Lei e Regualamento Das Zonas Francas Industriais Investimentos PDF
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ZONAS ECONÓMICAS
ESPECIAIS
e
ZONAS FRANCAS INDUSTRIAIS
USTRIAIS
Ficha Técnica
F
TÍTULO:
Legislação Sobre Investimentos em Moçambique
- Zonas Económicas Especiais
- Zonas Francas Industriais
PUBLICAÇÃO:
GAZEDA
DIRECTOR:
Danilo Nalá
PATROCÍNIO:
FNB
DIRECÇÃO
CÇÃO E PRODUÇÃO:
O ÇÃO
STATUS – Consultores de Comunicação, Lda.
GAZEDA:
Av. 24 de Julho, n° 3549, 8° Andar Prédio do INSS | Tel.: +258 21 400635
Fax: +258 21 400632 | Maputo ZEEN: Rua Principal, ao lado do Banco FNB
Tel.: +258 26 526747 Fax: +258 26 526748
Cidade Baixa, Nacala Porto website:www.gazeda.gov.mz | email:gazeda@gazeda.gov.mz
Moçambique
Índice
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Artigo 1
(Definições)
1. Para efeitos da presente Lei, considera-se:
Artigo 2
(Objecto da Lei) 11
1. A presente Lei tem por objecto definir o quadro legal básico e uniforme do
processo de realização, na República de Moçambique, de investimentos
nacionais e estrangeiros elegíveis ao gozo das garantias e incentivos nela
previstos.
Artigo 3
(Âmbito de aplicação)
2. Esta
E Lei não se aplica aos investimentos realizados ou a realizar nas áreas
de
d prospecção, pesquisa e produção de petróleo, gás e indústria extractiva de
recursos minerais.
3. Não são abrangidos por esta Lei os investimentos públicos financiados por
fundos do Orçamento Geral do Estado bem como os investimentos de carácter
exclusivamente social.
Artigo 4
(Igualdade de tratamento)
1. No exercício das suas actividades, os investidores, empregadores e
trabalhadores estrangeiros gozarão, tal como os nacionais, dos mesmos
direitos e sujeitar-se-ão aos mesmos deveres e obrigações consagrados na
legislação em vigor na República de Moçambique.
Artigo 5
12 (Assunção de acordos internacionais)
As disposições da presente Lei não restringem as eventuais garantias, vantagens
e obrigações especialmente contempladas em acordos ou tratados internacionais
de que a República de Moçambique seja signatária.
Artigo 6
(Princípio básico e orientador dos investimentos)
Os investimentos abrangidos por esta Lei, independentemente da forma de
que se revistam, deverão contribuir para o desenvolvimento económico e
social sustentável do País, subordinar-se aos princípios e objectivos da política
económica nacional e às disposições desta Lei e sua regulamentação e da demais
legislação aplicável em vigor no País.
Lei de INVESTIMENTOS
Artigo 7
(Objectivos dos investimentos)
A realização de investimentos abrangidos pela presente Lei deverá visar,
nomeadamente, os seguintes objectivos:
Artigo 8
(Formas de investimento directo nacional)
O investimento directo nacional pode, isolada ou cumulativamente, assumir
qualquer das formas seguintes, desde que susceptíveis de avaliação pecuniária:
a) Numerário;
Artigo 9
(Formas de investimento directo estrangeiro)
O investimento directo estrangeiro pode revestir, isolada ou cumulativamente,
qualquer das formas seguintes, desde que susceptíveis de avaliação pecuniária:
Artigo 10
(Formas de investimento indirecto)
Com ressalva do disposto nas alíneas b) e c), respectivamente, dos artigos 8 e
9, e no número 2 do artigo 17, o investimento indirecto, nacional ou estrangeiro,
compreende, isolada ou cumulativamente, as formas de empréstimos, suprimentos,
prestações suplementares de capital, tecnologia patenteada, processos técnicos,
segredos e modelos industriais, “franchising”, marcas registadas, assistência
técnica e outras formas de acesso à utilização ou de transferência de tecnologia e
marcas registadas cujo acesso à sua utilização seja em regime de exclusividade
ou de licenciamento restrito por zonas geográficas ou domínios de actividade
industrial e/ou comercial.
Artigo 11
(Áreas para investimentos de livre iniciativa privada)
Constituem áreas abertas à livre iniciativa de investimentos privados todas
as actividades económicas que não estejam expressamente reservadas à
Lei de INVESTIMENTOS
o
propriedade ou exploração exclusivas do Estado ou à iniciativa de investimento
do sector público.
Artigo 12
(Áreas reservadas à iniciativa do sector público)
O Conselho de Ministros definirá as áreas de actividade económica reservadas
à iniciativa do sector público para a realização de investimentos, com ou sem
envolvimento da participação do sector privado, definindo ainda as percentagens
de participação de investimento privado, nacional e estrangeiro.
CAPÍTULO II
Garantias e Incentivos Fiscais
Artigo 13
(Protecção dos direitos de propriedade)
Artigo 14
(Transferências de fundos para o exterior)
1. O Estado garante, de acordo com as condições fixadas na respectiva
autorização ou outros instrumentos jurídicos pertinentes ao investimento, a
transferência para o exterior de:
Artigo 15
(Formalidades para transferências para o exterior)
1. Em harmonia com a definição contida na alínea p) do número 1 do artigo 1,
satisfeitas as obrigações fiscais aplicáveis, os investidores estrangeiros, que
tiverem realizado investimentos autorizados nos termos desta Lei e respectiva
regulamentação, poderão, mediante a observância das formalidades cambiais
aplicáveis, transferir para o exterior até à totalidade dos lucros que lhes
couberem em cada exercício económico.
Artigo 16
(Incentivos)
1. Em complemento das garantias de propriedade e de transferências de fundos
para o exterior consagrados nos artigos 13 a 15 precedentes, o Estado garante
a concessão dos incentivos fiscais e aduaneiros a serem definidos no Código
dos Benefícios Fiscais para Investimentos em Moçambique, realizados em
conformidade com a presente Lei e sua regulamentação.
CAPÍTULO III
Financiamento e Operações Cambiais
Artigo 17
(Financiamento do investimento directo)
Artigo 18
(Acesso ao crédito interno)
As empresas constituídas com a participação de investimento directo estrangeiro
poderão beneficiar de acesso ao crédito interno, nos mesmos termos e condições
aplicáveis às empresas moçambicanas, e de conformidade com a legislação
vigente no País.
Artigo 19
(Alocação de moeda externa)
1. Para os empreendimentos de actividades geradoras de divisas, o Banco de
Moçambique poderá, mediante a apresentação pelas respectivas empresas
de planos anuais das suas necessidades cambiais, autorizar a retenção, em
conta de moeda externa, de uma parte das receitas que forem sendo pelos
mesmos geradas.
2. Para os casos não abrangidos pelo número anterior adoptar-se-ão mecanismos
apropriados para cada caso tendo em conta o interesse económico e
importância social de cada empreendimento.
Artigo 20
(Operações cambiais)
As operações cambiais e a conversão da moeda externa para a moeda local e
19
vice-versa processar-se-ão em conformidade com a legislação e normas vigentes
no País sobre a matéria.
CAPÍTULO IV
Autorização e Registo
Artigo 21
(Tomada de decisão sobre projectos de investimentos)
1. A realização, no País, de projectos de investimentos elegíveis ao gozo das
garantias e incentivos previstos nos termos desta Lei carece de autorização de
entidades governamentais competentes.
2. O Governo estabelecerá, em regulamento, os níveis de competência
para tomada de decisão sobre projectos de investimentos por entidades
governamentais.
3. O Conselho de Ministros regulamentará os prazos a observar para tomada de
decisão sobre as propostas de investimentos, bem como os procedimentos a
seguir quando determinada proposta não for decidida pela entidade competente
dentro do prazo estipulado.
LLei de INVESTIMENTOS
4. Competirá
C ainda ao Conselho de Ministros regulamentar as situações em que
poderão ocorrer alterações ou a revogação de autorizações concedidas para a
realização de projectos de investimentos em território nacional.
Artigo 22
(Registo do investimento directo estrangeiro)
1. O investidor estrangeiro deverá, no prazo de 120 dias contados a partir da
notificação da decisão, proceder ao registo do seu empreendimento envolvendo
investimento directo estrangeiro junto da entidade licenciadora de importação
de capitais, bem como ao registo de cada operação efectiva de importação de
capitais que realizar.
2. A não efectuação dos registos estipulados neste artigo poderá determinar o
não reconhecimento do direito á exportação de lucros e à reexportação do
capital investido.
3. Os registos preconizados neste artigo far-se-ão sem prejuízo da verificação e
confirmação, nos termos previstos na regulamentação desta Lei, dos valores
declarados para efeitos do respectivo registo.
Artigo 23
20 (Cedência de posição ou direitos de investidor)
1. O investidor poderá ceder, no todo ou em parte, a sua posição ou direitos
sobre um investimento ou a sua participação no respectivo capital, mediante
pedido expresso devidamente fundamentado dirigido ao Ministro do Plano e
Finanças que deverá dar entrada no Centro de Promoção de Investimentos,
ou do seu delegado provincial.
Artigo 24
(Sancionamento e registo de investimentos indirectos)
1. A realização de qualquer investimento indirecto estrangeiro, contemplado
nos termos da presente Lei e sua regulamentação, carece de sancionamento
prévio pela entidade competente.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, é entidade competente:
a) O Banco de Moçambique, para os investimentos que assumirem a forma de
empréstimos associados a investimento directo, com ou sem envolvimento de
investimento directo estrangeiro;
b) A entidade responsável, nos termos da lei, pelo registo de cada uma das
demais formas de investimento indirecto estrangeiro, desde que proveniente
do exterior ou de outra proveniência equiparável.
3. É condição necessária para a elegibilidade de qualquer das modalidades previstas
no artigo 10, para a sua consideração como investimento indirecto, aplicado
em projecto autorizado em conformidade com esta Lei e sua regulamentação,
que a respectiva forma de investimento tenha, subsequentemente, sido objecto
de sancionamento e registo junto da entidade moçambicana competente, nos
termos do artigo anterior.
21
CAPÍTULO V
Disposições Diversas
Artigo 25
(Resolução de diferendos)
1. Os eventuais diferendos relativos à interpretação e aplicação da presente Lei
e sua regulamentação, que não possam ser solucionados por via amigável ou
negocial, serão submetidos, para resolução, às entidades judiciais competentes,
em conformidade com a legislação moçambicana.
2. Os diferendos entre o Estado e investidores estrangeiros concernentes
a investimentos autorizados e realizados no País, que não puderem ser
solucionados nos termos previstos no número anterior, serão, salvo acordo em
contrário, resolvidos por arbitragem, com possível recurso, mediante a prévia
concordância expressa de ambas as partes, a:
a) Regras da Convenção de Washington, de 15 de Março de 1965, sobre
a Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e
Nacionais de outros Estados, bem como do respectivo Centro Internacional
de Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e
Nacionais de outros Estados;
LLei de INVESTIMENTOS
Artigo 27
(Projectos de investimentos anteriores)
1. A presente Lei e sua regulamentação não se aplicam aos investimentos
autorizados antes da sua entrada em vigor, os quais continuam, até ao
respectivo termo, a ser regidos pelas disposições da legislação e dos termos
ou contratos específicos através dos quais a autorização de realização de cada
projecto, no País, tiver sido concedida.
2. Os projectos de investimentos submetidos para análise e aprovação até à
entrada em vigor desta Lei, serão analisados e decididos nos termos da Lei n°
4/84, de 18 de Agosto, ou da Lei nº 5/87, de 19 de Janeiro, consoante o caso,
salvo se os proponentes optarem e solicitarem, expressamente, a aplicação da
presente Lei.
Artigo 28
(Regularização de investimentos estrangeiros
não registados)
1. Os investidores com projectos que envolvam investimento directo estrangeiro
4/84, de 18 deAgosto
autorizado nos termos da Lei nº 4/84 de Agosto, e respectivo Regulamento
Regulamento,
que se encontrem em processo de implementação ou dentro do prazo
estabelecido na respectiva autorização para o início da sua implementação, 23
mas que não tiveram ainda sido objecto de registo nos termos do disposto
no artigo 22, deverão efectuar o seu registo junto do Ministério do Plano e
Finanças, no prazo de cento e oitenta (180) dias contados a partir da data da
entrada em vigor da presente Lei.
2. A não observância do disposto no número anterior poderá determinar
a revogação da autorização concedida, cessando, por consequência, o
reconhecimento e os compromissos assumidos pelo Governo em relação aos
referidos investimentos ao abrigo da Lei nº 4/84, de 18 de Agosto, e respectivo
Regulamento.
Artigo 29
(Regulamentação)
O Conselho de Ministros aprovará os diplomas regulamentares da presente Lei.
LLei de INVESTIMENTOS
Artigo 30
(Disposição final)
Ficam revogadas as disposições da Lei nº 4/84, de 18 de Agosto, e da Lei nº 5/87,
de 19 de Janeiro, no que contrariem o disposto na presente Lei.
24
Regulamento da
LEI DE INVESTIMENTOS
CONSELHO DE MINISTROS
Decreto nº 43/2009
de 21 de Agosto
Artigo 3
Compete ao Ministro que superintende a área da Planificação e Desenvolvimento,
aprovar os formulários e modelos de requerimentos, licenças e certificados
que se mostrem necessários bem como as medidas práticas necessárias à
implementação do presente decreto.
Artigo 4
São revogados o Decreto nº. 14/93 de 21 de Julho, excepto o disposto no
seu artigo 4, o Decreto nº. 36/95 de 8 de Agosto, o Decreto nº. 62/99 de 21
de Setembro, Decreto nº. 35/2000 de 17 de Outubro e demais legislação que
contrarie o estabelecido no presente decreto.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Artigo 1
(Definições)
Para efeitos do presente Regulamento, considera-se:
Artigo 2 29
(Âmbito de aplicação)
1. As disposições deste Regulamento aplicam-se aos investimentos privados,
nacional e estrangeiro, realizados ao abrigo da Lei nº 3/93, de 24 de Junho,
Lei de Investimentos, e demais legislação, por pessoas singulares, colectivas
ou sociedades, regularmente constituídas.
Artigo 3
(Objecto)
O presente Regulamento tem por objecto:
CAPÍTULO II
Coordenação de processos de investimentos
30 Artigo 4
(Competência de coordenação de processos
de investimentos)
1. Compete ao Ministro que superintende a área de Planificação e Desenvolvimento
coordenar os processos de investimento nos termos da Lei nº. 3/93, de 24 de
Junho.
Artigo 5
(Assistência e monitoria)
1. O CPI e o GAZEDA são responsáveis pela prestação de assistência institucional
aos investidores, durante a fase de implementação e realização efectiva de
projectos autorizados, bem como a realização de acções de acompanhamento
e verificação do cumprimento dos Termos da Autorização do projecto e das
disposições da Lei de Investimentos e demais legislação complementar.
Artigo 6
(Valor mínimo de investimento directo estrangeiro)
1. O valor mínimo de investimento directo estrangeiro, resultante do aporte de
capitais próprios dos investidores estrangeiros, é fixado no equivalente a dois
milhões e quinhentos mil meticais (2,500,000.00Mts), para efeitos específicos
de transferência de lucros para o exterior e do capital investido reexportável.
b)
b As exportações anuais, de bens ou serviços, sejam no mínimo no valor
equivalente a um milhão e quinhentos mil meticais (1,500,000.00Mts);
CAPÍTULO IV
Tramitação de propostas de investimentos
Secção I
Apresentação da proposta
Artigo 8
(Apresentação da proposta de projecto de investimento)
1. As propostas de projectos de investimento devem ser apresentadas em
formulário próprio devidamente preenchido, acompanhadas de documentos
necessários para sua apreciação e em quatro exemplares ao CPI ou ao
GAZEDA, conforme os casos, que procederão ao respectivo registo, depois
de verificada a sua conformidade.
Artigo 9
(Documentos que instruem a proposta do projecto)
1. As propostas de projectos de investimentos apresentadas, para efeitos de
análise e aprovação, devem ser acompanhadas dos seguintes documentos:
Secção II
Análise da proposta
Artigo 10
(Articulação inter-institucional)
1. O CPI e o GAZEDA dispõem de sete (07) dias úteis, a contar da data da
recepção da proposta do projecto, para assegurar a necessária articulação
inter-institucional junto dos Ministérios que superintendem o sector em que o
projecto se insere bem como das demais instituições do Estado, com vista à
obtenção do parecer sobre a proposta do projecto.
Artigo 11
(Proposta de autorização do projecto)
1. A proposta de autorização deve compreender o projecto de despacho ou de
Resolução Interna do Conselho de Ministros, os quais devem conter os termos
específicos da autorização relativos ao projecto em causa.
CAPÍTULO V
Competências e prazos para autorização de projectos
Artigo 12
(Competência para decisão sobre projectos de investimento)
1. A decisão sobre projectos de investimento recebidos no CPI compete:
Artigo 13
(Notificação da decisão tomada)
1. Cabe ao CPI e ao GAZEDA, consoante os casos, proceder à notificação aos
proponentes dos projectos de investimento sobre a decisão que tenha recaído
sobre o mesmo, no prazo máximo de quarenta e oito horas, após a data da
decisão.
CAPÍTULO VI
Alteração e revogação da autorização do projecto
Artigo 17
(Alteração dos termos de autorização) 37
1. Quando circunstâncias ponderosas assim o exijam, e mediante pedido
expresso e devidamente fundamentado dos respectivos investidores ou seus
representantes, os termos e condições do projecto poderão ser alterados pela
entidade decisória competente.
CAPÍTULO VII
Zonas Económicas Especiais
Secção I
Criação de ZEE
Artigo 20
(Competências)
1. Compete ao Conselho de Ministros, sob proposta do Conselho de
Investimentos, a criação de Zonas Económicas Especiais.
Artigo 21
Actividades autorizadas
1. São autorizadas e gozam dos respectivos benefícios nas ZEE´s, todas as
actividades económicas, exceptuando-se aquelas que pela sua natureza não
são permitidas por lei.
Subsecção I
Regime fiscal e aduaneiro
Artigo 24
(Regime fiscal e aduaneiro)
1. Os operadores e empresas que exercem actividades em regime de ZEE´s
estão sujeitos a tributação, nos termos da legislação fiscal vigente.
2. É permitida a entrada para as ZEE´s de mercadorias de qualquer natureza,
quantidade, proveniência e origem, desde que a sua importação não seja
proibida por lei.
3. Os benefícios fiscais e aduaneiros aplicáveis às mercadorias referidas no
número anterior constam de legislação própria.
Regulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Artigo 25
(Vendas para o mercado local)
1. As EZEE estão autorizadas a vender no mercado local a sua produção,
estando neste caso sujeitas ao pagamento dos impostos devidos, nos termos
da legislação vigente, incluindo os direitos aduaneiros, o Imposto sobre o Valor
Acrescentado e o Imposto sobre Consumos Específicos, incidindo estes sobre
o valor dos bens importados.
2. Para os casos em que determinados produtos e bens, no âmbito de acordos
bilaterais ou regionais, beneficiem de taxas aduaneiras inferiores às que
resultem da aplicação do número um do presente artigo, ou em isenção total,
estas taxas devem ser consideradas na venda para o mercado interno dos
bens similares produzidos nas ZEE´s.
3. Para a aplicação do número anterior não devem ser considerados os critérios
de origem.
4. As empresas em regime de ZEE´s que se dediquem a importação de bens e
mercadorias para consumo, poderão vender o seu produto no mercado local,
ficando sujeitas, neste caso, ao pagamento de todas as imposições fiscais
devidas, não sendo para estas aplicáveis o previsto nos números 2 e 3,
precedentes. 41
5. O disposto neste artigo não é aplicável às vendas e importações, nem às
suas respectivas mais-valias, de e destinadas às actividades económicas nas
ZETI.
Artigo 26
(Importações e exportações das ZEE´s)
1. Nas importações para as ZEE´s, as matérias-primas, bens, mercadorias
e equipamentos, entram no País através das estâncias aduaneiras,
nomeadamente, Portos, Aeroportos ou Fronteiras Terrestres, indo directamente
para a ZEE em regime de Trânsito Aduaneiro, local onde podem ser
inspeccionadas.
Subsecção II
42 Regime laboral
Artigo 28
(Regime laboral)
1. Aplicam-se as ZEE e EZEE, todos os instrumentos legais que regem o trabalho
subordinado, ressalvadas as derrogações constantes do presente decreto e
outra legislação específica.
2. Para o exercício de actividades nas ZEE é permitida a contratação de
trabalhadores estrangeiros.
Artigo 29
(Informação sobre trabalhadores estrangeiros)
1. Os OZEE e EZEE devem comunicar às entidades competentes, para efeitos
de autorização, através do GAZEDA, a contratação de trabalhadores
estrangeiros.
2. Os trabalhadores estrangeiros devem possuir as qualificações profissionais e
as especialidades de que o País necessita e a sua admissão só pode efectuar-
se desde que não haja nacionais que possuam tais qualificações ou o seu
número seja insuficiente.
Regulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Subsecção III
Regime migratório
Artigo 32
Regime migratório
1. Aos investidores autorizados e seus representantes, bem como aos proprietários
de EZETI individuais no caso de turismo residencial, será concedido direito de
residência permanente no País, extensivo ao cônjuge e filhos menores, desde
que devidamente comprovado pelo GAZEDA.
Subsecção IV
Regime cambial
Artigo 33
Regime cambial
1. O regime cambial especial a aplicar às entidades abrangidas por este
Regulamento, decorre das competências atribuídas ao Conselho de Ministros,
nos termos gerais da legislação cambial.
Artigo 35
(Financiamentos)
As empresas abrangidas pelo regime de ZEE podem obter financiamentos no
exterior sem autorização prévia do Banco de Moçambique ou de qualquer outra 45
entidade, ficando apenas obrigados a fornecer ao Banco Central, para efeitos de
registo, cópia do respectivo acordo de financiamento.
Secção III
Procedimentos para licenciamento
Subsecção I
Licenciamento de OZEE
Artigo 36
(Proposta de licenciamento de OZEE)
1. Compete ao GAZEDA o licenciamento de OZEE, após a aprovação do projecto
de ZEE em Conselho de Ministros, através da emissão do Certificado de
Operador de ZEE.
Artigo 37
(Natureza das licenças)
1. As autorizações e licenças de instalação, funcionamento e exercício de
actividades nas ZEE´s, revestem a natureza de autorização administrativa e
não podem ser objecto de negócios jurídicos particulares, devendo se for o
caso, ser autorizadas pelas entidades emissoras competentes.
3.
3 A ttransmissão
i ã entre
t vivos,
i de estabelecimentos
d t b l i t que operem em regime
i de
d
ZEE fica dependente de prévia autorização do GAZEDA, estando sujeita a
46 registo e averbamento no respectivo certificado.
Artigo 38
(Gestão das ZEE)
As ZEE são geridas por OZEE autorizados para o efeito em conformidade com
o fixado no presente Regulamento, estando os mesmos sujeitos ao controlo
e monitoramento pelo GAZEDA como sendo um território aduaneiro sujeito a
regime próprio.
Regulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Subsecção II
Aprovação e licenciamento de EZEE
Artigo 39
(Aprovação de EZEE)
1. Compete ao GAZEDA a aprovação e licenciamento de EZEE.
2. Para efeitos do número anterior, o GAZEDA representa um Centro de
Atendimento Único, composto por funcionários dos vários sectores, com
poderes de decisão bastantes, no que concerne aos vários licenciamentos
necessários.
Artigo 41
(Competência e prazo para a certificação de EZEE)
1. A certificação de uma EZEE será efectuado pelo GAZEDA na sua qualidade de
Centro de Atendimento Único, através da emissão do competente Certificado
de Empresa de ZEE, no prazo máximo de dez (10) dias úteis, contados após
a data da recepção do pedido, desde que todos os requisitos necessários à
sua aprovação estejam cumpridos e tenham sido confirmados e informados ao
proponente pelo GAZEDA.
RRegulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Secção IV
Zonas de Estâncias de Turismo Integradas
Subsecção I
Criação
Artigo 42
(Criação de ZETIs)
1. As Zonas de Estâncias de Turismo Integradas de grande escala são criadas
por força do disposto em sede de legislação especial e, são para efeitos do
presente
t Regulamento,
R l t consideradas
id d ZEE’s.
ZEE’
Artigo 43
(Natureza das licenças)
1. As autorizações e licenças de instalação, funcionamento e exercício de
actividades nas ZETI, excepto no caso de Turismo Residencial, revestem a
natureza de autorização administrativa e não podem ser objecto de negócios
jurídicos particulares.
Regulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Artigo 45
(Certificação de OZETI)
1. Compete ao GAZEDA a emissão do Certificado de Operador da ZETI ao
Promotor Primário no prazo máximo de quinze (15) dias.
Subsecção III
Empresas de ZETI
Artigo 47
(Natureza jurídica das EZETI)
1. As EZETIs devem revestir a forma de sociedades comerciais, excepto quando
se trate de exercício do direito de habitação periódica e turismo residencial,
cujos titulares serão considerados, com devidas adaptações, como EZETIs
individuais
b) Plano de urbanização;
Artigo 48
(Certificação de EZETI)
1. A certificação de uma EZETI será efectuado pelo GAZEDA através da emissão
do competente Certificado de Empresa de ZETI, no prazo máximo de dez (10)
dias úteis, contados após a data da recepção do pedido, desde que todos
os requisitos necessários à sua aprovação estejam cumpridos e tenham sido
confirmados e informados ao proponente pelo GAZEDA.
2. O licenciamento da EZETI incluirá as condições determinadas pelas entidades
competentes.
Regulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Secção V
Inspecções
51
Artigo 50
(Inspecções periódicas)
1. As inspecções ao OZEE e às EZEE estão sujeitas a uma autorização prévia do
GAZEDA.
6. As
A inspecções referidas neste artigo deverão ter acompanhamento de um
representante
r do GAZEDA e do OZEE e deverão ser conduzidas de forma a
não criar perturbação ou interrupção da actividade normal da empresa.
7. As regras fixadas no presente artigo serão aplicadas aos OZEE e às EZEE, salvo
se procedimento diferente for determinado em instrumento legal superior.
Secção VI
Vendas
Artigo 51
(Venda e transferência de mercadorias e bens)
Nas ZEE´s as mercadorias e outros bens podem ser vendidos ou cedidos por
uma empresa a outra, de forma livre, nos termos da lei.
Artigo 52
(Venda de bens, benfeitorias e prestação de serviços)
Os operadores de ZEE que realizem obras de construção civil e/ou benfeitorias
no interior das ZEE podem livremente arrendar ou vender as mesmas, desde que
52 se destinem à prossecução das actividades permitidas ao abrigo do regime de
ZEE.
CAPÍTULO VIII
Zonas Francas Industriais
Secção I
Criação de ZFI
Artigo 53
(Competências)
1. Compete ao Conselho de Ministros sob proposta do Conselho de Investimentos
a criação de ZFI´s.
Artigo 54
(Tramitação do Pedido)
1. O GAZEDA é responsável pela análise das propostas e elaboração do parecer
a ser submetido pelo Conselho de Investimentos ao Conselho de Ministros
para efeitos de tomada de decisão sobre a criação de uma ZFI.
Artigo 56
(Pedido de licenciamento de EZFI)
Os pedidos para licenciamento de EZFI, deverão ser submetidos ao GAZEDA,
através da apresentação dos seguintes documentos:
Artigo 57
(Competência para o licenciamento)
1. Compete ao GAZEDA o licenciamento de empresas de ZFI, mediante emissão
do competente Certificado de EZFI, contanto que estejam reunidos os requisitos
legais previstos para o efeito.
2. O licenciamento previsto neste artigo não isenta as EZFI dos seguintes registos
e comunicações obrigatórias:
Secção II
Artigo 59
(Actividades autorizadas)
1. Serão autorizadas nas ZFI, todas as actividades de natureza industrial desde
que, pelo menos setenta por cento (70%) do volume da sua produção anual
seja destinada a exportação;
2. A construção e o desenvolvimento de infra-estruturas básicas para a
implantação de uma ZFI é elegível ao respectivo regime, para efeitos de gozo
dos benefícios concedidos às actividades a desenvolver nas ZFI´s.
3. Excluem-se do previsto neste artigo as actividades de pesquisa e extracção
dos recursos naturais.
4. Fica proibido o fabrico, montagem ou qualquer forma de processamento de
armas, munições, artigos de pirotecnia e explosivos nas ZFI.
Artigo 60
(Inspecções periódicas)
Aplicar-se-á aos OZFI e EZFI as mesmas regras das ZEE, relativamente as
inspecções periódicas.
55
Artigo 61
(Empresas fora de uma ZFI)
1. As empresas que pretendam instalar-se fora de uma ZFI beneficiando deste
regime devem requerer ao GAZEDA a respectiva autorização desde que
reunidos os requisitos constantes do Regulamento do Regime Aduaneiro das
ZFI, e observados um dos seguintes critérios:
a) Investimento inicial a realizar nos primeiros dois anos de actividade
igual ou superior ao equivalente a vinte e cinco milhões meticais
(25,000,000.00Mts);
b) Potência instalada ou a instalar igual ou superior a 500 KvA;
2. Concluída a instalação do projecto e após a emissão do Certificado dos Sistemas
de Segurança, nos termos do Regime Aduaneiro das ZFI, as importações para
o projecto serão efectuadas de acordo com o estabelecido neste Regulamento
em relação as ZEE.
RRegulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Artigo 62
(Prazo de instalação)
E fixado em seis meses contados da data de autorização do projecto o prazo para
a instalação de empreendimentos em regime de ZFI, podendo este ser prorrogado
pelo GAZEDA a pedido fundamentado dos interessados.
Secção III
Regimes especiais
Artigo 63
São aplicáveis, com as necessárias adaptações os regimes especiais de ZEE,
constantes deste Regulamento, aos OZFI e EZFI, ressalvadas as disposições dos
artigos seguintes.
Artigo 64
(Contratação de trabalhadores estrangeiros)
O regime de contratação de trabalhadores estrangeiros e das condições de
trabalho das ZFI aplicável aos operadores e empresas nela estabelecidos,
56 obedece ao previsto em legislação específica.
Secção IV
Regime fiscal e aduaneiro
Artigo 65
(Vendas para o mercado local)
1. As EZFI estão autorizadas a vender no mercado local até trinta por cento
(30%) do volume da sua produção, de conformidade com o seu plano anual
de produção, devendo para tal pagar todas as imposições fiscais devidas,
incluindo os direitos aduaneiros, o Imposto sobre o Valor Acrescentado e o
Imposto sobre Consumos Específicos, quando aplicáveis.
2. Para os casos em que determinados produtos e bens, no âmbito de acordos
bilaterais ou regionais, beneficiem de taxas aduaneiras inferiores às que
resultarem da aplicação do número anterior ou mesmo isenção total, então
deverão ser estas taxas a ser consideradas na venda dos bens similares
produzidos nas ZFI, para o mercado interno.
3. Para a aplicação do número anterior não serão considerados os critérios de
origem.
Regulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Artigo 66
(Importações e exportações das ZFI)
1. As entradas e saídas de mercadorias das ZFI efectuar-se-ão em estrita
obediência aos preceitos estabelecidos no Regime Aduaneiro das ZFI e no
Regime de Trânsito Aduaneiro.
Artigo 67
(Fornecedores locais)
As vendas de bens e serviços pelos fornecedores locais para as ZFI destinadas
à prossecução da actividade licenciada de uma Empresa ou Operador de ZFI,
consideram-se exportações. 57
Artigo 68
(Venda e transferência de mercadorias e bens dentro das ZFI)
No interior da ZFI as mercadorias e outros bens poderão ser vendidos ou cedidos
por uma empresa a outra, nos termos do Regime Aduaneiro das ZFI.
CAPÍTULO IX
Disposições finais e transitórias
Artigo 69
(Regime transitório)
1. Até à aprovação dos diplomas legais complementares, aplicam-se ao regime
das ZEE, com as necessárias adaptações, os procedimentos relativos às ZFI,
na parte em que se mostrar necessária.
3. Permanecem
P válidos e em vigor os termos de autorização de projectos de
investimento autorizados até à entrada em vigor do presente Regulamento.
Artigo 70
(Comunicações e correspondência)
A comunicação e troca de correspondência entre os investidores e entidades
responsáveis pela coordenação de processos de investimento são vinculativas
quando tiverem sido reduzidas a escrito e comunicadas às partes e entidades
visadas, adquirindo os respectivos documentos força, para efeitos legais, se os
mesmos tiverem sido assinados pelos representantes autorizados das partes ou
entidades em causa.
Artigo 71
(Reclamações)
1. As reclamações ligadas a matérias de investimentos que emergirem da
aplicação da Lei n.º 3/93, de 24 de Junho, e do presente Regulamento, serão
submetidas ao CPI ou ao GAZEDA, de acordo com as suas respectivas áreas
de actuação, devidamente fundamentadas.
4. O disposto neste artigo não limita o direito de recurso pelas partes interessadas
à aplicação de procedimentos de resolução de diferendos sobre matérias de
investimentos preconizados no artigo 25 da Lei n.º 3/93, de 24 de Junho.
Artigo 72
(Empresas existentes e em regime de ZFI)
São mantidos todos os direitos adquiridos quer pelos operadores, quer pelas
empresas de ZFI, devendo se for o caso, ajustar-se ao novo regime, no prazo
máximo de sessenta dias.
Regulamento da LEI DE INVESTIMENTOS
Artigo 73
(Empresas existentes e a operar na área geográfica das ZEE)
1. As empresas existentes a data da publicação deste decreto e que funcionem na
área geográfica de uma ZEE, poderão requerer a sua transição para empresa
em regime de ZEE.
59
Código dos
BENEFÍCIOS FISCAIS
Artigo 1
É aprovado o Código dos Benefícios Fiscais, anexo a presente Lei, dela fazendo
parte integrante.
Artigo 2
Compete ao Conselho de Ministros regulamentar a presente Lei, no prazo de 90
dias, a contar da data da sua publicação.
Artigo 3
É revogada toda a legislação que contrarie a presente Lei.
62
Artigo 4
A presente Lei entra em vigor em 1 de Janeiro de 2009.
Joaquim Mulémbwè
Publique-se.
TÍTULO I
Disposições gerais
CAPÍTULO I
Princípios fundamentais
Artigo 1
(Âmbito de aplicação)
1. As disposições deste Código aplicam-se aos investimentos realizados por
pessoas singulares e colectivas, desde que devidamente registadas para
efeitos fiscais.
2. Os investimentos a que se refere o número anterior são os realizados no
âmbito da Lei de Investimentos e respectivo Regulamento, sem prejuízo das
excepções previstas no presente Código.
Artigo 2
(Conceito de Benefícios Fiscais) 63
1. Consideram-se benefícios fiscais, as medidas que impliquem a isenção ou
redução do montante a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favorecer
as actividades de reconhecido interesse público, bem como incentivar o
desenvolvimento económico do país.
2. São benefícios fiscais, os previstos neste Código, nomeadamente:
a) As deduções à matéria colectável;
b) As deduções à colecta;
c) As amortizações e reintegrações aceleradas;
d) O crédito fiscal por investimento;
e) A isenção;
f) A redução da taxa de impostos e o diferimento do pagamento destes.
3. Os benefícios fiscais são considerados despesas fiscais e para a sua
determinação e controlo é exigida declaração apropriada dos benefícios
usufruídos em cada exercício fiscal.
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
Artigo 3
(Direito aos Benefícios Fiscais e Aduaneiros)
1. Os investimentos levados a cabo no âmbito da Lei de Investimentos gozam
dos benefícios fiscais definidos no presente Código, desde que obedeçam as
condições aí estabelecidas, salvo o caso previsto no n.° 3 do presente artigo.
2. Gozam ainda dos benefícios fiscais previstos no presente Código:
a) Os investimentos levados a cabo fora do âmbito da Lei de Investimentos
nas actividades de comércio e indústria, desenvolvidas nas zonas rurais;
b) No comércio a grosso e a retalho em infra-estruturas novas construídas
para o efeito;
c) Na indústria transformadora e de montagem.
Artigo 4
(Cumulação de Benefícios Fiscais)
Os benefícios fiscais específicos previstos neste Código não são cumuláveis entre
si, nem com os benefícios genéricos, sem prejuízo dos casos expressamente
previstos no presente Código.
Artigo 5
64 (Transmissão dos Benefícios Fiscais)
Os benefícios fiscais concedidos ao abrigo do presente Código são transmissíveis
durante a sua vigência, mediante autorização do Ministro que superintende a
área de promoção de investimentos, desde que se mantenham inalteráveis e no
transmissário se verifiquem os pressupostos para o gozo dos mesmos.
Artigo 6
(Condições para a isenção de Direitos Aduaneiros
e Imposto sobre o Valor Acrescentado)
1. A isenção relativa aos direitos aduaneiros e Imposto sobre o Valor Acrescentado
– IVA, só é concedida quando os bens a importar não sejam produzidos no
território nacional ou, sendo produzidos, não satisfaçam as características
específicas de finalidade e funcionalidade exigidas ou inerentes à natureza do
projecto e respectiva actividade a desenvolver e a explorar.
Artigo 7
(Prazo para a concessão de isenção de Direitos Aduaneiros
e Imposto sobre o Valor Acrescentado)
A isenção relativa aos direitos aduaneiros e Imposto sobre o Valor Acrescentado –
IVA, é concedida durante os primeiros cinco anos da implementação do projecto.
Artigo 8
(Fiscalização e auditoria)
Todas as pessoas singulares e colectivas, titulares do direito ao gozo dos benefícios
fiscais a que se refere o presente Código ficam sujeitas a acções sistemáticas
de fiscalização e auditoria efectuadas pela Administração Tributária e demais
entidades competentes, para o controlo da verificação dos pressupostos dos
respectivos benefícios fiscais e do cumprimento das obrigações estabelecidas
para os mesmos titulares.
CAPÍTULO II
(Procedimentos para obter benefícios fiscais)
Artigo 9
65
(Pressupostos gerais para reconhecimento)
O destinatário dos benefícios fiscais deve cumprir com os seguintes pressupostos
gerais para a sua obtenção, sem prejuízo de outros pressupostos especiais
estabelecidos na lei:
Artigo 10
(Reconhecimento dos benefícios nos impostos internos)
Salvo disposição em contrário, para o reconhecimento automático dos benefícios
fiscais que recaem sobre os impostos internos cobrados pela Administração
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
Trib
Tributária,
butária, os titulares dos projectos de investimento com direito ao gozo
dos benefícios fiscais devem apresentar o Despacho e os termos de devem
apresentar o Despacho e os termos de autorização ou outro instrumento legal que
os comprove, emitidos pela entidade competente, na Direcção de Área Fiscal,
devendo juntar cópia de declaração de início de actividade.
Artigo 11
(Reconhecimento dos benefícios nos impostos internos)
1. Para o gozo dos benefícios fiscais e aduaneiros previstos no presente Código,
cujos impostos são cobrados pelas Alfândegas, para além dos elementos
exigidos nos termos de outros instrumentos legais, incluindo o NUIT, o titular
dos mesmos deve apresentar aos Serviços das Alfândegas a lista que contém
os bens a importar com isenção de pagamento de direitos aduaneiros e demais
imposições.
2. A aprovação da lista a que se refere o n.º 1 do presente artigo verifica-se após
a autorização do projecto de investimento e nas condições estabelecidas no
Regulamento da Lei de Investimentos e demais legislação aplicável.
3. Os Serviços das Alfândegas devem
3 devem, no prazo de cinco dias úteis
úteis, contados a
partir da data da recepção da lista, proceder ao respectivo registo e controlo.
66
Artigo 12
(Comprovação dos investimentos realizados)
1. Para efeitos do gozo dos benefícios fiscais sobre o rendimento, nos termos
do presente Código, os titulares de projectos de investimento com direito aos
benefícios devem apresentar, junto à declaração de rendimentos de que tratam
os Códigos dos Impostos sobre o Rendimento:
b) A origem das compras e despesas que dão lugar às deduções, com indicação
do número da factura, nomeado fornecedor, importância e montante total a
deduzir, bem como as amortizações aceleradas efectuadas.
TÍTULO II
Benefícios fiscais
CAPÍTULO I
Benefícios genéricos
Artigo 13
(Âmbito de aplicação)
Os benefícios genéricos previstos neste capítulo aplicam-se aos investimentos
que não sejam destinatários de benefícios específicos previstos no presente
Código.
SECÇÃO I
Benefícios na Importação de Bens
Artigo 14
(Isenção de Direitos Aduaneiros
e do Imposto sobre o Valor Acrescentado)
Os investimentos levados a cabo no âmbito da Lei de Investimentos beneficiam
de isenção do pagamento de direitos aduaneiros e do IVA sobre os bens de 67
equipamento classificados na classe “K” da pauta aduaneira e respectivas peças
e acessórios que os acompanhem.
SECÇÃO II
Benefícios Fiscais sobre o Rendimento
Artigo 15
(Crédito Fiscal por Investimento)
1. Os investimentos levados a cabo na Cidade de Maputo beneficiam, durante cinco
exercícios fiscais, de dedução de 5% do total de investimento efectivamente
realizado na colecta do IRPC, até à concorrência deste, na parte respeitante à
actividade desenvolvida no âmbito do projecto.
2. No caso dos projectos de investimento realizados nas restantes províncias, a
percentagem estabelecida no n.º 1 é de 10%.
3. Tratando-se do IRPS, a dedução do crédito fiscal por investimento referido
no número anterior deve ser efectuada até à concorrência deste, na parte
respeitante a actividade desenvolvida geradora de rendimentos pertencentes
à segunda categoria.
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
4. A parcela do crédito fiscal não utilizada num exercício fiscal pode ser deduzida
nos
n anos subsequentes, expirando a sua utilização no quinto exercício, a
contar da data do início do investimento para projectos em funcionamento e do
início de exploração para os projectos novos.
b) Viaturas ligeiras;
d) Equipamentos sociais;
Artigo 16
(Amortizações e reintegrações aceleradas)
1. É permitida a reintegração acelerada dos imóveis novos utilizados na
prossecução do projecto de investimento, que consiste em incrementar em
50% as taxas normais legalmente fixadas para o cálculo das amortizações
e reintegrações consideradas como custos imputáveis ao exercício na
determinação da matéria colectável do IRPC ou do IRPS.
Artigo 17
(Modernização e introdução de novas tecnologias)
1. O valor investido em equipamento especializado utilizando novas tecnologias
para o desenvolvimento das actividades dos projectos de investimento
beneficiam durante os primeiros cinco anos a contar da data do início de
actividade de dedução à matéria colectável, para efeitos do cálculo do IRPC,
até ao limite máximo de 10% da mesma.
Artigo 18
(Formação Profissional)
1. O montante dos custos de investimentos realizados com a formação profissional
de trabalhadores moçambicanos é deduzido à matéria colectável, para efeitos
de cálculo do IRPC, durante os primeiros cinco anos a contar da data do início
da actividade, até ao limite máximo de 5% da matéria colectável.
Artigo 19
(Despesas a considerar custos fiscais)
1. Durante um período de cinco exercícios fiscais, a contar da data de início da
exploração, os investimentos elegíveis ao gozo dos benefícios fiscais ao abrigo
do presente Código podem ainda considerar como custos para a determinação
da matéria colectável do IRPC os seguintes limites:
CAPÍTULO II
70
Benefícios específicos
SECÇÃO I
Criação de infra-estruturas básicas
Artigo 20
(Investimentos abrangidos)
As disposições desta secção são aplicáveis aos investimentos que tenham por
objecto, exclusivamente, a criação, pelo sector privado ou por parcerias público-
privadas, de infra-estruturas básicas de utilidade pública e indispensáveis para a
promoção e atracção de investimentos, para exploração de actividades concretas
em sectores da economia nacional, tais como a construção e reabilitação de
estradas, caminhos-de-ferro, aeroportos, abastecimento de água, energia
eléctrica e telecomunicações, de entre outros.
Artigo 21
(Isenção de direitos aduaneiros
e do Imposto sobre o Valor Acrescentado)
Os investimentos referidos no artigo anterior beneficiam de isenção do pagamento
Código dos BENEFÍCIOS FISCAIS
Artigo 22
(Impostos sobre o Rendimento)
1. Os investimentos que tenham exclusivamente por objecto a criação de infra-
estruturas básicas de utilidade pública, referidos no artigo 19 do presente
Código, beneficiam dos seguintes incentivos em sede do IRPC:
SECÇÃO II
Comércio e Indústria nas Zonas Rurais 71
Artigo 23
(Investimentos abrangidos)
As disposições desta secção são aplicáveis aos investimentos que tenham
por objecto a construção e/ou reabilitação de infra-estruturas destinadas
exclusivamente ao exercício de actividades de comércio e indústria nas zonas
rurais.
Artigo 24
(Isenção de Direitos Aduaneiros e do Imposto sobre
o Valor Acrescentado)
1. Os investimentos no comércio desenvolvidos nas zonas rurais beneficiam
de isenção do pagamento de direitos aduaneiros e do IVA na importação
dos bens classificados na classe “K” da pauta aduaneira, bem como outros
indispensáveis à prossecução da actividade, nomeadamente:
a) Câmaras frigoríficas;
b) Balanças;
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
cc) Pesos;
d) Caixas registadoras;
f) Balcões.
SECÇÃO III
Indústria Transformadora e de Montagem
72 Artigo 25
(Investimentos abrangidos)
As disposições desta secção são aplicáveis aos investimentos nas áreas das
indústrias transformadora e de montagem.
Artigo 26
(Isenção de direitos aduaneiros)
1. Os investimentos na área da indústria transformadora beneficiam de isenção
do pagamento de direitos na importação de matérias-primas destinadas ao
processo de produção industrial.
SECÇÃO IV
Agricultura e Pescas
Artigo 27
(Isenção de direitos aduaneiros e do Imposto
sobre o Valor Acrescentado)
Os investimentos nas áreas da agricultura e aquacultura beneficiam de isenção
do pagamento de direitos aduaneiros e de IVA sobre os bens de equipamento
classificados na classe “K” da Pauta Aduaneira e respectivas peças e acessórios
que os acompanhem.
Artigo 28
(Imposto sobre o Rendimento)
1. Os investimentos nas áreas da agricultura e aquacultura beneficiam dos
seguintes incentivos fiscais em sede do IRPC: 73
Artigo 29
(Benefícios complementares)
Aos investimentos realizados nas áreas da agricultura e aquacultura,
compreendidos nesta secção, aplicam-se ainda os benefícios fiscais previstos
nos artigos 18 e 19 do presente Código.
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
SECÇÃO V
Hoteleira e Turismo
Artigo 30
(Investimentos abrangidos)
1. As disposições desta secção são aplicáveis aos investimentos nas áreas da
indústria hoteleira e de turismo, designadamente:
Artigo 31
(Isenção de direitos aduaneiros
e do Imposto sobre Valor Acrescentado)
Os investimentos abrangidos pelo n.º 1 do artigo 30 do presente Código, beneficiam
de isenção do pagamento de direitos aduaneiros e de IVA sobre os bens de
equipamento classificados na classe “K” da pauta aduaneira, bem como sobre os
Código dos BENEFÍCIOS FISCAIS
b) Alcatifas e carpetes;
c) Equipamento sanitário;
d) Mobiliário diverso;
e) Material têxtil;
f) Ascensores;
h) Aparelhos de ar condicionado;
i) Equipamento de cozinha;
j) Equipamento de frio;
m) Cofres;
o) Televisores;
Artigo 32
(Crédito fiscal por investimento, amortizações
e reintegrações aceleradas)
1. Os investimentos abrangidos por esta secção beneficiam ainda do crédito
fiscal previsto no artigo 15 do presente Código.
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
Artigo 33
(Benefícios complementares)
Os investimentos referidos na presente secção beneficiam-se dos benefícios
previstos nos artigos 17 a 19 do presente Código.
SECÇÃO VI
Parques de Ciência e Tecnologia
Artigo 34
(Isenção de direitos aduaneiros e do Imposto
sobre Valor Acrescentado)
Os investimentos nas áreas de investigação científica, desenvolvimento
76 de tecnologias de informação e comunicação, bem como de pesquisa e
desenvolvimento beneficiam no decurso do projecto, de isenção de direitos
aduaneiros e do IVA na importação de material e equipamento científico, didáctico
e de laboratório, incluindo software e meios que o dão suporte, destinado a
educação, ensino e investigação técnico-científico, bem como de materiais de
construção, máquinas, equipamentos, respectivas peças e acessórios que os
acompanhem.
Artigo 35
(Impostos sobre rendimento)
1. Os investimentos nas áreas de investigação científica, desenvolvimento
de tecnologias de informação e comunicação bem como de pesquisa e
desenvolvimento, levadas a cabo em parques de ciência e tecnologia,
beneficiam ainda dos seguintes incentivos em sede do IRPC:
SECÇÃO VII
Projectos de grande dimensão
Artigo 36
(Investimentos abrangidos)
Os investimentos autorizados cujo investimento exceda o equivalente a doze
milhões e quinhentos mil Meticais, bem como os investimentos em infra-estruturas
de domínio público levados a cabo sob o regime de concessão gozam dos
benefícios fiscais, constantes desta secção.
Artigo 37
(Isenção de direitos aduaneiros 77
e do Imposto sobre Valor Acrescentado)
Os investimentos compreendidos no artigo anterior beneficiam de isenção de
direitos aduaneiros e de IVA na importação de materiais de construção, máquinas,
equipamentos, acessórios, peças sobressalentes acompanhantes e outros bens
destinados à prossecução da actividade.
Artigo 38
(Benefícios complementares)
Aos investimentos compreendidos na presente secção, aplicam-se ainda os
benefícios fiscais previstos nos artigos 15 à 19 do presente Código.
SECÇÃO VIII
Zonas de rápido desenvolvimento
Artigo 39
(Definição)
Para efeitos do presente Código, consideram-se zonas de rápido desenvolvimento
(ZRD) as áreas geográficas do território nacional, caracterizadas por grandes
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
Artigo 40
(Áreas abrangidas)
1. São consideradas zonas de rápido desenvolvimento, as seguintes regiões
do país: zona do vale do Zambeze, Província do Niassa, Distrito de Nacala,
Ilhas de Moçambique, do Ibo e outras que possam ser aprovadas por entidade
competente.
2. A zona do vale do Zambeze compreende:
Artigo 41
(Actividades elegíveis)
1. Para o gozo dos benefícios fiscais previstos nesta secção, são elegíveis as
seguintes actividades:
a) Agricultura;
b) Silvicultura;
c) Aquacultura;
d) Pecuária;
e) Exploração florestal;
g) Abastecimento de água;
Código dos BENEFÍCIOS FISCAIS
i) Telecomunicações;
Artigo 43
(Benefícios fiscais sobre o rendimento)
1. Os investimentos localizados nas zonas de rápido desenvolvimento em
actividades previstas nesta secção beneficiam durante cinco exercícios fiscais
de um crédito fiscal por investimento de 20% do total de investimento realizado,
a deduzir na colecta IRPC até a concorrência deste.
3. A parcela do crédito fiscal não utilizada num exercício pode ser deduzida nos
anos
a subsequentes, expirando a sua utilização no quinto exercício fiscal, a
contar da data do início de exploração para os projectos novos e da data do
início do investimento para os projectos em funcionamento.
Artigo 44
(Benefícios complementares)
Os investimentos com direito a benefícios fiscais ao abrigo desta secção
beneficiam ainda dos previstos nos artigos 18 e 19 do presente Código.
SECÇÃO IX
Zonas Francas Industriais
Artigo 45
(Isenção de direitos aduaneiros e do Imposto sobre Valor
Acrescentado)
1. Os Operadores de Zonas Francas Industriais gozam de isenção de direitos
aduaneiros na importação de materiais de construção, máquinas, equipamentos,
acessórios, peças sobressalentes acompanhantes e outros bens destinados à
80
prossecução da actividade licenciada nas zonas francas industriais.
Artigo 46
(Impostos sobre rendimento)
1. Os Operadores e as empresas de Zonas Francas Industriais beneficiam a
partir da data da emissão do respectivo Certificado dos seguintes incentivos
em sede do IRPC:
a) Isenção nos primeiros dez exercícios fiscais;
b) Redução da taxa em 50%, do 11º ao 15º exercício fiscal;
SECÇÃO X
Zonas económicas especiais
Artigo 47
(Isenção de direitos aduaneiros e do Imposto sobre Valor
Acrescentado)
1. Os Operadores e as empresas de Zonas Económicas Especiais gozam de
isenção de direitos aduaneiros na importação de materiais de construção,
máquinas, equipamentos, acessórios, peças sobressalentes acompanhantes
e outros bens destinados à prossecução da actividade licenciada nas Zonas
Económicas Especiais.
81
2. A isenção referida no n.º 1 deste artigo é extensiva ao IVA, incluindo o devido
nas aquisições internas, nas condições previstas no Código do IVA.
Artigo 48
(Impostos sobre rendimento)
1. Os Operadores de Zonas Económicas Especiais beneficiam a partir da data
da emissão do respectivo Certificado dos seguintes incentivos em sede do
IRPC:
a) Isenção nos primeiros cinco exercícios fiscais;
b) Redução da taxa em 50%, do 6° ao 10° exercício fiscal;
c) Redução da taxa em 25%, pela vida do projecto.
2. As empresas de Zonas Económicas Especiais, beneficiam a partir da data
da emissão do respectivo Certificado dos seguintes incentivos em sede do
IRPC:
a) Isenção nos primeiros três exercícios fiscais;
b) Redução da taxa em 50%, do 4° ao 10° exercício fiscal;
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
CAPÍTULO III
Sanções
Artigo 49
(Sanções impeditivas, suspensivas
ou extintivas dos benefícios fiscais)
1. Sem prejuízo de outras sanções previstas na legislação fiscal e aduaneira
em vigor, as transgressões ao disposto no presente diploma ficam sujeitas
a sanções impeditivas, suspensivas ou extintivas dos benefícios fiscais, de
acordo com a gravidade da infracção.
a) A falta de entrega nos cofres do Estado dos impostos a que esteja sujeito,
desde que ocorra uma única vez;
Artigo 50
(Extinção e suspensão dos benefícios fiscais)
1. Os benefícios fiscais caducam decorrido o prazo por que foram concedidos ou
quando tenha sido aplicada uma sanção extintiva, e quando condicionados,
Código dos BENEFÍCIOS FISCAIS
CAPÍTULO IV
Disposições diversas
83
Artigo 51
(Regime transitório geral)
1. São mantidos nos termos em que foram concedidos os benefícios fiscais
cujo direito tenha sido adquirido ou os pedidos tenham sido formulados e
submetidos na base dos anteriores Códigos dos Benefícios Fiscais, aprovados
pelos Decretos n.ºs 12/93, de 21 de Julho, e 16/2002, de 27 de Junho, antes
da entrada em vigor do presente Código.
Artigo 52
(Alienação de bens com benefícios fiscais)
Quando o benefício fiscal respeite à aquisição de bens destinados à directa
realização dos fins dos adquirentes, fica sem efeito se aqueles forem alienados
CCódigo dos BENEFÍCIOS FISCAIS
ou lhes for dado outro destino sem autorização da entidade competente, sem
prejuízo das restantes sanções.
pre
Artigo 53
(Normas supletivas)
Em tudo o que sendo omisso não se revelar contrário ao disposto no presente
Código aplicam-se as disposições constantes do Código do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Colectivas e das Pessoas Singulares, do Código do
Imposto sobre o Valor Acrescentado, do contencioso aduaneiro, do contencioso
das contribuições e impostos, do Código das Execuções Fiscais e demais
legislação aplicável.
Artigo 54
(Entrada em Vigor)
A presente Lei entra em vigor em 1 de Janeiro de 2009.
Publique-se.
Artigo 1
É aprovado o Regulamento do Código dos Benefícios Fiscais, anexo ao presente
Decreto, dele fazendo parte integrante.
Artigo 2
Compete ao Ministro que superintende a área das Finanças criar ou alterar os
procedimentos, modelos e impressos que se mostrem necessários ao cumprimento
das obrigações decorrentes do presente Decreto.
86 Publique-se.
A PRIMEIRA-MINISTRA
REGULAMENTO DO CÓDIGO
DE BENEFÍCIOS FISCAIS
Artigo 1
(Objecto)
O presente regulamento estabelece a forma e os procedimentos necessários à
operacionalização do gozo dos benefícios previstos no Código dos Benefícios
Fiscais, aprovado pela Lei n.º 4/2009, de 12 de Janeiro.
Artigo 2
(Conceito de Benefícios Fiscais)
1. Consideram-se benefícios fiscais, nos termos do referido Código, as medidas
que impliquem a isenção ou redução do montante a pagar dos impostos em
vigor, com o fim de favorecer as actividades de reconhecido interesse público,
bem como incentivar o desenvolvimento económico do país.
Artigo 3
(Direito aos Benefícios Fiscais)
1. Gozam dos benefícios previstos no Código dos Benefícios Fiscais:
2. Ficam
F excluídos do gozo dos benefícios fiscais os investimentos realizados
nas restantes actividades de comércio não abrangidas pelas alíneas b) e c) do
número 1.
Artigo 4
(Cumulação dos Benefícios Fiscais)
1. Os benefícios específicos previstos no Código dos Benefícios Fiscais não são
cumuláveis entre si, nem com os benefícios genéricos, salvo nos casos nele
expressamente previstos.
c) Não ter cometido infracções tributárias, nos termos da Lei n.º 2/2006, de
22 de Março.
b) Possuir o NUIT;
Artigo 6
(Reconhecimento dos benefícios na importação)
1. Para o gozo dos benefícios fiscais na importação, o titular deve apresentar
à entidade competente, em modelo próprio, o pedido de isenção de onde
conste a identificação, endereço e NUIT do importador, a disposição legal
que fundamenta a isenção, a posição pautal, designação, quantidades e valor
da mercadoria a importar, bem como a contagem dos encargos aduaneiros
devidos.
2. O pedido, a ser remetido aos Serviços das Alfândegas, deve ser acompanhado
da lista global dos bens a importar, apresentada em modelo próprio para
efeitos de determinação dos bens elegíveis à isenção, das respectivas
facturas, conhecimentos de embarque e outros documentos relevantes que as
acompanhem.
Artigo 7
(Reconhecimento dos benefícios na importação para os
investimentos no comércio e indústria nas zonas rurais)
1. Para efeitos de reconhecimento dos benefícios fiscais na importação, os
titulares de investimentos no comércio e indústria nas zonas rurais devem
apresentar aos Serviços das Alfândegas o pedido de isenção referido no
número 1 do artigo anterior, acompanhado do comprovativo do registo legal e
da licença para o exercício da actividade de comércio ou indústria.
Artigo 8
(Reconhecimento dos benefícios nos impostos internos)
1. Para efeitos de reconhecimento dos benefícios fiscais relativos aos impostos
internos, os respectivos beneficiários devem apresentar junto da Direcção
RRegulamento do CÓDIGO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS
Artigo 9
(Transmissão dos Benefícios Fiscais)
1. A transmissão dos benefícios fiscais tem lugar, nos termos da Lei de
Investimentos e demais legislação aplicável, quando o investidor esteja
devidamente autorizado a ceder, total ou parcialmente, a sua posição ou
direitos sobre o investimento ou a sua participação no respectivo capital, desde
que a cedência tenha sido efectuada e devidamente registada.
2. O gozo dos benefícios fiscais pelo cessionário deve ocorrer durante a vigência
90 da autorização do respectivo empreendimento.
Artigo 10
(Investimento de expansão)
O valor do investimento de expansão, devidamente autorizado, realizado em
projectos em funcionamento, de valor igual ou superior a metade do inicialmente
investido, dá direito ao gozo de novos benefícios fiscais, previstos no Código dos
Benefícios Fiscais, devendo a contagem do prazo para o efeito ser efectuada nos
termos do referido Código e do presente regulamento.
Artigo 11
(Prazo de isenção na importação)
1. De acordo com o Código dos Benefícios Fiscais, a isenção relativa aos direitos
aduaneiros e IVA devidos na importação é concedida durante os primeiros
cinco anos de implementação do projecto.
Artigo 12
(Modernização e introdução de novas tecnologias)
Compete ao Ministro que superintende a área de Ciência e Tecnologia a avaliação
e qualificação do equipamento especializado, utilizando novas tecnologias para
o desenvolvimento das actividades dos projectos de investimento, para efeitos
do gozo do benefício fiscal relativo à dedução à matéria colectável dos Impostos
sobre o Rendimento do valor investido.
Artigo 13
(Investimentos em actividades mistas)
1. Quando o investimento é efectuado em actividades mistas, para efeitos de
gozo dos benefícios fiscais considera-se apenas a actividade principal.
Artigo 14
(Determinação da despesa fiscal)
1. Para efeitos de determinação da despesa fiscal, os titulares dos projectos
de investimentos devem apresentar, no momento da entrega da declaração 91
de rendimentos referida no n.º 2 do artigo 8, declaração apropriada donde
constem os benefícios usufruídos em cada exercício fiscal.
2. A não entrega da declaração referida no número anterior implica a suspensão
automática dos benefícios fiscais e pagamento integral dos impostos devidos
no exercício fiscal subsequente.
Artigo 15
(Fiscalização e auditoria)
A fiscalização e auditoria, para controlo e verificação dos pressupostos dos
benefícios fiscais e do cumprimento das obrigações estabelecidas no respectivo
Código, são efectuadas pela administração tributária e por outras entidades
competentes, obedecendo ao estabelecido nas Leis que estabelecem os
princípios de organização do sistema tributário da República de Moçambique e os
princípios e normas gerais do ordenamento jurídico tributário moçambicano, no
Regulamento do Procedimento de Fiscalização Tributária e em demais legislação
aplicável.
Regulamento do CÓDIGO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS
Artigo 16
(Disposições transitórias)
1. Os investimentos autorizados ao abrigo do Código dos Benefícios Fiscais,
aprovado pelo Decreto n.º 16/2002, de 27 de Junho, e cujo facto gerador que
origina o direito ao benefício fiscal se verifique na vigência do novo Código
dos Benefícios Fiscais, aprovado pela Lei n.º 4/2009, de 12 de Janeiro, podem
requerer a aplicação dos benefícios fiscais aprovados pelo novo Código, caso
estes sejam mais favoráveis.
DO REGIME ADUANEIRO
DE ZONAS FRANCAS INDUSTRIAIS
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Artigo 1
(Definições)
Para efeitos do presente Regulamento são nele integradas as expressões
definidas no regulamento aprovado pelo Decreto n.º 62/99, de 21 de Setembro, e
ainda as seguintes:
1. “CZFI”, Conselho de Zonas Francas Industriais.
2. “Declarante”, a pessoa que faz a declaração por si própria ou através do seu
representante legal.
3. “Declaração periódica”, declaração sumária de todos os movimentos num
período específico que contenha toda a informação do DU.
4. “DGA”, Direcção Geral das Alfândegas.
94
5. “DU”, Documento único usado no despacho aduaneiro de mercadorias.
6. “OECZFI”, órgão Executivo do CZFI.
7. “Território Aduaneiro”, todo o espaço geográfico em que a República de
Moçambique exerce a sua soberania.
8. “Trânsito aduaneiro”, o regime pelo qual as mercadorias não nacionalizadas
são transportadas sob controlo aduaneiro de uma estância aduaneira a outra.
9. “ZFI”, Zona Franca Industrial.
Artigo 2
(Características das ZFIs)
Para efeitos do disposto no artigo 4 do Regulamento das Zonas Francas Industriais,
aprovado pelo Decreto n.º 62/99, de 21 de Setembro, as ZFIs devem cumprir, no
mínimo, as seguintes condições:
Artigo 4
(Documentos e registos a serem mantidos
pelo operador e/ou empresa de ZFI)
O operador/empresa deve manter por um período mínimo de cinco anos, os
registos e documentos seguintes:
Artigo 5
(Custos com o controlo aduaneiro)
1. Quando a ZFI estiver localizada numa distância superior a 20 km da
estância aduaneira mais próxima, o operador é responsável por providenciar
acomodação
d ã para os técnicos
té i aduaneiros
d i em serviço.
i
CAPÍTULO II
Controlo aduaneiro das Zonas Francas Industriais
Artigo 6
(Tratamento aduaneiro)
1. Para efeitos de incidência de direitos e outras imposições, todas as mercadorias
destinadas as actividades duma ZFI são tratadas como se estivessem fora do
território aduaneiro de Moçambique.
Artigo 8
(Inspecção aduaneira das ZFI)
As Alfândegas no exercício do controlo aduaneiro das ZFIs terão a competência
de:
Artigo 9
(Fiscalização e protecção do acesso ao recinto da ZFI)
1. O recinto é designado como uma área fiscal sujeita ao controlo permanente
das Alfândegas. O acesso a ZFI será somente permitido pelo operador através
de entradas e saídas aprovadas pelas Alfândegas.
a) Meios de transporte;
b) Mercadorias; e
Artigo 10
(Certificação da inspecção das instalações das ZFIs)
1. Uma proposta/planta com as características específicas e detalhadas dos
sistemas de segurança da ZFI, deverá ser submetida, pelo operador da ZFI às
100 Alfândegas, para acordo e aprovação prévia da sua construção e instalação.
Artigo 11
(Dados estatísticos)
1. As Alfândegas deverão manter actualizado o registo das entradas e saídas
de mercadorias, baseado nas informações fornecidas pelos operadores e
empresas da ZFI.
CAPÍTULO III
Normas a observar nas entradas e saídas
das mercadorias de/para as ZFIs e movimentações
de mercadorias dentro delas
Artigo 12
(Entrada de mercadorias de fora do País para a ZFI)
1. As mercadorias provenientes de fora do país para a ZFI não serão sujeitas a
pagamento de direitos e demais imposições desde que permaneçam na ZFI e 101
como tal, estão isentas da Inspecção Pré-Embarque.
Artigo 13
(Saída de mercadoria duma ZFI
para um destino fora do País)
As mercadorias saídas de uma ZFI para um destino fora do país não ficarão
sujeitas a direitos e demais imposições, desde que movimentadas directamente
para exportação nos termos das normas de trânsito aduaneiro, se aplicável.
Artigo 14
(Movimento de mercadorias do mercado
interno para uma ZFI)
1. As mercadorias poderão ser movimentadas para uma ZFI nas seguintes
circunstâncias:
b
b) Quando para ser utilizado no processo produtivo; e
2. Os movimentos de mercadorias para uma ZFI tal como descritos neste artigo
cumprirão os princípios, procedimentos e condições previstas nas Instruções
Preliminares da Pauta Aduaneira, tal como se segue:
Artigo 15
(Movimento a partir da ZFI para o mercado interno)
Os bens poderão ser movimentados a partir da ZFI para o mercado interno,
ficando sujeitos às seguintes normas:
ii. Deve ser prestada uma garantia para a importação temporária, nos termos
previstos nas Instruções Preliminares da Pauta Aduaneira.
Artigo 16
(Declarações Aduaneiras a serem apresentadas para
movimentos de mercadorias de e para a ZFI, depois da
autorização do regime de ZFI)
1. Para todos os movimentos de mercadorias descritos nos artigos 12 a 15 do
presente regulamento, o respectivo operador ou empresa da ZFI apresentará às
Alfândegas uma declaração (DU), identificando o regime aduaneiro e códigos
de procedimento nos termos do regulamento das declarações aduaneiras.
Regulamento DO REGIME ADUANEIRO DE ZONAS FRANCAS
INDUSTRIAIS
Artigo 17
(Transferência de mercadorias duma ZFI para outra)
As mercadorias podem ser transferidas de uma ZFI para outra sem o pagamento
de direitos e demais imposições aduaneiras. As mercadorias transferidas ficarão
sob controlo das Alfândegas, nos termos do regulamento de trânsito aduaneiro.
Artigo 18
(Transferência de mercadorias
entre empresas localizadas na mesma ZFI) 103
1. Os operadores e empresas das ZFIs devem, nos termos do artigo 8 do Decreto
n.º 62/99 de 21 de Setembro, registar todas as transferências e recepções
para ou a partir de empresas localizadas dentro da ZFI.
d) As quantidades;
e) Os valores;
g
g) As guias de remessa deverão ser numeradas sequencialmente com
números previamente impressos. O fornecedor deverá emitir duas vias da
guia de remessa. Uma via deve ser arquivada pela empresa que remete
as mercadorias, depois da verificação da recepção segura, e a outra via
deve ser certificada pela empresa que recebe as mercadorias, acusando a
recepção segura e devolvida ao fornecedor, o qual a arquivará.
Artigo 19
(Controlo da chegada das unidades
de transporte de mercadorias)
1. Ao operador da ZFI, como responsável pela sua gestão compete accionar as
formas de recebimento das mercadorias das unidades de transporte e proceder
à sua apresentação para controlo aduaneiro.
Artigo 20
(Normas a observar na verificação aduaneira
das mercadorias à chegada)
1. A verificação aduaneira das mercadorias no acto da descarga, assim com a sua
entrada nos armazéns na ZFI, nos casos em que essa verificação tenha sido
determinada pelas Alfândegas, far-se-á sob o controlo e a superintendência
das Alfândegas, nos termos da lei que regula o despacho de mercadorias.
Artigo 21
(Formalidades a cumprir na saída de mercadorias)
1. O operador ou a empresa da ZFI entregará às Alfândegas o DU devidamente
preenchido, pelo menos com 24 horas de antecedência face ao carregamento
das mercadorias. Deve acompanhar o DU a seguinte documentação:
Artigo 22
(Saída das mercadorias da ZFI)
1. A autorização para a saída das mercadorias da ZFI é emitida pelas Alfândegas
em triplicado, sendo o destino das fórmulas o seguinte: (1) o original ficará
anexado ao original da declaração que permanece na posse das Alfândegas;
(2) o duplicado é entregue ao exportador; e (3) o triplicado é entregue ao
operador.
Artigo 23
(Refugos industriais, destruição ou perdas de mercadorias)
1. Os refugos industriais destinados a serem tratados como lixo, por exemplo,
pelas autoridades municipais, poderão sair da ZFI sem formalidades de
despacho. O operador deverá registar a chegada e a saída das viaturas que
os transportam.
a
autorizar que a destruição tome lugar fora da ZFI. Nesse caso, as Alfândegas
poderão decidir testemunhar à destruição, caso em que a deslocação do (s)
funcionário (s) aduaneiro (s) deverá ser providenciada pelo proprietário das
mercadorias.
CAPÍTULO IV
Penalidades aplicáveis
108 Artigo 24
(Penalidades aplicáveis pela falta de cumprimento
do previsto neste Regulamento)
1. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 deste artigo, em caso de reincidência na
falta de cumprimento do conteúdo deste regulamento, as Alfândegas farão
um relatório para o CZFI, contendo a recomendação para a revogação da
licença.
2. As infracções à lei aduaneira serão punidas com as penas previstas na
legislação em vigor.
CAPÍTULO V
Disposições transitórias e finais
Artigo 25
(Disposições transitórias)
Todas as autorizações anteriormente concedidas de ZFIs ficam sujeitas ao
presente regulamento, a menos que dos regimes de concessão resulte tratamento
diferente.
Regulamento DO REGIME ADUANEIRO DE ZONAS FRANCAS
INDUSTRIAIS
Artigo 26
(Alteração de procedimentos)
Ouvido o operador/empresa de ZFI, poderá o Director-Geral das Alfândegas
autorizar alterações nos procedimentos sobre as entradas/saídas e as declarações,
de acordo com a necessidade da actividade.
109
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DO PLANO E FINANÇAS
DIRECÇÃO-GERAL DAS ALFÂNDEGAS
Contratação de Mão-de-Obra
Artigo 1
(Objecto e âmbito)
1. O presente regime tem por objecto regular as condições de trabalho das
Zonas Francas Industriais e aplica-se aos Operadores e Empresas nelas
estabelecidas.
2. São aplicáveis nas Zonas Francas Industriais todos os instrumentos legais que
regem o trabalho subordinado, ressalvadas as derrogações constantes deste
regime.
Artigo 2
112 (Autorização ou Permissão de Trabalho para Estrangeiros)
1. Os trabalhadores estrangeiros devem possuir as qualificações profissionais e
a especialidade de que o País necessita e a sua admissão só pode efectuar-
se desde que não haja nacionais que possuam tais qualificações ou o seu
número seja insuficiente.
2. O número de trabalhadores estrangeiros em cada Operador ou Empresa de
Zonas Francas Industriais deve corresponder até ao máximo de 15% do total
de efectivos.
3. O limite estipulado no número precedente exclui os cargos de chefia e direcção,
cujos postos serão preenchidos em função dos níveis de especialização e
qualificação exigíveis.
Artigo 3
(Início da Actividade dos Estrangeiros)
1. O início da actividade dos indivíduos de nacionalidade estrangeira nos
Operadores e Empresas de Zonas Francas Industriais poderá verificar-se antes
da competente autorização, devendo, neste caso o contrato ser estabelecido
sob condição resolutiva.
Contratação de Mão-de-Obra
ESTRANGEIRA PARA AS ZONAS FRANCAS INDUSTRIAIS
Artigo 4
(Duração da Ocupação de Postos de Trabalho)
1. A ocupação de postos de trabalho pelos trabalhadores referidos no n.º 2 do
artigo 2 do presente regime não excederá o período de 7 anos a partir da data
do início da actividade, findos os quais poderá ser autorizada a manutenção de
três postos a título permanente, mediante solicitação fundamentada.
Artigo 6
(Isenção de taxas)
Os pedidos de autorização de trabalho de indivíduos de nacionalidade estrangeira
são isentos do pagamento de taxas.
Artigo 7
(Obrigações da Entidade Empregadora)
1. Os encargos de regresso ao país de origem do trabalhador estrangeiro em
virtude da extinção do contrato de trabalho por qualquer causa serão suportados
pela entidade empregadora.
Artigo 8
(Contravenções)
A inobservância do disposto no presente regime sobre a contratação de
trabalhadores estrangeiros será punida, por cada trabalhador em relação ao qual
se verifique a infracção com a multa de um a cinco salários mensais do mesmo,
bem como a sua suspensão.
Artigo 9
(Relações Colectivas de Trabalho)
1. As propostas e respostas de iniciativas de instrumentos de regulamentação
colectiva de trabalho devem ser comunicadas ao Ministério do Trabalho e ao
Contratação de Mão-de-Obra
ESTRANGEIRA PARA AS ZONAS FRANCAS INDUSTRIAIS
4. A confirmação referida no número anterior deve ser dirigida sob forma escrita
ao órgão que pretenda convocar a greve.
Artigo 10
(Competência e Delegação de poderes)
1. Compete ao Ministro do Trabalho adoptar medidas que assegurem a aplicação
do presente regime.
Publique-se.
GAZEDA E APROVAÇÃO
DO ESTATUTO ORGÂNICO
Nestes termos e no uso das competências atribuídas pela alínea f) do n.º 1 e n.º 3
do artigo 204 da Constituição da República, o Conselho de Ministro decreta:
Publique-se.
CAPÍTULO I
Denominação e natureza
Artigo 1
(Denominação e natureza)
1. O Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado
abreviadamente designado por GAZEDA, é um órgão do aparelho de Estado,
com autonomia administrativa, tutelado pelo Ministro que superintende a área
de Planificação e Desenvolvimento.
CAPÍTULO II
Atribuições e competências
119
Artigo 2
(Atribuições)
São atribuições do GAZEDA, promover e coordenar todas as acções relacionadas
com a criação, desenvolvimento e gestão das Zonas Económicas Especiais,
incluindo as Zonas Francas Industriais, de ora em diante ambas designadas
como ZEE’s.
Artigo 3
(Competências do GAZEDA)
Compete ao GAZEDA, no exercício das suas atribuições:
a) Coordenar e desenvolver acções de promoção de iniciativas de
investimentos nacionais e estrangeiros para ZEE’s;
d)
d Promover o estabelecimento de infra-estruturas indispensáveis ao
desenvolvimento de projectos nas ZEE’s;
CAPÍTULO III
Organização e funcionamento
Artigo 4
(Órgãos do GAZEDA)
1. O GAZEDA é composto por órgãos executivos e órgãos consultivos.
Artigo 5
(Direcção)
1. A Direcção é constituída pelo Director-Geral e dois Directores Adjuntos.
121
2. O Director-Geral é nomeado pelo Primeiro-Ministro, sob proposta do Ministro
da Planificação e Desenvolvimento.
3. Os Directores-Gerais Adjuntos são nomeados pelo Ministro da Planificação e
Desenvolvimento, sob proposta do Director-Geral.
Artigo 6
(Atribuições e competências da Direcção)
1. São atribuições da Direcção:
e)
e Mobilizar recursos financeiros necessários ao prosseguimento das suas
atribuições e desempenho das suas competências em coordenação com
os Ministérios da Planificação e Desenvolvimento e das Finanças;
Artigo 7
(Conselho Directivo)
1. O Conselho Directivo tem a seguinte composição:
a) Director-Geral;
b) Directores-Gerais Adjuntos; e
c) Chefes de departamentos.
Artigo 8
(Conselho Consultivo)
1. O Conselho Consultivo é constituído por representantes permanentes e com
poderes decisórios próprios ou delegados das seguintes instituições:
c) Ministério do Interior;
g) Ministério do Turismo;
h) Ministério da Energia;
j) Ministério do Trabalho;
l) Banco de Moçambique;
m) Autoridade Tributária;
Criação do GAZEDA E APROVAÇÃO DO ESTATUTO ORGÂNICO
n)
n Ministério ou entidade que supervisiona a área da matéria objecto de
análise;
Artigo 9
(Atribuições do Conselho Consultivo)
Constituem atribuições do Conselho Consultivo:
CAPÍTULO IV
Estatuto do pessoal 125
Artigo 11
(Carreiras profissionais e quadro do pessoal)
As carreiras profissionais e o quadro de pessoal a vigorar para o pessoal do
GAZEDA serão aprovados por diploma conjunto dos Ministérios da Planificação e
Desenvolvimento, das Finanças e da Função Pública.
Artigo 12
(Remunerações)
O estatuto remuneratório do pessoal do GAZEDA será aprovado por diploma
conjunto dos Ministérios da Planificação e Desenvolvimento e das Finanças,
ouvido o Ministério da Função Pública.
Criação do GAZEDA E APROVAÇÃO DO ESTATUTO ORGÂNICO
Artigo 13
(Regime do pessoal)
O pessoal do GAZEDA rege-se pelas regras aplicáveis aos trabalhadores da
função pública ou pelas que resultem de regime de comissão de serviço ou
de contrato específico de trabalho na base do qual o trabalhador se encontre
vinculado ao GAZEDA.
CAPÍTULO V
Património, receitas despesas
Artigo 14
(Património do GAZEDA)
1. Constituem património do GAZEDA os bens do Estado que lhe sejam afectos.
Artigo 15
(Receitas do GAZEDA)
Constituem receitas do GAZEDA:
Artigo 16
(Despesas do GAZEDA)
Constituem despesas do GAZEDA:
CAPÍTULO VI
Disposição final
Artigo 17 127
(Assinatura vinculativa e representação em juízo)
1. O GAZEDA obriga-se pela assinatura:
a) Do Director-Geral;
b) Dos Directores-Gerais Adjuntos nos termos dos necessários poderes
delegados pelo Director-Geral.
2. Compete ao Director-Geral representar o GAZEDA, activa e passivamente,
incluindo em juízo, podendo transigir, confessar e desistir em quaisquer litígios,
de acordo com a lei.
Criação da
Artigo 1
(Criação)
1. É criada a Zona Económica Especial de Nacala que compreende a seguinte
área geográfica:
a) Distrito de Nacala-à-Velha;
b) Distrito de Nacala Porto.
130 2. É delegada ao Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado
a gestão da Zona Económica Especial de Nacala.
Artigo 2
(Expansão da área geográfica)
A área geográfica da Zona Económica Especial de Nacala, poderá abranger
outras zonas, devendo para o efeito ser apresentada pelo Conselho das Zonas
Económicas Especiais, a proposta fundamentada ao Conselho de Ministros.
Artigo 3
(Competências)
Compete ao Ministro que superintende a área da Planificação e Desenvolvimento
promover as acções necessárias ao efectivo desenvolvimento da Zona Económica
Especial de Nacala.
Publique-se.
132
Criação do
CONSELHO DE INVESTIMENTO
Artigo 1
(Criação)
1. É criado o Conselho de Investimentos, órgão de consulta e coordenação de
políticas do Conselho de Ministros no domínio da promoção e atracção de
investimentos.
e) Ministro da Agricultura;
f) Ministro da Energia;
h) Ministro do Trabalho;
i) Ministro do Turismo;
Artigo 3
(Competências)
Compete ao Conselho de Investimentos:
Artigo 4
(Funcionamento)
1. O Conselho de Investimentos reúne-se trimestralmente em sessões ordinárias e,
sempre que se julgue necessário, serão convocadas sessões extraordinárias.
Artigo 5
(Secretariado)
Funcionarão como órgãos de apoio e secretariado ao Conselho de Investimentos,
o Centro de Promoção de Investimentos e o Gabinete das Zonas Económicas de
Desenvolvimento
D l i t Acelerado,
A l d devendo
d d esta
t ser matéria
té i específi
ífica d
do R
Regulamento
l t
Interno.
136
Artigo 6
(Regulamento Interno)
O Conselho de Investimentos deve aprovar para seu funcionamento um
Regulamento Interno, na sua segunda sessão de trabalhos.
Artigo 7
Revogação
É revogado o Decreto n.º 74/2007, de 24 de Dezembro, e toda a legislação que
contrarie o estabelecido no presente decreto.
Publique-se.