Nutrição de Ruminantes PDF
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NUTRIÇÃO DE RUMINANTES
Bibliografia
1. Zootecnia. 2.Produção de ruminantes. I. Universidade Federal de Lavras. II.
Fundação de Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão. III. Título.
CDD - 636.20855
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8
1.1. História da Nutrição .............................................................................................. 8
2. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN E INTESTINO ......................................................... 13
2.1. Introdução .......................................................................................................... 13
2.2. Microorganismos do Rúmen ............................................................................... 14
2.2.1. Bactérias do Rúmen................................................................................ 15
2.2.2. Protozoários do Rúmen .......................................................................... 22
2.2.3. Outros Microorganismos do Rúmen........................................................ 26
2.3. Microorganismos do intestino ............................................................................. 27
2.4. Desenvolvimento da População microbiana do Trato Gastrointestinal............... 28
2.5. Inter-relação entre Microorganismos .................................................................. 29
2.6. Variação no Ecossistema Ruminal ..................................................................... 30
3. FERMENTAÇÃO RUMINAL ..................................................................................... 33
3.1. Ácidos Graxos Voláteis no Rúmen ..................................................................... 33
3.1.1. Efeito da ingestão de alimentos sobre a concentração de ácidos graxos
voláteis ................................................................................................... 34
3.1.2. Efeito da composição da ração sobre a concentração de ácidos graxos
voláteis ................................................................................................... 36
3.2. Interconversão de AGVs no Rúmen ................................................................... 37
3.2.1. Produção de Acetato e formato .............................................................. 38
3.2.2. Butirato.................................................................................................... 40
3.2.3. Propionato............................................................................................... 41
3.2.4. Interconversão de Acetato-Butirato......................................................... 42
3.3. Metabolismo e Transporte de AGV .................................................................... 42
3.4. Utilização dos Ácidos Graxos Voláteis pelos Ruminantes.................................. 44
3.4.1. Ácido Acético (Acetato) ........................................................................... 44
3.4.2. Ácido Propiônico (Propionato) ................................................................ 45
3.4.3. Ácido Butírico (Butirato) .......................................................................... 45
3.5. Gases Produzidos no Rúmen ............................................................................. 48
3.5.1. Quantidade de gases produzidos ........................................................... 48
3.5.2. Origem dos gases do Rúmen ................................................................. 49
3.5.3. Quantidade de Metano produzido ........................................................... 49
4. CARBOIDRATOS NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES............................................. 52
4.1. Introdução .......................................................................................................... 52
4.2. Fermentação de Carboidratos no Rúmen .......................................................... 52
4.2.1. Amido, Dextrina e Carboidratos Solúveis................................................ 52
4.2.2. Digestão da Pectina ................................................................................ 53
4.2.3. Pentosonas ............................................................................................. 53
4.2.4. Celulose .................................................................................................. 54
4.3. Utilização de Fibra pelos Ruminantes ................................................................ 56
4.3.1. Introdução ............................................................................................... 56
4.3.2. Determinação de Fibra............................................................................ 56
4.3.3. Digestão da Fibra.................................................................................... 57
4.3.4. Fatores que Afetam a Digestão Microbiana da Fibra .............................. 58
4.3.5. Depressão da Digestibilidade ................................................................. 58
4.3.6. Requerimento de Fibra ........................................................................... 59
5. COMPOSTOS QUE INFLUENCIAM NA DEGRADAÇÃO RUMINAL ...................... 63
5.1. Introdução .......................................................................................................... 63
5.2. Lignina ................................................................................................................ 64
5.3. Flavonóides ........................................................................................................ 66
5.4. Cumarina e Substâncias Isoflavonóides............................................................. 67
5.5. Tanino ................................................................................................................ 67
5.6. Gossipol ............................................................................................................. 69
6. METABOLISMO DOS COMPOSTOS NITROGENADOS NOS RUMINANTES ....... 71
6.1. Introdução .......................................................................................................... 71
6.2. Compostos Nitrogenados do Rúmen.................................................................. 71
6.2.1. Origem e forma de Nitrogênio presente no Rúmen ................................ 71
6.2.2. Reciclagem do Nitrogênio ....................................................................... 72
6.2.3. N proveniente da descamação no Rúmen .............................................. 73
6.2.4. Amônia Ruminal e Reciclagem de N....................................................... 73
6.2.5. Fixaçao da Amônia ................................................................................. 73
6.2.6. Degradação Protéica no Rúmen ............................................................. 74
6.2.7. Solubilidade Protéica .............................................................................. 75
6.2.8. Modificação de Dieta............................................................................... 76
6.2.9. Proteção de Proteínas ............................................................................ 77
6.2.10. Degradação do NNP ............................................................................. 78
6.2.11. Importância dos Microorganismos Ruminais como Fonte Protéica ...... 84
6.2.12. Limites da Síntese de Proteína Microbiana........................................... 84
6.2.13. Qualidade Nutritiva da Proteína Microbiana.......................................... 86
6.2.14. Digestão Pós Ruminal e Absorção de Compostos de N ....................... 88
6.2.15. Fermentação Microbiana no Intestino Grosso e Excreção Fecal do N. 89
6.2.16. Excreção Urinária do N ......................................................................... 89
6.2.17. Requerimento de Aminoácidos Essenciais ........................................... 89
6.2.18. Utilização dos Aminoácidos Absorvidos................................................ 90
6.2.19. Requerimento de Nitrogênio ................................................................. 90
7. LIPÍDEOS NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES ......................................................... 93
7.1. Lipídeos em Alimentos e Forragens ................................................................... 93
7.2. Efeito da Armazenagem e Manejo ..................................................................... 94
7.3. Mistura de Componentes Lipídicos .................................................................... 95
7.4. Metabolismo dos Lipídeos no Rúmen ................................................................ 95
7.5. Efeitos da Fermentação dos Lipídeos no Rúmen ............................................... 97
7.6. Absorção de Lipídeos ......................................................................................... 97
7.7. Ácidos Graxos Essenciais .................................................................................. 98
7.8. Composição da Gordura Animal ........................................................................ 98
7.9. Proteção de Lipídeos.......................................................................................... 98
7.10. Lipogênese ....................................................................................................... 99
7.11. Ácidos de Cadeias com Carbono Ímpar e Ácido Graxo Metil Ramificado ........ 99
7.12. Síntese de Gordura do Leite ...........................................................................100
7.13. Metabolismo dos Tecidos ................................................................................100
7.14. Ácidos Graxos Essenciais ...............................................................................100
7.15. Composição e Função do tecido Adiposo .......................................................101
7.16. Efeito da Dieta .................................................................................................101
7.17. Localização no Corpo ......................................................................................101
7.18. Espécies, Cruzamentos e Diferenças de Idade ...............................................101
7.19. Uso Prático de Gorduras Adicionais ................................................................102
7.20. Gorduras Presentes ........................................................................................102
7.21. Diminuição da Gordura....................................................................................102
8. MINERAIS NA NUTRIÇÃO DOS RUMINANTES.....................................................104
8.1. Introdução .........................................................................................................104
8.2. Minerais para Ruminantes.................................................................................106
8.3. Macrominerais ...................................................................................................109
8.3.1. Cálcio .....................................................................................................109
8.3.2. Fósforo ...................................................................................................112
8.3.3. Sódio ......................................................................................................115
8.3.4. Cloro ......................................................................................................116
8.3.5. Potássio .................................................................................................117
8.3.6. Magnésio ...............................................................................................117
8.3.7. Enxofre...................................................................................................119
8.4. Micronutrientes ..................................................................................................120
8.4.1. Cobalto...................................................................................................120
8.4.2. Cobre .....................................................................................................121
8.4.3. Iodo ........................................................................................................122
8.4.4. Ferro ......................................................................................................123
8.4.5. Manganês ..............................................................................................124
8.4.6. Molibdênio..............................................................................................124
8.4.7. Selênio ...................................................................................................125
8.4.8. Zinco ......................................................................................................125
8.4.9. Alumínio, Arsênio, Cromo, Níquel, Silício, estanho e Vanádio...............126
8.5. Minerais Tóxicos................................................................................................126
8.5.1. Cádio......................................................................................................126
8.5.2. Flúor .......................................................................................................127
8.5.3. Chumbo .................................................................................................128
8.5.4. Mercúrio .................................................................................................128
9. VITAMINAS NA NUTRIÇÃO DOS RUMINANTES ..................................................131
9.1. Introdução .........................................................................................................131
9.2. Classificação das Vitaminas ..............................................................................131
9.2.1. Vitaminas Lipossolúveis .........................................................................131
9.2.2. Vitaminas hidrossolúveis........................................................................132
9.3. Vitaminas e Microorganismos do Rúmen ..........................................................134
9.4. Vitaminas Essenciais na Dieta dos Ruminantes ...............................................136
9.4.1. Vitamina A..............................................................................................136
9.4.2. Vitamina D .............................................................................................139
9.4.3. Vitamina E..............................................................................................141
9.4.4. Vitaminas do Complexo B ......................................................................143
9.4.5. Tiamina: Considerações especiais em Rações de Ruminantes ............144
9.4.6. Niacina ...................................................................................................144
9.4.7. Colina .....................................................................................................146
9.4.8. Vitamina K..............................................................................................147
9.5. Conclusões........................................................................................................147
10. ÁGUA NA NUTRIÇÃO DOS RUMINANTES .........................................................149
10.1. Introdução .......................................................................................................149
10.2. Água Corporal .................................................................................................149
10.3. Funções e Regulação......................................................................................149
10.4. Uso Comparativo .............................................................................................150
10.5. Requerimentos de Água de Ruminantes Domésticos .....................................151
10.6. Qualidade da Água ..........................................................................................153
10.6.1. Balanço de Água..................................................................................155
10.6.2. Água e Variação na utilização..............................................................155
10.6.3. Trabalhos sobre Água Salobra ............................................................156
11. PROBLEMAS METABÓLICOS RELACIONADOS À NUTRIÇÃO ........................159
11.1. Cetose ............................................................................................................159
11.1.1. Aspectos Nutricionais.........................................................................162
11.1.2. Tratamentos .......................................................................................164
11.2. Febre do leite (FL) ..........................................................................................165
11.3. Edema de Úbere ............................................................................................170
11.4. Retenção de Placenta ....................................................................................170
11.5. Tetania das Pastagens ...................................................................................170
11.5.1. Papel do Mg nos Animais ..................................................................170
11.5.2. Fatores que Afetam a Utilização do MG ............................................171
11.5.3. Ácidos Graxos de cadeia longa (AGCL) ............................................173
11.5.4. Sintomas Clínicos ..............................................................................174
11.5.5. Condições que Predispõem a Tetania Hipomagnesiana ...................175
11.5.6. Sintomas Químicas ............................................................................176
11.5.7. Prevenção ..........................................................................................177
11.6. Síndrome da Vaca gorda................................................................................178
11.7. Toxemia da Prenhez em Ovelhas ..................................................................179
11.8. Acidose...........................................................................................................180
11.8.1. Introdução ...........................................................................................180
11.8.2. Etiologia ..............................................................................................180
12. NUTRIÇÃO E FERTILIDADE .................................................................................185
13. NUTRIÇÃO E REPRODUÇÃO...............................................................................189
14. NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO ..............................................................................191
14.1. Introdução ......................................................................................................191
14.2. Bases do Crescimento ...................................................................................191
14.3. Componentes Fisiológicos da Nutrição do Crescimento Animal ....................192
14.4. Fatores de Manejo Afetando a Nutrição em Crescimento Animal ..................192
14.5. Eficiência Nutricional no Crescimento de tecidos ...........................................193
14.6. Nutrição por fases de desenvolvimento do Crescimento ................................194
14.6.1. Nutrição e crescimento fetal ................................................................194
14.6.2. Crescimento: nascimento ao desmame ..............................................194
14.6.3. Desmame à idade de um ano ou puberdade ......................................196
14.6.4. Fase de terminação ............................................................................197
15. LITERATURA CONSULTADA ...............................................................................199
1
INTRODUÇÃO
suas funções biológicas. Apesar deste serem de uma imensa importância preditiva,
não estão livres de riscos. Os modelos devem fornecer uma explicação físico-química
dos eventos e funções.
O progresso de qualquer ciência, ultimamente, depende do teste de hipóteses.
Muito freqüentemente, delineamentos estatísticos vêm sendo aplicados no campo da
nutrição animal, sem uma visão clara das idéias que estão sendo testadas, sendo que,
usualmente, somente uma hipótese é oferecida. Ora, sem uma interpretação
alternativa não pode haver progresso. Por exemplo, não se pode satisfazer apenas
com uma alta correlação e uma equação de regressão, para se predizer a
digestibilidade das forragens, deve-se também questionar e compreender como cada
componente afeta a digestibilidade.
Do ponto de vista histórico, parece que velhas idéias e métodos ‘sobrevivem” na
área de nutrição, alguns velhos conflitos permanecem sem solução, não havendo um
ponto máximo de progressos. Os nutricionistas não têm sido bons historiadores,
havendo também uma grande tendência em aceitar a palavra impressa como fato, um
dado publicado como um senso comum ou uma hipótese especulatória como uma
teoria correta, ignorando-se alternativas.
O progresso científico ocorre através de novas observações. Nesta dimensão a
nutrição de ruminantes certamente tem um futuro brilhante. A aplicação de técnicas de
fermentação ruminal e o conhecimento do papel da fibra na dieta podem se estender a
todo o campo da nutrição, assim como à medicina. Já a nutrição comparativa dos
vários ruminantes selvagens e herbívoros não-ruminantes permanece um campo
aberto. Entretanto, a compreensão do papel da fibra na dieta humana pode ser a mais
intrigante das questões.
Alguns passos foram importantes no desenvolvimento da nutrição dos ruminantes,
como pode ser visto no quadro 1 e na figura 1.
utilizados a 30 anos.
2
MICROBIOLOGIA DO RÚMEN
E INTESTINO
2.1. INTRODUÇÃO
A – Bactéria Celulolíticas
Estas bactérias têm a habilidade bioquímica de produzir a enzima extracelular,
celulase (que atualmente acredita-se tratar de um complexo de diversas enzimas com
funções específicas no metabolismo de degradação da celulose até glucose),
apresentando também a habilidade de utilizar a celobiose, que estão presentes em
grande número no rúmen, principalmente quando a dieta é rica em forragens. As
principais espécies são:
Bacterioides succinogenes
Ruminicoccus flaverfaciens
Ruminococcus albus
Butyrivibrio fibrisolvens
Eubacterium cellulosolvens (em certas condições)
Clostridium lochheadii (de menor importância)
B – Bactérias hemicelulolíticas
Grande parte das bactérias celulolíticas também é capaz de atuar na degradação
da molécula de hemicelulodse. As bactérias hemicelulolíticas também são capazes de
degradar pectinas (daí, serem classificadas também como bactérias hemicelulolíticas e
pectinolíticas). As principais espécies são:
Butyrivibrio fibrisolvens
Bacterioides ruminicola
Ruminococcus sp.
lachnospira multiparus (principalmente pectinas)
Succinivibrio dextrinosolvens
Treponema sp.
Streptococcus bovis
C – Bactérias Amilolíticas
Estas bactérias são as responsáveis pela degradação do amido, presente em
grande quantidade, quando se usa ração rica em grãos como milho e sorgo. Certas
espécies de bactérias celulolíticas podem também atuar na degradação do amido,
como B. succinogenes. A degradação do amido se dá pela enzima amiliase,
extracelular, sintetizada pelas bactérias, podendo variar de acordo com a espécie e
condições do meio (pH, crescimento microbiano, etc.). As principais espécies são:
Bacterioides amylophilus
Streptococcus bovis
Succininimonas amylolytica
bacterioides ruminicola
Succinivibrio dextrinosolvens (principalmente dextrina)
Microbiologia do Rúmen e Intestino 17
F – Bactérias Proteolíticas
Muitas das bactérias presentes no rúmen são capazes de degradar proteína.
Existem, no entanto, bactérias essencialmente proteolíticas, que utilizam aminoácidos
como fonte de energia primária. As principais espécies são:
Bacteroides amylophilus
Baterioides ruminicola
Butyrivibrio fibrisolvens (alguma linhagens)
Streptococcus bovis (algumas linhagens)
Selenomonas ruminantium
Butyrivibrio spp. (algumas linhagens)
I – Bactérias Lipolíticas
São bactérias com habilidade de sintetizar lipases (ezima extracelularnormalmente
ligada a membrana celular) que atuam na hidrólise de triglicerídeos, fosfolipédeos e
galactolipídeos. Estas bactérias também são responsáveis pela hidrogenação de ácidos
graxos de cadeia longa e insaturada. As principais espécies são:
Anaerovibrio lipolytica
Butyrivibrio sp.
Butyrivibrio fibrisolvens
Treponema bryantii
Eubacterium spp.
Fusocillus spp.
Micrococcus sp.
Ruminococcus albus
B. succinogenenens + + - - - - ++ - usa - -
R. flavefaciens -+ + - - - +- ++ +- usa +- -
R. albus + + - - - +- ++ + + + -
B. amylophylus + + + - - - ++ + usa - -
S. amylolytica - + + - - - ++ - usa - -
V. alcalescens - + + - - - - - + + -
A. lipolytica - + ++ - - - + - - - -
P. elsdenil - + + + + - - - + + -
C. lochheadil + + - + - +- - + + + -
C. longisporum + + - - - +- - + + +- -
L. multiparos ++ + - - - + - + + + -
C. Cellulosolvens +- +- - - - ++ ++ - - + -
B. fibrosolvens ++ + - + - + - + + + -
B. alactacidigens + + - ++ - - - - - + -
B. ruminicola + + - - - - ++ - usa - -
S. ruminiantium +- + ++ +- - +- +- - - - -
S. lactilytica - ++ + - - +- +- - - - -
S. dextrinosolvens + ++ - - - +- ++ - usa - -
S. bovis +- +- - - - +++ - +- +- - -
E. ruminantium + + - + - + - - + - -
OBSERVAÇÃO: Fo – formato, Ac – acetato, Pr – propiônico, Bu – butirato, ACL – ácido de
cadeia longa, La – lactato, Su – succinato, Et – etanol, CO2 – dióxido de carbono, H2 –
hidrogênio, CHe – metano.
Microbiologia do Rúmen e Intestino 20
Continua...
Microbiologia do Rúmen e Intestino 21
...continuação
a) B. succigenes g) B. Fibrisolvens
b) S. dextriosolvens h) B. fibrisolvens
c) B. amylophylus i) B. ruminicola
d) S. ruminantium j) T. bryantii
e) R. Flavefaciens k) R. Albus
f) M. elsdeni l) S. bovis
Microbiologia do Rúmen e Intestino 22
Classificação do Protozoários
A classificação dos protozoários do rúmen, adotada pela maioria dos
pesquisadores, é baseada na morfologia da célula. Normalmente, os protozoários
encontrados no rúmen são da classe dos Ciliados, dividindo-se nas sub-classes
Isotricha (ou Holotricha , na qual os gêneros Isotricha e Dasytricha prevalecem em
maior quantidade no rúmen) e Pirotricha (onde os gêneros Entodinium e Diplodinium
prevalecem).
Os ciliados são microorganismos bastantes versáteis, e apresentam uma
habilidade muito grande na degradação e fermentação de um grande número de
substratos, como celulose, hemicelulose, pectinas, amido, açúcar solúveis e lipídeos.
Todos os protozoários armazenam uma grande quantidade de amido, que é usado
Microbiologia do Rúmen e Intestino 23
Isotricha
Intestinais Amido, Glu, Pec, Sacarose Ac, Pr, Bu, La, H2, Lip
Prostoma Amido, Glu, Pec, Sacarose Ac, Pr, Bu, La, H2, CO2, Lip
Dasytricha
ruminantium Amido,Maltose, Glu, Cel Ac, Bu, H2, CO2, Lip
Entodinium
bursa Amido, Hemicelulose -
caudatum Amido, Glu, Cel, Maltose Ac, Pr, Bu, H2, CO2, Lip
simplex Amido Lipídeos
Diplodinium
Polyplastron Amido, Glu, Ccelu, Sacarose Ac, Pr, Bu, La, H2, CO2
Diplodinium Amido, Celu, Hemicelulose -
Diploplastron Amido, Celu, Hemicelulose -
Eudiplodinium Amido, Celu, Hemicelulose Ac, Pr, Bu, La, H2, CO2, Fo
Ostracodinium Amido, Celu, Hemicelulose -
Eremoplastron Amido, Celu, Hemicelulose -
Epidinium
escaudatum Amido, Celu, Hemicelulose
Maltose e Sacarose Ac, Pr, Bu, H2, Lip, La, Fo
Ophryoscolex
caudatus Amido, Celu, Hemicelulose Ac, Pr, Bu, H2
Fungos Anaeróbicos
ORPIN, em 1975, foi o primeiro pesquisador a demonstrar que alguns dos
microorganismos encontrados no ecossistema ruminal de carneiros que acreditava-se
serem protozoários flagelados, eram de fato zoosporos de Fungos Phycomycetos
anaeróbicos. A partir destes estudos, algumas pesquisas foram desenvolvidas com
carneiros e bovinos, onde observou-se a presença destes microorganismos. Pouco
ainda se sabe sobre a importância dos fungos no processo fermentativo, mas parece
que eles estão associados com a degradação da fibra no rúmen (principalmente
celulose e xilanas) e estão presentes em grande número quando a dieta é rica em
forragens.
As principais espécies identificadas são:
Neocallimatrix frontalis
Sphaeromonas communis
piromonas communis
Microbiologia do Rúmen e Intestino 27
Mycoplasmas
Em 1966, HUNGATE descreveu um microorganismos anaeróbico obrigatório
encontrado no rúmen que degradava células bacterianas e que mais tarde foi
caracterizado como Mycoplasma, o qual apresentava habilidade também em hidrolizar
caseína. Entretanto, pouco se sabe sobre a importância destes microorganismos no
ecossistema ruminal. Eles são encontrados em números que variam de 10 ^5 a 10 ^7
células por grama de conteúdo ruminal de carneiros e bovinos. Estes mycoplasmas
pertencem ao gênero Anaeroplasma, cocos, com aproximadamente 500nm de
diâmetro, gran negativos e tem habilidades para fermentar amido e produzir enzimas
proteolíticas e bacteriolíticas.
As principais espécies identificadas são:
Anaeroplasma abactoclasticum
Anaeroplasma bactoclasticum
AGV
Bactéria CO2 Ac. NH3 AAS Vitaminas
(C4-C5)
Microbiologia do Rúmen e Intestino 31
Obs.: AGV C4-C5: ácidos graxos voláteis de 4 a 5 carbonos. Co2: dióxido de carbono; Ac:
acetato; NH3: amônia; AAS: aminnoacidos; met: metionina; arg.: arginina; E; essencial; + índice
grau de estimulação e – indica não estimulação.
Microbiologia do Rúmen e Intestino 32
QUADRO 09.
PRODUTO DE FERMENTAÇÃO NÚMERO DE ESPÉCIES QUE PRODUZEM
Fórmico 16
Acetato 21
Propionato 6
Buritato 7
Lactato 13
Succinato 12
Etanol 8
CO2 9
Hidrogênio 10
Metano 1
H2S 9
Acético 84 8 8
Propiônico 7 89 4
Butírico 21 3 76
transferem elétrons para dióxido de carbono (CO2), produzindo formato. Ainda não
estão devidamente esclarecidos os passos da transferência de elétrons.
Existem dois sistemas importantes para a produção de acetato e de formato:
COASH, ADT
Piruvato PO 4 formato Acetil PO4
Mn , Fe
Acetoquiase
Acetil - PO 4 ATP Acetado
Sistema Clostrídia
Neste sistema há a necessidade de COASH, ADT e Fe++ e baseia-se na
descarboxilação oxidativa do ácido pirúvico, formando Acetil fosfato, CO2 e H2. É
característico de Clostridium butiricum e do Peptostreptococcus elsdinii.
PO 4, ADT
Piruvato COASH FD CO 2 Acetil CoA FDH 2
Fe
Fosfotrans
acetilase
Acetil CoA PO 4 Acetil PO4 COASH
Acetoquinase
Acetil PO 4 ADP ATP Acetato
Sistema hidrogenólise
Este sistema, é composto de desidrogenase fórmica, desidrogenase e de um (ou
mais) carregador de elétrons não identificado, que serve de agente transportador, que
não parece ser a ferrodoxina.
Desidrogenase
formato FD CO 2 FDH2
fórmica
DPN FD + DPNH
FDH2
hidrogenase FD + H2
3.2.2. Butirato
A síntese de butirato pode ocorrer no rúmen, a partir do acetato ou de compostos
que produzem acetil-CoA, como o piruvato e o glutamato.
Duas rotas para a síntese de butirato têm sido descritas. A rota mais importante é
a de reversão da -oxidação, que envolve a formação de acetoacetil-CoA a partir de
acetil-CoA. Outra rota seria a combinação do malonil-CoA com o acetil-CoA produzindo
o acetoacil-CoA, que é então reduzido via crotonil-CoA para butirato, sendo que nesta
via são necessários 2 moles de ATP para a formação de 1 mol de butirato a partir de
moles de acetato, enquanto que na reversão da -oxidação é necessário apenas 1 mol
de ATP.
Fermentação Ruminal 41
3.2.3. Propionato
O propionato pode ser produzido de duas formas: na primeira ele é produzido do
piruvato pela via do ácido descarboxílico, envolvendo 3 enzimas, que podem catalisar
esta conversão.
Fosfoenol piruvato carboxiquinase, que converte PEP + ADP ou GDP + CO2
para oxalacetato + ATP ou GTP.
Piruvato carboxilase, que converte piruvato + CO2 para oxalacetato + ADP.
Metilmalonil CoA carboxitransferase, que é requerida para a conversão de
succinato para propionato.
Acetato Acetato
ação da enzima Acetil CoA
Acetil CoA
sintetase (altamente ativa no ruminante)
Fermentação Ruminal 45
Plasma Citoplasma
Meq./1 meg/min/kg0,75
Suíno (alimentado) 0,42 11,8
Suíno (jejum) 0,37 8,7
Ave (alimentada) 0,51 7,0
Ave (jejum) 0,42 5,2
Cabra em lactação (alimentada) 1,60 15,8
Carneiro em lactação (jejum) 0,33 3,8
Carneiro (alimentado) 1,00 10,8
Carneiro (jejum) 0,55 5,8
Vaca seca 1,08 9,6
Vaca em lactação 1,07 9,8
PM = 4,012 CD + 17,68
Onde: PM – quantidade de metano produzida, em gramas
CD – centenas de gramas de carboidratos digeridos
4.1. INTRODUÇÃO
4.2.3. PENTOSONAS
Carboidratos na Nutrição de Ruminantes 54
Esquema:
4.2.4. CELULOSE
Carboidratos na Nutrição de Ruminantes 55
4.3.1. Introdução
O teor de fibra tem sido utilizado como índice negativo de qualidade, uma vez que
representa a fração menos digestível dos alimento. A fração fibrosa dilui a energia do
alimento e reduz o consumo voluntário, pelo efeito do enchimento do rúmen e pela
saturação da capacidade de ruminação do animal. Por outro lado, a fibra é requerida
para o funcionamento e metabolismo normal do rúmen e por isso, a qualidade da fibra
torna-se um fator muito importante na dieta dos ruminantes, particularmente de vacas
em lactação.
que possa predizer com exatidão a qualidade da fibra e dos valores de energia para
todos alimentos. O conteúdo de FDN é negativamente relacionado com a ingestão de
MS e a digestibilidade aparente das forragens é positivamente correlacionada com o
tempo de ruminação. Enquanto isto, a FDA ;é mais negativamente correlacionada com
a digestibilidade do que a FDN. A densidade dos alimentos grosseiros e a FDN são
positivamente correlacionados, o que deve explicar a relação negativa entre a ingestão
de MS e o conteúdo de FDN na dieta. Alguns autores citam percentagens maiores de
FDA e FDN para alcançar altas produções de leite com 4% de gordura, sendo que um
mínimo de 21% de produções de FDA e 28% de FDN são recomendados para vacas
durante as 3 primeiras semanas de lactação. Em épocas de grande produção leiteira,
pode-se reduzir estes níveis para 19 e 25% respectivamente, e então níveis adequados
de energia podem ser incluídos para atender aos requerimentos das vacas. Os níveis
de FDA e FDN podem ser aumentados aos requerimentos das vacas. Os níveis de
FDA e FDN podem ser aumentados no fim da lactação para prevenir a diminuição de
gordura no leite e porque menos energia é requerida para a produção de leite.
Pelos efeitos sobre o consumo, ruminação, depressão da digestibilidade,
capacidade tampão e funcionamento normal do rúmen, é de se esperar que o
requerimento de fibra do ruminante seja expresso em FDN e não em FDA ou fibra
bruta.
QUADRO 22: Composição das dietas, consumo de MS total e leite corrigido para
4% de gordura, para as relações volumoso: concentrado de máxima
produção.
VOLUMOSO
FENO / ALFAFA SILAGEM DE MILHO FENO / BERMUDA
FDN(%) 46 55 70
Volumoso 36 36 36
Dieta Total 20 15 12
FB (% dieta) 26 19 15
FDN (%dieta) 65 72 71
NDT (% dieta) 24 20 19
Consumo de MS (Kg/dia) 30 45 60
Concentrado (% dieta) 23 20 18
Leite 4% gord. (Kg/dia)
FIGURA 14: Esquema dos principais carboidratos das plantas para unidade 3C,
no rúmen.
5
COMPOSTOS QUE INFLUENCIAM
NA DEGRADAÇÃO RUMINAL
5.1. INTRODUÇÃO
5.2. LIGNINA
nutrientes dentro das células da parede lignificada. Entretanto, a teoria poderia ainda
propor uma explanação do efeito da lignina sobre os carboidratos da parede celular
através de considerações adequadas sobre as teorias alternativas. A incrustação tem
sido aceita por um aumento observado na digestibilidade “in vitro’, entretanto, tais
aumentos poderiam também ser devido à quebra para recuperar a digestibilidade de
partículas finas sobre filtração ou, alternativamente, para despolimerização da celulose.
O efeito da lignificação sobre a digestibilidade da parede celular explica
quantitativamente a influência do total de lignina sobre a digestibilidade da matéria
seca. Consequentemente, muitas variações taxonômicas devido à relação quantitativa
entre a lignina e a digestibilidade podem ser explicadas pelo conteúdo da parede
celular. O amplo contraste existente entre gramíneas e leguminosas é devido, em
grande parte, ao mais baixo conteúdo celular e mais alta lignificação das leguminosas.
Entre as teorias alternativas para explicar a influência da lignificação sobre a
parede celular inclui a inibição de enzimas e a ligação da lignina ao carboidrato. A
inibição bioquímica, normalmente, é o meio da reação competitiva do inibidor com a
enzima. O inibidor é normalmente considerado específico para limitar enzima. O
problema dos inibidores polifenólicos é que enquanto eles podem reagir com a enzima
eles também podem, indiscriminadamente, precipitar proteínas, como é particularmente
o caso dos taninos. Eles podem também reagir com o substrato.
Inibidores enzimáticos têm sido demonstrados por frações polifenólicas em
leguminosas tropicais e em plantas silvestres, mas geralmente, não são demonstrados
em forrageiras domésticas. A questão se a verdadeira lignina age como um inibidor,
depende do isolamento de uma lignina, não degradada suficientemente e possuindo
atividade anticelulose. A maioria da lignina isolada que tem sido adicionada à dietas,
tem sido severamente degradada e parece ser nutricionalmente inerte; entretanto, não
esclarece o papel da lignina no tecido de plantas nativas. Um mecanismo alternativo é
a presença de ligações de lignina-carboidrato resistente a enzimas celulolíticas que é
particularmente aceita pela evidência obtida em palha tratada com álcali (as ligações de
ésteres entre a lignina e o carboidrato são facilmente quebradas pelo álcali). O
tratamento empalhas de gramíneas aumentou consideravelmente a digestibiliade sem
alteração do conteúdo de lignina. Ultimamente, a lignina é associada a resíduos
indigestíveis, sendo que a razão de lignina em relação ao carboidrato parece ser da
ordem de 1:1,4. Então, a lignina pode ser vista, e pesquisas como um fator limitante da
digestão, mas não possui efeito sobre a disponibilidade dos carboidratos dentro ou fora
da parede celular.
A indigestibilidade dos carboidratos está provavelmente associada com a lignina
em vários caminhos. A ligação éster é facilmente quebrada com álcali e é característico
das gramíneas. A parede celular das leguminosas mostra um pequeno aumento na
digestibilidade quando tratadas com álcali e podem conter ligações éter resistente ao
álcali.
Compostos que Influenciam na Degradação Ruminal 66
5.3. FLAVONÓIDES
5.5. TANINO
Leguminosas que não causam timpanismo, contém tanino que interage com as
proteínas solúveis liberadas pela maceração da forragem e inibem a formação de
espuma e gases de certas condições de pH.
Compostos que Influenciam na Degradação Ruminal 69
5.6. GOSSIPOL
6.1. INTRODUÇÃO
Silagem de Alfafa 77
Cevada 73
Caseína 81
Farelo de coco 37
Milho, pão 48
Glúten de milho 75
Silagem de milho 69
Farelo de algodão 57
Farinha de Peixe 40
Gramíneas 60
Silagem de gramíneas 71
Farinha de carne e osso 51
Farinha de carne 23
Farelo de amendoim 75
Grão de sorgo 46
Farelo de soja 65
Grão de soja, moído 74
do trato total baixa. Muitas das fontes protéicas naturalmente resistentes à proteólise,
como os subprodutos de destilaria, proteínas tratadas quimicamente e materiais
avariados pelo calor, contêm quantias altas de N digestíveis. Se a proteína escapa da
digestão ruminal, menos amônia se torna disponível no rúmen, o que pode resultar na
deficiência amoniacal para os microorganismos. Assim, com proteínas da dieta
degradadas lentamente, NNP adicional pode ser necessário para atender as exigências
microbianas.
Apesar de muitas bactérias gram-positivas produzem protease extracelulares, as
bactérias gram-negativas parecem ser mais ativamente proteolíticas. Bacterioides
ruminicolo é freqüentemente implicada na hidrólise protéica. A maior parte dos
aminoácidos é absorvido por este organismo como peptídeos, não como aminoácidos
livres, que são hidrolisados intracelularmente a aminoácidos. As proteases são
liberadas no meio ruminal com a lise das células microbianas.
Uréia
A uréia apresenta-se como a fonte de NNP efetivamente utilizada na nutrição de
ruminantes, devido as suas propriedades físico-químicas e pelo aspecto econômico. O
denominador comum na utilização da uréia para ruminantes é a amônia, uma vez que
após a ingestão, toda a uréia é rapidamente degrada, produzindo NH3 e CO2, conforme
o seguinte esquema:
URÉIA urease
microbiana
NH 3 CO 2
Fermentaçã o
CARBOIDRAT OS Cetoácido AGV
Energia
1 NH3 + CETOÁCIDO Aminoácido microbiano
Digestão
2 PROT. MICROBIANA Aminoácidos
livres
Química
Absorção
3 AMINOÁCIDOS LIVRES Proteína animal
39ºC.
pH – ativa na faixa de 7,0 a 9,0 sendo ótimo a pH 8,5 e inativa abaixo de 3,5 e
acima de 9,5.
inibidores químicos – agentes químicos como o ácido acetohidroxâmico,
possíveis de serem utilizados como redutores de atividade da urease.
1 – Biureto
É uma amida, resultante da condensação de duas moléculas de uréia em
condições de temperatura e pressão. Sendo menos solúvel que a uréia, apresenta
menor velocidade de hodrólise no rúmen, seno portanto, menos tóxico. Esta menor
velocidade de hidrólise é devida à menor solubilidade e a mais baixa atividade da
biuretase.
A biuretase, enzima responsável pela hidrólise, apresenta baixa atividade por ser
enzima induzida, só atingindo o pico de atividade após a adaptação dos animais, e
requerendo pH = 7. Este período de adaptação, parece atuar na hidrólise, sendo a
uréia um composto intermediário, conforme a reação:
O H O biuretase
NH2 – C – N – C – NH2 NH3 + CO2 + CH4
urease H2O
(BIURETO)
3 – Creatina
É metabolizada pelas bactérias do rúmen coma produção de amônia, conforme o
esquema:
Creatinase
Creatina Uréia + Sarcosina*
Urease
5 – Amirea
Pesquisadores da Universidade de Kansas – EUA, apresentaram a teoria de que a
velocidade de liberação de energia pelo amido conduzido acompanha mais
paralelamente a velocidade de liberação de amônia pela uréia, o que permite aos
microorganismos do rúmen um aumento na eficiência de aproveitamento da amônia.
Com base nesta teoria, desenvolveram a “Starea”, a qual foi testada e provada, sendo
hoje um produto comercial, exportado para os países do mercado comum Europeu.
Através de adaptações foi desenvolvido no Departamento de Zootecnia da Escola
Metabolismo dos Compostos Nitrogenados nos Ruminantes 84
Recentes estudos indicam que a PBM tem alta qualidade, mas não ideal pelo valor
biológico (VB). O VB da PBM foi estimado entre 66 a 87 comparado com um valor ideal
de 100. O VB, digestibilidade, real e utilização líquida protéica (VLP) da proteína (6,25
N) foram de 66 – 87, 74 – 79 a 63 para bactérias ruminantes e 82, 87 – 91 e 71 para
os protozoários. Tanto a digestibiliade, quanto a utilização líquida protéica (VB x
digestibilidade) são maiores para os protozoários que para bactérias. Considerando
que os aminoácidos perfazem aproximadamente 80% da PBM, valores de VB e PBM
sugerem que o VB das proteínas presentes na PBM é aproximadamente 100. As
proteínas microbianas tendem a Ter um teor alto de lisina e reonina, e baixo de
metionina relativo aos requerimentos dos animais para manutenção e crescimento. A
dieta parece não Ter uma maior influência no VB da proteína de origem microbiana,
mas a proteína alimentar que escapa da digestão ruminal dilui a proteína bruta
microbiana e portanto altera a composição da proteína que chega ao intestino delgado.
A quantidade e qualidade desta proteína sofrem ação dos efeitos combinados da
degradação em síntese no rúmen.
Quando o nível protéico está baixo de 13 – 15%, a proteína bruta produzida no
rúmen geralmente excede a quantidade ingerida na dieta, enquanto que acima desse
ponto, o N da dieta excede o N protéico que sai do rúmen. A diferença entre entrada e
saída representa o balanço líquido entre absorção de amônia e reciclagem de N. O N
reciclado entra no rúmen ou pela saliva ou pela difusão da corrente sangüínea
diretamente para a parede ruminal. Assim, os ruminantes podem sobreviver sem os
aminoácidos essenciais na dieta já que os microorganismos os sintetizam no rúmen.
Entretanto, essa síntese não suficiente para cobrir as exigências para um rápido
crescimento e alta produção dos ruminantes domésticos. O nível de desempenho pode
ser incrementado, pela adição pós-ruminal de aminoácidos essenciais.
INSATURADO
Palmitoléico 8 2 1 1 1
Oléico 9 3 3 25 46
Linoléico 8 13 24 57 42
Linolênico 59 61 31 3 ---
Existe o metabolismo microbiano dos lipídeos dos alimentos e uma nova síntese
pelos micróbios de seus próprios lipídeos. Os organismos do rúmen são limitados em
suas habilidades para utilizarem substâncias altamente redutoras com uma fonte de
energia, e o uso de ácidos graxos é restrito para a incorporação celular e
propósitos sintéticos.
O metabolismo microbiano dos galactolipídeos e triglicerídeos começam com suas
hidrólises, as porções do glicerol e galactose existentes são rapidamente fermentadas
para ácidos graxos voláteis. Hidrólises no rúmen se processam rapidamente após a
ingestão, e a acumulação de fosfolipídeos é indicativo da síntese microbiana. A
hidrogenação e metabolismo de ácidos graxos insaturados são comandados por certos
tipos de bactérias do rúmen. A posição das duplas ligações é alterada e geralmente os
ácidos são convertidos para a forma mais estável (trans). desde que os ácidos “trans”
são hidrogenados com grande dificuldade, existe uma maior acumulação na forma
“trans” do que “cis”. Ácidos insaturados “trans” tem alto ponto de fusão em relação à
Lipídeos na Nutrição de Ruminantes 96
FIGURA 16: Efeito do ácido graxo do óleo de linhaça sobre a produção de metano
“in vivo. (CZERKAWSKY, 1973).
QUADRO 29: Alterações nos ácidos graxos durante a fermentação ruminal (%).
ÓLEO DE LINHAÇA
ÁCIDOS GRAXOS
ANTES DA FERMENTAÇÃO APÓS A FERMENTAÇÃO
Cadeias menores C16 --- 5,0
C16:0 5,6 13,8
C18:0 5,8 31,7
C18:1 21,6 30,2
C18:2 12,5 14,2
C18:3 54,6 5,1
Lipídeos na Nutrição de Ruminantes 97
7.10. LIPOGÊNESE
8.1. INTRODUÇÃO
BOVINOS OVINOS
Alumínio (ppm) 1.000 1.000
Arsênio (ppm)
Inorgânico Arsênio (ppm) 50 50
Orgânico 100 100
Bário (20) (20)
Bismuto (ppm) (400) (400)
Boro (ppm) 150 (150)
Bromo (ppm) 200 (200)
Cádmio (ppm) 0,5 0,5
Cálcio % 2 2
Chumbo (ppm) 30 30
Cloreto de sódio % 4 –9 9
Cromo (ppm)
Cloreto (1000) (1000)
Óxido (3000) (3000)
Cobalto (ppm) 10 10
Cobre (ppm) 100 25
Enxofre % (0,4) (0,4)
Estrôncio (ppm) 2000 (2000)
Ferro (ppm) 1000 500
Flúor(ppm) 40 – 100 60 – 150
Fósforo % 1 0,6
Iodo (ppm) 50 50
Magnésio % 0,5 0,5
Manganês (ppm) 1000 1000
Mercúrio (ppm) 2 2
Molibdênio (ppm) 10 10
Níquel (ppm) 50 50
Potássio% 3 3
Selênio (ppm) (2) (2)
Silício % (0,2) (0,2)
Tungstênio (ppm) (20) (20)
Vanádio (ppm) 50 50
Zinco (ppm) 5 500 500
Obs.: os níveis mostrados no quadro foram obtidos a partir de dados de toxidade. Números
entre parênteses foram obtidos por extrapolação. Alumínio, como sais solúveis de alta
disponibilidade. Altos níveis de formas menos solúveis, encontrados em substâncias naturais
podem ser tolerados. os níveis de cádmio foram baseados em alimentos para alimentação
humana.
8.3. MACROMINERAIS
8.3.1. Cálcio
O cálcio é o mais abundante mineral no organismo. cerca de 98% de cálcio do
organismo está no esqueleto e dentes, e representa perto de 2% do peso corporal do
animal. O restante está amplamente distribuído nos tecidos moles e fluidos
extracelulares. Os animais necessitam de cálcio para formação de ossos e dentes,
transmissão de impulsos nervosos, contração muscular, regulação cardíaca,
coagulação sangüínea, e ativação e estabilização de enzimas. Favoravelmente os
ossos servem como uma fonte de reserva de cálcio para trocas como o tecido mole.
Absorção óssea, reabsorção e trocas são fenômenos contínuos. A adição é maior que
a reabsorção em ruminantes jovens (indicando um balanço positivo), ao passo que em
animais adultos, o balanço está equilibrado. A reabsorção pode ser maior que adição
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 110
(o animal está com balanço de ácido negativo) na lactação precoce, quando o cálcio
produzido no leite é maior que o cálcio que entra através da absorção o quando o cálcio
ingerido é insuficiente. A entrada de cálcio para o plasma se dá pela absorção do trato
digestivo e reabsorção dos ossos, sendo que o provimento de cálcio inclui deposição no
tecido (principal mente ósseo), secreção no leite, e excreção através das fezes, urina e
suor. A principal rota de excreção de cálcio é através das fezes; perdas de cálcio
urinário são mínimas, por causa da reabsorção do elemento pelo rim. A regulação da
concentração de cálcio, pelos vários mecanismos homeostáticos ao plasma e a
concentração intracelular, reflete a essencialidade do mineral. A manutenção da
concentração do cálcio no plasma é primariamente a função de hormônios cálcio-
reguladores e seus tecidos alvo. Os hormônios reguladores importantes são os
hormônios paratireóides, a calcitonina e a vitamina D metabólica, particularmente 1,25 –
dihidroxi – vitamina D. Os principais órgãos alvos que respondem por um ou mais
destes hormônios são os rins, intestino e esqueleto. O intestino é o de maior
importância, porque este órgão absorve cálcio para o organismo das fontes externa. A
eficiente absorção do intestino traduz os níveis de cálcio e fósforo do animal.
O mecanismo de transporte intestinal de cálcio é largamente desconhecido,
embora compreenda-se que a absorção de cálcio ocorre principalmente no duodeno e
jejuno. Vitamina D é requerida para manter em atividade o mecanismo de transporte;
contudo, absorção também ocorre pela difusão positiva de íons. A quantidade de cálcio
que é absorvida e desta forma fica disponível para o animal está relacionada com a
ingestão de cálcio pelo animal, seu nível de cálcio e idade, quantidade requerida de
cálcio, fonte e fórmula química do cálcio e a inter-relação com outros minerais.
Com o aumento da idade dos bovinos, a absorção verdadeira de cálcio diminui de
98% no bezerros, que se alimentam de leite, para 22% no animais velhos. Através de
uma série de experimentos de digestão, pesquisadores mostraram que a
disponibilidade do cálcio de fontes suplementares comuns variam de 45 a 68% no
bovino jovem e de 37 a 55% no bovino adulto.
A interação do cálcio com os outros minerais e com nutrientes não minerais
sugerem que tanto deficiência como excesso devem ser evitados. os efeitos de
variações nos níveis de cálcio e fósforo tem sido muito enfatizados. Vários estudos têm
mostrado que níveis dietéticos de cálcio e fósforo entre 1:1 e 7:1 resultam
aproximadamente igual performance, fornecendo ao animal ingestões de fósforo
satisfatórios aos seus requerimentos. Vacas em lactação absorvem 1,71 g de cálcio
para cada 1 g de fósforo. Dietas altas em gordura aumentam perdas de cálcio nas
fezes, através da formação de sabão e desta forma aumentam os requerimentos
dietéticos.
A deficiência de cálcio no animais jovens, impede o crescimento normal dos ossos
e geralmente atrasa seu crescimento e desenvolvimento, já o raquitismo pode ser
causado por deficiência de cálcio, fósforo e vitamina D. A deficiência de cálcio é
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 111
caracterizada pela calcificação indevida da matriz orgânica dos ossos, a qual resulta em
impotência, ossos moles que faltam densidade. Sintomas de raquitismo incluem
inchação, articulações sensíveis, extremidades ósseas enlarquecidas, dorso arqueado,
rigidez das pernas e o desenvolvimento de rosário nas costelas. Ossos com baixos
níveis de cálcio e fósforo estão sujeitos à fraturas espontâneas.
Desmineralização dos ossos de animais velhos pode conduzir osteomalácia. esta
condição é caracterizada pela impotência, ossos frágeis que podem quebrar quando em
esforço. Dieta alimentar baixa em cálcio para vacas em lactação por um longo período,
pode causar a diminuição de cálcio e fósforo nos ossos, resultando na fragilidade,
ossos fraturados facilmente e reduzidas produções de leite, não reduzindo a
concentração de cálcio no leite.
As equações para calcular o requerimento de cálcio para crescimento de novilhas
são as seguintes;
Peso vivo 90 a 250 Kg; Ca (g/dia)
= 8,0 + 0,0367 PV + 0,00848 GPV;
Peso vivo 250 a 400 Kg: Ca (g/dia)
= 13,4 + 0,0184 PV + 0,00717 GPV
Peso vivo 400 Kg + Ca (g/dia)
=25,4 + 0,00092 Pv + 0,00361 GPV
Onde: PV é o peso vivo (Kg)
GPV é ganho de peso vivo diário (g/dia)
A necessidade de cálcio extra para mantença nos dois últimos meses de gestação
de vacas adultas secas são as seguintes:
Ca(dia) = (0,0154 PV + 0,0078G) / 0,38
Onde: G ‘e o ganho equivalente a 1,23 PV (g/dia)
8.3.2. Fósforo
O fósforo é da maior importância na formulação de dietas para ruminantes.
Aproximadamente 86% do fósforo no bovino é encontrado do esqueleto e dentes; o
restante é contido nos tecidos moles. O plasma sangüíneo de um animal com 600 Kg
contém cerca de 1,1,g de fósforo total e varia na concentração de 4 – 8 mg de
fósforo/dl. Eritrócitos contém mais fósforo do que o plasma,; desta forma o conteúdo
total do sangue contém de 6 a 8 vezes mais fósforo do que o plasma. Existe cerca de
1g de fósforo em 1 Kg de leite, consequentemente, o fornecimento de fósforo deve ser
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 113
8.3.3. Sódio
Sódio atua na manutenção do balanço dos fluidos corporais, regulação da pressão
osmótica e balanço ácido-básico. Uma suplementação é requerida para o ajuste da
glicose, e para o ajuste da glicose, e para o transporte de aminoácidos e é um fator
controlador na transmissão nervosa. Foi estabelecido que quando vacas de elite são
alimentadas com uma dieta que é severamente deficiente em sódio, elas podem
apresentar uma intensa avidez por sal, manifestada pela lambição e mastigação de
vários objetos durante 2 a 3 semanas. Outros sinais podem não desenvolver por vários
meses (o tempo é relacionado pelos níveis de produção de leite), estes incluem uma
diminuição, ou perda do apetite, aparência eliminação , ou perda do apetite, aparência
feroz, olhos opacos, pelos ásperos, diminuição da produção de leite de rápida perda de
peso (ou, no crescimento dos animais, redução de ganhos). Sinais mais pronunciados
de deficiência de sódio, incluem tremores, incoordenação, debilidade e arritmia
cardíaca, a qual pode causar a morte. com adequada suplementação de sal, as vacas
podem recuperar-se completamente e rapidamente.
A grande demora no desenvolvimento da maioria dos sintomas de deficiência de
sódio se dá pela notável habilidade do bovino em conservar sódio . Quando a
alimentação é pobre de sódio, as vacas reduzem perdas de sódio na urina, suor e fezes
a níveis mais baixos, como também o sódio na saliva, aumentado o nível de potássio
antes que a maior parte dos sintomas clínicos aparecerem.
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 116
8.3.4. Cloro
O cloro é geralmente associado com sódio, e o requerimento de cloro supões-se
freqüentemente ser satisfeito se o requerimento de sódio é atendido. Quando o sódio é
suplementado na forma de bicarbonato de sódio ou algumas outras fontes de sódio, de
qualquer maneira, pode ser necessário adicionar uma fonte de cloro para atender os
requerimentos de cloro.
O cloro é o maior ânion do fluído extracelular. Ele funciona na manutenção do
balanço ácido-base, na regulação osmótica, no transporte de dióxido de carbono e
oxigênio e é encontrado nas secreções gástricas, sendo importante para digestão,
como resultado do seu papel na formação do ácido clorídrico. O cloro é encontrado
regularmente em altas concentrações no suco pancreático e em outras secreções
intestinais.
A quantidade de cloro contido nos alimentos e é muito variável e é influenciado
pelos seguintes fatores: maturidade da planta, cloro do solo, níveis de oxigênio do solo,
espécie da planta e competição de ânions. Em geral, o conteúdo de cloro dos grãos é
mais baixo do que o nível recomendado para vacas leiteiras; sendo que as forragens
geralmente tem cloro adequada para vacas de leite em lactação. Foi demonstrado que,
vacas alimentadas com dietas com percentagens muito baixas em cloro, primeiramente
desenvolvem hipocloremia sub-clínica, depois alcalose hipoclorêmica metabólica. O
leite contém 0,11% cloro. Demonstrou-se que vacas alimentadas com dietas baixas de
cloro, reduzem o cloro do leite abaixo deste nível.
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 117
8.3.5. Potássio
O potássio é o terceiro mais abundante elemento mineral nos tecidos animais e
tem importância para as seguintes funções: regulador da pressão osmótica e balanço
da água, condução do impulso nervoso, contração muscular, transporte de dióxido de
carbono e oxigênio, balanço ácido básico e reações enzimáticas, sendo o principal
cátion do fluído intracelular.
Os sintomas de deficiência relativamente graves de potássio (0,06 a 0,15% de
potássio na MS da dieta) em vacas em lactação incluem uma acentuada diminuição da
ingestão de alimentos, redução de peso vivo, diminuição da produção do leite, perda do
brilho da pelagem, diminuição da flexibilidade do couro, menores quantidades de
potássio no plasma e o leite e leituras altas de hematócito.
Geralmente, as forragens contém consideravelmente mais potássio do que é
requerido pelo gado leiteiro. O conteúdo de muitos concentrados está baixo do
requerido, desta forma, dietas compostas predominantemente de concentrados, pode
não ser adequada para atender os requerimentos. As concentrações de potássio
diminuem com o avanço da maturidade da forragem e pode ser reduzida pela lixiviação
em áreas úmidas.
Forragens novas e muitos viçosas que estão crescendo em solos altamente
fertilizados (especialmente com potássio) em temperaturas frias, podem ter nível
extremamente alto deste mineral (freqüentemente constituindo 3% na MS). Os níveis
altos de potássio em tal forragem parecem interferir na utilização e metabolismo do
magnésio e são considerados um fator na tetania das pastagens de bovino em
lactação.
Dados de pesquisa indicam que o requerimento mínimo de potássio para vacas de
leite em lactação é aproximadamente 0,8% da dieta MS. O stress, principalmente ao
calor, parece aumentar as necessidades de potássio, o que pode ser explicado pelas
grandes perdas grandes de potássio através do suor.
A secreção de potássio no leite é provavelmente o fator que aumenta o
requerimento do gado em lactação, quando comparado com bezerros e bovinos em
crescimento. O leite possui 0,15% de potássio.
8.3.6. Magnésio
O magnésio age no desenvolvimento do esqueleto comum constituinte dos ossos;
e também é importante na atividade e transmissão neuro-muscular e em muitos
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 118
variação de 7-33%.
O leite contém uma quantidade substancial de magnésio (cerca de 0,015%).
desta forma quando expressados como percentagem da dieta, os requerimentos de
magnésio aumentam com os níveis de produção de leite de vaca.
Os requerimentos de mantença de vacas foi aproximadamente 2,0 a 2,5 g de
magnésio disponível com extra de 0,12 g/Kg de leite produzido.
Aparentemente o bovino tem um bom mecanismo de controle homeostático para
controlar os excessos de magnésio (os excessos são excretados principalmente pela
urina) e relativamente um controle homeostático pobre, contra uma de eficiência; desta
forma, errar “moderadamente” com níveis altos, tem menores conseqüências graves do
que errar por níveis mais baixos.
O requerimento sugerido de magnésio é 0,07 na dieta dos bezerros jovens; se
aumenta para 0,20% na dieta de vacas em lactação alimentadas substancialmente de
concentrados e forragem consideradas sob condições que levam a tetania das
pastagens, e para vacas com lactações prematuras com altas produções, o
requerimento sugerido é 0,25 a 0,30% de magnésio na dieta.
Toxicidade de magnésio não é conhecida coo sendo um problema prático no gado
de leite, contudo níveis máximos toleráveis de 0,4% têm sido estabelecido.
8.3.7. Enxofre
Enxofre é um componente essencial da proteína e de vários outros compostos do
organismo animal e constitui 0,155 do seu tecido. O elemento é um componente do
aminoácido metionina e das B vitaminas tiamina e biotina, e não pode ser sintetizado
pelo tecido animal. O enxofre está presente em muitos outros compostos que são
essenciais para o funcionamento normal dos tecidos. O leite contém 0,03% enxofre,
muito do qual está na forma dos aminoáciods cistina e metionina.
Existe uma relação estrita entre nitrogênio e enxofre na célula animal e na planta.
Alimentos que têm altos níveis de proteína pode freqüentemente ter níveis mais altos de
enxofre. A maioria das dietas que contém níveis requeridos de proteína pode também
fornecer suficientes níveis de enxofre. Na prática alimentar de gado de leite, uma
deficiência de enxofre é mais provável ocorrer, quando considerável quantidade de
nitrogênio não protéico ou silagem de milho são utilizados. O uso da uréia como um
suplemento de nitrogênio não protéico na dieta de ruminantes, tem aumentado as
necessidades de suplementação de enxofre, porque os alimentos ricos em proteínas,
que a uréia substitui, são normalmente fontes de enxofre.
Para uma maior eficiência de utilização de uréia, sugeriu-se uma relação N:S de
!0:1 usando dados obtidos principalmente com carneiros. Contudo, descobriu-se que a
relação N:S de 12:1 foi adequada para manter uma ingestão máxima de alimentos em
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 120
8.4. MICRONUTRIENTES
8.4.1. Cobalto
O cobalto é um mineral essencial na dieta do bovino, porque é necessário para
síntese de vitamina B12 pelos microorganismos gastrointestinais, a qual é usada por
ambos, microorganismos e tecido animal. Cerca de 3% do ingerido de cobalto é
convertido a vitamina B12 , principalmente no rúmen; do total produzido de vitamina,
freqüentemente 1 a 3% é absorvida. A porão final do intestino delgado é o principal
local de absorção. A absorção de cobalto da dieta é variada, mas tem sido estimada
em 20 a 95%. Propôs-se que parte do cobalto é transportado pela mucosa simples
intestinal, junto com o ferro. O cobalto ingerido é excretado principalmente na urina,
com uma quantidade pequena eliminada na bile.
Cerca de 435 do cobalto do corpo é estocado no músculo e aproximadamente
14% no ossos, o restante é distribuído entre outros tecidos. O cobalto armazenado no
tecido, contudo, não passa prontamente ao rúmen para síntese de vitamina |B12. As
células vermelhas do sangue contém maiores concentrações de cobalto do que o
plasma.
Bovinos não armazenam quantidades significativas de cobalto reciclado,
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 121
8.4.2. Cobre
A deficiência de cobre no criatório de bovinos, tornou-se conhecida como o maior
problema de muitas regiões do mundo. A deficiência é resultante de baixos níveis de
cobre ou de influências de outras substancias, especialmente altos níveis de mondênio.
No colostro tem mais cobre que o leite, e a quantidade de cobre no leite diminui
com o tempo de lactação. O leite de vacas carentes em cobre, pode conter menos
cobre, contudo, cobre excessivo na dieta, pode ter pequeno efeito no nível de cobre do
leite de vacas recebendo este elemento adequadamente.
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 122
8.4.3. Iodo
O principal requerimento fisiológico de iodo é para síntese do hormônios pela
glândula tireóide, que regula o nível do metabolismo energético do corpo. O
requerimento dietético é afetado pela eficiência das glândulas tireóides em, reter o iodo
alimentar, a quantidade de iodo reciclado no corpo, e o nível de secreção do iodo pela
tireóide.
O primeiro sintoma de eficiência de iodo é o crescimento da glândula tireóide no
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 123
8.4.4. Ferro
O ferro é um componente essencial da hemoglobina, mioglobina, citocromos e
outros sistema enzimáticos, e está envolvido no transporte de oxigênio para células. A
maior parte do ferro no organismo está na forma de hemoglobina; menores quantidades
estão presentes como ferro armazenamento para proteína, mioglobina e citocromo.
O requerimento de ferro para ruminantes não é bem estabelecido. É geralmente
aceito contudo, que o requerimento de ferro para animais jovens são mais altos do que
par ruminantes adultos e são em torno de 100 ppm. deficiências são mais fáceis de
ocorrer nos animais jovens porque o leite de vaca é baixo em ferro (cerca 10 ppm). A
reserva de ferro, que está principalmente no fígado, é geralmente suficiente para
prevenir graves anemias se o bezerro está recebendo secos durante muitas semanas.
Quando os bezerros recebem uma dieta exclusiva de leite por vários semanas,
eles podem desenvolver anemia por deficiência de ferro, a qual pode afetar a conversão
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 124
alimentar e o crescimento.
Uma concentração de 1.000 ppm parece ser o nível máximo tolerável para
bovinos. A intoxicação ;é caracterizada por diarréia, hipertemia, acidose metabólica,
redução na ingestão de alimentos e ganho diário.
O sulfato de ferro e cloreto de fero são fontes bem utilizadas pelos ruminantes. O
ferro no óxido de ferro é inacessível.
8.4.5. Manganês
Os sintomas gerais de deficiência de manganês incluem: crescimento retardado,
anormalidades ósseas, distúrbios ou paralisação reprodutiva, e anormalidade de recém-
nascido. estes sintomas indicam o rompimento da função do manganês, a qual inclui a
ativação de um número de enzimas, tais como as hidrolases, quinases, descarboxilases
e transferases.
O manganês é encontrado em baixas concentrações nos tecidos, contudo os
órgãos glandulares (fígado, rins, pâncreas e pituitária) exibem as mais altas
concentrações. Deficiência grave de manganês em gado de leite não é problema
comum.
O conteúdo de manganês dos alimentos é muito variável e é influenciado pelos
tipos de solo, pH, fertilização e espécies de plantas. Em geral, forragens contém níveis
mais altos de manganês do que grãos, como o milho, aveia, cevada. Requerimentos
são aumentados pela concentração da dieta de cálcio e fósforo, entretanto a exata
relação da quantidade destes elementos não tem sido bem definida.
No bovino, os requerimentos são mais altos para reprodução e nascimento de
bezerros normais do que para crescimento.
A toxidez nos ruminantes é improvável de ocorrer. A quantidade máxima tolerável
de manganês é de 1.000 ppm em curtos períodos.
8.4.6. Molibdênio
O molibdênio é um indispensável componente da enzima xantina oxidasse, a qual
é encontrada no leite de distribuída amplamente no tecido animal. Consequentemente,
o molibdênio é reconhecido como um elemento essencial para saúde animal.
Entretanto, não tem sido observado deficiência em bovinos. A informação da
disponibilidade em outras espécies, sugerem que o requerimento de molibdênio para o
gado de leite é bastante baixo e que a deficiência provavelmente não ocorre sob
condições prática.
A quantidade de molibdênio do leite (18 a 120 mg/l) varia muito com o nível do
elemento na dieta. Bovinos são menos tolerantes a níveis altos de molibdênio e a
intoxicação por molibdênio é um importante problema prático na criação de bovinos em
várias partes do mundo.
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 125
8.4.7. Selênio
A despeito das muitas informações do selênio, como elementos tóxico, pesquisas
estabeleceram sua essencialidade para ruminantes. O selênio tem sido indicado para
prevenir a doença do “músculo branco” em animais jovens (distrofia muscular
nutricional) e foi identificado como um componente da enzima glutationa peroxidase.
Por causa de sua propriedade antioxidante, esta enzima participa na prevenção de
danos na membrana. A deficiência de selênio nos animais domésticos ocorre com mais
freqüência em muitas áreas do mundo, do que intoxicação. Deficiência de selênio é
mais provável de ocorrer quando os alimentos se desenvolveram em solos ácidos.
O duodeno é o principal local de absorção de selênio, sendo que não há absorção
no rúmen ou abomaso. Cerca de 40% do selênio administrado oralmente é absorvido
pelo bovino, mas a percentagem de absorção pode ser influenciada pela forma do
elemento, a quantidade que foi ingerida e outros fatores dietéticos.
Cálcio, arsênio, cobalto e enxofre podem também diminuir a absorção de selênio
em 50% ou mais.
Suplementação na dieta aumenta a concentração de selênio no leite, para o qual
valores com variação de 2,9 a 1.270 mg/l tem sido relatado. A média de selênio no leite
é de 24 mg/l.
Para vacas que na dieta alimenta possuíam insuficientes quantidades de selênio,
ao se adicionar selênio, houve substancial diminuição da incidência de retenção de
placenta.
Apesar de não estar bem definido, o requerimento para selênio pelos ruminantes é
aproximadamente 0,1 a 0,3 ppm. dependendo da forma química do selênio.
Foi indicado 2 ppm de selênio como o nível máximo tolerado para gado de leite.
8.4.8. Zinco
O zinco funciona como um ativador e um constituinte na maioria das 30 diferentes
enzimas que estão envolvidas no metabolismo de carboidratos. A absorção ocorre
principalmente no intestino delgado e abomaso.
A deficiência de zinco em novilhos é caracterizada pela diminuição no ganho de
peso, consumo e eficiência alimentar, diminuição no crescimento testicular, indiferença,
lesões escamosas, alopecia, dermatites geral é mais severa nas perna, pescoço e
cabeça e ao redor das narinas, e outras lesões paraqueratóticas. Vacas em lactação
que foram alimentadas com 6 ppm , desenvolveram sintomas clínicos de deficiência
semelhantes a de bezerros. Pesquisas são maiores para reprodução do que para
crescimento.
Quando vacas em lactação foram alimentadas com dieta em zinco relativamente
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 126
baixa (17 ppm) em comparação com dieta controle, contendo 40 ppm de zinco, vários
ajustamentos no metabolismo de zinco ocorreram rapidamente. estes ajustamentos
incluem um substancial aumento na percentagem de zinco dietético absorvido, maior
rapidez no seu metabolismo, e uma redução de 23% no conteúdo de zinco no leite.
Geralmente o leite contém cerca de 4 ppm de zinco. esta proporção tem sido
duplicada com uma ingestão de zinco em níveis não tóxicos, moderadamente mais
altos ou diminuída em cerca de ¼, com a ingestão menor, mas não deficiente. O NRC
(1980) sugere como nível máximo tolerável de zinco como 300 a 1.000 ppm.
8.5.1. Cádio
Minerais na Nutrição dos Ruminantes 127
O cádio é um mineral pesado, não tem sido provado ser essencial para gado de
leite, contudo o nível de cádmio no ambiente e na nutrição animal tem sido revista. O
cádmio é um elemento raro (freqüentemente constitui 0,1 1 0,2 mg/g da crosta
terrestre), que ocorre como uma impureza ou na superfície de contato de outros
elementos minerais, especialmente o sulfito de zinco. O cádmio é também um
subproduto obtido da fusão de outros metais catiônicos como cobre, zinco e chumbo
(Nriagu, 1980). Na dieta não deve exceder 0,5 ppm.
O consumo, pelos ruminantes de concentrações de cádmio excedendo 30 ppm
tem produzido anorecia e diminuição da produção de leite e ganho de peso vivo,
acompanhado de aborto e defeitos nos bezerros. Ele parece interagir automaticamente
com cobre no local de absorção no intestino e nível de tecido no fígado.
Na maioria das áreas, em condições de manejo e alimentação de gado de leite,
intoxicação por cádmio não é relativamente importante, porque a maior parte das
forragens a alimentos contém muito pouco do elemento (0,55 ppm). Normalmente, o
cádmio não é acumulado no músculo, contudo concentrações significantes foram
relatadas após 9 meses no bovino de corte e no bovino de leite. A quantidade de
cádmio secretada no leite é pequena e não é influenciada pela concentração da dieta.
8.5.2. Flúor
Geralmente o flúor é considerado como um elemento tóxico, observado na criação
de animais domésticos. Em termos de essencialidade, existem evidências conflitantes
observadas nos animais de laboratório.
O flúor é absorvido prontamente no rúmen e trato intestinal do gado de leite.
Bovinos podem tolerar maiores níveis de formas de flúor pouco solúveis por um longo
período de tempo. Níveis dietéticos elevados de cálcio, alumínio, cloreto de sódio e
gordura reduziram a incidência de lesões nos dentes induzidas, pelo flúor.
Ossos e dentes são o alvo de flúor, o qual pode eventualmente ser excretado
pelos rins. Maior parte dos tecidos moles não acumulam muito flúor, mesmo durante
ingestões altas na dieta. A excreção são tendões, aorta e placenta.
O flúor não passa prontamente à glândula mamária, consequentemente, ingestão
dietética de flúor tem um efeito mínimo na concentração de flúor no leite.
Fluorose em gado de leite é geralmente de natureza crônica e desenvolve
lentamente durante um longo período de tempo. Quando os fosfatos utilizados na
mineralização não são eficientemente desfluorizados, eles podem comer quantidades
maiores que 1%.
8.5.3. Chumbo
O chumbo é considerado o maior poluente ambiental, e tem sido a causa da
maioria das intoxicações nas criações animais. Uma das principais fontes de
contaminação no solo, água, ar e alimentos tem sido a queima de combustível,
contendo aditivos de chumbo. Outras causas de excesso de chumbo incluem: baterias,
massa de vidraceiro, linóleo, cobertura de asfalto, máquinas a óleo, e chumbo perdido
nos tiros.
Absorção de chumbo varia de 3 a 10% nos ruminantes, e é influenciado pela
idade, gestação, lactação, forma química e fatores dietéticos.
O chumbo tende a acumular-se no ossos, consequentemente cerca de 90% da
capacidade do organismo pode ser reputada ao esqueleto. A adição de chumbo na
dieta pode aumentar a concentração de chumbo no leite porque o chumbo passa
prontamente a glândula mamária.
Os sintomas de toxidez aguda incluem anorexia, cólicas intestinais, cegueira,
irritabilidade e aborto.
Bovinos tiveram sua suplementada com 10 ppm de chumbo por longos períodos
sem efeitos adversos, mas 100 ppm aumentou a concentração de chumbo dos tecidos,
sendo que o nível dietético máximo tolerável na dieta é de 30 ppm.
8.5.4. Mercúrio
Envenenamento por mercúrio é particularmente raro no bovino porque as
substâncias a que este se expõem em conteúdos de mercúrio limitado. A toxidez
ocorre esporadicamente, em super doses acidentais de conteúdos de mercúrio
medicinal e de absorção excessiva em aplicações de pomadas ou ungüentos.
Sementes de grãos que foram tratadas com fungicidas mercuriais orgânicos parecem
ser a mais comum fonte de intoxicação por mercúrio.
A maior toxicidade das formas orgânicas de mercúrio é devida aos mais altos
níveis de absorção e maior retenção pelo organismo. Os rins e fígado são o maior local
de deposição de ambas formas químicas, contudo, apreciáveis quantidades de
mercúrio-metil são encontrados nos músculos e cérebro.
Limitados dados com ruminantes, indicam que quantidades relativamente pequena
de mercúrio orgânico e inorgânico são excretados no leite.
Compostos mercuriais inorgânicos são muitos cáusticos, sua ação na mucosa do
trato alimentar resulta em rápido desenvolvimento de gastroenterite.
Mg Tetania
Fe, Cu Anemia
Cu, K Ataxia
Zn Paraqueratose
I Hipotiroidismo
Mn Perose
Se hepatose dietética, distrofia nutricional muscular
Ca edemia
Cu paraqueratose (Zn interação)
Fe Icteria, anemia (Fe, Se interação)
Se Raquitismo, distrofia muscular nutricional (P, Se)
Na Alcalose
Zn Hipertensão (K)
As Artrite, gastrite (Cu)
Cd Ataxia (Se)
Co Anemia, dermatite (Fe)
F
Pb
Hg
Al
9.1. INTRODUÇÃO
9.4.1. Vitamina A
O principal percursor da vitamina A é o - caroteno (encontrado nas plantas),
carotenóides como o alfa-caroteno e as criptoxantinas, que possuem vitamina A em
potencial, em menor quantidade. A vitamina A funciona no corpo animal como álcool
(retino) ou como aldeído (retinal).
A maior atividade da vitamina A ocorre na forma trans, sendo os outros isômeros
menos ativos. A conversão do - caroteno para vitamina A ocorre nas células da
mucosa do intestino delgado e, em outros tecidos como o fígado, entretanto, esta
conversão é bem menos eficiente do que em monogástricos, cerca de 400 UI de
vitamina A ou 24% da conversão que ocorre em monogástricos.
Vitaminas na Nutrição dos Ruminantes 137
Absorção e armazenamento
O caroteno e a vitamina A são absorvidos no intestino e metabolizados no
organismo. Experimentos mostram que ovinos e bezerros são mais eficientes na
conversão de caroteno em vitamina A que bovinos adultos, assim como carneiros e
cabras possuem menos caroteno no sangue ou leite que bovinos da raças Guernsey e
Jersey, mas ocorrem pequenas quantidades no Holandês e Pardo Suiço.
A absorção de vitamina A no intestino delgado é dependente de energia e o
transporte par o fígado é feito através de linfa, como um éster de ácido graxo de cadeia
longa, transportado por lipoproteínas de baixa densidade. No fígado a vitamina A é
armazenada nas células de Kupfer, a qual é liberada na forma de álcool livre para ser
transportado para os tecidos de outra lipoproteína. O tempo médio para 50% da
vitamina saia do fígado varia entre 90 a 320 dias. O rápido crescimento de bovino e
vacas leiteiras lactantes em confinamento mostram uma liberação mais rápida devido
ao seu alto estágio de produção. Segundo Swenson (1977), o armazenamento de
vitamina A no fígado deve ser esgotado completamente a fim de manter uma
concentração mínima no sangue.
9.4.2. Vitamina D
Muitos compostos possuem atividade de vitamina D, mas somente a vitamina D2
(ergosterol em plantas) e D3 (7-dehidrocolesterol em animais) são importantes fontes
dietéticas. A irradiação pelo sol ou a luz ultravioleta que quebra a ligação entre
carbonos é essencial para a produção de ambas as formas biologicamente ativas de
vitamina D. Anteriormente, pensou-se que as vitaminas D2 e D3 possuíam igual
biopotência para ruminantes e outros mamíferos, enquanto que para aves a D3 foi
considerada superior a D2 no transporte de Ca. Entretanto, mais recentemente sabe-se
que suínos e ruminantes usam D3 mais eficiente que D2. Para ruminantes, os autores
sugerem que pode haver uma degradação preferencial de D2 pelos microorganismos
do rúmen.
Antes de desempenhar sua funções, a vitamina D é modificada a 25-
hidroxicolecalciferol (HCC) e depois para 1-25 dihidroxicolecalciferl (DHCC) no fígado e
no s rins, respectivamente.
Funções da vitamina D
A principal função da vitamina D é estimular a formação da proteína
transportadora de Ca (PTCa) na mucosa do intestino delgado. A concentração de
DHCC é aumentada na mucosa intestinal. Se o nível de Ca ou P no plasma sangüíneo
é baixo, esta elevação resulta num aumento na mobilização de HCC no fígado e é
controlada pelo parahormônio. A vitamina D ativa (DHCC) está também relacionada
com a mobilização de Ca no ossos e na absorção de P através da ação de uma bomba
de fosfato dependente de vitamina D no intestino delgado.
Sintomas de deficiência
Ocorre uma pobre mineralização dos ossos, que começa comum engrossamento
dos ossos metalarsal e metacarpal. Pernas dianteiras tortas, articulações inchadas e
duras, costas corcundas. Em estágios mais avançados pode ocorrer paralisia das
ancas, dificultando de andar, tétano, respiração difícil e acumulação de fluído sinovial
nas juntas, caracterizando o raquitismo em ruminantes em crescimento e a
osteomalácia em adultos. Com a restauração dos níveis normais de vitamina D na
dieta de animais com raquitismo os sintomas clínicos desaparecem rapidamente, mas
uma reduzida estrutura óssea pode ainda persistir. Algumas pesquisas indicam que
baixos consumos de vitamina D suplementar restauram a fertilidade de vacas em
anestro ou causa um estro mais precoce, após a parição, enquanto que baixos
consumos de vitamina D em bezerros inibem o estro.
Vitaminas na Nutrição dos Ruminantes 140
9.4.3. Vitamina E
Similar as vitaminas A e D, existem algumas formas na natureza que possuem
atividade de vitamina E, sendo a mais potente a alfa-tocoferol (5, 7, 8 trimetiltocol).
Pensava-se inicialmente que a vitamina E estivesse associada à reprodução em
animais, entretanto esta afirmativa não é verdadeira para ruminantes.
Funções metabólicas
A principal função metabólica é servir como um antioxidante natural, prevenindo
assim uma degradação peroxidativa de gordura em células animais e uma conseqüente
formação de peróxidos com radicais livres, os quais inibem a ação de certas enzimas,
danificando as membranas celulares.
A relação entre a função do Se e a vitamina E não está clara. Os primeiros
trabalhos mostram que animais com deficiência de vitamina E responderam
positivamente à suplementação com Se. JULIEN et alli (1976) observaram que injeção
de vitamina E (680 mg/dia) e selênio de Na (50 mg/dia) durante um período de 20 dias
antes do parto reduziu a incidência de retenção de placentas em vacas leiteiras.
Sintomas de deficiência
São caracterizados por lesões distróficas dos músculos, conhecidas como
“doenças do músculo branco” devido ao estriamento dos tecidos conectivos, os quais
desenvolvem um feixe de músculos. Um sinal de deficiência inicial em bezerros é a
hipercelularidade e necroses espalhadas nas fibras musculares, sendo freqüentemente
acompanhada por aumentos nas concentrações de algumas enzimas no plasma
(glutamina oxaloacética transaminase, alanina transminase e desidrogenase lática) que
recebem a danificação dos músculos.
Os sintomas característicos de deficiência em bezerros são: inicialmente um
enfraquecimento dos músculos da perna, fazendo-os andar com as pernas posteriores
cruzadas, depois ocorre uma inclinação dos cascos e diminuição da habilidade de
sucção do bezerro. estágios posteriores incluem uma inabilidade do animal em
permanecer em pé ou controlar movimentos da cabeça.
9.4.6. Niacina
A maior parte dos estudos com ruminantes tem sido com niacina. Os efeitos
glucogênicos e lipolíticos de niacina têm sido observados em ratos. Doses
farmacológicas de niacina administradas à vacas em lactação com sintomas subclínicos
Vitaminas na Nutrição dos Ruminantes 145
de cetose resultaram em uma redução inicial e depois em uma religação nas cetonas e
ácidos graxos voláteis no plasma.
Os metabólitos do sangue e o apetite retornaram ao normal como
desaparecimento dos sintomas de cetose, após 3 semanas de tratamento. Estudos
subseqüentes indicaram alguma redução dos sintomas subclínicos de cetoses após
ingestão de 6 – 12g de niacina/dia.
Tem sido postulado que a niacina exerce um efeito igual ao da insulina, a qual
estimula a lipogênese em uma maior extensão que a lipólise.
silagens de milho. Em contraste, outros estudos não têm mostrado resultados positivos
na adição de niacina para rações de engorda e crescimento. resultados experimentais
mostram que a suplementação de niacina propiciou uma adaptação mais rápida de
animais confinados.
Baseado em dados experimentais pode-se resumir que adição de 2 – 12g de
niacina em rações de ruminantes poderia ser benéfica para determinados níveis de
produção, onde a produção de leite o ganhos de peso são estimulados, particularmente
pelo inexpressivo custo da vitamina, mas ainda precisa ser esclarecido o nível de
niacina e sua funções fisiológica e de desempenho, além dos efeitos no rúmen e o
metabolismo do animal.
9.4.7. Colina
Quantitativamente, a colina é exigida em maiores quantidades que todas as outras
vitaminas do complexo B. Ela serve como um constituinte estrutural das células, ajuda
na transmissão dos impulsos nervosos, é importante no metabolismo de gorduras e
fornece grupos metil label para um grande número de reações metabólicas no corpo
animal. Diversos estudos nos quais suplementou-se a colina em rações para
crescimento-terminação de bovinos, geralmente resultam nu aumento de consumo de
colina em 100 – 1500 mg/Kg de ração.
A ação da colina no metabolismo de gordura tem levado a investigação dos eleitos
da colina na síntese da gordura do leite ou na produção do leite. resultados mostram
que a suplementação com colina teve pequeno efeito com o uso de óleo em 3 – 4 g/dia
Vitaminas na Nutrição dos Ruminantes 147
9.4.8. Vitamina K
As vitaminas K e K2 são derivadas da nafitoquinina. Elas São solúveis em gordura
e sensíveis à luz e oxidação. Ambas servem como um fator necessário a coagulação
do sangue nos animais. A vitamina K2 é normalmente sintetizada em quantidades
tolerantes no rúmen de animais adultos e no intestino da maior parte dos animais,
existindo uma pequena chance de ocorrência de deficiência sob situações de
alimentação normal. Um problema que tem sido levantado com respeito à vitamina K é
o dicumarol. Encontrado no trevo doce mofado, ele age como um inibidor metabólico
para a vitamina K, causando uma demora na coagulação do sangue e geralmente
hemorragia, levando a ocorrência de hemorragia no corpo; este problema pode ser
resolvido pela administração de altos níveis de vitamina K na dieta.
9.5. CONCLUSÕES
10.1. INTRODUÇÃO
Para muitos dos ruminantes domésticos é razoável admitir que de 5 a 30% do total
de água de seus corpos são usados ou reciclados diariamente. Existe uma grande
correlação entre a taxa metabólica e a reciclagem da água corporal: metabolismo mais
baixo, menos água para a transferência de nutrientes e evaporação porque é gerado
menos calor. A taxa com que os mamíferos usam a água é um pouco mais rápida do
que a taxa na qual eles usam energia porque a água é usada para resfriamento no
metabolismo. A reciclagem da água é expressa em relação ao tamanho total do corpo.
As quantidades (proporções) dos componentes são distintos e alteram a quantidade
total de água no corpo animal. Ao nascer, a quantidade de gordura é mínima e o total
de água corporal é de cerca de 77% do peso vivo, e na engorda pode ter 35% de
gordura e a quantidade de água pode cair para 50%.
A taxa com que os animais usam a água num determinado ambiente depende da
córtex e do hipotálamo; esses fatores determinam o consumo de água enquanto o
sistema “uro-intestinal” determina a excreção. Os níveis variáveis de radiação solar
interagindo com outras mudanças climáticas alteram o fluxo de água e energia dos
ruminantes. Os bovinos têm um alto ritmo d uso de água; ovinos e caprinos são mais
Água na Nutrição dos Ruminantes 151
Adaptação
Por causa dos inúmeros fatores envolvidos na regulação do consumo de água e
perda, alguns comportamentos para limitar o consumo em condições climáticas
extremas têm um papel importante na conservação de água. A capacidade de resistir a
ambientes áridos torna-se possível pela seleção de condições mais suaves (micro-
habitat) que diminuem o stress dos animais e às vezes removem a necessidade de
adaptações fisiológicas. Outra característica importante é aquela de se reidratar
rapidamente. Bovinos podem repor de 72 a 79% do peso perdido após um período sem
água nas primeiras “bebidas” e podem deixar de fazer a diruese por 4 a 6 h, ao passo
que os camelos podem ficar até mais de um dia. Animais com baixas taxas de
reciclagem de água, como camelos ou caprinos, têm maior chance de sobreviver
durante períodos de privação de água ou seca do que aqueles com altas taxas como os
bovinos. Sob condições similares, os bovinos usam 2 ou 3 vezes mais água do que
caprinos ou camelos. Maiores esforços metabólicos ocorrem nos ruminantes durante a
lactação, que aumenta o consumo de água em torno de 40% a 60%.
Conservação de água
Uma das maneiras pelas quais os ruminantes podem conservar água é reduzindo
a excreção fecal de água. Cerca de 20% a 33% da água perdida diariamente é através
das fezes. Um bovino de 350 Kg excreta cerca de 10 litros de água nas fezes/dia, ao
passo que um camelo excreta a metade. parte dessa diferença é devida à quantidade
de fezes e parte devida à concentração de água nas fezes. Animais geneticamente
adaptados podem reduzir esse valor em condições de restrição hídrica.
Comportamento hídrico
Beber é parte vital das atividades dos animais. É normal em condições livres os
ruminantes beberem pelo menos uma vez por dia no verão; no inverno já se observou
Água na Nutrição dos Ruminantes 152
que os animais ficam até 3 dias sem água. É importante verificar o consumo de água
pelos animais e alguns sinais podem ser usados como indicadores. Em geral os
ruminantes podem ser usados como indicadores. em geral os ruminantes podem repor
de 15 a 20% do peso corporal à primeira bebida e 20 a 25% de 60 a 150 minutos.
Quando a disponibilidade de água é restrita, há uma redução no consumo de alimentos.
Os efeitos da restrição de água são sentidos principalmente nas áreas de produção de
energia e termo-regulação. em forragens de baixa qualidade, bovinos e ovinos
diminuem o consumo e o metabolismo de água, e com isso controlam o balanço de
Nitrogênio e mantêm os níveis protéicos das dietas.
Requerimentos quantitativos
Como existem muitos fatores que afetam o consumo de água, é difícil determinar
os requerimentos quantitativos dos animais domésticos. Um método é correlacionar o
consumo de água com a quantidade de alimentos com base de peso seco. Outra
alternativa é medir o consumo atual por diferentes tipos de animais domésticos sob
várias combinações de tipos de pastagens, estações do ano e localizações geográficas,
mas isso é pouco realizado. Existem muitos dados sobre o consumo de água por
animais domésticos sob condições normais de criação comercial, e eles mostram
Água na Nutrição dos Ruminantes 153
PESO VIVO
CATEGORIA TEMPERATURA (ºC)
Kg
4,4 10,10 14,4 21,1 26,6 32,2
182 15,1 16,3 18,9 22,0 25,4 36,0
Novilhas 273 20,1 22,0 25,0 29,5 33,7 48,1
364 23,8 25,7 29,9 34,8 40,1 56,8
273 22,7 24,6 28,0 32,9 37,9 54,1
Animais Terminação 364 27,6 29,9 34,4 40,5 46,6 65,9
454 32,9 35,6 40,9 47,7 54,9 78,0
Vacas Lactantes 500 43,1 47,7 54,9 64,0 67,8 61,3
Vacas Secas 400 25,4 27,3 31,4 36,7 --- ---
636 30,3 32,6 37,5 44,3 50,7 71,9
Touro
727 32,9 35,6 40,9 47,7 54,9 78,0
Adaptado de NRC, 1984.
Bovinos
Corte 26 – 66 l/dia
Leite 38 – 110 l/dia
Cavalo 38 – 45 l/dia
Suínos 11 – 19 l/dia
Cabras e Ovelhas 4 – 15 l/dia
ANIMAIS PPM
Aves 2.900
Suínos 4.300
Cavalos 6. 400
B. Leite 7.200
B. Corte 10.000
Ovinos 13.000
Em experimento com água corrente contendo 10.000 e 20.000 ppm com novilhas,
observou que níveis de 10.000 ppm causaram aumento de 52,8% no consumo de água
e decréscimo na uréia sangüínea. Já níveis de 20.000 ppm foram tóxicos, causando
Água na Nutrição dos Ruminantes 157
MUDANÇAS NO TOTAL/ÁGUA
ESPÉCIES PESO VIVO (Kg) %M.S.
ml/g ml/kg0,82
Bovinos 197 23 135 347
Ovinos 31 32 107 197
Caprino 40 31 96 185
Camelos 520 30 61 188
11.1. CETOSE
Sintomas
Os sintomas visíveis não são muito específicos. Vacas cetóticas tem uma
aparência triste, as contrações do rúmen não são regulares e o conteúdo ruminal é
mais firme com fezes secas. Há inapetência, começando com refugo pelos grãos e
depois pela silagem. Pode ocorrer incoordenação, particularmente das patas traseiras
e m alguns casos pode ocorrer curvatura da espinha. A diminuição na produção de
leite e perda de peso são conseqüências comuns da redução do consumo de
alimentos. Há um odor característico de acetona na respiração , urina e no leite. Há
aumento na percentagem da gordura do leite e isto também ocorre na cetose
subclínica. Normalmente, o restabelecimento das vacas ocorre gradativamente e são
raros os casos de morte.
Alterações no sangue
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 160
Diagnose
Os sintomas da cetose não são muito específicos, portanto, é necessário
precaução na diagnose. A cetose primária é uma desordem metabólica, na qual não
há elevação na temperatura do corpo. O melhor procedimento para o diagnóstico no
campo, envolve a medição da temperatura do corpo, já os testes de urina e leite,
detectaram corpos cetogênicos. O teste negativo da urina exclui cetose. O teste
positivo da urina e negativo do leite (que é mais comum) sugere alguma mobilização da
gordura do corpo mas, na ausência de outros sintomas, não é necessário tratamento.
Quando o teste do leite é positivo, é indicado o uso oral de um precursor da glicose,
como o glaicerol propileno, porém, quando há reações mais severas e/ou outros
sintomas, o tratamento é necessário. Um teste satisfatório pode ser preparado usando-
se uma mistura à base de 75% de Na2CO3 grandular e 255 (NH4)2SO4 grandular.
A administração de ácido propiônico aumenta a glicose no sangue e diminui
cetonas. O acetato causa pouca alteração na glicose ou cetona do sangue, e isto
sugere que não é glicogênico nem cetogênico. Nas vacas cetóticas o nível de acetato
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 161
no sangue é elevado, isto ocorre porque o baixo nível de insulina reduz a utilização do
acetato. O ácido butírico é cetogênicos da produção normal de butirato são
neutralizados pelo efeito anticetogênico do ácido propiônico. Silagem com alta umidade
poderá conter quantidades significantes de ácido butírico e isso poderá causar
acentuados problemas de cetose. Silagens de boa qualidade contém pouco ácido
butírico.
Quando a glicose e insulina são reduzidas, a lipólise no tecido adiposo é
aumentada e são liberados os ácidos graxos livres para o sangue, os quais são a maior
fonte de cetonas.
A seqüência dos acontecimentos que ocorrem na cetose poderão ser assim
resumidas:
diminuição no nível de glicose no sangue;
aumentam os hormônios sensíveis à atividade da lipase e isto ocorre em
resposta ao decréscimo de insulina e possivelmente ocorrem outras alterações
hormonais;
são liberados os ácidos graxos livres, e as quantidades no sangue aumentam e
são transportados como um complexo albumina-ácidos graxos livres;
a absorção na glândula mamária de ácidos graxos livres aumentam. Em
condições normais não há absorção de ácidos graxos livres pela glândula
mamária, mas nas vacas cetóticas, ocorre esta absorção;
o metabolismo de ácidos graxos livres no fígado muda. Os possíveis caminhos
são:
Fígado gorduroso
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 162
Vacas com cetose avançada possuem muita gordura no fígado. Níveis acima de
10% são considerados anormais. Estudos recentes relataram níveis totais de gordura
no fígado no início da cetose de 7,4% e no final de 21,5%, e os primeiros lipídeos a
serem depositados são os triglicerídeos. Parece que há acumulação gradual de lipídeo
no fígado; desta forma, o tratamento é cada vez mais difícil nos casos adiantados. A
“sindrome da vaca gorda” ocorre em vacas muito gordas, após o parto, e é
caracterizada por muita gordura no fígado. Em praticamente todos os casos ocorre
infecções com metrite ou mastite, e a resistência à doença é baixa.
programa.
A falta de nutrientes lipogênicos pode ser acarretada na cetose, porque eles
fornecem precursores para gordura do leite e as sintetizam mais eficientemente. A
gordura adicionada pode prevenir um balanço negativo de energia no inicio da lactação
e indiretamente economizar glicose, mas há evidências consideráveis de um efeito
benéfico de nutrientes glicogênicos na prevenção e tratamento da cetose.
Proteína
Recentes pesquisas, nos Estados unidos, evidenciaram que a alimentação com
alta ou baixa proteína não conduzia à cetose. Porém, pesquisas realizadas na Europa
indicaram que rações com alta proteína ocasionavam problemas semelhantes à cetose,
mas este fato não foi constatado nos Estados Unidos.
Embora tenha sido proposto que uma deficiência de metionina poderia ser uma
importante causa da cetose; possivelmente porque ela representa um papel especial na
formação de lipoproteínas no fígado; a administração de 40 g diárias de metionina
durante sete dias para vacas com cetose subclínica, teve um limitado efeito benéfico.
Portanto, conclui-se que, embora uma nutrição protéica adequada seja necessária, não
há evidências especificas de que a deficiência ou excesso de proteína causem cetose.
Minerais e vitaminas
Faltam evidências convincentes da deficiência de minerais no desenvolvimento da
cetose primária. O controle através da suplementação será fácil, se este for o caso. No
animais cetóticos não há alterações nos níveis de K, P, Cl, Ca e Mg. A deficiência de
cobalto poderá ser sugerida como um fator contribuinte, visto que, a VIT B12 contendo
cobalto, é requerida como um cofator essencial na conversão do propionato para
glicose.
Quanto às vitaminas, a que vem recebendo mais atenção é a niacina. Pesquisas
mostraram efeito da niacina na inibição da lipólise e elevação da glicose. O papel
benéfico da niacina é através da estimulação dos microorganismos do rúmen bem
como o alívio da cetose. Pesquisas realizadas mostraram que houve uma redução de
4,8 para 1,5% da incidência de cetose clínica quando 6 g de niacina foram fornecidas
diariamente durante as primeiras dez semanas de lactação. As 6 g diárias de niacina
causaram aumento na produção de leite, elevação na glicose, redução da cetona e
ácidos graxos livres no sangue. Entretanto, outros estudos em revelado que a
suplementação de niacina no início da lactação não tem mostrado resultados coerentes
em termos de resposta na produção.
Embora, evidências mais definitivas seja necessárias, existe a evidência de que
rebanhos com alta incidência de cetose podem beneficiar-se com suplementação de
niacina n início da lactação.
Embora, evidências mais definitivas seja necessárias, existe a evidência de que
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 164
11.1.2. Tratamentos
Glicose intravenosa
Geralmente é fornecido 500 ml de uma solução de glicose a 40%. esta é a forma
mais rápida para fornecer uma fonte externa de glicose. Também lentas e contínuas
aplicações de glicose intravenosa (2 ml) representam uma forma ideal de tratamento,
embora seja um processo difícil em condições de campo.
Hormônios
O efeito benéfico de glicocorticóides parece ser devido ao aumento de glicose no
sangue através da estimulação da gliconeogenese de aminoácidos. Geralmente é feita
uma aplicação de 1 g de cortisona intramuscular ou intravenosa.
Tratamentos mistos
Cobalto (pelo menos 100 mg/dia como sulfato ou cloreto) pode ser adicionado ao
glicol propileno se uma deficiência de cobalto for suspeitada. “Hidrato cloral”(28 g duas
vezes ao dia por 3 – 5 dias) é usado em algumas circunstâncias especiais.
Prevenção
Não é possível apresentar uma série de recomendações que previnirão a cetose.
No entanto, devem ser tomadas precauções para maximizar o consumo de energia,
minimizar a mobilização de gordura do corpo e fornecer precursores da glicose para
que seja controlada racionalmente esta desordem metabólica.
Algumas recomendações
i) Evitar excesso de gordura na época do parto;
j) eliminar ou limitar a alimentação concentrada enquanto as vacas estiverem no
período seco, mas aumentar os concentrados à níveis moderados no final
deste;
k) não fazer alterações bruscas na ração, principalmente para alimentos de baixa
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 165
qualidade;
l) manter os níveis recomendados de energia, proteína, minerais e vitaminas;
m) evitar o uso de alimentos muito úmidos e silagem com elevado teor de ácido
butírico;
n) em rebanhos com problema de cetose fazer testes semanais no leite durante as
primeiras 6 semanas após o parto e fornecer glicol propileno no nível de 125 –
250 / d para vacas com problemas.
Ocorrência
Dados de ocorrência da FL são escassos: nos USA em 1982, 9% dos animais
estavam afetados e 71% dos rebanhos tinham esse problema e na UK a incidência foi
de 3,5% com 55 de mortalidade dos animais afetados. Estudiosos afirmam que a vida
produtiva dos animais afetados é reduzida em 3,4 anos. Existem diferenças entre as
raças, tendo as Jersey e Swedish Red maior incidência. A incidência é também
relacionada à idade. Ocorre raramente em novilhas de primeira cria, um pouco mais na
segunda e aumenta a incidência com a idade. A incidência é maior em vacas com
histórico de FL e estudos canadenses afirmam que cerca da metade dos casos de
campo ocorreram com vacas com a doença no seu histórico. A FL é comumente
associada a altas produções e ocorre muito raramente em gado de corte, mas muitas
vacas que não estão em produção desenvolvem a doença. Acredita-se que a doença
ocorre mais em determinadas épocas do ano, mas não existem evidências conclusivas
para se afirmar isto. A ocorrência da FL ao tempo do parto é bem conhecida e
documentada: 75% dos casos ocorrem entre 1 e 24h após o parto. Somente 3%
ocorrem antes, 6% durante, 12% entre 25 e 48 h após o parto e 4% mais tarde.
Sintomas
O primeiro sintoma é geralmente a falta de apetite. O trato digestivo está inativo e
a defecção sempre ocorre depois do tratamento, indicando o retorno à sua atividade
normal. Na maioria das vezes a vaca fica triste, indiferente, orelhas frias e narinas
secas. O primeiro sintoma característico é a incoordenação ao andar: as pernas não
obedecem ao comando do animal. Se força o animal a girar, ele cambaleia e cai. Em
estágios mais avançados de paresia, a vaca deita e é incapaz de se levantar e pode
debater-se na tentativa de ficar de pé, o que pode dificultar o seu “andar’ depois do
tratamento. É comum a cabeça estar voltada para o extremo. Pesquisadores
canadenses dividiram o avanço da doença em 3 etapas; 1 – de pé, mas hipersensível e
hesitante; 2 – com o peito no chão, sonolenta, músculos flácidos; e 3 – de lado,
avançada flacidez muscular.
Alterações fisiológicas
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 166
Alterações no sangue
As maiores alterações no sangue de vacas com FL são a diminuição de Ca e P e
o aumento de Mg. A tabela 24 – 1 mostra as mudanças dos componentes sangüíneos
de vacas normais e com FL. Além das alterações dos minerais do sangue, a
inapetência e outras alterações acentuadas ocorrem na vaca com FL. Por ex., os AG
livres no plasma são elevados durante o parto, mas ainda mais elevados em vacas com
FL. Por causa da relação negativa entre AG livres e Ca, postulou-se que haveria um
aumento na retirada de Ca para o tecido adiposo como resultado do aumento da
lipólise, mas não se conseguiu demonstrar o aumento de Ca na gordura sub-cutânea
por ocasião do parto. O que há é uma relação positiva entre o Ca do plasma e o Ca da
gordura sub-cutânea, junto com uma latamente significativa correlação entre o Ca do
plasma e os AG livres do plasma. Glicose e insulina também mudam durante o parto,
com respostas acentuadas nas vacas com FL. A relação positiva entre glicose e
insulina quando a vaca está estabulada é retida no parto e acentuada na FL. A glicose
sangüínea é alta durante o parto, devido a um aumento do stress e do resultado da
elevação de glicocorticóides, mas a vaca não responde a essa elevação, provavelmente
porque o baixo nível de Ca inibe a secreção de insulina pelo pâncreas. Diminuição do
K e ácido cítrico e aumento de ácido lático e ácido pirúvico e C1 não foram ainda
esclarecidos.
Alterações hormonais
Os glicocorticóides da adrenal são considerados importantes reguladores de
receptores na resposta a outros hormônios pelos seus tecidos-alvo. Sua produção
excessiva durante o parto tem sido apontada como um fator causador da FL. A
absorção de Ca é diminuída em animais tratados com glicocorticóides , possivelmente
por causa da diminuição de receptores 1,25 (OH)2D3 na mucosa intestinal. A FL nem
sempre ostra aumento na reabsorção óssea até 2 a 3 dias após o parto. Pensou-se
que uma dieta rica em Ca durante o período seco aumentava a incidência de FL e que
a parótida (responsável pela produção de PTH) se tornava “preguiçosa” para poder
aumentar a mobilização de Ca ( “falhava” para produzir PTH), mas a disponibilidade de
métodos de análises por radioimuno mostraram que os níveis de PTH eram até maiores
nas vacas com FL. A calcitonina produzida pela tireóide está envolvida na redução do
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 167
ser prevenida com dietas pré-parto deficientes em Ca. Administraram uma ração
constituída de 50% de silagem de milho, 50% de casa de milho mais um suplemento
pobre em Ca, mas o efeito desta dieta na produção futura de leite é incerto. Existem
evidências de que a FL pode ser mantida sob razoável controle pelo controle da
ingestão de Ca e P durante o período seco a níveis próximos daqueles preconizados
pelo NRC. A ingestão de níveis adequados de P durante o período seco permite a
variação dos níveis de ingestão de Ca sem alterar a incidência de FL, ao passo que
altas ingestões de Ca na maioria das vezes são acompanhadas por altas incidências de
FL. Tentativas de impedir excesso de Ca com um de P não deram resultados.
Aumentos de P tanto quanto aumentos de Ca aumentam a incidência de FL. Os
requerimentos de uma vaca seca de 1430 Ib são de cerca de 36 g de Ca e 28 g de P.
Isto pode ser atingido pela ingestão de cerca de 21 Ib (MS) de feno misto ou 30 Ib (MS)
de silagem de milho, considerando a absorção de 40% para o Ca e 50% para o P.
Sugeriu-se que altas proporções de componentes alcalinos (Na, K, Ca, Mg)poderiam
conduzir à FL e o consumo de silagem conservada com ácidos minerais reduziram à FL
e o consumo de silagem conservada com ácidos minerais reduziram a incidência, níveis
de grãos na ração foram estudados e deram resultados conflitantes. Teoricamente, o
aumento de grãos na dieta tentaria a aumentar a absorção de Ca por causa do
abaixamento do pH ruminal, mas essas tentativas não conduziram a resultados
positivos.
Prevenção
Para recomendar um programa de controle, um arraçoamento que considere as
causas do problema é necessário, com medidas preventivas destinadas a impedir os
fatores causais. Parece haver razoável concordância que a súbita drenagem de Ca que
ocorre no início da lactação é a causa básica da FL. Existe uma drenagem de era de 5
a 8 g de Ca diariamente para o feto, comparado com 15 a 30 g de Ca secretadas no
colostro por dia depois do parto. Essa diferença pode ser maior do que o total de Ca do
plasma e tecidos fluidos, o estoque corporal prontamente disponível. Essa diferença
tem que ser compensada pelo aumento do fluxo de Ca absorvido via intestinal ou
mobilizado dos ossos. Se a vaca depende do trato alimentar para fonte de Ca, para
suprir a demanda imposta pelo início da lactação, alguma mudança para uma dieta
pobre em Ca ou rica em P levará à hipocalcemia. Se a vaca depende da mobilização
óssea, a inapetência terá menor importância e os fatores que influenciam a mobilização
óssea serão os mais importantes. Aparentemente existe um lapso de tempo entre a
necessidade e o desenvolvimento da capacidade de mobilizar grandes quantidades de
Ca dos ossos e do intestino, principalmente dos ossos.
Técnicas de ordenha
A prática de ordenha incompleta após o parto não tem sido efetiva no controle da
FL. Ordenha antes do parto é também inútil.
Vitamina D
O uso de doses altas de vitamina D (20 a 30 milhões de unidades por dia / 2 a 7
dias antes do parto) tem sido benéfica na prevenção de FL, mas a adaptação e a
toxidade são tão importantes que eliminam essa técnica. Resultados mais positivos só
têm sido encontrados com animais com FL em seu histórico. O uso de metabólito ativo
deu alguns resultados positivos, assim como o controle da ingestão de P.
Acesso à dieta
A administração de Ca na dieta de acordo com o NRC durante o período seco
parece ser o mais efetivo e prático modo de se manter a incidência de FL a níveis
razoáveis. Excesso de Ca e P têm demonstrado que aumentam a incidência de FL e
dieta pobre em Ca antes do parto pode diminuir a incidência, mas o seu controle é
muito difícil e há questão da produção de leite após o parto. Prevenção de gordura
excessiva por ocasião do parto, prevenção do stress e inapetência podem ajudar a
prevenir o aparecimento da doença.
Tratamento
Ressalvando os procedimentos preventivos, é impossível se obter 100% de
animais livres da FL. O tratamento, no entanto, é muito efetivo e iniciado em tempo e a
resposta é espetacular. Uma vaca que está deitada pode levantar e comer em 1 ou 2 h.
Uma vaca que está deitada pode levantar e comer em 1 ou 2 h. O método preferencial
para o tratamento da FL é através da injeção intravenenosa de gluconato de cálcio.
Normalmente, 500 ml da solução a 20% são ministrados e a resposta é rápida, mas as
reincidências são comuns. O enchimento do úbere com ar é também efetivo, mas isto
não é usado normalmente.
PASTAGENS Mg Ca K Na(mg/g)
Com 1,8 4,9 25 1,2
Sem 2,2 5,3 22 2,8
Potássio
As concentrações de Mg na forragem e subseqüente no soro sangüíneo são
influenciadas intensivamente por altas quantidades de fertilizantes nitrogenados. Isto é
ilustrado pelos seguintes valores de Mg no soro sangüíneo de 4 vacas leiteiras
pastoreando uma série de forragens fertilizadas diferentemente.
Baixo n – baixo K 24.3 mg de Mg/l
Alto N – baixo K 21.5 mg de Mg/l
Baixo n – alto K 17.4 mg de Mg/l
Alto N – alto K 14.1 mg de Mg/l
Sódio: Potássio
A concentração de na nas pastagens imaturas geralmente é insuficiente para
satisfazer os requerimento dos animais. Estas redução de Na da dieta resulta em um
aumento compensatório na concentração de potássio na saliva e subseqüentemente no
fluído ruminal e uma redução na absorção do Mg. Ingerindo altos níveis de Na pode
aumentar a absorção de Mg, mas o excesso de Na aumenta sua excreção e a do Mg
via urina. Assim a relação Na:K pode ser mais importante que a concentração absoluta
do Na ou do K.
Água
Em um estudo feito, a absorção de mg foi saturada quando o fluído ruminal
continha uma concentração de 11 mmol/l. Os animais consomem grandes quantidades
de água quando consomem baixo teor de MS. Isto pode acontecer quando a
concentração de Mg livre ou ionizado no fluído ruminal é menor do que o valor de
saturação de 11 mmol/l e assim a absorção de Mg será menor do que o máximo.
Nitrogênio
A tetania das pastagens ocorre mais freqüentemente quando os animais pastejam
suculentas forragens contendo altas concentrações de N. Pesquisadores registraram
que a disponibilidade do Mg diminui com aumento nas concentrações de N das
forragens. A fertilização nitrogenada altera o crescimento das plantas e exagera os
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 173
níveis de outros constituintes dietéticos que tem sido implicado na etiologia da tetania
das pastagens. Estes fatores incluem baixa concentração de MS, CHO’s e FB
facilmente fermentáveis e altas concentrações de Ag de cadeia longa (C12 até C18), K /
(Ca + Mg) expressas sobre uma base equivalente e ácidos orgânicos.
O envolvimento direto do N da forragem na tetania das pastagens pode resultar
em uma interação de altas concentrações de N e baixas de CHO’s solúveis. Os
microorganismos do rúmen, confrontando com dietas ricas em proteínas e pobre em
energia, metabolizam o excesso de n em materiais nitrogenados como a amônia (NH3),
sendo que o aumento nas concentrações de NH3 tem um pequeno efeito temporário
sobre a redução na absorção de Mg no rúmen.
Deficiência energética
A tetania das pastagens geralmente ocorre quando os animais pastoreiam
forragens com alta digestibilidade protéica (25 – 30% e PB) e baixa digestibilidade
energética (8-12% de CHO’s solúveis em água – CSA). Ela coincide com o período
durante o qual as relações N/CSA são altas.
A suplementação energética não resulta apenas em uma produção mais alta de
AGV e CO2, mas fornece mais energia para a síntese de proteína microbiana,
reduzindo a concentração de NH3 e removendo a ação inibitória sobre a absorção de
Mg.
Ácidos Orgânicos
Foram medidas concentrações de ácidos orgânicos especialmente a trans-
aconitase e o citrato, em forragens onde houve uma grande percentagem de tetania
das pastagens na década de 60. esses ácidos foram tidos como capazes de complexar
o Mg. É possível que a presença de altos níveis de K aumentem a absorção dos ácidos
orgânicos e que estes possam formar um complexo com o Mg.
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 174
Alumínio
A associação freqüente de altas concentrações de Al nas amostras de rúmen e
forragem com incidência de hipomagnesemia tem levado alguns pesquisadores a
acreditar no envolvimento do Al com a tetania das pastagens. Já outros acham que o
Al não está relacionado com a tetania e que grande parte desse Al ingerido estava
associado com contaminação de solo nos alimentos e isto não afeta o teor de Mg e Ca
nas vacas leiteiras.
Índices minerais
Vários índices têm sido usados para caracterizar o potencial das tetanias nas
forragens. O primeiro e mais comumente usado é a razão K / (Ca + Mg) expressa em
bases equivalentes. Esta razão é calculada para o antagonismo do K na forragem e a
vantagem do Mg e Ca sobre a absorção do Mg pelo animal.
Atividade do Mg
Foi registrado que de 20 a 25 g de Mg ingerido em rações de inverno, 72 – 75%
foram excretados nas fezes, entretanto, dos 12 g de Mg ingeridos com forragens de
primavera, 82% foram excretado nas fezes. As vacas que recebem um alimento seco
tem uma absorção aparente de 6 g de Mg comparado com apenas 2 g de mg para
aquelas forragens de primavera. O Ca e o mg podem estar presos às partículas da
forragem e estar relativamente indisponíveis para a absorção pelos microorganismos do
rúmen ou para o animal, sendo que os microorganismos do rúmen requerem mais Mg
do que Ca. A quantidade de ca e Mg absorvida é maior em valores de pH entre 6,5 a
7,5 do que em condições mais ácidas.
A absorção do Mg ocorre grandemente na mesma seção do trato gastro intestinal
no qual a digesta é exposta imediatamente a vários fatores que podem reduzir sua
disponibilidade.
A solubilidade e/ou ultrafiltrabilidade (UF) do Mg no fluído ruminal é muito sensível
ao pH. Foi registrado sob condições “in vitro” a porção de UF do mg no fluído coado foi
maior (80%) numa acidez abaixo de 6,0, mas menor que 20% em pH maior que 8,0.
Outro fator que possivelmente afeta o metabolismo do Mg é o ionoforo que está
sendo usado mais comumente para aumentar a taxa de crescimento dos ruminantes
incluindo aqueles sob pastejo. As concentrações de Mg no soro tem sido reduzida
significativamente por vários promotores de crescimento.
podem reduzir a ingestão de alimento, ser mais nervosos do que o normal e reduzir a
produção de leite.
Como na hipomagnesemia crônica, na aguda os animais podem estar
normocalcênico ou mais freqüentemente hipocalcêmico. Assim os sintomas visuais
podem ser uma mistura das deficiências de ca e Mg. Vários stress podem alterar o
estado do Mg n animal progredindo vagarosamente do normal para a crônica e algumas
vezes para aguda, seguindo de morte.
Hipomagnesemia em bovinos
Pode ocorrer em todas as classes de bovinos mas ocorre mais freqüentemente
em vacas lactantes e mais velhas. Os sintomas são: nervosismo, contração muscular
ao longo da face, ombros e flancos. Em tetania progressiva as vacas cambaleiam e
caem com a cabeça virada para trás, ocorre salivação e ranger dos dentes, palpitação
das pálpebras, convulsões, coma e morte.
Hipomagnesemia em ovinos
Ovelhas com gêmeos são mais susceptíveis do que comum único cordeiro.
Ovelhas com hipomagnesemia severa são pequenas, param coma cabeça abaixada,
estão freqüentemente separadas do rebanho e são relutantes em movimentar. os
sintomas de tetania clínica progressiva são; andar cambaleante, colapso, espuma o
canto da boca, ranger dos dentes, tremores musculares generalizados, convulsões e
morte.
Tetania do leite
Esta desordem geralmente ocorre em animais criados somente com leite ou
substituto do leite (sem enriquecer com MG). O problema é também registrado em
ovinos com 3 a 4 meses de idade que se alimentam no balde, tendo acesso a
pastagens de primavera viçosa.
Diagnose diferencial
A hipomagnesemia tem sido freqüentemente confundida com enterotoxemia, que
ocorre tipicamente em bezerros, animais jovens e carneiros. Isto é causado pelas
toxinas produzidas pelo Clostridium perfrigens ou C. welchii causando infecções no
intestino, ocorrendo em animais pastoreando forragens viçosas e os sintomas incluem:
cambaleio, salivação, convulsões e morte. Também pode ser confundida com
toxicidade no nitrato, pois ambos ocorrem em pastagens novas, especialmente
naquelas fertilizadas com N. Alguns sintomas de tetania em vacas leiteiras podem ser
confundidos com cetose.
A medida de Mg no soro sangüíneo é a melhor maneira de se avaliar o estado de
Mg no animal, as concentrações na urina também são bom diagnóstico, pois os níveis
de MG na urina diminuem a 0 quando a hipomagnesemia aumenta.
11.5.7. Prevenção
Técnicas de manejo dos animais
A suplementação com Mg nas dietas é recomendado, sendo o MgO, MgC12,
MgCO3 e MgSO4 boas fontes comerciais. Calcário dolomítico e magnesiano são
lentamente disponíveis para os animais e não são recomendados. Também pode ser
usado misturas minerais contendo alto teor de Mg. Os sais de Epson (MgSO4*7H2O)
adicionados a água também são usados, borrifamento de água com uma pasta fluída
com 10% de MgO 1,5% de bentonita sobre a forragem aumenta a ingestão de Mg pelos
animais pastoreando pastagens tratadas.
Pílulas de Mg quando colocadas no rúmen-retículo podem ser úteis em alguma
circunstancias, diminuindo as perdas por tetania, sendo recomendado para o gado de
corte no período de alto risco de 8 a 10 g/dia, 10 a 25 g/dia para vacas em lactação, 4 a
8 g/dia para bezerros e 3 g/dia para ovelhas lactantes.
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 178
Ocorrência
A toxemia da prenhez (PT), ocorre em todas as raças de carneiros a partir da
Segunda gestação. Ovelhas magras ou obesas com fetos múltiplos desenvolvem a
doença durante o último mês de gestação.
Causa
A causa é uma combinação de crescimento rápido de fetos múltiplos e
inadequada nutrição das ovelhas, particularmente baixa ingestão de energia. O stress
neste período, pode ser um fator de iniciação ou de acentuação. A toxemia da prenhez
experimental não é sempre produzida somente por jejum, mas a associação de uma
condição de stress ao jejum é muito eficaz. Transporte, jejum, mudança de alimento,
estado atmosférico inclemente e doença, podem iniciar o problema. A hipoglicemia
resultante parece ser o principal fator de iniciação, como na cetose da lactação.
Sintomas
A ovelha afetada isola-se freqüentemente do rebanho e mostra inapetência,
fraqueza, incoordenação e pode elevar a cabeça. Eventualmente ela fica deitada e
somente levanta-se com ajuda, freqüentemente apresenta respiração acelerada e
descarga nasal. Em estágios avançados, há uma progressão para sintomas
neurológicos, tais como: cegueira, tremores musculares, convulsões como, e
finalmente morte. Estes são atribuídos freqüentemente a hipoglicemia. Análise de
sangue pode mostrar a mesma variação como na cetose de lactação, principalmente
com glicose baixa e cetona alta. As cetonas são excretadas na urina e resultam em
teste qualitativo positivo. O exame após a morte encontra em fígado gorduroso.
Tratamento e prevenção
O tratamento não é tão efetivo como na cetose da lactação, por causa da contínua
drenagem de glicose para acelerar o crescimento dos fetos. O nível de mortalidade de
ovelhas afetadas pode atingir 80%. O curso pode durar de 2 a 10 dias. O tratamento
preferido é 112 g diárias de glicol-propileno para beber. A glicose intravenosa em uma
administração única ,pode conferir um benefício temporário, mas uma fonte de glicose
prolongada é necessário para manter a drenagem de glicose fetal. Existem vários
relatos na relação ACTH e glicocorticóide em toxemia da prenhez, alguns indicando
baixo e outros altos níveis de glicocorticóide, mas o efeito abortivo destes hormônios
complica o seu uso para tratamento.
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 180
11.8. ACIDOSE
11.8.1. Introdução
A acidose é definida como uma condição patológica da elevação da acidez
sangue. Em ruminantes o termo é amplo e define uma condição de acidez no rúmen
(acidose ruminal). A condição pode ser aguda, apresentando uma situação de risco de
vida ou crônica (subaguda) , resultando na redução de ingestão de alimento e ganho de
peso. As estatísticas não são confiáveis sobre a incidência de acidose, mas cordeiros
parecem ser mais susceptíveis que bovinos à acidose aguda. A acidose aguda é
evidenciada pela perda de animais por morte nos casos de consumo exagerado de
grãos. As vacas leiteiras e cabras são susceptíveis a acidoses, mas práticas comuns
de alimentação e critério de produção pode-se fornecer dietas que previnam a acidose.
11.8.2. Etiologia
A etiologia da acidose tem duas grandes fases;
o) aumento abrupto na ingestão de carboidratos facilmente fermentáveis, seguido
pela rápida fermentação ruminal dos ácidos, que altera o perfil da população
microbiana do rúmen;
p) absorvição dos ácidos para a corrente sangüínea resultando em acidoses.
amido. O trigo causa mais acidose que o milho, sendo usado para induzir
experimentalmente acidoses. Flocagem a vapor, laminação, prensagem ou outros
métodos de processamentos para aumentar a área de controle ou gelatinizar amido
produz mais carboidratos facilmente fermentáveis, de modo a aumentar o potencial
para acidoses.
O aumento do consumo de carboidratos fermentáveis dado como resultado a
acidez cria condições letais para os protozoários. Em animais adaptados para dieta rica
em grãos, os protozoários. Em animais adaptados para dieta rica em grãos, os
protozoários particularmente estão presentes. Protozoários ingerem amido, bem como
as bactérias e podem exercer uma função melhoradora na acidez após a ingestão em
animais alimentados com grãos, pela última remoção temporária de substrato por
bactérias, ou controle de alguma extensão de população de bactérias. As bactérias
celulolíticas que predominam em ruminantes alimentados com forragens têm sido
fundamentais em rúmen de animais alimentados com grãos, se o pH do fluído ruminal é
5,2 ou maior.
A presença de carboidratos fermentáveis no rúmen causa uma rápida proliferação
de bactérias amilolíticas ou bactérias que utilizam açúcar, particularmente Streptococus
bovis, cujo intervalo de geração é medido em minutos em condições abundantes de
substrato. Estas bactérias produzem ácidos graxos voláteis, os quais são produtos da
fermentação normal, e lactato, o produto de S. bovis. O S. bovis é como o nome indica
está presente em ruminantes alimentados com grãos em maior número que Lacto
bacillus, que é a bactéria que fermenta carboidratos facilmente fermentáveis,
predominante o lactato.
Lacto bacilo ruminal prolifera em resposta ao substrato (RFC) e produz também
isômeros de lactato. Em ruminantes alimentados com forragem ou ruminantes
adaptados para dieta rica em grãos, o lactoado não está presente ou está presente em
quantidades pequenas no fluído ruminal. O lactado presente em ruminantes
alimentados com forragem é predominantemente o L. lactado. O lactado produzido no
rúmen pode ser absorvido, pode passar para o rúmen com a ingesta, ou fornecer
substratos para a bactéria. Entretanto, se o lactato é produzido em taxas bastante
elevadas causando acumulação, ocorre absorção de elevada quantidade para dentro
do sistema sangüíneo contribuindo para a acidose.
Em caso agudo de acidoses, o pH do fluído ruminal pode se aproximar do pH do
ácido lático. Um pH baixo é instrumental na cessação de motilidade ruminal.
A fermentação normal e a produção são interrompidas se a concentração de
ácidos graxos voláteis é reduzida. O tecido epitelial do rúmen é danificado ou destruído
pelas condições ácidas, dando oportunidade para a invasão sistêmica de bactérias
responsáveis por abscessos no fígado, incluindo Sphacrophorus necrophorus e
Corynebacterium pyrogenes. Em casos crônicos de acidose ruminal ocorre danificação
do tecido e o desenvolvimento microbiano do rúmen é instável, numerosos protozoários
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 182
são reduzidos, com uma população flutuante de bactérias tendendo a uma rápida
proliferação de bactérias amilolíticas produtoras de ácido sendo que os lactobacilos
estão continuamente presente.
O intestino delgado da mesma maneira é afetado pela produção de ácido. A
inflamação de tecidos no intestino delgado é causado por ácidos do rúmen e trocas no
substrato que afeta a população bacteriana, o que contribui para diarréia e perda de
eletrólitos. Embora seja para a ocorrência, ruminantes alimentados com elevada dieta
em grãos podem vomitar , indicando injúrias gastro-intestinais.
A produção de ácidos no rúmen é absorvido na corrente sangüínea, onde eles se
acumulam e formam base para acidoses sistêmicas. O pH do sangue é menor, e existe
o desequilíbrio eletrolítico, devido a ambas as perdas para o lúmen do intestino e pela
elevada concentração ácida. Elevada osmolaridade de quimo e diarréia causam perda
de água para o sangue e liberação esplênica de eritócitos em respostas ao stress
fisiológico geral, causando hemoconcentração. A ruptura de arteríolas periferal,
particularmente na extremidade, é manifestada em laminitis, ou aguamento.
A persistência deste distúrbio fisiológico pode causar morte. Em casos crônicos, o
ácido persistente no sangue e desordens metabólicas associadas com abscessos no
fígado resultam em perda de apetite ou a síndrome “thanksgiving divener” afetando o
ganho de peso e eficiência alimentar.
Sintomas
De um modo gral, os sintomas de acidiose incluem marcada redução ou cessação
de consumo de alimento (anorexia), fezes soltas ou diarréia, desânimo, depressão ou
aflição aparente, inflamação ou ferida nos pés e morte. Outros sintomas que podem ser
medidos ou observados incluem decréscimo na taxa de ganho e eficiência alimentar,
elevada incidência de abscessos hepáticos no abate, morte, alterações no perfil do
metabolismo do sangue.
Os abscessos hepáticos são considerados no abate como perdas econômicas
para os matadouros e vem afetando negativamente o preço de mercado do boi vivo.
Quinze por cento ou mais do bovino de corte com alimento rico ou dieta concentrada
podem apresentar abscessos hepáticos. Bovinos com abscesso hepático não ganham
peso rapidamente.
O perfil do metabolismo no sangue tem sido usado em pesquisas para
documentar distúrbios de acidoses em mecanismos homeostático ou função
metabólica. Em acidoses acentuadas ocorrem aumento de volume da célula ou
hematócrito, decrescente concentração de bicarbonato no sangue, decrescente
concentração mineral no plasma e soro particularmente de Ca, e aumentada
concentração de lactato. Concentrações eletrolíticas e flutuante atividades enzimáticas
indicam a extensão e severidade da acidose. Aumentado líquido ruminal e
concentração sangüínea de histamina tem sido descrito.
A polioencefalomalácia é uma doença associada com acidoses. O nome refere-se
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 183
Terapia e prevenção
Como em muitas doenças a terapia imediata para acidose é a remoção da fonte
de grãos (concentrado) e fornecer aos animais uma forragem de boa qualidade ou uma
dieta pobre em concentrado. Em casos agudos, envolvendo um pequeno número de
animais, uma infusão intravenosa de eletrólitos pode ser eficiente, sendo que uma
infusão de tampão bicarbonato pode também ajudar, se o estado ácido-base do sangue
é cuidadosamente monitorado para evitar “morte” ou indução de alcaloses. O uso de
antibióticos dos sintomas resultantes da acidose.
Apesar das extensas e sofisticadas pesquisas sobre etiologia e prevenção de
acidoses, as mas seguras formas de prevenção relacionada com técnica, inclui
adaptação gradual e controle rígido da ingestão diária de concentrados e
monitoramento das condições do animal, além de fornecer alimento fresco e água
diariamente.
Muitos confinamentos comerciais tem diversas formulações de dietas que variam
em proporção de grão ou outras fontes de concentrados. Essas formulações são
usadas para adaptar os ruminantes inicialmente e para responder à trocas na ingestão
após adaptação, causada por uma variedade de fatores, incluindo incidência de
doenças ou erro no manejo de alimentação.
Alimentos aditivos são comercialmente disponíveis e podem reduzir a incidência
de abscessos hepáticos e efeitos da acidoses em grandes grupos de animais, se usado
em conjunto com boas práticas de manejo. Esses aditivos dividem-se em três
categorias. Antibióticos que tem efeito sistêmico, ou que tem efeito no rúmen e
tampões dietéticos ou neutralizadores são designados para melhorar as condições de
acidez no trato gastrointestinal. Antibióticos que tem efeitos sistêmicos, particularmente
na redução da incidência de abscessos hepáticos, incluem a cloratetraciclina e tilorina;
outros antibióticos (eritromicina, zinco bacitracina) tem sido apresentado para reduzir
incidência de abscessos hepáticos, mas não apresentam consistência benéfica em
termos de animais confinados e performance de bovinos. Antibióticos que tem efeito
ruminal inclui os ionoforos monesina e lascalacida, estes afetam a ingestão de alimento
e/ou os padrões de fermentação ruminal , de forma que facilitam a adaptação
microbiana ao aumento da ingestão de concentrado. Outros antibióticos (zinco
bacitracina, penicilina, clorotetraciclina) não apresentam efeito consistente no rúmen.
Problemas Metabólicos Relacionados à Nutrição 184
Proteína
Os sinais clínicos da infertilidade, associado à deficiência de proteína incluem o
atraso da puberdade, aumento no número de dias e diminuição no apetite. geralmente,
a deficiência de energia tem maior influência na reprodução do que a deficiência de
proteína.
Nutrição e Fertilidade 186
Vitaminas
As vitaminas necessárias aos ruminantes são encontrados no rúmen (síntese
pelas bactérias), sintetizadas nos tecidos e nos alimentos naturais. A infertilidade
devido a deficiência de vitamina é grandemente reduzida em áreas onde práticas
intensivas são utilizadas. Somente as vitaminas lipossolúveis são supridas na dieta e
são, portanto, as únicas que causam problemas de deficiência.
Vitamina A
A deficiência pode causar atraso na puberdade, mas na maioria das vezes seus
efeitos adversos são refletidos no final da gestação e durante o parto.
Forragens novas e frescas contém grandes quantidades de -caroteno, que é o
precursor da vitamina A, os quais são perdidos pela armazenagem dos alimentos.
Problemas reprodutivos como cio silencioso, taxas reduzidas de concepção, cistos
ovarianos e mortalidade embrionária podem ser associados com a deficiência do -
caroteno.
Vitamina D
A deficiência desta vitamina reduz a fertilidade pelo atraso na puberdade e pela
omissão do estro.
Vitamina E
Vacas deficientes em vitamina E reproduzem normalmente. Não há evidências de
que a suplementação com vitamina E pode beneficia a performance reprodutiva em
ruminantes. Se a suplementação de vitamina E é benéfica, ela provavelmente ocorre
somente sob condições de deficiência de selênio. Os dois nutrientes possuem funções
biológicas dependentes, os quais podem resultar em efeitos recíprocos.
Minerais
Fósforo
Na maioria das vezes a deficiência está associada à infertilidade. Uma severa
deficiência de fósforo pode atrasar a puberdade e o estro pós-parto, enquanto que, uma
deficiência moderada pode causar baixas taxas de concepção.
Selênio
A redução na fertilidade é algumas vezes associada com deficiência de selênio,
em ovinos e bovinos, no entanto outros fatores podem estar envolvidos. baixo tocoferol
ou presença de antagonistas da vitamina E e selênio podem reduzir a fertilidade de
animais confinados ou mantidos em áreas deficientes em selênio. A infertilidade devido
à deficiência de selênio parece ser mais proeminente em ovinos do que em bovinos.
O selênio pode ter função preventiva de cistos ovarianos.
Nutrição e Fertilidade 187
Outros minerais
Cobre
Outros minerais podem também estar relacionados com a fertilidade, mas esta
relação nem sempre é clara. A relação entre a deficiência de cobre e infertilidade nos
ruminantes é difícil de ser verificada, porque o efeito pode ser indireto, através de
algumas disfunções gerais causadas pela deficiência de cobre. Ovários inativos, atraso
no estro e reduzidas taxas de concepção têm sido atribuídas à deficiência de cobre em
bovinos. Em muitos casos tem ocorrido a fertilização mas resulta em morte do embrião,
aborto ou mumificação do feto. A administração de cobre da motilidade do
espermatozóides, e pouco destes morrem. os sintomas de deficiência de cobre podem
não ser notados. Há também situações de deficiências de cobre podem não ser
notados. Há também situações de deficiência de cobre podem não ser notados. Há
também situações de deficiências severas de cobre nas quais os problemas
reprodutivos não são observados. Há relatos de danos na reprodução em condições
hipercúpricas.
Cobalto
Ë requerido para garantir a fertilidade nos ruminantes. Reduzidas taxas de
concepção, são na maioria das vezes, um sinal comum de deficiência em bovinos,
enquanto que os ovinos podem não mostrar sinal de estro. Cios irregulares e
silenciosos são também comuns. Em um estudo feito em bovinos de corte, submetidos
a pastagem deficiente em cobalto, tiveram no primeiro serviço uma taxa de concepção
de 53%, e de 67% quando se forneceu o cobre e 93% quando foram fornecidos o
cobalto e o cobre. A involução uterina gasta em torno de 6,9 semanas em vacas
deficientes em cobalto e 3 semanas em vacas não deficientes. Machos, com
deficiência em cobalto, podem ter o total de esperma reduzido.
Iodo
Influencia na reprodução devido ao seu papel vital na tireóide. desta forma, os
efeitos da deficiência na reprodução são provavelmente manifestações secundárias
devido as disfunções da tireóide, resultando em anestro, estro irregular, retenção de
placenta, abortos e fetos natimortos.
Manganês
Nos ruminantes é necessário para uma fertilidade normal. Cio silencioso, estro
irregular, infertilidade, aborto e fetos deformados têm sido relatados para bovinos,
ovinos e caprinos com deficiência de manganês. A motilidade e o número de
espermatozóides são reduzidos nas ejaculações de machos caprinos deficientes em
manganês.
Nutrição e Fertilidade 188
Zinco
A deficiência cus um dano mais pronunciado nos machos do que nas fêmeas. O
efeito é severo e parece ser específico no final da fase de maturação dos
espermatozóides. O atraso no desenvolvimento testicular dos machos ou atrofia nos
adultos são indicações comuns de deficiência de zinco, e nas fêmeas ocorrem taxas
reduzidas de concepção e aumento da mortalidade embrionária.
13
NUTRIÇÃO E REPRODUÇÃO
Energia e proteína
Quantitativamente, os requerimentos de energia e proteína aumentam muito no
final da gestação, devido ao aumento no desenvolvimento do feto. A energia requerida
por vacas leiteiras durante os dois últimos meses de gestação é 30% maior do que a
energia requerida por vacas não-prenhas. O requerimento de energia e proteína em
animais gestante de outras espécies ruminantes são também proporcionalmente
maiores do que para os animais não prenhos. Ovinos e caprinos recebendo
quantidades inadequadas de energia durante a gestação poucos e pequenos fetos.
Reabsorção do feto ou mumificação têm relatados em ruminantes selvagens (veado)
sob severa deficiência de energia.
Vitaminas e minerais
Vitamina A
A deficiência durante a gestação pode resultar em aborto ou fetos fracos e cegos,
queratinização, degeneração e retenção da placenta e metrite. Vitamina A e seu
precursor -caroteno, são eficazes na prevenção destes problemas.
Vitamina D
Deficiência durante a gestação pode resultar n nascimento de feto com
raquistismo. Consumo adequado de vitamina D, na época do parto pode reduzir a febre
do leite.
Vitamina E e selênio
Ambos possuem papel preventivo na retenção da placenta. O selênio é
componente essencial da peroxidase glutationa, porém, a necessidade de peroxidade
glutationa em grandes quantidades é reduzida quando o animal ingere quantidades
Nutrição e Fertilidade 190
Cálcio
Problemas com absorção ou mobilização do cálcio afetam indiretamente a
reprodução via febre do leite. Vacas com febre do leite provavelmente terão retenção
de placenta seguida de alta incidência de cistos ovarianos e redução nas taxas de
concepção.
Fósforo
O principal efeito da deficiência de fósforo é o atraso na puberdade e infertilidade.
A deficiência durante a gestação não causará aborto, mas poderá ocorrer nascimentos
de fetos mortos ou fracos.
Iodo
Deficiência ou quantidades excessivas podem causar problemas reprodutivos.
Deficiência na gestação causa nascimento prematuro, bezerros fracos e afetados por
papeira. A toxidez pode resultar em abortos.
Cobre
A deficiência tem sido associada com aumento nas dificuldades no parto e
retenção de placenta. No entanto, há estudos que demonstram não haver benefício na
suplementação do cobre. Ovinos que pastejam em solos deficientes em cobre poderão
ter cordeiros fracos.
Manganês
A deficiência em cabras resulta em aumento nas taxas de aborto e redução no
peso dos cabritos que nascem. Nos bovinos, aborto e nascimento de bezerros
deformados ou pernas tortas são sinais clínicos da deficiência de manganês.
14
NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO
14.1. INTRODUÇÃO
ANNISON, E.F. and DYFED LEWIS. Metabolism in the Rumen. Methuen Co. Ltd.,
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