Directrizes Da Educação de Jovens e Adultos
Directrizes Da Educação de Jovens e Adultos
Directrizes Da Educação de Jovens e Adultos
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Introdução
Parece ser consensual entender -se que, a classe mais marginalizada pela Educação é a dos
Jovens e Adultos (EJA), pelo simples facto de se pensar que estes estão além da faixa de um
processo regular de ensino e aprendizagem. Nisto, o desenvolvimento sobre as linhas mestres
que norteiam a didáctica desse grupo etário, as ditas directrizes da EJA, é imprescindível.
Portanto, a presente síntese, objectiva -se em abordar em torno delas. Nas linhas subsequentes
desenvolveremos esta temática de maneira que se deixe claro sobre os diversos objectivos e
seguimentos que se devem ter em conta na condução dessa modalidade de ensino. Esperamos
que ao longo do desenrolar deste tópico, catapulte -se a vontade de qualquer andragogo que
queira ainda aprimorar algum input no que tange ao cenário de educação dessa camada etária,
tendo sempre em vista que, como afirma Freire, o bom professor é aquele que se coloca junto
com o seu educando e procura superar o seu não saber e suas dificuldades, com trocas mutuas
onde as ambas partes aprendem.
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Mestrando em Psicopedagogia
Contextualização
O contexto mostra que, em Moçambique e no mundo em geral, tem se observado uma tendência
de indivíduos que se encontravam temporariamente fora do sistema educacional por causa dos
vários factores, estar a ganhar um ímpecto de querer voltar à escola. Mas, o que lhes cria
dissossego, é a questão de existir um mito que as instituições, não terem condições que os
acomodem. Eis razão deste assunto estar a ter umas abordagens específicas no seio dos
andragogos, que possam acolher esse grupo etário, que é o de jovens e adultos.
Todavia, antes que avancemos na afloragem das directrizes inerentes a Educação de Jovens e
Adultos (EJA), é importante que se clarifique que esta modalidade ou subsistema de educação
vem responder o vazio de aprendizagem deixado por estes indivíduos devido a diversos factores
que na idade própria não puderam concluir o seu ensino.
1. Paulo Freire
Além das abordagens acima, acha-se gratificante lembrar-se do grande precursor e ícone de
alfabetização, o renomado Paulo Reglus Neves Freire, nascido em 19 de Setembro de 1921,
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com os seus estudos voltados àqueles chamados de oprimidos. Não se pode falar da EJA sem se
pensar nesse grande Homem libertador das mentes dos ditos ultrapassados.
Foi com a ideia de Feire que hoje sem fronteiras falamos de Educação de Jovens e adultos. Ele
impulsionou esta modalidade de ensino de uma forma muito contundente e ajudou a criação das
Directrizes para que esta modalidade de ensino fluísse. Portanto, a seguir se fará a listagem delas.
Para que essa modalidade de ensino flua com normalidade, foi preciso o delineamento das linhas
orientadoras que neste trabalho, designaremos -os como Directrizes. Em que as mesmas podem
ser encontradas na Lei de Directrizes e Bases de Educação (LDB), 9.304, de 1996, artigo 37.
São linhas que orientam a organização curricular de todas as escolas que ofertam essa modalidade
de ensino. Elas são resultado de uma construção colectiva…que envolve diferentes segmentos da
rede pública de ensino, em amplas discussões, estudos e debates. ( Arco -verde, 2006, p.9).
Salientar que, "este é visto como grande referencial para a educação de Jovens, adultos e idosos,"
(Zanetti, 2006, p9).
1. Garantir a continuidade e acesso aos estudos por aqueles que não tiveram oportunidade em
idade própria.
2. Não suprir somente a escolaridade perdida, mas sim a função reparadora, qualificadora e
equalizadora.
7. Não olhar este modelo como somente uma critica à educação tradicional ou bancária, mas sim,
uma praxis pedagógica, politica, democrática e libertadora.
8. A educação deve corresponder a formação plena do ser humano em valores, atrelados por
pedagogia libertadora, fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária,
(pp.9-11).
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Já para Carvalho (2008), apoiando-se da Lei de Directrizes e Bases de Educação e Constituição
Federal de 1988, dá a menção das abaixo:
1. A educação de jovens e adultos deve ser direito público subjectivo e a sua oferta deve ser
gratuita e obrigatória na forma do ensino supletivo.
2. LDB no 9394/96, em seu artigo 38, a modalidade de EJA deve adequar as novas exigências
sociais.
3. LDB, no seu artigo 3, refere que, a EJA deve garantir a igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola, o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, garantir o padrão de
qualidade, valorização de experiencias extra -escolar e a vinculação entre a educação escolar, o
trabalho e práticas sociais(Brasil, 1996) e (Ferreira, pp.6-7).
Outrossim, é de afirmar que todos directrizes curriculares para o ensino de Jovens e adultos,
devem ter em conta a cultura, o trabalho e o tempo dos educandos desta modalidade de ensino.
Compreender o perfil do educando da EJA requer conhecer a sua história, cultura e costumes,
entendendo-o como sujeito com diferentes experiências de vida e que em algum momento
afastou-se da escola devido a factores sociais, económicos, políticos e ou culturais.
Entretanto,para esta temática, Moçambique traz uma outra designação, que é a AEA, ao invés da
do Brasil, que é a EJA. No entanto, Sortane (2020), cria como linhas mestres as seguintes:
1. A AEA deve assegurar uma formação científica geral e o acesso aos vários níveis de educação
técnico-profissional, ensino superior e formação de professores.
2. A formação conferida por este subsistema, deve corresponder à que é dada pelo subsistema de
educação geral, devendo ser adequada às necessidades de desenvolvimento socioeconómico do
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país com base na experiencia social e profissional do jovem e adulto e, tendo em conta os
princípios andragógicos.
A educação de jovens e adultos, é toda educação destinada àqueles que não tiveram
oportunidades educacionais em idade própria ou que tiveram de forma insuficiente, não
conseguindo alfabetizar -se e obter os conhecimentos básicos necessários. (Paiva, 1973,
p.16).
Pois, este argumento nos chama a uma grande reflexão metodológica e estratégica a se ter em
conta. Dai, Jone (2005) tráz as seguintes directrizes:
Considerações finais
Salienta-se nesta nota de fecho que, nos últimos dias, há todo um esforço no seio da educação
nacional e internacional em devolver o jovem e o adulto que perdeu a sua escolaridade na idade
achada certa, para que esse se liberte da opressão mental. Ao ademais, seja este um horizonte à
oportunidades de emprego e integração social, evitando assim, a exponencialização de exclusão
do ser humano.
Entretanto, esta preocupação se acentua mais na medida em que, em todo o mundo se verifica a
criação de directrizes, material didáctico e metodológico, que ajudam a pôr em andamento a esse
processo de educação dos jovens e adultos.
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Pois, sendo este um movimento meramente mundial, a adesão de todos e a busca de mecanismos
que possam alavancar o funcionamento desta modalidade de ensino é imperioso por parte de
quem é de direito. Cabendo a camada alvo, a sua inteira colaboração, porque, é só na base dessa
caminhada que poderão chegar ao sucesso da vida libertando-se das ditas mentes oprimidas e da
exclusão social.
Portanto, diga-se, "educar Jovens e Adultos é dar a essas pessoas uma nova perspectiva de vida,
um ponto de partida," Colecções EJA, (2008).
Referências bibliográficas
2. Dos Santos, V.P.P. (2011) Didáctica: Métodos e Práticas de Ensino na Educação de Jovens e
Adultos; Revista Electrónica de Ciências de Educação; Pontifícia Universidade Católica de
Goiás -Brasil
3. Ferreira, D.C.(2008) Educação de Jovens e Adultos, colecções para a EJA, São Paulo -Brasil
Paiva, V.P. (1973) Educação de Adultos, Caracterizando o perfil do Egresso do Projovem: uma
Experiencia na Formação de professores em Educação em Ciências e Matemática; São Paulo
-Brasil
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