1402 PDF
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1 – Partes moles
Devemos analisar as partes moles em toda radiografia, com atenção para os tecidos supraclaviculares e
torácicos laterais, além dos órgãos do abdome superior e das mamas (figura 1).
2 – Arcabouço ósseo
O arcabouço ósseo faz parte da avaliação da radiografia de tórax. Devem ser sempre examinadas as
costelas, as clavículas, o esterno e a cintura escapular (figuras 2 a 5).
Nem sempre é possível estimar com precisão a localização de lesões na radiografia simples de tórax.
Contudo, o conhecimento do aspecto normal e da divisão dos lobos pulmonares é fundamental. Utilizamos
como referência os septos interlobares, entre os quais estão as fissuras.
O pulmão direito é composto por três lobos: superior, médio e inferior. Eles são separados por duas
fissuras: horizontal (pequena) e oblíqua (grande). A horizontal divide o lobo superior dos lobos médio e
O pulmão esquerdo é composto por dois lobos: superior e inferior (a língula é parte do lobo superior
esquerdo). Estes são separados pela fissura oblíqua (grande). As figuras 10 a 12 ilustram a topografia das
fissuras e a divisão em lobos do pulmão esquerdo.
Sinal da silhueta
Este sinal é de grande utilidade na localização de lesões torácicas na radiografia simples. Ele baseia-se nos
seguintes princípios:
• imagens compostas por densidades diferentes (ex: partes moles e ar), localizadas lado a lado, têm
seus contornos facilmente diferenciados. Por exemplo, o coração está ao lado do lobo médio e da
língula, mas é fácil diferenciar os contornos cardíacos.
• Imagens com densidades iguais, lado a lado, perdem os seus contornos. Por exemplo, a
pneumonia do lobo médio tem densidade de partes moles e borra os contornos cardíacos direitos,
pois o coração também tem densidade de partes moles.
• Imagens com densidades iguais, em níveis diferentes (ex: anterior e posterior), têm os contornos
mantidos. Por exemplo, a pneumonia do lobo inferior direito tem densidade de partes moles, mas
não borra os contornos cardíacos direitos, pois o coração, apesar de também ter densidade de
partes moles, é anterior, e o lobo inferior direito é posterior.
Figura 13. Pneumonia do lobo médio, borrando os contornos cardíacos direitos, pois o
lobo médio e o coração são anteriores e têm a mesma densidade, de partes moles.
Figura 14. Pneumonia do lobo inferior direito, que não borra os contornos cardíacos.
Apesar da densidade ser a mesma, o lobo inferior direito é posterior e o coração, anterior.
Figura 16. Massa no lobo inferior esquerdo, que não borra os contornos cardíacos,
pois este lobo e o coração estão em planos diferentes.
4 – Hilos pulmonares
Nos hilos pulmonares encontram-se brônquios, artérias, veias e linfáticos. O que visualizamos na radiografia
é uma somatória destas estruturas (figura 17). A figura 18 mostra a localização das artérias pulmonares na
radiografia em perfil.
De um modo geral, a cúpula diafragmática esquerda é mais baixa que a direita, devido à posição esquerda
do coração no tórax (figura 19).
Os seios costofrênicos (laterais, anteriores e posteriores) são ângulos formados pelo encontro das cúpulas
diafragmáticas com a parede torácica (figura 20).
6 – Mediastino
O mediastino é o espaço entre os pulmões, que pode ser dividido em (figura 21):
• superior: localizado acima do nível da vértebra T5 (mais ou menos no nível da carina);
• inferior: situado abaixo do nível de T5.
Outra divisão do mediastino, até mais comumente empregada, é a seguinte (figura 22):
• anterior: borda posterior do esterno até a borda posterior do coração;
• médio: borda posterior do coração até a borda anterior da coluna vertebral;
• posterior: a partir da borda anterior da coluna vertebral.
• Linha de junção anterior: ponto de encontro entre os pulmões anteriormente (figura 23). Fica na linha
mediana e abaixo do manúbrio esternal. É vista em 20% das radiografias de tórax. Abaulamentos desta
linha indicam lesões anteriores.
• Linha de junção posterior: ponto de encontro entre os pulmões posteriormente (figura 24). Pode estar
localizada acima do manúbrio esternal. Abaulamentos desta linha são decorrentes de lesões
posteriores.
• Linha da artéria subclávia esquerda (figura 26): a artéria subclávia esquerda emerge do arco da aorta e
se dirige antero-superiormente à esquerda. Visualizada na maior parte das radiografias.
• Linhas paratraqueais (figura 28): são finas; a direita é mais facilmente visualizada (cerca de 60% das
radiografias). Alargamentos podem ocorrer em diversas condições, como hematomas,
linfonodomegalias, massas mediastinais ou tumores traqueais.
• Linhas cardíacas: do lado direito o contorno cardíaco normal é dado pelo átrio direito. À esquerda o
contorno decorre de três estruturas: tronco arterial pulmonar, átrio esquerdo e ventrículo esquerdo
(figura 30).
O espaço retroesternal (figura 32) também é um local que deve ser avaliado com cuidado na radiografia (em
perfil). Geralmente é hipertransparente, ocupado apenas por parênquima pulmonar. A obliteração com
opacificação do mesmo é comumente vista em massas mediastinais anteriores, como timoma, teratoma ou
linfoma.
Leitura recomendada
Juhl JH, Crummy AB, Kuhlman JE. Paul and Juhl's Essentials of Radiologic Imaging. Lippincott Williams &
Wilkins, 1998, 1408p.