Matematica II PDF
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de
MATEMÁTICA II
2015/2016
Carlos Leal
2
Capı́tulo 1
1.1 Sucessões:
a: N → R
n → a(n)
A a(n) chamamos termo de ordem n e representá-lo-emos por an .
Há várias maneiras de representar uma sucessão. É usual encontrarmos
na literatura as seguintes notações:
• (an )n∈N
• {an }∞
n=1
• {a1 , a2 , a3 , . . . , an , . . . }
3
Exemplo 1.1
n
{ n }∞ {1 2 3 n
}
1. ( n+1 )n∈N ; n+1 n=1
; , ,
2 3 4
. . . , n+1
, . . .
√ {√ }∞ { √ √ √ }
2. ( n2 − 9)n∈N , n ≥ 3 ; n2 − 9 n=3 ; 0, 7, 4, 27 . . . , n2 − 9, . . .
{ } {√ }
nπ nπ ∞ 3 1 nπ
3. (cos 6 )n∈N ; cos 6 n=1 ; 2 2
, , 0 . . . , cos 6 , . . .
|an | ≤ C, ∀n ∈ N.
Isto significa que todos os termos da sucessão se situam numa dada banda,
como se pode observar na figura abaixo.
4
Exercı́cio 1.1 Verifique se as seguintes sucessões são limitadas:
n
( )n∈N ; ((−1)n )n∈N ; ((−1)n n)n∈N .
n2 +1
Definição: Diremos que uma sucessão (an )n∈N tem limite L ou que converge
para L se
∀ϵ > 0, ∃n0 ∈N : n ≥ n0 ⇒ |an − L| < ϵ
Se isto acontecer escreveremos então
lim an = L ou an → L.
podemos concluir que a diferença entre estas duas definições de limite está
unicamente no domı́nio onde as funções estão definidas. Como N está contido
em R podemos facilmente estabelecer o seguinte resultado:
Teorema: Se lim f (x) = L então lim f (n) = L.
x→+∞
5
Este resultado pode ser usado para calcular limites de sucessões efectu-
ando a sua extensão a uma função de R em R onde temos outros meios para
calcular limites. Isto é, dada uma sucessão (an )n∈N consideramos a função
f de R em R cuja restrição a N é justamente an , de seguida calculamos
lim f (x). Se este limite existir e for L então o limite da sucessão (an )n∈N
x→+∞
é igual a L.
ln(n2 ) n3
lim ; lim ; lim arctg(2n).
n 4 + 2n3
Uma sucessão que seja convergente tem os seus termos an , para n sufi-
cientemente grande, arbitrariamente próximos do seu limite L. Para uma
sucessão que não seja convergente não teremos esta informação prévia, sobre
os termos da sucessão. No entanto, há sucessões que embora sendo divergen-
tes têm um comportamento bem definido para n suficientemente grande.
Definição: Diremos que
6
Com efeito, dado M > 0, arbitrário, podemos considerar n0 = [M ] e
facilmente se conclui que se n > n0 então
n + 3 > n0 + 3 > M.
( [M ] representa o maior inteiro inferior ou igual a M )
Exercı́cio 1.3 Diga, sem justificar, qual o valor dos seguintes limites:
n2
lim n(n − 1) ; lim n(1 − n) ; lim .
1−n
Exemplo 1.5 Os casos mais comuns de subsucessões duma sucessão (an )n∈N
aparecem quando se considera N ′ igual ao conjunto dos números pares ou ao
conjunto dos números ı́mpares ou ainda quando se considera igual ao con-
junto dos naturais maiores que um certo valor n0 . Temos nestes casos as
chamadas subsucessões dos termos pares, ou dos termos ı́mpares e a sub-
sucessão que se obtém da sucessão inicial eliminando os seus primeiros n0
termos.
7
Exemplo 1.7 Usando o resultado exposto, na parte final da observação
anterior, podemos concluir que a sucessão (an )n∈N definida por
{
0, n ı́mpar
an = 1
n
, n par
converge para zero.
2. lim(c an ) = c lim an , ∀c ∈ R
1
Exemplo 1.8 Sabendo que lim = 0, podemos usar as regras anteriores
n
para concluir que:
2. lim( n1 . n+1
n
) = lim n1 . lim n+1
n
=0×1=0
−1 1
lim e− n
3. lim en+1n = lim n+1
= 1
1
=1
n n
1 + n1 1
a) lim ; b) lim 2( + e−n )
2 + e−n n+1
8
Teorema: ( Sucessões enquadradas)
Se (an )n∈N , (bn )n∈N e (cn )n∈N são sucessões tais que
an ≤ bn ≤ cn e lim an = lim cn = L
então
lim bn = L.
n ∑n
k 1 2 n n
3
≤ 3
= 3
+ 3
+ . . .+ 3
≤ n× .
(n + 1) k=1
(n + 1) (n + 1) (n + 1) (n + 1) (n + 1)3
n n2
Como lim = lim = 0 concluimos que o limite da sucessão
(n + 1)3 (n + 1)3
dada, também é zero.
• crescente se an ≤ an+1 , ∀n ∈ N
• decrescente se an ≥ an+1 , ∀n ∈ N
9
Exemplo 1.11 As sucessões ( n1 )n∈N e (2n − (−1)n )n∈N são monótonas en-
quanto que a sucessão ((1 − (−1)n ).n)n∈N não é monótona.
Exemplo 1.12 Seja a um valor entre zero e um. Então a sucessão (xn )n∈N ,
onde para cada n ∈ N
xn = 1 + a + a2 + a3 + . . . + an−1
é convergente.
Com efeito esta sucessão é tal que
xn+1 = 1 + a + a2 + a3 + . . . + an = xn + an > xn
e portanto é crescente.
Por outro lado, como verifica
1 − an 1 an 1
0 < xn = = − <
1−a 1−a 1−a 1−a
será limitada.
Do resultado anterior resulta que é convergente.
( ) ( )
n n n n−1 n
(a + b) = a + a .b + . . . + a.bn−1 + bn
1 n−1
onde ( )
n n!
= , a, b ∈ R e 0! = 1
p (n − p)!.p!
10
podemos concluir que
( )n n(n−1) 1 n(n−1)× . . . ×2×1 1
yn = 1 + n1 = 1 + n. n1 + 2!
. n2 +...+ n!
. nn
≤ 1+1+ 1
2!
+ 1
3!
+...+ 1
n!
≤ 1 + 1 + 12 + 1
22
+...+ 1
2n−1
≤ 3
Para estabelecermos esta desigualdade usámos o facto de
1 1
≤ n−1 , ∀n ∈ N
n! 2
e o facto de
1 1 1
+ 2 + . . . + n−1 ≤ 2 ,
1+ ∀n ∈ N
2 2 2
Assim, podemos concluir que
0 ≤ yn ≤ 3
e portanto (yn )n∈N é uma sucessão limitada.
Por outro lado, da expressão encontrada para yn podemos concluir que
yn+1 = 1 + 1 + 2!1 (1 − 1
n+1
) + 3!1 (1 − 1
n+1
)(1 − 2
n+1
) + . . .
+ 1
n!
(1 − 1
n+1
)(1 − 2
n+1
) . . . (1 − n−1
n+1
)
+ 1
(n+1)!
(1 − 1
n+1
)(1 − 2
n+1
) . . . (1 − n
n+1
)
e observamos que yn+1 tem mais parcelas do que yn e as outras parcelas de
yn+1 são maiores ou iguais do que as correspondentes parcelas de yn . Logo
yn+1 ≥ yn e portanto (yn )n∈N é uma sucessão crescente .
( )n
Definição: Ao limite de 1 + n1 chamamos e (número de Neper).
Exercı́cio 1.7 Verifique que as seguintes sucessões são monótonas e limita-
das e conclua que são convergentes.
1 1
a) an = ; b) bn = .
n! 2n − (−1)n
11
Teorema: Se (xn )n∈N é uma sucessão limitada e (yn )n∈N é uma sucessão
convergente para zero então
lim(xn × yn ) = 0.
Teorema: Se (xn )n∈N e (yn )n∈N são sucessões convergentes tais que
x n ≤ yn , ∀n ∈ N
então
lim xn ≤ lim yn .
Consequência: Se (xn )n∈N é uma sucessão convergente e xn ≥ 0 para todo
o n em N então
lim xn ≥ 0.
12
Exemplo 1.15 Considere-se a sucessão definida por recorrência da seguinte
forma: {
a1 =2
an+1 = 12 (an + 6) , n = 1, 2, 3, . . .
Se calcularmos os primeiros termos da sucessão obtemos
a1 = 2 ; a2 = 4 ; a3 = 5 ; a4 = 5.5 ; a6 = 5.75
Podemos então conjecturar que se trata duma sucessão crescente e limi-
tada.
Provemos por indução que a sucessão (an )n∈N é crescente, isto é,
an+1 ≥ an , ∀n ∈ N
Prova para n = 1:
Devemos então provar que a2 ≥ a1 . Como vimos anteriormente a2 = 4 e
a1 = 2 e portanto o resultado é verdadeiro.
Hipótese de indução:
Vamos admitir que o resultado é verdadeiro para n = p, isto é
ap+1 ≥ ap .
Tese de indução:
Provemos que o resultado é verdadeiro para n = p + 1, isto é
ap+2 ≥ ap+1 .
Como
1 1
ap+2 = (ap+1 + 6) ≥ (ap + 6) = ap+1
2 2
temos o resultado provado.
Vejamos agora que a sucessão (an )n∈N é limitada. Mais propriamente,
vejamos que
an ≤ 6 , ∀n ∈ N
uma vez que já sabemos que an ≥ 0.
Obviamente que a1 ≤ 6. Admitindo que o resultado é verdadeiro para
n = p teremos
1 1
ap+1 = (ap + 6) ≤ (6 + 6) = 6
2 2
o que prova a afirmação.
13
Como vimos que a sucessão (an )n∈N é limitada e monótona podemos con-
cluir que é convergente. Chamemos L ao seu limite. A questão que se coloca
agora é a de saber como determinar L.
Sendo (an+1 )n∈N uma subsucessão de (an )n∈N teremos lim an+1 = L. As-
sim, usando a definição de an teremos
1 1 1
L = lim an+1 = lim (an + 6) = (lim an + 6) = (L + 6).
2 2 2
Daqui obtemos uma equação em L que depois de resolvida nos dará o valor
do limite da sucessão.
1
L = (L + 6) ⇔ 2L = L + 6 ⇔ L = 6.
2
3. Se xn > 0 então
1
lim xn = 0 ⇔ lim = +∞.
xn
Tal como já acontecia no caso das funções reais de variável real, também
aqui, no caso do limite de sucessões, temos situações de limites indetermina-
dos.
14
INDETERMINAÇÕES:
{
lim xn = +∞
1. ⇒ lim(xn − yn ) ” (∞ − ∞) ”
lim yn = +∞
{
lim xn = ±∞
2. ⇒ lim xynn ” (∞ )”
lim yn = ±∞ ∞
x
lim xn = 0 lim ynn ” ( 00 ) ”
3. ⇒
lim yn = 0 lim xynn (xn > 0) ” (00 ) ”
lim xn = 0 lim xn .yn ” (0 × ∞) ”
4. ⇒
lim yn = +∞ lim ynxn ” (∞0 ) ”
{
lim xn = 1
5. ⇒ lim xynn ” (1∞ ) ”
lim yn = +∞
15
Exercı́cios de controlo:
an ≥ 2, ∀n ∈ N.
(c) Mostre que a sucessão (an )n∈N é convergente e calcule o seu limite.
lim g(x) = +∞
x→+∞
k g(n)
lim(1 + ) = ek .
g(n)
(b) Mostre que lim(1 − n+3 ) = e−π .
π n
16
7. Considere a sucessão (an )n∈N definida por recorrência da seguinte forma:
a
1
= 2
an+1 = 2 − 1 , n≥1
an
(a) Mostre, por indução, que para todo o n pertencente a N , an > 1.
(b) Mostre que a sucessão (an )n∈N é decrescente.
(c) Mostre que a sucessão (an )n∈N é convergente e determine o seu
limite.
(a) uma sucessão de termos positivos que seja limitada e não seja
convergente.
(b) uma sucessão de termos positivos que seja convergente e que não
seja monótona.
(c) duas sucessões, uma convergente e outra divergente, cujo produto
seja uma sucessão convergente.
n ln n
(a) lim .
en
∑
n
k
(b) lim un , onde para cada n ∈ N , un = .
k=1
n3 + 1
Sugestão: Use o teorema das sucessões enquadradas.
10. (a) Dê um exemplo duma sucessão monótona que não seja conver-
gente.
(b) Dê um exemplo duma sucessão convergente que não seja monótona.
11. Considere a sucessão (an )n∈N definida por recorrência da seguinte forma:
a1 = 4
1
an+1 = (a
3 n
+ 6), n = 1, 2, 3, . . .
17
12. Diga se são verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações, justificando
aquelas que considerar falsas.
13. (a) Dê um exemplo duma sucessão que não seja monótona e que tenha
limite 2.
(b) Diga, justificando, se a sucessão (Un ) = ((−1)n sin n12 ) é conver-
gente e, em caso afirmativo, calcule o seu limite.
15. (a)
∑
n
k
lim 5
n→∞ n +1
2
k=1
(b)
log n
lim (−1)n
n→∞ n
(c)
1 1 1 1
lim ( + + ... + n ).
n→∞ 2 4 8 2
18
1.2 Séries numéricas:
Sabemos que é possı́vel generalizar a soma de dois números reais a um número
finito de parcelas. Surge então com naturalidade a seguinte questão:
Será possı́vel generalizar a noção de soma finita a um número infinito de
parcelas?
Qual o sentido a dar, por exemplo, a
1 1 1 1 1
+ + + + ... + n+ ...?
2 4 8 16 2
1−1+1−1+1−1+ . . .
(1 − 1) + (1 − 1) + (1 − 1) + . . .
19
infinito. Mas isto estava em contradição com o facto do movimento ser
uniforme, de velocidade constante e, portanto, o tempo gasto para chegar
de A até B ser 2t. Daı́ tratar-se dum paradoxo. Esta questão só seria
resolvida com a teoria das séries desenvolvida a partir do século XVIII. Ao
desenvolvimento da teoria das séries não foi alheio o matemático português
José Anastácio da Cunha.
∑
∞
Se (Sn ) for divergente a série an diz-se divergente.
n=1
∑∞
Dada uma série n=1 an associamos-lhe a sucessão das somas parciais
(Sn ) e estudaremos esta sucessão quanto à convergência. Chamamos a este
20
processo a determinação da natureza da série. Mais adiante, estudaremos
processos que permitem determinar a natureza da série, isto é, verificar se a
série é ou não convergente, sem passar pela definição da sucessão das somas
parciais associadas à série.
Sn = a + a + . . . + a = n.a
Se r = −1 teremos
{
0 , n par
Sn =
a , n ı́mpar
e portanto, em qualquer dos casos, a sucessão (Sn ) é divergente, pelo que a
série dada é divergente.
Caso |r| ̸= 1:
a.(1 − rn )
Sn = a + a.r + a.r2 . . . + a.rn−1 =
1−r
Obviamente que
| r |< 1 ⇒ lim Sn = a
1−r
21
Exemplo 1.17 Para a série de Mengoli
∑
∞
1
n=1
n(n + 1)
é divergente.
Com efeito temos
S1 = 1
S2 = 1 + 12
S4 = 1 + 12 + 13 + 41 ≥ 1 + 12 + ( 14 + 14 ) = 1 + 22
S8 = 1 + 12 + ( 13 + 41 ) + ( 15 + 16 + 17 + 18 ) >
> 1 + 21 + ( 14 + 41 ) + ( 18 + 18 + 18 + 18 ) = 1 + 12 + 12 + 12 = 1 + 23
S16 = 1 + 12 + ( 13 + 41 ) + ( 15 + 16 + 17 + 18 ) + ( 19 + 10
1
+ . . . + 161
)>
1 1 1 1 4
> 1+ 2 + 2 + 2 + 2 =1+ 2
.
.
.
S2n > 1 + n2
Pelo que a sucessão (Sn )n∈N não é limitada e portanto não é convergente.
Conclui-se então que a série harmónica é divergente.
22
∑∞
Teorema: Se a série n=1 an é convergente então lim an = 0.
Demonstração: Seja (Sn ) a sucessão das somas parciais associada à série.
Considerando Zn = Sn+1 , podemos afirmar que esta sucessão é uma subsu-
cessão de (Sn ) e como tal converge para o mesmo limite. Da definição de
(Zn ) resulta que
lim an+1 = lim(Zn − Sn ) = 0.
Daqui se conclui que também
lim an = 0.
Observação:
∑ Deste resultado podemos concluir que se lim an ̸= 0, então a
série ∞ a
n=1 n é divergente.
Importante: O facto do limite do termo geral da série ser zero não permite
∑
concluir que a série seja convergente. Vimos anteriormente que a série ∞ 1
n=1 n
é divergente e no entanto o limite do seu termo geral é zero.
Exercı́cio 1.11 Use o resultado anterior para concluir que as seguintes séries
são divergentes
∑
∞ ∑
∞
1
a) (−1)n b) 3n sin( )
n=1 n=1
n
Observação: A natureza duma série não depende do valor dos seus p pri-
meiros termos, onde p é um número natural qualquer, mas fixo. Isto é, as
séries
∑∞ ∑∞
ak e ak
k=1 k=p+1
23
∑
∞
Exercı́cio 1.12 Mostre que a série xn onde
n=1
1 + en se n < 106
xn = ,
2
3n−1
se n ≥ 10 6
é convergente.
∑ ∑∞
Teorema: (i) Se as séries ∑ ∞ n=1 an e n=1 bn são convergentes de soma S e
T , respectivamente,∑então ∞ (a
n=1 n + b n ) é convergente e tem soma S + T .
∞
(ii) Se a série
∑ n=1 an é convergente e tem soma S então, para todo
b ∈ R, a série ∞ n=1 b.an é convergente e tem soma b.S.
Sn = a1 + . . . . + an
e
Tn = b1 + . . . . + bn
∑∞ ∑∞
as sucessões das somas parciais associadas às séries n=1 an e n=1 bn ,
respectivamente. Teremos então
S + T = lim(Sn + Tn ) = lim((a1 + . . . + an ) + (b1 + . . . + bn ))
= lim((a1 + b1 ) + . . . + (an + bn ))
= lim Zn ∑
onde Zn é a sucessão das somas parciais associada á série ∞n=1 (an + bn ). Po-
demos então afirmar que esta série é convergente e que a sua soma é S + T .
(ii) Como
∑
Exemplo 1.20 A série ∞ 1 1 n
n=1 [ n(n+1) +10.( 2 ) ] é convergente já que é a soma
de duas séries convergentes. Podemos mesmo afirmar que a sua soma é 11.
24
∑ ∑∞
Teorema: Se∑a série ∞ n=1 a n é convergente e a série n=1 bn é divergente,
então a série ∞ (a
n=1 n + bn ) é divergente.
∑∞
Demonstração: Suponhamos por absurdo ∑∞ que a série n=1 (an + bn ) é con-
vergente. Como por hipótese a série ∑∞ n=1 an é convergente, podemos concluir
do teorema
∑ anterior, que a série n=1 (−an ) é convergente ∑∞ e também que a
série ∞ (a
n=1 n + bn ) − an converge. Ou seja, a série n=1 bn é convergente,
o que é um absurdo.
an ≥ 0, ∀n ∈ N
∑
∞
e estabelecer resultados que permitem concluir se a série an é ou não
n=1
convergente. Estes resultados serão chamados critérios de convergência para
séries de termos positivos.
Note-se que estes resultados também podem ser usados para determinar
a natureza duma série de termos negativos. Com efeito, vimos anteriormente
∑
∞ ∑∞
que as séries an e (−an ) têm a mesma natureza.
n=1 n=1
Podemos ainda concluir que estes resultados podem ainda ser usados
para determinar a natureza duma série cujos termos tenham sinal constante
a partir duma certa ordem, já que como vimos anteriormente, a natureza
duma série não depende dos seus primeiros termos.
A estas séries cujos termos têm sinal constante a partir duma certa ordem
chamamos séries de termos de sinal bem definido.
25
Teorema(Critério de comparação): Suponhamos que
0 ≤ an ≤ bn , ∀n ∈ N.
Nestas condições:
∑∞ ∑∞
(i) Se a série n=1 bn converge, a série n=1an também converge.
∑∞ ∑∞
(ii) Se a série n=1 an diverge, então a série n=1 bn também diverge.
Sn = a1 + . . . an
Tn = b1 + . . . bn
e consequentemente,
Sn ≤ Tn , ∀n ∈ N.
∑
∞
Da definição de série convergente podemos concluir que, se a série bn
n=1
converge então a sucessão (Tn ) é convergente e portanto limitada. Como
Sn ≤ Tn , para todo o n ∈ N , concluimos que a sucessão (Sn ) é majorada e,
consequentemente, convergente pois (Sn ) é crescente. (ii) Note-se que este
resultado é equivalente ao anterior.
∑∞
1
Exemplo 1.21 Considere-se a série . Como já vimos anteriormente
n=1
n!
que
1 1
≤ n−1 , ∀n ∈ N
n! 2
∑ 1
∞
e a série é uma série geométrica convergente podemos concluir que
n=1
2n−1
a série dada também é convergente.
é divergente.
26
Com efeito, basta ter presente que para 0 < α < 1,
1 1
> , ∀n ∈ N
nα n
∑∞
1
e que a série é divergente.
n=1
n
∑
∞ ∑
∞
Corolário: Se lim abnn = l, com l ̸= 0 e l ̸= +∞ então as séries an e bn
n=1 n=1
são da mesma natureza.
Prova: Consideremos ϵ ∈]0, l[. Como lim abnn = l podemos garantir a existência
duma ordem n0 , a partir da qual se tenha
an
0<l−ϵ< < l + ϵ.
bn
logo
0 < (l − ϵ)bn < an < (l + ϵ)bn .
∑
∞ ∑
∞
Assim, se a série an for convergente a série (l − ϵ)bn também será
n=1 n=1
∑
∞
convergente e portanto bn será convergente.
n=1
∑
∞ ∑
∞
Analogamente, concluimos que se bn é convergente então an também
n=1 n=1
será convergente.
∑
∞ ∑
∞
- Se lim abnn = 0 e bn converge então an também converge.
n=1 n=1
∑
∞
2n2 + 1
Exemplo 1.23 Considere-se a série e usemos o Corolário an-
n3 + 3
n=1
terior para determinar a natureza desta série. Este resultado fazendo uso da
noção de limite, é sem dúvida um resultado de simples aplicação. A dificul-
dade reside em saber qual a série com a qual se deve comparar esta série.
27
Neste caso, porque se trata dum quociente de polinómios, para∑que se obtenha
um limite finito, iremos comparar a série dada com a série ∞ 1
n=1 nα , sendo
α a diferença dos graus dos polinómios. Neste caso α = 1. Teremos então
1
1
lim n
2n2 +1
= ̸= 0, +∞.
n3 +3
2
28
Cálculo aproximado da soma duma série:
∑
∞
Considere-se uma série an convergente, cuja convergência foi
n=1
demonstrada usando o critério de D’Alembert. Seja
∑
∞
Rn = ak
k=n+1
∑
∞
o resto de ordem n da série an .
n=1
Cometendo um certo abuso de linguagem escreveremos
Rn = S − Sn .
teremos obviamente,
Rp ≤ ap+1 (1 + Kp + Kp2 + . . . ).
1
Rp ≤ ap+1 . .
1 − Kp
29
Na prática este método não é muito simples de implementar devido à dificul-
dade na determinação de Kp . Há, no entanto, alguns casos em que a escolha
de Kp é simples:
Se ( an+1
an
) é crescente toma-se Kp = lim an+1
an
ap+2
Se ( an+1
an
) é decrescente toma-se Kp = ap+1
∑∞
1
Exemplo 1.24 Vejamos como se pode calcular a soma da série com
n=1
n!
um erro inferior a 0.01.
Como
an+1 1
lim = lim =0
an n+1
∑∞
1
podemos concluir, usando o critério de D’Alembert, que a série é
n=1
n!
convergente. Notemos ainda que, sendo ( an+1
an
1
) = ( n+1 ) uma sucessão decres-
cente, podemos tomar
1
Kp =
p+2
teremos então
ap+1 1 p+2
Rp ≤ =
1 − Kp (p + 1)! p + 1
30
Critério de Cauchy ou Critério da Raı́z
√
Se lim n an = l e
∑
∞
l < 1, a série an é convergente
n=1
∑∞
l > 1, a série an é divergente.
n=1
√ ∑∞
l = 1, mas n an ≥ 1, a série an é divergente.
n=1
∑
∞
Observação: Se a convergência da série an for provada utilizando o
n=1
critério de Cauchy, podemos obter um valor aproximado da soma da série
procedendo de forma análoga ao caso em que a convergência é provada usando
o critério de D’Alembert. Assim, se Kp é um majorante do conjunto
√ √ √
{ p+1 ap+1 , p+2 ap+2 , p+3 ap+3 , . . . }
e Kp < 1, teremos,
Rp ≤ kpp+1 . 1−k
1
p
31
Critério do integral
i.e.,
∫ +∞ ∑
∞
(i) Se f (x)dx converge ⇒ an converge
1 n=1
∫ +∞ ∑
∞
(ii) Se f (x)dx diverge ⇒ an diverge
1 n=1
Obviamente que
∫ n
a2 + a3 + . . . + an ≤ f (x)dx. (∗)
1
32
temos ∫ n
f (x)dx ≤ a1 + a2 + . . . + an−1 . (∗∗)
1
Então:
(i) De (∗) temos
∑
n ∫ n ∫ +∞
ai ≤ f (x)dx ≤ f (x)dx
i=2 1 1
e portanto
∑
n ∫ +∞
Sn = a1 + ai ≤ a1 + f (x)dx = M.
i=2 1
Concluimos assim que (Sn )n∈N é uma sucessão limitada e, uma vez que é
monótona será convergente. (ii) De (∗∗) temos
∫ n
f (x)dx ≤ a1 + a2 + . . . + an−1 = Sn−1 .
1
∫ +∞
Como estamos a supor que f (x)dx é divergente podemos concluir
1
∑
∞
que (Sn−1 )n∈N tem limite infinito e portanto an é divergente.
n=1
∑∞
1
Consequência: A série de Dirichlet α
é convergente se α > 1 e diver-
n=1
n
gente se α ≤ 1 .
∑∞
1
Vimos anteriormente que, se α ≤ 1 então a série α
é divergente.
n=1
n
Se α > 1, a função
f : [1, +∞[ → R
x → x1α
é contı́nua, decrescente e positiva. Por outro lado,
∫ +∞ ∫ +∞ ∫ y
1 1 x1−α y
f (x)dx = dx = lim dx = lim [ ]1
1 1 xα y→+∞ 1 xα y→+∞ 1 − α
[ ]
1 1 1
= lim − =
y→+∞ (1 − α)y α−1 (1 − α) α−1
33
∑∞
1
Como o integral impróprio é convergente concluimos que a série
n=1
nα
também é convergente.
∑
∞
Exercı́cio 1.20 Determine a natureza da série ne−n .
n=1
Estimativa de erro
Duma forma análoga ao que foi feito no caso em que a convergência da
série foi provada usando o critério da raı́z ou o critério do integral, iremos
estabelecer uma majoração para o erro que se comete quando aproximamos
o valor da soma da série pela soma dos seus n termos.
Consideremos então
Rn = S − Sn = an+1 + an+2 + . . .
Com a ajuda da figura abaixo
34
∑∞
1
Exemplo 1.26 Se considerarmos a série podemos concluir, pelo critério
n=1
n3
do integral que esta série é convergente.
Por outro lado,
∫ +∞
1 1
3
dx = 2 .
n x 2n
Se o nosso objectivo for calcular um valor aproximado da soma da série
cometendo um erro inferior a 0.0005 deveremos considerar n tal que
Rn ≤ 0.0005
Isto é conseguido se
∫ +∞
1
dx ≤ 0.0005
n x3
ou seja,
1 5
2
< .
2n 10000
Basta então considerar n = 32.
35
Observação: Para verificar∑ se uma série é absolutamente convergente
teremos que estudar a série ∞
n=1 | an | que é de termos positivos, e portanto
pode ser estudada usando os resultados estabelecidos anteriormente.
∑∞ (−1)n
Exemplo 1.27 A série n=1 n2 +1 é absolutamente convergente já que a
∑∞ (−1)n
série n=1 | n2 +1 | é uma série convergente.
∑∞
Teorema:
∑∞ Se a série n=1 an é absolutamente convergente então a série
n=1 an é convegente e
∑
∞ ∑
∞
| an |≤ | an | .
n=1 n=1
Critério de Leibnitz
∑
∞
(−1)n
Exemplo 1.28 A série é simplesmente convergente. Com efeito,
n=1
n
∑
∞
(−1)n
(bn ) = ( n1 ) está nas condições do corolário anterior e portanto a série
n=1
n
∑
∞
(−1)n
é convergente. Por outro lado, a série | | é a série harmónica,
n=1
n
que, como sabemos é divergente.
36
Estimativa de erro
∑
∞
É possı́vel demonstrar que, no caso em que a convergência da série (−1)n bn
n=1
é garantida pelo critério de Leibnitz temos a seguinte estimativa para o erro:
|Rn | ≤ bn+1 .
Produto de séries:
∑∞ ∑∞
∑∞Dadas duas séries n=1 an e n=1 bn podemos considerar uma nova série
n=1 un onde (un ) é definida por
u 1 = a 1 b1
u2 = a1 b2 + a2 b1
u3 = a1 b3 + a2 b2 + a3 b1
•
•
• ∑
n
un = i=1 ai bn+1−i
Nestas condições tem-se o seguinte resultado:
∑ ∑∞
Teorema: Se∑as séries ∞ n=1 an e n=1 bn são absolutamente convergentes
então a série ∞
n=1 nu é absolutamente convergente e
∑
∞ ∑
∞ ∑
∞
un = ( an )( bn )
n=1 n=1 n=1
1 1
= ,
3n+1 3n+1−i 3i
37
teremos
n ∑
n
1
= .
3n+1 i=1
3n+1−i 3i
∑∞ 1
Uma vez que a série n=1 3n é uma série absolutamente convergente
conclui-se que a série dada é convergente e que
∑∞
n ∑∞
1 ∑ 1
∞
1
n+1
= ( n
)( n
)= .
n=1
3 n=1
3 n=1 3 4
∑
∞
Teorema:(Riemann) Seja an uma série simplesmente convergente. Então:
n=1
∑
∞
(i) Para todo α ∈ R existem permutações da série an , cuja soma é α.
n=1
∑
∞
(ii) Existem permutações da série an que são divergentes.
n=1
38
Exercı́cios de controlo:
∑
∞
2n−1 ∑
∞
3n+1 + (−2)n ∑
∞
5n+1 + (−2)n
a) b) c)
n=1
3n−1 n=1
5n−2 n=1
3n−2
∑
∞
1 ∑∞
1 1 ∑
∞
2n + 1
d) (1 + )n e) ( − ) f)
n=1
n n=1
n n + 1 n=1
n2 (n + 1)2
∑
∞
1 ∑
∞
8n n! ∑
∞
π n
g) sin2 ( ) h) i) (n sin( ))
n=1
n n=1
nn n=1
3n
√
∑
∞
(−1)n n ∑
∞
n3 + 1 ∑
∞
π
j) k) l) (−1)n cos( )
n=2
n2 −2 n=1
3n3 + 4n2 + 2 n=2
n
∑
∞
(−1)n ∑∞
(−1)n 1 ∑
∞
3n!
m) n) ( − 2 ) o)
n=1
n2n n=1
n+3 n +3 n=1
(n + 1)n
39
5. (a) Considere uma sucessão (an )n∈N onde para cada n ∈ N
(2n)! 1 n
0 ≤ an ≤ ( ) .
(n!)2 5
Determine, justificando, a natureza da série de termo geral an .
(b) Calcule lim an .
7. Considere a série
∑
∞
1
(−1)n .
n=1
4n2+4
∑
∞
1
11. (a) Mostre que a série é convergente.
n=1
(n!)2
40
(b) Calcule um valor aproximado da soma da série da alı́nea anterior,
com um erro inferior a 0.01 .
n2 + 2 1
|cn | ≤ . , ∀n ∈ N.
n4 + 3 e n
∑
∞
2n
14. Verifique se, ao aproximarmos por
n=1
n!
22 23 24 25 26 27 28 29 210 211
2+ + + + + + + + + +
2! 3! 4! 5! 6! 7! 8! 9! 10! 11!
1
cometemos um erro inferior a 100
.
∑
∞
(−1)n
15. Considere a série
n=1
n!
17. Seja (an )n∈N uma sucessão de números reais tais que
1
− ≤ an ≤ 0.
n2
∑
∞
Mostre que a série an é convergente.
n=1
Sugestão: Verifique se a série é absolutamente convergente.
41
18. Determine a natureza das seguintes séries:
∑∞
2 ∑
∞
1
a) ( )n+2 ; b) sin .
n=1
3 n=1
n+1
10 102 103
+ +
2! 4! 6!
difere da soma da série anterior por um valor inferior a 31 .
∑
∞
21. Determine a natureza da série (sin n)ne−n .
n=1
∑∞
(−1)n
22. Verifique se a série é simplesmente convergente.
n=1
ln(n + 1)
∑∞
n+2 n ∑
∞
n!
a) ( ) b) (cos n)
n=1
n n=1
nn
42
Capı́tulo 2
Séries de funções
43
converge para a função f definida por
f : [0, 1] → R
{
0, 0 ≤ x < 1
x →
1, x=1
Com efeito,
44
2.2 Séries de funções
Seja então (fn )n∈N , uma sucessão de funções, onde para cada n ∈ N , fn é
uma função de X em R. Consideremos a sucessão de funções (Sn )n∈N , onde
para cada n ∈ N ,
Sn : X → R
x → Sn (x) = f1 (x) + f2 (x) + . . . + fn (x)
Se a sucessão das somas parciais (Sn )n∈N for convergente, diremos que a
série
∑
∞
fn
n=1
∑
∞
Definição: Diremos que a série de funções fn , converge uniformemente
n=1
em X, se e só se a sucessão das somas parciais (Sn )n∈N for uniformemente
convergente em X para uma função S.
A noção de sucessão uniformemente convergente é delicada saindo, clara-
mente, dos objectivos traçados para este curso. Não exploraremos portanto
esta noção. Há, no entanto, um resultado de fácil utilização que, sob certas
condições, garante a convergência uniforme duma série de funções.
Critério de Weierstrass:
1. ∀n ∈ N, ∀x ∈ X, |fn (x)| ≤ an .
∑
∞
2. an converge.
n=1
∑
∞ ∑
∞
então as séries |fn | e fn são uniformemente convergentes
n=1 n=1
45
∑
∞
(−1)n 1
Exemplo 2.3 A série . é uniformemente convergente em
n=1
n2 1 + x2
[0, 1].
Com efeito,
n
1. ∀n ∈ N, ∀x ∈ [0, 1], | (−1)
n2
1
. 1+x 2| ≤
1
n2
.
∑∞ 1
2. n=1 n2 converge.
∑∞ log n
Exercı́cio 2.1 Mostre que a série n=1 n2 . sin(nx) é uniformemente con-
vergente em R.
∑∞ sin(n4 x)
Exercı́cio 2.2 Mostre que a série n=1 n2
é uniformemente conver-
gente em R.
Teorema: Seja (fn )n∈N uma sucessão de funções onde, para cada n ∈ N ,
fn : [a, b] → R∑é uma função contı́nua.
Se a série ∞ n=1 fn converge uniformemente, então a soma da série é uma
função contı́nua e
∫ b∑
∞ ∞ ∫
∑ b
fn (x)dx = fn (x)dx.
a n=1 n=1 a
Teorema: Seja (fn )n∈N uma sucessão de funções onde, para cada n ∈ N ,
fn : [a, b] → R ∑ é uma função derivável. Admitamos que, para um certo
∞
c ∈ [a, b], a série
∑∞ n=1′ fn (c) é convergente.
Se a série ∑ n=1 fn converge uniformemente, em [a, b], para a função T ,
então a série ∞ ′
n=1 fn converge uniformemente para S e S = T .
46
Exercı́cio 2.4 Calcule
( )′ ( )′
∑∞
1 1 ∑
∞
(−1)n
a) x ∈ [−1, 1] b) sin x x ∈ [0, π]
n=1
2 1 + x2
n
n=1
3n
fn (x) = an (x − x0 )n
onde x0 é um valor fixo de R e (an )n∈N é uma sucessão numérica.
As séries têm então a forma
∑
∞
an (x − x0 )n
n=0
f (n) (a + θn h) n
rn (h) = h , com 0 < θn < 1.
n!
À série
∑
∞
f (n) (a)
hn
n=0
n!
cuja sucessão das somas parciais coincide com o polinómio de Taylor cha-
mamos série de Taylor de f em torno de a.
47
Observação: Se f ∈ C ∞ (I), podemos considerar sempre a série de Taylor
de f . No entanto, esta série poderá ser convergente ou divergente, e, mesmo
que seja convergente a sua soma poderá, ou não, ser igual a f (a + h).
x2 xn eCn
ex = 1 + x + + ...+ + xn+1 ,
2! n! (n + 1)!
com |Cn | < |x|.
Como para todo o x ∈ R, fixo,
eCn
lim xn+1 = 0
(n + 1)!
concluimos que
∑
∞
xn
x
e = .
n=0
n!
x3 x5 x2n+1
sin x = x − + + . . . + (−1)n + r2n+2 (x)
3! 5! (2n + 1)!
48
onde
(sin)(n) (cn ) n
rn (x) = x , |cn | < |x|.
n!
Também aqui teremos para todo x ∈ R
49
∑
Exemplo 2.8 A série ∞ n
n=0 x é convergente para
1
1−x
para todos os valores
de x ∈ R tais que |x| < 1.
∑∞ n x2n+1
Exemplo 2.9 A série n=0 (−1) (2n+1)! é convergente para sin x para todos
os valores de x ∈ R.
∑
Teorema: Dada uma série de potências ∞ n
n=0 an x , ela será convergente
apenas em x = 0, ou existe r > 0 (ou +∞) tal que a série converge absolu-
tamente em ] − r, r[ e diverge fora de [−r, r]. Em −r e r a série poderá ser
convergente ou divergente.
Como determinar este valor r ?
an+1 1
Se existir lim | | = R, então r =
n→∞ an R
ou,
√ 1
n
Se existir lim |an | = R, então r =
n→∞ R
A r chamamos raio de convergência da série de potências.
Observação: Para |x| = r, este resultado não permite tirar qualquer con-
clusão. Se pretendemos determinar todos os valores de R para os quais a série
converge deveremos considerar separadamente as duas séries numéricas.
∑
∞ ∑
∞
n
an r e an (−r)n .
n=0 n=0
50
Exercı́cio 2.6 Determine todos os valores de x para os quais as seguintes
séries são convergentes.
∑∞
xn ∑
∞
(−1)n xn
a) √ b)
n=1
n n=1
n!
∑
∞
Teorema: Se an xn é uma série de potências com raio de convergência r
n=0
então as séries de potências
∑∞
an n+1 ∑
∞
x e nan xn−1
n=0
n+1 n=1
e (∞ )′
∑ ∑
∞
n
an x = nan xn−1
n=0 n=1
∑
∞
Consequência: Seja f a função definida por f (x) = an xn . Então f
n=0
possui derivadas de todas as ordens em qualquer ponto de ] − r, r[ e essas
derivadas podem ser calculadas derivando a série termo a termo.
Assim,
∑
∞
f (k) (x) = n(n − 1) . . .(n − k + 1)an xn−k
n=k
e portanto,
f (k) (0)
ak = .
k!
51
Conclusão: Basta ter presente a definição de série de Taylor para conluir
que a série de potências cuja soma é f (x) não é mais do que a série de Taylor
de f em torno de zero.
Aplicações:
A partir do conhecimento do desenvolvimento em série de potências de
algumas funções é possı́vel, usando a definição e as propriedades das séries de
potências, definir desenvolvimentos em série de potências de outras funções.
∑
∞
x n ∑∞
(−1)n n
3 3
= x (− ) = x x =
n=0
2 n=0
2n
∑
∞
(−1)n
= xn+3
n=0
2n+1
1 ∑ ∞
= xn
1 − x n=0
obtemos
1 ∑ ∞
= (n)xn−1 .
(1 − x)2 n=1
1 ∑ ∞
= (n + 1)xn .
(1 − x)2 n=0
52
Exemplo 2.13 Para determinar um desenvolvimento em série da função
arctg podemos utilizar o seguinte processo:
∫ x ∫ x∑
∞ ∑
∞
1 n 2n x2n+1
arctgx = dt = (−1) t dt = (−1)n .
0 1 + t2 0 n=0 n=0
2n + 1
53
Podemos ainda usar as séries de potências como uma ferramenta para
calcular limites.
1 x x2
= 2
+ 3!
+ 4!
+ ...
pelo que, usando a continuidade das séries de potências temos
ex − 1 − x 1
lim 2
= .
x→0 x 2
Exercı́cio 2.10 Use séries de potências para determinar o valor dos seguin-
tes integrais com um erro inferior a 10−7 .
∫ 0.5 ∫ 0.5
1
a) dx b) arctgx dx
0 1 + x7 0
54
Multiplicação
= x + x2 + 13 x3 + . . .
Divisão de séries
55
Série binomial
Para certas aplicações pode ser importante conhecer a chamada série
binomial.
Para k ∈ R e x tal que |x| < 1 temos
k(k−1) 2 k(k−1)(k−2) 3
(1 + x)k = 1 + kx + 2!
x + 3!
x + ...
∞ (
∑ )
k
= xn
n
n=0
onde ( )
k k(k−1) . . . (k−n+1)
= n!
n
( )
k
= 1
0
56
Exemplo 2.18 Consideremos a equação diferencial
y ′′ + y = 0
e procuremos a sua solução na forma
∑
∞
y(x) = Cn xn .
n=0
C2 = − C20
C3 = − C61
C0
C4 = 4!
C1
C5 = 5!
C6 = − C6!0
.
.
.
C0
C2n = (−1)n (2n)!
C1
C2n+1 = (−1)n (2n+1)!
57
e para y obtemos
x2 x4 x6 2n
y = C0 [1 − 2
+ 4!
− 6!
x
+ . . . + (−1)n (2n)! + . . .]
x3 x5 x7 2n+1
+ C1 [x − 3!
+ 5!
− 7!
x
+ . . . + (−1)n (2n+1)! + . . .]
∑
∞
x2n ∑∞
x2n+1
= C0 (−1)n + C1 (−1)n
n=0
(2n)! n=0
(2n + 1)!
= C0 cos x + C1 sin x
Dum modo geral, a aplicação desta técnica não conduz a uma expressão
tão simples como aquela que obtivemos neste exemplo. Obteremos apenas o
desenvolvimento em série de potências da função solução.
A solução deste problema encontrada por esta via também poderá ser
obtida através da resolução analı́tica da equação diferencial.
y′ + y = 0
da qual também é conhecida a solução (y = Ae−x ).
Procurando uma solução desta equação sob a forma duma série de potências
∑
∞
y= Cn xn
n=0
58
C0 = C0
C1 = −C0
C2 = − C20
C3 = − C60
C0
C4 = 4!
.
.
.
Cn = (−1)n Cn!0
Assim teremos
∑
∞
(−1)n C0 ∑
∞
(−1)n
y= xn = C0 xn = C0 e−x
n=0
n! n=0
n!
Que é justamente o resultados esperado.
a) y ′′ − y ′ = 0 ; b) y ′ = x2 y
c) y ′′ = x2 y ; y(0) = −1 ; y ′ (0) = 0.
Exercı́cio 2.16
Usando séries de poências determine a solução das seguintes equações dife-
renciais:
a) y ′′ + xy ′ + y = 0 ; b) (x2 + 1)y ′′ + xy ′ − y = 0
59
Exercı́cios de controlo:
∑
∞ ∑
∞
(−1)n xn ∑∞
xn
n n
a) 3 x b) c)
n=1 n=1
n+1 n=2
lnn
7. Determine f (10) (0) para cada uma das funções do exercı́cio anterior.
∑∞
n
(b) Use a alı́nea anterior para determinar a soma da série .
n=1
2n
60
9. (a) Determine todos os valores de x para os quais a série
∑
∞
en n
(−1)n x
n=1
n2
é convergente.
(b) Determine todos os valores de x para os quais a série
∑
∞
en
(−1)n (x − e)n
n=1
n2
é convergente.
11. Sabendo que, se uma sucessão de funções contı́nuas (fn )n∈N , definidas
em X ⊂ R, converge uniformemente para uma função f , então f é uma
função contı́nua, prove o seguinte resultado:
∑∞
Se a série de funções n=1 gn converge uniformemente para S, em
X ⊂ R e gn são funções contı́nuas em X então S é uma função contı́nua.
Sugestão: Use a definição de série de funções.
8 n
12. (a) Calcule o limite da sucessão ( 1+8n )n∈N e diga, justificando, se a
n
n 8
sucessão ((−1) 1+8n )n∈N é convergente.
∑
∞
2n
(b) Determine o intervalo de convergência da série xn
n=1
1 + 8n
61
15. Mostre que a série de funções
∑
∞
1
, x ∈ [1, 100]
n=1
n(1 + nx)
é uniformemente convergente.
∑
∞
3n
16. Determine todos os valores de x para os quais a série xn é con-
n=1
n
vergente.
62
Capı́tulo 3
Matrizes e sistemas de
equações lineares
3.1 Motivação
Consideremos o seguinte sistema de três equações a três incógnitas
2x + 3y + z = 8
4x + y + z = 10
−6x + 3y + 3z = −6
Como sabemos, resolver um sistema é determinar a sua solução, ou seja,
determinar os valores de x, y e z tais que a sua substituição no sistema
conduza a três identidades.
Vejamos um método novo, chamado Método de eliminação de Gauss, que
consiste em multiplicar a 1a equação por um coeficiente de tal forma que ao
somarmos a 1a e a 2a equações desapareça o termo em x. De seguida faremos
o mesmo para a 3a equação.
63
Multiplicamos então a 1a equação por −2 e adicionamos o resultado à 2a
equação. De seguida multiplicamos a 1a equação por 3 e adicionamos à 3a
equação. Obtemos então
2 x + 3y + z = 8
− 5y − z = −6
12y + 6z = 18
Procedendo da mesma forma relativamente às 2a e 3a linhas, iremos mul-
tiplicar a 2a linha por 12 e adicionar à terceira, obtendo-se
5
2x + 3y + z = 8
+ −5 y −
+ 18
5
z = −6
z = 18 5
64
E concluı́mos que se α ̸= 5 a solução será x = 1, y = 0 e z = 0. Diremos
que o sistema tem uma e uma só solução. Em termos geométricos significa
que a interseccão dos três planos é um ponto.
Por outro lado, se α = 5, a última equação tem a forma 0.z = 0.Esta
equação será verificada por qualquer elemento de R. O sistema terá então,
não uma mas sim uma infinidade de soluções. Em termos geométricos a
intersecção dos três planos é o conjunto dos pontos
{ }
2 6
( z + 1 , − z , z ) : z ∈ R}
5 5
que, como se pode observar, define uma recta. Em termos de sistemas dire-
mos que se trata dum sistema indeterminado.
65
3.2 Operações com matrizes
Neste parágrafo iremos definir algumas operações elementares com matrizes
e estudar algumas das suas propriedades.
Para definir uma matriz necessitamos apenas de indicar o seu tipo, isto
é, o número de linhas n e o número de colunas m e o valor do elemento aij
que se encontra na linha i e na coluna j.
coluna j
↓
. . . . .
. . . . .
linha i →
. . aij . .
. . . . .
. . . . .
aij = i + 2j ?
Exemplo 3.2 Se
[ ] 1 4
1 2 3
A= então AT = 2 5
4 5 6
3 6
66
Exercı́cio 3.3 Determine as transpostas das seguintes matrizes:
4
[ ] 3 1 0
A= 1 2 3 4 ; B=
2 ; C= 0 1
2 1
1
Observação 3.2 Podemos definir o produto dum número por uma matriz
independentemente do tipo de matriz que temos.
3− Soma de matrizes
Dadas duas matrizes A = (aij ) e B = (bij ) do mesmo tipo definimos a
matriz A + B = (cij ) onde
cij = aij + bij
Exemplo 3.4 Da definição anterior resulta
2 3 4 6 9 12 8 12 16
5 6 7 + 15 18 21 = 20 24 28
8 9 0 24 27 0 32 36 0
Exercı́cio 3.5 Determine a matriz A + B onde A = (aij ) e B = (bij ) são
duas matrizes do tipo (4 × 3) definidas por
aij = i − j e bij = i + j
67
4− Produto de matrizes
Dadas as matrizes A = (aij ) do tipo (m × n) e B = (bij ) do tipo (n × p)
podemos definir a matriz produto A.B = (cij ) do tipo (m × p) onde
∑
n
cij = aik .bkj
k=1
Exercı́cio 3.6 Diga quais os produtos de duas matrizes que se podem efec-
tuar usando as matrizes A,B e C abaixo definidas.
1 2 0 [ ] 1 0
1 0 0
A= 0 1 0 e B= e C= 0 1
0 1 2
0 0 1 0 1
68
podemos concluir que o elemento (ij) da matriz produto A.B é igual ao pro-
duto escalar ( interno) da linha i de A com a transposta da coluna j de B.
Isto é,
A.A−1 = In ou A−1 .A = In
Exemplo 3.7 Se
[ ] [ ]
1 2 −1 −1 2
A= então A =
1 1 1 −1
(A.B)−1 = B −1 .A−1
69
Existem resultados que garantem a invertibilidade duma matriz e que
estabelecem um método para a determinação da inversa. Este assunto será
estudado mais adiante.
6− Matrizes elementares
70
2. Ao multiplicarmos à esquerda uma matriz A por Pij obtemos a matriz
que resulta de trocarmos na matriz A a linha i com a linha j.
71
chamamos matriz coluna dos termos independentes.
A.X = b
e transformá-mo-lo em
12 12
(E32 ( ).E31 (3).E21 (−2)).A.X = (E32 ( ).E31 (3).E21 (−2)).b
5 5
que podemos representar por
(M.A).X = c
ou ainda
U.X = c
com M = E32 ( 12
5
).E31 (3).E21 (−2) e c = M.b onde a matriz U = M.A tem
uma forma particular a que chamaremos matriz em escada.
72
Definição: Diremos que U é uma matriz em escada se
(i) o primeiro elemento não nulo numa linha se encontra na posição j
então a linha seguinte começa com pelo menos j elementos nulos.
(ii) se houver linhas totalmente constituı́das por zeros, ela aparece depois
das outras.
Exemplo 3.8 Nas matrizes abaixo damos uma ideia do aspecto duma matriz
em escada
• ∗ ∗ ∗ ∗ • ∗ ∗ ∗ ∗
0 • ∗ ∗ ∗ 0 0 • ∗ ∗
0 0 • ∗ ∗ e 0 0 0 • ∗
0 0 0 • ∗ 0 0 0 0 •
0 0 0 0 • 0 0 0 0 0
Aos elementos assinalados com • chamamos pivots.
73
Exercı́cio 3.12 Determine a caracteristica das matrizes A e B definidas
por:
1 2 3 1 2 3 1
A= 4 5 6 ; B = 4 8 12 4
3 6 9 3 4 5 0
Exercı́cio 3.13 Dê um exemplo duma matriz do tipo (3×3) que seja singular
e de outra que seja não-singular.
U.X = c
Sendo U uma matriz em escada este sistema é resolvido duma forma
simples ”de baixo para cima”.
Observação 3.7 A resolução do sistema por este processo leva a que tenha-
mos necessidade de calcular a matriz M . No caso do exemplo modelo
1 0 0
12
M = E32 ( ).E31 (3).E21 (−2) = −2 1 0
5
− 59 12
5
1
74
Voltemos ao sistema
U.X = c
onde
L.c = b.
Multiplicando o primeiro sistema por L obtemos
onde L é uma matriz triangular inferior (que tem elementos não nulos apenas
abaixo da diagonal principal) com 1 na diagonal e U uma matriz em escada,
chamamos factorização LU .
75
1 −1 2 3
1 1 1 2
A=
2 −2 1 6
3 1 0 1
1 −1 2 3 1 −1 2 3
1 1 1 2 0 2 −1 −1
2 −2 1 6 → 0 0 −3 0
3 1 0 1 0 4 −6 −8
1 0 0 0
1 1 0 0
L=
2
1 0
3 1
76
1 −1 2 3 1 −1 2 3 1 −1 2 3
0 2 −1 −1 0 2 −1 −1
→ 0 2 −1 −1
0 0 −3 0 → 0 0 −3 0 0 0 −3 0
0 4 −6 −8 0 0 −4 −6 0 0 0 −6
3 2 43 1
e
1 −1 2 3
0 2 −1 −1
U = 0 0 −3 0
0 0 0 −6
Temos então a decomposição LU da matriz A dada por
1 −1 2 3 1 0 0 0 1 −1 2 3
1 1 1 2 1 1 0 0 0 2 −1 −1
A≡
2 −2 1 6 = 3 2 1 0 . 0 0 −3 0
3 1 0 1 2 0 34 1 0 0 0 −6
A análise de U permite concluiur que a caracterı́stica de A é 4.
77
3.4 Algoritmo de eliminação de Gauss para
resolução de sistemas
A.X = b
Passo 1: Factorizar P A = LU .
Passo 2: Resolver Lc = P b.
Passo 3: Resolver U X = c.
Passo 1: Factorização de A.
78
Passo 2: Resolver LC = b.
Isto é,
1 0 0 c1 8
2 1 0 . c2 = 10
−3 − 12
5
1 c3 −6
A solução deste sistema é C1 = 8, C2 = −6 e C3 = 18
5
.
Passo 3: Resolver U X = c.
donde resulta, x1 = 2, x2 = 1 e x3 = 1.
(P.A).X = P b
79
Neste caso
1 7 8 1
P.A = 0 5 6 e P.b = 0
0 2 6 0
Isto é,
1 0 0 c1 1
0 1 0 . c2 = 0
0 25 1 c3 0
A solução deste sistema é C1 = 1, C2 = 0 e C3 = 0.
Passo 3: Resolver U X = c.
Isto é,
1 7 8 x1 1
0 5 8 . x2 = 0
18
0 0 5
x3 0
cuja solução é x1 = 1, x2 = 0 e x3 = 0.
80
3.4.2 Caso geral
Iremos agora considerar o caso geral dum sistema qualquer começando por
estudar os chamados sistemas homogéneos.
A.X = 0
onde A é uma matriz do tipo m × n. Significa então que temos um sistema
com m equações e n incógnitas.
O método de resolução dum sistema deste tipo pode ser descrito da se-
guinte forma:
x1 − x2 + 2x3 + 3x5 − 5x6 = 0
−3x1 + 4x2 − 2x3 + x4 − 7x5 + 15x6 = 0
2x1 − 2x2 + 4x3 + x4 + 5x5 − 9x6 = 0
x1 − 2x2 − 2x3 − 2x4 + 2x5 − 5x6 = 0
81
cuja matriz associada é
1 −1 2 0 3 −5
−3 4 −2 1 −7 15
2 −2 4 1 5 −9
1 −2 −2 −2 2 −5
Iremos agora seguir todos os passos do algoritmo anterior.
82
Para a incógnita livre x5 deveremos proceder da mesma forma: damos
o valor 1 a essa incógnita e zero à outra incógnita livre x3 e consideramos
respectivo sistema
x1 − x2 − x6 = −3
x2 + x4 = −2
x4 + x6 = 1
x6 = 0
cuja solução é
−6
−3
0
W2 =
1
1
0
83
Classificação dos sistemas:
Teorema 3.1 Seja A uma matriz do tipo (m × n). Então, sobre o sistema
A.X = b
podemos afirmar
A.X = 0
onde A é uma matriz do tipo (m × n) com n > m, isto é o sistema tem mais
incógnitas do que equações. Nestas condições o sistema é indeterminado.
Teorema 3.3 Se
A.X = b
é um sistema possı́vel e y é uma sua solução particular, então o conjunto das
soluções do sistema é dado por
{y + u : u ∈ N (A)}
onde, como vimos, N (A) representa o conjunto das soluções do sistema ho-
mogéneo associado A.X = 0.
84
Exercı́cio 3.18 Classifique os seguintes sistemas:
a)
x + 5y + z + 2w = 0
x − y + 2z + 3w = 0
2x + 6y + 4z + 4w = 0
b)
x + 5y + z + 2w = 1
x − y + 2z + 3w = 0
2x + 6y + 4z + 4w = 0
c)
x + y = 0
x + z = 0
y + z = 0
d)
x + y = 0
x + z = 0
2x + 2y = 0
A.X = b
onde A é uma matriz qualquer do tipo m × n.
P A = LU
• 20 Passo - Resolução de Lc = P b.
Se os últimos (m − r) elementos de c não forem todos nulos o sistema
inicial é impossı́vel.
85
• 40 Passo - Dá-se o valor 0 às incógnitas livres e resolve-se o sistema
com r equações daı́ resultante. A solução x∗ deste sistema é também
solução de A.X = b. Será a solução particular referida no Teorema 3.3
{x∗ + u : u ∈ N (A)}
x1 − x2 + 2x3 + 3x5 − 5x6 = −1
−3x1 + 4x2 − 2x3 + x4 − 7x5 + 15x6 = 5
2x1 − 2x2 + 4x3 + x4 + 5x5 − 9x6 = −2
x1 − 2x2 − 2x3 − 2x4 + 2x5 − 5x6 = −2
1 0 0 0
3 1 0 0
M = E43 (1).E42 (1).E41 (−1).E31 (−2).E21 (3) =
−2
0 1 0
0 1 1 1
Para U e L teremos
1 0 0 0 1 −1 2 0 3 −5 1 −1 2 0 3 −5
3 1 0 0 −3 4 −2 1 −7 15 0 1 4 1 2 0
U =
−2
.
=
0
0 1 0 2 −2 4 1 5 −9 0 0 1 −1 1
0 1 1 1 1 −2 −2 −2 2 −5 0 0 0 0 0 1
86
e
1 0 0 0
−3 1 0 0
L = (E43 (1).E42 (1).E41 (−1).E31 (−2).E21 (3))−1 =
2
0 1 0
1 −1 −1 1
Neste caso car(A) = 4.
20 Passo - Resolução de Lc = b.
87
A solução deste sistema é x1 = 7, x2 = 3, x4 = −1 e x6 = 1.
88
Exemplo 3.15 Seja
1 2 0
A = 3 −1 −2
−2 3 −2
Consideremos a matriz (n × 2n) definida por [A(n×n) |In ].
1 2 0 | 1 0 0
3 −1 −2 | 0 1 0
−2 3 −2 | 0 0 1
Usemos de seguida o processo de eliminação de Gauss para esta nova
matriz.
1 2 0 | 1 0 0 1 2 0 | 1 0 0
3 −1 −2 | 0 1 0 → 0 −7 −2 | −3 1 0 →
−2 3 −2 | 0 0 1 0 7 −2 | 2 0 1
1 2 0 | 1 0 0
→ 0 −7 −2 | −3 1 0
0 0 −4 | −1 1 1
1 2 0 | 1 0 0 1 0 0 | 2
7
1
7
− 1
7
0 −7 0 | − 52 12 − 12 → 0 −7 0 | − 52 12 − 12
0 0 −4 | −1 1 1 0 0 −4 | −1 1 1
89
A inversa de A será então a matriz
2
7
1
7
− 17
A −1
=
5
14
− 14
1 1
14
1
4
− 14 − 14
2 0 0 2 3 1 2 0 0
A= 1 1 0 B= 0 1 1 C= 0 1 0
3 1 3 0 0 3 0 0 3
90
3.6 Determinantes
Neste parágrafo iremos introduzir a noção de determinante, associada a uma
matriz quadrada.
Daremos a definição de determinante duma matriz quadrada (n × n) com
n = 1, 2, 3, 4 e esperamos que se perceba o processo por forma a determinar
o determinante duma matriz (n × n) com n > 4.
Dada uma matriz quadrada A(n×n) teremos:
n = 5 → detA = . . . .
.
.
.
91
Iremos agora expor um conjunto de propriedades que poderão ser úteis
para o cálculo de determinantes. Em alguns casos consideraremos o caso
particular de matrizes (3 × 3) mas os resultados continuam válidos para um
valor de n qualquer.
PROPRIEDADES
1.
a11 a12 a13 a11 a12 a13 a11 a12 a13
det a21 + b1 a22 + b2 a23 + b3 = det a21 a22 a23 +det b1 b2 b3
a31 a32 a33 a31 a32 a33 a31 a32 a33
2.
a11 a12 a13 a11 a12 a13
det α.a21 α.a22 α.a23 = α.det a21 a22 a23
a31 a32 a33 a31 a32 a33
6. detA−1 = 1
detA
92
Consequências
detA = ±detU
93
Observação 3.9 Para o cálculo do determinante duma matriz (3 × 3) po-
demos usar a chamada Regra de Sarrus que a seguir se apresenta.
a11 a12 a13 a11 . . . a12 . . . a13
det a21 a22 a23 = . a22 . + . . a23 + a21 . .
a31 a32 a33 . . a33 a31 . . . a32 .
. . a13 a11 . . . a12 .
− . a22 . + . . a23 + a21 . .
a31 . . . a32 . . . a33
Exercı́cios de controlo:
94
3. Determine a solução geral dos seguintes sistemas:
{
x1 + x2 + x3 + x4 = 0
x+z−y = 0 x2 + x3 + x4 = 0
(a) (b)
2x + y − z + t = 0
x 1 + x2 + x3 + 2x4 = 0
2x1 + 2x2 + x3 + x4 + x5 = 0
95
8. Calcule o determinante das seguintes matrizes usando, sempre que
possı́vel, propriedades que lhe permitam simplificar o cálculo.
1 2 3 1 4 3
(a) A = 2 4 6 (b) B = 2 5 6
1 3 4 3 6 9
1 0 0 0 1 10 20 30
10 2 0
0 0 1 40 50
(c) C =
20 (d) D =
4 4 0 0 0 1 60
30 2 0 5 0 0 0 1
det(αA) = αn detA
96
Capı́tulo 4
Espaço vectorial Rn
Embora a noção de espaço vectorial possa ser apresentada duma forma abs-
tractra iremos neste curso trabalhar apenas no espaço vectorial Rn
2- ∀(x1 , x2 , ..., xn ) ∈ Rn , ∀α ∈ R
97
Toda a teoria que iremos desenvolver neste capı́tulo é válida para todo o
n ∈ N no entanto iremos efectuar a sua apresentação recorrendo, na maior
parte dos casos a R2 e R3 onde a visualização geométrica é possı́vel.
1. F ̸= ∅
2. ∀u, v ∈ F ⇒ u + v ∈ F
3. ∀u ∈ F, ∀α ∈ R ⇒ αu ∈ F
r = {(x, mx) : x ∈ R}
onde m é um valor fixo. Teremos então
Exercı́cio 4.1 Mostre que, em R3 , tanto as rectas como os planos que pas-
sam pela origem, são subespaços de R3 .
98
com αi ∈ R, chamamos combinação linear de v1 , v2 , ..., vk .
O conjunto de todas as combinações lineares possı́veis de v1 , v2 , ..., vk ,
{α1 .v1 + α2 .v2 + ... + αk .vk : αi ∈ R, i = 1, 2, ...k} ,
será denotado por
L {v1 , v2 , ..., vk } .
Pode provar-se que este conjunto é um subespaço vectorial de Rn que será
chamado subespaço gerado pelos vectores v1 , v2 , ..., vk .
Exemplo 4.2 Sejam v1 = (1, 0, 0) e v2 = (0, 1, 0) dois elementos de R3 .
Então
= {(α1 , α2 , 0) : α1 , α2 ∈ R} =
= {(x, y, z) ∈ R3 : z = 0}
Como sabemos este conjunto é o plano z = 0.
Exercı́cio 4.2 Identifique o subespaço L {v1 , v2 } de R3 onde
v1 = (1, 1, 0) ; v2 = (0, 0, 1)
99
Teorema 4.1 O sistema Ax = b é possı́vel sse b ∈ C(A).
Isto significa que só é possı́vel escrever o vector nulo como combinação
linear dos vectores v1 , v2 , ..., vk com os escalares todos nulos.
100
Trata-se dum sistema que podemos resolver pelo método de eliminação de
Gauss. Teremos então
2 1 1 2 1 1 2 1 1
0 1 1 → 0 1 1 → 0 1 1 =U
1 0 β 0 −2 −2 + β
1 1
0 0 β
Podemos então concluir que, se β ̸= 0 então car(A) = 3 e portanto, como
o sistema é homogéneo terá apenas a solução nula, isto é,
(α1 , α2 , α3 ) = (0, 0, 0). Se β = 0 então car(A) = 2 e o sistema é indetermi-
nado, existindo uma infinidade de soluções. No primeiro caso, os vectores
dados são linearmente independentes enquanto que, no segundo caso, são
linearmente dependentes.
L {v1 , v2 , ..., vk } = F
Exemplo 4.5 Em R3 os vectores
1 0 0
0 1 0
0 0 1
101
constituem uma base de R3 . Para fundamentar esta afirmação iremos começar
por verificar que são linearmente independentes. Basta construir a matriz A
cujas colunas são os vectores dados e cuja caracteristica é 3
1 0 0
A= 0 1 0
0 0 1
concluir que o sistema AX = 0 é determinado e, portanto, os vectores são
linearmente independentes.
Por outro lado,
L {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} = {x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) + z(0, 0, 1) : x, y, z ∈ R}
= {(x, y, z) : x, y, z ∈ R} = R3
Observação 4.2 À base {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} chamamos base canónica
de R3 .
Do mesmo modo {(1, 0), (0, 1)} é a base canónica de R2
Exemplo 4.6 Consideremos em, R2 , uma recta r que passe pela origem.
Vimos anteriormente que r é definida por
r = {(x, mx) : x ∈ R}
102
Teorema 4.2 Se {v1 , v2 , . . . , vp } for um conjunto de vectores linearmente
independentes e w ∈
/ L{v1 , v2 , . . . , vp } então v1 , v2 , . . . , vp , w são linear-
mente independentes.
103
Exercı́cio 4.6 Determine um vector w tal que os vectores
1 1
0 , 1 ,w
1 2
Exercı́cio 4.10 Construa uma base dum qualquer plano π de R3 que conte-
nha a origem.
Exercı́cio 4.11 Construa uma base duma recta r de R3 que contenha a ori-
gem.
104
4.3 Caracterı́stica duma matriz
Seja Am×n uma matriz. Definimos
nul(A) = n − car(A)
105
cuja solução é w1 = (−2, 1, 0, 0, 0).
No segundo caso, teremos
x1
1 2 0 1 0 0 0
0 0 1 2 1 . x3 = 0
0 0 0 2 1 x4 0
1
Observação 4.6 Embora tenhamos dim C(A) = dim C(U ) não é verdade
que C(A) = C(U ).
106
Considerando, mais uma vez, a matriz do exemplo anterior podemos então
concluir que
1 0 0
2 0 0
0 , 1 , 0
2 2
1
0 1 1
é uma base de R(A).
Conclusão: Teremos
T : Rn → Rm
que verifica
2. T (αu) = αT (u), ∀u ∈ Rn , ∀α ∈ R
1.
T : R →R
x → 2x
2.
T : R2 → R2
u →u
3.
T : R3 →R
(u, v, z) → u
4.
T : R3 → R3
(u, v, z) → (u, 0, 0)
107
5.
T : R3 → R3
(u, v, z) → (u, v, 0)
T : Rn → Rm
coluna j
↓
. . α1 . .
. . α2 . .
A=
. . . . .
. . . . .
. . αm . .
Pode-se provar que
108
podemos construir a matriz A associada ao operador linear T
( )
2 4
A=
−1 1
e teremos
( ) ( )
2 4 x
T ((x, y)) = . = (2x + 4y, −x + y) , ∀(x, y) ∈ R2
−1 1 y
Exemplo 4.10 Seja θ ∈ [0, 2π] um valor fixo, então o operador linear
T : R2 → R2 definido por
(( )) ( ) (( )) ( )
1 cos θ 0 − sin θ
T = ; T =
0 sin θ 1 cos θ
1 cos θ 0 − sin θ 0 0
T 0 = sin θ ; T 1 = cos θ ; T 0 = 0
0 0 0 0 1 1
1 1 0 0 0 0
S 0 = 0 ; S 1 = cos ϕ ; S 0 = − sin ϕ
0 0 0 sin ϕ 1 cos ϕ
109
Exercı́cios de controlo:
1. Verifique se
F = {(x, x, 0, 0) : x ∈ R}
é um subespaço de R4
110
Capı́tulo 5
Produto interno em Rn
Exemplo 5.1 O produto escalar de dois elementos de Rn pode ser nulo sem
que nenhum dos elementos o seja. Com efeito, considerando os elementos
não nulos de R2 (1, 0) e (0, 1), facilmente concluı́mos que o seu produto
escalar é nulo.
111
Definição: Sejam x = (x1 , x2 , ..., xn ) e y = (y1 , y2 , ..., yn ) dois elementos
de Rn . Então:
a) Definimos norma de x por
√
||x|| = < x, x >
b) Definimos distância de x a y por
||x − y||
c) Diremos que x e y são ortogonais ( perpendiculares) se
< x, y >= 0
112
Definição: Para x e y em Rn define-se o ângulo entre x e y como o valor
entre 0 e π tal que
< x, y >
](x, y) = arcos
||x||.||y||
Daqui resulta que
113
Exemplo 5.4 Teremos
1.
||x + y|| ≤ ||x|| + ||y||
114
Definição: Uma base {v1 , v2 , ..., vk } dum subespaço vectorial F de Rn
diz-se ortogonal se os vectores vi forem dois a dois ortogonais, isto é, se
< vi , vj >= 0, ∀i ̸= j
Diremos que a base é ortonormada se, para além de ser ortogonal, os seus
elementos tiverem norma 1.
Exemplo 5.7 A base {(1, 0), (0, 2)} de R2 é uma base ortogonal mas não é
ortonormada.
Exercı́cio 5.4 a) Dê um exemplo duma base ortogonal de R3 que não seja
ortonormada.
b) Dê um exemplo duma base ortonormada de R3 diferente da base
canónica.
O resultado que se segue mostra-nos uma das vantagens de ter uma base
ortonormada.
Teorema 5.2 Seja {v1 , v2 , ..., vk } uma base ortogonal dum subespaço vecto-
rial F de Rn . Então, para todo o v ∈ F teremos
∑
k ∑k
< v, vi >
v= projvi v = .vi
i=1 i=1
||v i || 2
∑
k
v= < v, vi > .vi
i=1
115
Consequência: Se {v1 , v2 , ..., vk } é uma base ortonormada dum su-
bespaço vectorial F de Rn então para todo o v ∈ F ,
∑
k
||v|| =
2
< v, vi >2
i=1
< v − vF , w >= 0, ∀w ∈ F
Isto significa que v − vF é ortogonal a todos os vectores de F .
2. É dado por
116
Observação 5.1 Se a base for ortonormada então
projF (v) =< v, v1 > .v1 + < v, v2 > .v2 + . . .+ < v, vk > .vk
r = {(x, 2x) : x ∈ R}
Como vimos anteriormente, trata-se dum subespaço vectorial de R2 de
dimensão 1. Qualquer elemento não nulo de r constitui uma base de r.
Considere-se então a base de r constituı́da pelo elemento (1, 2). Teremos
então
117
Teorema 5.4 ( Processo de ortogonalização de Gram-Schmidt)
Seja F um subespaço vectorial de Rn e {v1 , v2 , ..., vk } uma sua base.
Então os vectores
{u1 , u2 , ..., uk }
definidos por
u1 = v1
u2 = v2 − proju1 v2
u3 = v3 − proju1 v3 − proju2 v3
.
.
.
uk = vk − proju1 vk − proju2 vk − ... − projuk−1 vk
Constituem uma base ortogonal de F .
u1 = v1 = (−1, 1, 0)
u2 = v2 − proju1 v2
= (1, 0, 1) − <(−1,1,0),(1,0,1)>
2
.(−1, 1, 0)
= ( 21 , 12 , 1)
Os vectores {(−1, 1, 0), ( 12 , 12 , 1)} constituem uma base ortogonal de F .
118
A partir desta base podemos construir uma base ortonormada basta para
isso multiplicar cada vector pelo inverso da sua norma.
Teremos então a seguinte base ortonormada de F :
√ √ √ √ √
2 2 6 6 6
{(− , , 0), ( , , )}
2 2 6 6 3
Exercı́cio 5.6 Determine uma base ortonormada de cada um dos seguintes
subespaços vectorias F1 e F2 de R4 .
AX − b = 0
Iremos então procurar X ∈ Rn que torne mı́nima a distância de AX a b,
isto é,
AX = bc
onde
bc = projC(A) b
(bc é o vector de C(A) que está mais próximo de b).
119
Algoritmo para a determinação das soluções dum sistema no
sentido dos mı́nimos quadrados
120
é uma base de C(A).
u1 = (1, 0, 1)
bc = projC(A) (1, 0, 2)
= <(1,0,2),(1,0,1)>
2
.(1, 0, 1) + <(1,0,2),(1,1,−1)>
3
.(1, 1, −1)
= ( 67 , − 31 , 11
6
)
121
A solução do sistema
7
1 0 0 c1 6
0 1 0 . c2 = − 1
3
1 −2 1 c3 11
6
será
7
c1 = 6
c2 = − 13
c3 = 0
O sistema U X = c tem então a forma
7
1 2 3 x1 6
0 1 0 . x2 = − 1
3
0 0 0 x3 0
cuja solução é ( 11
6
− 3x, − 13 , x).
A solução do sistema no sentido dos mı́nimos quadrados será então dada
pelo conjunto
11 1
{( − 3x, − , x) : x ∈ R}
6 3
Exercı́cio 5.7 Determine a solução, no sentido dos mı́nimos quadrados, do
seguinte sistema:
x + 2y + 3z = 0
2x + 2y + 4z = 0
x + z = 1
Outro processo:
Se X for solução de
AT AX = AT b
então X é solução de AX = b no sentido dos mı́nimos quadrados.
122
Exemplo 5.11 Consideremos o sistema do exemplo anterior. O sistema
AT AX = AT b tem a forma
1 0 1 1 2 3 x1 1 0 1 1
2 1 0 . 0 1 0 x2 = 2 1 0 . 0
3 0 3 1 0 3 x3 3 0 3 2
ou seja,
2 2 6 x1 3
2 5 6 x2 = 2
6 6 18 x3 9
Para resolver este sistema iremos usar o algoritmo de eliminação de Gauss
começando por efectuar a decomposição LU da matriz deste último sistema.
Teremos
2 2 6 1 0 0 2 2 6
2 5 6 = 1 1 0 0 3 0
6 6 18 3 0 1 0 0 0
O sistema Lc = (3, 2, 9) tem então a forma
1 0 0 c1 3
1 1 0 c2 = 2
3 0 1 c3 9
cuja solução é (3, −1, 0).
No sistema U X = c damos o valor zero às incógnitas livres e obtemos o
sistema
2 2 6 x1 3
0 3 0 x2 = −1
0 0 0 0 0
cuja solução é x = ( 11
6
, − 13 , 0).
Para a construção de N (A) consideramos o sistema
2 2 6 x1 0
0 3 0 x2 = 0
0 0 0 1 0
cuja solução é (−3, 0, 1). Para N (A) teremos então:
N (A) = {(−3α, 0, α) : α ∈ R}
123
A solução no sentido dos mı́nimos quadrados será então
11 1
{( , − , 0) + (−3α, 0, α) : α ∈ R}
6 3
Exercı́cio 5.8 Determine a solução, no sentido dos mı́nimos quadrados,
pelo processo alternativo, do seguinte sistema:
x + 2y + 3z = 0
2x + 2y + 4z = 0
x + z = 1
Aplicação:
y = mx + b
124
que melhor se aproxime destes pontos.
Se os pontos estivessem sobre a recta então as suas coordenadas de cada
um dos pontos satisfariam a equação da recta. Terı́amos então o seguinte
sistema:
mα1 + b = β1 α1 1 β1
α2 1
mα2 + b = β2 ( ) β2
. . . m .
⇐⇒ . . = .
. b
. . .
.
mαn + b = βn αn 1 βn
Como duma forma geral não existe solução para este sistema, o nosso
objectivo será determinar a solução no sentido dos mı́nimos quadrados.
De acordo com o que foi exposto anteriormente a solução deste sistema
minimizará
√
(mα1 + b − β1 )2 + (mα2 + b − β2 )2 + . . . + (mαn + b − βn )2
125
Exercı́cio 5.10 Para um certo óleo foi calculada a viscosidade em função
da temperatura.
T 20 40 60 80 100 120
ν 220 200 180 70 150 135
Exercı́cios de controlo:
{(x, y, z) ∈ R3 : ax + by + cz = 0}
126
Capı́tulo 6
Diagonalização de matrizes
127
para algum x ̸= 0.
No que se segue iremos usar a linguagem matricial embora tudo possa
ser formulado em termos de operadores lineares.
Podemos escrever (∗) na forma
Ax − λx = 0 ⇔ (A − λI)x = 0
(A − λI)
são
λ2 − 2λ + 1 e λ2 − 3λ + 2
respectivamente. No primeiro caso temos a raı́z 1 de multiplicidade
algébrica dois enquanto que no segundo temos as raı́zes 1 e 2, cada
uma com multiplicidade algébrica um.
128
Quanto aos vectores próprios associados ao valor próprio λ, definidos
como os vectores não nulos que verificam (∗), podem então ser carac-
terizados, usando a linguagem matricial anterior, por
N (A − λI) − {0}
A N (A − λI) chamamos subespaço próprio associado ao valor próprio
λ. À dimensão de N (A − λI) chamamos multiplicidade geométrica
do valor próprio λ.
Valor próprio λ = 0:
129
A incógnita livre é x2 . Fazemos então x2 = 1 e resolvemos o sistema
1 1 0 x1 0
0 0 2 1 = 0
0 0 0 x3 0
N (A − 0I) = {x(−1, 1, 0) : x ∈ R}
Valor próprio λ = 2:
−1 1 0 x1 0
0 0 0 0 = 0
0 0 0 1 0
cuja solução é (0, 0, 1).
Concluı́mos que {(1, 1, 0), (0, 0, 1)} é uma base de N (A − 2I). Assim
sendo, o valor próprio λ = 2 tem multiplicidade geométrica 2.
130
Exercı́cio 6.1 Determine os valores próprios e os respectivos subespaços
próprios associados a cada uma das seguintes matrizes:
( )
1 1
a) A=
0 −1
1 −1 0
b) B= 0 1 0
0 0 1
1 −1 0
c) C= 0 1 0
−1 0 1
1 1 1
d) D= 0 1 0
0 0 −2
2 0 0 0
0 1 0 0
e) E=
0 −1 1 0
0 1 0 2
131
Definição: Uma matriz An×n diz-se diagonalizável se existirem uma
matriz invertı́vel Vn×n e uma matriz diagonal Dn×n tais que
A = V DV −1
1 1
1 1 0 −1 1 0 0 0 0 −2 2 0
1 1 0 = 1 1 0 . 0 2 0 . 1 1 0
2 2
0 0 2 0 0 1 0 0 2 0 0 1
Temos o seguinte resultado que, sob certas condições, garante que uma
dada matriz A é diagonalizável.
132
Consequência 1: Se uma matriz An×n tiver n valores próprios dis-
tintos então terá n vectores próprios linearmente independentes e, por
conseguinte será diagonalizável.
Exercı́cio 6.2 Diga, justificando, quais das seguintes matrizes são di-
agonalizáveis:
4 1 0 1 0 0 ( )
1 1
A = 1 −1 0 ; B = 0 1 −1 ; C=
1 1
0 0 2 0 1 1
Observação 6.1 O facto duma matriz An×n não ter n valores próprios
distintos não permite inferir que não seja diagonalizável. O Exemplo
6.2 que foi dado no inı́cio desta secção mostra isso mesmo.
133
Exemplo 6.5 Consideremos agora a matriz A definida por
3 2 1
A= 2 0 0
0 0 1
(λ − 1)(−λ2 + 3λ + 4)
λ1 = 4 ; λ2 = −1 ; λ3 = 1
Uma vez que temos três valores próprios distintos podemos garantir que
o conjunto dos três vectores próprios associados constitui uma base de
R3 .
Para construirmos a matriz diagonalizante V iremos calcular os vecto-
res próprios associados a cada um dos valores próprios.
Valor próprio λ1 = 4
é W1 = (2, 1, 0).
Considerando os outros valores próprios e procedendo da mesma forma
obteremos os seguintes vectores próprios:
1
W2 = (− , 1, 0) associado ao valor próprio λ2 = −1
2
e
−1 1
W3 = ( , − , 1) associado ao valor próprio λ3 = 1
6 3
134
A matriz diagonalizante V será então definida por
2 − 12 −1
6
V = 1 1 − 13
0 0 1
2 1
3 2 1 2 − 12 − 61 4 0 0 5 5
2
15
2 0 0 = 1 1 − 31 0 −1 0 − 25 45 1
5
0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1
Exercı́cios de controlo:
1 1 1 1 1 1
a) 0 1 1 b) 0 1 0
0 0 1 1 1 1
5 8 16 3 0 6
c) 4 1 8 d) 0 −3 0
−4 −4 −11 5 0 2
135
Provas de avaliação:
a
n+1 = 1 − n∈N
1
1+4a2n
,
∑∞ ∑
∞ √ ∑
∞
(−1)n 1 2n+3 + n 1
a) ( n+3 + n sin ) ; b) ; c)
n=1
6 n n=1
n2 n=1
n2n+3
∑∞
4 n−1 ∑∞
1 ∑
∞
(−1)n
a) ( n+ 2 ) ; b) n
; c)
n=1
3 n +1 n=1
2 n! n=1
n3 + 2n2 + 3
10. Para uma das séries convergentes do exercı́cio anterior, à sua escolha,
diga, justificando, se ao considerar S4 como valor aproximado da soma
1
da série comete um erro inferior a 100 .
137
11. Diga, justificando, se são verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações:
∑
∞
(a) Se a série an converge então o limite da sucessão das somas
n=1
parciais é sempre igual a zero.
∑∞ ∑
∞
(b) Se a série an converge então a série a2n também converge.
n=1 n=1
∑
∞
sin n
(c) A série é uma série simplesmente convergente.
n=1
n2
(a) Se (xn )n∈N e (yn )n∈N são duas sucessões divergentes então a su-
cessão (xn .yn )n∈N também é divergente.
(b) Se (xn )n∈N é uma sucessão convergente e (yn )n∈N é uma sucessão
divergente então a sucessão (xn .yn )n∈N também é divergente.
(b) A soma duma série não depende dos seus primeiros p termos.
an+1
(c) Se (an )n∈N é uma sucessão de números positivos tal que lim =
an
λ, com λ < 1, então lim an = 0.
2
14. Diga, justificando devidamente, se (− 3π ) é o valor do seguinte integral.
∫ 1 ∑ ∞
(−1)n
( n
sin(πx)) dx
0 n=1
2
138
16. Diga, justificando devidamente, se
∫ [∞ ]
π2 ∑ (−1)n−1 nx 8π
n sin dx =
0 n=1
4n π 15
∑
∞
(−1)n en
17. Determine o intervalo de convergência da série (x − 1)n .
n=1
n
2 −2
a) f (x) = ; b) g(x) =
x−2 (x − 2)2
20. Considere a função f definida por
x3
f (x) =
(2 + 3x)2
139
Frequência de Matemática II
2 de Junho de 2008
Duração: 1 hora 30 minutos
F = {(x, y, z) ∈ R3 : 2x + y + z = 0}
(a) Verifique que w1 = (0, −1, 1) e w2 = (1, 0, −2) são dois elementos
de F linearmente independentes.
(b) Conclua que {w1 , w2 } constituem uma base de F .
(c) Determine uma base ortogonal de F .
(d) Determine o ponto de F mais próximo do ponto (0, 1, 0)
140
(e) Resolva, no sentido dos mı́nimos quadrados, o sistema
1 0 ( ) 0
0 −1 . x = 1
y
−2 1 0
Frequência de Matemática II
8 de Junho de 2009
F = {(x, y, z) ∈ R3 : x + y + 2z = 0}
141
Frequência de Matemática II
31 de Maio de 2010
Duração: 1 hora 30 minutos
1. (a) Resolva , usando o algoritmo de eliminação de Gauss, o sistema
A.X = b onde
1 0 1 1 1
A= 2 0 2 2 e b= 2
−1 1 1 0 0
(b) Determine uma base de L{(1, 0, 1, 1), (2, 0, 2, 2), (−1, 1, 1, 0)}.
Exame de Matemática II
17 de Junho de 2008
1. Considere a sucessão (an )n∈N definida por recorrência por
a1 =1
an+1 = 1 2
(a
3 n
+ 1), n ∈ N
142
(a) Mostre, por indução, que (an )n∈N é uma sucessão decrescente.
(b) Mostre que (an )n∈N é uma sucessão limitada.
(c) Conclua que existe limite de (an )n∈N e calcule-o.
1
Formulário:
Critério de D’Alembert: Rp ≤ ap+1 . 1−k
1
p
143
6. Considere a matriz A definida por
1 −1 1 1 1
0 0 1 1 0
A=
−1 −1 0 0 0
2 −2 2 2 1
(a) Determine uma factorização P A = LU .
(b) Resolva, usando eliminação de Gauss, o sistema
0
−1
A.X = 1
0
F = {(x, y, z) ∈ R3 : x + 2y + 2z = 0}
144
Exame de Matemática II (RECURSO)
10 de Julho de 2008
é convergente.
Sugestão: Recorde que ln n < n para todo o n ∈ N
145
4. Considere a matriz A definida por
1 −1 1 1 1
0 0 1 1 0
A=
−1 1 −1 −1 −1
2 −2 2 2 1
(a) Determine uma factorização P A = LU .
(b) Resolva, usando a eliminação de Gauss, o sistema
0
−1
A.X = 0
1
5. Determine a matriz inversa da matriz B definida por
1 −1 1
B= 0 1 0
2 0 1
146
Exame de Matemática II
24 de Junho de 2009
Duração: 2 hora 30 minutos
a) un = n!
10n
; b) vn = ne−n ln n
2
n 3 +2
3 , se n par
2n 2 +3
c) wn =
−1
n(1+sin2 n)
, se n ı́mpar
147
6. Considere a matriz A definida por
1 2 1
A= 2 4 2 .
−1 −2 1
148
Exame de Matemática II (RECURSO)
13 de Julho de 2009
Duração: 2 hora 30 minutos
∑
∞
3. Seja an uma série numérica cuja sucessão das somas parciais tem
n=1
limite 1. Diga, justificando, qual a natureza desta série.
∑
∞
1 x
( + ) , x ∈ [0, 1]
n=1
3n + x n!
149
7. Considere o subespaço vectorial F de R3 definido por
8. Resolva o sistema
x1
1 −1 1 0 x2 0
2 −2 2 0 . = 0
x3
−1 −1 0 1 1
x4
é impossı́vel.
10. Estabeleça um sistema que lhe dá a solução do sistema da alı́nea ante-
rior no sentido dos mı́nimos quadrados.
150
Exame de Matemática II
21 de Junho de 2010
Duração: 2 hora 30 minutos
151
6. Mostre, usando a definição, que
F = {(x, y, z) ∈ R3 : 2x + 2y + z = 0}
é um subespaço vectorial de R3 .
152
Exame de Matemática II (RECURSO)
9 de Julho de 2010
Duração: 2 horas 30 minutos
∑
n
n
(a) A sucessão un = 5 é convergente.
k=1 n +k
2
∑
∞
xn
(b) A série de potências tem intervalo de convergência ] − 1, 1[.
n=1
n
∑
∞
sin n2
(c) Se an é convergente então a sucessão vn = an . é con-
n=1
3n2 + n
vergente.
(d) Podemos garantir que 21 + 61 + 241
difere do valor exacto da soma
∑
+∞
1 1
da série por um valor inferior a 50 . (2 )
n=1
(n + 1)!
(e) A série
∑
+∞
sin nx √ x
2
n cos( 2 )
n=1
n n
converge uniformemente em R.
(f) Nem toda a série numérica convergente é absolutamente conver-
gente.
∑
∞
1 − 4n
2. Determine a natureza da série . No caso de ser convergente
n=1
23n
calcule a sua soma.
2
Formulário:
Critério de D’Alembert: Rp ≤ ap+1 . 1−k
1
p
153
3. Determine um desenvolvimento em série de potências de x da função
1
g(x) = .
(x − 4)2
1 3 0
4. Considere a matriz A = 1 3 1 .
0 2 1
154
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
1a Frequência de Matemática II
4 de Abril de 2011
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 1 hora 30 minutos
155
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
1a Frequência de Matemática II
30 de Março de 2011
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 1 hora 30 minutos
156
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
27 de Maio de 2011
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 1 hora 30 minutos
F = {(x, y, x, z − x) : x, y, z ∈ R}
5. Classifique o sistema
2
2
A.X =
0
0
157
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Exame de Matemática II
20 de Junho de 2011
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 2 horas 30 minutos
1a PARTE
1. Calcule o limite das seguintes sucessões:
ln(n2 + 1) sin(n2 + 1) ∑
n
a) un = ; b) vn = ; c) wn = e−k
1 + ln(3n3 + 2) en k=1
an+1 = 1
2
+ (an − 12 )2 , n ∈ N
Mostre que a sucessão é convergente e calcule o seu limite.
3. Determine a natureza das seguintes séries e, no caso de serem conver-
gentes verifique se ao aproximar a soma da série pela soma dos seus dois
primeiros termos pode garantir que comete um erro inferior a 0.01.
∑∞ √ ∑
∞
(−1)n n 2n
a) ( n + ) ; b)
n=1
2 n + 1 n=1
(2n + 1)!
∫ 1∑
∞
e−x+n e−1
4. Verifique se dx = .
0 n=1
3n 3−e
158
2a PARTE
159
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Exame de Matemática II
8 de Julho de 2011
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 2 horas 30 minutos
1a PARTE
2. Sejam (an )n∈N o termo geral duma série convergente e (bn )n∈N uma
sucessão que verifica
0 ≤ bn ≤ an , ∀n ∈ N
Calcule lim bn .
∑
∞
1 en ∑
∞
1
n+1 n
a) ((−1) + (−1) n+1 ) ; b) ( + (−1)n )
n=1
3n+2 3 n=1
(2 + n)n
∑
∞
2 +2x+10)n−n2
5. Verifique se a série de funções e(−x é uniformemente
n=1
convergente em [0, 10].
160
6. Considere a função f definida por
2a PARTE
4. Determine W ∈ R3 tal que {(1, 0, 0), (0, 1, 1), W } constituam uma base
R3
161
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Frequência de Matemática II
30 de Março de 2012
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 1 hora 30 minutos
∑
n2
1 (−1)n n2 cos n 1
a) un = (cos )n ; b) vn = ; c) wn =
n (2 + sin n)(n3 + 2) k=1
(n2 + k 4 )(n + k)
162
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
04 de Junho de 2012
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 1 hora 30 minutos
F = {(x, y, z, w) : y − z + w = 0}
(a) Mostre que {(1, 0, 0, 0), (0, 1, 1, 0), (0, −1, 0, 1)} é uma base de F .
(b) Determine o elemento de F mais próximo de (0, 0, 0, 3).
163
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Exame de Matemática II
25 de Junho de 2012
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 2 horas 30 minutos
1a PARTE
1 n2
a) un = n(1 − cos ) ; b) vn =
n (n + 1)!
∑∞ √ ∑
∞
(−1)n n 2n
a) ( n + ) ; b)
n=1
2 n+1 n=1
(2n + 1)!
∫ √
π∑
∞
nx sin(nx2 ) 4
4. Diga, justificando, se dx = .
0 n=1
2n 3
3
Formulário:
Critério de D’Alembert: Rp ≤ ap+1 . 1−k1
p
164
5. Considere a função f definida por
x
f (x) = .
4 + 2x2
Determine um desenvolvimento em série de potências de x da função
f e indique todos os valores de x para os quais a série converge.
2a PARTE
com a, b, c ∈ R.
165
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Exame de Matemática II
13 de Julho de 2012
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 2 horas 30 minutos
1a PARTE
∑
n2
n1 1 1
a) un = (−1) (1+ ) ; b) vn = (1+sin )n ; c) zn = (−1) n
5
n n k=1 n +k
2
∑
∞
n! ∑
∞
(−2)n + 32n
n
a) (−1) n ; b)
n=1
n n=1
4n
∑
∞
3. Verifique se a série de funções ne−nx é uniformemente convergente
n=1
em [2, 4].
∑
∞
en n
4. Determine todos os valores de x para os quais a série (−1)n x
n=1
n
é convergente.
166
2a PARTE
167
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Frequência de Matemática II
10 de Abril de 2013
Duração: 1 hora 30 minutos
1. Calcule:
1
(a) lim n2 (e n2 − 1).
∑
∞
n
(b) lim(an . sin(e )) , sabendo que an , é convergente.
n=1
∑
2n+1
1
(c) lim .
k=1
(2n2 + 1)2k
∑∞
(−2)n n 1 ∑
∞
n+1
a) [ + (1 + )n ] ; b)
n=1
(2n)! n n=1
2n
168
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Frequência de Matemática II
29 de Maio de 2013
Duração: 1 hora 30 minutos
169
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Exame de Matemática II
17 de Junho de 2013
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 2 horas 30 minutos
1a PARTE
sin(n2 + 1) ln(n3 + 1)
a) un = ; b) vn =
n2 + 1 10 + ln(n3 + n2 )
170
4. Considere a função f definida por
2x
f (x) = .
(2 + x)2
171
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Exame de Matemática II
8 de Julho de 2013
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 2 horas 30 minutos
1a PARTE
1. Calcule o limite das seguintes sucessões:
1 n2 ∑
n
a) un = (1 − ) ; b) vn = 3−k
n k=1
∑∞
(−1)n 3n ∑∞
1 1
a) ( n + 2 2n ) ; ( + sin( ))
n=1
2 2 n=1
n! n
∑∞
2
4. Determine todos os valores de x para os quais a série (2x)n é
n=1
n
convergente.
5. Considere a função f definida por
2x
f (x) = .
(2 + 4x)2
172
2a PARTE
1. Seja F o subespaço de R4 definido por
F = {(x, y, z, w) ∈ R4 : x + y + z = 0}
(a) Mostre que {(1, 0, −1, 0), (0, 1, −1, 0), (0, 0, 0, 1)} constitui uma base
de F .
(b) Determine projF (0, 3, 3, 3).
(c) Classifique o sistema
1 0 0 0
0 x1 3
1 0
−1 −1 0 . x2 = 3
x3
0 0 1 3
(d) Resolva o sistema abaixo, usando o algoritmo de eliminação de
Gauss.
1 0 0 −2
0 x1
1 0
. x2 = 1
−1 −1 0 1
x3
0 0 1 3
173
Frequência de Matemática II
4 de Abril de 2014
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 1 hora 30 minutos
1. Calcule:
√
(a) lim n sin n1 .
(b) lim nn!n .
∑
n 2
1
(c) lim(un . ).
k=1
n4 + k2
Onde (un )n∈N é uma sucessão convergente.
2. Determine a natureza das seguintes séries e, no caso da série ser con-
vergente, verifique se ao aproximar a soma da série pela soma dos seus
dois primeiros termos pode garantir que comete um erro (5 )
inferior a 0, 1.
∑∞
√ 1 ∑
∞
n ∑
∞
n
a) n sin ; b) ; c) (−1)n
n=1
n n=1
(n + 1)! 2n n=1
n+1
5
Formulário:
Critério de D’Alembert: Rp ≤ ap+1 . 1−k1
p
174
Frequência de Matemática II
23 de Junho de 2014
ATENÇÃO: Deve justificar as suas respostas e apresentar os cálculos
que efectuar.
Duração: 1 hora 30 minutos
2. Sejam
1 0 0 0 0
0 1 0 0 0
A=
1
; b=
1 0 0 3
0 0 1 1 3
175
Exame de Matemática II (11 de Julho de 2014)
1a PARTE
nn ∑n
1
2 −n n
a) un = n e ; b) vn = (−1) ; c) wn =
(2n)! k=1
3k
∑
∞
2n xn
4. Determine todos os valores de x para os quais a série é con-
n=1
n
vergente
5. Considere a função f definida por
x
f (x) = .
(2x + 1)2
(a) Determine um desenvolvimento em série de potências de x da
função f e indique os valores de x para os quais a série é conver-
gente.
(b) Use o resultado obtido na alı́nea anterior para determinar a soma
∑∞
n
da série (−1)n n+1 .
n=1
2
176
2a PARTE
177
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Frequência de Matemática II
14 de Abril de 2015
Duração: 1 hora 30 minutos
1. Calcule:
(a) lim(1 − sin n1 )n .
(b) O limite da sucessão (an ) definida por
a1 = 12
an =
2
an+1 = 12 ( a2n + 1), n ∈ N,
sabendo que 0 ≤ an ≤ 1, ∀n ∈ N .
nen
(c) O limite da sucessão (bn ), sabendo que 0 ≤ bn ≤ n!
, ∀n ∈ N.
2. Determine a natureza das seguintes séries e, no caso da série ser con-
vergente, determine o valor aproximado da sua soma com um erro (6 )
inferior a 1.
∑∞
(−1)n 2n+1 n2 ∑
∞
n+1
a) ( 2n
+ 2+1
) ; b)
n=1
2 n n=1
n!
178
5. Usando séries de potências, determine e identifique a solução do se-
guinte problema de valor inicial:
′
y − xy = 0
y(0) = 1
179
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra
Exame de Matemática II
10 de Julho de 2015
∑∞
sin n 22n ∑∞
2 1
a) ( 2 + n) ; b) ( + n) .
n=1
n +1 3 n=1
n! 2
2a PARTE
7
Formulário:
Critério de D’Alembert: Rp ≤ ap+1 . 1−k1
p
180
1. Considere as matrizes A e b definidas por
1 2 0 0 1 1
0 0 0 1 1 −1
A=
−1
; b=
0 1 0 0 1
0 2 1 0 1 2
2. Considere o subespaço vectorial F de R4 gerado pelos vetores (1, 1, 0, 1), (0, 0, 1, 1),
(0, 1, 0, 0), (2, 0, 0, 2) e (1, 0, −1, 0).
3. Seja A uma matriz (4 × 4) tal que dim C(A) = 3. Conclua que nestas
condições det A = 0.
FIM
181