Apostila de Bases Biologicas
Apostila de Bases Biologicas
Apostila de Bases Biologicas
BASES BIOLÓGICAS
2. Semestre - 2010
☺ É de responsabilidade de cada um zelar pela própria segurança e das pessoas presentes no local. “A
segurança depende de cada um”.
☺ É imprescindível o uso:
- Avental branco de manga longa e fechado
- Calça cumprida
- Sapato fechado
☺ A permanência no laboratório exige postura de estudos, observando-se silêncio necessário e atenção
a estas atividades.
☺ Cabelos compridos devem ficar presos.
☺ É proibido o uso de boné.
☺ Nenhum material, exceto o que for utilizado em aula prática, deve permanecer sobre a bancada.
☺ Manter as mãos limpas e evitar passá-las nos olhos ou na boca enquanto estiver no laboratório.
☺ Fazer uso de luva quando manipular material biológico ou corrosivo.
☺ Não é permitido consumo de bebidas ou qualquer alimento dentro do laboratório.
☺ É proibido fumar.
☺ Manipular as vidrarias e principalmente os reagentes com cuidado, em caso de derramamento, deve
ser avisado imediatamente ao técnico e /ou professor para que seja efetuada a neutralização e a
limpeza.
☺ No início de cada aula prática, o material do laboratório será distribuído aos grupos. Ao final da aula o
material deverá ser devolvido limpo, e mantido sobre a bancada.
☺ O uso de materiais e reagentes, bem como o procedimento dos alunos no laboratório, somente deve
ser realizado com orientação, supervisão ou autorização do professor, técnico ou monitor.
☺ Para garantir um ambiente de trabalho tranqüilo e seguro, não é permitida qualquer brincadeira com
nenhum tipo de reagente disposto no laboratório, mesmo água ou álcool.
☺ Não cheire, nem pipete inadequadamente (com a boca) qualquer substância no laboratório.
☺ Siga corretamente o roteiro de aula e não improvise, pois improvisações podem causar acidentes.
☺ Não é permitida a presença de pessoas sem vínculo com a Instituição nas dependências do
laboratório, sem a presença de um professor ou técnico com prévia autorização da coordenação ou
responsável pela Instituição.
☺ As aulas práticas regulares têm precedência sobre quaisquer outras atividades.
Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 3
☺ A não observância das exigências com relação às normas de funcionamento implica a proibição de
acesso ou convite para retirada das dependências do laboratório. Também fica explicito que a não
observância destas diretrizes será de inteira responsabilidade do aluno.
☺ Quanto ao uso do lixo:
os biológicos devem ser colocados em saco branco,
os considerados “comuns” em sacos pretos,
os perfuro cortantes em caixa descarpack.
☺ Quanto ao uso de animais:
Procurar manter o máximo de silêncio possível, para que os animais não sofram estresse.
Manipular os animais com contenção adequada para evitar acidentes.
Realizar sempre a devida identificação dos animais utilizados nos experimentos.
☺ Quanto ao uso do bico de Bunsen:
Não acenda o bico de Bunsen sem verificar e eliminar os riscos
Verificar a existência de inflamáveis e retirar das proximidades do bico (álcool, éter,
papel, panos, plásticos, etc);
Verificar se não há dobras na mangueira;
Ligue o registro de gás (na bancada), risque o fósforo e abra a válvula do bico de Bunsen;
Após o uso fechar o Bico de Bunsen na linha de gás (registro)
Não deixe o Bico de Bunsen aceso quando não estiver usando.
☺ Quanto ao derramamento de reagentes:
Parar o trabalho isolando a área ,
Advertir pessoas próximas sobre o ocorrido,
Efetuar a limpeza somente após a neutralização do material (solicitar auxílio
técnico especializado)
Se envolver pessoas, lavar o local atingido imediatamente com água corrente e
procurar serviço médico. Levando nome do material e ficha técnica (FISPIC)
Deve-se juntar ácido à água, nunca água ao ácido.
☺ Quanto ao uso de EPC e EPI:
EPI Avental, luvas, máscaras, óculos de segurança, etc
EPC Extintores, chuveiro, lava olho, manta, etc
Extintor de água pressurizada: Utilizado em madeira, papeis, tecidos.
Extintor de espuma: Utilizados em produtos químicos inflamáveis
álcool, querozene, gasolina.
Extintor pó químico e CO2: Utilizados em equipamentos elétricos como
TV, computador, motores.
Para a obtenção de melhores resultados ao utilizar o microscópio, você deverá observar os seguintes
passos:
1. Antes de ligar o microscópio, colocar o controle de intensidade da iluminação no 1 (off) e posicionar a
objetiva de menor aumento (5x)
2. Ligue o microscópio, coloque a lâmina na platina (sempre com a lamínula para cima) gire o parafuso
macrométrico até encontra o foco do objeto. Ajuste o foco utilizando o parafuso micrométrico. Ajuste a
intensidade de luz e observe se você está vendo com os dois olhos o objeto em foco. No caso de
necessitar, ajuste o foco de um dos olhos girando a ocular.
3. Para percorrer toda a lâmina, utilize o Charriot, assim você poderá analisar a lâmina e selecionar a
área adequada que será ampliada. Posicione a região selecionada no centro do campo, posicione a
objetiva de médio aumento (10x), ajuste o foco utilizando somente o parafuso micrométrico e acomode
a iluminação usando, além do botão de controle de intensidade de luz, o diafragma do condensador;
4. Para analisar o material no maior aumento (40x) proceda como no item 3.
5. Se for necessária a utilização da objetiva de imersão (100x) deve-se focalizar o objeto no aumento
maior (40x) e deslocar a objetiva de 40 x em direção a de 100x, porém sem encaixar esta última
objetiva. Assim, você terá um espaço para colocar uma pequena gota de óleo de imersão sobre a área
iluminada da lâmina. Após, posicione a objetiva de 100x e ajuste o foco com o parafuso micrométrico.
Caso não consiga focalizar o objeto, volte para a objetiva de menor aumento (5x) e inicie todos os
passos.
6. Ao chamar o professor, o monitor ou o técnico para confirmação do diagnóstico, aponte a estrutura
desejada com a seta existente no campo do microscópio.
7. No final da análise, posicione a objetiva de menor aumento (5x), retire a lâmina, se houver óleo de
imersão, retire-o com papel fino da lâmina e da objetiva de imersão.
8. Ao término da aula, desligue o microscópio, limpe-o com papel fino, verifique se a lâmina foi retirada e
guardada no laminário, posicione a objetiva de menor de aumento, desligue o microscópio, retire seu
fio da tomada e coloque a capa de pano.
Atividade:
Utilizando a figura abaixo localize as principais partes de um microscópio:
1 = ocular
2 = objetivas e revólver
3 = platina
4 = charriot
5 = macrométrico
6 = micrométrico
7 = diafragma no condensador
8 = condensador
9 = botão do condensador
10 = dois parafusos centralizadores do
condensador
11 = fonte de luz
12 = controle de iluminação
13 = diafragma de campo (alavanca no lado
esquerdo do microscópio)
14 = dois parafusos de ajuste da lâmpada
(esquerdo e direito)
15 = focalizadora da lâmpada (alavanca no lado
direito do microscópio - não visível no fotografia)
Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 5
2. Estrutura da Célula – Biomembranas e Organelas
Conteúdo Teórico
INTRODUÇÃO
De forma resumida, podemos dizer que uma célula é um indivíduo que em conjunto com outros
semelhantes, organizam-se em tecidos, órgãos e sistemas.
Todas as células apresentam como estrutura básica uma membrana plasmática, separando-as do
ambiente e que envolve uma região preenchida por uma substância gelatinosa denominada citoplasma. Neste
interior observam-se componentes que realizam as funções essenciais para a vida da célula.
As células podem apresentar uma estrutura simples, constituída basicamente por membrana e
componentes dispersos no citoplasma. Estas células são chamadas de procariontes, (prótos = primitivo e
kárion = núcleo). Entretanto, há células cujo material genético está compartimentalizado, constituindo um
núcleo envolvido por membrana, neste caso, a célula é dita eucariótica e além, do núcleo apresenta outros
compartimentos membranosos considerados como organelas. Dessa forma, as células eucarióticas podem
assumir formas e funções muito distintas, pois apresentam um nível de organização maior que as células
procarióticas.
ORGANELAS
1. Membrana Plasmática
A principal função da membrana é separar o meio intracelular do meio extracelular, selecionando o que
entra ou sai da célula. Ela é constituída por lipídios e proteínas (lipoprotéica) que se organizam continuamente
de acordo com a necessidade da célula (mosaico fluído) (figura 1)
.
Figura 1. Esquemas da Membrana plasmática de uma célula eucariótica.
A membrana plasmática é semi-seletiva e o transporte de substâncias pode ocorrer por meio dos
processos de: a) Difusão simples; b) Osmose; c) Transporte passivo (Difusão facilitada); d) Transporte ativo. O
transporte do solvente, denominado osmose, coordena o fluxo de água tanto a que entra no citoplasma como
aquela que é eliminada para o meio externo (figura 3).
Solução Solução Solução
hipotônica isotônica hipertônica
Hemácea
(eritrócito)
Célula
vegetal
Figura 3. Mecanismo de osmose gerenciando o fluxo de água e alterando a estrutura das células.
2. Citoplasma
É o local onde as organelas estão imersas, no citoplasma há a maioria das substâncias que as células
precisam para desempenhar suas funções (água, aminoácidos, íons, e outras) (figura 4).
3. Núcleo
Em células eucariontes é o local onde se encontra o genoma característico da espécie, neste local há
recepção das informações internas e externas à célula. Toda regulação e função celulares são realizadas por
intermédio do conteúdo do núcleo (DNA) que responde a essas informações (figura 5).
4.Ribossomos
São formados por: RNA-ribossômico e proteínas ribossômicas e apresentam como função a síntese de
proteínas:
- ribossomos livres - síntese de proteínas que permanecem no interior da célula
- ribossomos aderidos a retículo endoplasmático - síntese de proteínas de exportação, proteínas de membrana
e enzimas lisossômicas (figura 5).
6. Complexo de Golgi
Organela descoberta em 1898 por Camilo Golgi,
Esta não apresenta ribossomos aderidos e tem função de secreção celular, em alguns casos realiza a
síntese de substâncias.
O Golgi recebe as proteínas sintetizadas no R.E., concentrando-as e empacotando-as para a
exportação, formando pequenas vesículas chamadas grãos de zimógeno ou endosomas (figura 5).
7. Lisossomos
O lisossomo (do grego lise, quebra) é uma pequena vesícula que armazena enzimas, auxiliam nos
processos de fagocitose e pinocitose, digerindo o produto que foi absorvido. Estas vesículas são oriundas do
Complexo de Golgi (figura 5).
9. Peroxissomos
São organelas muito semelhantes aos lisossomos, mas, contém principalmente enzimas peroxidases.
No fígado existem numerosos peroxissomos relacionados à função de desintoxicação. Os peroxissomos
apresentam enzimas que agilizam a transformação de água oxigenada (peróxido de hidrogênio) em oxigênio
(figura 5).
10. Citoesqueleto
No hialoplasma há uma rede de filamentos muito finos que passa por toda a célula, estes são protéicos,
formados por diferentes proteínas. Citoesqueleto é o nome que se dá a essa rede de filamentos.
Existem 3 tipos de filamentos que compõem o citoesqueleto: os filamentos de actina (formados pela proteína
actina), os microtúbulos (formados por tubulina) e os filamentos intermediários (formados por uma família
heterogênea de proteínas).
As proteínas do citoesqueleto são responsáveis por muitos fenômenos de mobilidade celular. A ciclose
(movimento do citoplasma), o movimento de pseudópodes, a migração dos cromossomos durante a divisão
celular e o batimento de cílios e flagelos são fenômenos diretamente relacionados ao citoesqueleto (figura 6).
3. Tecido Epitelial
O tecido epitelial serve para proteger o organismo, fazendo o revestimento das partes internas e
externas do corpo
Os epitélios são constituídos por células justapostas, entre as quais se encontra pouca substância
intercelular. Uma das propriedades do tecido epitelial é a capacidade de coesão entre as células, que formam
camadas celulares contínuas, revestindo a superfície e cavidades do corpo.
Os tecidos epiteliais de revestimento podem apresentar algumas especializações, sendo elas: tipos de epitétilo.
Diferentes
1. Forma:
2. Estratificação:
• Simples: somente uma única camada de células. Pode ser classificadas em pavimentosas, cubicas e
prismáticas ou colunar
3. Especializações:
4. Funções:
Simples
Estratificado
Estratificado Transição (distendido)
Pavimentoso
Cilíndrico
queratinizado
São constituídos por células que apresentam como atividade característica a produção de secreções
fluidas, de composição diferente da do plasma sanguíneo ou do fluido tecidual. Na maioria das vezes, os
processos de secreção são acompanhados da síntese intracelular de macromoléculas.
Essas secreções são armazenadas no citoplasma na forma de grãos ou de grânulos de secreção.
A natureza dessas macromoléculas é variada, assim podemos encontrar células que secretam
proteínas (pâncreas), lipídeos (adrenal e glândulas sebáceas) ou complexo de carboidratos e proteínas
(glândulas salivares).
Existem dois tipos de células glandulares: as exócrinas e as endócrinas. A diferença entre elas é que a
primeira libera sua secreção diretamente no meio externo (ambiente) e a outra lança as secreções na corrente
sanguínea.
As glândulas exócrinas são formadas por invaginações na camada de células do epitélio de
revestimento. Elas se afastam, formando um canal, onde liberam suas substâncias. Em torno dessas glândulas
passam capilares sanguíneos, que transportam a matéria prima da secreção.
Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 13
As glândulas endócrinas são formadas por células do epitélio de revestimento que se aprofundam e se
separam no tecido conjuntivo, perdendo contato com o meio externo. Em volta da glândula estão diversos
capilares, que fornecerão matéria prima para a formação da secreção e recolherão essa secreção, levando-a
ao seu destino. Existe ainda a divisão por glândulas multicelulares e unicelulares, que são aquelas formadas
por várias células ou uma só célula, respectivamente.
Classificação das glândulas quanto à secreção:
Merócrinas - eliminam a secreção sem que as células percam parte do seu citoplasma, podendo
produzir secreção a qualquer momento. Exemplo: glândulas salivares, lacrimais, sudoríparas.
Apócrinas - as células perdem parte de seu citoplasma na secreção, tendo que se recompor antes de
produzir secreções novamente. Exemplo: glândulas mamárias.
Holócrinas – as células são a própria secreção, morrendo e se separando da glândula. Ex: glândula
sebácea.
4. Tecido Conjuntivo
A função deste tecido é a sustentação e união dos órgãos do corpo, preenchendo os espaços
existentes entre os órgãos. É o tecido que existe em maior quantidade em nosso corpo. Neste tecido podemos
encontrar grande quantidade de material inerte entre as células, chamado de Matriz Extracelular (MEC), que é
formado por grandes quantidades de água, proteínas, fibras e minerais. As células deste tecido se encontram
separadas umas das outras, e são chamadas de FIBROBLASTOS, no entanto, algumas outras células
também podem ser encontradas neste tecido, tal como os macrófagos, os mastócitos, plasmócitos, células
adiposas e os leucócitos também são células do tecido conjuntivo, só que neste caso, elas vêm de outros
territórios e podem habitar temporariamente no tecido conjuntivo.
Os fibroblastos são as células responsáveis por sintetizar a proteína colágeno e a elastina, além de
diversas outras que compõem a matriz extracelular. Estas células também estão envolvidas com a produção
de fatores de crescimento, que controlam o crescimento e a diferenciação do tecido.
Os fibroblastos possuem citoplasma abundante e muitos prolongamentos. Seu núcleo é ovóide, grande
e fracamente corado. Já os fibrócitos, células mais maduras, são menores que os fibroblastos e tem um
aspecto mais fusiforme.
Neste tecido podemos encontrar três tipos de fibras:
Fibras Elásticas: composta principalmente pela proteína elastina;
Fibras Reticulares: composta pela proteína colágeno;
Fibras Colágenas: composta pela proteína colágeno.
EDEMA: é causado pelo excesso de entrada ou dificuldade da saída de água na matriz extracelular do tecido
conjuntivo (Acúmulo de líquido intersticial).
• Pode ser provocado por obstrução dos vasos linfáticos, obstruções venosas ou dificuldade no retorno
do sangue venoso, aumento da permeabilidade da parede do capilar (lesão mecânica ou liberação de
histamina pelos mastócitos.
Estrutura da Pele
A pele é basicamente formada por três camadas:
Epiderme: a parte mais externa, que é subdividida em camadas chamadas de estratos. A epiderme
é constituída inteiramente de células epiteliais e como tal, não apresenta vasos sangüíneos.
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
- Colocar lâminas contendo tecidos de pele, tendão e vaso sangüíneo na objetiva panorâmica.
- Passar para as objetivas 100X e 400X
- Observar o tecido epitelial (as camadas celulares, os tipos de células (forma), as glândulas existentes), o
tecido conjuntivo denso e frouxo e o tecido adiposo.
- Desenhar esquematizando as características encontradas, descrevendo através de legenda.
Observação Tec. Epitelial e Conjuntivo
É uma forma especializada do tecido conjuntivo denso, cuja principal função é a de sustentação.
É um tecido avascularizado que recebe nutrição através do tecido conjuntivo denso, o pericôndrio, que
é uma bainha de tecido conjuntivo.
Os Condrócitos que estão na periferia apresentam-se achatados e os centrais mais arredondados;
Todos têm núcleo grande, nucléolo proeminente, citoplasma pouco corado, muitas mitocôndrias, RER e
Complexo de Golgi desenvolvido;
FORMAÇÃO:
• Os condroblastos secretam a matriz extracelular abundante.
• Há o aparecimento de lacunas, local onde ficam os condrócitos.
• A matriz extracelular é constituída por colágeno, elastina e proteoglicanas.
• Não há vasos sanguíneos e nem linfáticos na cartilagem. A nutrição é feita pelo tecido conjuntivo que a
envolve (denominado Pericôndrio).
Fibroblasto do Pericôndrio
Condroblasto
Condrócito
Matriz Territorial
É formado por células alongadas e com grande capacidade de contração. Essa capacidade
proporciona os movimentos do corpo.
Há dois tipos básicos de células musculares, chamadas de miócitos:
* Lisas: têm contração lenta e involuntária. Formam os músculos das paredes de órgãos como
estômago e o intestino.
* Estriadas: têm contração vigorosa e voluntária. Uma exceção é o músculo cardíaco.
Num músculo como o bíceps ou o deltóide, por exemplo, as fibras musculares estão organizadas em
grupos de feixes, sendo o conjunto de feixes envolvidos por uma camada de tecido conjuntivo chamada de
EPIMÍSIO, que recobre o músculo inteiro. Do epimísio partem finos septos de tecido conjuntivo que se dirigem
para o interior do músculo, separando os feixes. Estes septos constituem o PERIMÍSIO. Assim, o perimísio
envolve os feixes de fibras. Cada fibra muscular individualmente é envolvida pelo ENDOMÍSIO, que é formado
pela lâmina basal da fibra muscular associada a fibras reticulares. A unidade fundamental do músculo recebe o
nome de SARCÔMERO.
O tecido conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, permitindo que a força de contração gerada
por cada fibra individualmente atue sobre o músculo inteiro. A força de contração do músculo pode ser
regulada pela variação do número de fibras estimuladas pelos nervos e é por intermédio do tecido conjuntivo
que a força de contração dos músculos se transmite a outras estruturas, tal como os tendões e os ossos.
Os vasos sangüíneos penetram nos músculos através dos septos que correm entre as fibras
musculares, que contém ainda, vasos linfáticos e nervos.
Este tecido não possui facilidade de se auto-regenerar, e muitas vezes, quando lesionado é substituído
por tecido conjuntivo.
Cardiomiócito Leiomiócito
Mioblasto e parte de miônio.
Centro de Microscopia PG Biologia Celular
Centro de Microscopia Eletrônica
Eletrônica (Cemel) - ICB - Centro de Microscopia Eletrônica (Cemel) -
(Cemel) - ICB – UFMG
UFMG ICB - UFMG
http://www.icb.ufmg.br/mor/biocelch/musculo/musculo.html
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IMPORTANTE: As variações no diâmetro das fibras musculares esqueléticas dependem de vários fatores,
como o músculo considerado, idade, sexo, estado de nutrição e treinamento físico. Não é real que o exercício
aumenta a musculatura e diminui a quantidade de tecido adiposo, o que acontece na verdade é o aumento da
musculatura devido à formação de novas miofibrilas, com o aumento do diâmetro das fibras musculares.
Este processo, caracterizado pelo aumento do volume das células é chamado de HIPERTOFIA, enquanto que
o crescimento devido à proliferação de células chama-se HIPERPLASIA. A hiperplasia é comum em outros
tecidos, mas não nos músculos esqueléticos e cardíaco. No entanto, o m. liso é dotado de capacidade de
multiplicação celular, podendo aumentar de volume por hiperplasia.
Procedimentos experimentais:
- Posicionar uma a uma as lâminas de músculo estriado esquelético, músculo cardíaco e músculo liso
(bexiga) no microscópio e realizar a primeira observação na objetiva panorâmica.
- Após, observar nas objetivas de 100x e 400x, e esquematizar as visualizações (com legendas),
atentando ao formato das células, a forma e distribuição dos núcleos, a existência ou não de estrias e o tipo de
corte visualizado.
Observação Tecido Muscular
O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo denso com células e fibras imersas numa substância
dura e inflexível bem adequada para as funções de sustentação e de proteção que realiza.
O tecido ósseo é um tecido dinâmico que é renovado e remodelado durante toda vida dos mamíferos.
Sua construção é única, pois fornece a maior resistência à tração com o menor peso do que qualquer outro
tecido.
Características gerais:
• É um tipo especializado de tecido conjuntivo. Contém células e uma matriz óssea calcificada.
• É um tecido muito resistente e rígido, que constitui o esqueleto humano.
• Aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue.
• Transforma as contrações musculares em movimentos úteis (sistema de alavancas).
• Funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros íons (armazenamento e liberação controlada).
OSTEOPOROSE:
• Diminuição da massa óssea devido a uma queda na secreção de estrogênio (menopausa), podendo
ocasionar quebras com muita facilidade.
• Os osteoblastos passam a produzir e secretar menos matriz óssea.
• A absorção óssea (osteoclastos) é maior do que a deposição óssea (osteoblastos).
• A terapia com estrógeno pode reduzir ou eliminar esta condição.
O efeito das vitaminas no desenvolvimento do esqueleto:
VITAMINA
Efeitos no Desenvolvimento do Esqueleto
Deficiência de Inibe a formação do osso. Falha na reabsorção e remodelagem dos ossos cranianos.
vitamina A
Hipervitaminose Erosão das colunas de cartilagem. Cessa prematuramente o crescimento.
de vitamina A
Deficiência de A produção deficiente de colágeno e matriz óssea resulta no retardo do crescimento e
vitamina C atraso na recuperação. ESCORBUTO.
Deficiência de Ossificação interrompida, onde as células tornam-se desordenadas levando à formação
vitamina D de ossos pobremente calcificados, que se tornam deformados pelo peso. RAQUITISMO
(crianças) e OSTEOMALÁCIA (adulto)
Estrutura microscópica
Um corte transversal do osso compacto não descalcificado e desgastado é composto de matriz óssea
depositada em lamelas que existe em três padrões: as lamelas concêntricas ao redor de canais longitudinais,
os canais de Harvers, que conjuntamente (lamelas concêntricas + canal de Harvers) formam o Sistema de
Havers; entre estas há grupos irregulares de lamelas que são as lamelas Intersticiais e são as linhas
Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 28
cimentantes que delimitam cada sistema de Havers e intersticial; as superfícies externa e interna do osso
compacto estão compostas de lamelas ósseas concêntricas, são as lamelas circunferencial externa e interna,
respectivamente. Interligando os canais de Havers encontramos canais transversais, no interior dos quais se
encontram vasos sanguíneos, são os canais de Volkman.
A maioria dos ossos está envolta por uma dura camada de tecido conjuntivo, o periósteo que é formado
por duas camadas: uma interna que é osteogênica (fornecedora de células para a formação de tecido ósseo) e
a externa que é a fibrosa, composta de fibras colágenas e vasos sanguíneos. O endósteo é a outra camada de
tecido conjuntivo que envolve ou reveste a cavidade medular, sendo delgada e também possuindo potencial
osteogênico.
Ossificação ou osteogênese
Há dois tipos diferentes de desenvolvimento do tecido ósseo: quando o osso se forma diretamente do
mesênquima, o processo é denominado ossificação intramembranosa; quando acontece a partir de modelos
cartilaginosos pré-existentes é denominado ossificação endocondral.
Ossificação intramembranosa
Esse processo ocorre a partir da diferenciação de células mesenquimais indiferenciadas e fibroblastos em
células osteogênicas, essas dividem-se formando mais células osteogênicas e também diferenciando-se em
osteoblastos. Os osteoblastos secretam a matriz óssea e se deslocam ou são incluídos em lacunas e se
tornam osteócitos. Gradativamente pequenas ósseas que se irradiam em diversas direções são formadas. São
as espículas ósseas que aumentam e tornam-se trabéculas que juntas formam o osso trabecular ou esponjoso.
A formação do osso compacto ocorre a partir do momento em que as trabéculas do osso esponjoso, que é
formada por osso imaturo, vão sofrendo adicionamento de novas lamelas de osso maduro até preencher os
espaços entre as trabéculas.
Ossificação endocondral
A ossificação endocondral ocorre a partir de um modelo cartilaginoso, especificamente esse processo
ocorre na formação dos ossos das extremidades, coluna vertebral, pelve e base do crânio.
A ossificação endocondral se dá a partir do centro de ossificação primário que é formado exatamente na
parte média do modelo cartilaginoso. O fato é que com o crescimento da cartilagem tanto em largura como em
comprimento e em espessura faz com que os condrócitos da parte intermediária amadureçam, se hipertrofiem
e secretem fosfatase alcalina que vai calcificar a substância intercelular. Isto levará a morte aos condrócitos e
haverá formação de grandes lacunas neste local. Simultaneamente na periferia do modelo cartilaginoso ao
nível da região média haverá a formação do colarinho ósseo, que é uma faixa onde o pericôndrio passou a
periósteo. A partir desse vasos sanguíneos se dirigirão para as lacunas formadas e daí condroblastos
sintetizarão matriz óssea e se transformarão em osteócitos, haverá a formação do broto periósteo. Quando
este broto atingir o interior da parte média do modelo cartilaginoso, o centro primário de ossificação é
estabelecido. Assim sendo, vai-se formando as trabéculas que formam inicialmente um osso esponjoso e
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imaturo. O modelo cartilaginoso continua a crescer no sentido do comprimento e o centro primário de
ossificação se estende no sentido das epífises. O periósteo continua acrescentando osso na periferia, o osso
esponjoso na parte central não é mais indispensável para a sustentação, portanto ele é reabsorvido pelos
osteoclastos, formando assim a cavidade medular que é preenchida com tecido hematopoético.
Há que se destacar os centros epifisários de ossificação nos ossos longos que também contribuem para a
ossificação.
Os discos epifisários que nos animais domésticos persistem até à puberdade são elementos importantes
no crescimento longitudinal do osso longo.
O crescimento transversal do osso se dá por acréscimo de novas camadas na superfície externa com
reabsorção simultânea na superfície interna.
Têm a função de captar estímulos ambientais ou do próprio corpo, conduzir impulsos nervosos,
interpretá-los e respondê-los. É constituído por células nervosas ou neurônios e células de apoio ou células da
glia.
O tecido nervoso forma os órgãos dos sistemas nervosos central, periférico e autônomo.
As células nervosas ou neurônios que são células altamente diferenciadas, de ciclo vital longo, sem
capacidade de divisão e de regeneração, têm prolongamentos ramificados, os dendritos, e um cilindro-eixo, o
axônio, geralmente mais longos que os dendritos. Muitas vezes o axônio é protegido por um envoltório
denominado bainha de mielina.
Os neurônios têm uma forma especial de reação, que consiste no impulso nervoso, produzido sempre
na mesma direção: dos dentritos são prolongados e partem do corpo celular, recolhem impulsos nervosos e
deste para o axônio.
Os neurônios relacionam-se uns com os outros pelas extremidades de suas ramificações, que não se
tocam, mas ficam bem próximas. Essas áreas de conexão são denominadas sinapses. É através das sinapses
que o impulso passa do axônio de uma célula para os dentritos de outra.
Feixes de axônios revestidos por tecido conjuntivo formam os nervos. Conforme os axônios
apresentam ou não a bainha de mielina, os nervos são classificados em mielínicos ( nervos brancos) e a
amielínicos (nervos cinzentos).
Encaixadas entre os neurônios, com função de apoio e preenchimento, encontram-se células especiais
que constituem a neuróglia.
Tem este nome hemapoiético (hematos, sangue; poiese, formação), sua função é produção de células
do sangue. Localizado principalmente na medula dos ossos, recebe o nome de tecido mielóide (mielos,
medula). Nesse tecido encontram-se células sangüíneas sendo produzidas, em diversos estágios de
maturação.
O sangue é um tecido constituído de plasma (substância rica em água, proteínas, sais minerais, etc) e
de células: glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. As suas principais
funções são: transporte de nutrientes, hormônios, gases e resíduos da atividade celular e defesa do
organismo).
Há duas variedades desse tecido: o linfóide, encontrado no baço, timo e gânglios linfáticos, e o
mielóide, que forma a medula óssea.
O tecido linfóide produz alguns tipos de leucócitos (ou glóbulos brancos), e o tecido mielóide produz
hemácias e plaquetas.
As hemácias dos mamíferos têm a forma disco bicôncavo e não apresentam núcleo nem organelas, e
sua forma facilita a penetração e saída de oxigênio, o que é importante para a função dessas células, que é
transportar oxigênio.
Os leucócitos são células incolores nucleadas e com os várias organelas celulares, tendo quase o
dobro do tamanho das hemácias. Encarregados da despesa do organismo, eles produzem anticorpos e
fagocitam microorganismos invasores e partículas estranhas.
Apresentam a capacidade de passar pelas paredes dos vasos sangüíneos para o tecido conjuntivo, sem
rompê-los, fenômeno este denominado diapedese. Distribuem-se em dois grupos: granulócitos e
agranulócitos, conforme tenham ou não, granulações específicas no citoplasma.
Os leucócitos granulócitos são:
Neutrófilos: coram-se por corantes neutros. O núcleo é polimórfico e apresentam-se dividido em
segmentos unidos entre si por delicados filamentos. São os leucócitos mais abundantes do sangue circulante
(65%); realizam diapedese, indo fazer a defesa através da fagocitose.
Eosinófilos: apresentam geralmente dois segmentos ligados ou não por um filamento delicado e material
nuclear. Também realizam diapedese e fagocitose.
Basófilos: apresentam núcleos parcialmente dividido em dois segmentos; Estão relacionados com reações
alérgicas.
As plaquetas (ou trombócitos), são pequenos corpúsculos que resultam da fragmentação de células
especiais produzidas pela medula óssea. Elas detêm as hemorragias, pois desencadeiam o processo de
coagulação do sangue: quando há um ferimento, externo ou interno, forma-se um coágulo, que age como um
tampão para deter a hemorragia. Apesar de aparentemente simples, sabe-se que a coagulação é controlada
por inúmeros fatores, incluindo fatores genéticos.
neutrófilo e plaqueta
linfócito basófilo
(seta)
Nomes:
2. A membrana plasmática apresenta uma propriedade típica: a permeabilidade seletiva. No que consiste
esta propriedade?
a) água destilada
b) solução hipertônica
I- Ao ser colocada em soro fisiológico, uma hemácia tem sua membrana plasmática preservada
a) Apenas I
b) Apenas II
d) Apenas I e II
e) Apenas I e III
- Hipertônica? __________________________
- Isotônica? __________________________
- Hipotônica? __________________________
6) Entre os tubos nos quais a hemólise é máxima, qual contém a solução de maior concentração de NaCl?
01. INTRODUÇÃO
A respiração aeróbica é um processo biológico pelo qual compostos orgânicos reduzidos são
mobilizados e oxidados de uma maneira controlada. Durante a respiração, energia livre é liberada e
incorporada na forma de ATP, que pode ser facilmente utilizado para a manutenção e desenvolvimento da
célula/organismo. Um dos principais substratos utilizados para produção de energia é a glicose, que é oxidada
inicialmente pela via glicolítica. Dependendo do tipo celular e da situação metabólica, o piruvato (produto da
glicólise) pode ter diferentes destinos.
Em condições aeróbias, o piruvato é totalmente oxidado a CO2 e água. No entanto, no metabolismo
+
anaeróbio (fermentação) o piruvato é reduzido a outras substâncias (Ex. lactato e etanol) regenerando o NAD ,
necesserário para o funcionamento da via glicolítica. A fermentação láctica é um processo que ocorre
frequentemente nas hemáceas uma vez que essas células não possuem mitocôndria para ocorrência do
metabolismo aeróbio. A produção de lactato também pode ser observada em células musculares, durante
exercícios físicos intensos, onde o aporte de oxigênio não é suficiente. Já em outros organismos, como
leveduras, o piruvato é convertido à álcool (etanol) e a fermentação é chamada de fermentação alcoólica.
1 2 3 4 5 6 7
Água morna X --- --- --- --- --- ---
Fermento dissolvido --- X X X X X X
1 colher de açúcar (50 g) X --- X X --- X X
10 gotas de adoçante --- --- --- --- X --- ---
1 colher de óleo mineral (5 mL) --- --- --- X X --- X*
Bexiga (colocar na boca dos X X X X X X X*
frascos)
Temperatura (ºC) 20-25 20-25 20-25 20-25 20-25 0-5 90-100
*Atenção: só acrescentar o óleo e a bexiga após a fervura.
4- Deixar todos os frascos em repouso na temperatura indicada por 1 hora. Observar.
3- Por que a concentração plasmática de lactato nunca cai a zero mesmo numa situação de repouso?