Manual de Carta Escolar, Alipio Matangue
Manual de Carta Escolar, Alipio Matangue
Manual de Carta Escolar, Alipio Matangue
TEMAS
Introdução, Planificação, Relação Com Outros Conceitos, Os Diferentes Âmbitos
Da Planificação, Acções De Concertação E Utilização Das Informações, Dimensão
Socio-política Do Planificação, Aspectos Técnicos Do Planificação, Características
Fundamentais Do Planificação Da Educação, Planificação Educacional, Métodos
E Práticas De Planificação, Método Da Procura Social Da Educação. Método Das
Necessidades De Mão De Obra, Macro-Planificação, Micro-Planificação, Micro
Planificação E Carta Escolar, Precisão Sobre Algumas Definições, Relações Entre
A Carta Escolar, A Micro E O Macro Planificação, Cobertura Do Sistema
Educativo, Acessibilidade Educativa, Taxa De Admissão, Taxa De Admissão
Bruta, - Taxa De Admissão Por Idade Específica, - Taxa De Transição, Taxa De
Escolarização, Taxa Bruta De Escolarização, - Taxa Líquida De Escolarização, -
Taxa De Escolarização Por Idade Específica, Análise Da Evolução Da
Escolarização, Crescimento Absoluto No Decurso De Um Período, Crescimento
Relativo Dos Efectivos, Cálculo De Índice De Evolução Dos Efectivos, Taxa Anual
De Crescimento; Analise Da Eficácia Interna; Os Indicadores, Taxa De
Promoção, Taxa De Reprovação, -Taxa De Abandono, Fluxo Teórico De Alunos
E Reconstituição Da Cohorte, Taxa De Dispersão, Taxa De Retenção, Taxa De
Sobrevivência, Duração Média De Estudo Por Diplomado, Cálculo Da Taxa Real
E Ideal; Análise Da Qualidade Dos Serviços Educativos; O Diagnóstico Das
Condições De Enquadramento: Análise Do Pessoal Docente E Não-Docente, A
Distribuição Do Pessoal Por Funções, A Qualidade Dos Professores, -Distribuição
De Professores Por Nível De Qualificação, Distribuição Dos Professores Por Anos
De Serviços, Distribuição De Professores Por Sexo, A Organização Pedagógica E
Utilização Dos Professores, As Normas, Os Indicadores, -Efectivos Por Turma,
Auditório Médio, Relação Aluno / Professor, Relação Turmas / Professores,
Duração Média De Serviços De Ensino; Analise Da Acessibilidade Escolar;
Distância À Percorrer, Meios De Locomoção Utilizados, O Tempo De Percurso,
Origem Geográfica Dos Alunos; Analise Do Património E Equipamentos
Escolares; Os Critérios De Análise E Normas De Referência, Características Dos
Estabelecimentos Escolares, Disponibilidade Dos Equipamentos, Análise Da
Utilização Dos Locais
1
I- Introdução
Neste sentido resulta oportuno citar alguns parágrafos da intervenção do senhor José
R. Fernandes, na reunião Nacional com os diretores de centros de educação média,
efetuada no mês de Dezembro de 1984.
A planificação é uma função criadora e, por sua vez, uma das mais difíceis entre todas
as funções de direção. Só pode conceber-se como bom plano de trabalho o que resulta
do trabalho colectivo, aquele que é resultado do pensamento colectivo.
2
Saber dirigir, significa antes de tudo saber planificar o trabalho, significa cumprir este
plano. Por isso, cada dirigente deve encontrar o tempo necessário para a planificação
do trabalho. Não se concebe que o mesmo que dirigir não seja, com a ajuda do
colectivo, o que elabora o plano de trabalho, caso contrário, o plano irá um lado e a
acção que dirige para o outro.
1-PLANIFICAÇÃO
1
In: Normas para la planificacion y control del trabajo en el Ministerio de Educacion y en las Direccions
Provinciales y Municipais de Educacion
3
Planificar - É qualquer acção racional composta de vários actos mesmo quando
executada por uma só pessoa, que percorrem os seguintes estágios típicos, definição de
objectivos, estudo da situação, relações das acções, a sua prática, observação da
execução, dos efeitos e eventual modificação do plano, portanto, planificar significa
«prever» um meio de reconhecimento antecipado e da regulação do comportamento
actuante.
1.1-RELAÇÃO COM
OUTROS CONCEITOS
4
1.2 - OS DIFERENTES
AMBITOS
1.2.1. Desenvolvimento do planificação em diferentesDA
situações
PLANIFICACÃO
- em função dos contextos nacionais e regionais,
Crescimento demográfico e escolar,
Evolução lenta da economia,
Expansão do sector informal.
- em função dos sistemas políticos e escolares,
Grau de centralização/descentralização,
Nível dos sistemas e estruturas de formação,
Importância do sector público e do sector privado.
- em função dos diferentes tipos de formação,
Ensino geral e ensino técnico,
Ensino médio e superior,
Formação profissional.
5
1.2.3. Dimensão sócio-política
do planificação
- A grande multiplicidade de actores provoca interesses diferentes que será necessário
ter em conta:
A lógica de funcionamento interno das instituições é geralmente mais
importante que as necessidades (externas) da economia,
A lentidão na adaptação da formação à evolução económica e tecnológica
reflecte-se, ao nível dos programas e dos métodos, dos equipamentos e, da
recusa à mudança manifestada por muitos professores e funcionários,
Os professores são confrontados com a dupla situação de, por um lado,
pertencerem ao corpo docente com interesses próprios (corporativistas)e, por
outro, serem pedagogos com uma visão adequada aos objectivos finais da
instituição,
Os empregadores tem geralmente uma visão de curto prazo das necessidades de
formação e as suas actividades são muito diversificadas,
Os sindicatos tem, na maioria das vezes, uma visão divergente das empresas,
preocupando-se com questões de longo prazo,
As famílias exercem pressões para que haja mais e mais educação, sendo esta
exigência função do seu nível social.
6
1.2.4. Aspectos técnicos
do Planificação
Para o planificação das relações entre a formação e o emprego deverá ter-se em conta:
1.2.4.1. Os Dados
- os fluxos de formação;
- saídas do ensino secundário, ensino médio e superior, outras formações,
desempregados,...
- as taxas do rendimento escolar por classe e nível de ensino,
- o conhecimento da situação do emprego e do mercado de trabalho,
- repartição do emprego por ramo de actividade e profissão,
- composição da mão-de-obra, por sexo, idade e formação,
- mobilidade profissional,
- passagem da formação ao emprego,
- inserção no mercado de trabalho (duração do desemprego, adequação da formação à
função, tipo de salários,...)
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1.2.5. Características
fundamentais do Planificação
- Para orientar e gerir um sistema complexo como a educação é necessário adoptar
uma forma específica de planificação.da Educação
- Este tipo de planificação deverá preocupar-se menos com a descrição de um
horizonte preciso a atingir e mais com a análise das evoluções possíveis e suas
implicações sociopolíticas, financeiras, técnicas e administrativas.
- Sendo o futuro cada vez mais incerto, devemos preocupar-nos com a organização de
um sistema reactivo capaz de se adaptar à mudança.
- Constata-se a necessidade de uma maior descentralização das decisões e de uma
maior concertação entre os numerosos parceiros.
No essencial, a planificação deverá poder:
- Auxiliar e dinamizar a concertação que deve permitir uma melhor antecipação do
futuro e uma melhor eficácia dos ajustamentos;
- Controlar a coerência entre as grandes orientações, decisões descentralizadas e
realizações.
1.1- PLANIFICAÇÃO
EDUCACIONAL
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crescimento potencial do sistema e as necessidades do país e dos estudantes servidos
pelo sistema.
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Para que se faça uma boa planificação educacional, precisa-se de efectuar várias
pesquisas coleccionar dados que nos dêem a conhecer aspectos, sociais, culturais e
económicas das regiões progressão da densidade demográfica, estimativa de população
escolar dentro da faixa etária obrigatória, distribuição das escolas existentes cálculo de
salas de aulas, necessidade de novas medidas escolares onde faltam informações sobre
os elementos materiais e humanos com que se pode contar, despesas, que a execução
acarretará, verbas disponíveis e asseguradas, perspectivas para futuro próximo e
currículos adaptáveis, etc. resultando dai o que designamos de Micro-planificação.
2. MÉTODOS E PRÁTICAS DE
PLANIFICAÇÃO
O Planificação da Educação deixou de ter preocupações fundamentalmente
quantitativas e mecanicistas para se tornar numa área mais abrangente, onde se
analisam tanto os fenómenos endógenos como os exógenos à escola, consagrando-se,
não só, à expansão quantitativa dos sistemas educativos, mas, sobretudo, dedicando
uma maior atenção à melhoria da qualidade dos processos educativos.
Estes objectivos estão, no entanto longe de poderem ser atingidos. Pelas suas
insuficiências e dificuldades a escola não consegue preparar, com eficiência, os jovens
para a vida em sociedade não pode proporcionar, a todos, as mesmas oportunidades e
condições de estudo, não pode adequar atempadamente e com qualidade a formação
escolar à realidade social e às necessidades do mercado de trabalho.
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Hoje em dia a educação não diz respeito apenas aos sistemas formais de ensino. A
comunicação social, as actividades sócio-culturais e desportivas, os sistemas de
formação contínua, os métodos informais de educação permanente, tem constituído
importante factor de desenvolvimento e progresso, ocupando lugar de destaque no
sistema global de educação.
Com efeito, apesar do cepticismo reinante quanto ao actual papel do planificação, num
contexto marcado, por um lado, pela falência dos sistemas de economia planificada e,
por outro, pela grande turbulência e competição nos sistemas de economia liberal, os
métodos e as concepções do planificação clássico continuam a ter um papel relevante
sobretudo no sector educativo.
11
Neste sector, as decisões hoje tomadas influenciam necessariamente o futuro próximo
e longínquo de milhares de cidadãos com consequências múltiplas e complexas que
será necessário não desprezar.
As decisões que vierem a ser tomadas no âmbito das recomendações efectuadas pelos
trabalhos de planificação, serão certamente indissociáveis de uma reflexão exaustiva
sobre o futuro dos formandos, mesmo se esse futuro for incerto e não puder ser
quantificado com precisão. Para o efeito será necessário entender o planificação não
tanto como uma técnica, mas como um processo em permanente evolução.
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Por outro lado, se as necessidades económicas são difíceis de avaliar, a procura social
da educação é fácil de planificar.
A pressão social que se exerce sobre quem decide é por vezes factor determinante para
a expansão da rede educativa. Apesar da procura social da educação não ser um
método científico e objectivo de avaliação das necessidades formativas, ele revela-se,
no entanto, de um valor fundamental que se impõe aos planificadores.
Este método é sobretudo utilizado para a elaboração da carta escolar dos níveis de
ensino básico e de ensino secundário geral, onde a procura da educação é marcante,
sobretudo, nos grupos etários correspondentes à escolaridade universal.
Com base no total de efectivos, calcula-se a sua distribuição por profissões, grupo de
profissões ou categorias socioprofissionais. Para o efeito, terá de se conhecer a
estrutura do emprego por sector de actividade e proceder a estimativas sobre a
evolução dessa estrutura ao longo do período em análise.
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A aplicação dos coeficientes de estrutura aos efectivos estimados por sector dá-nos a
repartição dos efectivos por sector e profissão.
1.2- MACRO-
PLANIFICAÇÃO
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A macro-planificação pressupõe o funcionamento do sistema a nível nacional foi
largos períodos de tempo (mais ou menos de cinco anos), no caso de uma situação
política estável.
1.3- MICRO –
PLANIFICAÇÃO
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No sentido restrito, a Micro-planificação reflecte a concepção real para a aprovação do
funcionamento do sistema educacional reforçando a planificação das actividades
locais. A micro-planificação preocupa-se em garantir igualdades na distribuição de
serviços educacionais, a uma melhor adaptação as necessidades das comunidades
locais e o uso eficiente de todos recursos disponíveis.
3. MICRO PLANIFICAÇÃO E
CARTA ESCOLAR
3.1. Insuficiências da
O crescente interesse pela micro planificação nasce de uma certa desilusão causada
macro planificação
pelos resultados das experiências colhidas no domínio da planificação da educação a
nível central.
Com efeito, chegou-se à conclusão que os sistemas educativos têm uma dinâmica
própria que não está necessariamente ligada à existência dum plano e nem aos seus
objectivos. Com frequência sucede que o desenvolvimento dos diferentes níveis de
ensino não está em conformidade com as previsões. As políticas definidas a nível
central nem sempre são executadas a nível regional ou local, devido à sua inadequação
às características do meio ambiente, social ou cultural.
Constatou-se que, apesar das prioridades fixadas nos planos de âmbito nacional,
subsistem as desigualdades entre as regiões, as zonas rurais e as zonas urbanas, bem
como, entre os diferentes grupos sociais. Ocasionalmente, estas diferenças podem ser
diminutas no ensino primário mas reaparecem nos níveis de ensino mais elevados,
particularmente no ensino secundário.
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subestimando-se as diferentes limitações e pressões no interior e no exterior do sistema
educativo;
- outras, estão ligadas intimamente às práticas da planificação da educação, das quais
se assinala:
O conhecimento insuficiente que possuem os panificadores da educação a nível
central sobre a situação concreta das diferentes regiões e sub-regiões. A falta de
um diagnóstico exaustivo sobre as características da população a servir e sobre
as condições de ensino nas diferentes escolas existentes no País.
Trabalhando com médias nacionais, frequentemente muito afastadas da
realidade das diferentes regiões, os panificadores fixam objectivos irreais e os
conteúdos ou métodos de ensino são inadequados para as necessidades de certas
regiões;
A pouca importância atribuída à forma como são implementadas as decisões
adoptadas. Às vezes a planificação da educação termina com a publicação do
plano. Os serviços centrais emitem circulares e directivas que nem sempre são
aplicáveis a todas as situações por serem vagas ou muito limitadas e definidas
de uma forma restrita.
Por falta de informação adequada, os administradores locais não sabem que
medidas tomar. Uns, não se atrevem a tomar qualquer tipo de iniciativa e
deixam as coisas seguir o seu caminho conforme as tendências pré-existentes.
Outros empreendem acções inadequadas;
A falta de participação das autoridades regionais ou locais no processo de
planificação da educação e da tomada de decisões.
Esta situação conduz a uma dupla consequência: por um lado, as pessoas
encarregues da execução do plano a nível local e regional não se sentem
implicadas e nem motivadas, pois o plano foi concebido sem a sua participação
e, por outro lado, as acções perspectivadas no plano não se adaptam às
realidades regionais.
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Estas insuficiências fazem da micro planificação e da carta escolar um complemento
indispensável do macro planificação, permitindo os seus métodos ultrapassar e suprir
muitas delas.
4. Precisão sobre
algumas definições
4.1. A micro planificação da
Num sentido amplo, aeducação
micro planificação da educação cobre toda a actividade de
planificação a nível regional, local ou institucional. Todos os problemas abordados
pelo macro planificação, os debates sobre a selecção dos objectivos e dos métodos a
utilizar são também da incumbência da micro planificação. a sua especificidade
centra-se na procura de melhorar o funcionamento do sistema educativo, através do
reforço das actividades de planificação a nível micro, isto é, a nível regional e local.
Para a micro planificação é fundamental a participação das comunidades locais nas
tarefas de planificação.
4.2. A carta
Ao conjunto de técnicas e de procedimentos utilizados para planificar as necessidades
escolar
futuras da educação a nível local, bem como, aos meios que se deverão aplicar para
satisfazer aquelas necessidades, chama-se carta escolar.
A carta escolar deve compreender muito mais do que a simples localização das
escolas no mapa da região ou do país. Ela deve dar uma visão prospectiva e dinâmica
do que deverá ser o serviço educativo, incluindo a qualidade e a quantidade dos
espaços educativos, do pessoal docente e do equipamento necessário à implementação
das políticas educativas.
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- a projecção das matrículas que se deverão realizar de acordo com o crescimento
populacional e os objectivos da política nacional;
- a elaboração de propostas de reorganização dos serviços educativos.
Por este motivo, o micro planificação inclui a carta escolar que é, no essencial, um
método de planificação da educação a nível local e regional.
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No âmbito da carta escolar e do micro planificação é pertinente colocarem-se as
seguintes interrogações:
- com que critérios orientadores iremos desenvolver o nosso sistema educativo?-
segundo a procura social da educação ou, segundo as necessidades de mão-de-
obra?
- Quantas pessoas devem ter acesso ao ensino pós-obrigatório?
- Que critérios de afectação de recursos às regiões se deverão adoptar para reduzir
as desigualdades regionais?
6. Campo de aplicação e
funções da carta escolar
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Geralmente, a carta escolar é introduzida no início de uma grande reforma ou de
uma decisão política que vise a rápida expansão do sistema educativo.
Esta tarefa é mais difícil e mais delicada. Como decidir sobre o número de
alunos que deverão seguir os cursos técnico - profissionais e quais as
especializações a implementar?
21
Os métodos tradicionais de planificação de recursos humanos são imprecisos no
que concerne às previsões a médio e longo prazo. Uma outra dificuldade resulta
da seguinte questão: - deverá a oferta de ensino adaptar-se às possibilidades de
emprego estritamente regionais, ou não?
Em suma, poderemos concluir que haverá tantas cartas escolares quantos os níveis de
ensino existentes. Como é óbvio, será necessário assegurar a coordenação e a
hierarquização dessas cartas escolares de modo a poder-se ter em conta os fluxos de
alunos de um nível para outro.
7.1. O factor
demográfico
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Quando se trata de criar, ampliar ou modificar uma rede de centros educativos ou de
planificar actividades extra-escolares, a primeira questão que se coloca refere-se à
potencial população a enquadrar e à sua distribuição territorial.
7.2. Os factores
pedagógicos
Como é do conhecimento geral, o objectivo fundamental das reformas educativas é o
de assegurar as melhores condições possíveis ao desenvolvimento dos processos de
ensino, mantendo os custos com a educação a níveis aceitáveis. Neste sentido a
preocupação pelos aspectos pedagógicos incide sobre a determinação de diferentes
parâmetros, tais como:
- a duração semanal dos períodos lectivos, bem como, a sua distribuição por
disciplinas;
- o número de alunos por turma e a sua divisão por grupo para certas actividades
(laboratórios, oficinas, etc.);
- a duração normal da utilização dos espaços educativos e as possibilidades de
introdução do regime por turnos (dois turnos será sempre o ideal);
- a carga horária dos professores e o seu grau de especialização.
Com base nestes parâmetros deve ser definida a dimensão ideal (padrão) para os
centros educativos, conciliando as possibilidades de uma adequada administração dos
mesmos com a plena utilização dos espaços lectivos e dos docentes afectos a esses
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centros. De acordo com a dimensão ideal para um centro educativo, deverão ser
definidos os valores máximo e mínimo do número de alunos que o poderá frequentar.
24
7.3. Os factores
geográficos
Trata-se de estudar as possibilidades de acesso dos alunos a uma dada instituição, em
função da rede viária, da situação topográfica do local e dos meios de transporte
existentes.
Para este factor, haverá que analisar os mapas cartográficos da região, desenhado,
sempre que possível, as zonas de influência de cada centro educativo.
7.4. Os factores
políticos
A preparação da carta escolar comporta vários aspectos políticos. Com efeito, existem
sempre múltiplas pressões sobre os responsáveis pela educação que deverão decidir, ou
preparar, as decisões respeitantes à criação ou ampliação de qualquer instituição
educativa.
7.5. O factor
Existe uma sócio-económico
dupla interacção entre a carta escolar e as actividades económicas. Por um
lado, as actividades económicas de uma região e as possibilidades de emprego
exercem a sua influência nos cursos e especialidades a criar nos domínios do ensino
técnico e da formação profissional. Por outro lado, a decisão de criar ou encerrar uma
instituição educativa pode ter um impacto real sobre as actividades económicas da
região.
Para se ter em atenção este factor no desenho da carta escolar, será necessário manter
um diálogo aberto com todos os parceiros sociais a fim de se encontrarem as soluções
mais adequadas.
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8. ETAPAS METODOLÓGICAS
DA CARTA ESCOLAR
8. 1. Posicionamento das
Tendo em conta que a carta escolar é de certo modo, uma etapa charneira entre a
actividades de carta escolar
determinação dos objectivos globais e a conversão destes em acções concretas a nível
local, entre o planificação da educação e a sua administração, a carta escolar constitui
uma operação complexa e implica um processo de interacção entre os diferentes níveis
de decisão.
Após uma série de interacções entre os níveis locais, regionais e central e após várias
revisões, as cartas escolares locais são aprovadas. A sua junção constitui a carta
escolar regional e por sua vez, das diversas cartas escolares regionais constitui-se a
carta escolar nacional.
de propostas
desenvolvimento nas diferentes regiões, a administração central deverá determinar,
para cada região, objectivos específicos que sejam compatíveis com o objectivo global
de âmbito nacional e deverá definir uma política de redução das desigualdades
regionais. A administração central deverá determinar, igualmente, as regras, normas e
critérios que devem ser seguidos na afectação dos recursos por região, sub-região e
instituições de ensino. Entre elas poderão assinalar-se:
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- As normas de afectação do pessoal para as diferentes instituições;
- As dimensões mínimas, standard e máximas das turmas;
- As áreas por sala de aula e os equipamentos previstos por aluno;
- As políticas para utilização racional dos espaços educativos; etc...
Com base nos objectivos que lhes tenham sido fixados e aplicando as diferentes
normas, os serviços educativos regionais elaboram propostas mais detalhadas.
Traduzem os objectivos regionais em objectivos sub regionais e estimam as
necessidades em pessoal docente e salas de aula por cada sub-região. Esta acção
constitui o esboço da carta escolar regional.
Após uma série de interacções entre o nível local e o nível regional, e entre este e o
nível central, chega-se a uma determinação mais precisa dos esboços das cartas
regionais e, a partir destas, elabora-se a carta nacional.
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ou no sentido inverso. Pelo contrário, este processo, permite uma série de espirais e de
interacções que possibilitam a revisão progressiva das propostas e a preparação
consensual das decisões finais.
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Etapas metodológicas da carta escolar a nível local
Desequilíbrios actuais
Balanço da oferta
e da procura futura
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3.1 Um diagnóstico exaustivo da situação no ano de base deve abarcar os
seguintes aspectos relativos:
Uma vez que as estatísticas escolares em geral não são suficientes, devem ser
realizados inquéritos específicos (referentes às áreas de recrutamento das escolas
existentes, à utilização dos espaços educativos e dos recursos, aos custos, etc...).
3.2 Uma projecção da procura potencial de educação com base nos objectivos da
política educativa e duma projecção detalhadas da população em idade escolar por
unidade administrativa.
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3.3 A preparação de propostas de reorganização da rede de centros educativos,
que permitam, simultaneamente, a distribuição equitativa das oportunidades
educativas, uma melhor utilização dos recursos, e o respeito de certas normas de
utilização do pessoal docente, dos espaços educativos, etc.
Em certos países, para além das questões referidas anteriormente, contemplam-se
outros aspectos da oferta educativa, tais como, a tipologia das construções escolares, a
sua localização, o número de alunos a abranger, etc. Noutros casos, as propostas são
mais amplas e orientam para uma reorganização profunda da oferta educativa: com a
transferência de pessoal docente de uma escola para outra, a adaptação dos programas
de ensino, a modificação do calendário escolar...
Antes de ser adoptada, a carta escolar deve ser amplamente discutida com as
autoridades locais e com os representantes dos grupos locais: professores e pais dos
alunos. Também deve ser aprovada pelas autoridades regionais e centrais.
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As autoridades centrais, sobretudo as que se ocupam da carta escolar desempenham
um papel muito importante na formação e preparação das equipas regionais e
posteriormente no acompanhamento e controlo dos seus trabalhos. Lá onde as normas
não foram respeitadas ou onde a sua interpretação foi muito arbitrária, deve ser exigida
a sua revisão.
Uma vez aprovadas, as cartas escolares locais agrupam-se para construir a carta
regional. Juntas, as cartas regionais constituem a carta nacional.
Igualmente, deve-se procurar fazer a integração das cartas escolares dos diferentes
níveis e tipos de ensino. Tendo em conta que cada nível de ensino é alimentado por
alunos dos níveis inferiores, é recomendável seguir uma certa ordem na preparação das
cartas escolares, começando pelo pré-escolar ou pelo ensino primário.
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A planificação a nível micro está mais próxima da realidade. Assim, pode-se dizer que
os indicadores estabelecidos, a nível global, apontam para o alcance de uma realidade
que pode ou não ser concretizada, sendo, a sua implementação acompanhada de
incertezas que surgem no âmbito da dinâmica do desenvolvimento sócio económico. À
medida que se vai limitando o espaço em que se aplica a macro planificação,
aproxima-se, cada vez mais, à uma determinada realidade. A micro planificação
permite, desta forma, uma aproximação indispensável para a solução de problemas
concretos.
Integral e integrada;
Interdisciplinaridade;
Envolvimento comunitário;
Acção permanente e contínua;
Envolve objectivos e recursos.
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A interdisciplinaridade da micro planificação é análise de problemas e busca de
soluções e alternativas que permitem o desenvolvimento da comunidade. Em
educação, esta característica refere-se ao seu carácter multidisciplinar, isto é, a
promoção de conhecimentos, competências, e valores nos cidadãos para resolverem os
problemas do dia-a-dia e participarem activamente no desenvolvimento sócio-
económico.
Esta característica requer, por um lado, que a micro planificação seja acessível e
manejada pelos membros da comunidade e, por outro lado, que as populações locais
participem na tomadas de decisões sobre o desenvolvimento da educação.
A quarta característica estabelece que a micro planificação da educação deve ser uma
acção permanente e continua devido às constantes mudanças que se experimentam.
Isto, permite encontrar soluções da nova problemática e para formular alternativas que
vão superar, paulatinamente, os múltiplos problemas que se apresentam numa
comunidade.
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Finalmente, a quinta característica considera a necessidade da micro planificação da
educação focalizar a planificação de objectivos e recursos, ou seja, é necessário
determinar os objectivos e os meios necessários, avaliando a sua disponibilidade e nos
casos de escassez, visualizar alternativas para conseguir os “deficits” correspondentes.
2. Carta Escolar
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O projecto da carta escolar compreende as seguintes actividades.
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A comunidade rural tem a capacidade de desenvolver a educação ao nível local
e contribuir para o seu melhoramento;
Avaliar as necessidades de educação e dar seguimento das decisões e acções
para a sua concretização;
A população, por um lado, deve ter alguma visão para determinar a natureza das
facilidades de educação que devem ser providenciadas, isto é, o apoio e a participação
dos membros da comunidade é crucial para a implementação do processo da carta
escolar. Por outro lado, o processo da carta escolar é concebido/desenhado no sentido
de criar o senso comum sobre a responsabilidade social entre os membros da
comunidade e assegurar que a participação universal das crianças na educação
primaria se torne realidade.
A carta escolar não é apenas ferramenta técnica para a localização das crianças que não
vão à escola. É semelhante, também, a uma força social poderosa que põe numa
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plataforma comum, todas as famílias da comunidade, sem excepção do estatuto social,
económico, religião, filiação étnica, etc. O enfoque da carta escolar é uma visão
secular concernente à oferta da educação primária a todas as crianças da comunidade.
Esta ferramenta transmite, ao mesmo tempo, uma mensagem social poderosa,
apontando a localização de agregados familiares, quer das crianças que vão à escolas,
quer daqueles que não vão e as possíveis razões da não participação no processo
educativo.
A Carta escolar representa a informação de base sobre a educação numa dada região.
Esta informação serve para alimentar o processo de micro planificação da educação: o
que é necessário hoje?, metas, objectivos, meios, etc. e qual será a tendência nos
próximos tempos. A carta escolar deve ser actualizada de forma a constituir fonte de
informação fiável e de qualidade para melhorar a gestão, administração e planificação
da educação.
As comunidades admitem que a natureza não atractiva de escolas em ambos os termos: facilidades físicas e o
processo de ensino são os factores que influenciam a desistência ou absentismo escolar regular dos alunos.
Compilado por:
Ilídio Buduia
Docente de Planificação, Administração e Gestão da Educação
38
10 - Cobertura do sistema
educativo
Pretende-se saber até que ponto este sistema tem capacidade de albergar todos os
indivíduos com idade legal para ingressar no sistema educativo. Também pretende-se
saber se é acessível para todos ou não, quantas crianças se beneficiam das vantagens e
oportunidades educacionais existentes nas escolas mais próximas. Em suma, precisa-se
saber se as escolas localizadas numa determinada zona servem ou não eficientemente
as crianças em idade escolar nessas zonas. Saber se as famílias e as suas crianças
fazem o uso eficiente da rede escolar existente. Isso implica a procura, por um lado, e a
oferta por outro. Esta interacção designa-se de acesso educacional.
11- Acessibilidade
Todos os países procuram,educativa
a vários níveis, saber em que medida os sistemas
educativos satisfazem as necessidades de tal procura. Tal conhecimento permite aos
planificadores de educação de um país de:
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Ora, aqui examinaremos como são estabelecidos os indicadores educacionais 2 que
permitem medir a adequação da cobertura dum sistema educativo da mesma maneira
as características consideráveis relevantes e que afectam as disparidades dessa
cobertura.
Neste ponto, trataremos dos métodos para medir o acesso ao sistema educativo que
permitem identificar a percentagem de crianças de idade escolar dada que podem
entrar num nível ou ciclo educativo particular.
2.2-Taxa de admissão
Vamos aqui, considerar duas taxas que são frequentemente utilizadas para calcular a
admissão: taxa de admissão bruta e a taxa de admissão por idade específica. As duas
taxas fornecem indicações úteis sobre o processo de admissão, mas como nós veremos,
a taxa de admissão por idade específica dão-nos indicações mais significativas. O
2
Indicadores educacionais: são factores estatísticos que permitem conhecer a situação da educação num
determinado momento, no que se refere a um certo número de variáveis escolhidos para comparações através do
tempo e proceder a estraplulação, ou são os factores que fazem depender os resultados do processo educativo e
está condicionado a eles, o bom ou o mau resultado do processo educativo.
40
calculo desta última taxa depende da existência de dados relativos a idade. A
inexistência destes dados, apenas se poderá calcular a taxa de admissão bruta.
Quanto ao calculo da taxa de admissão no primeiro nível de ensino, convém notar que
tal se procede segundo a Classification Internationale Type d´Education (CITE). Este
primeiro nível de ensino é definido como correspondente ao ensino primário. Os
sistemas prés-escolares e maternais são considerados como precedentes ao primeiro
nível de ensino. Entretanto não se pretende minimizar o role do sistema pré-escolar, a
CITE tem por objectivo simplesmente normalizar de maneira que dados sejam
recolhidos e interpretados universalmente.
= * 100
Em todos os países, existe uma idade estipulada para que a criança inicie seus estudos,
ela é conhecida por idade oficial (legal) de admissão escolar. Entretanto a idade legal
difere de país para país. Assim, em certos países, as regras são rigorosos e todas as
crianças devem ser encaminhadas á escola de acordo com a idade estabelecida sob
pena de serem sancionadas severamente. Enfim, existem países onde não existem
regras estritamente rigorosas, ou nenhuma regra.
Um dos problemas postos pela taxa bruta de admissão é que dão-nos uma ilusão duma
taxa elevada de admissão em certos casos e que na realidade não são. Com efeito, os
planificadores e administradores de educação sabem por experiência que as taxas de
admissão bruta no ensino primário podem ultrapassar 100%.Tal facto ocorre porque no
cálculo dos novos ingressos no primeiro ano de escolaridade, não só compreendem os
41
alunos de idade legal, mas todos independentemente da sua idade desde que este esteja
a ingressar pela primeira vez no sistema. Dai que, a taxa de admissão bruta seja
susceptível de ser afectada por alunos com idade avançada.
Tal facto acontece nos sistemas que conhecem uma rápida expansão nos últimos anos,
de forma á absorver crianças com entradas tardias no primeiro ano de escolarização.
Assim é provável a acumulação significativa de crianças de idade avançada, que não
tiveram vaga ou acesso á escola no momento em que tinham a idade legal e que foram
admitidos anos mais tarde.
Uma das principais vantagens da taxa de admissão por idade específica é de que ela se
pode calcular para diferentes grupos de idade durante vários anos sucessivos e podem
fornecer uma imagem mais precisa e detalhada das condições de admissão duma
coorte3 dada – quer dizer dum grupo de crianças nascidas no mesmo ano.
3
Cohorte significa conjunto de indivíduos que nasceram no mesmo ano
Cohorte escolar – grupo de alunos que entram juntos na 1ª classe de um determinado ciclo, no mesmo ano
lectivo e subsequentemente experimentam os mesmo acontecimento de promoção, repetição e desistência ou
ainda a graduação na última classe.
42
Um caso particular da taxa de admissão por idade específica é a taxa de admissão
líquida que corresponde a taxa de admissão para idade legal de admissão: mede-se
relacionado número de novos ingressos que tenham idade legal e o número total de
crianças da mesma idade na população em percentagem.
2.5-Taxa de transição
Em todo caso, o planificador deve poder medir a passagem de alunos dum nível para
outro nas condições em vigor. Por exemplo ele pode calcular a taxa de transição entre
o ensino primário e ensino secundário, do primeiro ao secundo ciclo de ensino
secundário, ou do ensino secundário ao ensino superior; também poderá calcular
igualmente as taxas de transição para diferentes grupos de contextos sócio -
económicos diferentes, sexo diferentes, regiões diferentes,… A taxa de transição é a
proporção de crianças que terminam um dado nível e que continuam no nível seguinte;
é a relação do número de novos alunos que entram num ciclo dado de ensino e os
alunos que se encontravam no ano anterior e no fim do ciclo precedente. Como para a
taxa de admissão, só se consideram os novos alunos no ciclo dado de ensino, os
reprovados deste nível são excluídos do cálculo.
43
como medir a participação dos
3-Taxa
alunosde no
escolarização
ensino
Examinaremos aqui, três tipo de taxas usuais para medir a taxa de escolarização: a
saber – taxa de escolarização bruta, taxa de escolarização líquida, taxa de
escolarização por idade específica.
3.1-taxa bruta de
escolarização
44
correspondente sem conhecer a idade das crianças que frequentam realmente o ensino
primário.
3.2-taxa líquida de
escolarização
A taxa líquida de escolarização e a taxa de escolarização por idade específica
fornecem indicações mais detalhadas sobre a escolarização, mas o calculo de cada uma
destas taxas tendo em conta as idades reais dos alunos, deste modo, o calculo depende
da disponibilidade de dados concernentes a idade.
A diferença principal entre estas duas taxas é que a taxa escolarização líquida indica a
proporção de crianças inscritas num ciclo particular de ensino, enquanto que a taxa de
escolarização por idade específica identifica a proporção de crianças e de jovens
inscritas no ensino, independentemente do ciclo que a criança frequenta. Assim, a taxa
de escolarização líquida pode ser utilizada para determinar a proporção de crianças de
7 à 12 anos inscritas no ensino primário, e a taxa de escolarização por idade específica
pode ser utilizada para identificar a proporção de alunos de 19 anos inscritos
45
independentemente do tipo de ensino, quer esteja no ensino secundário quer pré-
universitário ou superior.
3.3-taxa de escolarização
por idade específica
A característica principal da taxa de escolarização por idade específica é que não está
associada a um ciclo específico ou particular. Assim, esta taxa assenta sob a
percentagem de crianças ou grupo de idade dada que são inscritas no sistema
educativo, quer seja o ciclo ou o nível concernente. A diferença entre os valores
obtidos e 100% indica a percentagem de crianças do mesmo grupo de idade que não
4
Ensino primario universal- significa que todos os membros da população de idade primária deveriam estar na
escola
46
beneficiam de nenhuma forma de ensino. Esta taxa representa um indicador
particularmente útil para estabelecer um diagnóstico de escolarização.
= * 100
População da mesma idade
De notar, que nem sempre o ano escolar é coincidente com o ano do calendário, por
exemplo o ano escolar 1983/84. Para evitar as confusões possíveis, convêm chamar t o
47
ano do calendário onde inicia o ano escolar. Neste caso, por exemplo, t é igual à 1983
e t-5 à 1983-5 = 1978, que corresponde ao ano escolar 1978/79.
Para ter o crescimento dos efectivos de 1978 à 1983, a ideia que vem ao espírito é de
fazer a diferença entre os efectivos de 1983 e os efectivos de 1978. É o que chamamos
de crescimento absoluto dos efectivos de 1978 à 1983.
E = Et – Et-5
Et - Et-5 E
= * 100 = * 100
Et-5 Et-5
48
4.3- cálculo de índice de evolução
Para
dos efectivos
o crescimento absoluto, como o crescimento relativo, tem-se considerado o
conjunto do período 1978-1983. É provável, entretanto, que o crescimento não seja o
mesmo de um ano para o outro. Para tornar este cálculo de evolução de forma mais
detalhada, podemos representar esta evolução por um índice. Daremos á este índice um
valor igual à 100% para o ano de partida.
Et 1+x
= * 100
Et 1
Suponhamos que partimos do ano “0” com os efectivos Eo, e que a taxa de
crescimento seja igual à “r”. O ano seguinte, quer dizer o ano 1, os serão:
E₁=E₀ + E₀ r ,
49
E₁=E₀ + E₀ r, pode assim ser escrita
E₂=E₁ (1+r) ,
Eƞ = E₀ (1+r) ⁿ (2)
Tomemos como exemplo: Na zona “A”, os efectivos em 1978 eram 1812 e em 1983
eram 2754. Com base na equação (2), podemos escrever:
2754 ‗ (1 + r)⁵
1812
1,51987 = (1 + r)⁵
50
Para obter o valor de r , é preciso extrair a raiz quinta de 1,51987:
¹/₅
(1,51987) = 1+r
Para o fazer, podemos utilizar uma máquina de calcular que permite extrair tal raiz.
Podemos também calcular passando para logaritmos. Nesse caso temos:
1+r = 1,0873
r = 0,087
r = 8,7%
51
Deixando os aspectos puramente financeiros da questão, utilizamos geralmente um
certo número de ferramentas para seguir e medir o rendimento interno do sistema
educativo, que são:
- A taxa de retenção
1-OBJECTIVOS
2- QUESTÕES
- *Até que ponto os inputs no sistema educativo terminam realmente seus estudos e
obtém um diploma ?
Esta questão pode-se aplicar a cada sub-sector, nível ou ciclo que compõem o sistema
de educação formal. A análise apresentará claramente a relação entre as contingências
52
das entradas e das saídas que caracterizam cada um dos sub-sectores, níveis ou ciclos.
O diagnóstico do sector de educação no seu todo comporta os elementos seguintes:
Os recursos necessários para á produção de saídas dum nível ou dum ciclo particular,
não se medem à este estágio da nossa análise, em termos de despesas financeiras. Por
conseguinte, é o ano/aluno que serve de unidade de medida e não o monetário:
1- Indicadores
1.1- Taxa de
promoção
(taxas de transição dum nível ou dum ciclo ao outro são calculadas de maneira à
avaliar os fluxos dos alunos através do sistema)
É a relação entre o número de alunos admitidos na classe “N”, no ano”T” e o número
de alunos da classe”N-1” do ano “T-1”.
53
ƿ¹⁹⁸⁰II (alunos promovidos da classe II em 198o)
t-1
E
n-1
1.2- Taxa de
É a relação, reprovação
para uma classe “n”, entre o número de reprovados do ano “t” e o número
de alunos do ano “t-1”.
Taxa de reprovação da classe n ano t
t
R
n
1.3- Taxa de
abandono
É a relação, para a classe “n”, entre o número de alunos que abandonam entre o ano
“t-1” e o ano “t” e o número de alunos do ano “t-1”.
A¹⁹⁷⁹I (abandonos entre o início do ano 1979 e o início de ano 1980)
t-1
E
n
54
Taxa de Conclusão: o número total de alunos que se graduam no final de um
determinado nível de ensino, independentemente da idade, expresso em percentagem
do segmento da população que têm a idade oficial correspondente para se graduar
nesse nível de ensino.
São inclusos no abandono os alunos que saem da escola no decurso do ano e aqueles
que saem entre dois anos escolares; que tenham sido considerados aptos a passar à
classe superior ou não.
Os dados sobre os abandonos são raramente fiáveis. Dos alunos considerados pela
escola como tendo abandonado, podem muito bem terem-se inscrito numa outra
escola. Os dados sobre a reprovação são geralmente fiáveis.
Exemplo: como calcular o número de promovidos da classe II , ano T, assim como o
número de abandono em classe I, ano t-1.
55
CLASSE
Ano
I II III
1979
Efectivos 27 21
Abandono 1 1
198o
Promoção 29 25 17
1 3
Reprovação
Abandono 4 6
Efectivos 30 28
Aqueles que foram promovidos à classe II são aqueles que por definição não
reprovaram:
T t t
P = E R
n n n
Partindo da igualdade,
56
Podemos deduzir os abandonos de 1979:
A¹⁹⁷⁹I = 27 – 25 - 1
t-1 t-1 t t
A = E P R
n-1 n-1 n n-1
Este tipo de calculo supõe que não haverá chegadas ou entradas de novos alunos vindo
de outros pontos ou escolas.
100 alunos
ano t-1 4 abandonos (ano t-1)
Esta figura que apresenta a decomposição dum efectivo de 100 alunos na classe n-1,
ano t-1, nos permite compreender que a soma das três taxas de reprovação,
promoção e abandono é igual à 100%.
Um certo número de indicadores de eficácia mais complexos são utilizados para dar
aos gestores e aos decidores uma informação complementar sobre os seguintes pontos:
- A relação entre as saídas em termos de diplomados e os recursos consagrados na
produção dessas saídas.
57
Estes indicadores são calculados com a base no que chamamos de «análise de
COHORTE». Este tipo de análise segue o fluxo dum grupo de alunos, que entra ao
mesmo tempo numa classe (1) e percorre todo o ciclo de ensino considerado.
58
59
2- Fluxo teórico de alunos e reconstituição da cohorte
A partir das taxas de promoção, reprovação e abandono, é possível estabelecer um
organigrama representativo do fluxo que se produzir-se-ia a partir de 1ooo alunos, que
teriam acesso a um ciclo de ensino dado. Para tal, tem como hipóteses simplificadas:
- considerar que as taxas de promoção e reprovação mantém-se constantes
- admitir que os alunos têm a mesma chance de ser promovidos ou reprovar
- limitar o número de reprovações numa classe (2 ou 3 vezes)
- admitir que não hajam outras entradas no sistema para além dos 1000 alunos
originais
Para o grupo inicial de 1000 de alunos, 294 terminarão com sucesso o ciclo primário,
48 sem reprovar, 86 reprovaram uma vez, 89 reprovaram duas vezes, e 71 reprovaram
3 vezes.
60
Cohorte teórica, 1975, durante o ciclo primário, numa determinada região “K”
I II III IV V VI
347 402
1976 347 87
402 56
1977 120 30
240 34
246 24
42 48 59 147 71 151
1978 42 1o
107 15
218 21
151 3
34
15 17 27 65 63 134 114
1979 44 6
128 12
168 4
114 3
37
11 87 37 79 127 24 87
198º 64 6
116 3
151 3
87 48
26
19 39 87 32 116 39
1981 65 1
119 3
155 86
15
49 25 91 69
1982 74 2
160 89
16 56 71
1983 127 71
56
294
61
- A capacidade de retenção do sistema educativo
3- Taxa de
disperdisão
Este indicador é calculado, estabelecendo uma relação entradas-saídas real e a relação
entrada-saída ideal. A entrada é medida em número de ano-aluno dispensados para
uma cohorte de 1000 alunos que entram no ciclo de ensino, enquanto a saída é medida
pelo número de diplomados que terminam o ciclo.
4- Taxa de
retenção
A taxa de retenção mede a proporção de alunos duma cohorte que entram num ciclo de
ensino particular e que atingem realmente o fim do ciclo. A taxa de retenção pode
assim ser calculada para cada ano de estudo que constituem o ciclo. Os planificadores
de educação podem, assim, dispor dum guia sumário da capacidade de retenção do
ciclo de ensino estudado.
t
E
VI
t-5 *1oo
Taxa aparente de retenção da classe I à VI
E
I
Ex.:
Promovidos da 1º ano
402/1000*100 = 40,2% o grau de retenção entre o 1º e 2º ano foi de 40,2
246/1000*100 = 24,6% o grau de retenção entre o 2º e 3º ano foi de 24,6
151/1000*100 = 15,1% o grau de retenção entre o 3º e 4º ano foi de 15,1
114/1000*100 = 11,4% o grau de retenção entre o 4º e 5º ano foi de 11,4
87/1000*100 = 8,7% o grau de retenção entre o 5º e 6º ano foi de 8,7
62
5- TAXA DE
SOBREVEVIVÊNCIA
t
Σp TR = taxa de sobrevivência
k
TRk = K = classe (1,2,3 …)
1
E T = 1 … n anos
I
P = número de promovidos
1
(Dip 1*total de anos)+(Dip 2* total de anos+1)+ (Dip 3* total de anos+2)…+ (Dip 4* total de anos+3)
=
total de diplomados
Ex.:
(48 * 6) + (86 * 7) + (89 * 8) +(71 * 9) = 2211/294 =7,52
63
294
Da cohorte de 1000 não foi possível terminar no prazo previsto de 6anos. Teve como
média 7,52, quer dizer 1,5 anos mais.
Taxa real de input e output educacional pretende-se saber em relação à cohorte inicial
de 1000 alunos
Taxa real
Ʃ todas as cohortes d ciclo =
Ʃ de diplomados
Ex.
1000+347+120+42 = 1509 1º ano
402+240+107+44 = 793 2º ano
426+218+128+64 = 836 3º ano
151+168+116+65 = 500 4º ano
114+151+119+74 = 458 5º ano
87+155+160+127 = 529 6º ano
Taxa ideal é a relação entre o período de duração pela cohorte inicial sobre a cohorte
Taxa ideal
Nª anos lectivos*cohorte
=
1000
A relação input/output obtém-se dividindo o total de anos que foram utilizados pelo
fluxo
64
Relação In/Ou
Ʃ de anos utilizados
= Anos
ideal*Ʃ de diplomados
Ex.:4625/(6*294) = 2,62
o padrão do positivo é sempre 2.Neste caso 2,6 é positivo
Vamos portanto, dar atenção à estrutura para a qualificação dos professores, o número
de alunos por classe, a relação aluno-professor, o número de horas de serviço dos
professores, etc. … Logo que a norma esteja presente, preparamos o diagnóstico para
relacionarmo-lo á norma. No caso de inexistência de norma, a tarefa consistira na
análise das diferenças entre zonas ou entre estabelecimentos.
65
2- A distribuição do pessoal
por funções
A distribuição do pessoal por funções permite:
3- A qualidade dos
professores
Não existe uma medida satisfatória da qualidade do professor. Geralmente supomos
que esta qualidade é função de factores tais como:
- Sua experiência.
Estes factores não garantem por si só a qualidade de ensino; é preciso ter em conta
também o tipo de estabelecimento onde funciona ( tamanho, localização), do seu
ambiente de trabalho ( suas relações entre professores, a composição do corpo docente
do estabelecimento), da idade, suas motivações … Estes últimos factores são de difícil
medição.
66
3.1- DISTRIBUIÇÃO DE PROFESSORES POR NÍVEL DE
QUALIFICAÇÃO
Há casos que num mesmo país, a estrutura por qualificação pode variar enormemente
duma zona para outra e dum estabelecimento para outro. As causas podem provir dos
métodos de recrutamento e de formação dos professores, das normas e de certos
critérios utilizados para a criação de novos postos ou de regras de afectação e de
mutação do pessoal de ensino.
No geral, as regras de afectação dos professores são tal que um professor que sai da
escola normal (primária ou superior) será afectado em zonas rurais. A menos que não
seja afectado na sua zona de origem , ele desejará, em muitos casos regressar a sua
zona de origem. Tem-se encontrado uma forte percentagem de 0 ou de 1 ano de
67
exercício nas zonas rurais e uma forte percentagem de professores de 4 e mais anos de
serviços em zonas urbanas.
Si efectivamente o ensino é mais assegurado por professores que tenham poucos anos
de serviço, e se a repartição deles por anos de serviços e por zona é muito desigual, Há
interesse de tomar certos números de medidas que visam á reter no meio rural com
professores experientes (alojamento, disposição de locais bem equipados com material
de ensino etc.…)
Uma femenização muito elevada do corpo docente pode relevar uma certa
desvalorização da profissão de professor.
68
A organização pedagógica, alocação do pessoal são normalmente reguladas por um
certo número de normas definidas no âmbito nacional.
5- AS NORMAS
- normas sobre o número de alunos por turma: uma turma é um grupo de
alunos que seguem o ensino dum mesmo professor ao mesmo tempo. A
noção de turma não coincide necessariamente com a noção de classe. Com
efeito, uma classe (ou ano de estudo) pode, se os efectivos são importantes,
estar divididos em diversas turmas
69
Os professores são muito especializados.
6- Os
indicadores
Os efectivos por turma e auditório médio: estes dois indicadores permitem medir as
condições de enquadramento. São os indicadores de qualidade do serviço educativo
Efectivos totais
Efectivos por turma =
Números de turmas
Auditório médio =
N.º de períodos dados pelos professores
Utilizamos o termo “período” mais do que “horas”, porque o período de aulas dadas
pelos professores pode ser variável entre 40 e 60 minutos.
70
É preciso partir do emprego do tempo detalhado dos alunos no estabelecimento. Por
cada turma, é preciso depois multiplicar – por matéria – o n.º de períodos consagrados
a esta matéria pelos efectivos consagrados. Obtém-se assim o n.º de períodos-aluno do
estabelecimentos.
O n.º de períodos dados por semana pelos professores obtém-se na totalidade dos
períodos de emprego do tempo de cada professor.
Educação física
- raparigas 3 12 36
- rapazes 3 14 42
Total 36 754
Cada aluno não recebe mais que 29 períodos de ensino. Mas para assegurar este
ensino, é necessário prever 36 períodos de ensino dos professores.
O n.º total de períodos-aluno é 754.
Σ peródos-alunos
754
N.º de períodos dos professores
= 20,9
36
71
Duma maneira geral, se o auditório médio é inferior ao n.º de alunos por turma, esta
significa que há muitos desdobramentos. Se é superior, esta significa que o re-
agrupamento de turmas por certas matérias é uma pratica corrente. Enfim, se não há
nem re-agrupamentos nem desdobramentos, o auditório médio será igual ao n.º de
alunos por turma.
O auditório médio é um indicador mais preciso que o n.º de alunos-turma para medir
as condições reais de enquadramento dos alunos.
Relação aluno-professor =
N.º total de professores
De acordo com a norma nacional, a relação al/prof permite a comparação entre zonas
ou estabelecimentos, e de medir as disparidades de alocação de pessoal de ensino, afim
de seleccionar as zonas onde um reforço de enquadramento é necessário.
Tal, depende do número de alunos por turma e o número de turmas por professor
A RELAÇÃO ALUNO-PROFESSOR
Efectivos Turmas E E T
= * = * *
Turmas Professores P T P
72
No ensino primário, um professor ocupa-se geralmente duma somente turma. A
relação al/prof é então mais ou menos igual ao número de alunos por turma. Pode
também ser diferente quando de trata de turmas à meio tempo ou quando existem
professores especializados.
Para medir com precisão se os serviços de ensino não coincidem com a norma oficial,
se há uma sub-utilização, calculamos geralmente outros indicadores.
O resultado indica o número que seriam necessários caso cada um deles trabalhe á
tempo pleno de acordo com a norma oficial
73
A relação aluno-professor equivalente a tempo-pleno / n.º de alunos é igual
ao n.º de professores equivalentes á tempo pleno.
74
Esta hipótese é menos real.
Escola alunos Al/turma N.º total Nº médio Professores N.º total de N.º médio de Auditório Al/prof. Al/prof.
(1) horas/receb de horas horas dadas horas dadas médio: H equivalente á
alunos recebidas por prof. aluno, H tempo-pleno
prof. (2)
Todas as crianças residentes duma região dada de estudo têm todos á mesmas
possibilidades de acesso á escola do ponto de vista da distância e da comodidade de
percurso?
75
os métodos e instrumentos que podemos utilizar para a colecta de dados serão
analisados em detalhes nas próximas aulas. Por instante abordaremos simplesmente as
seguintes:
- A distância à percorrer
- o meio de locomoção utilizado
- Tempo de percurso
- o lugar de residência
1- distância à
percorrer
Na colecta desta informação não devemos perder de vista o objectivo visado que é a
acessibilidade física da rede escolar. o problema por consequência não é o
conhecimento da distância real à percorrer com uma grande precisão, mas de
identificar diferentes categorias de situações do ponto de vista da acessibilidade. Em
outros termos, trata-se de definir os intervalos de distâncias correspondentes aos graus
de comodidade mais ou menos grandes do percurso. Por exemplo, podemos reter as
categorias seguintes:
nota:
por vezes tem caracter subjectivo
pode ser aceite para um país e não para outros
a graduação da distância deve ser em função a realidade
deve-se tomar em conta o relevo da região
76
consiste em analisar por zona a percentagem de alunos que se encontram em
cada uma das categorias definidas e ver quais são as zonas desfavorecidas do
ponto de vista de acessibilidade física
2- Meios de locomoção
utilizados
A distância não constitui mais que uma dimensão de acessibilidade física. A
disponibilidade dos meios de locomoção (bicicleta, transporte escolar, transporte
público, transporte privado) pode atenuar o problema da distância reduzindo o penoso
percurso. Na realidade, podemos cruzar as duas informações sobre a distância e os
meios de locomoção, quer dizer teremos em conta tanto uma como a outra para
categorizar. Construiremos assim uma tabela similar:
Escolas
À pé Biciclet T.motor À pé biciclet T.motor À pé biciclet T.motor À pé biciclet T.motor
Josina
Efectiv
%
Estrela
Efectiv
%
3- O tempo de percurso
77
diferentes categorias e de ver a percentagem de alunos que se encontram em cada uma
das categorias. Por exemplo:
- menos de 15 minutos
- de 15 à 30 minutos
- de 30 à 60 minutos
- mais de 60 minutos.
Um percurso superior de 60 minutos pode, por exemplo, ser considerado como sendo
muito prejudicial ao trabalho escolar. ora, é preciso assim ter em conta a frequência
dos deslocamentos. Deste ponto de vista, a existência duma cantina onde os alunos
possam lanchar ao meio do dia pode mudar grandemente a situação.
Esta informação permite abordar traçado das áreas de recrutamento dessas escolas.
Teremos a ocasião de tratar este assunto na preparação da carta prospectiva. Dizemos
simplesmente aqui que a área de recrutamento duma escola é constituída pelo conjunto
de localidades donde provêm os alunos dessas escolas. Logo que houver uma regra
estrita de localização de residências em relação a uma escola particular, é possível
determinar a área de recrutamento. Lá onde o recurso escolar é relativamente denso, os
pais tem a possibilidade de opção ou escolha entre duas ou mais escolas, de acordo
com a distância.
Esta informação permite também calcular de forma mais exacta a taxa de admissão e a
taxa de escolarização.
78
O problema das construções escolares é patente em todos os países, desenvolvidos ou
em vias de desenvolvimento, considerando que os estabelecimentos e os equipamentos
escolares custam caros. Eles devem ser utilizados de forma suficientemente intensiva
para ser rentável, e devem permitir também proporcionar aos professores as condições
satisfatórias.
79
1- os critérios de análise e normas de
referência
Julgaremos a qualidade dos estabelecimentos escolares e da disponibilidade de
equipamentos por referencia aos objectivos da política educativa e as normas em vigor
no país. Estas normas variam evidentemente com o nível de ensino, das práticas
pedagógicas, das regiões e das suas condições climáticas. Elas concernem
principalmente na:
- as orientações dadas pelo ministério (no que concerne aos manuais escolares
por exemplo)
80
- à média nacional – se for conhecida;
- à normas internacionais. Toma-se como base nas publicações dos Bureaux
regionais da UNESCO. É de longe, preferível que se utilize as normas
nacionais definidas tomando em conta as superfícies do país e de suas
diferentes regiões.
Deve-se fazer para cada uma das salas de aula a selecção de materiais que
servirão para a sua construção sejam elas de maneira geral, sejam por
especificidade de muros, tectos, chão.
81
Duma maneira geral, o estado dos locais é ligado com o tipo de materiais utilizados. A
proporção de salas julgadas em mau estado ou com necessidade de reparação imediata
será mais frequente para as de construção com materiais não duráveis.
- Os indicadores são:
Em certos países os alunos recebem suas aulas fora da sala de aulas. Assim
calculamos:
b) análise da superfície:
Estes indicadores podem ser calculadas por zonas homogéneas para o ensino primário
ou por estabelecimentos para o ensino secundário.
82
Se o estabelecimento funciona em dois períodos (uma de - manhã e uma ataúde), a
superfície média por aluno (S/A) deve ser calculada para cada turno1 e 2 caso o n.º de
alunos varie por turno.
Laboratórios 2 180
Total de espaços do
estabelecimentos 65 3741
83
3- Disponibilidade dos
equipamentos
Se distingue os equipamentos dos imóveis, os equipamentos pedagógicos que utilizam
os professores e disponíveis aos aluno.
84
Percentagem de salas que tenham uma secretaria para o professor.
Ǽ
Ω
Total
Equipamento pedagógico:
85
Dentre estes indicadores, escolhem-se aqueles que se parecem mais pertinentes á
situação da região e ao nível de ensino.
< 50
50 - <100
¥ 100 - < 150
< 200
Estas percentagens calculadas por zonas homogéneas permite isolar as zonas onde a
construção de salas suplementares melhoram as condições de ensino reduzindo o
número de turnos.
86
Para os estabelecimentos de ensino secundárias , é possível calcular um certo
número de indicadores para medir a utilização dos indicadores. Estas taxas são
calculadas em todos os turnos e são:
Exemplo: se teoricamente cada sala pode ser utilizada em 50 períodos por semana e se
uma sala de aula não é efectivamente utilizada e utilizada durante 25 períodos por
semana, a taxa de utilização é igual á : 25/50*100=50%.
Isto quer dizer que seria, em principio, possível duplicar os efectivos sem que se tenha
que construir novas salas de aulas.
Estas taxas podem ser calculadas em relação a sala por sala ou por tipo de sala dada
(ensino geral ou ensino especializado) ou por conjunto de salas de aulas dum
estabelecimento.
Exemplo: uma sala construída para acolher 30 alunos é ocupadas em médias por 15
alunos, o que dá uma taxa de utilização do espaço de 15/30*100=50%
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Esta taxa é mais difícil à calcular que a taxa de utilização do tempo por causa da
avaliação que se deve ser feita da capacidade de acolhimento das salas de aulas. Deve-
se referir à capacidade de acolhimento inscrito no programa de construção de salas de
aulas? Deve-se pedir aos chefes dos estabelecimentos de fazer a avaliação dessas
capacidades de acolhimento de cada sala? Bom, corre-se o risco de termos
informações pouco credíveis como capacidade de acolhimento, ao recebermos
informações sobre o n.º de carteiras existentes nas salas ao invés de espaços potenciais.
É possível também avaliar esta capacidade de cada sala em função da sua superfície
pela norma de superfície põe aluno.
Após o cálculo das taxas de utilização do tempo e da taxa do espaço podemos calcular:
Esta taxa alerta para uma maximização para assegurar a melhoria de utilização dos
locais.
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Estabelecimentos A B C D
Efectivos 1800 628 535 104
Salas de ensino geral
- número 28 16 13 3
- número 2 3
- número 77 1 4 2
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BIBLIOGRAFIA
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