RESENHA CRITA GUSSO Luis Bekofher
RESENHA CRITA GUSSO Luis Bekofher
RESENHA CRITA GUSSO Luis Bekofher
I APRESENTAÇÃO DO AUTOR
II APRESENTAÇÃO DA OBRA
A obra que passa a ser resenhada é uma produção literária de uma das
mentes docentes da teologia, acresce se ainda que o público desta obra, não é
apenas o acadêmico, pois seu autor, tem veia pastoral e isto é perceptível em boa
parte de seus argumentos, e isto deve ser levado em consideração na leitura e
compreensão desta obra.
Na sua gênesis, a obra é introduzida com uma definição de hermenêutica
nos seguintes termos: Ciência que ensina os princípios, as leis e os métodos de
interpretação; o autor destaca que, no estudo da Bíblia, não é suficiente o significado
dos autores secundários (Moisés, Isaías, Paulo, etc.); é preciso conhecer a mente
do autor primário (Deus). Defende ainda a importância de uma hermenêutica
inteligente aliado a uma segura exegese para uma fundamentada interpretação,
tornando o trabalho do obreiro eficaz na defesa da verdade.
A obra está divida em introdução e tópicos, trazendo uma ligeira deficiência,
na sua parte final, pois não apresenta uma conclusão ou um espaço para
considerações finais, no entanto em contrapartida traz um metodologia elogiável ao
introduzir questões praticas e questionários.
O primeiro tópico trata da História dos Princípios Hermenêuticos entre os
Judeus. Há um destaque para a hermenêutica como uma ciência desde 1567; sendo
que os estudos dos princípios hermenêuticos tiveram seu início no começo da era
cristã. Entre os judeus havia um alto conceito dado à palavra de Deus em especifico
para a parte legal.
O autor deixa entendido que distinta e cuidadosa entre eles (judeus) era a
diferença do mero sentido literal da Bíblia (peshat) e sua exposição exegética
(midrash) este ultimo buscava os sentidos escondidos enquanto o primeiro buscava
o revelado ou sentido literal.
Por sua vez os escribas exaltavam em extremo a Lei Oral, talvez esteja aqui
uma fraqueza por parte deles na interpretação, pois neste fazer, se assemelham aos
rabinos, com seus acréscimos como um suporte necessário da Lei escrita, tendo
como finalidade pôr a mesma em detrimento, originando assim interpretação
arbitrária, por isto Cristo os confortou.
Há uma ligeira descrição dos judeus alexandrinos, os quais eram altamente
alegóricos, tendo em Filo um dos seus principais ícones; Cita ainda os judeus
caraítas eram tidos como Filhos da leitura, por considerar a Escritura como uma
autoridade única em matéria de fé, tendo em Anan Ben David o seu principal
representante. Eram contra o rabinismo devido a isso, os rabinos os combateram
resultando desse conflito literário o texto Massorético.
O autor disserta sobre os Cabalistas os quais creditavam a Massorah, isto é
o conjunto de tradição, toda uma sagrasidade ou misticismo. Versa ainda sobre os
judeus Espanhóis os quais foram responsáveis por reacender as luzes dos
candelabros da exegese e da interpretação bíblica na Espanha.
No segundo tópico o assunto é: História dos Princípios Hermenêuticos na
Igreja Cristã, iniciando pelo período patristico, vinculada a três escolas: escola de
Alexandria a qual lançou mão do método natural para harmonizar religião e filosofia
através da interpretação alegórica,
Por ultimo as escolas de Antiorquia mais literal e a escola ocidental, esta
introduziu um novo elemento, a saber, a autoridade da tradição e da Igreja na
interpretação bíblica; em suma a obra até ao segundo tópico faz um ligeiro resumo
da evolução no campo interpretativo incluindo os períodos da idade média, reforma,
confessionalismo e o período criticam histórico.
Quanto ao período critico histórico o mesmo veio quebrando os paradigmas
estabelecidos, pois exigia do exegeta um esvaziamento de pressupostos e
dogmatismo e padrões confessionais da Igreja. Ficando estabelecido o princípio que
a Bíblia deveria ser interpretada como qualquer outro livro. O elemento especial
divino da Bíblia foi desacreditado de forma geral e o interprete, usualmente, se
limitava a discussão das questões históricas e criticas.
Ao chegar ao terceiro tópico: A Concepção Correta da Bíblia, o Objeto da
Hermenêutica Sagrada, o autor busca por caminhos conservadores demonstrar a
confiabilidade dos textos sagrados em seus autógrafos, partindo da idéia de que a
inspiração da bíblia não é uma teoria filosófica, e que ignorar a doutrina da
inspiração é ato punível. A meu ver aqui está o ponto alto desta obra.
É destacado também que na composição da bíblia, houve ação humana, no
entanto isto não a torna eivada de erros. Salienta o autor os autores humanos da
Bíblia não foram meros maquinas, e que O Espirito Santo não os privou de sua
liberdade, individualidade.
Em seguida é pontuado com firmeza a questão da unidade orgânica da
bíblia, pois a mesma é, em última análise, o fruto da mente do Espirito Santo, tendo
a corporificação de um único princípio frutífero que se ramificou em várias direções.E
que as suas diferentes partes são mutuamente dependentes, e todas, juntas, são
subservientes ao organismo como um todo tendo, tendo em cristo o centro em.
Ainda em defesa da concepção correta da bíblia o autor destaca que a
mesma tem um sentido único independente de quantos significados separado as
palavras possam ter; enfatiza também que embora seja verdade que o interprete é
livre em seu trabalho, não deve confundir liberdade com licenciosidade. sendo livre
de toda a autoridade e restrições externas, mas não é livre das leis inerentes ao
objeto da sua interpretação. Em todas as suas exposições, deve se prender ao que
está escrito, e não tem o direito de atribuir seus pensamentos aos autores.
Em seguida no quarto tópico é trabalhada a questão da interpretação
gramatical. Entre outras advertências uma nos chama a atenção é a de que as
palavras embora tenham significados etimológicos, e sinônimos, devam sempre ser
interpretadas dentro do contexto.Outra,deve ser combatido o entendimento de
Coccejus, de que todos os significados possíveis de uma palavra nas Escrituras
devem ser unidos.
Ainda neste tópico é ensinado como chegar a um significado de uma palavra
com auxílios internos, atentando para o uso figurado das palavras; é destacado que
o meio para se determinar o sentido literal ou figurado num certo contexto é através
do auxílio interno, o intérprete deve ainda atentar no contexto imediato, os adjuntos
de uma palavra, o caráter do sujeito e dos predicados atribuídos a ele, o paralelismo
se presente, e as passagens paralelas.
A obra orienta que nunca se deve descuidar dos paralelismos, pois podem
dar uma percepção geral do significado de uma sentença e laçar luz ao
entendimento. Em seguida e rapidamente a obra ressalta os auxílios externos entre
eles os bons comentários a logica, concordância e outros, màs destaca que uma
leitura original preliminar é mais conveniente, e só depois deva se lançar mãos a
outras fontes.
No tópico cinco a obra trata dos aspectos da Interpretação Histórica,
entendida como o estudo da Escritura à luz das circunstâncias históricas que
deixaram sua marca nos diferentes livros da Bíblia como fundamentais, pois é
através desta análise histórica que se obtém dados sobre o autor e seus ouvintes ou
destinatários, detalhes geográficos culturais, religiosos, todos importantes para o
entendimento do proposito da mensagem do autor.
Alguns detalhes históricos internos, isto é, do próprio texto devam ser
entendidos a fundo exaustivamente e quanto aos externos nunca devem ser
desprezados, tendo sempre o cuidado de priorizar como verdade o que está escrito
na bíblia e nunca o inverso.
V CRÍTICA DO RESENHISTA
Em linhas gerais trata se uma obra simples frente outras obras do autor, por
exemplo, a Teologia sistemática que em sua 4ª edição foram 3.000 exemplares com
uma gama de conteúdo vasta iniciada com a doutrina de Deus e fechada com a
escatologia geral. Obra esta que trata de varias doutrinas bíblicas, demonstrando
que o autor tem capacidade teológica de versar com muita segurança nos labirintos
da teologia.
VI INDICAÇÕES DO RESENHISTA
RESENHISTA.