Planificaçao Da Educaçao de Adultos 2
Planificaçao Da Educaçao de Adultos 2
Planificaçao Da Educaçao de Adultos 2
Introdução
Com este estudo pretende –se fazer uma reflexão em torno do quão importante é planeamento,
suas características e sua aplicabilidade no processo de formação de adultos neste caso, no
ensino superior. Aliás a planificação não só e importante para o processo de ensino como
também em quase todas as actividades da vida pois para executar uma boa actividade precisa de
saber como vai fazer, quais são os instrumentos que vai usar, em que momento, até quando entre
outros elementos indispensáveis para que se alcance com sucesso um determinado propósito.
Para materialização deste estudo o proponente auxiliou-se com o método de revisão de literatura
e para questões organizacionais vai obedecer a seguinte estrutura. Introdução, desenvolvimento,
conclusão e referências bibliográficas
Naukrihub (2007) afirma que “a formação tem um carácter rigoroso, por isso, exige também
àquele que estará afrente do processo formativo a se preparar melhor, para que no fim se colham
resultados almejáveis”. Nesse sentido, antes de iniciar uma acção de formação, o formador
analisa o seu perfil, nomeadamente, as suas competências técnicas, interpessoais e as suas
técnicas para julgar e avaliar, de forma a adaptar-se e a disponibilizar conteúdos de qualidade aos
seus formandos.
Uma acção de formação bem desenvolvida requere uma análise aprofundada dos formandos e
dos seus perfis. A idade, experiência, necessidades e expectativas são alguns dos fatores
importantes que influenciam o desenvolvimento de uma ação de formação. Idealmente, esta
análise é realizada antes do desenvolvimento da acção de formação para que esta seja adaptada
às necessidades dos formandos.
Fazem parte igualmente alguns elementos não menos importantes no processo de planeamento,
como a questão do modelo e técnica pedagógica a utilizar que deve ter em conta com os factores
como a escolaridade e a área de formação dos formandos de forma a se adoptar uma linguagem
adequada e capaz de transmitir a informação pretendida. O conhecimento dos princípios básicos
da aprendizagem de adultos pode ajudar na adaptação dos conteúdos programáticos aos
diferentes processos de aprendizagem dos seus formandos. Após a identificação dos objetivos de
formação, o formador prepara o programa de formação em diferentes modelos de modo a ser
mais específico adequando a realidade. É preparada igualmente uma lista de prioridades sobre o
que é indispensável e o que pode ser incluído.
Para sudderuddin (2006) “planear uma formação é preciso ter em conta vários elementos que
concorrem para o alcance dos objetivos” dentre os quais:
Tempo- para ter parâmetros, facto que evita a trabalhar sem metas;
Alojamento e instalações, para garantir a comodidade dos formandos bem como formadores,
Mobiliário- para garantir que ao longo da formação se garanta espaço suficiente onde
cada um dos formandos ou formadores possa sentar a realizar as suas actividades de
formação;
Equipamento informático- para garantir que a formação ocorra nas linhas traçadas em
paralelo com os sistemas de informação e comunicação;
Orçamento - para garantir a logística para o funcionamento;
Programa de formação-que são linhas mestras que devem ser seguidas no processo de
formação.
Disciplina do Curso (de acordo com a especialidade apostada), mas se for no caso concreto
da Educação então que se elenquem disciplinas da área de educação;
Regime (Se se trata de trimestral ou semestral);
Duração (1 Ano, 2 Anos)
Língua (De acordo com a língua oficial do país);
Código (Para facilitar a distinção dos estudantes);
Pré-requisitos (Condição para a sua admissão);
Estágio profissional (Conciliação de teoria e prática);
Nível (Grau que pretende obter no fim do curso);
Segundo Gwa (2003) “para desenvolver uma acção de formação ou um curso deve ser realizado
seguindo um simples processo que pode ser tão complexo ou tão simples conforme a
necessidade, considerando os formandos e os objetivos da formação. Sendo um processo
complexo naturalmente exige muita responsabilidade e seriedade pois uma formação seja qual
for tem uma linha a seguir e um perfil identitário que muitas vezes, se não sempre, não admite a
sair do caris traçado em função dos interesses pretendidos. Para tal a formação obedece várias
etapas de transformação do formando nomeadamente:
O que consiste em tomar decisão para quem a acção de formação está direcionada. Especifique
os seus níveis de experiência, faixa etária, género, competências. Quantas pessoas irão participar,
o seu nível atual de conhecimentos das questões relacionadas com a motivação para frequentar
uma acção de formação.
Etapa V: Abrangência
No prosseguimento do processo deve-se ter em conta o que foi referido anteriormente referente
aos participantes, as necessidades da instituição, e as restrições de tempo, analisando as questões
abordadas e fazer uma lista dos assuntos a incluir na acção de formação. Será necessário
conteúdo para cada sessão. Pretende – se focar apenas em ferramentas de implementação
específicas ou de abrangência. Pode encontrar os conteúdos nas respetivas sessões da ferramenta
online, incluindo documentos de leitura complementar que pode querer recomendar aos seus
formandos.
Estas actividades podem ser discussões, relatórios ou projetos. Podem ser trabalhos individuais
ou trabalhos de grupo, com classificação ou não. Estas atividades podem ser utilizadas para
avaliar se os formandos atingiram os objetivos pelas normas de avaliação preconizadas.
Em cada sessão de formação é necessário a revisão da matéria dada, das atividades terminadas e
das tarefas executadas, e avaliação realizada para assegurar que os objetivos foram alcançados.
Aplicação
Cabe destacar que, no seu sentido mais lato, a planificação tem lugar em quase todas as alturas
da vida pois sempre que uma pessoa decide estudar é sinal que terá planeado como alcançar um
determinado nível com rapidez e eficácia. Porém, a planificação pode ocorrer a longo prazo e
com decisões que envolvam muitas de pessoas, como poderá ser o caso da planificação levada
a cabo no seio de uma grande corporação multinacional.
Numa organização, planificação trata-se da definição dos objetivos e, junto deles, definir
também as acções necessárias para que esses objetivos tenham maior probabilidade de serem
alcançados, facilitando a coordenação das atividades. Ou seja, define-se: quando, como e
por quem algo deve ser feito. Assim, dá-se origem a sistematização dos processos para alcançar
os resultados requeridos.
Conceito de Formação
A formação também se refere ao modo como uma pessoa foi criada na sua infância e
adolescência, isto é, à educação que recebeu.
Baptista (2003), argumenta que, “a formação também se refere ao modo como uma pessoa foi
criada na sua infância e adolescência, isto é, à educação que recebeu. Exemplo: “Aquela senhora
é muito bem formada” (é educada e tem modos elegantes)”(p.120).
Como se pode observar o termo formação pela sua natureza pode significar muitos sentidos
como se pode ver nas frases que se seguem dependendo da área em que ele é aplicado.
Na geologia, uma formação é um conjunto de estratos que formam uma unidade rochosa, a que
se associa geralmente o nome do lugar. Já, na botânica, é um grupo de vegetais de uma região
com características comuns.
Na música, segundo Guido D’Arezzo “a formação de acordes traduz-se no uso das notas
musicais (as notas Dó, Ré, Mi, Fá Sol Lá, Si), que são sons isolados, para se construir acordes
que já são a parte de harmonia ou seja, os acordes tratam de um conjunto de notas tocadas
juntas”.
Por fim, esse é um termo que costuma ser usado também em futebol, onde usa-se “formação de
jogadores” para definir um esquema táctico que o treinador utiliza para distribuir os jogadores ao
longo do campo. Existem formações mais defensivas e outras que são mais ofensivas, sendo que
cada um possui a sua eficiência para o que se deseja.
Como se pode notar, a palavra formação sugere a quele que idealiza um alinhamento sobre os
interesses que se pretendem alcançar e o desafio para daquele que pretende se formar bem como
o comprometimento daquele tem a responsabilidade de viabiliza-la
A construção de uma oferta formativa que possa acompanhar e servir um processo dinâmico de
mudança organizacional implica uma formação concebida por medida, em relação a um contexto
e a um público preciso. Desenvolver uma dinâmica formativa significa, então, instituir
modalidades de intervenção social facilitadoras da produção de mudanças individuais e
colectivas. Esta visão não é compatível com as características que marcam, ainda, de forma
dominante, as práticas de formação contínua dos professores, encaradas como um processo
exclusivamente dirigido à capacitação individual dos professores para agirem no quadro da sala
de aula. Esta ausência de finalização clara, relativamente aos contextos organizacionais, é que
determina a sua dupla exterioridade (às pessoas e às organizações).
Está em causa a passagem de uma lógica de catálogo para uma lógica de projecto em que o plano
de formação se articula com um plano estratégico para o futuro da organização. As decisões
sobre a formação não deverão ser a consequência de mudanças já verificadas, mas sim constituir
uma antecipação das mudanças. O plano de formação corresponderá então a uma resposta
singular, a uma situação singular, articulando um conjunto coerente de modalidades de acção
marcadas pela sua diversidade. Por isso já não é aceitável, hoje, que o plano de formação de uma
organização possa reduzir-se a uma lista de acções a que correspondem um determinado número
de formandos, de formadores e de horas de formação.
Por outro lado, não existem, na realidade social, problemas isolados que possam ser identificados
e resolvidos um a um, de modo sequencial. A complexidade do social e, em particular dos
fenómenos organizacionais, traduz-se pela existência de situações problemáticas que apelam
para uma abordagem holística. Uma vez identificado um conjunto articulado de problemas não
há uma solução a descobrir, na medida em que os problemas de natureza social são em regra
indeterminados, isto é admitem uma pluralidade de soluções. Neste sentido, emerge a
importância estratégica do conceito de problema, por contraposição ao de necessidades, na
construção de uma oferta formativa. Esta é, sempre e em primeiro lugar, um processo social que
implica um confronto de pontos de vista entre o pólo dos formadores, o pólo dos formandos e o
pólo de quem encomenda a formação. A problematização das situações, feita em contexto pelos
vários intervenientes no processo formativo constitui a chave para o desenvolvimento de
modalidades de formação.
Numa perspectiva escolar, o valor dos diplomas é mais importante do que as aprendizagens
realizadas para o obter, o que, no caso da formação contínua se traduz pela corrida às acções para
obter créditos. Inserir socialmente a formação passa por valorizar substancialmente o seu valor
de uso, ou seja, articulando a formação com desenvolvimento da escola como organização e com
o desenvolvimento pessoal e profissional. Tal só será possível se a contextualização das práticas
formativas conduzir a superar a habitual dicotomia entre a formação e a acção. Por outro lado,
essa inserção social só é possível se as práticas de formação forem vividas como significativas e
pertinentes pelos destinatários. À semelhança do que compete ao professor, na sua relação com
os alunos, os gestores/animadores da formação contínua deverão agir como criadores de sentido
dessa formação. Para que tal se concretize, compete-lhes assegurar que as modalidades de
formação que são postas em prática estão fortemente dependentes do público a que se destinam.
Carlos César Ribeiro Santos, em seu artigo sobre a formação sustenta que, ao planear a formação
dos adultos deve-se ter em conta que o ser humano adulto, possuidor de habilidades intelectuais
mais desenvolvidas quer vivenciar, quer experimentar as situações descritas em sala de aula, para
assim que possível, aplicá-las, o que resulta no aprender fazendo.
Teixeira (2006) e Goecks (2006), citam pesquisas que afirmam que ‘estudantes adultos guardam
apenas 10% do que ouviram, após 72h. No entanto, são capazes de lembrar 85% daquilo que
ouvem, vêm e fazem, decorrido o mesmo prazo”.(p.5).
Por causa desta particularidade, o autor deste trabalho pensa que ao formular- se o planeamento
da formação de adultos é imperioso observar os métodos andragogicos já que, Ferraz et. al.
(2004) afirmam que:
Adultos, alunos de graduação e pós-graduação são muito diferentes na sua postura em relação a
sua própria educação, quando comparados com estudantes que progrediram no sistema
educacional sem qualquer envolvimento com o mundo real. A presença de adultos numa sala de
aula, é razão suficiente para que se considere a educação não mais como uma arte operativa e
sim uma arte cooperativa, isto é, uma actividade de interação voluntária entre os indivíduos
durante o processo de aprendizagem. Nestas circunstâncias, os participantes adotam uma atitude
de colaboração tanto no planeamento como na condução do processo e o professor é utilizado
como elemento facilitador, proporcionando orientação, aconselhamento para que sejam atingidas
as metas desejadas pelo grupo. E, na medida em que a realidade e as necessidades se alteram,
vão sendo feitas revisões ao longo do curso, sem que haja perdas de prestígio ou de padrões de
qualidade por qualquer dos parceiros do processo. Em outras palavras ao tratar com grupos de
estudantes maduros, o papel do professor deve ser muito mais o de um facilitador do
conhecimento e não mais o de uma autoridade em todas as facetas da matéria. A crítica que os
andragogos fazem à situação do currículo completamente prédeterminado é de que ela redunda
numa minimização da eficácia do processo de aprendizagem na medida em que os alunos ao
entrar no curso têm diferentes graus de dependência no julgamento do professor em relação ao
que deve ser aprendido; além disso são feitas também variadas as experiências individuais que
possam ser úteis a eles próprios e a seus parceiros de aprendizagem.
Princípios da Andragogia
Alcalá (1999) define a Andragogia como ciência e arte que, por fazer parte da Antropologia e se
apresentar imersa na educação permanente, acaba por se desenvolver através de uma prática que
se fundamenta nos princípios da participação e da horizontalidade.
Mucchielli (1980) ressalta que “a formação de adultos não pode ser feita pelo sistema escolar e
universitário tradicional, devido a resistência dos adultos em voltar à escola, com sentimento de
que os conhecimentos de tipo escolar-universitário não servem para quase nada na vida
profissional, pela impossibilidade de dissociar e manter separados os conhecimentos, de
dissociar teoria e comportamento prático numa situação profissional, e a formação do adulto no
meio profissional está a tal ponto relacionada com esse meio (135).
Conclusão
Olhando a nossa volta ,podemos identificar projectos voltados para as mais variadas
finalidades, como por exemplo projectos de reforma do sistema educacional em seus diferentes
níveis, abrangendo organizações curriculares, conteúdos e métodos; projetos de inclusão de
novas tecnologias da informação e comunicação nas escolas e nos processos pedagógicos;
projetos dirigidos para a formação e capacitação de professores de nível básico e superior, entre
outros.
Referências Bibliográficas
Cavalcanti, Roberto de Albuquerque; Gayo, Maria Alice Fernandes da Silva (2006) Andragogia
na educação universitária. Conceitos.
Laycock, Koogan Teixeira, Gilberto (1998) Andragogia: A aprendizagem nos adultos. São
Paulo; Atlas
Mucchielli, Roger (1980) A formação de adultos São Paulo: Martins Fontes, Brasil
https://www.ulusofona.pt/mestrados/ciencias-da-educacao/educacao-e-formacao-de-adultos-
planeamento-e-organizacao-de-projetos-de-for