inauguração f ormal
da aliança davídica. A interconexão entre o trono de Davi e o
trono de Deus, entre o filho de Davi e o filho de Deus, encontra
estrutura apropriada neste contexto histórico. A situação de
descanso da opressão dos inimigos antecipa apropriadamente o
rein o esca tológico da paz .
1. Co m o foi an teriorm ente no lado, o term o berith não é usad o em 2 Samu el 7. Tod avia,
não pode haver dúvida de que uma aliança realmente foi estabelecida nesta conexão
particula r na his tó ri a de Israel. A Escritu ra p osteri orm ente laia da “alian ça” feita por Deus
com Davi (cf. 2 Sm 23.5; SI 89.3; 132.11, 12).
2. Cf. D. J. M cCarthy, “ 2 Sa m uel 7 e a E stru tura da H istória D eu tero nô m ica”, Journal o f
Biblical Literalure, 84 (1965): 131, que considera esta frase como “um termo praticamente
técnico nos escr itos de utero nô m icos p ara a bên ção fina l de Yah weh sobre Isra el”.
Davi: A Aliança do Reino 209
cedro (v. 2). Davi entende que a referência de Deus à “casa” era
relativa à sua posteridade: "... também falaste a respeito da casa
do teu servo para tempos distantes.” (v. 19).
Davi não construirá a “casa” de Deus, mas Deus construirá a
“casa” de Davi. A inversão de frases intercambia “lugar de
habitação” com “dinastia”. Em ambos os casos, a perpetuidade é
o p on to de ênf ase. D avi desej a estabelecer pa ra Deu s um lugar de
habitação permanente em Israel. Deus declara que estabelecerá
a dinast ia pe rp ét u a d e Davi.
Em suas palavras graciosas a Davi, Deus indica que estas duas
“permanências” estarão interligadas. Ele estabelecerá a dinastia de
Davi, e a dinastia de Davi est abelecerá seu lugar d e habitação p erm a
nen te. Mas a ordem de graça d eve ser mantida. Pri meir o, o Se nho r
soberanamente estabelece a dinastia de Davi, e então a dinastia de
Davi estabelecerá o lugar de habitação do Senhor (v. 13).
O efe ito claro deste íntimo intercâm bio n a ba se da figura de
“casa” é ligar o governo de Davi ao governo de Deus. E vice-versa.
Deus m anterá seu lugar de habit ação perm anen te como rei em
Israel através do reinado da linhagem de Davi.
Filho de D avi / Filho de Deus
Est e capítulo tam bém dest aca a íntim a conexão e ntre o filho
de Davi e o filho de Deus. Davi e sua descendência estão sendo
estabelecidos em sua qualificação real por essa aliança. Deus
afir ma q ue os des cend entes de Da vi se assen tar ão pa ra sem pre no
tron o de Israel.
Ao mesmo tempo, o rei davídico de Israel manterá relação
especial com Deus. Deus será seu pai, e ele será Filho de Deus
2 Coríntios __ 103
2 .1 ............... 5 .5 .......... ..........213
1.22 ............... . . .146 2 . 2 ............... . . .103 5 .6 .......... ..........2)3
3 ...................___ 173 2.8-10 .......... C .C 103 5.8.......... ............78
3 .3 .................266,268 2.10.............. ___52 5.13 ........ ............35
3 .6 ................. ___ 19 2.21.............. ___ 47 5.15 ........ ............45
3.6-8 .............___ 268 4.25.............. ___ 46 6.4-6 .... ..........196
4.30 ............. 7.18........ ..........195
3.7 ...........173,174,176
3.7-9 .............___ 173 __
5 .2 ............... . .
146
.143 7.19........ ..........195
3.10 ...............___ 174 5.25.............. ___ 70 8.6.......... ............41
3 .1 1 ............... ___ 174 5.31.............. ___ 69 8.6-13 . . . ............41
3.12-15 .... ___ 175 6.1-3 ........... __ 166 8.8 ........ .19,201,266
3.13 ........ 174,176,177 6.12.............. ___ 87 8.10 ........ ............46
3.14 ............. ___ 175 Filipenses 9 ............ ..........125
3.18 ...............___ 268 3 .3 ............... . . .146 9.15 ........ C19J41,126
6.16 ............... ___ 46 9.15-20 ... .17,124,125
Colossenses -
.......................87 2 .8 ............... 9.16
9.17 ........
11.3
G aiatas 2.9 __ 146 ........ .17,127
.17,127 -129
129
2.10 .............__ 146
2.14rl6 ........ ........53 9.18-20 . . . . .126,12 7
3 ...................___ 265 9.22 ........ ............14
2.11.............. 146,147 10.15 . . . .41,201,266
3 .1 ......................... 53 2.12 ........146,147,150
3 .8 ..........................54 10.15-18 . . .19,41,268
2.14 .....................92
3 .9 ............... .........54 11.14-16 . ..........194
2.15 .....................92
3.13 ............. .........37 11.17-19 . ..........194
2 Tessalonicenses 12.6........ ..........167
3.15 ............. ___ 127 3.10-12 ...............74
3.15-19 .... .........54 12.22-24 . ..........226
3.17 . . .32,56,156,157, 1 Timóteo 12.24 . . . . ............19
263 2 .5 .............. ___265 Tiago
3.19 ............... .56,170 2.14 .................... 87 1.22 ........ ..........166
3.20 ............. ___ 263 2.15 .................... 88
3.23 ....................... 54 1 Pedro
Hebreus
3.23-25 .... ___ 161 2.13 ........ ..........110
1.1-14 ........ ___213
3.23-26 .... ___ 171 2.14 ........ ..........110
3.24 ............. ___ 163 1.2.............. ___ 213
1.5.............. ___ 211 2 Pedro
3.25 ............. .........54 3.3-10 . . ...........111
2 .8 .......................97
3.29 .............
3.28 ............. .........70
.........38 2 .9 .......................97 3.4-6 ..........104
2.20-25 .... ___101 3.5-7 ..........165
4 ................. .........56
4 . 4 ............... ___ 142 3 . 5 ...............___179 1Joã o
3 . 6 ...............___179
4.21 ............. ___ 163 2.27 ........ .. .266,268
3 . 7 ...............___196
4.25 .........56,163,226 3.12 . . . . ........89,90
3.14 .............___196
4.26 ............. ___ 226 Apocalipse
3.15 .............___196
4.31-5.2 .................53 4 .1 .............. ___ 196 4.3.......... ..........112
5 .2 ............... .........55
4 .2 .............. ___ 196 7.15 ........ ............47
é io -
Ef s s .........
1.7-14 ___ 150 4.9 .....................
4 .8 ............... 65
. .65,67. 12.79........
21.1 . . . ............47
............89
1.13 ............. .133,146 4.10 .................... 67 21.3........ ............47
1.14 ............. ___ 133 4.11............ ___196 22.2........ ............79