Exercícios Hematopatologia 2019 2
Exercícios Hematopatologia 2019 2
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2019/2
Ele tem o hábito de fumar 15 a 20 cigarros por dia e faz uso de bebidas alcoólicas.
Seu trabalho é estressante (mercado de ações) e não está usando nenhum medicamento
no momento. Ultimamente tem sentido cansaço, mas acredita que é devido ao trabalho.
Foram solicitados alguns exames laboratoriais:
a) Pelos resultados laboratoriais qual é a sua principal suspeita referente ao cansaço do paciente?
2) Lactente negro com 24 meses de idade, morador de zona rural de Cuiabá, é levado ao
médico pelos pais, que se queixam que a criança está pálida, apática e quer ficar só no colo, mãe
acha que ela se cansa fácil. Nascida em hospital distante 30 km do domicílio, os pais puderam levá-
la ao médico apenas 4 vezes, uma vez no primeiro ano de vida. Aleitamento materno exclusivo até 8
meses de vida. Vacinas em dia. Ao exame físico peso e altura médios, palidez intensa e ponta do
baço palpável
Hemograma:
Hb: 7,5 g/dL
VCM: 62 fL
HCM: 21 pg
CHCM: 26 g/dL
RDW: 21% (12-14).
Plaquetas: 500.000/mm3
c) Quais as alterações laboratoriais que podem ser encontradas para o diagnóstico sugerido?
Anemia hemolítica
c) Quais as alterações laboratoriais que podem ser encontradas para o diagnóstico sugerido?
5) Homem adulto
Eritrócitos: 6.580.000 / microlitro Observações de série vermelha:
Hb: 12,9 g/dl
VG: 42,1 % Anisocitose ++, Microcitose +++, Hipocromia +,
VCM: 64,0 fL Policromatofilia ++, Pecilocitose ++ (dacriócitos ++,
HCM: 19,7 pg eliptócitos ++)
CHCM: 30,8 % Ferritina: 105,0 (VR = 18 a 370)
RDW: 17,6 %
Anemia Ferropriva
6) Homem, 22 anos
Indicativo de eritropoiese acentuada, sem tempo adequado para maturação dos eritrócitos
Na ADC ocorre distúrbio da reutilização do ferro que se mantém sob a forma de depósito. Esse
bloqueio deve-se ao aumento da síntese da lactoferrina, promovido pela IL-1, que é uma proteína
semelhante à transferrina (transferrina-like) secretada pelos neutrófilos, que compete com essa. A
lactoferrina difere funcionalmente da transferrina em três importantes aspectos: tem maior
afinidade pelo ferro, especialmente em pH mais baixos, não transfere o ferro às células
eritropoéticas e é “retida” rápida e ativamente pelos macrófagos. Portanto, dificulta a mobilização
do ferro de depósito e, consequentemente, a eritropoese. Vários estudos demonstraram a
participação do Linfócito T ativado, que liberando IL-2, TNF α e INF γ promovem a ativação dos
macrófagos, que por sua vez, liberam IL-1, IL-6 e TNF α e atuam promovendo a retenção do ferro no
sistema mononuclear fagocitário (9, 20). Além disso, o linfócito T ativado inibe a ação do INF γ, que
através da via do óxido nítrico e da transcrição do ácido ribonucléico mensageiro (RNAm) do
receptor da transferrina promovem aumento da síntese de ferritina e dos receptores da
transferrina, respectivamente, aumentando a captação e armazenamento do ferro no macrófago.
Por outro lado, o linfócito T, principalmente via IL-4 e IL-13, estimulam a síntese de ferritina e dos
receptores da transferrina, que resultam no aumento do ferro de depósito.
d) Qual (is) o(s) exame(s) complementar(es) para confirmar a hipótese diagnóstica?
8) Paciente adulto, masculino que trabalhou 15 anos diariamente em clínica de diagnóstico por
imagem em sala de raio X
Eritrócitos: 1,13 M/L
Hemoglobina: 3,79 g/dL
Hematócrito: 10,6 %
VCM: 93,8 fL
HCM: 33,5 pg
CHCM: 35,7 %
RDW: 13,7 %
Leucócitos: 1600/L
Plaquetas: 26000/L
Anemia aplásica
Para a maioria dos pacientes portadores de aplasia de medula óssea, uma causa específica não
pode ser estabelecida.
Entretanto, quando a medula aplásica é cultivada observam-se redução da formação de
colónias e diminuição significativa dos precursores hematopoéticos mais primitivos que expressam
na superfície o antígeno CD34.
Os mecanismos potencialmente envolvidos incluem:
Lesão intrínseca dos precursores hematopoéticos
Destruição imunológica mediada por linfócitos T citotóxicos
Disfunção do microambiente
A disfunção primária da célula-tronco hematopoética foi mais bem evidenciada pelos transplantes
de medula óssea realizados entre gémeos idênticos. Mesmo quando não precedida pelo uso de
agentes imunossupressores, a recuperação hematopoética pode ser documentada em 50% dos
pacientes.
Já a eficácia do tratamento imunossupressor isolado e a menor taxa de rejeição nos transplantes
singênicos, após o condicionamento com a ciclofosfamida, identificaram a destruição imunológica
dos precursores hematopoéticos como o principal mecanismo responsável pela aplasia de medula.
In vitro, a hematopoese pode ser suprimida por linfócitos T obtidos de pacientes portadores de
anemia aplásica.
Fatores inibitórios:
interferon-gama (IFN-γ)
fator de necrose tumoral (TNF, tumoral necrosis factor)
IFN-γ e TNF também são responsáveis pelo aumento da expressão do receptor Fas e do seu ligante,
ambos indutores da apoptose e da morte celular.
A expressão de Fas está aumentada em células CD34+ obtidas de pacientes portadores de anemia
aplásica.
E possível que a exposição a agentes químicos e biológicos seja responsável pela ativação
linfocitária. Entretanto, a natureza específica dos antígenos envolvidos ainda não pode ser
claramente definida.
Do mesmo modo não existem evidências definitivas para o papel defeituoso do estroma ou
da produção limitada de fatores de crescimento na génese da anemia aplásica.
Os mecanismos imunológicos também foram bem caracterizados na gênese da aplasia pura de
células vermelhas na sua forma adquirida. O processo está associado não apenas com a infecção
pelo parvovírus B19, como com as doenças do colágeno, como o lúpus eritematoso sistémico e a
artrite reumatóide, na evolução da gravidez, de tumores tímicos e doenças linfoproliferativas.
Respostas ao tratamento com ciclofosfamida e corticosteróides em cerca de 25% dos pacientes
confirmam essa associação. Anticorpos contra eritroblastos inibem a eritropoese. O processo
também pode ser mediado por linfócitos citotóxicos.
A anemia aplásica não é a mais comum causa de pancitopenia. Geralmente, a medula óssea
hipocelular, ainda mais se encontrarmos mieloblastos e fibrose associados a um cariótipo anormal,
a primeira suspeita diagnóstica é leucemia aguda, mielofibrose ou mielodisplasia.
As mielodisplasias constituem um grupo de doenças clonais. Praticamente, trata-se de uma doença
de hematopoese ineficaz. O que é inconveniente e a diferenciação mais difícil, porque a forma
hipocelular da mielodisplasia apresenta mecanismos imunológicos semelhantes com àqueles
observados em pacientes aplásicos.
DIFERENÇA FUNDAMENTAL: megacariócitos atípicos, pequenos e caracterizados pela presença de
um único núcleo
Essas mudanças NÃO são habitualmente identificados na anemia aplásica.