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Método I

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MÉTODO DE BATERIA

LIVRO 1

Autor
André Vitor
Diagramação
Mariana Bianco

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução


parcial ou total sem prévia autorização.

1a Edição: Outubro de 2014





Agradecimentos

Agradeço, primeiramente, aos meus alunos sem


os quais este método não seria possível. É graças
a eles que senti essa necessidade e ampliei
minhas experiências reunindo condições para
elaborar este material. À minha esposa pela
diagramação, um trabalho de Sísifo até a versão
final. E ao meu filho (sempre) pela inspiração e
transpiração 1.


1 Apoios: Pearl, Impression, Pro-mark ,Evans.

Apresentação

Depois de mais de dez anos e centenas de


alunos, sinto a necessidade de criar um guia. A
ideia é reunir o que considero mais importante
nos vários métodos que estudei, e ensinei, ao
longo da minha trajetória. Aqui, se encontra o
que considero essencial para o interessado poder
começar seu próprio caminho, seja como músico ou
como “bom peladeiro das baquetas” para tocar
bateria como hobby.
Bom proveito!

Como usar o método...

Um método surge da inquietação em tentar


propor algo que venha a complementar o que já
existe. Este material tem como objetivo auxiliar
o aprendiz no seu estudo, sempre com a presença
do professor. Sempre acreditei que um exercício
não serve para nada se não tiver uma razão de
ser. O aluno precisa se questionar sempre: por
que devo fazer isso? Aonde vou aplicar? E, como
vou aplicar esses conceitos propostos?
No Brasil, país que não possui formação
escolar de música, essa tarefa torna-se um enorme
desafio. Como lidar com essa falta de contato com
o instrumento desde cedo? Como ensinar leitura e
exercícios para alunos ansiosos em tocar músicas
de seus estilos e ídolos preferidos? A missão é
complexa e requer cuidados em tentar estabelecer
o elo entre teoria e prática, fazendo com que o
aluno consiga, o quanto antes, aplicar os
exercícios iniciais e assim sentir-se se
confiante e motivado. E é nisso que concentrei
meus esforços neste trabalho, espero ter
conseguido.
E que a viagem seja tão agradável quanto o
destino que é tocar bem!





ÍNDICE

HISTORIA DA BATERIA ................................................................................................................................... 7

CONCEITOS (POSTURA) ................................................................................................................................... 9

POR QUE APRENDER PARTITURA? (O MITO) ....................................................................................... 11

INTRODUÇÃO AOS ELEMENTOS DA MÚSICA ......................................................................................... 12

PARÂMETROS DO SOM ............................................................................................................................................................ 12


COMPOSIÇÃO ............................................................................................................................................................................. 15
TIPOS DE CLAVES ..................................................................................................................................................................... 16
FIGURAS RÍTMICAS .................................................................................................................................................................. 18
OUTRAS FIGURAS... .................................................................................................................................................................. 18

ENTENDENDO O PENTAGRAMA ................................................................................................................ 20

O USO DO METRÔNOMO ............................................................................................................................... 22

LEVADAS BÁSICAS EM COLCHEIAS ........................................................................................................... 23

VIRADAS BÁSICAS EM SEMICOLCHEIAS .................................................................................................. 28

LEVADAS COM CAIXA NO CONTRA ............................................................................................................ 31

LEVADAS COM BUMBO NO CONTRA ......................................................................................................... 33

RUDIMENTOS ................................................................................................................................................... 39

LEVADAS COM COLCHEIAS EM TERCINAS .............................................................................................. 41

VIRADAS COM SEMICOLCHEIAS EM TERCINAS ..................................................................................... 45

EXERCÍCIOS PARA BUMBO .......................................................................................................................... 47

LEVADAS COM HI-HAT NO CONTRATEMPO ........................................................................................... 48

LEVADAS EM SEMICOLCHEIAS COM CONDUÇÕES ALTERNADAS .................................................... 50

MARCAÇÃO NO HI-HAT COM O PÉ ............................................................................................................ 52

ABERTURA DE HI-HAT COM O PÉ ............................................................................................................. 55

VARIAÇÕES DE VIRADAS EM SEMICOLCHEIAS ..................................................................................... 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................ 60

Historia da bateria

No começo dos anos de 1900, bandas e


orquestras tinham de dois a três percussionistas
cada. Um tocava o bumbo, outro tocava a caixa e o
outro tocava os blocos de madeira e fazia os
efeitos sonoros.
O desenvolvimento do pedal possibilitou que
uma mesma pessoa executasse todas estas funções.
O primeiro pedal prático foi inventado
em 1910. William F. Ludwig, que criou o primeiro
modelo de madeira e logo depois, com o aumento da
procura, passou a desenvolver junto com seu
cunhado, Robert Danly, o modelo do pedal em aço
que foi vendido para milhares de bateristas e
serviu de base para criação dos modelos mais
avançados que temos hoje.
Outra invenção aparentemente simples que
possibilitou o surgimento da bateria foi a
estante para caixa, que antes os bateristas
usavam cadeiras para apoiá-las ou penduravam
nos ombros com uso de correias (talabartes).
Uma vez que pedais e suportes para caixas
práticos se tornaram disponíveis, um único
baterista poderia executar o trabalho antes feito
por três. A peça mais nova que fez parte do kit
básico da bateria foi o hi-hat que apareceu
na década de 40. É uma peça que utiliza dois
pratos de choque, acionados com o pé. No jazz,

ela tinha a função de marcar o contratempo nas


pulsações rítmicas, motivo pelo qual, em alguns
lugares, esta peça também é denominada de
contratempo. E assim foi nascendo a bateria –
ou trap set, como foi chamada inicialmente2.


2 Fonte: Wikipédia

Conceitos (Postura)

Este material não pretende ser um manual mas


um guia de referencia no qual o professor pode (e
deve) auxiliar no ensino. Particularmente, vejo
muitas fórmulas de como sentar-se em relação ao
instrumento, como segurar a baqueta, qual a
altura do banco, e outros inúmeros fatores que
nos induzem a estabelecer uma “postura ideal”.
Aí, abrimos o youtube e observamos muitos bateras
tocando BEM de várias maneiras, algumas vezes
distantes desse padrão ideal. Muitos são gênios,
não convém tentar imitá-los, mas podemos
refletir: não poderíamos ser mais flexíveis e
levar em consideração o peso, a envergadura, a
altura, enfim, a composição física do neófito?
Por que uma formula matemática para inibir o
conforto do iniciante? Sim, é preciso seguir
regras mas elas não deveriam limitar tanto o
futuro baterista.
É preciso entretanto que se obedeçam questões
relacionadas à saúde do aluno: como manter a
coluna apoiada homogeneamente sobre as pernas, ou
como manter um ponto de equilíbrio, um eixo, sem
sacrificar o corpo: tocar bateria precisa ser
confortável e prazeroso, não um sacrifício!
Podemos observar a seguir algumas SUGESTÕES de
como dar o primeiro passo.

10


Por que aprender partitura? (O mito)

Muitos alunos quando chegam no primeiro dia e


se deparam com as notações musicais, os olhos
arregalam, a respiração acelera e a vontade de
sair correndo é visível. A falta de ensino nas
escolas (de novo esse ponto!) cria o mito da
partitura, aquela dimensão do impossível: “jamais
conseguirei fazer isso”.
Cabe ao professor tranquilizar o aluno. É
preciso ter consciência que o aprendizado de
teoria, combinado com a prática no instrumento, é
o caminho mais curto e sólido para o
desenvolvimento das aptidões. Funciona como uma
língua estrangeira. Não se aprende dezenas de
frases e palavras no primeiro dia! É um processo
de construção de uma nova linguagem: requer tempo
e paciência.
O desafio que se impõe é: cada aula um
degrau! Assim se estará sempre em evolução
aprendendo, a cada encontro, algo novo que ficará
para uma vida inteira! Para o começo basta que o
iniciante tenha em mente a levada básica, o
começo, a definitiva quebra desse mito!

11


Introdução aos elementos da música

Parâmetros do som3
São características próprias que dão forma à
música, percebidas pelos nossos ouvidos. São
cinco os elementos formadores do som, e é
articulando esses cinco elementos que se criam
músicas:

1 - Timbre
O Timbre é a “cor” do som. Aquilo que
distingue a qualidade do tom ou voz de um
instrumento ou cantor, por exemplo. Cada objeto
ou material possui um timbre que é único, assim
como cada pessoa possui um timbre próprio de voz,
tão individual quanto as impressões digitais.

2 - Intensidade
A intensidade é a força do som, também
chamada de sonoridade. É uma propriedade do som
que permite ao ouvinte distinguir se o som é
fraco (baixa intensidade) ou se o som é forte
(alta intensidade) e ela está relacionada à
energia de vibração da fonte que emite as ondas
sonoras. Ao se propagar, as ondas sonoras
transmitem energias que se espalham em todas as
regiões. Quanto maior é a energia que a onda
transporta, maior é a intensidade do som que o

3 Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/

12


nosso ouvido percebe. É semelhante ao que


habitualmente chamamos de volume. A intensidade
sonora é a força com que as ondas sonoras
empurram o ar e é medida em uma unidade chamada
bel, em homenagem ao cientista inglês Granham
Bell, o qual fez estudos que culminaram com a
invenção do telefone. No entanto, os submúltiplos
do bel são mais utilizados: 1 decibel = 1dB = 0,1
bel. A partir de 140db aparece o chamado limite
da dor ao ouvido humano: o som é dificilmente
suportável pelo ouvido e pode causar lesões no
sistema auditivo.

3 - Altura
É por meio da altura que podemos distinguir
um som agudo (fininho, alto), de um grave
(grosso, baixo). A altura de um som musical
depende do número de vibrações. As vibrações
rápidas produzem sons agudos e os lentos sons
graves. São essas vibrações que definem cada uma
das notas musicais: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si;
assim, a velocidade da onda sonora determina a
altura do som, por isso cada nota tem sua
frequência (número de vibrações por segundo). A
altura de um som pode ser caracterizada como
definida ou indefinida. Em ambos os casos, os
sons podem ser agudos ou graves. Os instrumentos
de altura indefinida são incapazes de produzir

13


uma melodia, visto que a maioria deles emite um


só som, que a voz humana ou outro instrumento de
altura definida não conseguem imitar.

4 - Densidade
A densidade sonora é a qualidade que
estabelece um maior ou menor número de sons
simultâneos. Quando ouvimos um grande conjunto de
timbres simultaneamente dizemos que a música em
questão tem uma grande densidade sonora.

5 - Duração
A duração é o tempo que o som permanece em
nossos ouvidos, isto é, se o som é curto ou
longo. É a característica que revela o tempo de
emissão de um som. Depende do tempo que duram as
vibrações do objeto que os produz. As diversas
durações são utilizadas em combinação com uma
regularidade básica chamada de pulso ou pulsação.
Essas variações são comumente chamadas de ritmo.
Alguns sons possuem ressonância curta, isto
é, continuam soando por um breve período de
tempo, como o som dos tambores, e outros tem
ressonância longa, como os sons dos sinos que
permanecem soando por um período de tempo maior.
Na bateria as notas não se sustentam por isso é
importante respeitar o intervalo até a próxima
figura.

14


Composição
As composições são baseadas no conhecimento
sonoro que o compositor adquiriu no local onde
vive. A música que cada um compõe depende do
lugar e da época em que vive, dos sons que
conhece e dos quais tem acesso, enfim, da sua
história pessoal escolhendo e articulando de
formas diferentes a imensa variedade de sons aos
quais tem acesso.

Harmonia
Harmonia é a combinação dos sons ouvidos
simultaneamente, é o agrupamento agradável de
sons. No nosso exemplo, você poderia muito bem
tocar a música apenas com uma nota de cada vez,
porém ficaria sem graça. Por isso, quanto mais
notas musicais você tocar simultaneamente
(acordes) de forma agradável, harmoniosa, melhor
será a música.

Melodia
É uma sequência de sons em intervalos
irregulares.
A Melodia caminha por entre o Ritmo. A
Melodia normalmente é a parte mais destacada da
Música, é a parte que fica a cargo do Cantor, ou
de um instrumento como Sax ou de um solo de
Guitarra e etc. Sempre que ouvir um Solo - notas

15


tocadas individualmente - você estará ouvindo uma


Melodia.

Ritmo
Ritmo é o que age em função da duração do
som. É a definição de quanto tempo cada parte da
melodia continuará à tona. Você já percebeu que
na parte “(...) margens plácidas”, o “plá” demora
mais que o “cidas”? Isso é o ritmo da música.

Tipos de Claves
A notação musical é relativa e por isso, para
escrevermos as notas na pauta, precisamos usar
CLAVES, espécie de chaves auxiliares. A clave
indica a posição de uma das notas. Assim, todas
as demais são lidas em referência a essa nota.
Cada tipo de clave define uma nota diferente de
referência. Dessa maneira, a "chave" usada para
decifrar a pauta é a clave, pois é ela que vai
dizer como as notas devem ser lidas. Se na 2ª
linha tivermos um sol, no espaço seguinte teremos
um lá e na 3ª linha um si. As notas são nomeadas
sucessivamente de acordo com a ordem das notas da
escala. Atualmente usam-se três tipos de clave:
de Sol, de Fá e de Dó e a clave neutra (de
percussão). Esta clave não tem o mesmo uso das
demais. Sua utilização não permite determinar a
altura das linhas e espaços da pauta. Serve
apenas para indicar que a clave será utilizada
16


para representar instrumento de percussão de


altura não determinada, como uma bateria,
um tambor ou um conjunto de congas.

Neste caso as notas são posicionadas


arbitrariamente na pauta, indicando apenas as
alturas relativas. Por exemplo em uma bateria,
o bumbo pode ser representado na primeira linha
por ser o tambor mais grave e um chimbal pode
estar em uma das linhas mais altas por se tratar
de instrumento mais agudo.

Mas atenção, os instrumentos de percussão


afináveis utilizam notação com as claves
melódicas. Os tímpanos por exemplo são escritos
na clave de fá.

17


Figuras Rítmicas

Os sinais que determinam a duração dos sons


são chamados figuras rítmicas. As principais
figuras utilizadas, seus valores, e respectivas
pausas, são as seguintes:

Outras figuras...

Ritornello: é usada para repetir o trecho entre


duas figuras. Na ausência do primeiro, repetir
desde o início.

Acento: indica que se deve tocar a nota mais alta


que as demais.

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Nota fantasma: indica que se deve tocar a nota


mais baixa que as demais.

Sinal de repetição: indica que se deve repetir o


compasso anterior

Ponto de aumento: colocado ao lado de uma figura,


aumenta metade do seu valor.

Barra de compasso: usado para separar compassos


em grupos distintos.

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Entendendo o pentagrama

Existem vários sistemas de leitura e escrita


que são utilizados para representar graficamente
uma obra musical. A escrita permitiu que as
músicas compostas antes do aparecimento dos meios
de comunicação modernos pudessem ser preservadas
e recriadas novamente. A escrita musical permite
que um intérprete toque uma música tal qual o
compositor a prescreveu.
O sistema de notação ocidental moderno é o
sistema gráfico que utiliza símbolos escritos
sobre uma pauta de 5 linhas paralelas e
equidistantes e que formam entre si quatro
espaços.
A pauta musical também é chamada de
PENTAGRAMA. A seguir pequena demonstração de como
funciona a escrita rítmica. Serve para se ter uma
noção pois esses conceitos só irão se solidificar
no dia a dia, no treino, e no aprendizado. Não se
preocupe em dominar todos os conceitos, por
enquanto o importante é apreender os conceitos
básicos para que se possa fazer os primeiros
exercícios. O domínio, como já disse, vem com o
tempo.

20


A4 – Chimbau (Hi-hat)
B – Chimbau tocado com o pé (Hi-hat with foot)
C – Condução (Ride)
D – Prato de Ataque (Crash)
E – China (China type)
F – Splash (Splash)
G – Caixa (Snare)
H – Bumbo (Bass Drum)
I – Tom 1 (High tom)
J – Tom 2 (Mid tom)
K – Surdo (Floor tom)
L – Aro (Side stck)
M – Bloco sonoro (Woodblock)


4 Acrescentei os nomes em inglês para já haver uma familiarização destas formas que serão encontradas em

materiais futuros.
21


O uso do metrônomo

O metrônomo é um medidor de tempo das


batidas. Quando se fala em 80 bpm estamos dizendo
“80 batidas por minuto”. Quer dizer, em um
minuto, temos 80 “beats” do metrônomo. Essa
ferramenta é muito útil, não só para bateristas,
mas para qualquer estudante de música poder
quantificar o tempo, entendendo as durações e o
intervalos presentes na música. Alguns
professores buscam a perfeição na execução com o
metrônomo, e estão certos. Mas prefiro acreditar
que ele é mais uma ferramenta que auxilia o
aprendizado. A noção de tempo está em cada um de
nós!
Devemos inspirar e expirar buscando o
equilíbrio e, assim, conseguiremos manter uma
batida sólida e constante! Nosso coração não
precisa de metrônomo para bater e ele bate como
um relógio! O metrônomo é um complemento
imprescindível, mas não substitui o ritmo que
cada um tem dentro de si.

22


Levadas básicas em colcheias


Poderia passar vários exercícios
preliminares, para o aluno se familiarizar com o
instrumento, mas prefiro ir direto ao ponto:
levadas de música. É preciso ser honesto e passar
para você aluno a primeira levada como o maior
desafio de todos! Será o primeiro êxito em sua
jornada. Assim sendo, que se leve o tempo
necessário para executar essas primeiras levadas
com consistência e naturalidade.
Deve-se começar O MAIS LENTO POSSÍVEL para,
primeiro entender a leitura, depois memorizar o
exercício e, finalmente, poder curtir a conquista
das primeiras batidas. Importante frisar, como
forma de encorajá-lo, que o exercício número 1
pode ser encontrado em centenas de músicas como
por exemplo “I want you break free”, do Queen, ou
“Give me the night” do George Benson. A levada 3,
pode ser vista em “Every breath you take”, do
Police ou em “Até o fim”, dos Engenheiros do
Hawaii. A levada 8 pode ser vista em “Pais e
filhos” da Legião Urbana, e na música “O pescador
de ilusões” do Rappa, e assim por diante. Enfim,
são dezenas de exemplos possíveis e aqui a ideia
é propor o exercício como uma introdução à
execução de músicas.
Repare que SEMPRE nos finais dos tópicos há
pentagramas vazios para que você possa exercitar

23


sua criatividade! Não tenha medo, tente criar


suas próprias batidas e viradas!

24


25


26


Agora é possível tocar levadas “de dois


compassos”. As vezes, observamos na música,
levadas que se repetem a partir de oito tempos, e
não de quatro como fizemos anteriormente...

27


Viradas básicas em semicolcheias


As primeiras viradas, assim como as primeiras
batidas, servem como demonstração de como
funciona o processo de encaixe dessas variações
dentro de um ritmo. Primeiro podemos observar as
viradas de UM tempo, que substituem as notas
tocadas no 4º tempo. Se a virada tem dois tempos,
tira-se dois tempos de levadas (o 3 e o 4). É
preciso entender que num ritmo em 4/4, como
esses, a conta precisa fechar sempre em quatro
tempos!

28


29


Agora vamos executar as mesmas viradas em


DOIS tempos. Como foi visto antes, é necessário
“tirar” dois tempos (3 e 4) para inserir a virada
e a “conta fechar” no 4/4.

30


Levadas com caixa no contra

Essas levadas tem um grande dificultador que


são as notas tocadas entre um hi-hat e outro da
levada em colcheia, o que exige boa destreza
adquirida nos exercícios anteriores. Lembrando
que eu poderia ter colocado centenas de
exercícios e optei por menos exercícios que,
entretanto, precisam ser tocados com qualidade.
Nesse ponto do curso, já terá tocado algumas
músicas com as levadas propostas nos exercícios
anteriores, o que facilita a aquisição destas
figuras a seguir.

31


32


Levadas com bumbo no contra

O princípio é o mesmo do item anterior, com o


complicador de se tratar dos pés, sempre de
coordenação mais difícil. Não se esqueça de
começar o mais lento possível!

33


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35


36


37


Da mesma forma que vimos no capítulo anterior


as levadas de dois compassos” agora têm bumbos e
caixas “no contra”. Não se esqueça de começar
LENTAMENTE.

38


Rudimentos

Os rudimentos são estudos criados para a


caixa e que foram passados para a bateria. São 40
ao todo e 26 para a bateria. Nos EUA, por
exemplo, as crianças têm contato com esse estudo
desde bem pequenas o que facilita sua execução
quando passam para a bateria. No Brasil esse
contato não existe tornando este estudo cansativo
e desestimulador. Entretanto ele é necessário, e
precisa ser feito, afinal nem tudo são flores...
Os rudimentos são divididos em 5 capítulos.
Comecem com “os cabeças” de cada capítulo
conforme abaixo. E, lembrem-se, isso poderia ser
estudado mais adiante entretanto levaria mais
tempo para serem executados com o mínimo de
qualidade que se permita aplica-los.

SINGLE STROKE ROLL OU TOQUE SIMPLES

DOUBLE STROKE OPEN ROLL OU TOQUE DUPLO

39


SINGLE PARADIDDLE

FLAM

DRAG

40


Levadas com colcheias em tercinas

As colcheias em tercinas são um grupo


irregular. Trata-se de um grupo em que usamos
tocar três notas por tempo divididas em
intervalos iguais. As quiálteras são divisões
alteradas para se tocar as figuras já existentes.
Estes exercícios preliminares servirão de base
para entender melhor o sentido rítmico de uma
batida chamada Shuffle (que significa arrastar os
pés). Para demonstrar isso melhor toque o chimbal
com a mão direita contando conforme abaixo:

Agora introduzindo divisões com o conceito de


tercinas:

Em, seguida acrescente um toque na contagem 3


de cada tempo:

41


42


43


Observamos agora que a escrita do shuffle não


aparece sob a forma de tercinas mas de colcheias
pontuadas. É possível também escrever deste modo
alternativo como observamos na prática em vários
métodos, principalmente brasileiros. Na prática
deve-se sempre tocar buscando o ”swing”, o
balanço da levada (groove).

44


Viradas com semicolcheias em tercinas

Agora veremos variações com semicolcheias em


tercinas (ou sextinas). É um caso semelhante ao
anterior só que, por se tratar de semicolcheias,
são necessárias mais notas (seis) para preencher
um tempo.

45


Assim como vimos no outro tópico, agora


podemos fazer as viradas com semicolcheias em
tercinas em dois tempos.

46


Exercícios para bumbo

Eu brinco sempre que o pé direito se usa para


chutar uma bola ou acelerar o carro, portanto ele
não foi feito para se tocar bateria (rs). Desta
forma é preciso praticar um pouco o pé direito
(falaremos sobre o esquerdo mais adiante) para se
adquirir resistência e velocidade. Como sempre:
começar devagar e acelerar aos poucos é o melhor
caminho... Use o metrônomo para ter certeza de
que está mantendo o tempo constante.

47


Levadas com hi-hat no contratempo

Nestes exercícios é importante cuidar bem do


hi-hat para não tocá-lo fora da posição indicada.
Não é tão fácil quanto pode parecer pois até o
momento fizemos as conduções em colcheias.
Lembre-se: comece devagar e vá acelerando na
medida em que tiver o dominado o padrão.

48


49


Levadas em semicolcheias com conduções alternadas

Agora as levadas são tocadas com as duas mãos


se alternando no hi-hat. Começando sempre os
tempos com a direita. É um bom exercício para se
praticar a esquerda também já que ela executa
padrões constantes e sem descanso. Cuidado para
não repetir a mão num momento de maior
dificuldade.

50


51


Marcação no Hi-hat com o pé

Agora começaremos a utilizar o pé esquerdo. A demora em


iniciar este estudo se dá pela necessidade em se
obter confiança (palavra fundamental para um baterista)
para se usar o último membro que até́ então não exercia
nenhuma função. Podemos utilizá-lo para marcar o tempo
ou também podemos criar figuras rítmicas diversas para
"colorir" a levada. Começaremos com marcações, pois são
mais simples. Quando conseguir desenvolver um mínimo de
independência pode-se arriscar marcações (ou outras
figuras) mais elaboradas em outras levadas do método!

52


53


54


Abertura de hi-hat com o pé

A partir deste momento, começamos a abrir (e


tocar ao mesmo tempo!) o chimbal com o pé
esquerdo. Agora, seu uso se tornará mais
acessível pois já foram feitos vários ritmos
diversos com as outras partes, inclusive com o pé
esquerdo. Comece lentamente para "sentir" a
levada e, depois, experimente a abertura até
encontrar um som suave nessa manobra.

55


56


Variações de viradas em semicolcheias

Essas viradas são muito comuns de se


encontrar na música pop. Está no final deste
volume pois sua leitura requer muito cuidado.
Repare como qualquer virada pode entrar em
qualquer levada, é só substituir da maneira como
vimos no início: mantendo o padrão em 4/4;

57


58


59


Como sugestão, para complementar este estudo,


pode-se utilizar este material a seguir...

Referências bibliográficas

CORSALETTI, Gilson. Rítmo: método de bateria.


Londrina, 2003.

FAMULARO, Dom. It´s your move: motions and


emotions. Miami: Warner Bros Publications, 1996.

INFANTOZZIH. Albino. Rock o primeiro passo. Rio


de Janeiro: Irmãos Vitale, 1993.

KRUPA, Gene. Método para bateria. São Paulo:


Ricordi, 1980.

MORGEINSTEIN, ROD. Drum set warm-ups. Boston:


Berklee Press, 2000.

POZZOLI. Guia teórico-prático para o ensino do


ditado musical. São Paulo: Ricordi, sem ano.

TUK, Kevin. Drum book


1.http:/www.worldpercussion.com.au

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