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Gestão Financeira - 03 - Métodos e Técnicas de Análise PDF

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Gestão Financeira

Capítulo III – Métodos e Técnicas de Análise

3.1. O método da comparação de balanços e de demonstrações de


resultados de exercícios sucessivos

3.2. O método dos rácios ou indicadores


Gestão Financeira

- O que realmente interessa numa análise financeira é analisar o presente,


recorrendo ao passado, para se poder perspectivar o futuro.

- Várias empresas com uma estrutura financeira semelhante em dado


momento, poderão encontrar-se efectivamente, se se tiver em conta a
evolução passada e as perspectivas futuras, em situações reais diferentes.

- Na literatura encontramos referencia às seguintes técnicas de análise de


Demonstrações Financeiras (DF):

1. Análise das DF de um único período;


2. Comparação de DF sucessivas;
3. Utilização de rácios.
Gestão Financeira

3.1. O método da comparação de balanços e de


demonstrações de resultados de exercícios sucessivos

1. Análise das demonstrações financeiras de um único período

- Esta análise permite, por exemplo, analisar a estrutura das DF.

- Consideremos o Balanço da empresa A no ano n,

ACTIVO [1] VALOR [2] % CAPP + PASSIVO [1] VALOR [2] %


Imobilizado 10.000 67% Capitais Próprios 11.000 73%
Existências 1.500 10% Débitos mlp 1.500 10%
Créditos cp 3.000 20% Débitos cp 2.500 17%
Disponibilidades 500 3%
15.000 100% 15.000 100%
Gestão Financeira

- A relativização dos valores da coluna [1] possibilita uma leitura fácil e


imediata da estrutura sintética da DF.

- Podemos analisar o peso relativo das diferentes rubricas da DF e


apreender se estão criadas as condições para que a empresa observe o
equilíbrio financeiro, olhando para a relação entre os capitais
permanentes e o imobilizado.

- Este método é também utilizado nas análises cross section dos dados,
permitindo aferir do posicionamento relativo da empresa A, face a
concorrentes e à média da indústria a que pertence.
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EMPRESA A EMPRESA B INDÚSTRIA


ACTIVO
Imobilizado 67% 60% 65%
Existências 10% 15% 11%
Créditos cp 20% 24% 22%
Disponibilidades 3% 1% 2%
Total do Activo 100% 100% 100%
CAPP + PASSIVO
Capitais Próprios 73% 50% 67%
Passivo
Débitos mlp 10% 7% 11%
Débitos cp 17% 43% 22%
Total do Passivo 27% 50% 33%
Total CAPP e Passivo 100% 100% 100%
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2. Análise das demonstrações financeiras sucessivas

- O princípio utilizado nesta técnica é a justaposição de imagens


sucessivas de uma mesma realidade – estática comparativa.

- A partir da definição de séries temporais, é possível apreender as


tendências da evolução futura da empresa.

- Esta comparação das DF sucessivas pode ser efectuada em:

 Valores absolutos

 Percentagem
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2.1. Comparação em valores absolutos

- A comparação das últimas DF da empresa com as anteriores, em termos


absolutos, permite obter uma visão directa e rápida da evolução da situação
financeira, através das mutações verificadas nas diferentes massas
patrimoniais.
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Exemplo:
Balanço da empresa X em 31 de Dezembro (valores em Euros)

Activo N N+1 + -
Imobilizado Exploração
Imobilizado corpóreo 250.000 400.000 150.000
Imobilizado incorpóreo 25.000 20.000 5.000
Circulante
Existências 30.000 60.000 30.000
Clientes c/c 35.000 80.000 45.000
Estado outros entes públicos 5.000 5.000
Depósitos bancários 40.000 4.000 36.000
Caixa 3.500 1.000 2.500
Total 388.500 570.000 225.000 43.500
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Capital Próprio e Passivo N N+1 + -


Capital próprio 53.500 53.500
Passivo
Exigível a M/L prazo
Empréstimos bancários 100.000 200.000 100.000
Exigível a curto prazo
Empréstimos bancários 80.000 120.000 40.000
Fornecedores c/c 150.000 190.000 40.000
Estado outros entes públicos 5.000 6.500 1.500
Total 388.500 570.000 181.500

Nota: As informações obtidas com este método devem ser aprofundadas


e esclarecidas através da utilização de outros métodos de análise.
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2.2. Comparação em percentagem

Exemplo: Estrutura dos Balanços da empresa A (em %)

ANO n-2 ANO n-1 ANO n


ACTIVO
Imobilizado 60% 62% 67%
Existências 13% 12% 10%
Créditos cp 26% 24% 20%
Disponibilidades 1% 2% 3%
Total do Activo 100% 100% 100%
CAPP + PASSIVO
Capitais Próprios 62% 67% 73%
Passivo
Débitos mlp 5% 7% 10%
Débitos cp 33% 26% 17%
Total do Passivo 38% 33% 27%
Total CAPP e Passivo 100% 100% 100%
Gestão Financeira
Exemplo:
Balanço da empresa X em 31 de Dezembro
Ano N Ano N+1
Valores % Valores %
Imobilizado de Exploração
Imobilizado corpóreo 250.000 64,35 400.000 70,18
Imobilizado incorpóreo 25.000 6,44 20.000 3,51
Circulante
Existências 30.000 7,72 60.000 10,53
Clientes c/c 35.000 9,00 80.000 14,04
Estado outros entes públicos 5.000 1,29 5.000 0,88
Depósitos bancários 40.000 10,30 4.000 0,70
Caixa 3500 0,90 1.000 0,16
Total 388.500 100 570.000 100
Gestão Financeira

Ano N Ano N+1


Valores % Valores %
Capital Próprio e Passivo
Capital próprio 53.500 13,77 53.500 9,39
Passivo
Exigível a M/L prazo
Empréstimos bancários 100.000 25,74 200.000 35,09
Exigível a curto prazo
Empréstimos bancários 80.000 20,60 120.000 21,05
Fornecedores c/c 150.000 38,61 190.000 33,33
Estado outros entes públicos 5.000 1,28 6.500 1,14
Total 388.500 100 570.000 100
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3.2. O método dos rácios ou indicadores

- O que é um rácio?

Rácio – consiste numa relação significativa entre duas rubricas do


balanço ou da demonstração de resultados, podendo ser expresso quer sob
a forma de quociente, quer sob a forma de percentagem.

- Na construção dos rácios devemos ter em conta dois princípios:

 Não conterem elementos estranhos ao fenómeno a observar;

 Os elementos confrontados devem pertencer ao mesmo período.


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Vantagens do método dos rácios

- O método dos rácios é o mais prático, mais fácil de construir e o mais rico
em conclusões, pois permite:

 Obter informações sintéticas sobre aspectos que interessam à gestão;

 Efectuar comparações que não são possíveis realizar por meio de


números absolutos;

 Apreciar a evolução do facto que se esteja a analisar, através do


cálculo do mesmo rácio ao longo do tempo;
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Vantagens do método dos rácios (Cont.)

 Relacionar indicadores interligados;

 Comparar a situação da empresa com as empresas do mesmo


sector e com a mesma dimensão.

- Através destas vantagens, pode-se:

 Criar um quadro de indicadores significativo;

 Utilizar indicadores homogéneos;

 Comparar a situação económico-financeira de duas empresas.


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Limitações e cuidados a ter com o método dos rácios

 Os rácios são um simples instrumento de análise financeira que não


substitui a apreciação do analista;

 Um rácio isolado pouca informação fornece;

 Uma análise não deve ser conduzida ao sabor de uma série de rácios;

 As diferentes práticas contabilisticas adoptadas pelas empresas


inviabilizam a comparação de rácios entre empresas;

 A contabilidade é feita a custos históricos, assim a inflação verificada na


economia afecta de forma diferente as empresas e dificulta a comparação
de diferentes anos.
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Classificação dos rácios

 rácios económicos – são rácios que dizem respeito à rentabilidade;

 rácios financeiros – são rácios que estão relacionados com o


equilíbrio das diversas massas patrimoniais.
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Rácios Financeiros
1) Rácios de Liquidez

Liquidez - consiste na capacidade da empresa solver os seus compromissos


no curto prazo.

1.1) Liquidez Geral

Liquidez Geral = Activo Circulante/ Exigível a curto prazo

1.2) Liquidez Reduzida


Liquidez Reduzida = (Activo Circulante – Existências)/ Exigível a curto prazo

1.3) Liquidez Imediata


Liquidez Imediata = Disponibilidades/ Exigível a curto prazo
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2) Rácios de Funcionamento

Rácio de funcionamento – dizem respeito à aferição da eficiência com que a


empresa está a gerir os activos que possui.

2.1) Prazo Médio de Recebimentos (PMR)


PMR = ((Clientes c/c + Clientes letras a receber)/ Vendas líquidas)* 12

2.2) Prazo Médio de Pagamentos (PMP)


PMP = ((Fornecedores c/c + Fornecedores título a pagar)/ Compras anuais)* 12

2.3) Prazo Médio de Existências (PME)


PME = (Existências/ Custo das mercadorias vendidas)* 12
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2.4) Indicadores de rotação

- Os indicadores de rotação permitem-nos ter uma ideia da velocidade da


transformação dos elementos do activo em meios líquidos e dos elementos
do passivo em exigível.

2.4.1) Rotação de Clientes (RC)


RC = Vendas/ Clientes

2.4.2) Rotação de Fornecedores (RF)


RF = Compras/ Fornecedores

2.4.3) Rotação do Activo (RA)

RA = Vendas/ Activo
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- Para analisar se a empresa possui equilíbrio financeiro a curto prazo


devemos analisar:

 a relação entre os valores realizáveis e disponíveis e o exigível a


curto prazo;

 a velocidade de transformação do realizável e disponível em meios


líquidos e do exigível a curto prazo em dividas imediatamente exigíveis.
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3) Rácios de Solvabilidade

Solvabilidade – consiste na capacidade da empresa solver os seus


compromissos a médio longo prazo.

3.1) Solvabilidade Geral (SG)


SG = Capitais próprios/ Passivo total

3.2) Endividamento a Médio Longo Prazo (EMLP)

EMLP = Capitais próprios/ Passivo de médio longo prazo

3.3) Autonomia Financeira (AF)


AF = Capitais próprios/ Activo total
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3.4) Cobertura do Imobilizado (CI)


CI = Capitais permanentes/ Imobilizado líquido

Conclusão:

- Regra geral, quanto maiores forem os rácios de solvabilidade melhor pois


significa que a empresa dispõe de uma maior autonomia financeira perante
os credores.

- Como deverá actuar a gestão financeira da empresa quando a


solvabilidade é fraca?

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