Armação de Clave
Armação de Clave
Armação de Clave
e aqui a mesma escala (as mesmas notas são tocadas) escrita usando-se a armação da
clave.
Nas partituras que contêm mais de um instrumento, a escrita para todos os instrumentos é
feita com a mesma armação. Exceções:
Se o instrumento é um instrumento transpositor (em que a música tem que ser escrita numa
tonalidade diferente);
Se o instrumento é um instrumento de percussão, sem tonalidade definida;
Por convenção, muitos compositores omitem a armação nas partes da trompa. Isto talvez
seja uma reminiscência do passado, dos primeiros dias dos metais, quando se
acrescentavam extensões curvas às trompas para aumentar o comprimento do tubo,
alterando a tonalidade do instrumento;
Nas partituras do século XV, "armações parciais" nas quais as diferentes vozes, têm
armações diferentes, são bastante comuns; entretanto isto deriva dos hexacordes diferentes
em que as partes foram implicitamente escritas e o uso da expressão armação pode ser
enganador a música desse período e anteriores.
Para um dado modo a armação define a escala diatónica que a obra musical usa. A maioria
das escalas necessitam que algumas notas sejam consistentemente modificadas por
sustenidos ou bemóis. Por exemplo na tonalidade de sol maior a nota que define o tom é o
fá sustenido. Portanto a armação associada à tonalidade de sol maior é a armação com um
sustenido. No entanto, o fato de se ter uma armação com um sustenido não garante que a
tonalidade da obra seja um sol maior. Muitos outros fatores determinam a tonalidade de
uma peça. Isto é particularmente certo com relação aos tons menores. A famosa Tocata e
Fuga em Ré Menor, BWV 538 (Tocata e Fuga Dórica) de Bach, é assim chamada porque,
embora seja em ré menor, não possui armação, implicando que é em Ré Dórico. No lugar
da armadura, os sis bemóis necessários para a tonalidade de ré menor são escritos com
acidentes tantas vezes quanto for necessário.
Quando os modos tais como o lídio e o dórico são escritos utilizando as armações eles são
chamados de modos transpostos.
História
O uso de um bemol como armação desenvolveu-se no período medieval, mas armações
com mais do que um bemol ou com sustenidos não surgiram antes do século XVI. A música
barroca escrita em tons menores freqüentemente era escrita com menos bemóis do que os
agora associados à suas tonalidades. Por exemplo, andamentos em dó menor,
frequentemente têm dois bemóis na armação, porque o lá bemol freqüentemente tem que
ser aumentado para o lá natural (lá bequadro) nas escalas menores harmónica e melódica ,
assim como o si bemol, na escala menor melódica.
No caso das armações com sustenidos, o primeiro sustenido é colocado na linha do fá (para
o tom de sol maior/mi menor). Os sustenidos seguintes são adicionados, respectivamente
nos locais da pauta correspondentes às notas dó, sol, ré, lá, mi e si. As armações de
bemóis seguem a seqüência dos sustenidos na ordem inversa, ou seja: si, mi, lá, ré, sol, dó
e fá. Há 15 diferentes armações incluindo a armação vazia de dó maior/lá menor. Esta
seqüência é apresentada no ciclo de quintas.
As armações com seqüências de sete bemóis ou sete sustenidos, são raramente utilizadas
não só por que as notas nestas tonalidades extremas de sustenidos ou bemóis são mais
difíceis de executar na maioria dos instrumentos, como, também, porque elas têm
equivalências enarmônicas. Por exemplo, a tonalidade de dó sustenido maior (com sete
sustenidos) é representada de maneira mais simples como ré bemol maior (cinco bemóis).
Modernamente, para os fins práticos, essas tonalidades são iguais por que dó sustenido e
ré bemol são a mesma nota. Entretanto, obras foram escritas nessas tonalidades extremas,
por exemplo, o Prelúdio e Fuga nº 1 de O Cravo Bem Temperado de Bach, BWV 848 é em
dó sustenido maior.