Resenha o Que e Industria Cultural
Resenha o Que e Industria Cultural
Resenha o Que e Industria Cultural
O Autor:
José Teixeira Coelho, nascido em 1944, em Bauru, São Paulo, possui graduação
em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e Universidade
Guarulhos (1971), mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São
Paulo (1976) e doutorado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela
Universidade de São Paulo (1981), pós-doutorado na University of Maryland, EUA
(2002). Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo, aposentado.
O livro:
Introdução
Ainda sobre a distinção entre essas três categorias, Coelho recorre novamente a
MacDonald, que sugere a distinção entre os níveis culturais não pela censura contra a
cultura de massa e a indústria cultural, mas sim pela reprovação dessa mesma indústria,
como por exemplo, a midcult, por explorar as propostas originárias da cultura superior e
as apresentar de uma maneira que o público acredite estar consumindo produtos de
grande valor cultural. Segundo o autor, a masscult, diante deste processo, seria mais
autentica, pois não carrega a preoucpção de ter suas criações vinculadas a cultura
superior, seria ela mesma capaz de produzir sua própria cultura superior. Nesse
contexto, a midcult seria o verdadeiro subproduto da indústria cultural.
Coelho destaca que essas duas posições são válidas, ressaltando que é
importante identificar os reais poderes dessa indústria, tanto para o lado negativo como
para o positivo. O autor propõe uma substituição do termo “cultura de massa” por
“cultura industrial” ou ainda “cultura industrializada”, por conta da dificuldade em se
determinar o conceito de massa, já que mesmo o termo sendo atribuído ao povo, seria
uma definição errônea, pois massa é uma entidade inexistente, “que, de todo modo, ela
não existe mesmo porque não é da massa, pois não é feita pela massa: haveria apenas
uma cultura para a massa” Coelho(1998, p.13).
Isto significa que (de acordo com esta análise levada às últimas
conseqüências} façam oque fizerem, digam o que disserem, os veículos da
indústria cultural somente podem produzir a alienação. Mesmo que o
conteúdo de suas mensagens possa ser classificado como libertário.
(COELHO, p.17, 1998)
Outra análise proposta por Coelho, acerca dos modos de operação dos meios,
está embasada nas teorias de Marshall McLuhan, de que o “o meio é a mensagem”, ou
seja, ele não se atém ao conteúdo que está sendo veiculado, mas sim direciona sua
atenção para os meios utilizados nessa difusão. Para tal, o foco não é somente nos meios
de comunicação de massa, mas também no carro, na roupa, na casa, no dinheiro, pois de
acordo com o autor, a mensagem transmitida por cada um desses, seria a maneira pela
qual ocorre a modificação de determinada sociedade, bem como os padrões das relações
sociais, como ocorre com qualquer outra tecnologia. McLuhan considera um erro o
julgamento do conteúdo desses meios como bom ou mau, pois tal processo sempre
acarretará na hostilidade da opinião contrária.
Coelho diz ainda que é errôneo afirmar que a industria cultural é o universo do
ícone, pelo fato pelos meios de comunicação estarem frequentemente ligados a imagem
Todo esse processo descrito por Coelho abrange tanto os meios de comunicação
de massa como também o cotidiano, sem que as pessoas se dêem conta, porém há uma
ressalva quanto às crianças, que de acordo com autor, aquelas ainda não submetidas às
ações da indústria cultural, conseguem escapar dessa regra, pois tem a capacidade de
pensar de forma icônica, sentindo e intuindo os significados, questionando de modo
espontâneo o meio em que vivem. Porém, essa aptidão tende a regredir à medida que
essa criança cresce e vai sendo sujeitada as aparas impostas pela sociedade em geral,
sendo educada ao conformismo e adentrando no esquema que serve a indústria cultural,
o indicial.
Ao tentar elucidar uma solução pra o problema da alienação, Coelho, diz que
nada indica que os meios de comunicação necessariamente tenham que usar os signos
indiciais para fazer a transmissão de seu conteúdo, o que possibilitaria a adoção da
prática icônica ou simbólica pela indústria cultural, de modo a ter-se nessa prática um
instrumento de libertação do sujeito. Porém, a solução efetiva se daria na junção de
inúmeros elementos (como o conteúdo, o meio e a forma de operação) de caráter
revelador dentro dessa indústria.
O autor pode concluir que o numero de aparelhos de radio não dobrou entre os
anos de 1980 e 1988, porém houve a duplicação da quantidade de receptores de
aparelhos de TV, o que poderia ser um bom indicativo, se as concessões não fossem
feitas de acordo com critérios atendem mais a interesses individuais e de grupos de
poder, do que a interesses da coletividade.
Com relação ao mercado de edição de livros, o autor aponta que não costumam
incluir muitos dados referentes ao setor, o que já se torna um indicativo sobre seu papel
na indústria cultural brasileira. As publicações mensais e semanais de revistam mostram
os mesmos número de dez anos atrás (cerca de cem mil). Quanto as verbas para
publicidade para as diferentes esferas da indústria, a TV consome quase 60% das verbas
existentes, restando 18% para os jornais, 15% para as revisas e apenas 7% para as
rádios, que dos grandes veículos é que menos recebe investimentos do setor privado, de
acordo com esse levantamento. Torna-se primordial fazermos um adendo diante desses
dados, para não nos esquecermos de levar em consideração a época que tal pesquisa foi
efetuada, bem como a análise de seus dados pelo autor. É inegável que se fossemos
investigar tais números atualmente, bem como a destinação de tais verbas, o cenário
seria outro, visto a inclusão e ampla utilização das novas ferramentas comunicacionais.
1
O livro foi escrito pela primeira vez em 1980, sendo revisado e tendo informações atualizadas nove anos
depois.
Mas enquanto essas transformações não ocorrem, as oportunidades devem ser
aproveitadas, já que quadro de total ignorância de seu público não interessa para
indústria, assim vivenciamos certas formas de promoção e disseminação de algum tipo
de saber, e são nessas brechas que se constroem os espaços de ação.
Coelho aponta ainda, que no Brasil essa realidade ainda não havia sido atingida,
pois algumas tentativas de mobilização sofreram prontamente algum tipo de repressão, e
o sistema político comercial ainda não se interessava pela proliferação das TVs à cabo,
por receio da alguns fatores como a liberdade de informação, da produção cultural e
também por medo da concorrência .
Após a leitura, percebe-se que essa área de estudo está em constante processo de
mutação, pois está diretamente ligada as trasnformações da nossa soceida, bem como
atrelada ao desenvolvimento das novas ecnologias de infromaçoe e comunicação.
Assim,Teixeira Coleho, dentro de seu contexto e seu recorte temporal, tenta traçar
algumas soluções para os problemas relacionados a industria cultural.