MECOtipo - Buggy
MECOtipo - Buggy
MECOtipo - Buggy
O MECOTipo:
Revisão e desenvolvimento de um método de ensino
de desenho coletivo de caracteres tipográficos.
Solange Coutinho, Carmen Gálvez, João Bosco Silva, Matheus Barbosa, Paulo
Foester, Patrícia Amorim, Wanda Barbosa, Priscila Farias, Mariana Damata,
Márcia Maia, Rafael Dietzsch, Ana Luiza Medeiros Guimarães, Fábio Lopes,
Margarida Correia Lima, Henrique Nardi, Luciana Calheiros, Silvio Barreto
Campello, Cláudio Rocha, Márcio Shimabukuro, Billy Bacon, Bruno Porto,
Paulo Oliva, Clara Gouveia, Natã Morais, Clylton Galamba, Josinaldo Barbosa,
Eliana Melo, Josy Lins, Marcos Jatobá, Deiverson Ribeiro, Rafael Fernandes,
Tito França e família.
Divided into two main parts, the research is of an exploratory nature and is
based on an ethnographic approach. The first part explores and discusses
studies related to the design of typographic characters. In the second part, the
process of developing the method is described together with its practical
application. The field work enabled the researcher to collect data by means of
note-taking and registration during two subjects of typography design
undertaken within undergraduate courses. The data are analyzed descriptively
and the proposed exercises are examined taking into account the teaching
diaries produced by the researcher and the results of the work produced by the
students throughout the subjects.
Lista de figuras....................................................................................................9
Lista de quadros................................................................................................22
Lista de abreviaturas..........................................................................................27
Capítulo 1. Introdução.......................................................................................28
1.1 Objetivos gerais...........................................................................................28
1.2 Considerações preliminares........................................................................28
1.3 Objeto da investigação................................................................................29
1.4 Hipóteses.....................................................................................................29
1.5 Justificativa da escolha do tópico................................................................30
1.6 O problema..................................................................................................34
1.6.1 As causas do problema................................................................36
1.6.2 Conseqüências do problema........................................................38
1.7 Estrutura da dissertação..............................................................................38
Primeira Parte
BASES TEÓRICAS
Capítulo 2. Tipografia..................................................................................41
2.1 Conceito de design e sua relação com desenho tipográfico..................41
2.2 Conceituando tipografia..........................................................................45
2.3 O que é uma fonte? O que é um tipo?...................................................46
2.4 O desenho tipográfico no mundo hoje....................................................47
2.5 O desenho tipográfico no Brasil hoje......................................................49
Capítulo 3. Desenho tipográfico..................................................................51
3.1 Particularidades do estilo e do desenho tipográficos.............................51
3.2 A experiência com Ana..........................................................................55
Segunda Parte
DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO
Referências bibliográficas................................................................................224
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 12. (página 93) Resultados dos participantes para o primeiro exercício
da pesquisa de campo.
10
Figura 16. (página 101) Acomodações dos caracteres propostos pelo primeiro
participante do segundo exercício do pesquisa de campo na construção dos
caracteres.
Figura 54. (página 123) Grade de derivação de letras caixa alta proposta pelo
pesquisador.
Figura 92. (página 143) de combinações de módulos nas letras caixa baixa
propostas pelo participante O do segundo exercício da pesquisa de campo.
Figura 105. (página 168) Desenhos do ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ realizados pelo primeiro
sub-grupo para o terceiro exercício da pesquisa de campo.
Figura 106. (página 170) Desenhos do ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ realizados pelo
segundo sub-grupo para o terceiro exercício da pesquisa de campo.
Figura 107. (página 173) Desenhos do ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ realizados pelo
segundo sub-grupo para o terceiro exercício da pesquisa de campo.
Figura 108. (página 175) Desenhos do ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ realizados pelo
segundo sub-grupo para o quarto exercício da pesquisa de campo.
Figura 109. (página 178) Caracteres desenhados pelo primeiro sub-grupo para
o quarto exercício da pesquisa de campo.
Figura 111. (página 179) Caracteres desenhados pelo terceiro sub-grupo para
o quarto exercício da pesquisa de campo.
Figura 112. (página 180) Caracteres desenhados pelo quarto sub-grupo para
o quarto exercício da pesquisa de campo.
Figura 117. (página 184) Sobreposição do ‘I’ desenhado pelo primeiro sub-
grupo da pesquisa de campo do experimento com a curva do ‘D’, a trave do ‘T’
e a da diagonal do ‘V’.
Figura 118. (página 185) Sobreposição do ‘I’ desenhado pelo segundo sub-
grupo da pesquisa de campo do experimento com a curva do ‘D’, a trave do ‘T’
e a da diagonal do ‘V’.
Figura 119. (página 185) Sobreposição do ‘I’ desenhado pelo terceiro sub-
grupo da pesquisa de campo do experimento com a curva do ‘D’, a trave do ‘T’
e a da diagonal do ‘V’.
Figura 120. (página 185) Sobreposição do ‘I’ desenhado pelo quarto sub-
grupo da pesquisa de campo do experimento com a curva do ‘D’, a trave do ‘T’
e a da diagonal do ‘V’.
Figura 121. (página 191) Sugestão de malha criada pelo pesquisador para
orientação da linha de base, altura de x, ascendentes, descendentes e caixa
alta.
22
LISTA DE QUADROS
Quadro 46. (página 198) Relação entre a natureza dos conceitos específicos
de avaliação dos objetivos e conceitos macro de avaliação do desempenho dos
participantes.
LISTA DE ABREVIATURAS
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Levando em conta que o ato de ensinar envolve sujeitos, saberes, tempo e, por
vezes, espaços distintos, as considerações a respeito do método conectam-se
à atual conjuntura das universidades brasileiras de design, em especial das
nordestinas.
Por fim, ainda cabe ressaltar que os atuais cenários do ensino e do design em
Pernambuco configuram-se como pano de fundo no qual foram investigadas as
questões levantadas pela pesquisa.
1.4 Hipótese
Pode-se assumir, então, que exista uma dualidade estabelecida entre função
(regida pela sintática) e estética (regida pela semântica).
A fonte ‘le Coolie’ desenhada por Agnès Brézéphin (1996), criado com base na
língua crioula falada nas Pequenas Antilhas, e a ‘Letra Nativa’ desenhada por
Marcelo Barbosa de Almeida e Marcelo Lopes (1998), baseada na língua
portuguesa falada no Brasil, são alguns exemplos de trabalhos desenvolvidos
com enfoque na função.
Figura 2. Caracteres da fonte ‘Letra Nativa’ de Marcelo Barbosa de Almeida e Marcelo Lopes.
Fonte: Revista Design Belas Artes (1998).
1.6 O problema
A tipografia experimental possui um forte ímpeto exploratório que não deve ser
perdido de vista. A busca por evoluções nas formas e conceitos tipográficos é
um atributo que deve ser somado à definição do autor acima citado.
texto e display ainda são usados de forma geral para tipos abaixo e acima de
14 pontos (CRAIG; BEVINGTON, 1999, p. 18).
Essa tolerância cria condições para que os dois universos compreendidos pela
pesquisa para melhor qualificar aspectos da linguagem visual tipográfica
produzam fontes display e de texto.
Neste ponto, as fontes digitais passaram a ser avaliadas por sua adequação à
leitura ou por seu valor sócio-cultural. Essa obrigatoriedade de dissociação da
função de um fonte é questionada nesta pesquisa. A partir da compreensão de
que estas contendas não precisam dar-se em separado, permite-se a
convergência de aspectos comuns às fontes display e de texto.
Mas até que ponto estética e funcionalidade podem ser exacerbadas em uma
fonte? Compreender este limite também é parte da abordagem deste estudo.
Esta pesquisa acredita que o caráter de tais informações pode ser planejado na
construção dos significantes das letras.
Cor, texto, contexto e uma série de outras variáveis devem ser levadas em
conta na diagramação de uma peça gráfica para uma comunicação eficiente.
“Da mesma maneira que um timbre de voz influencia na interpretação da
palavra falada, a tipografia influi na palavra escrita.” (BORGES, 2004, p. 9).
Esta dissertação está organizada em duas partes. A primeira trata das bases
teóricas da pesquisa e a segunda descreve o desenvolvimento do método.
BASES TEÓRICAS
41
CAPÍTULO 2
TIPOGRAFIA
Uma vez exposto tal conceito, são trabalhados, do mesmo modo, tipografia e
fonte tipográfica. Assim os cenários do desenho tipográfico no mundo atual e
no Brasil podem ser esboçados confortavelmente permitindo ao leitor um
entendimento amplo dos aspectos envolvidos na pesquisa.
Freinet (1977), por sua vez, considera a forma humana e entende que o
desenho é produto de uma habilidade resultante do processo natural da
tentativa experimental no qual o homem busca crescer, suplantar obstáculos,
afirmar sua personalidade e se perpetuar.
O termo design com tipos, mencionado por Farias (2004), faz referência ao uso
de fontes em práticas do design. Por sua vez, design de tipos é compreendido
como o projeto de caracteres ou o desenho de uma fonte. Todavia, o termo
desenho tipográfico será preferido por esta pesquisa para se referir ao último
conceito.
46
Wollner (2003a) interpreta a tipografia sob uma outra ótica e acredita que ela é
inicialmente um processo de impressão. Ele também admite o uso da palavra
para o desenho de tipos (caracteres alfabéticos e para-alfabéticos) e seu
arranjo em um espaço determinado, de modo a atender critérios como
legibilidade, proporção e “organicidade” em relação a suportes impressos,
eletrônicos e ambientais.
Desse modo, um tipo passa a ser entendido como uma imagem, os grafismos
que constituem uma forma tipográfica visível, sinônimo de caractere, glifo ou
face (FARIAS, 2004, p. 5). Por sua vez, o termo fonte passa a representar, em
linhas gerais, um conjunto de tipos de um mesmo estilo originário de um único
design de matriz que conserva as características de seus desenhos,
independente do tamanho que esteja representado.
Ainda sob essa ótica, Farias (2004) conclui que pode-se descrever uma fonte
digital como um arquivo digital contendo um conjunto de instruções para o
desenho de curvas, que determinam a reprodução de seus glifos, somado a um
conjunto de instruções métricas que determinam o alinhamento e o
espaçamento (entre palavras, entre letras e entre linhas) dos caracteres. Esses
arquivos podem conter ainda outras informações, como a aparência dos glifos
em saídas de baixa resolução, autoria, estilo etc.
Para Wollner, (2003b) a produção editorial brasileira, com raras exceções, não
tem levado em consideração parâmetros construtivos na criação do livro e de
revistas. O autor acredita que isso se deve ao fato de existirem poucos
profissionais da tipografia em atividade no nosso país, provocando assim uma
lacuna em nossas escolas de design.
50
CAPÍTULO 3
DESENHO TIPOGRÁFICO
Uma sinfonia não é outra coisa que a perfeita harmonia das notas
musicais. Uma bela pintura é a sábia combinação de cores pelas
mãos de um artista. E um prato requintado não é mais do que a
mistura de finas iguarias. Assim também as letras do alfabeto.
Usadas por quem sabe escrever, elas se transformam em poesias,
livros emocionantes, discursos inflamados. E, por que não dizer, em
textos de propaganda que são capazes de criar novos hábitos, mudar
costumes, revolucionar a vida em sociedade (CAMERA PRESS, [197-
], p. 3).
Cada caractere tem sua importância e peculiaridade dentro de uma fonte. Cada
um comporta-se como parte de um todo organizado podendo ser classificado
de acordo com sua espécie de desenho e estilo.
Esta pesquisa assume uma distinção conceitual entre esses dois termos e não
se preocupará tanto com a classificação de estilo, quanto com a do desenho.
Alguns dos estilos mais comuns são: light, bold, italic, condensed, entre outros.
Figura 7. Caracteres da família Univers, fontes Univers, Univer Light, Univer Bold, Univers Italic
e Univers Condensed.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador
A espessura dos traços de uma mesma letra pode variar causando contrastes
maiores ou menores. Mesmo constante num caractere de uma determinada
fonte, essa espessura pode variar quando comparada a de um traço constante
de um outro caractere de outra fonte.
Um dos mais conhecidos é o de Maximilien Vox que se tornou base para uma
série de outros modelos (BAINES; HASLAM, 2002, p. 46). A proposta de Vox
(1954) foi desenvolvida levando em consideração aspectos e características
54
diferentes que uma fonte pode assumir, criando formas de organização que
privilegiam a pluralidade e a abrangência. Modelos de classificação desta
natureza podem exigir uma grande capacidade de memorização e abstração
por parte de usuários, todavia são bem sucedidos quando implementados em
meios digitais (FARIAS; SILVA, 2004, p. 1-8).
- Humanistas;
- Garaldinas;
- Reais;
- Didônicas;
- Mecânicas;
- Incisas;
- Escriturais;
55
- Manuais;
- Fracturais;
- Não latinos.
Ana é uma fonte digital que está sendo desenvolvida para o registro de títulos e
pequenos parágrafos e que poderá ser utilizada em qualquer programa
processador de texto, diagramação ou imagem. Consiste num conjunto de
caracteres desenhados a partir de aspectos físicos, psicológicos e de
acessórios observados num indivíduo específico: Ana Luiza Medeiros
Guimarães, estudante da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
21 anos, 1,56 m e cerca de 50 kg.
56
O primeiro protótipo, batizado de Beta 1.0, contou apenas com caixas altas e
baixas, alguns ditongos, acentos e sinais de pontuação.
A partir das observações coletadas junto aos que adquiriram a versão Beta 1.0,
um segundo protótipo foi desenvolvido. A versão Beta 2.0 apresenta caixas alta
e baixa, dígitos, acentos e a maior parte dos sinais de pontuação. Os ditongos
foram suprimidos e seus desenhos estão sendo repensados.
A percepção das vestes de Ana fez com que o pesquisador elegesse sua
armação de óculos de grau (uma armação de material sintético verde com
lentes retangulares) como o símbolo ponto de partida dos desenhos. Esse
objeto inspirou uma forma de letra um pouco mais condensada e pesada do
que as comumente utilizadas para leitura de longos volumes de texto.
Ana apresenta, então, seu melhor desempenho em títulos com corpos grandes,
acima de 36 pontos, feitos para cartazes e letreiros. Nessa condição, a
inclinação presente na maior parte dos terminais das hastes perpendiculares à
base dos caracteres é onde reside a personalidade dessa fonte.
57
Ana é uma fonte sem serifas, de ascendentes curtas, hastes pesadas e largura
levemente condensada. Tais características relacionam-se respectivamente
com as seguintes características do indivíduo observado: objetividade, baixa
estatura física e personalidade forte. Em particular a largura de seus caracteres
está relacionada ao formato da armação do óculos utilizada para o desenho do
primeiro caractere, mencionado anteriormente.
DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO
60
CAPÍTULO 4
DESCRIÇÃO DA PRIMEIRA FASE DO MÉTODO
No segundo semestre do mesmo ano, uma versão compacta desse método foi
aplicada na disciplina de animação tipográfica digital, Tipos Vivos. Tendo em
vista os resultados obtidos, ou seja os conjuntos de caracteres desenhados de
acordo com as especificações e prazos pré-determinados, a experiência nos
61
Conceitos geométricos são transmitidos para que, por meio deles, seja
montado mentalmente o esqueleto dos caracteres.
Figura 9. Mapa de caracteres com respectivas posições no teclado proposto pelo método.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Os objetos de design obtidos por meio deste processo carregam uma forte
carga emotiva e cultural que os associa, mesmo que indiretamente, às suas
origens regionais. Contudo, na maioria das vezes, os resultados concluídos
estão impregnados com os traços da parcela da cultura pop globalizada que
nos cabe (BUGGY, 2003, p. 3-7).
Com efeito, comportamentos pró-ativos são vistos aqui como fundamentais aos
participantes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Deve-se,
66
Porém, para quem quer criar, e não apenas consumir tipografia, tais
informações não bastam.
Pontos, linhas ou planos, por exemplo, devem ser vistos como formas no
sentido verdadeiro, embora continuem a ser chamados simplesmente de
pontos ou linhas na prática comum. Mesmo pequeno, um ponto no papel tem
de ter formato, tamanho, cor e textura, se pretende ser visto (WONG, 1998, p.
45).
CAPÍTULO 5
APLICAÇÃO DO MÉTODO
5.1.1 A Etnografia
A abordagem etnográfica está sendo adotada como base para esta pesquisa
porque o ensino de desenho de caracteres tipográficos é uma atividade que faz
parte de um processo criativo que pode ser mais fielmente observada quando
72
Ele afirma também que observadores participantes podem gravar sua própria
experiência para explicar o universo cultural sendo pesquisado no contexto de
seus dados. No nosso caso, o processo desenvolvido pelo pesquisador na
geração da fonte Ana (relatada no capítulo 4), e o compêndio apresentado aos
participantes (anexos) é justificada, visto que no desenvolvimento do
MECOTipo ambas experiências são adotadas como pressupostos válidos para
sua construção e aplicação.
Morin (2001) ilustra bem essa visão ao considerar que as informações ganham
sentido apenas quando situadas em seu contexto. Desse modo, o seu claro
entendimento pode ser compreendido como um dos aspectos necessários aos
cidadãos do novo milênio para que possam acessar e processar dados de
forma eficaz.
77
Tal qual uma célula, o ambiente de aprendizado terá limites, sua membrana
será o design, e em seu interior conservará elementos necessários à sua
existência, conceitos de tipografia e desenho, por exemplo. Mesmo essa
condição não isenta o ambiente da capacidade de obter do meio externo o que
78
5.5.2 Experimento
Como a mesma lógica também foi adotada, mais a frente, para a pesquisa de
campo cada participante mobilizado nesse momento foi identificado, sempre
87
Como a mesma lógica também foi adotada, mais a frente, para a pesquisa de
campo cada participante mobilizado nesse momento foi identificado, sempre
que necessário, como sendo do estudo piloto, ou seja, participante A do estudo
piloto, participante B do estudo piloto, e assim por diante.
Figura 12. Resultados dos participantes para o primeiro exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de originais dos participantes.
Desenhou a Identificou o
Desenhou Desenhou
letra ‘a’ apenas trabalho
Participante apenas a letra apenas uma
em caixa apenas com o
‘a’? letra ‘a’?
baixa? nome?
Participante A Sim Sim Sim Não
Participante B Não Sim Não Sim
Participante C Sim Sim Não Sim
Participante D Sim Sim Sim Sim
Participante E Sim Sim Sim Sim
Participante F Sim Sim Sim Não
Participante G Sim Sim Sim Não
Participante H Sim Sim Sim Sim
Participante I Sim Sim Sim Sim
Participante J Sim Sim Sim Sim
Participante K Sim Sim Sim Sim
Participante L Sim Sim Sim Sim
Participante M Sim Sim Sim Sim
Participante N Sim Sim Sim Sim
Participante O Sim Sim Sim Sim
Um participante, curiosamente, ilustrou junto ao seu ‘a’ o que pareceu ser uma
menina com raiva. Três participantes identificaram seus trabalhos com o nome
seguido da data de realização do mesmo.
O desenho coletivo das letras caixa baixa e caixa alta e dos números de uma
fonte através de módulos pré-determinados foi inspirado na proposta de
Gunnlaugur SE Briem (2003) para o desenvolvimento de fontes modulares. O
pesquisador montou um exercício no qual solicitou aos participantes
desenvolver até três módulos para que fosse possível resolver o projeto de um
conjunto limitado de 62 caracteres.
Entretanto, uma análise breve dos resultados obtidos com essa mecânica de
construção expostos no site type, handwriting, and lettering, mantido pelo
professor Briem (2003), revela que esse último aspecto ainda ficaria refém de
uma série de exceções as regras de combinação de módulos sujeito inclusive
ao abandono deles em algumas circunstâncias específicas, como nos casos de
‘z’ e ‘4’, por exemplo.
97
Figura 13. Módulos, ou blocos de construção, propostos pelo professor Briem aos
seus alunos em exercício introdutório. De cima para baixo: retângulo,
curva e diagonal.
Fonte: Imagens retiradas do site http://briem.ismennt.is.
Tendo em vista que este exercício foi realizado por grupos de participantes
durante o estudo piloto os objetivos do segundo exercício foram ajustados para
pesquisa de campo afim de desempenhar os seguintes papeis:
98
Ao sexto dia de aula foi solicitado aos participantes que desenvolvessem até
três módulos e uma malha de construção para regrar suas combinações para
que fosse possível resolver o projeto de um conjunto limitado de 62 caracteres.
Figura 16. Acomodações dos caracteres propostos pelo primeiro participante do segundo
exercício do pesquisa de campo na construção dos caracteres.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
102
Altura de x e linha de base não foram respeitadas pelo desenho de vários dos
62 caracteres desenvolvidos pelo participante J.
A relação entre caixa alta e ascendente sugerida pela malha foi invertida.
A cada um desses critérios foi atribuído peso 2, para uma avaliação na qual
cada nota possível indicou um conceito utilizado para avaliar o desempenho
dos participantes levando em conta seu potencial de produtividade, conforme
indica o quadro abaixo:
Figura 54. Grade de derivação de letras caixa alta proposta pelo pesquisador.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
124
Os conjuntos de módulos destacados com preto no ‘o’, ‘h’, ‘p’, ‘v’, ‘O’, ‘H’, ‘P’,
‘V’, ‘0’, ‘3’, ‘1’ e ‘8’ caracterizaram-se como as principais combinações
recorrentes. Já os conjuntos destacados em cinza escuro ocuparam papel
secundário revelando-se como propostas originais de pouco influência ou
mesmo adaptações dos conjuntos em preto. Os demais módulos em cinza
claro apenas completam o desenhos dos caracteres.
Não destacou-se conjuntos de módulos para o ‘S’ já que deste não derivam
outros caracteres.
125
Figura 56. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante A do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 57. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante A do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
126
Figura 59. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante B do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
127
Figura 60. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante B do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 62. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante C do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 63. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante C do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
129
Figura 65. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante D do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
130
Figura 66. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante D do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 68. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante E do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 69. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante E do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
132
Figura 71. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante F do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
133
Figura 72. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante F do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 74. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante H do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 75. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante H do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
135
Figura 77. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante I do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
136
Figura 78. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante I do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 80. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante J do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 81. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante J do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
138
Figura 83. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante K do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
139
Figura 84. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante K do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 86. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante L do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 87. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante L do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
141
Figura 89. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante M do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
142
Figura 90. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante M do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 92. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa baixa propostas
pelo participante O do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 93. Recorrência de combinações de módulos nas letras caixa alta propostas
pelo participante O do segundo exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
144
Repetiu combinação
Repetiu combinação Repetiu combinação
própria de módulos
Participante própria de módulos própria de módulos
para derivados de ‘3’
para derivados de ‘0’? para derivados de ‘1’?
ou ‘8’?
A Sim Sim Sim
B Sim Sim Sim
C Sim Sim Sim
D Não Sim Não
E Sim Sim Sim
F Sim Sim Sim
H Sim Sim Sim
I Sim Sim Não
J Sim Sim Sim
K Sim Sim Sim
L Sim Sim Não
M Sim Sim Não
O Sim Sim Sim
o 1,0
n 1,0
p 1,0
v 1,0
O 1,0
N 1,0
P 1,0
V 1,0
0 0,8
3 ou 8 0,8
1 0,4
Quadro 11. Avaliação dos participantes levando-se em conta o terceiro objetivo do segundo
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Quadro 15. Pontuação para a verificação da representação clara de traços retos, curvos
e em diagonal através das combinações de módulos verificadas nos desenhos
de letras e números dos participantes.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Quadro 17. Avaliação dos participantes levando-se em conta o quarto objetivo do segundo
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Neste caso, uma lógica reversa foi utilizada para a avaliação. Todos os
trabalhos começariam a ser analisados tendo, inicialmente, o pressuposto do
alcance do conceito máximo atribuído através da nota 10. Após iniciada a
avaliação, cada ponto fraco encontrado representaria a subtração de um valor
correspondente a nota original.
A mesma relação de peso para letras e números adotada até o momento foi
preservada, assim as 26 caixas baixas e 26 caixas altas representariam juntas
peso 8 e os números peso 2 na composição de notas que, mais uma vez,
enquadraram-se em faixas de correspondência de conceitos.
Quadro 19. Avaliação dos participantes levando-se em conta o quinto objetivo do segundo
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Foi pedido aos participantes que listassem em uma folha de papel A4 dez
temas de interesse pessoal. Uma vez concluídas, as listas de temas de cada
participante foram confrontadas buscando-se recorrências e/ou semelhanças
entre as sugestões dos membros de um mesmo sub-grupo. Essas recorrências
e/ou semelhanças foram mantidas originando uma lista única de cinco temas
para cada sub-grupo, através da qual foi possível chegar-se a um único de
comum interesse para cada unidade produtiva. Os temas definidos por cada
sub-grupo receberam um recorte de onde foram destacados os principais
aspectos a serem explorados em suas fontes.
Por fim, o quarto sub-grupo verificou interesse comum entre música, cinema,
design, comida e sono, optando por trabalhar com o tema música. O recorte
dado foi trilha a sonora do filme ‘A Pantera Cor-de-rosa’.
Cada trabalho passou a ter uma matriz própria relacionando tópicos do seu
conteúdo semântico com atributos de ‘correlação’ para o desenho de seus
caracteres utilizados por Dietzsch (2003).
A seguir tem-se uma reprodução dos textos apresentados por cada sub-grupo
acompanhada dessas matrizes e dos desenhos dos primeiros caracteres.
Largura de letras
X
retangulares
Altura de caixa
X
baixa e alta
Junções de curvas
X X
com retas
Acabamento das
X X
hastes verticais
Figura 105. Desenhos do ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ realizados pelo primeiro sub-grupo para o terceiro
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de original fornecido
pelos participantes A, B, F e J.
Rusticidade Sofisticação
Largura de letras
X
retangulares
Altura de caixa
baixa e alta
Junções de curvas
X
com retas
Acabamento das
X
hastes verticais
Figura 106. Desenhos do ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ realizados pelo segundo sub-grupo para o terceiro
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de original fornecido
pelos participantes D, E e G.
171
Largura de letras
X
retangulares
Altura de caixa
X X
baixa e alta
Junções de curvas
X
com retas
Acabamento das
X X
hastes verticais
Haveria uma variação de espessura nas curvas dos caracteres que segundo o
sub-grupo estaria associada ao ‘segredo’ do encaixe entre as peças de
diversos jogos, como no caso de quebra-cabeças onde as curvas de encaixe
de várias peças parecem ser iguais, contudo apresentam sutis diferenças que
determinam suas combinações.
A junção de retas e curvas seria evidente, uma alusão aos pontos de encaixe
de peças de um quebra-cabeças.
173
Figura 107. Desenhos do ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ realizados pelo segundo sub-grupo para o terceiro
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de original fornecido
pelos participantes D, E e G.
Partindo do objetivo inicial da trilha que, por não haver fala entre os
personagens, foi substituir a voz do personagem principal 9no caso a
pantera), e levando em conta os conceitos e sensações, assim como
imagens, lembranças e emoções, os membros do grupo selecionaram
as seguintes características para serem abordadas na fonte:
furtividade, sorrateiro, comicidade, mistério, deboche e perseguição.
174
Largura de letras
X
retangulares
Altura de caixa
X
baixa e alta
Junções de curvas
X X
com retas
Acabamento das
X X
hastes verticais
A notável diferença entre a altura de x, o topo das ascendentes das caixas alta
seriam a referencia aos ‘altos’ e ‘baixos’ de uma perseguição promovida pela
Pantera Cor-de-rosa. Este tópico não seria representado pela característica
anunciada pelo sub-grupo antes do desenho dos primeiros caracteres.
175
Figura 108. Desenhos do ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ realizados pelo segundo sub-grupo para o quarto
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de original fornecido
pelos participantes D, E e G.
Quanto ao segundo aspecto, sua análise pode ser resumida através dos
próximos dois quadros.
176
Associou a Associou o
Associou a Associou as
Associou o largura das acabamento
altura de junções de
peso das letras das hastes
caixa baixa e curvas e
hastes com retangulares verticais
Sub- alta com retas com
uma ou mais com uma ou com uma ou
grupo uma ou mais uma ou mais
característi- mais mais
característi- característi-
cas de seu característi- característi-
cas de seu cas de seu
tema? cas de seu cas de seu
tema? tema?
tema? tema?
Quadro 28. Critérios iniciais utilizados na avaliação da capacidade das características dos
temas de estabelecer atributos de ‘correlação’ para o desenho tipográfico.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Aplicou os atributos de
Estabeleceu relação entre outros
‘correlação’, conforme as
Sub-grupo atributos de ‘correlação’ com uma
relações estabelecidas, nos
ou mais características do tema?
caracteres ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’?
Quadro 29. Critérios finais utilizados na avaliação da capacidade das características dos
temas de estabelecer atributos de ‘correlação’ para o desenho tipográfico.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Quadro 31. Avaliação dos sub-grupos levando-se em conta o primeiro objetivo do terceiro
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Pode-se afirmar que de modo geral o primeiro objetivo do terceiro exercício foi
alcançado, tendo em vista o desempenho dos sub-grupos no estabelecimento
das relações propostas por eles no desenhos dos primeiros caracteres do
conjunto. Metade dos sub-grupos superou expectativas no estabelecimento de
178
Notas Conceitos
Tendo em vista que para cada um dos 100 caracteres desenvolvidos de acordo
com o tema seria somado 0,04 pontos a nota do sub-grupo em função do peso
atribuído a este critério, tem-se a avaliação do segundo objetivo proposto pelo
terceiro exercício da pesquisa de campo conforme indicado no próximo quadro.
Quadro 33. Avaliação dos sub-grupos levando-se em conta o segundo objetivo do terceiro
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
horizontal tem de ser um pouco mais fino. Isto aplica-se, não só a formas retas
como também para formas redondas que tem de ser, em seu ponto horizontal
mais largo, mais espessas que as correspondentes verticais. Por razões óticas
os traços oblíquos inclinados para direita tem de ser também um pouco mais
largo que os inclinados para esquerda e um pouco mais finos que os retos
(HOCHULI, 2001, p. 20).
Figura 113. Caracteres destoantes do conjunto desenhado pelo primeiro sub-grupo para o
quarto exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de original fornecido
pelos participantes A, B, F e J.
183
Figura 114. Caracteres destoantes do conjunto desenhado pelo segundo sub-grupo para o
quarto exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de original fornecido
pelos participantes D, E e G.
Figura 115. Caracteres destoantes do conjunto desenhados pelo terceiro sub-grupo para o
quarto exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de original fornecido
pelos participantes H, K, L, N e O.
184
Figura 116. Caracteres destoantes do conjunto desenhados pelo quarto sub-grupo para o
quarto exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador a partir de original fornecido
pelos participantes C, I e M.
Figura 117. Sobreposição do ‘I’ desenhado pelo primeiro sub-grupo da pesquisa de campo do
experimento com a curva do ‘D’, a trave do ‘T’ e a da diagonal do ‘V’.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
185
Figura 118. Sobreposição do ‘I’ desenhado pelo segundo sub-grupo da pesquisa de campo do
experimento com a curva do ‘D’, a trave do ‘T’ e a da diagonal do ‘V’.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 119. Sobreposição do ‘I’ desenhado pelo terceiro sub-grupo da pesquisa de campo do
experimento com a curva do ‘D’, a trave do ‘T’ e a da diagonal do ‘V’.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Figura 120. Sobreposição do ‘I’ desenhado pelo quarto sub-grupo da pesquisa de campo do
experimento com a curva do ‘D’, a trave do ‘T’ e a da diagonal do ‘V’.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
186
Quadro 34. Critérios utilizados na avaliação do uso de ajustes óticos nas espessuras
das hastes dos caracteres do terceiro exercício da pesquisa
de campo do experimento.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Quadro 36. Avaliação dos sub-grupos levando-se em conta o terceiro objetivo do terceiro
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Assim pode-se entender que o terceiro objetivo deste exercício foi bem
cumprido, levando em conta que dois sub-grupos exploraram bem a
equalização em questão e que um outro o fez mais que o mínimo esperado e
apenas um, o terceiro, atingiu o mínimo esperado para aquele objetivo.
Quadro 37. Critérios utilizados na avaliação da regularidade das formas das extremidades
dos traços dos caracteres do terceiro exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
- Uso de serfias;
- Uso de esporas;
- Uso de lágrimas;
- Uso de incisões;
- Uso de outras especializações.
Para o primeiro aspecto verificado neste quarto objetivo do terceiro exercício foi
atribuído peso 6 e para o segundo peso 4 na constituição de notas que
situaram os trabalhos em faixas de correspondência de conceitos para avaliar o
desempenhos dos sub-grupos neste caso específico. Foi dado destaque,
sobretudo, à coerência das uniformidades verificadas, atribuindo-lhe 3 pontos.
Para cada verificação de uniformidade em extremidades de traços específicos
foi relacionado 1 ponto e para cada um dos diversos usos de acabamento das
extremidades das hastes 0,8 pontos.
Quadro 40. Avaliação dos sub-grupos levando-se em conta o quarto objetivo do terceiro
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Logo pode-se compreender que o quarto objetivo desse exercício foi cumprido.
Três dos quatro sub-grupos explorou mais que o mínimo esperado a
uniformização das extremidades dos caracteres. Apenas um explorou bem
aquela uniformização.
Na composição de metal, o quadratim não podia ser impresso, ele era utilizado
como um espaço de indentação de parágrafo. O quadratim apresentava
algumas sub-divisões utilizadas para determinar os demais espaços entre
letras, palavras e frases. Atualmente ele é sub-dividido em units. O número de
units em que ele é dividido varia com o sistema de composição tipográfica. O
mais popular é o de 72 units (CRAIG; BEVINGTON, 1999, p. 22).
Figura 121. Sugestão de malha criada pelo pesquisador para orientação da linha de base,
altura de x, ascendentes, descendentes e caixa alta.
Fonte: Imagem gerada pelo pesquisador.
Uniformizou
a largura
Uniformizou Uniformizou
Uniformizou Uniformizou dos
a altura das a altura das
Sub-grupo a altura de a altura das caracteres a
ascenden- descenden-
x? caixa alta? partir do
tes? tes?
padrão de
H?
Primeiro Sim Sim Sim Sim Sim
Segundo Sim Sim Sim Sim Sim
Terceiro Sim Sim Sim Sim Sim
Quarto Sim Sim Sim Sim Sim
Para cada um dos critérios dos dois aspectos verificados foi atribuído peso 2,
para que fosse possível obter-se uma nota com a qual relacionou-se um
conceito que atribuiu valor ao desempenho dos sub-grupos de participantes,
conforme indicam os próximo dois quadros.
193
Quadro 43. Avaliação dos sub-grupos levando-se em conta o quinto objetivo do terceiro
exercício da pesquisa de campo.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
CAPÍTULO 6
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Planejamento
Planejamento Execução dos
Execução do da execução
Aula da execução do parâmetros
conteúdo dos parâmetros
conteúdo práticos
práticos
1ª 1ª parte 1ª parte
2ª 2ª parte 2ª parte 1º exercício 1º exercício
3ª 3ª parte 3ª e 4ª partes 2º exercício
4ª 4ª parte 5ª e 6ª partes 2º exercício
5ª 5ª parte 7ª e 8ª partes
6ª 6ª parte 9ª parte 2º exercício
7ª 7ª parte 2º exercício
8ª 8ª parte 3º exercício 2º exercício
9ª 9ª parte 3º exercício 2º exercício
10ª 3º exercício 2º exercício
11ª 3º exercício 3º exercício
12ª 3º exercício 3º exercício
13ª 3º exercício 3º exercício
14ª 3º exercício 3º exercício
15ª 3º exercício
O segundo exercício levou muito mais que o dobro do tempo previsto para ser
concluído. Se considerarmos que a segunda aula que ele ocupa é dedicada a
mínimas correções e apresentação dos trabalho e verificarmos que o grupo
mobilizado naquele momento da pesquisa levou quatro aulas para desenvolver
196
A antecipação do conteúdo vista com bons olhos pelo pesquisador até a nona
aula começou a mudar de figura passando a ser encarada como um malefício.
Esta percepção foi consolidada após o retorno das aulas, depois de um mês de
greve, na décima primeira aula. Os participantes distanciaram-se muito do
conteúdo e a compreensão dos parâmetros teóricos/metodológicos do método
foi comprometida.
Planejamento
Planejamento Execução dos
Execução do da execução
Aula da execução do parâmetros
conteúdo dos parâmetros
conteúdo práticos
práticos
1ª 1ª parte 1ª parte
2ª 2ª parte 2ª parte 1º exercício 1º exercício
3ª parte
3ª 3ª parte 2º exercício
(incompleta)
Final da 3ª parte
4ª 4ª parte 2º exercício
e 4ª parte
5ª 5ª parte 5ª parte
6ª 6ª parte 6ª parte 2º exercício
7ª 7ª parte 7ª parte 2º exercício
8ª 8ª parte 8ª parte 3º exercício 3º exercício
9ª 9ª parte 9ª parte 3º exercício 3º exercício
10ª 3º exercício 3º exercício
11ª 3º exercício 3º exercício
12ª 3º exercício 3º exercício
13ª 3º exercício 3º exercício
14ª 3º exercício 3º exercício
15ª
Uma leitura global das avaliações de cada objetivo dos exercícios propostos
durante a pesquisa de campo do experimento, expressa no capítulo 5 desta
dissertação, permite o estabelecimento de uma equivalência entre os conceitos
atribuídos a elas com conceitos mais genéricos que permitem uma visão macro
do desempenho geral dos participantes.
Quadro 46. Relação entre a natureza dos conceitos específicos de avaliação dos objetivos
e conceitos macro de avaliação do desempenho dos participantes.
Fonte: Quadro gerado pelo pesquisador.
Natureza dos
Conceitos macro
conceitos
de avaliação do
Objetivos Descrição do objetivo específicos de
desempenho dos
avaliação dos
participantes
objetivos
Estabelecer um contato inicial do
1º objetivo do Alcançou o
grupo com o desenho de caracteres Positiva
1º exercício objetivo
sob um ponto de vista prático.
Apontar indícios a respeito do Alcançou com
2º objetivo do Parcialmente
potencial da força de trabalho do ressalvas o
1º exercício positiva
grupo. objetivo
3º objetivo do Gerar uma primeira reflexão a cerca Alcançou o
Positiva
1º exercício do desenho de caracteres. objetivo
Estabelecer um segundo contato,
mais intenso e complexo, dos
1º objetivo do Alcançou o
participantes com o desenho de Positiva
2º exercício objetivo
caracteres sob um ponto de vista
prático.
2º objetivo do Verificar o potencial de produtividade Alcançou o
Positiva
2º exercício dos participantes. objetivo
Proporcionar a compreensão das
possibilidades das relações de
3º objetivo do Alcançou o
semelhança e diferença entre os Positiva
2º exercício objetivo
desenhos dos caracteres de uma
fonte, em especial as letras.
4º objetivo do Exercitar a geração de soluções para Alcançou o
Positiva
2º exercício traços retos, curvos e em diagonal. objetivo
Proporcionar a compreensão da
5º objetivo do Alcançou o
proporção do peso das hastes dos Positiva
2º exercício objetivo
caracteres de uma fonte.
Desenvolver coletivamente um tema
capaz de fornecer aspectos que
1º objetivo do Extremamente Superou o
orientem a composição das
3º exercício positiva objetivo
características do desenho de uma
fonte.
Desenhar coletivamente um conjunto
2º objetivo do Extremamente Superou o
de 100 caracteres a partir do tema
3º exercício positiva objetivo
gerado.
Explorar a equalização visual da
3º objetivo do Alcançou o
espessura dos traços dos caracteres Positiva
3º exercício objetivo
desenhados.
Explorar a uniformização do desenho
4º objetivo do Alcançou o
das extremidades dos traços dos Positiva
3º exercício objetivo
caracteres.
Explorar a uniformização das
5º objetivo do Alcançou o
proporções entre altura e largura dos Positiva
3º exercício objetivo
caracteres.
Assim, é possível afirmar que esta pesquisa cumpriu seu objetivo principal
revisando e desenvolvendo o MECOTipo. A adequação de questões simbólicas
e funcionais foi verificada, fundamentalmente, através da superação do
primeiro objetivo do terceiro exercício.
É fato que não foram gerados arquivos true type, post scripts, ou de qualquer
outra natureza para o uso dos caracteres em sistemas operacionais de
computadores, o que poderia descaracterizar os trabalhos dos participantes
como pertencentes àquele universo. Contudo, o intuito dos desenhos
desenvolvidos é a compilação em formatos de arquivos de fonte digitais.
Tratam-se, portanto, de design de tipos, o que foi praticado com êxito pelo
método. Ou, como preferido por esta dissertação, desenho tipográfico.
O espaçamento deve ser feito com o mesmo cuidado. Uma fonte com um
espaçamento ruim não tem uso (BAINES; HASLAM, 2002, p. 102). Assim, o
MECOTipo deve preocupar-se mais com este aspecto devendo passar a
considerá-lo futuramente na avaliação do segundo e terceiro exercícios.
O método, conforme visto também não é capaz de gerar fontes display digitais
finalizadas. Contudo, o MECOTipo consegue criar vários conjuntos de
caracteres para fontes display, uns de natureza modular menos elaborados,
outros mais elaborados, nos quais aspectos semânticos determinam atributos
de ‘correlação’.
CAPÍTULO 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas páginas que seguem será realizada uma apresentação das conclusões e
recomendações obtidas com o término da pesquisa bem como críticas a
respeito de seu impacto em ambientes diversos.
Uma fonte tipográfica clássica não é percebida, pois está visceralmente ligada
ao conteúdo do texto e portanto, não deveria chamar a atenção para si
(ROCHA, 2003, p. 52). Levando em conta essa condição, até que ponto é
possível imprimir a caracteres tipográficos um caráter conotativo que seja
suficiente para ser percebido sem interferir nos atributos necessários ao seu
reconhecimento?
A população mundial cresceu 13 vezes nos últimos 500 anos enquanto que a
população de leitores cresceu 1000 vezes e a produção de material de leitura
mais de 250.000 vezes no mesmo período. A maior parte desse aumento é
verificada no século XX. Hoje consumimos 20.000 vezes mais material de
leitura do que os nossos ancestrais medievais. Mais de 60% do consumo
209
Desse modo, criar uma fonte tipográfica levando em conta qualquer língua de
escrita alfabética é criar uma fonte para o mundo. Os fatos que corroboram
para essa afirmação são sentidos com mais força em países como o Brasil
visto que o alfabeto utilizado pelo português, o mesmo do espanhol, inglês,
francês, dentre outras línguas é o mais conhecido no mundo.
em derivados de ‘H’;
- Repetição de combinação própria de módulos
em derivados de ‘P’;
- Repetição de combinação própria de módulos
em derivados de ‘V’;
- Repetição de combinação própria de módulos
em derivados de ‘0’;
- Repetição de combinação própria de módulos
em derivados de ‘3’ ou ‘8’;
- Repetição de combinação própria de módulos
em derivados de ‘1’.
Postulado 3: O desenho coletivo de ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ caracteres de uma fonte
de acordo com um tema pré-definido.
2º Objetivo: Desenhar coletivamente ‘n’, ‘o’, ‘H’ e ‘O’ a partir do tema gerado.
Assim, a geração de versões que possam reagir bem a uma menor carga
horária e à ausência de equipamentos de informática e, mesmo assim,
apresentar bons resultados podem se configurar como novas aplicações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AV, M.; ROCHA, C. Uma outra escrita. Tupigrafia, São Paulo, n. 4, não
paginado, out. 2003.
BAINES, P.; HASLAM, A. Type & typography. London: Laurence King, 2002.
192 p.
FRIEDL, F.; OTT, N.; STEIN, B. Typography. When who how. Köln:
Könemann, 1998. 592 p.
PROJETOS gráficos. Design Belas Artes, São Paulo, ano 4, n. 5, p. 15, dez.
1998.