Concur So
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Poluição ambiental
Respirar ar poluído leva inúmeras substâncias tóxicas para dentro do nosso organismo,
favorecendo problemas respiratórios. Entretanto, segundo o pneumologista Ricardo, cresce
cada vez mais o diagnóstico de câncer de pulmão em indivíduos não fumantes, o que leva a
crer que esses resíduos também contribuam com a doença. Quanto mais poluído o ar também,
menor a quantidade de oxigênio o que, consequentemente, reduz a oxigenação dos nossos
órgãos e tecidos. Enquanto nenhuma política agressiva para acabar o problema é adotada,
recomenda-se a lavagem nasal com soro e a limpeza do lar.
Sedentarismo
Quer bons motivos para começar a treinar? O sedentarismo é responsável por inúmeras
doenças, como diabetes, obesidade e problemas cardíacos. Com o slogan de "não tenho
tempo", entretanto, a população tem fugido dos exercícios. A solução começa com valorizar
mais a saúde do que qualquer outra atividade no dia. Depois, basta ter criatividade. Parar o
carro em um estacionamento mais longe, descer do ônibus alguns pontos antes e optar por
escadas ao invés do elevador são algumas maneiras de se exercitar sem gastar tempo. O ideal,
porém, é realizar uma atividade física que alie trabalho muscular com exercícios aeróbios
regularmente.
Conceitos
mortalidade, letalidade, morbidade, prevalência, incidência, esperança de vida, mortalidade
infantil, neonatal e pós-natal
Mortalidade - Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto
dos indivíduos que morreram num dado intervalo de tempo.
Coeficiente de mortalidade - Relação entre a freqüência absoluta de óbitos e o número dos
expostos ao risco de morrer. Pode ser geral, quando inclui todos os óbitos e toda a população
da área em estudo, e pode ser específico por idade, sexo, ocupação, causa, etc...
Letalidade - Entende-se como o maior ou menor poder que uma doença tem de provocar a
morte das pessoas.Obtém-se a letalidade calculando-se a relação entre o número de óbitos
resultantes de determinada causa e o número de pessoas que foram realmente acometidas
pela doença, com o resultado expresso em percentual. A letalidade da escabiose é nula, e a da
raiva é de 100%, havendo uma extensa gama de porções intermediárias entre esses extremos.
Coeficiente de letalidade - Coeficiente resultante da relação entre o número de óbitos
decorrentes de determinada causa e o número de pessoas que foram realmente acometidas
pela doença, expressando-se sempre em percentual. È um indicador útil para avaliar a
virulência de um determinado bioagente.
Morbidade – Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos
indivíduos que adquiriram doenças num dado intervalo de tempo. Denota-se morbidade ao
comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população exposta.
Coeficiente de morbidade – Relação entre o número de casos de uma doença e a população
exposta a adoecer. Discriminado em coeficiente de incidência e coeficiente de prevalência.
Muito útil para o objetivo de controle de doenças ou de agravos, bem como para estudos de
análise do tipo causa/efeito.
Coeficiente de Morbidade = Nº de casos de uma doença x 10n
População
Prevalência – Casuística de morbidade que se destaca por seus valores maiores do que zero
sobre os eventos de saúde ou não-doença. É termo descritivo da força com que subsistem as
doenças nas coletividades.
Coeficiente de prevalência – Coeficiente que mede a força com que subsiste a doença na
coletividade. Expressa-se como a relação entre o número de casos conhecidos de uma dada
doença e a população, multiplicando-se o resultado pela base referencial da população, que é
potência de 10, usualmente 1.000, 10.000 ou 100.000.
CMP = Nº de casos conhecidos de uma dada doença x 1.000
População
Incidência – Termo que em epidemiologia traduz a idéia de intensidade com que acontece a
morbidade em uma população.
Coeficiente de incidência – Constitui medida do risco de doença ou agravo, fundamentalmente
nos estudos da etiologia de doenças agudas e crônicas. É a razão entre o número de casos
novos de uma doença que ocorre em uma coletividade, em um intervalo de tempo
determinado, e a população exposta ao risco de adquirir referida doença no mesmo período,
multiplicando-se o resultado por potência de 10, que é a base referencial da população.
nº de casos de uma nova doença, ocorridos em determinada
Coeficiente de Incidência = comunidade, em certo período de tempo x
10n
nº de pessoas expostas ao risco de adquirir a
doença no referido período
Esperança de vida – É o termo técnico utilizado em estatística vital para designar “O número
médio de anos que ainda restam para serem vividos pelos indivíduos que sobrevivem até a
idade considerada, pressupondo-se que as probabilidades de morte que serviram para o
cálculo continuem as mesmas”.
Mortalidade infantil – Termo para designar todos os óbitos de crianças menores de 1ano,
ocorridos em determinada área, em dado período de tempo.
Mortalidade neonatal – Referente aos óbitos de menores de 28 dias de idade (até 27 dias).
Sinônimo: mortalidade infantil precoce.
Mortalidade pós-neonatal – Compreende os óbitos ocorridos no período que vai do 28dia de
vida até o 12 mês, antes de a criança completar 1ano de idade. Sinônimo: mortalidade tardia.
Taxa de mortalidade
A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o
número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região em
um período de tempo. A taxa é expressa comumente em unidades de morte por 1000 pessoas
ao ano. Assim, uma taxa de mortalidade de 5,5 numa população de 100 000 pessoas significa
550 mortes por ano em toda aquela área estudada. É distinta, portanto, da taxa de doenças,
que relaciona a taxa de pessoas em condições precárias de saúde durante um determinado
período (a chamada taxa de prevalência) ou o número de pessoas que têm a doença no
momento (a taxa de incidência).
Em epidemiologia, a mortalidade é medida pela taxa de mortalidade, ou o número
de óbitos em relação ao número de habitantes. Se analisam os óbitos de determinadas
doenças e obtém-se a morbimortalidade em determinado local e período, com o objetivo de
estabelecer a prevenção e controle de doenças, enquanto ação de saúde pública, através do
registro sistemático das declarações de óbito.
Em demografia, este dado é estudado nas estatísticas do registro civil e através
de censos periódicos, e é analisado em relação com a fecundidade e natalidade, mostrando
o crescimento populacional em dadas condições históricas e sociais. Atualmente, o que se
verifica é uma queda global nos índices de mortalidade.
Em ecologia, estudam-se as taxas de perda de indivíduos de qualquer população em função
das condições ambientais, sendo, segundo Eugene Odum, a "mortalidade mínima realizada"
ou "ecológica" uma constante que expressa as condições ideais ou não limitantes, e
a extinção da espécie a ausência de adaptação.
Na taxa de mortalidade, há vários aspectos a serem considerados:
Taxa bruta de mortalidade - total de mortes ao ano por 1000 pessoas. A taxa bruta de
mortalidade no mundo, de acordo com o “CIA World Factbook”, é de 8,24 por 1000 pessoas ao
ano.
Taxa de mortalidade perinatal é o número de óbitos fetais de 28 ou mais semanas de gestação
e óbitos de nascidos vivos com menos de sete dias de idade, observado um determinado
período de tempo, considerando-se cada 1000 nascimentos.
Taxa de mortalidade materna é o número de mulheres mortas durante o parto, considerando-
se cada 100 000 nascimentos bem sucedidos.
Taxa de mortalidade infantil relativa ao número de crianças mortas com menos de um ano,
considerando-se cada 1000 nascimentos.
Taxa de mortalidade infantil relativa ao número de crianças mortas com menos de cinco anos,
considerando-se cada 1000 nascimentos.
Taxa de mortalidade prevista – representa a comparação proporcional do número de mortes
previstas caso a população tivesse uma constituição mediana em termos de idade, sexo, etc.
Taxa de mortalidade específica etária – relativa ao número total de mortes por ano,
considerando-se cada 1000 pessoas de determinada idade.
De acordo com levantamento da Organização Mundial da Saúde, feito em 2002, as principais
causas de óbito no mundo inteiro foram:
Enfarte
Derrame cerebral
Infecções respiratórias
HIV/AIDS
Doenças pulmonares obstrutivas
Doenças associadas à diarreia
Tuberculose
Malária
Câncer de traqueia/brônquios/pulmão
Acidentes de trânsito
As causas de mortalidade variam consideravelmente quando comparados países de primeiro e
terceiro mundos.
De acordo com Jean Zigler, o relator especial das Nações Unidas do programa “Right to Food”
entre 2000 e março de 2008, a mortalidade causada por desnutrição respondeu por 58% da
mortalidade total de 2006.
Grande parte dos 150 mil indivíduos que morrem por dia em todo o globo, cerca de dois terços
– 100 mil por dia – morrem de causas relacionadas à idade avançada. Nas nações
industrializadas, a taxa aumenta para 90 mil indivíduos.
A taxa de mortalidade pode ser tida como um forte indicador social, já que, quanto piores as
condições de vida, maior a taxa de mortalidade e menor a esperança de vida. No entanto,
pode ser fortemente afetada pela longevidade da população, perdendo a sensibilidade para
acompanhamento demográfico.
Outros indicadores de saúde, como a taxa de mortalidade infantil, são mais significativos, pois
têm forte correlação com as condições de vida em geral.
Taxa de mortalidade perinatal[editar | editar código-fonte]
Taxa de mortalidade perinatal é convencionalmente contabilizada como o número de
mortes fetais de 28 ou mais semanas de gestação e óbitos de nascidos vivos com menos de
sete dias de idade, observado num dado período de tempo, normalmente, um ano civil,
referido ao número de nados-vivos.
Taxa de abortos[editar | editar código-fonte]
É o número anual de abortos estimado por 1000 mulheres na idade reprodutiva.
Taxa de mortalidade neonatal[editar | editar código-fonte]
A taxa de mortalidade neonatal é o número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de
idade, observado durante um determinado período de tempo - normalmente, 1 ano civil -,
referido ao número de nados vivos do mesmo período.
Para facilitar a comparabilidade dos dados dos diferentes países esta taxa é habitualmente
expressa em número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade por 1000nados
vivos.
Esse coeficiente pode ser divididos em: a mortalidade neonatal precoce tendo como
numerador os óbitos de crianças menores que 7 dias ou de 0 a 6 dias e a mortalidade neonatal
tardia tendo como numerador os óbitos de crianças entre 7 e 27 dias.
Segundo Laurenti et al, a mortalidade neonatal (0-28 dias) é, na quase totalidade, devida às
chamadas causas perinatais e às anomalias congênitas. São portanto relacionadas a problemas
de gestação, de parto, fatores maternos vários e problemas congênitos e genéticos.
Constituem o que tem sido chamados de causas endógenas em oposição às causas exógenas
ou relacionadas à fatores ambientais tais como doenças infecciosas e desnutrição, os fatores
presumivelmente determinantes e condicionantes da mortalidade infantil tardia (28 dias a
menos de 1 ano).
Indicadores de saúde no Brasil
ENFERMAGEM
Após obtenção dos dados de saúde com vistas à qualidade e cobertura destes, é preciso
transformá-los em indicadores para então comparar o observado em determinado local com o
observado em outros locais ou com o observado em diferentes tempos. Portanto, a construção
de indicadores de saúde é necessária para analisar a situação atual de saúde, fazer
comparações e avaliar mudanças ao longo do tempo (VAUGHAN e MORROW, 1992).
A Organização das Nações Unidas (ONU), em 1952, identificou a necessidade de uma medida
que pudesse expressar o nível de vida das coletividades humanas. Diante da diversidade de
variáveis a serem analisadas foram desenvolvidas uma diversidade de ferramentas com focos
diferenciados (ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2003)
Os indicadores de saúde são utilizados na prática quando apresentam uma comprovada
relevância e viabilidade e também traduzem com fidedignidade (ou confiabilidade) e
praticidade os aspectos da saúde individual ou coletiva (PEREIRA, 2006).
A expressão dos indicadores se faz numericamente (frequência absoluta), entretanto, números
absolutos de casos de doenças ou mortes não são utilizados para avaliar o nível de saúde, pois
não levam em conta o tamanho da população. Dessa forma, os indicadores de saúde são
construídos por meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções ou
coeficientes (SOARES, 2001; PEREIRA, 2006).
Podemos simplificar dizendo que a frequência absoluta se reporta ao número total (de casos,
de elementos), a frequência relativa representa o quociente entre a frequência absoluta e o
número total. Por fim, a distribuição de frequências indica de que modo a variável se distribui.
As medidas de frequência são dadas por dois conceitos epidemiológicos: A incidência e a
prevalência. Outras medidas de frequência utilizadas em saúde coletiva são relacionadas à
mortalidade, letalidade e sobrevida (MEDRONHO, 2009)
As proporções representam uma parcela do total de casos ou mortes, representando sua
importância no todo. Os coeficientes (ou taxas) representam o “risco” de determinado evento
ocorrer na população (que pode ser a população do país, estado, município, população de
nascidos vivos, de mulheres, etc.). ( SOARES, 2001).
- Coeficiente ou taxas: Relações entre o número de eventos reais e o que poderia acontecer,
sendo uma medida de risco de adoecer ou morrer de determinada doença. Podemos
considerá-lo uma medida de probabilidade. No cálculo dos coeficientes, deve-se tomar o
cuidado de excluir no denominador as pessoas não expostas ao risco. Dessa forma,
geralmente, o denominador do coeficiente representa a população exposta ao risco de sofrer
o evento que está no numerador (KERR-PONTES E ROUQUAYROL, 2003; PEREIRA, 2006).
Coeficientes de mortalidade:
Para finalizar, deve-se considerar que os indicadores de medidas do nível de saúde baseiam-se
em números que representam pessoas que vivem em determinada comunidade, que
nasceram, adoeceram ou morreram.
Além de servirem para avaliar o nível de saúde de uma comunidade, esses indicadores
medem, indiretamente, seu nível de vida (condições de moradia, nutrição, etc.).
É importante ressaltar, ainda, que os indicadores de saúde refletem “médias” do que está
acontecendo em uma população. Dessa forma, é indispensável considerar que um indicador
“médio” pode estar, na realidade, camuflando importantes desigualdades no interior dessas
populações e outras formas de “medir” saúde (como as entrevistas com lideranças
comunitárias, a observação da realidade, a desagregação dos indicadores em níveis
geográficos menores) também devem ser buscadas, simultaneamente à análise desses
indicadores de saúde tradicionais. (SANTOS, 2001, p. 208)
Desta maneira, a epidemiologia deve fazer parte do planejamento e da organização de ações e
serviços de saúde, e também destacar alguns instrumentos para serem utilizados
cotidianamente, principalmente relacionados ao diagnóstico de saúde.
1) Indicadores de saúde
Após os cuidados a serem observados quanto à qualidade e cobertura dos dados de saúde, é
preciso transformar esses dados em indicadores que possam servir para comparar o observado
em determinado local com o observado em outros locais ou com o observado em diferentes
tempos. Portanto, a construção de indicadores de saúde é necessária para:
analisar a situação atual de saúde;
fazer comparações;
avaliar mudanças ao longo do tempo
Os indicadores de saúde, tradicionalmente, tem sido construídos por meio de números.
Em geral, números absolutos de casos de doenças ou mortes não são utilizados para avaliar o
nível de saúde, pois não levam em conta o tamanho da população. Dessa forma, os
indicadores de saúde são construídos por meio de razões (freqüências relativas), em forma de
proporções ou coeficientes.
As proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a
importância desses casos ou mortes no conjunto total. Os coeficientes (ou taxas) representam
o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a população do país,
estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres, etc.).
Dessa forma, geralmente, o denominador do coeficiente representa a população exposta ao
risco de sofrer o evento que está no numerador.
Exceções são o coeficiente de mortalidade infantil – CMI – e de mortalidade materna – CMM –
para os quais o denominador utilizado (nascidos vivos) é uma estimativa tanto do número de
menores de 1 ano, como de gestantes, parturientes e puérperas expostos ao risco do evento
óbito.
No caso do Coeficiente de Mortalidade Infantil, alguns nascidos vivos do ano anterior não
fazem parte do denominador, apesar de ainda terem menos de um ano de vida no ano em
estudo dos óbitos. Por exemplo, se uma criança nasceu em 31/12/1998 e morreu em
02/01/1999 (com dois dias) entrará no numerador do CMI de 1999, mas não no denominador.
Pressupõe-se que haja uma “compensação” de nascidos vivos e óbitos de um para outro ano,
de forma que o CMI é uma boa estimativa do risco de óbito infantil.
É preciso destacar, ainda, a diferença entre coeficientes (ou taxas) e índices. Índices não
expressam uma probalidade (ou risco) como os coeficientes, pois o que está contido no
denominador não está sujeito ao risco de sofrer o evento descrito no numerador. Assim, a
relação telefones/habitantes é um índice, da mesma forma que médicos/habitantes,
leitos/habitantes, etc. (os numeradores “telefones”, “médicos” e “leitos” não fazem parte do
denominador população).
A rigor, portanto, tanto o Coeficiente de Mortalidade Infantil como Materna não são
coeficientes, mas índices.
No entanto, o termo “coeficiente” já está consolidado para ambos os indicadores.
COEFICIENTES mais utilizados na área da Saúde
Os coeficientes mais utilizados na área da saúde baseiam-se em dados sobre doenças
(morbidade) e sobre eventos vitais (nascimentos e mortes).
A) COEFICIENTES DE MORBIDADE (DOENÇAS)
a) Coeficiente de incidência da doença: representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma
doença na população. Pode ser calculado por regra de três ou através da seguinte fórmula:
casos NOVOS da doença em determinada comunidade e tempo x 10n
população da área no mesmo tempo
b) Coeficiente de prevalência da doença: representa o número de casos presentes (novos +
antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo especificado. É
representado por:
casos PRESENTES da doença em determinada comunidade e tempo x 10n
população da área no mesmo tempo
Para compararmos o risco de ocorrência de doenças entre populações usamos, dessa forma, o
coeficiente de incidência, pois este estima o risco de novos casos da doença em uma
população.
O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente de incidência multiplicado pela
duração média da doença. Portanto:
Coeficiente de Prevalência = coeficiente de incidência x duração média da doença
Lembrem se desta questão da prova de revalidação na UFMT de 2008?
O levantamento de casos de câncer cerebral em uma dada população em um determinado
período, mostrou uma incidência de 17,3 / 100.000 habitantes, com taxa de mortalidade igual
a 7,3 / 100.000 habitantes. Levando-se em consideração que a duração da doença seja em
média de 4 anos, teremos então uma prevalência por 100.000 habitantes equivalente a
(marcar a resposta correta):
A. 4.3
B. 29,2
C. 69,2
D. 126,3
E. 173,3
Agora é fácil, né? P = I x d, ou seja a resposta correta é 17,3 (incidência x 4 anos) ou seja, 69,2,
variante C.
Pra que a mortalidade? Para judiar de quem não sabe e tantaria uma relação entre os dados e
as variantes.
Da fórmula acima fica evidente que a prevalência, além dos casos novos que acontecem
(incidência), é afetada também pela duração da doença, a qual pode diferir entre
comunidades, devido a causas ligadas à qualidade da assistência à saúde, acesso aos serviços
de saúde, condições nutricionais da população, etc.
Assim, quanto maior a duração média da doença, maior será a diferença entre a prevalência e
a incidência.
A prevalência é ainda afetada por casos que imigram (entram) na comunidade e por casos que
saem (emigram), por curas e por óbitos. Dessa maneira, temos como “entrada” na prevalência
os casos novos (incidentes) e os imigrados e como “saída” os casos que curam, que morrem e
os que emigram:
Assim, a prevalência não é uma medida de risco de ocorrência da doença na população, mas
pode ser útil para os administradores da área de saúde para o planejamento de recursos
necessários (leitos hospitalares, medicamentos, etc.) para o adequado tratamento da doença.
AGORA, ATENÇÃO!
Dois tipos de coeficientes de prevalência podem ser utilizados:
o coeficiente de prevalência instantânea ou pontual ou momentânea (em um tempo
especificado)
o coeficiente de prevalência por período ou lápsica (abrange um período maior de tempo, por
exemplo um ano)
Abaixo tem um grafico que representa a ocorrência de casos em uma população de 50.000
habitantes em determinado ano. Como no ano começaram apenas 7 casos, a incidência será 7
e o coeficiente de incidência 14,0 por 100.000 habitantes, enquanto que a prevalência será de
11 (casos presentes no ano) e o coeficiente de prevalência, no ano, será de 22,0 por 100.000
habitantes.
Quantos casos aconteceram? Contam as lineas: 11, ou seja são os casos PREVALENTES
Quantos casos são INCIDENTES mesmo: Somente aquelas aonde o inicio está no intervalo: 7
casos
Qual é, então o COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA:
casos NOVOS da doença em determinada comunidade e tempo x 10n (7)
população da área no mesmo tempo (50.000)
= 0,00014, ou seja 14 casos/100.000 habitantes
Qual é, então o COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA:
casos PRESENTES da doença em determinada comunidade e tempo x 10n (11)
população da área no mesmo tempo (50.000)
= 0,00022, ou seja 22 casos/100.000 casos
E simples, não é?
c) Coeficiente de letalidade: representa a proporção de óbitos entre os casos da doença, sendo
um indicativo da gravidade da doença ou agravo na população. Isso pode ser uma
característica da própria doença (por exemplo, a raiva humana é uma doença que apresenta
100% de letalidade, pois todos os casos morrem) ou de fatores que aumentam ou diminuem a
letalidade da doença na população (condições socioeconômicas, estado nutricional, acesso a
medicamentos, por exemplo). É dado pela relação:
mortes devido à doença “X” em determinada comunidade e tempo x 100
casos da doença “X” na mesma área e tempo
Seu resultado é dado, portanto, sempre em percentual (%). Não deve ser confundido com
coeficiente de mortalidade geral, que é dado por 1000 habitantes, e representa o risco de
óbito na população. A letalidade, ao contrário, representa o risco que as pessoas com a doença
têm de morrer por essa mesma doença.
B) COEFICIENTES DE MORTALIDADE
a) coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o risco de óbito na comunidade. É
expresso por uma razão, e pode ser calculado, como todos os demais coeficientes, também
através de regra de três simples (se numa população de 70.000 habitantes tenho 420 óbitos,
em 1000 habitantes terei “x”, sendo 1000 o parâmetro que permitirá comparar com outros
locais ou outros tempos):
número de óbitos em determinada comunidade e ano x 1.000
população estimada para 01 de julho do mesmo ano
Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado para comparar o nível de saúde de
diferentes populações, pois não leva em consideração a estrutura etária dessas populações (se
a população é predominantemente jovem ou idosa). Um coeficiente geral de mortalidade alto
para uma população mais idosa significa apenas que as pessoas já viveram o que tinham para
viver e, por isso, estão morrendo.
Já para uma população mais jovem estaria significando mortalidade prematura.
Para comparação de duas ou mais populações com diferentes estruturas etárias, ou de sexo,
há necessidade de padronizar os coeficientes, tendo como referência uma população padrão
(geralmente a mundial, quando se comparam diferentes países, ou nacional, quando se
comparam diferentes locais do mesmo país), mas isto não será abordado aqui.
b) coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que as crianças nascidas
vivas tem de morrer antes de completar um ano de idade. É considerado um indicador sensível
das condições de vida e saúde de uma comunidade.
Pode ser calculado por regra de três ou através da seguinte razão:
óbitos de menores de 1 ano em determinada comunidade e ano x 1.000
nascidos vivos na mesma comunidade e ano
Cuidado especial deve ser tomado quando se vai calcular o coeficiente de mortalidade infantil
de uma localidade, pois tanto o seu numerador (óbitos de menores de 1 ano), como seu
denominador (nascidos vivos) podem apresentar problemas de classificação.
Para evitar esses problemas, o primeiro passo é verificar se as definições, citadas pela
Organização Mundial de Saúde (1994), estão sendo corretamente seguidas por quem
preencheu a declaração de óbito da criança. Estas definições são as seguintes:
Nascido vivo: é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da
duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respire ou
apresente qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsações do cordão
umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não
cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta.
Óbito fetal: é a morte do produto de concepção, antes da expulsão ou da extração completa
do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito se o feto, depois
da separação, não respirar nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do
coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração
voluntária.
Óbito infantil: é a criança que, nascida viva, morreu em qualquer momento antes de completar
um ano de idade.
Dessas definições, fica claro que uma criança que nasceu viva, nem que tenha apresentado
apenas batimentos do cordão umbilical, e morrido em seguida, deve ser considerada como
óbito de menor de 1 ano (óbito infantil) e entrar no cálculo do coeficiente de mortalidade
infantil (CMI).
Nesse caso, deve ser emitida uma Declaração de Nascido Vivo (DN) e uma Declaração de óbito
(DO), indicando que se trata de óbito não fetal, e providenciados os respectivos registros de
nascimento e óbito em cartório de registro civil.
Caso essa criança tivesse, erroneamente, sido classificada como óbito fetal (natimorto), além
de possíveis problemas com relação a transmissão de bens e propriedades (direito civil), ainda
teríamos um viés no cálculo do coeficiente de mortalidade infantil e neonatal: o numerador
perderia um caso de óbito infantil e o denominador perderia 1 nascido vivo. Isso faria com que
o CMI calculado fosse menor do que realmente é (redução artificial, ou enganosa). O exemplo
a seguir demonstra como o CMI se reduz (artificialmente) à medida que óbitos infantis são
classificados de forma errônea como óbitos fetais (natimortos).
O coeficiente de mortalidade infantil pode ainda ser dividido em:
1) coeficiente de mortalidade neonatal (óbitos de 0 a 27 dias inclusive) em relação ao total de
nascidos vivos (por 1000);
2) coeficiente de mortalidade pós-neonatal ou infantil tardia (óbitos de 28 dias a 364 dias
inclusive) em relação ao total de nascidos vivos (por 1000).
O coeficiente de mortalidade neonatal pode ainda ser subdividido em coeficiente de
mortalidade neonatal precoce (0 a 6 dias inclusive) e coeficiente de mortalidade neonatal
tardia (7 a 27 dias).
Essa divisão, relacionada à idade da criança quando morreu, deve-se à observação de que no
período neonatal predominam as causas ligadas a problemas da gestação e do parto (causas
perinatais e anomalias congênitas), e de que, no período pós-neonatal, prevalecem as causas
de morte relacionadas ao meio ambiente e às condições de vida e de acesso aos serviços de
saúde (doenças infecciosas, pneumonias, diarréia, por exemplo).
Dessa forma, nos países desenvolvidos, onde a mortalidade infantil é baixa e problemas
relacionados ao meio ambiente já se encontram quase totalmente resolvidos, o componente
neonatal predomina, enquanto em muitos países pobres ainda prevalece o componente pós-
neonatal.
Abaixo temos as divisões referentes aos períodos neonatal e pós-neonatal (infantil tardio).
Observamos, ainda, que há o período perinatal, que vai da 22ª semana de gestação até a
primeira semana de vida da criança, o qual será abordado adiante.
Em Londrina (PR), em 1997, observou-se que: 56,1% dos óbitos ocorreram no período
neonatal (0 a 27 dias) e 43,9% no período pósneonatal (ou infantil tardio), indicando, ainda,
uma parcela importante de óbitos no período pós-neonatal. Isto pode estar relacionado não só
às condições sociais das famílias dessas crianças, mas também à possibilidade de
prolongamento da sobrevivência de crianças nascidas prematuramente e/ou com problemas
perinatais, devido à ampliação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais.
c) coeficiente de mortalidade perinatal: segundo a Classificação Internacional de Doenças em
vigor (a CID-10), o período perinatal vai da 22ª semana de gestação até a primeira semana de
vida da criança, diferenciando da definição anterior (da CID-9) que considerava a partir da 28ª
semana de gestação. Dessa maneira, o coeficiente atualmente é dado pela seguinte razão:
óbitos fetais a partir da 22ª semana de gestação + óbitos de menores de 7 dias de vida x 1.000
nascidos vivos + nascidos mortos na mesma comunidade e ano
Porque nascidos vivos + nascidos mortos na mesma comunidade e ano?
Assim como da pra ver, a mortalidade perinatal inclui tudo que morre entre 22 semanas de
gestação e 7 dias pós-natal. Mas, nesta area, podemos ter tanto os fetos natos vivos quantoos
feto natos motros, etem qua consderar ambas as categorias, já que incluimos qualquer obito.
d) coeficiente de mortalidade materna: representa o risco de óbitos por causas ligadas à
gestação, ao parto ou ao puerpério, sendo um indicador da qualidade de assistência à
gestação e ao parto numa comunidade. É dado pela equação:
óbitos devidos a causas ligadas a gestação, parto e puerpério x 100.000
nascidos vivos na mesma comunidade e ano
Para fins de comparação internacional, somente as mortes que ocorrem até 42 dias após o
parto entram no cálculo do coeficiente.
Conhecer as definições da Organização Mundial da Saúde é fundamental para o cálculo correto
deste indicador:
Morte materna: é a morte da mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias
após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a
qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém
não devida a causas acidentais ou incidentais. Pode ser subdividida em:
a) morte obstétrica direta, sendo aquela resultante de complicações obstétricas devido a
intervenções, omissões, tratamento incorreto, etc. (aborto, infecção puerperal, etc) e
b) morte obstétrica indireta, quando resulta de doenças existentes antes da gravidez, ou
desenvolvidas durante a gravidez, não devidas a causas obstétricas diretas, mas agravadas
pelos efeitos fisiológicos da gravidez (diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, etc).
No cálculo do coeficiente de mortalidade materna entram, portanto, todos os casos de óbitos
maternos, tanto por causas obstétricas diretas, como indiretas, que ocorreram em até 42 dias
após o término da gestação.
Apesar de não entrarem no cálculo para fins de comparação, é importante o serviço de saúde
registrar, ainda, as mortes por causas obstétricas (diretas ou indiretas) que ocorreram após 42
dias do término da gestação, bem como as mortes relacionadas com a gravidez, sendo assim
definidas (OMS, 1994):
Morte materna tardia: é a morte de uma mulher por causas obstétricas diretas ou indiretas
mais de 42 dias mas menos de um ano após o término da gravidez.
Morte relacionada com a gravidez: é a morte de uma mulher enquanto grávida ou até 42 dias
após o término da gravidez, qualquer que tenha sido a causa de morte.
No Paraná, existe o Comitê de Morte Materna, com descentralização para as Regionais de
Saúde. Esse Comitê tem a função de investigar todos os óbitos de mulheres de 10 a 49 anos,
visando a identificar todos os óbitos maternos (pois nem todos são informados na declaração
de óbito), verificar as circunstâncias em que tais óbitos ocorreram e propor estratégias para
redução dessa mortalidade
e) coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis: é uma estimativa do risco da
população morrer por doenças infecciosas e parasitárias (tuberculose, tétano, diarréia
infecciosa, aids, etc.), classificadas atualmente no Capítulo I da CID-10. Quanto mais elevado o
resultado deste coeficiente, piores as condições de vida.
É dado pela equação:
óbitos devidos a doenças infecciosas e parasitárias (DIP) x 100.000
população estimada para o meio do ano na mesma área
Observamos que o denominar agora passa a ser a população estimada para o meio do ano (01
de julho), que é considerada a melhor estimativa do número de habitantes expostos em todo o
ano.
Em razão de alterações de doenças nos Capítulos das várias revisões da CID, é necessário
tomar cuidado em análises de séries temporais. Por exemplo, na CID-9 a Aids era enquadrada
no Capítulo III - “Doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo e
transtornos imunitários” (código 279.1). Na CID-10, em vigor no Brasil desde 1996, essa
doença mudou para o Capítulo I – “Doenças Infecciosas e Parasitárias” Dessa forma, se formos
analisar o coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis no Paraná desde 1980, por
exemplo, devemos ter em mente que a partir de 1996 poderá ocorrer um aumento artificial
deste coeficiente, simplesmente porque mais uma doença (a aids) passou a fazer parte do
agrupamento de causas
infecciosas/parasitárias (Capítulo I da CID-10).
Cálculos de coeficientes por outras causas específicas ou por capítulos da CID (por exemplo,
causas externas, infarto do miocárdio, doenças cerebrovasculares, acidentes de trânsito, etc.)
também são possíveis, usando o mesmo raciocínio e padrão de equação utilizado para o
cálculo do coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis.
Observar a qualidade da informação específica, na análise do ano, ou, principalmente, em
séries temporais, é indispensável, pois muitas vezes essas causas específicas não vêm sendo
adequadamente descritas nas declarações de óbito, o que leva a coeficientes subestimados.
C) COEFICIENTES DE NATALIDADE
Os principais coeficientes que medem a natalidade (nascimentos) de uma população são:
o coeficiente de natalidade
o coeficiente de fecundidade
Enquanto o coeficiente de natalidade está relacionado com o tamanho da população, o de
fecundidade está relacionado com o número de mulheres em idade fértil. Por isso, é comum a
fecundidade ser expressa também em média de filhos por mulher (por exemplo: 2,5 filhos por
mulher).
O coeficiente de natalidade, portanto, pode ser calculado pela seguinte equação (ou também
por regra de três):
Nascidos vivos em determinada área e período x 1.000
população da mesma área, no meio período
O coeficiente de fecundidade, como está relacionado à população feminina em idade fértil, é
dado pela fórmula (ou calculado por regra de três):
Nascidos vivos em determinada área e período x 1.000
mulheres de 15 a 49 anos da mesma área, no meio do período
C) PROPORÇÕES
Como já referido, as proporções não estimam o risco do evento em uma dada população,
porém são mais fáceis de serem calculadas, pois não necessitam de denominadores, como o
número de habitantes, para o seu cálculo.
Além disso são mais fáceis de se compreender, pois seus resultados são sempre em
percentuais (a cada cem pessoas, tantas morrem por doenças do aparelho circulatório, por
exemplo).
• Mortalidade proporcional por idade: é um indicador muito útil e fácil de se calcular. Com
base no total de óbitos, fazemos uma regra de três, calculando qual a proporção de óbitos na
faixa etária de 20 a 29 anos ou de menores de 1 ano, por exemplo.
Duas proporções, em relação à mortalidade por idade, são mais freqüentemente utilizadas:
a mortalidade infantil proporcional (proporção de óbitos de menores de 1 ano em relação ao
total de óbitos)
mortalidade proporcional de 50 anos ou mais conhecida como Indicador de Swaroop e
Uemura ou Razão de Mortalidade Proporcional (proporção de óbitos de pessoas que
morreram com 50 anos ou mais de idade em relação ao total de óbitos)
Atualmente, com o aumento da expectativa de vida em muitos países, alguns autores tem
usado o limite de 60 anos e mais de idade para o cálculo da proporção de idosos entre os
óbitos, como apresentado pela Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA) em
seu “Indicadores e dados básicos para a saúde (IDB98)”
• Mortalidade proporcional por causas de morte: é a proporção que determinada causa (ou
agrupamento de causas) tem no conjunto de todos os óbitos. Por exemplo, a mortalidade
proporcional por doenças do aparelho circulatório é a proporção de óbitos por doenças do
aparelho circulatório em relação ao total de óbitos no mesmo período e local.
Atualmente, com a implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) no
Brasil, algumas proporções de importância epidemiológica também podem ser calculadas,
como por exemplo:
• taxa de nascidos vivos com baixo peso ao nascer: % nascidos vivos com peso ao nascer <
2500 gramas em relação ao total de nascidos vivos em determinado período de tempo e local;
• taxa de nascidos vivos com mães adolescentes: % de nascidos vivos com mães de idade < 20
anos (até 19 anos inclusive) em relação ao total de nascidos vivos em determinado período de
tempo e local;
• taxa de nascidos vivos por cesárea: % nascidos vivos por cesárea em relação ao total de
nascidos vivos em determinado período de tempo e local;
• taxa de nascidos vivos prematuros: % de nascidos vivos com menos de 37 semanas (até 36
inclusive) de gestação.
É importante considerar que os resultados de indicadores que se baseiam em números
pequenos (por exemplo, com base em dados de apenas um ano de uma área de abrangência
de uma Unidade Básica de Saúde ou de uma cidade muito pequena) podem apresentar o que
se chama de “variação aleatória”.
Por exemplo, se uma determinada área de abrangência tem 150 nascidos vivos no ano e
nenhum morrer, o coeficiente será zero; se ocorrer 1 óbito infantil, o coeficiente de
mortalidade infantil será de 6,7 por mil nascidos vivos. Se ocorrerem 2 óbitos nessa mesma
comunidade, o coeficiente passará para 13,3 por mil nascidos vivos, ou seja, uma variação
(aleatória) bastante grande.
2) Indicadores de atenção basica
O processo de descentralização do Sistema Único de Saúde (SUS), impulsionado em 1988 com
a implantação do Piso de Atenção Básica (PAB), modificou profundamente a face da gestão das
ações e serviços no âmbito do setor saúde no Brasil.
Ao priorizar a implantação do PAB, o Ministério da Saúde (MS) buscou, transformando a lógica
de financiamento, impulsionar mudanças no funcionamento do modelo de atenção a saúde,
tornando-o mais eficiente, garantindo integralidade no desenvolvimento das ações,
contribuindo para o acesso universal e consolidando os vínculos entre a população e os
serviços.
Objetivando orientar o processo de avaliação e monitoramento da Atenção Básica no âmbito
do SUS, o Ministério da Saúde formulou a proposta de desenvolvimento de pactos de gestão
entre as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e o Ministério da Saúde. O Pacto de
Indicadores da Atenção Básica foi, então, concebido como um instrumento nacional de
monitoramento das ações e serviços de saúde referentes à atenção básica, sendo instituído
pela Portaria GM/MS 3.925 de 1998, que aprovou o “Manual para Organização da Atenção
Básica”, e a Portaria 476 de 1999, que regulamentou o processo de acompanhamento e
avaliação da atenção básica.
A partir de então a cada ano vêm sendo publicadas, através de portarias específicas, as
orientações para o processo de pactuação e a relação de indicadores a serem pactuados pelos
gestores.
O Pacto pretende ser um instrumento formal de negociação entre gestores das três esferas de
governo (municipal, estadual e federal) tomando como objeto de negociação metas a serem
alcançadas em relação a indicadores de saúde previamente acordados.
Ao fim de cada ano, municípios e estados têm seu desempenho avaliado pelo nível federal em
função do cumprimento das metas pactuadas.
De 1999 a 2003, período em que foi implementado nacionalmente, o processo de pactuação
tem apresentado
alterações, tanto com relação à sua forma de condução quanto aos indicadores selecionados
para avaliação.
Em 1999, o elenco de indicadores municipais perfazia um total de 41: 24 para todos os
municípios e 17 específicos para as áreas do Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
e Programa Saúde da Família (PSF); em 2000, esta relação foi reduzida para 30 indicadores (14
para todos os municípios e 16 específicos para as áreas do PACS e PSF) e em 2001 foram
pactuados no total 17 indicadores para os municípios. Os indicadores estaduais, em geral,
reproduziam a relação de indicadores municipais, à exceção do ano de 2001 que apresentou
dois indicadores exclusivos para os estados, acrescidos aos 17 que eram comuns a ambos,
municípios e estados. Para o ano de 2002, foi definida uma relação de 25 indicadores
principais, pactuados por todos os estados e municípios, e uma relação de 22 indicadores
complementares, de pactuação não obrigatória.
Neste ano de 2003, após discussão interna nas áreas técnicas do Ministério e com
representações do CONASS (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e do
CONASEMS (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), foi aprovado em reunião
da Comissão Intergestores Tripartite o elenco de indicadores que passa a ser composto de 20
principais e 14 obrigatórios, perfazendo um total de 34 indicadores a serem pactuados por
estados e municípios, tendo em vista a repetição de alguns indicadores que já constavam da
Programação Pactuada Integrada da Epidemiologia e Controle de Doenças (PPI - ECD).
Indicadores principais
1. Número absoluto de óbitos em menores de um ano de idade
2. Taxa de mortalidade infantil
3. Proporção de nascidos vivos com baixo-peso ao nascer
4. Proporção de óbitos em menores de um ano de idade por causas mal definidas
5. Taxa de internação por infecção respiratória aguda em menores de cinco anos de idade
6. Homogeneidade da cobertura vacinal por tetra valente em menores de um ano de idade
7. Taxa de mortalidade materna
8. Proporção de nascidos vivos de mães com quatro ou mais consultas de pré-natal
9. Proporção de óbitos de mulheres em idade fértil investigados
10. Razão entre exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de 25 a 59 anos e a
população feminina nesta faixa etária
11. Taxa de internação por acidente vascular cerebral (AVC)
12. Taxa de mortalidade por doenças cerebro-vasculares
13. Taxa de internação por cetoacidose e coma diabético
14. Proporção de abandono do tratamento de tuberculose
15. Proporção de abandono do tratamento de hanseníase
16. Taxa de detecção de casos de hanseníase
17. Cobertura de primeira consulta odontológica
18. Razão entre os procedimentos odontológicos coletivos e a população de 0 a 14 anos
19. Proporção da população coberta pelo Programa Saúde da Família (PSF)
20. Média anual de consultas médicas nas especialidades básicas por habitante
Indicadores complementares
1. Número absoluto de óbitos neonatais
2. Taxa de mortalidade infantil neonatal
3. Taxa de mortalidade em mulheres por câncer de colo do útero
4. Taxa de mortalidade em mulheres por câncer de mama
5. Proporção de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal
6. Taxa de internação por insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
7. Taxa de internação por diabetes
8. Taxa de incidência de tuberculose pulmonar positiva
9. Taxa de mortalidade por tuberculose
10. Proporção de cura dos casos novos de hanseníase diagnosticados
11. Taxa de prevalência da hanseníase
12. Proporção de grau de incapacidade I e II registrados no momento do diagnóstico
13. Proporção de exodontias em relação às ações odontológicas básicas individuais
14. Média mensal de visitas domiciliares por família
CONGLOMERADOS DE DOENÇAS
Em epidemiologia, nome dado ao processo de agrupamento dos casos individuais de
determinado agravo à saúde, de acordo com o lapso de tempo decorrido entre o evento
supostamente causal e a manifestação mórbida em estudo, e o local em que ocorreram.
ENDEMIA
Denomina-se de endemia à ocorrência coletiva de uma determinada doença que, no decorrer
de um largo período histórico, acometendo sistematicamente grupos humanos distribuídos em
espaços delimitados e caracterizados, mantém a sua incidência constante, permitidas as
flutuações de valores, tais como as variações sazonais. Note-se que o termo endemia refere-
se à doença habitualmente presente entre os membros de um determinado grupo, em uma
determinada área, isto é, presente em uma população definida. Atualmente, a distinção entre
comportamento endêmico ou epidêmico de uma dada doença fica estabelecida com base em
critérios relativos. Uma afirmação de caráter geral, não crítica, é a de que, com base na
experiência passada, são derivados critérios para distinguir-se, na atualidade, a presença da
doença em nível endêmico ou em nível epidêmico. O conceito atribuído à expressão “nível
endêmico” é complexo e sua compreensão depende do estabelecimento de uma série de
conceitos que lhe são logicamente anteriores.
EPIDEMIA
O termo epidemia se refere a um objeto complexo e multifacetado. A sua definição pode
variar segundo o ponto de vista sob o qual se observe o evento ou em função do nível de
abstração dos definidores empregados. A definição construída pode depender ainda de uma
intenção pragmática a priori ou de determinados aspectos específicos que se queira enfatizar.
Assim, numa primeira aproximação, é possível pensar-se em epidemia como a coisa em si,
como uma ocorrência ou fenômeno natural cuja confirmação independe de qualquer discurso
teórico e que possa ser percebida intuitivamente por um observador externo. Segundo esta
idéia, epidemia deverá ser definida em termos os mais concretos possíveis, e que possam ser
compreendidos e explicitados na linguagem leiga.
Epidemia é a ocorrência de doença em grande número de pessoas ao mesmo tempo.
Aprofundando a análise deste conceito, deve ser ressaltado que, para o observador externo, a
percepção da epidemia só se efetivará se a doença se deixar transparecer através de sintomas
e sinais característicos, comuns a todos os indivíduos afetados. Observe-se também que, aqui,
epidemia está sendo definida como um fato empírico, primitivo, como uma ocorrência em
massa de um fenômeno natural que ocorre em indivíduos: a doença. È lícito, portanto, pensar
que algumas ocorrências naturais deste tipo -a epidemia- possam passar sem registro, ou por
falta de condições para percepção da própria doença ou por falta de registro, ou por alguma
incapacidade atual de generalização, a partir das ocorrências individuais.
No outro extremo, é possível pensar epidemia como aquele processo saúde-doença de massa
que deve ser inequivocamente reconhecido como tal por especialistas ou órgãos técnicos,
seguindo regras e preceitos cientificamente elaborados e precisamente convencionados. Neste
caso, a definição deve ser colocada em termos operacionais.
Epidemia (conceito operativo) é uma alteração, espacial e cronologicamente delimitada, do
estado de saúde-doença de uma população, caracterizada por uma elevação progressivamente
crescente, inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença,
ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico preestabelecido.
Esta definição expressa com base em conceitos sofisticados, pressupõe que o estado saúde-
doença da população deva estar permanentemente sob vigilância e controle. Implica
observação contínua, exercida por pessoal habilitado, coleta e registro de dados
bioestatísticos, cálculo de coeficientes, propositura de um limiar epidêmico convencionado e
acompanhamento permanente da incidência através de diagramas de controle.
Imunização
imunização é definida como a aquisição de proteção imunológica contra uma doença
infecciosa. Prática que tem como objetivo aumentar a resistência de
um indivíduo contra infecções. É administrada por meio de vacina, imunoglobulina ou
por soro de anticorpos. As vacinas são usadas para induzir a imunidade ativa; sua
administração resulta numa resposta biológica e na produção de anticorpos específicos. Assim,
a imunidade é induzida contra futuras infecções pelo mesmo micro-organismo. A imunidade
ativa dura muitos anos; a passiva é induzida pela administração de anticorpos contra uma
infecção particular. Os anticorpos colhidos dos humanos são chamados imunoglobulina e os
dos animais, soros. A imunidade passiva dura apenas algumas semanas.
Imunização ativa vs. passiva[editar | editar código-fonte]
A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune do indivíduo, ao entrar em contato
com uma substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e células imunes
(linfócitos T). Esse tipo de imunidade geralmente dura por vários anos, às vezes, por toda uma
vida. Os dois meios de se adquirir imunidade ativa são contraindo uma doença infecciosa e
a vacinação.
A imunização passiva é obtida pela transferência ao indivíduo de anticorpos produzidos por
um animal ou outro ser humano. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente
proteção, que, contudo, é temporária, durando em média poucas semanas ou meses. A
imunidade passiva natural é o tipo mais comum de imunidade passiva, sendo caracterizada
pela passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta e também pelo leite. Essa
transferência de anticorpos ocorre nos últimos 2 meses de gestação, de modo a conferir uma
boa imunidade à criança durante seu primeiro ano de vida. A imunidade passiva artificial pode
ser adquirida sob três formas principais: a imunoglobulina humana combinada,
a imunoglobulina humana hiperimune e o soro heterólogo. A transfusão de sangue é uma
outra forma de se adquirir imunidade passiva, já que, virtualmente, todos os tipos de produtos
sanguíneos (i.e. sangue total, plasma, concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas,
etc) contêm anticorpos.
Classificação das vacinas[editar | editar código-fonte]
1- Vacinas vivas atenuadas
Compostas de microrganismos vivos atenuados em laboratório, que devem ser capazes de
multiplicarem-se no organismo hospedeiro para que possa ocorrer a estimulação de uma
resposta imune. Essa resposta imune ao micro-organismo atenuado é idêntica a produzida
pela infecção natural, pois o sistema imune é incapaz de diferenciar entre uma infecção pelo
micro-organismo vacinal e o microrganismo selvagem. A multiplicação do micro-organismo
vacinal não costuma ser capaz de causar doença.
Exemplos de vacinas vivas atenuadas: Sarampo, caxumba, rubéola, pólio-Sabin, febre amarela,
varicela, BCG.
2- Vacinas inativadas
Compostas de microrganismos inativados, o que significa que estes não mais se encontram
vivos, logo incapazes de multiplicarem-se. A resposta imune à vacina inativada é
principalmente humoral (proteínas plasmáticas,as imunoglobulinas, sintetizadas por linfótos
diferenciados em plasmócitos), com pouca ou nenhuma imunidade celular.
Exemplos de vacinas inativadas: DPT,hepatite A, hepatite B, raiva, pólio-Salk, pneumococo,
meningococo, influenza, haemophilus do tipo-b, febre tifoide, cólera.
Número de doses de uma vacina[editar | editar código-fonte]
As vacinas vivas atenuadas geralmente produzem imunidade prolongada com uma única dose;
exceção à vacina oral da poliomielite.As vacinas inativadas requerem múltiplas doses para
produzir imunidade e, eventualmente, necessitam de uma dose de reforço para a manutenção
da imunidade.
Intervalo entre doses de uma mesma vacina[editar | editar código-fonte]
Não existe um intervalo máximo entre as doses de uma mesma vacina. Assim sendo, apesar de
cada vacina possuir seu próprio intervalo de tempo recomendável entre as doses, no caso
desse intervalo ter sido ultrapassado, não existe a indicação de se reiniciar nova vacinação e
deve-se administrar as doses subsequentes da vacina.
Por outro lado, a não obediência do intervalo mínimo permitido entre as doses pode implicar
em redução da eficácia da vacina.
Aplicação simultânea e não simultânea de diferentes vacinas[editar | editar código-fonte]
Não existe contraindicação à administração simultânea de quaisquer vacinas. A única exceção
a essa regra fica por conta da administração simultânea das vacinas da febre amarela e cólera,
que devem ser separadas por um período mínimo de 3 semanas.
A administração não-simultânea de diferentes vacinas deve seguir os seguintes intervalos
entre elas:
Duas vacinas vivas atenuadas — esperar 4 semanas
Febre amarela e cólera — esperar 3 semanas
Todas as outras — sem restrições
Observação: A vacina oral da poliomielite não precisa ser separada por 4 semanas de outra
vacina viva atenuada.
Interferência da presença de anticorpos na resposta à vacinação[editar | editar código-fonte]
A multiplicação dos microrganismos nas vacinas vivas atenuadas é necessária para que ocorra
a resposta imune. A presença de anticorpos circulantes pode resultar numa inibição dessa
multiplicação e, consequentemente, numa imunização ineficiente.
A administração de vacinas vivas atenuadas x anticorpos :
Se a vacina foi administrada antes — esperar 2 semanas antes de administrar o anticorpo
Se o anticorpo foi administrado antes — esperar > 3 meses antes de administrar a vacina
Observação: a vacina oral da poliomielite não é afetada por anticorpos, possivelmente porque
o vírus pólio multiplica-se no trato GI.
Reações adversas das vacinas[editar | editar código-fonte]
As reações locais são as mais freqüentes e incluem dor, edema e eritema no sítio de injeção.
Essas reações geralmente são leves e auto-limitadas, no entanto, em raras ocasiões, podem se
tornar graves (reações de Arthus).
As reações sistêmicas incluem febre, mal-estar, rash cutâneo, mialgias, cefaléia e anorexia.
Esses sintomas usualmente ocorrem 1-2 semanas após a administração de vacinas vivas
atenuadas e são considerados como uma “doença” leve provocada pela multiplicação do
microrganismo da vacina.
As reações alérgicas são as mais graves, inclusive colocando a vida da criança em risco, porém,
felizmente, são muito raras.
Contraindicações à vacinação[editar | editar código-fonte]
1- Contraindicações gerais à vacinação:
Alergia grave a uma dose prévia da vacina
Alergia grave a um dos componentes da vacina
Doença aguda moderada à grave
Observação: As vacinas contra influenza (gripe) e febre amarela não são recomendadas a
indivíduos alérgicos à proteína do ovo de galinha. Por não conter proteínas do ovo, a vacina
contra o sarampo, caxumba e rubéola (SCR) pode ser seguramente aplicada em pessoas com
alergia ao ovo.
2- Contraindicações às vacinas vivas atenuadas:
Gravidez
Imunossupressão
Transfusão recente de produtos sanguíneos
3- Contraindicações à vacinação BCG:
Todas relativas às vacinas vivas atenuadas
Criança com peso < 2 Kg (impossibilidade técnica da aplicação ID)
4- Contraindicações à vacinação DPT (devido ao componente pertussis):
Encefalopatia nos 7 dias pós-vacinação
Convulsões nas 72 horas pós-vacinação
Choro persistente e inconsolável, com 3 horas ou mais de duração
5- Falsas contraindicações à vacinação:
Doença aguda leve (infecções de vias aéreas superiores, resfriados, diarreia, doenças de pele)
Desnutrição: deve ser considerada indicação e não contraindicação às vacinas do calendário
básico, visto que doenças como coqueluche e sarampo têm muito maior gravidade nos
desnutridos e que estas crianças apresentam boa resposta a essas vacinas
Doença neurológica estável (p.ex. síndrome convulsiva controlada)
Antecedente familiar de convulsão
Uso de corticoides em doses não imunossupressoras
Alergia a produtos que não compõe a vacina; alergia não-anafilática a componente da vacina
Aleitamento materno
Contactante domiciliar de grávida
Prematuridade
Uso de antibióticos
Necessidade de fazer PPD
Exposição recente a doenças infecciosa
Antecedentes de alergia a penicilina: nenhuma das vacinas atualmente em uso contém
penicilina
História de morte súbita
Vacinação e infecção pelo HIV[editar | editar código-fonte]
Não se deve aplicar vacinas vivas em indivíduos imunossuprimidas pelo HIV (ou por qualquer
outra etiologia) devido possibilidade aumentada da ocorrência de multiplicação descontrolada
dos microrganismos vacinais e reações adversas graves.
Observação: a vacinação oral da poliomielite está contraindicada às crianças que possuem um
contactante domiciliar imunossuprimido, pois existe o risco da criança expelir o vírus vacinal
no ambiente e, com isso, o indivíduo imunossuprimido desenvolver poliomielite paralítica.
As vacinas do sarampo e varicela, apesar de serem vacinas vivas atenuadas, estão indicadas às
crianças HIV positivas assintomáticas ou levemente imunossuprimidas, em virtude destas duas
doenças representarem infecções graves em pacientes HIV positivos.
Indicações de imunização passiva[editar | editar código-fonte]
Imunoglobulina humana combinada: Possui indicação na profilaxia pós-exposição da hepatite
A e sarampo.
Imunoglobulina humana hiperimune: Profilaxia pós-exposição da hepatite B, tétano e varicela.
Soro heterólogo: Tratamento da difteria, profilaxia da raiva e tétano.
MEDICINA
A Saúde do Trabalhador passou a ser incorporada pelo SUS no ano de 1990. A Lei Orgânica da
Saúde (LOS, nº 8080, artigo 6º), diz que é conferida à Direção Nacional do SUS a
responsabilidade de coordenar a política de saúde do trabalhador. Essa lei mostra as diretrizes
para a execução das ações voltadas à saúde do trabalhador. No parágrafo 3º do artigo 6 da
LOS, essas ações estão descritas como:
Um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações das Vigilâncias Epidemiológica e
Sanitária, à promoção e à proteção da saúde do trabalhador, assim como visa à recuperação e
à reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
trabalho. (LOS, 1990).
O Sistema Único de Saúde, ou seja, o serviço de saúde pública tem como principais objetivos o
desenvolvimento de sistemas de informações no campo da vigilância. Na área de Saúde do
Trabalhador, as informações ainda são escassas, e as análises são feitas a partir de dados da
Previdência Social, por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), sendo pouco
abrangentes e apresentando defasagem na descrição dos relatos, pois têm o caráter de
seguridade, principalmente para trabalhadores com vínculo formal com o mercado de
trabalho. Somam-se a isto as subnotificações, principalmente de doenças relacionadas ao
trabalho que acabam não sendo diagnosticadas como tal. O trabalho informal é outro
agravante de subnotificação, pois oculta os acidentes, morte e invalidez de trabalhadores em
sua atividade laboral informal.
Essa portaria está pautada na necessidade de agilizar e ser o mais fiel possível com relação às
informações sobre a situação da produção, perfil dos trabalhadores e ocorrência de agravos
relacionados ao trabalho para orientar as ações de saúde, a intervenção nos ambiente e
condições de trabalho, e também como uma forma de unificar essas informações sobre a
saúde do trabalhador que ainda são muito dispersas e fragmentadas.
Os acidentes e doenças ocupacionais resultam em elevados custos sociais, que seja para os
trabalhadores, as famílias, as empresas, o estado e a sociedade. A subnotificação desses
acontecimentos faz com que a real magnitude dos acidentes de trabalho não seja bem
conhecida.
1) Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR): quando ocorre a diminuição gradual da audição
induzida por índice de ruídos elevado no ambiente de trabalho;
5) Câncer relacionado ao trabalho: corresponde a todo tipo de câncer cujo aparecimento foi
consequência da exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho,
mesmo após cessada a exposição;
9) Acidente de trabalho com mutilações: todo acidente de trabalho que não resulta em morte,
mas que traz danos físicos e, na maioria das vezes, perda de partes do corpo do trabalhador;
10) Acidente de trabalho em crianças e adolescentes: corresponde a todo acidente que
envolva direta ou indiretamente crianças e adolescente;
11) Intoxicação exógena: todo trabalhador que, tendo tido contato com substâncias químicas,
quer sejam agrotóxicos, produtos de uso doméstico, medicamentos, cosméticos e higiene
pessoal, produtos químicos de uso industrial, drogas, plantas, alimentos ou bebidas, e que
apresente sinais e sintomas clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais,
possivelmente relacionados a estes agentes.
Dentre alguns dos objetivos do SINAN-NET, podemos citar: a geração de informações que
permitam identificar as causas das mortes e adoecimento dos trabalhadores, permitindo
utilizar as informações de morbimortalidade para associá-las aos ramos de atividade
econômica e aos processos de trabalho para poder intervir sobre as suas causas e
determinantes, para a elaboração de estratégias de atuação no campo da promoção e da
prevenção da saúde no trabalho.
Por meio desse mecanismo desenvolvido pelo Ministério da Saúde será possível desenvolver
um diagnóstico para subsidiar e orientar políticas públicas para a Saúde dos Trabalhadores,
determinadas por critérios de prioridade epidemiológica, integrando os serviços do Sistema
Único de Saúde, voltados à assistência e à vigilância, de forma a unificar os esforços dos
principais executores com interface na Saúde do Trabalhador.
Não se deve perder de vista que a informação em saúde é o esteio para a gestão dos serviços,
pois orienta a implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de atenção à saúde e
das ações de prevenção e controle de doenças. São também de interesse dados/informações
produzidos extra-setorialmente, cabendo aos gestores do Sistema a articulação com os
diversos órgãos que os produzem, de modo a complementar e estabelecer um fluxo regular de
informação em cada nível do setor saúde.
Oportunidade, atualidade, disponibilidade e cobertura são características que determinam a
qualidade da informação, fundamentais para que todo o Sistema de Vigilância Epidemiológica
apresente bom desempenho. Dependem da concepção apresentada pelo Sistema de
Informação em Saúde (SIS), e sua sensibilidade para captar o mais precocemente possível as
alterações que podem ocorrer no perfil de morbimortalidade de uma área, e também da
organização e cobertura das atividades desenvolvidas pela vigilância epidemiológica.
Entende-se sistema como o “conjunto integrado de partes que se articulam para uma
finalidade comum.” Para sistema de informação existem várias definições, tais como:
Ficha Individual de Notificação (FIN) - é preenchida para cada paciente, quando da suspeita de
problema de saúde de notificação compulsória (Portaria GM nº 2.325, de 8 de dezembro de
2003) ou de interesse nacional, estadual ou municipal, e encaminhada pelas unidades
assistenciais aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica. É
também utilizada para a notificação negativa.
A notificação de surtos também deve ser feita por esse instrumento, obedecendo os seguintes
critérios:
Ficha Individual de Investigação (FII) - na maioria das vezes, configura-se como roteiro de
investigação, distinto para cada tipo de agravo, devendo ser utilizado, preferencialmente,
pelos serviços municipais de vigilância ou unidades de saúde capacitadas para a realização da
investigação epidemiológica. Esta ficha, como referido no tópico sobre investigação de surtos e
epidemias, permite obter dados que possibilitam a identificação da fonte de infecção e
mecanismos de transmissão da doença. Os dados, gerados nas áreas de abrangência dos
respectivos estados e municípios, devem ser consolidados e analisados considerando aspectos
relativos à organização, sensibilidade e cobertura do próprio sistema de notificação, bem
como os das atividades de vigilância epidemiológica.
Além dessas fichas, o sistema também possui planilha e boletim de acompanhamento de
surtos, reproduzidos pelos municípios, e os boletins de acompanhamento de hanseníase e
tuberculose, emitidos pelo próprio sistema.
A impressão, distribuição e numeração desses formulários é de responsabilidade do estado ou
município. O sistema conta, ainda, com módulos para cadastramento de unidades
notificadoras, população e logradouros, dentre outros.
A Figura 1 traz o fluxo de informação definido pelo Ministério da Saúde. Após o preenchimento
dos referidos formulários, as fontes notificadoras deverão encaminhá-los para o primeiro nível
informatizado. A partir daí, os dados serão enviados para os níveis hierárquicos superiores por
meio magnético (arquivos de transferência gerados pelo Sistema).
Quadro 1: Agravos de notificação imediata via fax, telefone ou e-mail, além da digitação e
transferência imediata por meio magnético, no Sinan.
Febre hemorrágica do dengue Botulismo
Carbúnculo ou
Hantavirose antraz
Paralisia flácida aguda Cólera
Peste Difteria
Doença
Raiva humana meningocócica
Varíola Febre amarela
Caso suspeito de Tularemia
Poliomielite Tétano neonatal
Caso confirmado de Sarampo
Agravos inusitados
Surto, agregação de casos Doenças de etiologia não esclarecida
ou agregação de óbitos Febre hemorrágica ou etiologia não
por esclarecida
Propõe-se, de maneira geral, que as fichas individuais de notificação sejam preenchidas pelos
profissionais de saúde nas unidades assistenciais, as quais devem manter uma segunda via
arquivada pois a original é remetida para o serviço de vigilância epidemiológica responsável
pelo desencadeamento das medidas de controle necessárias. Este, por sua vez, além dessa
incumbência, deve encaminhar os formulários para o setor de digitação das secretarias
municipais, para que posteriormente os arquivos de transferência sejam enviados por meio
magnético às secretarias estaduais e, em seguida, ao Ministério da Saúde, conforme
periodicidade definida na Figura 2.
O encerramento das investigações referentes aos casos notificados como suspeitos e/ou
confirmados deve ocorrer até o prazo máximo de 60 dias da data de notificação, exceto:
Preconiza-se que em todas as instâncias os dados aportados pelo Sinan sejam consolidados e
analisados e que haja uma retroalimentação dos níveis que o precederam, além de sua
redistribuição, segundo local de residência dos pacientes objetos das notificações. No nível
federal, os dados do Sinan são processados, analisados juntamente com aqueles que chegam
por outras vias e divulgados pelo Boletim Epidemiológico do SUS e informes epidemiológicos
eletrônicos, disponibilizados no site www.saude.gov.br.
Ao contrário dos demais sistemas, em que as críticas de consistência são realizadas antes do
seu envio a qualquer outra esfera de governo, a necessidade de desencadeamento imediato
de uma ação faz com que, nesse caso, os dados sejam remetidos o mais rapidamente possível,
ficando a sua crítica para um segundo momento - quando do encerramento do caso e,
posteriormente, o da análise das informações para divulgação. No entanto, apesar desta
peculiaridade, esta análise é fundamental para que se possa garantir uma base de dados com
qualidade, não podendo ser relegada a segundo plano, tendo em vista que os dados já foram
encaminhados para os níveis hierárquicos superiores.
Uma vez preenchida a DO, quando se tratar de óbitos por causas naturais, ocorridos em
estabelecimento de saúde, a primeira via (branca) será da secretaria municipal de saúde
(SMS); a segunda (amarela) será entregue aos familiares do falecido, para registro em Cartório
de Registro Civil e emissão da Certidão de Óbito (ficando retida no cartório); a terceira (rosa)
ficará arquivada no prontuário do falecido. Nos óbitos de causas naturais ocorridos fora do
estabelecimento de saúde, mas com assistência médica, o médico que fornecer a DO deverá
levar a primeira e terceira vias para a SMS, entregando a segunda para os familiares do
falecido. Nos casos de óbitos de causas naturais, sem assistência médica, em locais que
disponham de Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), estes serão responsáveis pela emissão
da DO, obedecendo o mesmo fluxo dos hospitais. Em lugares onde não exista SVO, um médico
da localidade deverá preencher a DO obedecendo o fluxo anteriormente referido para óbitos
ocorridos fora do estabelecimento de saúde, com assistência médica. Nos óbitos por causas
naturais em localidades sem médicos, o responsável pelo falecido, acompanhado de duas
testemunhas, comparecerá ao Cartório de Registro Civil onde será preenchida a DO. A segunda
via deste documento ficará retida no cartório e a primeira e terceira vias serão recolhidas pela
secretaria municipal de saúde. Nos óbitos por causas acidentais ou violentas, o médico legista
do Instituto Médico-Legal (IML) deverá preencher a DO (nos locais onde não exista IML um
perito é designado para tal finalidade), seguindo-se o mesmo fluxo adotado para os hospitais.
As SMS realizarão a busca ativa dessas vias em todos os hospitais e cartórios, evitando a perda
de registro de óbitos no SIM, com conseqüente perfil irreal da mortalidade da sua área de
abrangência. Nas SMS, as primeiras vias são digitadas e enviadas em disquetes para as
Regionais, que fazem o consolidado de sua área e o enviam para as secretarias estaduais de
saúde, que consolidam os dados estaduais e os repassam para o Ministério da Saúde.
Em todos os níveis, sobretudo no municipal, que está mais próximo do evento, deve ser
realizada a crítica dos dados, buscando a existência de inconsistências como, por exemplo,
causas de óbito exclusivas de um sexo sendo registradas em outro, causas perinatais em
adultos, registro de óbitos fetais com causas compatíveis apenas com nascidos vivos e idade
incompatível com a doença.
Os números de AIHs têm validade de quatro meses, não sendo mais aceitos pelo sistema. Tal
regra permite certa compensação temporal naqueles estados em que a sazonalidade da
ocorrência de doenças influencia fortemente o número de internações.
O banco de dados, correspondente ao cadastro de todas as unidades prestadoras de serviços
hospitalares ao SUS credenciadas, é permanentemente atualizado sempre que há
credenciamento, descredenciamento ou qualquer modificação de alguma característica da
unidade de saúde.
Os dados produzidos por este Sistema são amplamente disponibilizados pelo
site www.datasus.gov.br e pela BBS (Bulletin Board System) do Ministério da Saúde, além de
CDROM com produção mensal e anual consolidadas. Os arquivos disponibilizados podem ser
de dois tipos: o “movimento”, em que constam todos os dados, e o “reduzido”, em que não
aparecem os relativos aos serviços profissionais.
O SIH/SUS foi desenvolvido para propiciar a elaboração de alguns indicadores de avaliação de
desempenho de unidades, além do acompanhamento dos números absolutos relacionados à
freqüência de AIHs e que vêm sendo cada vez mais utilizados pelos gestores para uma primeira
aproximação da avaliação de cobertura de sua rede hospitalar, e até para a priorização de
ações de caráter preventivo.
Entre suas limitações encontram-se a cobertura dos dados (que depende do grau de utilização
e acesso da população aos serviços da rede pública própria, contratada e conveniada ao SUS),
ausência de críticas informatizadas, possibilidade das informações pouco confiáveis sobre o
endereço do paciente, distorções decorrentes de falsos diagnósticos e menor número de
internamentos que o necessário, em função das restrições de recursos federais – problemas
que podem resultar em vieses nas estimativas.
Contudo, ao contrário do que ocorre nos bancos de dados dos sistemas descritos
anteriormente, os dados do SIH/SUS, não podem ser corrigidos após terem sido enviados,
mesmo após investigados e confirmados erros de digitação, codificação ou diagnóstico. O
Sistema também não identifica reinternações e transferências de outros hospitais, o que,
eventualmente leva a duplas ou triplas contagens de um mesmo paciente.
Apesar de todas as restrições, essa base de dados é de extrema importância para o
conhecimento do perfil dos atendimentos na rede hospitalar. Adicionalmente, não pode ser
desprezada a agilidade do Sistema. Os dados por ele aportados tornam-se disponíveis aos
gestores em menos de um mês, e cerca de dois meses para a disponibilização do consolidado
Brasil. Para a vigilância epidemiológica, avaliação e controle de ações, esta é uma importante
qualidade para o estímulo à sua análise rotineira.
Além das informações decorrentes dos sistemas descritos existem outras grandes bases de
dados de interesse para o setor saúde, com padronização e abrangência nacionais. Entre elas
destacam-se: Cadernos de Saúde e Rede Interagencial de Informação para a Saúde/Ripsa, da
qual um dos produtos é o IDB/Indicadores e Dados Básicos para a Saúde (acesso
via www.datasus.gov.br ou www.saude.gov.br), além daquelas disponibilizadas pelo IBGE
(particularmente no que se refere ao Censo Demográfico, à Pesquisa Brasileira por
Amostragem de Domicílios – Pnad e Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000). É
também importante verificar outros bancos de dados de interesse à área da saúde, como os
do Ministério do Trabalho (Relação Anual de Informações Sociais/Rais) e os do Sistema Federal
de Inspeção do Trabalho (informações sobre riscos ocupacionais por atividade econômica),
bem como fontes de dados resultantes de estudos e pesquisas realizados por instituições
como o Ipea e relatórios e outras publicações de associações de empresas que atuam no setor
médico supletivo (medicina de grupo, seguradoras, autogestão e planos de administração).
A maioria dos sistemas de informação ora apresentados possui manual instrucional e modelos
dos instrumentos de coleta (fichas e declarações) para implantação e utilização em
computador – disponibilizados pela Secretaria de Vigilância em Saúde.
A utilização dos sistemas de informações de saúde e de outras fontes de dados, pelos serviços
de saúde e instituições de ensino e pesquisa, dentre outras, pode ser viabilizada via Internet,
propiciando o acesso a dados nas seguintes áreas:
Existem outros dados necessários ao município e não coletados regularmente, que podem ser
obtidos mediante de inquéritos e estudos especiais, de forma eventual e localizada. Contudo,
é preciso haver racionalidade na definição dos dados a serem coletados, processados e
analisados no SIS, para evitar desperdício de tempo, recursos e descrédito no sistema de
informação, tanto pela população como pelos técnicos.
PERSPECTIVAS ATUAIS
Desde 1992, a SVS vem desenvolvendo, de forma descentralizada, uma política de estímulo ao
uso da informação e da informática como subsídio à implantação do SUS no país. Para isso,
adotou iniciativas junto aos estados e municípios, visando a descentralização do uso do SIM,
Sinan e Sinasc, financiou cursos de informação, epidemiologia e informática, e divulgou os
programas EPI-Info e Epimap.
Este processo vem avançando, particularmente, a partir da implantação da Norma Operacional
Básica do Sistema Único de Saúde (NOB 01/96) e da instituição da transferência de recursos,
fundo a fundo, para o desenvolvimento de atividades na área de epidemiologia (Portaria MS
nº 1.399/99).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A compatibilidade das principais bases de dados dos diversos sistemas de informações em
saúde, com vistas à sua utilização conjunta, é meta há algum tempo buscada pelos
profissionais que trabalham com a informação no setor saúde. A uniformização de conceitos e
definições do Sinan, Sinasc e SIM é exemplo das iniciativas adotadas no sentido de obter a
compatibilização destes sistemas que, entretanto, até o momento ainda não foi totalmente
atingida.
A necessidade de integração dos bancos de dados, para maior dinamização das ações de
vigilância epidemiológica por meio da utilização dos sistemas nacionais de informações
descritos, apresenta-se como pré-requisito para o melhor desenvolvimento de uma política de
informação e informática para o SUS.
Vigilância Epidemiológica
Recomendações para Vigilância Epidemiológica e Ambiental
A Constituição Federal que é considerada o marco jurídico inicial, onde “nasce o SUS”, traz em
seus artigos 196 ao 200, o “registro do SUS”, o artigo 198 da CF, traz em seu texto as Diretrizes
e alguns dos princípios do SUS, conforme podemos verificar abaixo:
“Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
III - participação da comunidade. ”
1. Lei 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências.
2. Lei 8.142/90 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da
saúde e dá outras providências.
Os princípios do SUS
“CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes
Os princípios do sus são cobrados em provas. Muitos certames utilizam em questões a divisão
teórica dos princípios:
A noção de integralidade diz respeito ao leque de ações possíveis para a promoção da saúde,
prevenção de riscos e agravos e assistência a doentes, implicando a sistematização do
conjunto de práticas que vem sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas e o
atendimento das necessidades de saúde. A integralidade é (ou não), um atributo do modelo de
atenção, entendendo-se que um “modelo de atenção integral à saúde” contempla o conjunto
de ações de promoção da saúde, prevenção de riscos e agravos, assistência e recuperação. Um
modelo “integral”, portanto, é aquele que dispõe de estabelecimentos, unidades de prestação
de serviços, pessoal capacitado e recursos necessários, à produção de ações de saúde que vão
desde as ações inespecíficas de promoção da saúde em grupos populacionais definidos, às
ações específicas de vigilância ambiental, sanitária e epidemiológica dirigidas ao controle de
riscos e danos, até ações de assistência e recuperação de indivíduos enfermos, sejam ações
para a detecção precoce de doenças, sejam ações de diagnóstico, tratamento e reabilitação.
- A regionalização dos serviços implica a delimitação de uma base territorial para o sistema de
saúde, que leva em conta a divisão político- administrativa do país, mas também contempla a
delimitação de espaços territoriais específicos para a organização das ações de saúde,
subdivisões ou agregações do espaço político-administrativo.
- A hierarquização dos serviços, por sua vez, diz respeito à possibilidade de organização das
unidades segundo grau de complexidade tecnológica dos serviços, isto é, o estabelecimento de
uma rede que articula as unidades mais simples às unidades mais complexas, através de um
sistema de referência (SR) e contrarreferência(CR) de usuários e de informações. O processo
de estabelecimento de redes hierarquizadas pode também implicar o estabelecimento de
vínculos específicos entre unidades (de distintos graus de complexidade tecnológica) que
prestam serviços de determinada natureza, como por exemplo, a rede de atendimento a
urgências/emergências, ou a rede de atenção à saúde mental.
A integração entre as ações promocionais, preventivas e curativas diz respeito à possibilidade
de se estabelecer um perfil de oferta de ações e serviços do sistema que contemple as várias
alternativas de intervenção sobre os problemas de saúde em vários planos de sua “história
(natural) social”, abarcando intervenções sobre condições de vida, riscos e danos à saúde.
Cabe registrar a distinção entre “integralidade” e “integração”, termos que por vezes se
confundem no debate acerca da organização dos serviços de saúde. Se a integralidade, como
posto anteriormente, é um atributo do modelo, algo que o modelo de atenção à saúde “deve
ser”, a integração é um processo, algo “a fazer” para que o modelo de atenção seja integral.
Nesse sentido, a integração envolve duas dimensões: uma dimensão “vertical”, proporcionada
pelo estabelecimento da hierarquização dos serviços (SR e CR), que permite a produção de
ações de distinta complexidade (primária, secundária, terciária) em função da natureza do
problema que se esteja enfrentando, e uma integração “horizontal”, que permite a
articulação, no enfrentamento do problema, de ações de distinta natureza (promoção,
prevenção, recuperação).
Regionalização da assistência à saúde
A regionalização deve ser entendida como uma articulação e mobilização municipal que leve
em consideração características geográficas, fluxo de demanda, perfil epidemiológico, oferta
de serviços e, acima de tudo, a vontade política expressa pelos diversos municípios de se
consorciar ou estabelecer qualquer outra relação de caráter cooperativo (BRASIL,1993).
A totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve ser
desenvolvida em um conjunto de estabelecimentos, organizados em rede regionalizada e
hierarquizada e disciplinados segundo subsistemas, um para cada município – o SUS-Municipal
– voltado ao atendimento integral de sua própria população e inserido de forma indissociável
no SUS, em suas abrangências estadual e nacional (BRASIL, 1996).
? NOAS-SUS 01/2001 e NOAS-SUS 01/2002
? Pacto pela Saúde – Item 2, Diretrizes para a Gestão do SUS, Pacto de Gestão, Portaria GM/
MS n. 399/2006
Objetivos da regionalização
Para que se possa discutir o papel de cada esfera de governo no SUS, é importante definir
quem são os gestores do Sistema Único de Saúde e o que são as funções gestoras no SUS.
A atuação do gestor do SUS efetiva-se por meio do exercício das funções gestoras na saúde. As
funções gestoras podem ser definidas como “um conjunto articulado de saberes e práticas de
gestão, necessários para a implementação de políticas na área da saúde” (SOUZA, 2002).
Definir o papel e as atribuições dos gestores do SUS nas três esferas de governo significa
identificar as especificidades da atuação no que diz respeito a cada uma dessas macro funções
gestoras, de forma coerente com a finalidade de atuação do Estado em cada esfera
governamental, com os princípios e os objetivos estratégicos da política de saúde, e para cada
campo da atenção na saúde (promoção da saúde, articulação intersetorial, vigilância sanitária,
vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador, assistência à saúde, entre outros) (LECOVITZ;
LIMA; MACHADO, 2001).
Esse processo tem sido orientado pela Legislação do SUS e pelas Normas Operacionais que, ao
longo do tempo, têm definido as competências de cada esfera de governo e as condições
necessárias para que estados e municípios possam assumir suas funções no processo de
implantação do SUS.
O que é Dengue?
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo um dos principais problemas
de saúde pública no mundo. É transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em
áreas tropicais e subtropicais. Atualmente, a vacina é a melhor forma de prevenção da dengue.
Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em janeiro de
2018, foram registrados menos casos prováveis de dengue em 2017, 252.054 casos contra
1.483.623 em 2016.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se
infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a
Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em
consequência da dengue.
Existem quatro tipos de dengue, de acordo com os quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e
DEN-4. Quando uma pessoa tem dengue tem uma imunidade relativa contra outro sorotipo.
Saiba mais: Saiba tudo sobre a transmissão da dengue
É uma doença potencialmente grave, porque pode evoluir para a dengue hemorrágica a
síndrome do choque da dengue, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial,
o que eleva o risco de morte. A melhor maneira de combater esse mal é atuando de forma
preventiva, impedindo a reprodução do mosquito.
Aedes Aegypti
Acredita-se que o mosquito Aedes aegypti chegou ao Brasil pelos navios negreiros, uma vez
que as primeiras aparições do mosquito se deram no continente africano. No início do século
XX, o médico Oswaldo Cruz implantou um programa de combate ao mosquito, visando reduzir
os casos de febre amarela. Essa medida chegou a eliminar a dengue no país durante a década
de 1950. Segundo o Ministério da Saúde a primeira ocorrência do vírus no país, comprovada
laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982 em Boa Vista (PR).
No entanto, a dengue voltou a acontecer no Brasil na década de 1980. Atualmente, os quatro
tipos de vírus circulam no país, sendo que foram registrados 587,8 mil casos de dengue em
2014, de acordo com o Ministério da Saúde.
Tipos
O vírus da dengue possui quatro variações: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Todos os tipos de
dengue causam os mesmo sintomas.
Caso ocorra um segundo ou terceiro episódio da dengue, há risco aumentado para formas
mais graves da dengue, como a dengue hemorrágica e síndrome do choque da dengue
Saiba mais: Sete estratégias para se proteger contra a dengue
Na maioria dos casos, a pessoa infectada não apresenta sintomas de dengue, combatendo o
vírus sem nem saber que ele está em seu corpo. Para aqueles que apresentam os sinais, os
tipos de dengue podem se manifestar clinicamente de três formas:
Dengue clássica
A dengue clássica é a forma mais leve da doença, sendo muitas vezes confundida com a gripe.
Tem início súbito e os sintomas podem durar de cinco a sete dias, apresentando sinais como
febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações,
indisposição, enjôos, vômitos, entre outros.
Dengue hemorrágica
A dengue hemorrágica acontece quando a pessoa infectada com dengue sofre alterações na
coagulação sanguínea. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte. No geral,
a dengue hemorrágica é mais comum quando a pessoa está sendo infectada pela segunda ou
terceira vez. Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue clássica, e somente após o
terceiro ou quarto dia surgem hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da
pele e outros órgãos. Na dengue hemorrágica, ocorre uma queda na pressão arterial do
paciente, podendo gerar tonturas e quedas.
Síndrome do choque da dengue
A síndrome de choque da dengue é a complicação mais séria da dengue, se caracterizando por
uma grande queda ou ausência de pressão arterial, acompanhado de inquietação, palidez e
perda de consciência. Uma pessoa que sofreu choque por conta da dengue pode sofrer várias
complicações neurológicas e cardiorrespiratórias, além de insuficiência hepática, hemorragia
digestiva e derrame pleural. Além disso, a síndrome de choque da dengue não tratada pode
levar a óbito.
Especialista responde: Quais as diferenças entre as Dengues 1,2,3 e 4?
Causas
A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. A transmissão se dá pelo mosquito que,
após um período de 10 a 14 dias contados depois de picar alguém contaminado, pode
transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida.
O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em
recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana.
Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O
Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito da dengue adulto vive em média
45 dias. Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de três a 15 dias para a doença se
manifestar, sendo mais comum cinco a seis dias.
Diagnóstico e Exames
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar são:
Clínico geral
Infectologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma,
você já pode chegar à consulta com algumas informações:
Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou
suplementos que ele tome com regularidade
Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Já houve muitos dos chamados “surtos de cólera” ao longo dos anos, mas o saneamento do
esgoto e o tratamento da água em países industrializados reduziram drasticamente o número
de casos da doença. Registros mostram que o último grande surto de cólera nos Estados
Unidos aconteceu em 1911. Hoje, no entanto, ela ainda está presente em países da África, do
sudeste asiático e em alguns países da América Central.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos são registrados de três
a cinco milhões de novos casos da doença no mundo. Ainda segundo os dados levantados pelo
órgão, cerca de 100 a 120 mil pessoas morrem anualmente por causa da cólera.
Causas
Uma bactéria chamada Vibrio cholerae é a responsável por causar a infecção de cólera. Essa
bactéria, conhecida popularmente como Vibrião colérica, libera uma toxina chamada CTX, que
se liga às paredes intestinais, onde ela interfere diretamente no fluxo normal de sódio e
cloreto do organismo. Essa alteração faz com que o corpo secrete grandes quantidades de
água, levando à diarreia e a uma rápida perda de fluidos e de sais importantes, os chamados
eletrólitos.
A transmissão de cólera é fecal-oral e se dá basicamente por meio de água e alimentos
contaminados pelas fezes ou pela manipulação de alimentos por pessoas infectadas. A
infecção pela bactéria costuma acontecer após uma pessoa consumir água, frutos do mar,
frutas e legumes crus e alguns grãos contaminados, como arroz e milho, por exemplo.
Fatores de risco
Todas as pessoas são suscetíveis à cólera. Uma vez tendo contraída a doença, você se torna
imune a ela. Por isso, crianças que são filhas de mulheres que já tiveram cólera herdam a
imunidade das mães, geralmente por meio da amamentação.
Alguns fatores podem tornar uma pessoa mais vulnerável à doença ou mais propensa a
manifestar os sinais e sintomas mais graves da cólera. Estes são:
Más condições sanitárias
A cólera pode surgir em ambientes que não disponham de condições sanitárias e higiênicas
adequadas, com ausência de saneamento básico e de abastecimento de água potável, por
exemplo. Essas condições são comuns em acampamentos e em outros locais de grande
aglomeração humana, como campos de refugiados e em áreas pobres e devastadas pela fome,
por guerra ou por desastres naturais.
Ácido do estômago reduzido ou inexistente
A bactéria da cólera não sobrevive em um ambiente com pH muito ácido. Por isso, o ácido
produzido pelo estômago muitas vezes serve como um tipo de defesa contra a infecção. No
entanto, pessoas com baixos níveis de ácido do estômago - como crianças, idosos e pessoas
que tomam antiácidos, por exemplo -, não dispõem dessa proteção, o que os coloca
imediatamente em risco alto de contrair cólera.
Exposição
Uma pessoa tem mais chances de desenvolver cólera se viver no mesmo lugar que uma pessoa
infectada.
Tipo sanguíneo
Por razões que ainda não são totalmente claras, as pessoas com sangue tipo O são duas vezes
mais propensas a desenvolver cólera do que pessoas de outros tipos sanguíneos.
Frutos do mar crus ou mal cozidos
Embora os surtos de cólera em larga escala não ocorram nos países industrializados,
alimentar-se de mariscos oriundos de águas conhecidas por abrigar as bactérias aumenta
muito o risco de uma pessoa contrair cólera.
Sintomas
Sintomas de Cólera
A maioria das pessoas expostas à bactéria causadora da cólera não manifesta sintomas e às
vezes nem sabe que está infectada. Esses casos são chamados de assintomáticos. No entanto,
mesmo quem não manifesta os sintomas da doença pode infectar outras pessoas. Isso
acontece porque a pessoa infectada continua excretando bactérias em suas fezes durante uma
a duas semanas.
Os casos sintomáticos da doença, ou seja, quando há manifestação de sintomas,
principalmente a diarreia, são facilmente confundidos com outros problemas de saúde.
Apenas uma em cada dez pessoas infectadas pela bactéria causadora da cólera desenvolve os
sinais e sintomas típicos da doença, normalmente poucos dias após a infecção.
Os sintomas da cólera podem incluir:
Diarreia
Náuseas e vômitos, principalmente durante a fase inicial da infecção
A desidratação em decorrência da perda de líquidos pode levar a outros sintomas:
Irritabilidade
Letargia
Olhos encovados
Boca seca
Sede excessiva
Pele seca e enrugada
Pouca ou nenhuma produção de urina
Pressão arterial baixa
Arritmia cardíaca
Desequilíbrio eletrolítico.
Desidratação pode levar a uma rápida perda de minerais do sangue (eletrólitos) – um
problema que é conhecido como desequilíbrio eletrolítico. Este pode levar ao surgimentos de
novos sinais e sintomas, como:
Cãibras musculares
Choque, que ocorre quando o volume de sangue baixo provoca queda na pressão arterial e na
quantidade de oxigênio no sangue – o que, se não tratado, pode levar uma pessoa a óbito em
questão de minutos.
Sintomas de cólera em crianças
Em geral, as crianças com cólera têm os mesmos sinais e sintomas que os adultos, mas elas são
particularmente mais suscetíveis à baixa de açúcar no sangue (hipoglicemia) devido à perda de
líquidos pelo corpo.
Diagnóstico e Exames
Buscando ajuda médica
O risco de cólera é pouco significativo em países industrializados, e até mesmo em áreas
endêmicas as chances de contrair a doença são pequenas se a pessoa seguir à risca as
recomendações de segurança alimentar. Ainda assim, casos esporádicos de cólera ocorrem em
todo o mundo e matam milhares de pessoas por ano. Por isso, é melhor se precaver. Se você
apresentar diarreia grave, principalmente depois de visitar uma área em que a cólera ainda
não foi erradicada, procure assistência médica imediatamente.
Na consulta médica
Se você notar qualquer um dos sintomas de cólera, especialmente se a diarreia for severa,
persistente e comprometer gravemente a hidratação do corpo, procure um infectologista o
quanto antes. No consultório do médico, descreva todos os seus sintomas com detalhes. Tire
suas dúvidas e responde adequadamente às perguntas que o especialista poderá lhe fazer, que
incluem:
Você viajou recentemente para alguma região endêmica de cólera?
Quando os sintomas começaram?
Os sintomas são frequentes ou ocasionais?
Você tem tido sintomas relacionados à desidratação?
Diagnóstico de Cólera
Embora os sinais e sintomas de cólera sejam inconfundíveis em áreas endêmicas, a única
maneira de confirmar o diagnóstico da doença é identificar a bactéria em uma amostra de
fezes.
Testes rápidos de cólera já estão disponíveis, permitindo que os profissionais de saúde em
áreas remotas possam fazer o diagnóstico precoce de cólera e dar início o quanto antes ao
tratamento. A confirmação mais rápida da doença ajuda a diminuir as taxas de mortalidade e a
controlar os surtos de cólera e uma possível epidemia.
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Cólera
Cólera requer tratamento imediato. Se não for tratada, a doença pode levar à morte em
poucas horas. Os meios terapêuticos existentes e viáveis para cólera são:
Reidratação
O objetivo dessa terapia é repor os líquidos e eletrólitos perdidos usando uma solução simples
de sais para reidratar os pacientes, chamada de SRO. A solução de SRO está disponível como
um pó que pode ser dissolvido em água fervida. Sem a hidratação necessária, cerca de metade
das pessoas com cólera morrem. Com o tratamento, o número de mortes cai para menos de
1%.
Fluidos intravenosos
Durante uma epidemia de cólera, a maioria das pessoas pode ser reidratada via oral, mas
quando a desidratação atingiu níveis ainda mais graves, o paciente pode precisar de fluidos
intravenosos para sobreviver.
Antibióticos
Embora os antibióticos não sejam parte essencial do tratamento de cólera, alguns desses
medicamentos podem reduzir tanto a quantidade quanto a duração da diarreia relacionada à
cólera.
Suplementos de zinco
A investigação demonstrou que o zinco pode diminuir e encurtar a duração da diarreia em
crianças com cólera. Por isso, pediatras podem indicar o uso de suplementos de zinco para
alguns casos da doença em crianças.
Medicamentos para Cólera
Os medicamentos mais usados para o tratamento de cólera são:
Azitromicina
Bactrim
Bacteracin e Bacteracin-F
Clordox
Ciprofloxacino
Doxiciclina
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem
como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu
médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um
médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a
prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo (prognóstico)
Cólera tem cura?
A desidratação grave, provocada pela diarreia, pode levar o paciente à morte. Se tomarem a
quantidade líquidos adequada, a maioria das pessoas conseguirá se recuperar totalmente, sem
maiores dificuldades.
O tratamento imediato para cólera é essencial para impedir a evolução da doença.
Prevenção
Prevenção
A cólera é uma doença rara em países industrializados. Nesses lugares, os poucos casos que
ainda são registrados são de pessoas que viajaram para áreas endêmicas ou que se
alimentaram de fontes contaminadas de água e comida, principalmente as que vêm de países
com altos riscos de desenvolver a doença.
Se você estiver viajando para áreas de cólera endêmica, o risco de contrair a doença é
extremamente baixo se você seguir algumas precauções:
Lavar as mãos com água e sabão frequentemente, especialmente depois de usar o banheiro e
antes de manipular alimentos. Se possível, desinfete as mãos com álcool.
Beba apenas água potável, de preferência água engarrafada.
Alimente-se de comidas completamente cozidas e quentes.
Evite alimentos que se come crus, como peixes e mariscos de qualquer tipo.
Atenha-se a frutas e legumes que você pode mesmo pode preparar e descascar, como
bananas, laranjas e abacates.
Desconfie de laticínios, incluindo sorvetes, que muitas vezes podem ser feitos com leite não
pasteurizado.
Vacina
Hoje em dia, já existem doses de vacina disponíveis para cólera. Esta é, de longe, a forma mais
eficaz de evitar a infecção. As vacinas existentes, no entanto, não são aplicadas rotineiramente
na população, pois oferecem proteção relativa e de curta duração.
O que é Doença de Chagas?
Doença de Chagas é uma inflamação causada por um parasita encontrado em fezes de insetos.
É bastante comum em países da América do Sul, América Central e no México. Alguns casos da
doença já foram identificados nos Estados Unidos também.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para a doença de Chagas são:
Habitar em uma cabana onde insetos transmissores vivam nas paredes
Morar na América do Sul, América Central ou no México
Viver sob condições extremas de pobreza
Receber transfusão de sangue ou um transplante de órgão de uma pessoa portadora do
parasita, mas que não tenha manifestado a Doença de Chagas.
Importante: não é comum que turistas contraiam a doença em meio à sua viagem por uma das
áreas consideradas de risco, justamente porque eles costumam hospedar-se em hotéis e não
têm contato com o parasita. No entanto, pessoas que viajam para a região Norte do Brasil
devem tomar cuidado ao ingerir alimentos como caldo de cana e açaí, pois em alguns casos o
parasita pode ter sido moído juntamente com as plantas que dão origem a esses alimentos.
Sintomas
Sintomas de Doença de Chagas
A doença de Chagas tem dois estágios: agudo e crônico. A fase aguda pode apresentar
sintomas moderados ou nenhum sintoma. Entre os principais sintomas estão:
Febre
Mal-estar
Inchaço de um olho
Inchaço e vermelhidão no local da picada do inseto
Fadiga
Irritação sobre a pele
Dores no corpo
Dor de cabeça
Náusea, diarreia ou vômito
Surgimento de nódulos
Aumento do tamanho do fígado e do baço.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma,
você já pode chegar à consulta com algumas informações:
Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou
suplementos que ele tome com regularidade
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Quando seus sintomas começaram?
Os sintomas são ocasionais ou frequentes?
Qual a intensidade de seus sintomas?
Você vive em condições extremas de pouca higiene e saneamento básico?
Você viajou para alguma região considerada de risco, na América do Sul, América Central ou
México?
Diagnóstico de Doença de Chagas
O primeiro passo para o diagnóstico é o exame físico e um questionamento sobre histórico
médico e possíveis fatores que podem ter desencadeado a Doença de Chagas.
Um exame de físico pode confirmar o diagnóstico. Mas para saber em que fase a doença está
exatamente, outros exames deverão ser solicitados. Entre eles estão:
Eletrocardiograma (ECG)
Raio-X do tórax e do abdômen
Ecocardiograma
Endoscopia superior
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Doença de Chagas
O principal objetivo do tratamento da Doença de Chagas é matar o parasita causador, reduzir e
aliviar os sintomas.
Se aparecerem os sintomas característicos da doença, tanto a fase aguda quanto a crônica
necessitarão de tratamento.
Para a fase aguda, alguns medicamentos devidamente prescritos pelo médico podem ajudar. O
mesmo não ocorre quando a doença já evoluiu para a fase crônica, em que remédios não
bastam para o tratamento, mas podem ser usados por pessoas abaixo dos 50 anos para
impedir que a doença progrida.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem
como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu
médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um
médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a
prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo (prognóstico)
Complicações possíveis
Se a Doença de Chagas evoluir da fase aguda para a fase crônica, diversos problemas cardíacos
e digestivos podem ser desencadeados, como:
Insuficiência cardíaca
Aumento do tamanho do esôfago (megaesôfago)
Aumento do tamanho do cólon (megacólon)
Cardiomiopatia
Desnutrição
Doença de Chagas tem cura?
Cerca de 30% das pessoas infectadas que não se tratarem desenvolverão a fase crônica da
Doença de Chagas. Pode levar mais de 20 anos desde o momento inicial da infecção até o
desenvolvimento de problemas cardíacos ou digestivos características da fase sintomática da
doença.
Alterações no batimento cardíaco (arritmia e taquicardia ventricular, por exemplo) podem
causar morte súbita. No entanto, essa complicação geralmente ocorre vários anos depois do
desenvolvimento da insuficiência cardíaca.
Prevenção
Prevenção
Controle de insetos com inseticidas e habitações com menos propensão de ter populações de
insetos ajudam a controlar a disseminação da doença. Ainda não existe uma vacina disponível
para a prevenção da Doença de Chagas.
Os bancos de sangue na América Central e do Sul agora realizam testes em doadores para
verificar a exposição ao parasita. Quando o resultado do teste é positivo, o sangue é
descartado.
O que é são doenças diarreicas agudas?
As doenças diarreicas agudas (DDA) são consideradas uma síndrome caracterizada pela
diminuição da consistência das fezes e aumento do número de evacuações que podem ser
acompanhada de náusea, vômito, febre e dor abdominal. Em alguns casos, há presença de
muco e sangue, quadro conhecido como disenteria.
Quando infecciosa, a diarreia é causada por diferentes agentes etiológicos, como bactérias,
vírus e parasitos. Geralmente é autolimitada, com duração de até 14 dias. Podem ser
classificadas em três tipos:
diarreia sem desidratação;
diarreia com desidratação;
diarreia com desidratação grave.
→ Acesse nossa página especializada em Salmonella (Salmonellose)
IMPORTANTE: Se tratadas incorretamente ou não tratadas, as doenças diarreicas agudas
levam à desidratação grave e ao distúrbio hidroeletrolítico, podendo ocorrer óbito,
principalmente quando associadas à desnutrição ou à imunodepressão.
O quê causa as doenças diarreicas agudas?
A causa mais comum da diarreia e das doenças diarreicas agudas é a infecção por vírus,
bactérias ou outros parasitas que entram no organismo, causando gastroenterite, uma
inflamação que compromete os órgãos do sistema gastrointestinal. Também pode ser causada
por intoxicação alimentar e por alguns medicamentos, como antibióticos, laxantes que
contenham magnésio e quimioterapia durante os tratamentos do câncer, por exemplo.
Algumas doenças também podem levar à diarreia, como a doença de Chron, colites ulcerosas,
doença celíaca, síndrome do intestino irritável e intolerância à lactose.
→ Acesse nossa página especializada em doenças transmitidas por alimentos
Quais são os fatores de risco das doenças diarreicas agudas?
Qualquer pessoa pode apresentar diarreia ou desenvolver doenças diarreicas agudas, em
qualquer faixa etária e de qualquer gênero. No entanto, alguns comportamentos podem
colocar a pessoa em risco e facilitar a contaminação.
Ingerir água e alimentos contaminados com fezes humanas ou animais.
Viajar para países que não tenham bom saneamento de água
Consumo exacerbado de cafeína.
Consumo exacerbado de álcool.
Fumo.
Falta de higiene.
ATENÇÃO ESPECIAL: Crianças com diarreias correm risco de desidratação grave e diarreia com
sangue e muco. Nestes casos, a consulta com o médico deve ser realizada em caráter de
urgência.
Quais são os sintomas das doenças diarreicas agudas?
A própria diarreia é o principal sintoma, mas traz consigo outros sinais que podem variar de
intensidade, conforme cada pessoa. O principal sintoma é a presença de fezes líquidas na
evacuação.
Fezes líquidas.
Cólicas abdominais.
Dor abdominal.
Febre.
Sangue nas fezes.
Inchaço.
Náusea.
Vômitos.
Vontande constante de ir ao banheiro.
Doença meningocócica
Índice
1Causa
2Sinais e sintomas
2.1Meningite
2.2Meningococemia
2.3Complicações
3Epidemiologia
4Tratamento
5Ver também
6Referências
Causa[editar | editar código-fonte]
É causada por uma bactéria chamada Neisseria meningitidis, um tipo de
bactéria diplococo gram-negativo que em cerca de 10% da população habita o trato
respiratório superior sem causar sintomas da doença. A bactéria pode ser transmitida de
pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias (tosse e espirro) ou por saliva
(compartilhamento de copos e talheres ou em um beijo). Cinco serogrupos podem infectar
humanos: A, B, C, Y, and W135. Sendo os tipos A, B e C os agentes infecciosos mais comuns.[1]
Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]
Meningite[editar | editar código-fonte]
Sintomas de meningite incluem[2]:
Dor de cabeça;
Rigidez na nuca;
Febre;
Vômitos;
Fotofobia (sensibilidade a luz);
Letargia;
Manchas vermelhas ou púrpuras (em 50% dos casos)
Convulsões (em 20% dos casos)
Meningococemia[editar | editar código-fonte]
Meningococemia é uma ampla infecção sanguínea (septicemia) por meningococos.
Geralmente ocorre associada a meningite. Pode ser rápida e fulminante. Além de sintomas
típicos de infecção bacteriana como febre alta, dores pelo corpo, tosse, dor de cabeça,
fraqueza, e vômito também causa[3]: *Manchas púrpuras pelo corpo (hemorragias);
Queda da pressão arterial;
Alteração de consciência;
Convulsões.
Complicações[editar | editar código-fonte]
Cerca de 20% dos casos tem alguma complicação. Possíveis complicações incluem[4]:
Miocardite;
Pericardite;
Vasculites;
Choque séptico;
Largas hemorragias internas;
Artrites;
Insuficiência renal;
Insuficiência adrenal ou de múltiplos órgãos.
As hemorragias podem causar isquemia e levar a necrose de membros, que precisam ser
amputados.
Epidemiologia[editar | editar código-fonte]
Uma grande proporção da população possui a bactéria, porém de forma assintomática.
A incidência de doença meningocócica endêmica varia de 1 a 5 por 100.000 nos países
desenvolvidos e de 10 a 25 por 100.000 habitantes em países em desenvolvimento. Uma vez a
cada 8 a 12 anos ocorre uma epidemia com centenas de casos em vários países. No mundo
ocorrem cerca de 500 mil casos por ano, com mortalidade variando de cerca de 10 por cento,
sendo especialmente perigoso em crianças pequenas. É mais comum entre os 5 e os 19 anos.
São mais frequentes durante o invernos frios e secos. Pode ser transmitido pela saliva, por
exemplo no compartilhamento de copos e talheres.[5]
No Brasil ocorriam cerca de 4000 casos por ano, a maioria no sudeste, mas com a introdução
da vacina o número de casos tem diminuído. É mais comum na África e Oriente Médio.[6]
Tratamento[editar | editar código-fonte]
Os tratamentos podem incluir[7]:
Antibióticos intravenosos, com Penicilina G, uma cefalosporina de 3a geração ou vancomicina.
Recém-nascidos são tratados com Ampicilina e cefotaxima.
Suporte respiratório;
Fatores de coagulação ou reposição de plaquetas caso houver hemorragias;
Soro fisiológico;
Medicamentos para tratar a pressão arterial baixa;
Limpeza, drenagem e pomadas de áreas de pele com coágulos de sangue.
O que é Esquistossomose?
A esquistossomose é uma doença que leva a problemas de saúde crônica. A infecção é
adquirida quando as pessoas entram em contato com água doce que está infectada com as
formas larvais de parasitas da espécie Schistosoma. Os vermes adultos microscópicos vivem
nas veias de drenagem do trato urinário e dos intestinos. A maioria de seus ovos fica presa nos
tecidos e reação do corpo a eles pode causar grandes danos à saúde.
Dentro de algumas semanas, os vermes crescem no interior dos vasos sanguíneos do corpo e
produzem ovos. Alguns desses ovos viajam para a bexiga ou intestinos e são passados para a
urina ou fezes.
Esquistossomose urogenital é causada pelo Schistosoma haematobium e esquistossomose
intestinal por qualquer dos organismos S. guineensis, S. intercalatum, S. mansoni, S. japonicum
e S. mekongi.
Fatores de risco
Esquistossomose é prevalente em áreas tropicais e subtropicais, especialmente em
comunidades carentes sem acesso a água potável e saneamento adequado. Estima-se que
pelo menos 90% das pessoas com necessidade de tratamento para a esquistossomose vive na
África.
A esquistossomose afeta principalmente comunidades pobres e rurais, em especial as
populações agrícolas e de pesca. Fazer tarefas domésticas em águas infestadas, como lavar
roupas, também aumenta o risco. Higiene inadequada e contato com a água infectada tornam
as crianças especialmente vulneráveis à infecção.
A Organização Mundial de Saúde afirma que o aumento do ecoturismo e das viagens para
áreas de risco tornou crescente o número de turistas que estão a contrair esquistossomose.
Sintomas
Sintomas de Esquistossomose
Dias após a infecção, a pessoa pode desenvolver uma erupção cutânea e/ou coceira no local
em que o parasita penetrou na pele. A maioria das pessoas, no entanto, não têm sintomas
nesta fase inicial da infecção.
Dentro de um a dois meses após a infecção, quando o parasita atinge o sangue e viaja através
dele, a pessoa pode sentir:
Febre
Calafrios
Tosse
Dores musculares.
O parasita então pode viajar para o fígado ou passar para o intestino ou bexiga.
A esquistossomose intestinal pode causar:
Dor abdominal
Diarreia
Sangue nas fezes
Esquistossomose urigenial.
O sinal clássico da esquistossomose urogenital é hematúria (sangue na urina). Fibrose da
bexiga e do ureter, e danos renais são, por vezes, o diagnóstico em casos avançados. O câncer
de bexiga é outra complicação possível nas fases posteriores.
Prevenção
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar uma convulsão são:
Clínico geral
Infectologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma,
você já pode chegar à consulta com algumas informações:
Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou
suplementos que ele tome com regularidade.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Quais são os seus sintomas? Quando eles começaram?
Você viajou para algum lugar com condições precárias de saneamento básico?
Você entrou em contato com água que poderia não estar adequadamente higienizada?
Diagnóstico e Exames
Diagnóstico de Esquistossomose
A esquistossomose é diagnosticada através da detecção de ovos do parasita nas fezes ou urina
do paciente, bem como a detecção do parasita no sangue. Os testes a serem realizados
incluem:
Teste de anticorpos para verificar sinais de infecção
Biópsia do tecido
Hemograma completo para verificação de sinais de anemia
Contagem de eosinófilos para medir o número de determinadas células brancas
Testes de função renal
Testes de função hepática
Exame de fezes para observar ovos de parasitas
Urina tipo I para observar ovos do parasita.
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Esquistossomose
O tratamento da esquistossomose é feito com antiparasitários (praziquantel ou oxamniquina).
Os medicamentos são capazes de matar o parasita dentro de um a dois dias em média.
Convivendo (prognóstico)
Complicações possíveis
Aumento do fígado é comum em casos avançados de esquistossomose intestinal, e é
frequentemente associada com um acúmulo de líquido na cavidade peritoneal e hipertensão
dos vasos sanguíneos abdominais. Em tais casos, pode também acontecer o alargamento do
baço.
Complicações da esquistossomose urogenital incluem fibrose da bexiga e do ureter e danos
renais. O câncer de bexiga é outra complicação possível nas fases posteriores. Essa
manifestação da doença também pode causar lesões genitais, sangramento vaginal, dor
durante a relação sexual e nódulos na vulva. Além disso, a esquistossomose urogenital pode
induzir a patologias na vesícula seminal, próstata e outros órgãos. Esta doença também pode
ter outras consequências irreversíveis, incluindo a infertilidade.
Em crianças, a esquistossomose pode causar anemia, raquitismo e uma reduzida capacidade
de aprender, embora os efeitos são geralmente reversíveis com tratamento.
A esquistossomose crônica pode afetar a capacidade das pessoas de realizar atividades diárias
e, em alguns casos, pode resultar em morte. Na África Subsaariana, a OMS estima que mais de
200 mil mortes por ano aconteçam devido à esquistossomose.
Prevenção
Prevenção
O controle da esquistossomose é baseado no tratamento em larga escala de grupos de risco,
acesso a água potável e saneamento básico, educação sanitária e controle de caramujos em
lagos e rios.
Áreas endêmicas recebem medicamentos antiparasitários periodicamente de órgãos públicos
e da Organização Mundial de Saúde. Grupos-alvo para o tratamento são:
Crianças em idade escolar em áreas endêmicas
Adultos considerados de risco em áreas endêmicas
Pessoas com profissões que envolvem contato com a água infestada, tais como pescadores,
agricultores, trabalhadores de irrigação
Pessoas que praticam tarefas domésticas que envolvem contato com água infestada
Comunidades inteiras que vivem em áreas de alta contaminação.
De acordo com a OMS, o controle da esquistossomose foi implementado com sucesso nos
últimos 40 anos em vários países, incluindo o Brasil, Camboja, China, Egito, Ilhas Maurício e
Arábia Saudita.
O que é Hanseníase?
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação
obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico o Micobacterium
leprae, bacilo que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, e atinge
principalmente a pele e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais,
conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e
discriminação às pessoas acometidas pela doença.
A infecção por hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer
idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas
uma pequena parcela da população infectada realmente adoece.
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade. As referências mais remotas
datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, são consideradas o
berço da doença. Entretanto, a terminologia hanseníase é iniciativa brasileira para minimizar o
preconceito secular atribuído à doença, adotada pelo Ministério da Saúde em 1976. Com isso,
o nome Lepra e seus adjetivos passam a ser proibidos no País.
O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo, entre os países que registram casos novos. Em razão da
elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no País.
Quais são os sintomas da Hanseníase?
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:
Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com
perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem
estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco,
nas nádegas e nas pernas.
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos
braços e das pernas;
Inchaço de mãos e pés;
Diminuição sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés, devido à inflamação de
nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos;
Úlceras de pernas e pés;
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;
Febre, edemas e dor nas juntas;
Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;
Ressecamento nos olhos.
Como é feito o diagnóstico da Hanseníase?
O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por
meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com
alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações
sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.
Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de hanse-
níase neural pura), e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica
duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades de saúde de
maior complexidade para confirmação diagnóstica. Recomenda-se que nessas unidades esses
pacientes sejam submetidos novamente ao exame dermatoneurológico criterioso, à coleta de
material para exames laboratoriais (baciloscopia ou histopatologia cutânea ou de nervo
periférico sensitivo), a exames eletrofisiológicos e/ou outros mais complexos, para identificar
comprometimento cutâneo ou neural discreto e para diagnóstico diferencial com outras
neuropatias periféricas.
Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige avaliação ainda mais criteriosa, diante da
dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. Casos em criança, podem
sinalizar transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares, o que deve, portanto,
intensificar a investigação dos contatos. Para diagnóstico desses casos, recomenda-se utilizar o
“Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de Casos de Hanseníase em Menores
de 15 Anos” (Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de
saúde pública. 2016).
Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde
pública – Manual técnico-operacional
O diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo semelhante ao de outras doenças
curáveis. Entretanto, se vier a causar impacto psicológico, tanto a quem adoeceu quanto aos
familiares ou pessoas de sua rede social, essa situação requererá uma abordagem apropriada
pela equipe de saúde, que permita a aceitação do problema, superação das dificuldades e
maior adesão ao tratamento. Essa atenção deve ser oferecida no momento do diagnóstico,
bem como no decorrer do tratamento da doença e, se necessária, após a alta.
Como a Hanseníase é transmitida?
A hanseníase é transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), por meio do convívio
próximo e prolongado com uma pessoa doente sem tratamento.
A hanseníase apresenta longo período de incubação, ou seja, tempo em que os sinais e
sintomas se manifestam desde a infecção. Geralmente, é em média de 2 a 7 anos. Há
referências com períodos mais curtos, de 7 meses, como também mais longos, de 10 anos.
Como é feito o tratamento da Hanseníase?
A informação sobre a manifestação clínica da hanseníase em cada pessoa, é fundamental para
determinar a classificação operacional da doença como Paucibacilar (poucos bacilos) ou
Multibacilar (muitos bacilos) e para selecionar o esquema de tratamento adequado para cada
caso.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em
unidades básicas de saúde e em referências. O tratamento da doença é realizado com a
Poliquimioterapia (PQT), uma associação de antibimicrobianos, recomendado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa associação diminui a resistência medicamentosa
do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento, o que acaba
impossibilitando a cura da doença.
Os medicamentos são seguros e eficazes. O paciente deve tomar a primeira dose mensal
supervisionada pelo profissional de saúde. As demais são auto-administradas. Ainda no início
do tratamento, a doença deixa de ser transmitida. Familiares, colegas de trabalho e amigos,
além de apoiar o tratamento, também devem ser examinados.
Para crianças com hanseníase, a dose dos medicamentos do esquema padrão é ajustada de
acordo com a idade e o peso. Já no caso de pessoas com intolerância a um dos medicamentos
do esquema padrão, são indicados esquemas substitutivos.
A alta por cura é dada após a administração do número de doses preconizadas pelo esquema
terapêutico, dentro do prazo recomendado. O tratamento da hanseníase é ambulatorial, ou
seja, não necessita de internação.
Para saber mais sobre o tratamento da doença e avaliação dos contatos, favor clicar:
Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde
pública – Manual técnico-operacional
Quais são as complicações da Hanseníase?
As complicações da hanseníase, muitas vezes, se confundem com a evolução do próprio
quadro clínico da doença. Muitas dependem da resposta imune dos indivíduos acometidos,
outras estão relacionadas com a presença do M. leprae nos tecidos e, por fim, algumas das
complicações decorrem das lesões neurais características da hanseníase.
Complicações diretas
Estas são aquelas decorrentes da presença do bacilo na pele e outros tecidos, principalmente
em quantidades maciças, como é o caso dos pacientes multibacilares com alta carga bacilar.
Rinite hansênica decorre da massiva infiltração da mucosa do trato respiratório superior. A
ulceração da mucosa septal leva a exposição da cartilagem septal com necrose e sua
perfuração ou mesmo perda completa desse suporte da pirâmide nasal. Se houver
comprometimento dos ossos próprios nasais, o colapso nasal é completo com o surgimento do
característico nariz desabado ou "em sela". Na arcada dental superior, a invasão óssea
permite o afrouxamento dos incisivos superiores com sua perda. A destruição da espinha
óssea nasal anterior elimina o ângulo obtuso naso-labial deixando-o em ângulo agudo, o que
leva a um aspecto simiesco se já houver o colapso nasal antes referido.
A mucosa oral pode se tornar espessa e apresentar nódulos, particularmente na região do
palato, permitindo, se houver evolução do processo infiltrativo, a perfuração do palato.
Na área ocular, a triquíase decorre de processo inflamatório do próprio bulbo piloso ou por
atrofia dos tecidos que apoiam os folículos, com posicionamento anômalo do cílio podendo
atingir córnea e conjuntiva. O comprometimento massivo dos bulbos, com perda tanto ciliares
como supraciliares, podem levar à madarose ciliar e supraciliar. As alterações da íris podem ser
descritas como atrofias irianas do estroma, do epitélio pigmentário ou totais, nódulos
inespecíficos e nódulos específicos (pérolas irianas), irites agudas, irites crônicas, sinéquias
anteriores e sinéquias posteriores. Esses comprometimentos oculares são importantes e
necessita acompanhamento constante de atenção oftalmológica ou prevenção ocular. Por fim,
os frequentes infiltrados inflamatórios de pálpebras e pele da região frontal permitem o
surgimento de rugas precoce e pele redundante palpebral resultando em blefarocalase.
Complicações devido à lesão neural
Podem ser divididas em primárias e secundárias, sendo as primeiras decorrentes do
comprometimento sensitivo e motor e as demais, resultantes dessas.
Os troncos nervosos mais acometidos, no membro superior, são o nervo ulnar, nervo mediano
e nervo radial. A lesão do nervo ulnar acarreta uma paralisia dos músculos interósseos e os
lumbricais do quarto e quinto dedos da mão. Estabelece-se assim um desequilíbrio de forças
no delicado aparelho flexo-extensor dos dedos. A falange proximal é hiper-extendida e os
flexores profundos flexionam exageradamente as falanges distais – o resultado é a mão em
garra. O nervo mediano, acometido na região do punho, leva à paralisia dos músculos tênares,
com perda da oposição do polegar. A lesão do nervo radial, menos acometido entre eles,
conduz à perda da extensão de dedos e punho, causando deformidade em “mão caída”.
No membro inferior, a lesão do tronco do tibial posterior leva a garra dos artelhos e
importante perda de sensibilidade da região plantar com graves consequências secundárias
(úlceras plantares). A lesão do nervo fibular comum pode provocar a paralisia da musculatura
dorsiflexora e eversora do pé. O resultado disto é a impossibilidade de elevar o pé, com
marcada alteração da dinâmica normal da marcha (pé caído).
Na face, a lesão do ramo zigomático do nervo facial causa paralisia da musculatura orbicular
com consequente impossibilidade de oclusão das pálpebras, levando ao lagoftalmo.
As complicações secundárias são devidas, em geral, ao comprometimento neural, mas
requerem um segundo componente causador. Este é o caso das úlceras plantares que,
decorrentes basicamente da alteração de sensibilidade da região plantar, necessita de força de
fricção e trauma continuado na região plantar para que a úlcera surja. Da mesma forma, a
perda da sensibilidade autonômica, que inerva as glândulas sebáceas sudoríparas, deixam a
pele seca e fragilizada, exposta ao trauma.
Complicações devido às reações
A hanseníase é doença de evolução crônica, mas seu curso pode ser interrompido de forma
abrupta por sinais e sintomas agudos. Entre eles se salientam a febre alta, dor no trajeto dos
nervos, o surgimento de lesões da pele (placas ou nódulos) e a piora do aspecto de lesões que
já existiam previamente. Esses quadros se denominam reações hansênicas ou estados
reacionais. Estas são alterações do sistema imunológico, que se expressam por meio de
manifestações inflamatórias agudas e subagudas e ocorrem com maior frequência nos casos
multibacilares, durante ou depois do tratamento com Poliquimioterapia (PQT).
Para informações sobre o tratamento de reações hansênicas, favor clicar:
Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde
pública – Manual técnico-operacional
Esquemas terapêuticos para tratar a Hanseníase
Os esquemas terapêuticos para tratar a hanseníase deverão ser utilizados de acordo com a
classificação operacional de cada pessoa.
Esquemas terapêuticos utilizados para Paucibacilar: 6 cartelas
Adulto Rifampicina (RFM): dose mensal de 600mg (02 cápsulas de 300mg) com
administração supervisionada.
Criança Rifampicina (RFM): dose mensal de 450mg (01 cápsula de 150mg e 01 cápsula
de 300mg) com administração supervisionada.
Dapsona (DDS): dose mensal de 50mg supervisionada e dose diária de 50mg
autoadministrada.
Duração: 06 doses.
Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada.
Critério de alta: o tratamento estará concluído com seis (06) doses supervisionadas em até
09 meses. Na 6ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame dermatológico, à
avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física e receber alta por cura.
Esquemas terapêuticos utilizados para Multibacilar: 12 cartelas
Adulto Rifampicina (RFM): dose mensal de 600mg (02 cápsulas de 300mg) com
administração supervisionada.
Criança Rifampicina (RFM): dose mensal de 450mg (01 cápsula de 150mg e 01 cápsula
de 300mg) com administração supervisionada.
Duração: 12 doses.
Seguimento dos casos: comparecimento mensal para dose supervisionada.
Critério de alta: o tratamento estará concluído com doze (12) doses supervisionadas em
até 18 meses. Na 12ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame dermatológico,
à avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física e receber alta por
cura.
Os pacientes MB que excepcionalmente não apresentarem melhora clínica, com presença
de lesões ativas da doença, no final do tratamento preconizado de 12 doses (cartelas)
deverão ser encaminhados para avaliação em serviço de referência (municipal, regional,
estadual ou nacional) para verificar a conduta mais adequada para o caso.
Notas importantes sobre a Hanseníase
A gravidez e o aleitamento não contraindicam o tratamento padrão da hanseníase;
Em mulheres na idade reprodutiva, deve-se atentar ao fato que a rifampicina pode interagir
com anticoncepcionais orais, diminuindo a sua ação;
A substituição do esquema padrão por esquemas substitutivos deverá acontecer, quando
necessária, sob orientação de serviços de saúde de referência (municipal, regional e/ou
estadual);
Em crianças ou adultos com peso inferior a 30kg, ajustar a dose de acordo com o peso
conforme recomendações das diretrizes nacionais.
Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde
pública – Manual técnico-operacional
Como prevenir a Hanseníase?
O diagnóstico precoce e o tratamento oportuno são as principais formas de prevenir as
deficiências e incapacidades físicas causadas pela hanseníase. A prevenção de deficiências
(temporárias) e incapacidades (permanentes) não deve ser dissociada do tratamento PQT. As
ações de prevenção de incapacidades físicas fazem parte da rotina dos serviços de saúde e
recomendadas para todos os pacientes.
A avaliação neurológica deve ser realizada:
no início do tratamento;
a cada 3 meses durante o tratamento, se não houver queixas;
sempre que houver queixas, tais como: dor em trajeto de nervos, fraqueza muscular, início ou
piora de queixas parestésicas;
no controle periódico de pacientes em uso de corticóides, em estados reacionais e neurites;
na alta do tratamento;
no acompanhamento pós-operatório de descompressão neural, com 15, 45, 90 e 180 dias.
Características epidemiológicas
A Hanseníase está fortemente relacionada às condições econômicas, sociais e ambientais
desfavoráveis. Com registro de casos novos em todas as unidades federadas, exibe distribuição
heterogênea no país, com elevadas concentrações nas regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste, importantes áreas de transmissão da doença.
Sua alta endemicidade compromete a interrupção da cadeia de transmissão. Além disso,
soma-se a estes fatores a dificuldade de acesso à rede de serviços de saúde pelas populações
mais vulneráveis, tornando-se imprescindível a incorporação de ações estratégicas que visam
garantir o atendimento integral as pessoas acometidas pela doença.
A procura dos casos de hanseníase deve se dar na assistência prestada à população geral nas
unidades de saúde dos municípios brasileiros, bem como pela investigação dos contatos
domiciliares e sociais dos casos diagnosticados, conforme recomendações das diretrizes
nacionais.
Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde
pública – Manual técnico-operacional
Curso online sobre a Hanseníase
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Executiva da UNA-SUS e Secretaria de Vigilância
à Saúde (SVS), oferece o curso online EAD - Hanseníase na Atenção Básica, desde 2014, com
inscrições abertas periodicamente, disponível no link: www.unasus.gov.br/cursos/hanseniase.
O curso tem como objetivo capacitar os profissionais para atendimento as pessoas acometidas
pela hanseníase, especialmente os que atuam na Atenção Básica. O público-alvo são os
profissionais da saúde de todo país, contudo, o curso é livre para demais interessados.
A formação possui carga horária de 45 horas, certificação emitida pela Secretaria de Vigilância
à Saúde e é dividida em três unidades: Vigilância, Diagnóstico e Acompanhamento da
Hanseníase na Atenção Básica. Os casos clínicos são transversais, abrangendo e integrando os
aspectos de controle da doença. Além dos casos clínicos, que simulam situações comuns no
cotidiano das unidades de saúde, são oferecidas vídeo-aulas com explicações de especialistas e
vídeos de apoio com dramatizações que tratam do tema. São também utilizados hipertextos,
caixas de ajuda e glossário para que se possa aprofundar os conhecimentos de termos
técnicos.
Situação epidemiológica da Hanseníase
O DATASUS disponibiliza informações que podem servir para subsidiar análises objetivas da
situação sanitária, tomadas de decisão baseadas em evidências e elaboração de programas de
ações de saúde.
Clique aqui para tabulação dos dados de hanseníase de 2001 a 2017, por estado e município
O programa TabNet foi elaborado com a finalidade de permitir às equipes técnicas do
Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde
a realização de tabulações rápidas sobre os arquivos DBF, que constituem os componentes
básicos dos Sistemas de Informações do Sistema Único de Saúde dentro de suas Intranets ou
em seus sites Internet.
As Instruções sobre o manuseio do TabNet estão disponíveis aqui
Outras publicações sobre a Hanseníase
Guia Prático de Hanseníase
Plano integrado de ações estratégicas de eliminação da hanseníase, filariose, esquistossomose
e oncocercose como problema de saúde pública, tracoma como causa de cegueira e controle
das geohelmintíases: plano de ação 2011-2015
Autocuidado em Hanseníase - Face, Mãos e Pés
Cartilha para agentes de saúde: Como ajudar no controle da Hanseníase?
Corticosteróides em Hanseníase – orientações para uso
Eu me cuido e Vivo melhor - Caderno de Monitoramento (Hanseníase)
Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde
pública – Manual técnico-operacional
Estratégia Global Aprimorada para Redução Adicional da Carga da Hanseníase (2011-2015)
Guia de apoio para grupos de Autocuidado em Hanseníase
Guia de procedimentos técnicos para baciloscopia em Hanseníase
Hanseníase e Direitos Humanos - Direitos e Deveres dos Usuários do SUS
Hanseníase: Monitoramento e Avaliação - Manual de Capacitação em M&A – Caderno do
Participante
Exercício de monitoramento da eliminação da hanseníase no Brasil - LEM 2012
Manual de Adaptação de Palmilhas e Calçados - Cadernos de prevenção e reabilitação em
hanseníase nº 5
Manual de Reabilitação e cirurgia em Hanseníase - Cadernos de prevenção e reabilitação em
hanseníase nº 4
Manual de Condutas para Alterações - Cadernos de prevenção e reabilitação em hanseníase n°
3
Manual de Condutas para tratamento de úlceras em hanseníase e diabetes- Cadernos de
prevenção e reabilitação em hanseníase nº 2
Manual de Prevenção de Incapacidades- Cadernos de prevenção e reabilitação em hanseníase-
nº 1
Talidomida - Orientações para o uso controlado
O que é Leishmaniose?
A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do
gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem
parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos.
O que é leishmaniose?
De acordo com o infectologista Valdir Amato, a leishmaniose é considerada uma
"antropoonoze", ou seja, doença que acomete animais silvestres e eventualmente o homem.
É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de
um ano.
Tipos
Há dois tipos de leishmaniose:
Leishmaniose tegumentar ou cutânea
A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior
frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas
do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como "ferida brava".
A infectologista Regia Damous explica que o primeiro sinal da forma cutânea costuma ser uma
única ou várias lesões na pele, quase sempre indolores. Inicialmente são feridas pequenas,
com fundo granuloso e purulento e bordas avermelhadas, que vão aumentando de tamanho e
demoram para cicatrizar.
Ela pode ser causada por três espécies diferentes do microorganismo: Leishmania amazonensis
e Leishmania guyanensis na região amazônica, e Leishmania braziliensis, distribuído por todas
as regiões do País.
Este último parasita causa a leishmaniose monocutânea, que se manifesta de forma muito
parecida com a tegumentar. “A diferença é que, ao mesmo tempo ou meses depois, surgem
lesões nas mucosas da nasofaringe que destroem a cartilagem do nariz e do palato,
provocando deformações graves”, aponta Damous.
Leishmaniose visceral ou calazar
A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos,
principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete
essencialmente crianças de até dez anos, após esta idade se torna menos frequente.
Ela é causada pelo protozário Leishmania chagasi e seus principais sintomas são:
Emagrecimento
Febre baixa
Aumento do baço e fígado.
Causas
Transmissão
A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue)
conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de
comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos
mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem
abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade, os mais
comuns são:
Mosquito palha
Tatuquira
Birigüi
Cangalinha
Asa branca
Asa dura
Palhinha.
O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem
muitas plantas.
As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos
flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também
pode ser o cão doméstico.
Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores
silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a
raposa do campo.
Sintomas
Sintomas de Leishmaniose
Sintomas da leishmaniose cutânea
Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da
pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por
crosta ou secreção purulenta.
Saiba mais: Vídeo: entenda os sintomas e o diagnóstico de leishmaniose
A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da
boca.
Sintomas da leishmaniose visceral
Os principais sinais da leishmaniose visceral são:
Febre irregular, prolongada
Anemia
Indisposição
Palidez da pele e ou das mucosas
Falta de apetite
Perda de peso
Inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.
Buscando ajuda médica
As leishmanioses são doenças potencialmente graves, cujo diagnóstico deve ser precoce,
principalmente no caso da leishmaniose visceral. Uma situação de feridas que não cicatrizam
ou um quadro de febre a esclarecer são sinais importantes para procurar um serviço de saúde.
Diagnóstico e Exames
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar a laishmaniose são:
Clínico geral
Infectologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma,
você já pode chegar à consulta com algumas informações:
Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou
suplementos que ele tome com regularidade
Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
Diagnóstico de Leishmaniose
O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim
como o tratamento com medicamentos, deve ser cuidadosamente acompanhado por
profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois ela
pode levar à morte.
Exames
Os exames variam conforme o tipo de leishmaniose:
Diagnóstico da leishmaniose tegumentar
Os exames usados são:
Retirada da borda das lesões para determinar a presença, ou não, do parasita causador da
leishmaniose
Exame imunológico para detectar se a pessoa entrou em contato com a Leishmania.
Diagnóstico da leishmaniose visceral
Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles
destacam-se:
Testes sorológicos (verificar a presença de anticorpos no sangue)
Punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos
Cultura e reação de cadeia em polimerase (PCR).
É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, pois os sintomas da
leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de
Chagas, febre tifóide, etc.
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Leishmaniose
A leishmaniose em geral é tratada por dois medicamentos:
Antimoniais pentavalentes
Anfotericina B.
As primeiras são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos
efeitos colaterais adversos.
Mas o infectologista Amato ressalta que “cada droga tem sua peculiaridade e efeitos
colaterais, por isso um especialista deve orientar o tratamento”.
Convivendo (prognóstico)
Leishmaniose tem cura?
Se tratada adequadamente, a leishmaniose pode sim ter cura. Inclusive, a leishmaniose
cutânea pode até se curar espontaneamente, ressalta Damous.
A situação, no entanto, é mais complicada em alguns casos em que existe depressão do
sistema imune permanentemente, como indivíduos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV) ou transplantados e pacientes com doenças crônicas em que necessitam utilizar
medicação que compromete a imunidade.
Vale lembrar também que ainda pensando na leishmaniose cutânea, as feridas podem voltar
em até seis meses, mesmo com tratamento adequado.
Convivendo/ Prognóstico
Para ajudar no tratamento é preciso ter hábitos que ajudam o sistema imunológico como:
Dormir bem
Alimentar-se direito
Adesão ao tratamento.
Prevenção
Prevenção
Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata
Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde
Evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata
Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença
Usar mosquiteiros para dormir
Usar telas protetoras em janelas e portas
Manter a casa limpa: o mosquito-palha vive nas proximidades das residências,
preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico.
Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer
Cuidar da saúde de seu cão, principal hospedeiro urbano da doença. Além disso, deve-se fazer
uso de coleiras com princípios ativos contra mosquitos e parasitas – com efetividade de quase
100% na proteção – e vacinar o cão a partir de quatro meses de idade, com a vacina contra
leishmaniose – que deve ser aplicada anualmente, contando a partir da primeira dose.
A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa
duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular,
anemia e outras manifestações.
Pessoas residentes em áreas onde ocorrem casos de Leishmaniose Visceral, ao apresentarem
esses sintomas, devem procurar o serviço de saúde mais próximo e o quanto antes, pois o
diagnóstico e o tratamento precoce evitam o agravamento da doença, que pode ser fatal se
não for tratada.
Leishmaniose Visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se
não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. É transmitida ao homem pela picada de
fêmeas do inseto vetor infectado. No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é
a Lutzomyia longipalpis. Raposas (Lycalopex vetulus e Cerdocyon thous) e marsupiais
(Didelphis albiventris) têm sido apontados como reservatórios silvestres. No ambiente urbano,
os cães são a principal fonte de infecção para o vetor.
Sintomas
Os sintomas daLeishmaniose Visceral são febre de longa duração, aumento do fígado e baço,
perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações.
Transmissão
Os transmissores são insetos conhecidos popularmente como mosquito palha, asa-dura,
tatuquiras, birigui, dentre outros. Estes insetos são pequenos e têm como características a
coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas
e semiabertas.
A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e
depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi.
Prevenção
A prevenção ocorre por meio do combate ao inseto transmissor. É possível mantê-lo longe,
especialmente com o apoio da população, no que diz respeito à higiene ambiental. Essa
limpeza deve ser feita por meio de:
Limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos,
fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os
mosquitos se desenvolvem);
Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos
mosquitos;
Limpeza dos abrigos de animais domésticos, além da manutenção de animais domésticos
distantes do domicílio, especialmente durante a noite, a fim de reduzir a atração dos
flebotomíneos para dentro do domicílio.
Uso de inseticida (aplicado nas paredes de domicílios e abrigos de animais). No entanto, a
indicação é apenas para as áreas com elevado número de casos, como municípios de
transmissão intensa (média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de 4,4), moderada
(média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de 2,4) ou em surto de leishmaniose
visceral.
Atualmente, existe uma vacina antileishmaniose visceral canina em comercialização no Brasil.
Os resultados do estudo apresentado pelo laboratório produtor da vacina atendeu às
exigências da Instrução Normativa Interministerial número 31 de 09 de julho de 2007, o que
resultou na manutenção de seu registro pelo Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento. No entanto, não existem estudos que comprovem a efetividade do uso dessa
vacina na redução da incidência da leishmaniose visceral em humanos. Dessa forma, o seu uso
está restrito à proteção individual dos cães e não como uma ferramenta de saúde pública.
Tratamento
Apesar de grave, a Leishmaniose Visceral tem tratamento para os humanos. Ele é gratuito e
está disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os medicamentos utilizados atualmente para tratar a LV não eliminam por completo o parasito
nas pessoas e nos cães. No entanto, no Brasil o homem não tem importância como
reservatório, ao contrário do cão - que é o principal reservatório do parasito em área urbana.
Nos cães, o tratamento pode até resultar no desaparecimento dos sinais clínicos, porém eles
contimuam como fontes de infecção para o vetor, e, portanto um risco para saúde da
população humana e canina. Neste caso, eutanásia é recomendada como uma das formas de
controle da Leishmaniose Visceral, mas deve ser realizada de forma integrada às demais ações
recomendadas pelo Ministério da Saúde.