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Reclamacao Trabalhista Atualizada Reforma Grupo Economico

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Aviso legal: Este é um modelo inicial que deve ser adaptado ao caso concreto por profissional habilitado.

Verifique sempre a
vigência das leis indicadas, a jurisprudência local e os riscos de improcedência. Limitações de uso: Você NÃO PODE revender,
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cliente final.
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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ________

________ , ________ , ________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


________ , ________ ________ , nº ________ , na cidade de ________ ,
________ , ________

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
C/C PEDIDO LIMINAR em face de

________ , inscrito no ________ , telefone ________ , e-mail ________ com


endereço na ________ , nº ________ , na cidade de ________ , ________ ,
pelo rito ________ , e;

________ , inscrito no ________ , telefone ________ , e-mail ________ com


endereço na ________ , nº ________ , na cidade de ________ , ________ ,
pelo rito ________ pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

SÍNTESE DOS FATOS

O Reclamante foi contratado em ________ pelo Reclamado para trabalhar no


cargo de ________ , com a função de ________ pelo período de ________ horas diárias,
das ________ horas às ________ horas com ________ de intervalo.

A remuneração contratada para ________ horas semanais foi de ________ .


Ocorre que ________ , motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional pela
presente Reclamatória Trabalhista.

DA JUSTIÇA GRATUITA

A Reforma Trabalhista, em seu Art. 790 trouxe expressamente o cabimento do


benefício à gratuidade de justiça ao dispor:

§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte


que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das
custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, considerando que a renda do Autor gira em torno de ________ , tem-se por
insuficiente para cumprir todas suas obrigações alimentares e para a subsistência de sua família,
em especial:

________

Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais indisponíveis


preconizados no artigo 5º inc. XXXV da Constituição Federal, pelo qual assegura a todos o
direito de acesso a justiça em defesa de seus direitos, independente do pagamento de taxas.

Tal princípio veio novamente positivado no Código de Processo Civil de 2015, que
previu expressamente:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição


inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.
§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o
pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio
processo, e não suspenderá seu curso.

§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos


autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento
dos referidos pressupostos.

§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural.

Para tanto, junta em anexo declaração de hipossuficiência que possui presunção de


veracidade e só pode ser desconsiderada em face de elementos probantes suficientes em
contrário, conforme precedentes sobre o tema:

HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. DECLARAÇÃO VÁLIDA.


GRATUIDADE DE JUSTIÇA. Constando nos autos declaração de
insuficiência econômica, não infirmada por prova contrária,
tem direito o trabalhador ao benefício da gratuidade da justiça
(Lei 1.060/1950 e CPC/2015, art. 98). (TRT-12 - RO:
00033267020155120005 SC 0003326-70.2015.5.12.0005, Relator:
REINALDO BRANCO DE MORAES, SECRETARIA DA 1A TURMA, Data
de Publicação: 20/03/2017)

IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.


DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVA EM
CONTRÁRIO. 1.O direito ao benefício da assistência judiciária gratuita não
é apenas para o miserável, e pode ser requerido por aquele que não tem
condições de pagar as custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo de seu sustento e de sua família. Precedentes. 2.O escopo da
gratuidade de justiça é assegurar a todos o acesso ao Judiciário, conferindo
eficácia aos comandos constitucionais insculpidos nos incisos XXXV e
LXXIV do art.5º da Carta da Republica. 3.Ao impugnante incumbe o ônus
de provar cabalmente a inexistência dos requisitos autorizadores à
concessão do benefício da assistência judiciária gratuita. 4.Inexistindo
prova de que, a despeito da parte impugnada atuar no ramo de
paisagismo, aufira renda suficiente para arcar com o
pagamento das custas e despesas do processo sem o
comprometimento de seu próprio sustento, tem-se por correta a
rejeição da Impugnação à Assistência Judiciária. 5.Apelação Cível
conhecida e não provida. (APC 20140111258250 Orgão Julgador 1ª Turma
Cível DJE : 23/02/2016 . Relator NÍDIA CORRÊA LIMA)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, pelo
artigo 98 do CPC e 790 §4º da CLT requer seja deferida a AJG ao requerente.

Comprovante de renda Declaração de hipossuficiência Comprovante do comprometimento da


renda

DA FORMAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO

O Reclamante foi admitido pela 1ª Reclamada, ________ , mas na prática exercia


suas funções para a 2ª Reclamada - ________ nas suas dependências, razão pela qual esta
última se valia do resultado do labor do Reclamante, sendo diretamente beneficiada.

Na prática, percebe-se que a gestão das empresas ocorre concomitantemente pelos


mesmos diretores. Alguns fortes indícios levam à conclusão de Grupo Econômico:

a) a direção e/ou administração das empresas pelos mesmos sócios e


gerentes e o controle de uma pela outra; Prova de administração
homogênea
b) a origem comum do capital e do patrimônio das empresas; Prova de
capital ou patrimônio comum

c) a comunhão ou a conexão de negócios; Prova de negócios comuns

d) a utilização da mão-de-obra comum ou outros elos que indiquem o


aproveitamento direto ou indireto por uma empresa da mão-de-obra
contratada por outra. Prova de atividades para ambas empresas

Trata-se de responsabilidade solidária das reclamadas, conforme clara redação do Art.


2º da CLT:

§ 2o § Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada


uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando
cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão
responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da
relação de emprego.

Não obstante a redação do §3º do referido artigo, insta consignar o entendimento


firmado pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) na 2ª
Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho sobre a interpretação da Lei nº
13.467/2017:

Enunciado nº 5 - Comissão 1 - GRUPO ECONÔMICO


TRABALHISTA. DISTRIBUIÇÃO RACIONAL DO ÔNUS DA
PROVA. Grupo econômico – presunção relativa – mera identidade
societária – ônus da prova. A presunção será sempre relativa de existência
do grupo, cabendo ao empregador fazer prova em sentido
contrário. Nesse sentido, o princípio da aptidão da prova, expressamente
previsto no §1º do novo art. 818 da CLT, possibilita transferir ao
empregador o ônus de comprovar a inexistência dos requisitos contidos no
§3º do art. 2º da CLT, isto é, demonstração do interesse integrado, efetiva
comunhão de interesses e atuação conjunta das empresas supostamente
componentes do grupo econômico.

Nesse sentido, cabe ao empregador comprovar a inexistência de grupo econômico,


uma vez que a identidade dos sócios revela-se como presunção relativa da formação de um
grupo, conforme precedentes sobre o tema:

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA - GRUPO ECONÔMICO


CONFIGURADO I - O grupo econômico, para fins trabalhistas, ocorre
quando há relação de coordenação entre uma ou mais empresas, nos
termos do artigo 2º, § 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho e 3º, § 2º,
da Lei 5889/73 (que estatui normas reguladoras do trabalho rural), pouco
importando que tais empresas exerçam atividades distintas. II - Está
assente em nossa jurisprudência que a existência de sócios
comuns entre as empresas, somada à correlação de seus objetos
sociais, à identidade de atividades econômicas e à colaboração
existente entre elas, conduz ao reconhecimento da ocorrência
de grupo econômico, nos termos do já debatido artigo 2º, § 2º,
da Consolidação das Leis do Trabalho III - No caso concreto, estou
comprovada a formação de grupo econômico por coordenação, inclusive
com a existência de sócios em comum durante o período contratual de
trabalho do exequente. IV - Agravo conhecido e não provido. (TRT-1 - AP:
01642000620095010018 RJ, Relator: Evandro Pereira Valadao Lopes,
Quinta Turma, Data de Publicação: 24/01/2018)

GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, § 2º, DA CLT. CONSÓRCIO DE


EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS. SOLIDARIEDADE.
Consoante art. 2º, § 2º, da CLT, entende-se configurado o grupo
econômico sempre que uma ou mais empresas, ainda que tenham, cada
uma delas, personalidade jurídica própria, estejam sob a direção, controle
ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica. Para tanto, basta a existência de
relação de coordenação entre as empresas, ainda que sem
posição de predominância ou hierarquia. Ademais, oportuno
ressaltar que, no Direito do Trabalho, o grupo econômico tem uma
abrangência muito maior do que em outros ramos do Direito e o objetivo é
a garantia dos créditos trabalhistas. (...). (TRT-1 - AP:
01305007820095010005 RJ, Relator: Sayonara Grillo Coutinho Leonardo
da Silva, Sétima Turma, Data de Publicação: 24/10/2017)

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. Fiel à interpretação teleológica,


evolutiva e segundo a finalidade social da norma que visa resguardar o
recebimento dos créditos reconhecidos judicialmente, basta tenha
ocorrido o aproveitamento dos serviços prestados pelo
trabalhador por sociedades empresárias que mantenham
relação de coordenação entre si para que se configure o grupo
econômico trabalhista e, em consequência, sejam todas elas
responsabilizadas pela contraprestação devida. (TRT-12 - RO:
00024286520125120004 SC 0002428-65.2012.5.12.0004, Relator:
TERESA REGINA COTOSKY, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de
Publicação: 09/03/2017)

Assim, outra não seria a conclusão, senão a configuração de GRUPO


ECONÔMICO entre as reclamadas, sendo essas solidárias no pagamento de todas as verbas
e indenizações ora pleiteadas.

DA SUCESSÃO EMPRESARIAL

A sucessão empresarial, nos termos da redação da CLT, é motivo suficiente para


responsabilizar a empresa sucessora pelos encargos trabalhistas gerados pela empresa sucedida:

Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará


os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa


não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

A Reforma Trabalhista tratou de explicitar esta responsabildiade de forma


inequívoca ao introduzir à CLT a redação do Art. 448-A:

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores


prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas,
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a
empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a


sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

A característica dos contratos de trabalho recaem intuitu personae, ou seja,


exclusivamente sobre o empregado, já em relação ao empregador o contrato de trabalho vincula
com o empreendimento empresarial independentemente do seu titular.

Com isso, prevalece o princípio da despersonalização do empregador, preservando


a intangibilidade dos contratos de trabalho em face de alterações na estrutura jurídica das
empresas, para preservar os direitos adquiridos por seus empregados.

A sucessão empresarial das Reclamadas fica caracterizada pelos seguintes


elementos:

a) transferência de unidade empresarial econômica de


produção (Material e operacional), e;

b) continuidade da atividade econômica pela sucessora.


Diante destes elementos, caracterizada a sucessão empresarial, tem-se por
inequívoco que a empresa sucessora deve responde integralmente pelos débitos da sucedida,
devendo compor o polo passivo:

EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL – Inclusão de pessoa


jurídica no polo passivo – Fortes indícios de fraude entre empresas –
Caracterização de sucessão empresarial – Situação de fraude
caracterizada – Decisão mantida – Recurso não provido. (TJ-SP
21642355720178260000 SP 2164235-57.2017.8.26.0000, Relator: Maia
da Rocha, Data de Julgamento: 01/11/2017, 21ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 01/11/2017)

Assim, tem-se por consubstanciada a caracterização da sucessão empresarial,


devendo ambas empresas compor o polo passivo da presente demanda.

Prova da sucessão

DA NECESSÁRIA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE


JURÍDICA

Dentre as alterações da Reforma Trabalhista, insta consignar a inclusão da


possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica, dispondo agora a CLT:

Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de


desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.

Na teoria menor ou objetiva, admite-se a desconsideração da


personalidade jurídica diante do simples inadimplemento da obrigação. Referida
teoria é fundada na hipossuficiência do credor e sua dificuldade na comprovação, em juízo, do
preenchimento dos requisitos estabelecidos pela legislação no que tange à má-fé do devedor.
Assim, uma vez comprovada a incapacidade do devedor em arcar com o
pagamento dos créditos exigíveis, inexiste óbice à responsabilização direta dos sócios que
compões a pessoa jurídica executada, conforme precedentes sobre o tema:

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.


POSSIBILIDADE. No Direito do Trabalho é aplicada a teoria menor da
desconsideração da personalidade jurídica em razão da
hipossuficiência do empregado, bem como, da natureza
alimentar das verbas postuladas. (TRT-1 - AP:
00008919320125010342, Relator: Tania da Silva Garcia, Data de
Julgamento: 08/02/2017, Quarta Turma, Data de Publicação: 17/02/2017)

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. Quando resulta


infrutífera a tentativa de penhora de bens da própria empresa executada, a
constrição deve recair nos bens dos sócios, sendo lícita a
desconsideração da personalidade jurídica, visando à satisfação
do crédito trabalhista, que possui natureza alimentar. Agravo de
Petição não provido. (TRT-1 - AP: 01003947120165010205, Relator:
ANTONIO CESAR COUTINHO DAIHA, Data de Julgamento: 20/02/2017,
Terceira Turma, Data de Publicação: 30/03/2017)

É o que a doutrina denomina teoria menor da desconsideração da personalidade


jurídica:

Ensina Fábio Ulhoa Coelho que ‘há duas formulações para a teoria da
desconsideração: a maior, pela qual o juiz é autorizado a ignorar a
autonomia patrimonial das pessoas jurídicas, como forma de coibir
fraudes e abusos praticados através dela, e a menor, em que o simples
prejuízo do credor já possibilita afastar a autonomia processual’
(Curso ..., 2005, v. 2, p.35). (TARTUCE, Flávio. Direito civil. Vol. 1. 8ª
Ed. São Paulo: Método, 2012, p. 240)
Por tais razões que a simples demonstração do inadimplemento do crédito, bem
como inequívoca a hipossuficiência do requerente, é que faz-se necessária a imediata
desconsideração da personalidade jurídica do Réu para que o sócios componham o polo passivo
da presente demanda

DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

O reclamante sempre cumpriu determinações da reclamada mediante


remuneração pactuada, preenchendo todos os requisitos necessários para reconhecimento do
vínculo empregatício previstos no art. 3º da CLT:

“Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços


de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário”.

O Reclamante, no presente caso preenche todos os requisitos, a saber:

 Pessoa física - Diferentemente do que permitiu a Reforma Trabalhista, o Reclamante


não foi contratado como autônomo, mas sim como pessoa física com total subordinação,
exclusividade e pessoalidade ao reclamado.

 Pessoalidade – Os encargos eram executados exclusivamente pelo Reclamante que


recebia as atribuições individualmente, prestando os serviços com pessoalidade,
comprometimento e zelo.

 Habitualidade – Todas as atividades eram executadas pelo reclamante nos mesmos


horários com habitualidade, sempre dentro das determinações impostas pela reclamada;

 Onerosidade – O reclamante percebia habitualmente a remuneração de R$ ________


por mês, conforme extrato de sua conta que junta em anexo, caracterizando a
onerosidade das tarefas realizadas;

 Subordinação – O reclamante era subordinado à Reclamada, uma vez que toda


execução da prestação do serviço era mediante ordens e determinações de ________ ,
não tendo o reclamante qualquer autonomia na execução de suas atividades.

Diante de tais elementos, deve ser reconhecido o vínculo, conforme precedentes


sobre o tema:

ASSISTENTE DE LIQUIDAÇÃO. TRABALHO AUTÔNOMO. AUSÊNCIA


DE PROVA. VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECONHECIDO. Quando a
reclamada apresenta defesa, alegando ter havido com o reclamante outra
relação que não a de emprego, ordinariamente esperada, atrai para si o
ônus de provar a não ocorrência das características do vínculo
empregatício, posto que argüiu fato modificativo do direito do autor. Em
não se desvencilhando desse ônus e evidentes os elementos
decorrentes do bojo probatório, correto o reconhecimento do
vínculo empregatício. (TRT-7 - RO: 00007408020155070011, Relator:
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO, Data de Julgamento:
16/11/2016, Data de Publicação: 16/11/2016)

Resta claro, portanto, a presença de todos os requisitos necessários para o


reconhecimento do vínculo empregatício.

Prova do recebimento Provas da subordinação Prova da habitualidade

AUSÊNCIA DE AVISO PRÉVIO

Diante da inexistência de justa causa para a rescisão do contrato de trabalho surge


para a Reclamante o direito ao Aviso Prévio indenizado.

Trata-se de previsão do § 1º do art. 487, da CLT que estabelece que a não


concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos salários do respectivo
período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os fins legais.

Pela prova carreada, demonstra-se a inexistência de motivos suficientes a impor a


penalidade mais severa: demissão, razão pela qual deve ser revertida, conforme precedentes
sobre o tema:

RECURSO DE REVISTA. AVISO PRÉVIO - RENÚNCIA PELO


EMPREGADO. "O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo
empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o
empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de
haver o prestador dos serviços obtido novo emprego" (Súmula/TST nº
276). Recurso de revista não conhecido. (...) Recurso de revista conhecido
e provido. (TST - RR: 3952820115040403, Relator: Renato de Lacerda
Paiva, Data de Julgamento: 11/03/2015, 2ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 20/03/2015)

ABANDONO DE EMPREGO. DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA. O


abandono de emprego deve estar devidamente comprovado de forma a
possibilitar a demissão por justa causa, por se tratar de grave penalidade
imposta ao empregado, que exige prova irrefutável, cabal, irrestrita e
inequívoca, na medida em que impõe a suspensão do trabalho, sem o
recebimento do salário devido, e acarreta uma mácula indelével à vida
profissional apenado, não sendo esse o caso dos autos, o que
impossibilita a punição e impõe o consequente pagamento das
verbas rescisórias pela dispensa imotivada, além dos salários do
período de estabilidade provisória. (TRT-1 - RO:
00104208420135010057, Data de Julgamento: 07/12/2016, Sétima
Turma, Data de Publicação: 24/01/2017)

Dessa forma, o período de aviso prévio indenizado, corresponde a mais 30 dias de


tempo de serviço para efeitos de cálculo do 13º salário, férias + 40%.
DA RETIFICAÇÃO E BAIXA DA CTPS

Embora contratado para laborar em ________ o Reclamante teve sua CTPS


anotada apenas no dia ________ na modalidade contrato de experiência, deixando de
contabilizar mais de ________ meses de contrato.

Conforme ________ , prova que passará a constituir, a efetiva contratação da


Reclamante ocorreu em ________ , sem qualquer registro, requer seja o Reclamado
condenado a retificar a CTPS com data de admissão em ________ na função de ________ .

Trata-se de dever do Reclamado que deve ser cumprido:

REINTEGRAÇÃO. CONVERTIDA EM INDENIZAÇÃO NA EXECUÇÃO.


RETIFICAÇÃO DA BAIXA NA CTPS. Se a sentença de mérito, bem
como do acórdão, transitado em julgado, ficaram assentados no sentido de
condenar a reclamada na obrigação de reintegrar o obreiro nos seus
quadros, declarando a nulidade da dispensa, anula também, por via de
consequência a respectiva a baixa na CTPS. Diante desse quadro
impõe-se a reforma da decisão recorrida, para o fim de seja
procedida a retificação da data de baixa na CTPS do reclamante
tendo como base o período estabilitário reconhecido na
sentença de mérito. Recurso conhecido e provido. (TRT-11
02300820040011100, Relator: Ormy da Conceição Dias Bentes)

Bem como deve ser dada baixa na sua CTPS, assinalando como término do pacto
laboral.

DA AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO NA CTPS

Nos termos do art. 29 da CLT e art. 201 da CF/88, a CTPS será obrigatoriamente
apresentada pelo trabalhador ao empregador que terá a responsabilidade de realizar as
anotações e contribuir para a Previdência Social, garantindo-lhe os direitos trabalhistas
e previdenciários.

Destaca-se que por força da Súmula 62, do Superior Tribunal de Justiça, a Justiça
Estadual tem competência para julgar os crimes de falsa anotação da carteira de trabalho:

“Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa


anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído a
empresa privada”.

Com esta súmula, ficou pacificado o entendimento de que a falsa anotação ou


ausência da anotação obrigatória configura crime ao empregador, razão pela qual deve ser
imediatamente efetivada:

RECURSO ORDINÁRIO. PLEITO DE ANOTAÇÃO DA CARTEIRA DE


TRABALHO. OMISSÃO DO JULGADO RECONHECIDA. APRECIAÇÃO
IMEDIATA DO PEDIDO. Dentre as pretensões recursais ventiladas
pela Reclamante em seu Apelo, a única que se revela
verdadeiramente legítima diz respeito à anotação de sua
Carteira de Trabalho. Verifica-se que a análise desse Pleito foi ignorada
pelo Juízo a quo, o que impõe a este Órgão Julgador, ante o permissivo
legal contida no artigo 1.013, do CPC, a sua apreciação imediata. A partir
das informações contidas nos Autos, definiu-se como datas de início e fim
do pacto, os dias 01/10/2015 e 18/01/2016, estabelecendo-se por fim que
os registros seriam promovidos pela Reclamada no prazo e sob as
cominações impostas pelo Juízo de Origem. Recurso ordinário a que dá
parcial provimento. (TRT-20 00007461420165200004, Relator:
JOSENILDO DOS SANTOS CARVALHO, Data de Publicação:
02/05/2017)

Ou seja, em qualquer das situações, tem-se a configuração de crime, razão pela


qual REQUER A IMEDIATA REGULARIZAÇÃO DAS ANOTAÇÕES na CTPS do
Reclamante.

HORAS EXTRAS - IN TITINERE

Inicialmente cabe destacar que, conforme já indicado, a Reforma Trabalhista não


tem eficácia para retirar direitos do trabalhador cuja relação jurídica é anterior à Lei 13.467/17,
sob pena de grave inobservância ao princípio do DIREITO ADQUIRIDO, nos termos de clara
redação constitucional em seu Art. 5º.

A doutrina confirma este entendimento ao disciplinar:

"Para as horas de trajeto (art. 58, § 2º, da CLT), tendo em


vista o caráter dispositivo da norma, uma vez que as partes são livres
para ajustar em sentido contrário do que está lá estabelecido, a melhor
solução é entender que a alteração somente se aplica para os futuros
contratos, pois o contrato foi feito levando-se em consideração o conjunto
normativo então vigente (direito adquirido a uma situação contratual)."
(MIZIARA, Raphael. Eficácia da lei 13.467/2017 no tempo. In Desafios da
Reforma Trabalhista. Revista dos Tribunais, 2017. p.34

O tempo que o trabalhador gasta para realizar o percurso da casa ao trabalho,


quando o local de trabalho for de difícil acesso ou não possuir transporte regular público,
deverão ser remuneradas como horas de efetivo trabalho.

No presente caso, a sede da reclamada ficava localizada em ________ , sem a


disponibilidade de transporte público, fato que se evidencia pelo trajeto regular de transporte
fornecido pela empregadora.

Portanto, nesse período de itinerário, o trabalhador está a disposição do


empregador, o que acarreta na computação deste tempo na jornada de trabalho.
RECURSO DE REVISTA. HORAS IN ITINERE. ÔNUS DA PROVA. A
facilidade de acesso ao local de trabalho e a existência de transporte
público regular compatível com o horário de trabalho da reclamante
constituem fatos impeditivos do direito às horas in itinere e, portanto, é da
reclamada o ônus de prová-los, nos termos dos artigos 818 da CLT e 333,
II do CPC. Não tendo a reclamada se desincumbido desse ônus probatório,
cabível a condenação em horas in itinere. Recurso de revista
conhecido e provido . (TST - RR: 1268002620085150107, Relator:
Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 19/08/2015, 6ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 21/08/2015)

Assim, considerando que o Reclamado não adimpliu com o período extraordinário


laborado, o Reclamante faz jus ao pagamento de horas extras, com os adicionais devidos:
________ para as duas primeiras horas e de 75% para as demais.

Convenção da categoria Prova do trajeto percorrido

HORAS EXTRAS - JORNADA PREVISTA EM CONVENÇÃO


COLETIVA

Diferente do que fora acordado incialmente, o período de trabalho não respeitava


os termos da cláusula da Convenção Coletiva ________ , uma vez que a jornada semanal de
trabalho deveria ser de apenas ________ horas, sendo considerada hora extra todo tempo
excedente a ________ hora.

Todavia, nenhuma das previsões era respeitada pelo Reclamado, pelo contrário, a
jornada era de ________ horas, o que se prova por meio ________ .

HORAS EXTRAS À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, era


obrigado a prolongar sua jornada em até ________ minutos antes seu horário, para
________ e ________ minutos depois para ________ .

Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________ minutos além do


horário contratual, sendo devido o reconhecimento de jornada de trabalho:

HORAS EXTRAS. TEMPO GASTO À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA. As


atividades do tipo da desenvolvida pelo Autor implicam em muito suor e
contato com diversos materiais que acabam sujando o indivíduo, não
sendo razoável exigir-se que saia do trabalho uniformizado e sem banho.
Logo, ante a impossibilidade de o Autor ir embora após o
término do trabalho, esse tempo gasto no vestiário deve ser
pago como horas extras. Aplicação analógica da Súmula 429 do TST.
(TRT-1 - RO: 00117353320155010040, Relator: GISELLE BONDIM
LOPES RIBEIRO, Data de Julgamento: 15/03/2017, Sétima Turma, Data
de Publicação: 31/03/2017)

JORNADA DE TRABALHO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA.


HORAS EXTRAS. Inclui-se na jornada do empregado o tempo em que
permanece nas dependências da empresa à sua disposição. Tal período
deve ser computado na apuração das horas extras. Recurso ordinário a que
se nega provimento. (TRT-6 - RO: 00006892820165060281, Data de
Julgamento: 05/06/2017, Terceira Turma)

HORAS EXTRAS. TROCA DE UNIFORME. O tempo despendido pelo


empregado na troca de uniforme, quando ultrapassados os
cinco minutos de tolerância previstos no § 1º do artigo 58 da
CLT, caracteriza-se como tempo à disposição do empregador,
consoante Súmula 366 do C. Tribunal Superior do Trabalho.
Recurso da reclamada não provido, no particular. HORAS EXTRAS.
ACORDO DE COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. A prestação habitual de
horas extras e o labor em condições insalubres sem a prévia autorização do
poder público, nos termos do art. 60 da CLT, invalidam o acordo
compensatório de horas extras. Entendimento firmado pelo Pleno deste
Regional no julgamento do IUJ 0024170-23.2015.5.24.0000. Recurso do
reclamante provido. (TRT-24 00248537120155240061, Relator: RICARDO
GERALDO MONTEIRO ZANDONA, 2ª TURMA, Data de Publicação:
14/02/2017)

Razão pela qual, o tempo dedicado a ________ deve ser computado como hora
extra e repercutir em todos os seus reflexos, conforme cálculo discriminado em anexo.

DA NÃO CONCESSÃO DE INTERVALO INTRAJORNADA

A Reclamante foi contratada para laborar no horário de ________ às


________ , de segunda à sábado.

Ocorre que por decisão unilateral da Reclamada, sem qualquer motivação ou


acordo prévio, a Reclamante se viu obrigada a prestar a mudar seu horário para ________ às
________ de segunda à sexta feira, sem poder usufruir, portanto, do intervalo intrajornada
para descanso e refeição de pelo menos 1 (uma) hora ou com intervalos não superiores a 10
minutos, e aos sábados ainda tinha que trabalhar das ________ às ________ .

Ao empregado que não usufrui de todo período de intervalo é devida a


indenização, conforme forte posicionamento jurisprudencial sobre o tema:

INTERVALOS INTRAJORNADA. ART. 71 DA CLT. É ônus do empregador


comprovar a fruição completa do intervalo intrajornada, podendo para
tanto utilizar-se da faculdade de pré-assinalar tais períodos nos cartões-
ponto. Não havendo tais provas, presume-se verdadeira a tese
inicial de que os intervalos foram fruídos apenas parcialmente.
Aplicação do entendimento da Súmula 437 do TST. Devidos
intervalos de 15 quando a jornada mediou entre 4 horas e 6 horas e de 01
hora quando a jornada superou 06 horas, tudo com adicional de 50%.
Recurso da primeira reclamada provido em parte para limitar os intervalos
deferidos de acordo com a jornada cumprida. (TRT-4 - RO:
00207268220155040373, Data de Julgamento: 17/11/2016, 6ª Turma)

REDUÇÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA POR NEGOCIAÇÃO


COLETIVA. INVALIDADE. A norma legal que estabelece a
obrigatoriedade do intervalo intrajornada (art. 71 da CLT)é de ordem
pública e se sobrepõe à vontade das partes, sendo insuscetível de alteração
unilateral pelo empregador ou mesmo por meio de ajuste coletivo. Na
forma do § 3º do art. 71 da CLT, somente o Ministério do
Trabalho e Emprego pode autorizar a redução do intervalo, até
porque é necessário verificar se o estabelecimento atende às exigências
concernentes à organização dos refeitórios, bem como se os empregados
não estão submetidos à regime de prorrogação de jornada. (Súmula nº
437, II, do TST). (TRT-12 - RO: 00001757020155120046 SC 0000175-
70.2015.5.12.0046, Relator: JOSE ERNESTO MANZI, SECRETARIA DA
1A TURMA, Data de Publicação: 08/03/2017)

A OJ 307 da SDI-1 do TST regula com severidade a não observância do horário de


repouso exatamente para inibir tal procedimento. Assim sendo, a indenização das horas deve ser
em sua integralidade com adicional de no mínimo 50%.

Assim, o Reclamante faz jus ao pagamento de ________ horas, devidamente


acrescidas em 50% (cinqüenta por cento) da hora normal, em razão da não concessão do
intervalo para refeição e descanso, nos termos do § 4º do art. 71da CLT.

Todas as horas extras acima requeridas, por serem habituais, devem refletir no
pagamento proporcional de: férias com 1/3 de adicional, 13º salário, repousos semanais
remunerados e no FGTS, INSS, diferenças de salários, etc.

DA INOBSERVÂNCIA DO INTERVALO INTERJORNADA

Como referido, a jornada do Reclamante era de ________ horas, de ________


às ________ , de segunda à sábado.
Ocorre que por decisão unilateral da Reclamada, sem qualquer motivação ou
acordo prévio, a Reclamante vinha sendo exigida a trabalhar mais de 10h por dia, sem a devida
observância do intervalo interjornada conforme prova que faz em anexo.

Trata-se de clara inobservância a dispositivo legal que determina:

CLT Art. 66: Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período


mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Ao empregado que não usufrui de todo período de intervalo é devida a


indenização, conforme forte posicionamento jurisprudencial sobre o tema:

INTERVALO INTERJORNADA (ART. 66 DA CLT). NÃO OBSERVÂNCIA.


HORAS EXTRAS DEVIDAS. Provado nos autos que o reclamante não
usufruía integralmente do intervalo interjornada de onze horas entre duas
jornadas, previsto no art. 66 da CLT, deve o empregador remunerar, como
extras, as horas que faltarem para completar tal intervalo. Aplicação do
disposto na Orientação Jurisprudencial nº 355, da SDI-I do C. TST.
ADICIONAL NOTURNO. PRORROGAÇÃO. CABIMENTO. Considerando
que o autor laborava preponderantemente em horário noturno,
prorrogando sua jornada até as 6h, faz jus à remuneração das horas que
ultrapassarem o horário das 5h como horas noturnas reduzidas, bem como
à incidência do adicional noturno sobre elas. Exegese do art. 73, §§ 4º e 5º,
da CLT e da Súmula nº 60, II, do TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
SÚMULAS 219 E 329 DO TST. SÚMULA 13/TRT11. Não configurados os
requisitos previstos na Lei nº 5.584/70, não há falar em honorários
advocatícios. Recurso conhecido e parcialmente provido. (TRT-11
00014177720165110007, Relator: MARIA DE FATIMA NEVES LOPES,
Gabinete da Desembargadora Maria de Fátima Neves Lopes)

O tema é de tamanha relevância que foi sumulado pelo TST, pelo qual determinou
pela Súmula 110 que "no regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso
semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para
descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o
respectivo adicional."

Portanto, devido o pagamento indenizatório pelo período não observado de


intervalo interjornada.

DO TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS

A Constituição Federal, por meio do artigo 7º, inciso XV, bem como o artigo 67 da
CLT estabelece o repouso semanal remunerado preferentemente aos domingos e, quando
realizado, será sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria
de trabalho, o que de fato não ocorreu com o Reclamante.

Dessa forma, diante da súmula 146 do TST, os dias trabalhados em domingos e


feriados deverão ser pagos em dobro sem prejuízo à remuneração relativa ao repouso semanal.,
conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB


A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 . NORMA COLETIVA. BANCO DE HORAS
- TRABALHO PRESTADO AOS SÁBADOS, DOMINGOS E
FERIADOS (COMPENSAÇÃO DE PLANTÕES). INVALIDADE.
PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS ALÉM DO LIMITE DE 10 HORAS
DIÁRIAS. ART. 59, § 2º, DA CLT. SÚMULA 85, V/TST . A Corte de
origem, com alicerce no conjunto fático-probatório produzido nos autos,
concluiu que o regime de banco de horas relativo ao trabalho prestado aos
sábados, domingos e feriados (compensação de plantões), ainda que
previsto em norma coletiva, era inválido, pois, pela avaliação dos registros
de ponto, constatou a prestação de horas extras além da 10ª diária. Com
efeito, o art. 59, § 2º, da CLT condiciona a validade do banco de horas à
observância do limite máximo de 10 horas diárias. Frise-se que as
situações de desrespeito à regularidade do banco de horas conduzem à
automática sobrerremuneração das horas diárias em excesso, como se
fossem efetivas horas extras. Essa conduta resulta do sentido da norma
disposta no § 3º do art. 59 da CLT, o qual dispõe: "Na hipótese de rescisão
do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da
jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador
jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o
valor da remuneração na data da rescisão". Assente-se, ainda, que a
Súmula 85/TST refere-se somente ao regime compensatório clássico, não
se aplicando ao banco de horas os critérios atenuadores fixados em seus
incisos. Agravo de instrumento desprovido . (TST - AIRR:
7954220135090303, Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de
Julgamento: 16/11/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
18/11/2016)

Nesse sentido, considerando que o reclamante laborou aos domingos, no período


de ________ a ________ , conforme provas que junta em anexo, deve usufruir da devida
remuneração.

Prova do trabalho em domingos e feriados

DO VALE ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTES PAGOS EM DINHEIRO

Ao longo de todo período contratual, o Reclamante recebeu auxílio alimentação no


montante de ________ por dia, ________ que era pago em pecúnio diariamente ao
Reclamante.

Assim, nos termos da Súmula 241 do TST:

"O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem
caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais."
Notem que a Reforma Trabalhista positivou este entendimento ao
descrever expressamente que os vales não compõem a remuneração exclusivamente quando não
disponibilizados em dinheiro:

§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de


custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro,
diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

Trata-se de posicionamento firmado nos Tribunais:

COMPETÊNCIA MATERIAL. LIDE ENTRE EMPREGADO E


EMPREGADOR. APLICAÇÃO DO ART. 114, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. INEXISTÊNCIA DE PEDIDO SOBRE COMPLEMENTAÇÃO
DE APOSENTADORIA. (...) Se o próprio empregador se comprometeu por
meio da CN 083/89 a conceder aos aposentados o auxílio alimentação, não
pode deixar de cumprir o avençado (Súmulas nº 51, I e nº 288 do TST).
Em igual sentido, se o auxílio alimentação era pago pela CEF em
dinheiro, sob a rubrica ''reembolso despesa alimentação'' de
forma habitual e gratuita, resta caracterizada sua natureza
salarial. Por esse motivo é devido o FGTS sobre a parcela. (TRT-1 - RO:
01000771120165010064, Relator: VOLIA BOMFIM CASSAR, Data de
Julgamento: 09/11/2016, Segunda Turma, Data de Publicação:
05/12/2016)

Desta forma o Reclamante requer a integração ao salário do valor mensal pago a


título de auxílio alimentação para fins de cálculo de horas extras, 13º salário, férias simples e
proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisórias pagas e FGTS.

Extrato do recebimento em pecúnia


DOS PRÊMIOS E GRATIFICAÇÕES HABITUAIS

A Reclamante recebia habitualmente valores intitulados ________ . Ocorre que


pela natureza desta remuneração, a Reclamada deveria efetivar o devido recolhimento de todos
os encargos trabalhistas inerentes à natureza salarial dos pagamentos.

A CLT, recentemente alterada pela Lei 13.467/17, esclareceu a natureza de prêmios


excluindo deste conceito os pagamentos sem natureza de reconhecimento por desempenho
superior:

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os


efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador,
como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
(...)
§ 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador
em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo
de empregados, em razão de desempenho superior ao
ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.”

Ou seja, deve ficar perfeitamente demonstrada a natureza extraordinária destes


valores, o que é descaracterizado pelo pagamento habitual de tais verbas.

Diferente disto, seria reconhecer que o trabalhador tinha desempenho excepcional


todos os meses, o que evidentemente não parece razoável.

A habitualidade, apesar de prevista na Reforma Trabalhista, retira totalmente o


caráter excepcional do merecimento ao prêmio, pois deixou de superar o ordinariamente
esperado.

Este entendimento predomina nos tribunais:


PRÊMIO-PRODUÇÃO. HABITUALIDADE. NATUREZA SALARIAL. Para
que o prêmio ostente natureza indenizatória, deve ser eventual,
esporádico, sendo que a habitualidade em seu pagamento enseja o
reconhecimento de sua natureza salarial, nos termos do artigo
457, § 1º, da CLT, ensejando os devidos reflexos. Recurso não
provido. (TRT-23 - RO: 00006551520165230076, Relator: JOAO CARLOS
RIBEIRO DE SOUZA, 2ª Turma-PJe, Data de Publicação: 02/02/2017)

A doutrina , no mesmo sentido, traz este esclarecimento:

O fato de o empregador rotular um pagamento como "prêmio-


produção", "prêmio-assiduidade" ou "prêmio" por tempo de serviço, por
exemplo, não acarreta a interpretação que estas parcelas não têm
natureza salarial, pois contraprestacionam o trabalho executado ou o
gratificam, além de serem habituais, e, por isso, têm natureza salarial
(Súmula nº 209 do STF) e não se caracterizam como prêmio stricto
sensu, mas sim em gratificações (interpretação contida, por exemplo, nas
Súmulas nos 115, 202, 203, 225 do TST - todos nominaram as referidas
parcelas como gratificações e não como prêmios). (CASSAR, Vólia
Bomfim. Direito do Trabalho, 11ª edição. Método, 06/2015. VitalBook file,
Capítulo 33, Título 7)

Razão pela qual, devido o reconhecimento dos valores pagos a título de ________
como natureza salarial para fins os devidos reflexos.

Prova do recebimento dos prêmios

DO PAGAMENTO DE COMISSÕES POR FORA E DA INTEGRAÇÃO


DOS VALORES À REMUNERAÇÃO

No período contratual de trabalho, era pago, mensalmente ao Reclamante, valor


denominado ________ o que não era prevista na CTPS. Em média, o valor pago a este título
alcançava a monta de ________ (R$) mensais e, conforme se evidenciará nos contracheques
apresentados pela empresa, este prêmio nunca foi integrado à remuneração mensal do
Reclamante.

Trata-se da exata redação da Súmula 27 do TST “É devida a remuneração do


repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista.”

Esta regra vale, inclusive, para o cálculo as horas extras, conforme clara redação da
súmula 340 do TST:

O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de


comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por
cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das
comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de
horas efetivamente trabalhadas.

Este posicionamento foi formalizado pela Reforma Trabalhista ao positivar em seu


Art. 457:

§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações


legais e de função e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 808, de 2017)

Trata-se de entendimento pacífico na jurisprudência:

COMISSÃO PAGA "POR FORA". DIFICULDADE DE COMPROVAÇÃO.


INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO. PROCEDÊNCIA. Considerando-se as
dificuldades enfrentadas pelo trabalhador, parte mais vulnerável na
relação jurídica processual trabalhista, para produzir provas aptas a
comprovar suas alegativas, sobretudo como no caso dos autos, no qual a
parcela controversa trata-se de comissão paga "por fora", há o julgador que
avaliar um conjunto de fatores e circunstâncias, de modo que sua decisão
tenha como base a realidade vivenciada pelo trabalhador. No caso em tela,
ficando comprovado através do conjunto probatório, o pagamento de
"comissão por fora", de forma habitual e não registrada através
de recibo de pagamento, de se reformar a Decisão Singular para
determinar a integração da média mensal das comissões, fixada
no valor de R$ 1.260,00, à remuneração do reclamante para
todos os efeitos legais. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Indevidos
conforme Súmula nº 2 deste Tribunal. Recurso parcialmente provido.
(TRT-7 - RO: 00001527020155070012, Relator: EMMANUEL TEOFILO
FURTADO, Data de Julgamento: 07/12/2016, Data de Publicação:
07/12/2016)

Ademais, sobre as comissões pagas por transações canceladas, não pode o


empregador reter as comissões sob pena de grave ilegalidade:

O direito à comissão surge após ultimada a transação pelo empregado,


sendo indevido o cancelamento do pagamento até mesmo pela
inadimplência do comprador. Assim, correto o TRT ao concluir pela
ilegalidade da retenção do pagamento das comissões após a rescisão
contratual. Recurso de revista conhecido e desprovido. (TST, Relator:
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento:
24/09/2014, 3ª Turma)

Assim, além da retificação da CTPS, deve ser considerado para fins de cálculo de
horas extras, 13º salário, férias simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas
rescisórias pagas no TRCT e, a partir das verbas acima postuladas a incidência no FGTS, RSR,
recompondo ainda os vencimentos da Autora para apuração das parcelas pleiteadas na presente
peça.

Prova do recebimento das comissões


DAS DIÁRIAS ACIMA DE 50% DO SALÁRIO

Conforme provas que junta em anexo, o Reclamante percebia mensalmente o valor


de R$ ________ à título de diárias para viagem. Note, todavia, que tal valor ultrapassa 50% do
salário do reclamante que er ade apenas R$ ________ .

Portanto, devem integrar o salário do Reclamante as diárias para viagem


pagas pelo empregador, quando excedentes de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido
pelo empregado. Trata-se de clara redação do § 2º do art. 457 da CLT e da súmula 101 do TST:

Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as


diárias de viagem que excedam a 50% (cinqüenta por cento) do salário do
empregado, enquanto perdurarem as viagens. (primeira parte - ex-Súmula
nº 101 - RA 65/1980, DJ 18.06.1980; segunda parte - ex-OJ nº 292 da
SBDI-1 - inserida em 11.08.2003)

E os precedentes sobre o tema, seguem o mesmo entendimento.

HORAS EXTRAS. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE EXTERNA.


POSSIBILIDADE DE CONTROLE DE HORÁRIO. NÃO SUJEIÇÃO DO
TRABALHADOR À EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 62, I, DA CLT. Sendo
a atividade externa realizada pelo empregado compatível com a fixação e
controle de jornada, não há falar na exceção prevista no art. 62, I, da CLT,
sendo devidas ao trabalhador as horas extras laboradas.INTERVALO
INTRAJORNADA. VIOLAÇÃO TOTAL OU PARCIAL. PAGAMENTO DO
TEMPO INTEGRAL. DEVIDO. Conforme enunciado no item I da súmula
437 do TST, comprovada a ocorrência de violação do período mínimo de
intervalo intrajornada a que faz jus o trabalhador, seja de forma total ou
parcial, é devido o pagamento de todo o tempo do intervalo com acréscimo
de 50%, e não somente do tempo faltante ao cômputo do período mínimo
devido a esse título.DIÁRIAS. VALOR SUPERIOR A 50% DO SALÁRIO
DO EMPREGADO. INTEGRAÇÃO DEVIDA. Integram o salário as diárias
para viagem pagas pelo empregador, quando excedentes de 50%
(cinquenta por cento) do salário percebido pelo empregado. Inteligência
do § 2º do art. 457 da CLT e da súmula 101 do TST. (TRT-4 - RO:
00009896420135040761, Data de Julgamento: 23/08/2017, 8a. Turma)

DIÁRIAS DE VIAGEM. INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO.


PAGAMENTO EM VALOR SUPERIOR A 50% DO SALÁRIO-BASE.
PRESUNÇÃO DE NATUREZA SALARIAL. Quando o art. 457, § 2º, da
CLT, dispõe que não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim
como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por
cento) do salário percebido pelo empregado, tal artigo não alude à
remuneração, e sim ao salário-base do empregado. Tanto isto é verdade,
que o dispositivo legal em questão emprega as palavras "salário" e
"remuneração", distinguindo-as claramente, ao dispor, em seu caput, que
se compreendem na remuneração do empregado, para todos os efeitos
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. Ora, como é cediço, a
lei não contém palavras inúteis, e se faz menção ao salário e à
remuneração, é óbvio que não confunde os dois conceitos. Destarte, em
que pese a redação do § 2º do art. 457 da CLT não ser das mais felizes, ao
fazer menção aos "salários" (na realidade, remuneração, ou conjunto dos
"salários" do empregado), o que se infere do contexto lógico do artigo em
questão é que as diárias que extrapolem 50% do salário-base do
empregado integrarão a sua remuneração, presumindo-se sua natureza
salarial. Tal presunção não prevalecerá apenas se restar provado que as
diárias têm natureza indenizatória. (TRT-3 - RO: 01560201413903006
0001560-51.2014.5.03.0139, Relator: Oswaldo Tadeu B.Guedes, Quinta
Turma, Data de Publicação: 19/09/2016)

Portanto, os valores que extrapolem a 50% do salário base do Reclamante devem


ser consideradas como de natureza salarial para todos os fins e encargos trabalhistas.

Extrato do recebimento das diárias


DOS DESCONTOS EFETUADOS INDEVIDAMENTE DO SALÁRIO -
DANOS MORAIS

Durante o pacto de trabalho, o Reclamante sob a justificativa de que ________ ,


sofreu os seguintes descontos: ________

Ocorre que, por serem descontos manifestamente ilegais, além de afetar


diretamente a subsistência do reclamante afetaram gravemente sua moral, que tem em sua
remuneração o resultado de seu árduo trabalho.

Tais circunstâncias configuram dano moral, conforme precedentes sobre o tema:

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. DESCONTOS SALARIAIS.


INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 462 DA CLT. RESTITUIÇÃO DEVIDA.
Constatado que a empregadora procedeu a descontos indevidos
no salário do empregado, mister se faz determinar a premente
restituição para sanar a lesão caracterizada. Recurso improvido no
aspecto. (Processo: RO - 0000201-17.2014.5.06.0193, Redator: Maria das
Gracas de Arruda Franca, Data de julgamento: 10/10/2016, Terceira
Turma, Data da assinatura: 16/10/2016)

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. DESCONTOS
INDEVIDOS NO SALÁRIO DO RECLAMANTE. DANO MORAL
CONFIGURADO. PRECEDENTES DO STJ. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS. VALOR DA INDENIZAÇÃO ARBITRADO A
FIM DE ATENDER A FINALIDADE PUNITIVA, PEDAGÓGICA E
COMPENSATÓRIA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Diante
do exposto, resolve esta Turma Recursal, por unanimidade de votos,
CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, nos exatos termos
do vot (TJPR - 2ª Turma Recursal - 0020489-88.2014.8.16.0182/0 -
Curitiba - Rel.: Rafael Luis Brasileiro Kanayama - - J. 18.08.2015)
Isto posto, requer que a Reclamada seja condenada a devolução dos mesmos,
sendo os valores acrescidos de juros e correção monetária além de condenação a danos morais.

Prova do desconto salarial

DO ACÚMULO DE FUNÇÕES

Conforme esclarecido, o reclamante fora contratado para exercer a função de


________ , contudo exercia igualmente as atividades de ________ .

A dupla função trata-se de conduta ilícita que deve ser combatida pelo Judiciário,
pois retrata uma determinação unilateral e autoritária do empregador sem a justa remuneração
devida, causando inequívoca lesão ao trabalhador, conforme precedentes sobre o tema:

ACÚMULO DE FUNÇÕES. ACRÉSCIMO SALARIAL. O empregado


somente tem direito a acréscimo salarial por acúmulo de funções quando
há alteração contratual lesiva, o que importa dizer, acréscimo de
tarefas de maior valia - em relação à contratada - em meio ao
contrato em curso, hipótese configurada nos autos. (TRT-4 - RO:
00011606720145040702, Data de Julgamento: 29/03/2017, 6a. Turma)

ACÚMULO DE FUNÇÃO. ACRÉSCIMO SALARIAL DEVIDO. Da análise


do acervo fático-probatório contido nos autos, conclui-se que a Autora,
enquanto laborou na filial do CPA, operava o caixa, planfletava, visitava
médicos, fazia depósito bancário e limpava o chão do banheiro, atividades
alheias àquelas conferidas ao cargo para o qual foi contratada, qual seja,
farmacêutica. É de fácil constatação que as atribuições do cargo
ocupado e aquelas imputadas cumulativamente são
incompatíveis entre si, mostrando abusividade na exigência
patronal e alteração contratual em prejuízo do empregado, o
que justifica o pagamento de um plus salarial à Vindicante,
limitado ao período comprovado pela prova oral. (TRT-23 - RO:
00013285820155230006, Relator: TARCISIO REGIS VALENTE, 1ª
Turma-PJe, Data de Publicação: 20/02/2017)

Tais atividades não podem ser compreendidas no cargo a que fora contratado o
Reclamante, pois incompatíveis. Fato que fica claro com a descrição da classificação de
ocupação na qual foi enquadrado o Reclamante:

CBO- ________ : ________

Ou seja, o cargo ocupado não contempla atividades de ________ .

Diante disso requer a condenação da Reclamada no pagamento das diferenças


salariais, decorrentes do acúmulo de função, com reflexos em aviso prévio, 13º salário, férias +
1/3, FGTS.

Prova do exercício de nova função Prova da função contratada Prova da remuneração distinta de
cada cargo

DO DESVIO DE FUNÇÃO

Conforme esclarecido, o reclamante fora contratado para exercer a função de


________ , contudo exercia atividades bem distintas daquelas contratadas, exercendo
rotineiramente atividades de ________ .

O desvio de função trata-se de conduta ilícita que deve ser combatida pelo
Judiciário, pois retrata uma determinação unilateral e autoritária do empregador sem a justa
remuneração devida, causando inequívoca lesão ao trabalhador.
As atividades delegadas ao serem compreendidas no cargo a que fora contratado o
Reclamante, deve terem contrapartida a justa remuneração atinente ao cargo. Fato que fica
claro com a descrição da classificação do cargo que fora contratado e do cargo adequado às
atividades que exerce, conforme determinação de cargos e salários da empresa:

CARGO ________ ATIVIDADES ________

CARGO: ________ ATIVIDADES: ________

Ou seja, o cargo ocupado não contempla atividades exercidas pelo Reclamante,


devendo ter a justa remuneração pelo serviço prestado, conforme previsão da CLT:

Art. 460 Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a


importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário
igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer serviço
equivalente, ou do que for habitualmente pago para serviço
semelhante.

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor,


prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial,
corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou
idade. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que


for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre
pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não
seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja
superior a dois anos. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, considerando a incompatibilidade nos encargos atribuídos à Reclamante,


tem-se por devido o acréscimo salarial em decorrência do acúmulo de funções:

DESVIO DE FUNÇÃO. DIFERENÇAS SALARIAIS. Restando provada a


alteração contratual lesiva, nos termos do preceito legal contido no art.
468, caput, da CLT, caracterizado estará o alegado desvio de função a
ensejar as diferenças salariais pretendidas. (TRT-11
00017285320165110012, Relator: SOLANGE MARIA SANTIAGO
MORAIS, Gabinete da Desembargadora Solange Maria Santiago Morais)

Diante disso requer a condenação da Reclamada no pagamento das diferenças


salariais, decorrentes do desvio de função, com reflexos em aviso prévio, 13º salário, férias +
1/3, FGTS, a partir de ________ .

Prova da remuneração distinta de cada cargo Prova do exercício de cargo distinto

DAS FÉRIAS E 13º PROPORCIONAIS

Além de se deparar com a rescisão contratual, o Reclamante não auferiu os valores


devidos pela despedida imotivada, referente a férias e 13º proporcionais, conforme claro
entendimento jurisprudencial:

FÉRIAS E 13º SALÁRIO PROPORCIONAIS. DESPEDIDA COM JUSTA


CAUSA. A teor da Convenção nº 132 da OIT, conquanto se reconheça que a
ruptura contratual se deu por justa causa, não se pode negar o direito do
trabalhador às férias proporcionais. Aplicação do art. 7º, incisos VIII e
XVII, da Constituição Federal. Ainda, é devido o décimo terceiro salário
proporcional, conforme a recente Súmula 93 deste Regional. (TRT-4 - RO:
00215742520145040011, Data de Julgamento: 24/08/2016, 4ª Turma)

É devido, portanto, ser o Reclamado condenado ao pagamento, acrescido de juros


e correção.
DA AUSÊNCIA DO DEVIDO DEPÓSITO DO FGTS

Diferentemente do indicado em todos os recibos de salários, a Reclamada deixou de


efetuar os devidos depósitos do FGTS, conforme extrato de conta vinculada que junta ema
nexo.

A Reclamada deveria, nos termos da Lei n.º 8.036/90, efetuar imediatamente o


recolhimento das quantias noticiadas nos recibos de salários, e não pagas até o momento da
interposição desta ação, ensejam a 50% nos termos do Art. 467 da CLT, conforme precedentes
sobre o tema:

FGTS NÃO RECOLHIDO E MULTA DE 40% SOBRE OS DEPÓSITOS


FUNDIÁRIOS. MULTA DO ART. 467 DA CLT. INCIDÊNCIA. Depreende-
se do artigo 467 da CLT ser devida a multa no valor de cinquenta por cento
das verbas rescisórias, se estas não forem pagas pelo patrão na data do seu
comparecimento à Justiça do Trabalho. O FGTS não recolhido e a multa de
40% sobre os depósitos fundiários são verbas trabalhistas, resultantes da
dispensa imotivada e, portanto, são títulos rescisórios típicos, passíveis de
incidência da penalidade prevista no art. 467 da CLT, razão pela qual
merece reforma o jugado no particular. (TRT-1 - RO:
00111805720145010070, Relator: LEONARDO DIAS BORGES, Data de
Julgamento: 28/09/2016, Décima Turma, Data de Publicação:
25/11/2016)

Devida a condenação da ré ao pagamento do FGTS não recolhido quando


comprovada a ausência de depósitos em vários meses do pacto laboral.
Recurso provido, no particular. (TRT-1 - RO: 00107497620155010041,
Relator: LUIZ ALFREDO MAFRA LINO, Data de Julgamento:
23/05/2017, Quarta Turma, Data de Publicação: 30/05/2017)

Razão pela qual deve ser condenada a reclamada ao depósito do FGTS devido,
devidamente atualizado, cumulado com as multas previstas nos Arts. 22 da Lei 8.036/90 e 467
da CLT.
Extrato da conta vinculada FGTS

DA NECESSÁRIA LIBERAÇÃO DA GUIA DO SEGURO


DESEMPREGO

Inobstante a ocorrência da rescisão contratual ocorrer em ________ a


Reclamante ainda não teve acesso às guias SD/CD para viabilizar o percebimento do seguro-
desemprego.

Portanto, deve a Reclamada ser condenada à imediata liberação sob pena de


indenização substitutiva equivalente à cinco parcelas da respectiva verba, bem como a liberação
do TRCT e chaves de conectividade para recebimento do FGTS.

DOS DANOS MORAIS DEVIDO O ATRASO NOS PAGAMENTOS


SALARIAIS

O Reclamante faz jus a indenização por danos morais por não receber pagamentos
salariais nos prazos em lei preceituados, sendo submetido a constante pressão psicológica em
virtude de suas dívidas e da impossibilidade do sustento da própria família.

Trata-se de direito reconhecido pela jurisprudência:

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ATRASO NO PAGAMENTO DE


SALÁRIOS. O atraso no pagamento dos salários permite a
presunção da ocorrência de dano moral indenizável, em
conformidade com o disposto na Súmula nº 104 desta Corte. (TRT-4 - RO:
00205207820155040014, Data de Julgamento: 23/02/2017, 1ª Turma)

DANO MORAL. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO


SALARIAL. O dano moral resulta de lesão a direito da personalidade,
repercutindo na esfera intelectual do indivíduo. A reparação por dano
moral decorrente do contrato de trabalho pressupõe um ato ilícito ou um
erro de conduta do empregador ou de seu preposto, um dano suportado
pelo ofendido e um nexo de causalidade entre o comportamento
antijurídico do primeiro e o prejuízo suportado pelo último. O atraso
reiterado no pagamento de salários configura o descumprimento do dever
do empregador mais relevante ao contrato de trabalho, implicando, assim,
violação dos direitos da personalidade do empregado, com destaque para o
da dignidade da pessoa humana. No caso dos autos comprovado o
reiterado atraso de salários impõe-se o deferimento da indenização
postulada. 2. Recurso ordinário conhecido e provido em parte. (TRT-10 -
RO: 561201300210000 DF 00561-2013-002-10-00-0 RO,
Relator: Desembargador Brasilino Santos Ramos, 11/09/2013,
2ª Turma, Data de Publicação: 20/09/2013 no DEJT).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


DANO MORAL. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DOS
SALÁRIOS. DANO "IN RE IPSA". Constatada violação direta de
dispositivo de lei federal (arts. 186 e 927,"caput", do Código Civil), merece
ser processado o Recurso de Revista, nos termos do art. 896, c, da CLT.
Agravo de Instrumento provido. RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL.
ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. DANO "IN RE
IPSA". O atraso reiterado no pagamento dos salários configura, por si só, o
dano moral, porquanto gerador de estado permanente de apreensão do
trabalhador, o que, por óbvio, compromete toda a sua vida - pela
potencialidade de descumprimento de todas as suas obrigações, sem falar
no sustento próprio e da família. Precedentes da Corte. Recurso de Revista
parcialmente conhecido e provido.” (AC. 4.ª T./TST-RR-3321-
25.2010.5.12.0037. Julgamento: 14/11/2012. Ministra Relatora:
Maria de Assis Calsing)

Por tais razões que deve ser reconhecido o dano moral causado ao reclamante com
a reflexa condenação indenizatória.

Prova do atraso do pagamento


DA NULIDADE DO SALÁRIO COMPLESSIVO

O salário complessivo é EXPRESSAMENTE VEDADO pelo nosso ordenamento


jurídico, conforme clara previsão do § 2º do art. 477 da CLT:

“O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a


causa ou forma da dissolução do contrato, deve ter especificada a
natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o
seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas
parcelas”.

As verbas salariais devem ser pagas de forma clara e destacada no recibo de


pagamento de salário. Caso contrário, resta caracterizado o salário complessivo.

No presente caso, nota-se pelos recibos que junta-se em anexo que o salário era
pago ao Reclamante sem qualquer discriminação das verbas concedidas.

Ou seja, o Reclamante não tinha qualquer informação do quantum relativo ao


salário e demais direitos recebidos.

Para segurança do empregado, o empregador deve especificar os valores que estão


sendo pagos referentes ao salário, às horas extras, adicional de insalubridade, adicional noturno,
etc, o que não ocorre no presente caso em grave afronta à Súmula 91 do TST:

“Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou


percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou
contratuais do trabalhador”.

Portanto, nula a forma determinada como remuneração do empregado, devendo


ser pagos todas as verbas trabalhistas não comprovadas pelo empregador.

Prova do salário complessivo

DO CABIMENTO DA MULTA DO ART. 477

Considerando que o Reclamante não recebeu no prazo legal as verbas a que fazia jus
quando da dispensa, resta configurada a multa do art. 477, § 8º, da CLT, especialmente porque o
reconhecimento da relação de emprego com a reclamada vir a ocorrer somente em Juízo.

No mesmo sentido, os seguintes precedentes da Alta Corte Trabalhista:

MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. Não provado o depósito tempestivo das


verbas rescisórias discriminadas no TRCT, mantém-se a condenação ao
pagamento da multa de que trata o artigo 477, § 8º, da CLT. (TRT-1 - RO:
00001194820145010282, Relator: Angela Fiorencio Soares da Cunha,
Data de Julgamento: 06/06/2017, Quarta Turma, Data de Publicação:
20/06/2017)

MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. A multa do § 8º do art. 477 da CLT é


aplicável quando não adimplidas as verbas decorrentes da ruptura
contratual reconhecidas como devidas pelo empregador no prazo legal
previsto no § 6º do mesmo dispositivo legal. (TRT-4 - RO:
00208341920145040027, Data de Julgamento: 23/11/2016, 3ª Turma)

Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas rescisórias não foram
pagas no prazo legal, impondo-se a penalidade em razão da mora.

Termo de rescisão
Prova da data do pagamento das verbas rescisórias

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Nos termos do Art. 818 da CLT, "o ônus da prova incumbe ao reclamante, quanto
ao fato constitutivo de seu direito", ocorre que:

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada,
caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus
que lhe foi atribuído. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas necessárias, tem-se a


necessária inversão do ônus da prova.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou perfeitamente demonstrado,


o direto do Autor é caracterizado pelo ________ .

DO RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO: Trata-se de


________ , ou seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do
processo. Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de dano
irreparável, sendo devida a antecipação dos efeitos da tutela, conforme previsão nas súmulas do
TST:

OJ 64 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA. REINTEGRAÇÃO


LIMINARMENTE CONCEDIDA. Não fere direito líquido e certo a
concessão de tutela antecipada para reintegração de empregado protegido
por estabilidade provisória decorrente de lei ou norma coletiva.

OJ 65 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA. REINTEGRAÇÃO


LIMINARMENTE CONCEDIDA. DIRIGENTE SINDICAL. Ressalvada a
hipótese do art. 494 da CLT, não fere direito líquido e certo a
determinação liminar de reintegração no emprego de dirigente sindical,
em face da previsão do inciso X do art. 659 da CLT.

OJ 142 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA. REINTEGRAÇÃO


LIMINARMENTE CONCEDIDA. Inexiste direito líquido e certo a ser
oposto contra ato de Juiz que, antecipando a tutela jurisdicional,
determina a reintegração do empregado até a decisão final do processo,
quando demonstrada a razoabilidade do direito subjetivo material, como
nos casos de anistiado pela Lei nº 8.878/94, aposentado, integrante de
comissão de fábrica, dirigente sindical, portador de doença profissional,
portador de vírus HIV ou detentor de estabilidade provisória prevista em
norma coletiva.

Súmula nº 414 do TST.MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE


TUTELA (OU LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA I - A
antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação
pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso
ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo
a recurso. II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida
antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face
da inexistência de recurso próprio. III - A superveniência da sentença, nos
autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que
impugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar).

Trata-se de pedido passível de aceitação, sempre que o lapso temporal oferecer


riscos irreversíveis ao trabalhador:
AÇÃO CAUTELAR. ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO
ORDINÁRIO. PERICULUM IN MORA E FUMUS BONI JURIS
EVIDENCIADOS. Considerando-se a existência de dúvida razoável no
contrabalanceamento dos atos praticados pela requerida a ensejar ou não a
invalidade da rescisão contratual por justa causa, vislumbra-se,
fatalmente, a plausibilidade do direito substancial invocado pela
requerente. Evidencia-se, ainda, o periculum in mora, diante da
determinação de reintegração imediata da requerida, tendo em vista a
impossibilidade de restituir às partes ao status quo ante. Medida cautelar a
que se dá provimento para conferir efeito suspensivo ao recurso ordinário
interposto pela requerente nos autos da ação originária. (Processo:
TutCautAnt - 0000188-10.2017.5.06.0000, Redator: Maria das Gracas de
Arruda Franca, Data de julgamento: 05/06/2017, Terceira Turma, Data da
assinatura: 05/06/2017)

Assim, nos termos do Art. 300 do CPC requer a ________ .

PEDIDO LIMINAR - LIBERAÇÃO DE FGTS, SEGURO


DESEMPREGO E CTPS

DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou perfeitamente demonstrado,


o direto do Autor é caracterizado pelo ________ .

DO RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO: Quanto ao fundado


receio de dano irreparável ou de difícil reparação, também está presente, considerando que o
autor, face o rompimento do pacto laboral por iniciativa do empregador, precisa para garantir
sua subsistência mais do que nunca dos depósitos feitos pela reclamada em sua conta vinculada
como forma de garantir sua subsistência, bem como habilitar-se no programa do seguro-
desemprego.

Bem como, necessita a imediata correção na anotação de sua CTPS para fins de dar
seguimento às demais anotações às futuras relações de emprego, devendo ser determinada
imediatamente sob pena de multa diária:
“(...) ASTREINTES. ANOTAÇÃO EM CTPS. MULTA DIÁRIA. A conclusão
adotada pelo Tribunal Regional está em consonância com a jurisprudência
atual, iterativa e notória da SDI-1/TST, no sentido de que a possibilidade
de a secretaria do juízo proceder às anotações na CTPS do empregado
(artigo 39, § 1º, da CLT), não afasta a aplicabilidade da multa diária
prevista no artigo 461 do CPC. Precedente da SBDI-1 do TST. Agravo de
instrumento a que se nega provimento.” (AIRR - 178047.2012.5.02.0042,
Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, 5ª Turma, DEJT 18/12/2015)

De outro turno, o art. 300, do CPC, autoriza a concessão da tutela antecipada toda
vez que um ou mais dos pedidos tornarem-se incontroversos.

Nos termos do art. 20, I, da Lei n° 8.036/90, a conta vinculada do trabalhador


poderá ser movimentada na despedida sem justa causa. Da mesma forma, nos termos das Leis
n°s 7.998/90, alterada pela Lei nº 13.134/2015 e, Resolução Codefat 467/2005, o empregado
dispensado sem justa causa após mais de seis meses de contrato, tem direito de se habilitar ao
programa do seguro-desemprego.

Por todo exposto, REQUER seja expedido alvará judicial, bem como a certidão
narrativa, para que a Reclamante possa sacar seu FGTS e habilitar-se no programa do Seguro
Desemprego, nos termos do art. 300 do CPC, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da
CLT.

DA TUTELA DE EVIDÊNCIA

O artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê a aplicabilidade do


Código de Processo Civil nos caos omissos. No mesmo sentido é a redação do Art. 15 do próprio
CPC.

Assim, considerando a ausência de vedação ou previsão na CLT da tutela de


evidência, tem-se por perfeitamente cabível a aplicação subsidiária do CPC, em especial o Art.
311 que prevê que “a tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo”,
quando preenchido alguns requisitos, previstos em seus incisos, quais sejam:

DO ABUSO DE DIREITO – inciso I: Conforme demonstrado, O Reclamado


cometeu abuso de direito ao ________ .

MANIFESTO PROPÓSITO PROTELATÓRIO DA RECLAMADA – inciso I:


Conforme conduta do Réu, ficou caracterizado o intuito protelatório ao ________

PROVA DOCUMENTAL PRÉ-CONSTITUÍDA - incisos II e IV: Para fins de


comprovação de seu direito, junta-se à presente ação os seguintes documentos como prova
suficiente do direito: ________

TESE FIRMADA EM JULGAMENTOS REPETITIVOS E SÚMULA


VINCULANTE – inciso II: Trata-se de matéria já visitada em sede de recursos repetitivos
conforme julgados nºs ________

MANIFESTAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DO RÉU - inciso IV: Pela


documentação já apresentada pelo Réu tem-se de forma inequívoca presente sua manifestação
sobre a matéria em tela.

O direito evidente é aquele que independe de instrução probatória ou que não


sofre resistência da outra parte. Portanto, demonstrado o cumprimento aos requisitos da tutela
de evidência.

Posto isso, requer ordem liminar inaudita altera parte, nos termos do art. 9º,
Paragrafo Único, inciso II, do CPC, ordem para ________ .
DOS REQUERIMENTOS

Diante todo o exposto REQUER:

1 O deferimento do pedido liminar para:

1.1 que seja expedido alvará judicial, bem como a certidão narrativa, para
que a Reclamante possa sacar seu FGTS e habilitar-se no programa do
Seguro Desemprego, nos termos do art. 300 do CPC, bem como seja
imediatamente corrigida a notação e consequente liberação da CTPS, sob
pena de multa diária, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da
CLT;

1.2 que seja determinado à Reclamante a exibição de documentos


necessários à composição das provas necessárias a esta demanda, em
especial ________ para fins de que seja mensurado os valores devidos;

2 A citação dos Réus para responder a presente ação, querendo;

3 A concessão dos benefícios da Gratuidade Judiciária, por tratar-se o Reclamante de


pessoa pobre nos termos da lei, não possuindo condições financeiras de arcar com os
custos da presente ação sem prejuízo de sua subsistência e de sua família;

4 O reconhecimento da configuração dos Réus como grupo econômico e consequente


responsabilização solidária;

5 O reconhecimento da configuração da sucessão empresarial e consequente


responsabilização solidária das empresas Reclamadas;
6 O recebimento do incidente de desconsideração da personalidade jurídica e
consequente responsabilização dos sócios pelas verbas trabalhistas;

7 A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


documental, testemunhal e ________ , com a inversão do ônus da prova nos termos
do Art. 818, §1º da CLT;

DOS PEDIDOS

A total procedência da presente Reclamatória, condenando o Reclamado a:

8 Sejam realizadas as devidas anotações na CTPS;

9 Seja determinado o pagamento das diferenças salariais devidas de todo período


contratual;

10 Sejam pagas as horas extras trabalhadas, com reflexo, pela habitualidade, nas
férias, na gratificação natalina, nos repousos semanais remunerados, FGTS e multa
de 40%;

11 Sejam pagas as horas horas de intervalo intrajornada não gozadas, com reflexo,
pela habitualidade, nas férias, na gratificação natalina, nos repousos semanais
remunerados, FGTS e multa de 40%;

12 Sejam devidamente remunerados em dobro as horas trabalhadas em domingos e


feriados;

13 Seja determinada a integração ao salário do valor mensal, com pagamento das


diferenças a título de auxílio alimentação e transporte para fins de cálculo de horas
extras, 13º salário, férias simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas
rescisórias pagas e FGTS;

14 Seja determinada além da retificação da CTPS, as comissões pagas por fora devem
ser consideradas para fins de cálculo de horas extras, 13º salário, férias simples e
proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisórias pagas no TRCT e, a
partir das verbas acima postuladas a incidência no FGTS, DSR;

15 Seja reconhecida a natureza salarial dos valores recebidos à título de prêmios e


gratificações com os reflexos trabalhistas inerentes à remuneração;

16 Seja a reclamada condenada à devolução dos valores descontados indevidamente,


acrescidos de juros e correção monetária;

17 Seja reconhecido o acúmulo indevido de funções com o pagamento das diferenças


salariais, com reflexo em aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, FGTS, DSR;

18 Seja reconhecido o desvio indevido de função com o pagamento e implementação


das diferenças salariais, com reflexo em aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, FGTS,
DSR, a partir de ________ .

19 A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos morais pelas


sequelas sofridas pelo acidente de trabalho;

20 A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos materiais por


todo prejuízo decorrente do acidente de trabalho;

21 Seja o reclamado condenado ao pagamento de férias e 13º proporcional ao período


trabalhado, devidamente atualizado;

22 Seja o reclamado condenado ao depósito do FGTS, devidamente


atualizado, cumulado com as multas previstas nos Arts. 22 da Lei 8.036/90 e 467 da
CLT.

23 Sejam entregues as guias para encaminhamento do seguro-desemprego


imediatamente, ou seja, na primeira audiência ou pagar o equivalente a 5 parcelas
pelo seu não fornecimento;

24 A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos morais por todo


exposto;

25 Seja determinada retificação e baixa da CTPS do reclamante;

26 Seja condenada a reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, §8º, da CLT,


pelo desatendimento do prazo para efetivação e pagamento da rescisão;

27 Seja condenado ao pagamento dos honorários do procurador do Reclamante na


razão de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos termos do Art. 791-A;

28 Seja determinado o recolhimento da contribuição previdenciária de toda a


contratualidade;

29 Seja determinado o pagamento imediato das verbas incontroversas, sob pena de


aplicação da multa do artigo 467 da CLT;
30 Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das
verbas requeridas.

Junta em anexo os cálculos discriminados das verbas requeridas nos termos do


Art. 840, §1º da CLT.

Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________

________

OAB/ ________ ________

Documentos anexados:

Procuração

RG e CPF do Reclamante

Comprovante de residência

CTPS Reclamante

Cópia contracheques
Cópia do extrato da conta do FGTS

Cópia do atestado de saúde demissional

Incluir cálculo discriminados - Art. 840, §¹º CLT

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