UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE - CEFID

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF
ESTRUTURA E FUNCINAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA - EFEB
PROF. DR. MARCELA ALMEIDA ZEQUINÃO

PROVINHA BRASIL: É eficaz quanto ao diagnóstico do

nível de alfabetização das crianças?

LEANDRO SANTOS DE SOUZA

MARCUS VINICIUS E. DE LIMA
NATHÁLIA PEREIRA
PATRICK MAIA CARDOSO
RAFAEL OSCAR DE MELO

FLORIANÓPOLIS, 2020
 LEANDRO SANTOS DE SOUZA
MARCUS VINICIUS E. DE LIMA
NATHÁLIA PEREIRA
PATRICK MAIA CARDOSO
RAFAEL OSCAR DE MELO

PROVINHA BRASIL: É eficaz quanto ao diagnóstico do nível de

alfabetização das crianças?

Trabalho apresentado ao curso de graduação

em Educação Física, da Universidade do Estado
de Santa Catarina, como requisito parcial para
obtenção da aprovação do grau de graduado em
Educação Física.
Orientador: Profº. Dra. Marcela Almeida
Zequinão.

FLORIANÓPOLIS (SC)
2020
 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 5
3 EDUCAÇÃO FÍSICA E ALFABETIZAÇÃO ............................................................. 7
4 PRINCIPAIS CRITICAS ........................................................................................... 9
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 10
6 REFERÊNCIA ........................................................................................................ 11
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RESUMO
 Avaliação que visa investigar as habilidades relativas à alfabetização e o
letramento desenvolvidas pelas crianças matriculadas no segundo ano do
ensino fundamental.
 É composta por vinte questões de Língua Portuguesa e Matemática.
 Aplicada duas vezes ao ano, possibilitando um diagnóstico mais preciso que
permite conhecer o que foi agregado na aprendizagem, sendo uma no começo
do ano letivo e uma no final. Cada rede de ensino tem autonomia para
determinar a data da realização da provinha.
 Provinha Brasil é um instrumento instituído pela Portaria Normativa n° 10 de
abril de 2007, foi aplicada pela primeira vez em abril de 2008.
 A partir de 2011, questões de Matemática foram incorporadas na provinha.
 Segundo o MEC o objetivo foi garantir que o diagnóstico do processo de
alfabetização fosse feito de uma maneira mais ampla.
 Os resultados não possuem fins classificatórios.

Pontos Positivos
- Diagnóstico da alfabetização nas séries iniciais;
- Orientar ações pedagógicas do professor com sua turma, do coordenador com seus
professores e do gestor com sua escola;
- Não tem finalidade classificatória;
- Através da Provinha oportunidades para o processo de formação continuada de
professores podem ser aperfeiçoados ou iniciados;
- Reflexões sobre a prática são oferecidas aos professores e gestores orientações
referentes ao que fazer após a análise dos resultados;

Pontos Negativos
- A mesma Provinha para diferentes realidades;
- As questões são corrigidas pelos próprios professores correndo risco de que certos
resultados sejam influenciados por condutas dos mesmos;
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1 INTRODUÇÃO
A Provinha Brasil é uma avaliação que visa investigar as habilidades relativas
à alfabetização e o letramento desenvolvidas pelas crianças matriculadas no segundo
ano do ensino fundamental das escolas públicas do país. A prova é composta por
vinte questões de Língua Portuguesa e vinte de Matemática. Desta forma auxilia
professores e gestores obter mais informações sobre o processo de alfabetização e
letramento além das habilidades iniciais em matemática.
A provinha Brasil é aplicada duas vezes ao ano, possibilitando assim a
realização de um diagnóstico mais preciso que permite conhecer o que foi agregado
na aprendizagem das crianças. Cada rede de ensino tem autonomia para escolher as
datas para realização da provinha.
A partir de 1990 o INEP vem produzindo indicadores sobre o sistema
educacional brasileiro. Dentre os indicadores produzidos, alguns apontavam graves
problemas do ensino oferecido pelas escolas brasileiras, principalmente na área da
leitura. Observando esses problemas o Governo Federal buscou medidas para
reverter esta situação, começando com a ampliação do ensino fundamental de oito
para nove anos. Além dessa iniciativa o MEC implementou o Plano de Metas
Compromisso Todos Pela Educação e criou o Pacto Nacional pela Alfabetização na
Idade Certa. Com a criação desses planos o MEC demonstrou a necessidade de
alfabetizar as crianças até, no máximo, os oito anos. Os resultados do desempenho
dos alunos são aferidos através dos exames periódicos da Provinha Brasil.
A Provinha Brasil, instrumento instituído pela Portaria Normativa n.º10, de 26
de abril de 2007, foi aplicada pela primeira vez em abril de 2008 (GONTIJO,2012).
Cerca de 3.133 municípios e 22 Unidades Federativas receberam do MEC o material
impresso, as demais secretarias de educação puderam através da página do Inep
fazer o download do material. A partir do segundo semestre de 2008 todas as
secretarias de educação do País passaram a receber o material impresso.
A partir de 2011, questões de matemática foram incorporadas a Provinha Brasil.
De acordo com o MEC o objetivo foi garantir que o diagnóstico do processo de
alfabetização fosse feito de uma maneira mais ampla.
Buscaremos no decorrer do presente trabalho trazer dados que apresentem a
eficácia ou a não eficácia, na aplicação da atual Provinha Brasil. Apresentaremos
também as principais críticas e dificuldades encontradas pelos professores e
profissionais que aplicam e avaliam os resultados da Provinha.
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2 OBJETIVOS
A proposta da Provinha Brasil é oferecer informações que possam
orientar tanto os professores quanto os gestores escolares e educacionais na
implementação, operacionalização e interpretação dos resultados dessa avaliação.
Com o resultado da correção em mãos, é possível identificar qual o nível de
alfabetização e o nível de matemática que os alunos encontram-se. No documento
Guia de Correção e Interpretação de Resultados, são descritos os cinco níveis de
desempenho, identificados a partir das análises pedagógica e estatística das questões
de múltipla escolha.
A partir da identificação das habilidades e da medida do grau de
dificuldade das questões, foram definidos quantitativos mínimos de questões que
caracterizam cada nível de alfabetização e letramento inicial, assim como cada nível
de matemática que as crianças demonstraram. Por isso, cada teste possui um número
distinto de questões para identificação de cada nível.
A Provinha Brasil é um instrumento pedagógico, sem finalidades
classificatórias, que fornece informações sobre o processo de alfabetização e de
matemática aos professores e gestores das redes de ensino, e conforme Portaria nº
10, de 24 de abril de 2007, tem os seguintes objetivos:
avaliar o nível de alfabetização dos educandos nos anos iniciais do ensino
fundamental;
oferecer às redes e aos professores e gestores de ensino um resultado da
qualidade da alfabetização, prevenindo o diagnóstico tardio das dificuldades de
aprendizagem;
concorrer para a melhoria da qualidade de ensino e redução das
desigualdades, em consonância com as metas e políticas estabelecidas pelas
diretrizes da educação nacional.
Esses objetivos possibilitam, entre outras ações:
estabelecimento de metas pedagógicas para a rede de ensino;
planejamento de cursos de formação continuada para os professores;
investimento em medidas que garantam melhor aprendizado;
desenvolvimento de ações imediatas para a correção de possíveis distorções
verificadas;
melhoria da qualidade e redução da desigualdade de ensino.
O delineamento e a construção dessa avaliação prevê, sobretudo, a utilização
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dos resultados obtidos nas intervenções pedagógicas e gerenciais com vistas à

melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem.
Com isso podemos diferenciar a Provinha Brasil dos demais indicadores
avaliativos do INEP, como a Prova Brasil, por exemplo.
A diferença principal encontra-se no tipo de informação produzida por elas. A
Provinha Brasil fornece respostas direta aos alfabetizadores e gestores da escola, de
forma que seja uma avalição diagnóstica. Já a Prova Brasil, revelam informações em
relação ao sistema educacional do país, como um todo. Por isso na Prova Brasil o
processamento, as análises, a interpretação e a divulgação dos resultados são de
responsabilidade do Inep, enquanto que a responsabilidade da Provinha Brasil é a
acerca da própria instituição de ensino.
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3 EDUCAÇÃO FÍSICA E ALFABETIZAÇÃO

A educação física ganha cada vez mais importância e espaço no contexto da

educação infantil no Brasil. Suas contribuições para o desenvolvimento da criança não
ficam restritos as capacidades psicomotoras e sócio afetivas, podendo inclusive ajudar
em seu desenvolvimento cognitivo e intelectual. A linguagem corporal, trabalhada na
educação física, é responsável, em grande parte, pelo desenvolvimento social e
afetivo da criança e adolescente, uma vez que, ela é intrínseca ao ser humano e o
acompanha desde o nascimento. Logo, trabalhar a alfabetização apenas em um
contexto fechado de sílabas, letras, sons, palavras e frases, não abarca todas as
necessidades para seu melhor desenvolvimento, se esse não estiver contemplado no
contexto histórico-social do aluno. Dessa forma podemos afirmar que:
Se os conteúdos selecionados para a alfabetização forem conteúdos extraídos
da necessidade de a criança conhecer-se e conhecer o mundo à sua volta, a forma,
ou seja, o processo de trabalhar esses conteúdos, de possibilitar a apropriação da
leitura e da escrita, consequentemente, não será o mesmo. A forma, nesse caso,
deverá garantir as mais variadas vivências possíveis com a escrita, no seu uso e
função social. (Garcia, 1998, p. 91).
A educação física, trabalhada dentro de um contexto multidisciplinar na primeira
infância, tem papel fundamental para a aquisição de novas habilidade. Isso pois, jogos
e brincadeiras se trabalhados juntos à alfabetização podem, em geral, torná-la mais
interessante aos alunos e ao desenvolvimento de suas capacidades cognitivas.
Pensar dessa forma, ajuda o profissional nas escolhas de estratégias e atividades
para empregar nesse processo.
Souza e Peixoto (2006) relatam em seu artigo sobre a educação física no
processo de alfabetização que essa é essencial para o desenvolvimento dessas
habilidades nos alunos. Isso ocorre, de acordo com as autoras, pois a educação física
auxilia, sem traumas, a alfabetização, enfatizando o desenvolvimento motor, social e
afetivo. Além disso, foi relatado em seu artigo, os sucessos do trabalho interdisciplinar
entre os professores de educação física e de regência na educação infantil nesse
processo.
Assim, a educação física mostra-se presente, mesmo que indiretamente, ao
processo de alfabetização. Entretanto, ela não é contemplada em avaliações
nacionais como a Provinha Brasil. Isso pois, mesmo estando indiretamente ligada a
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alfabetização, o método e forma de avaliação da “provinha”, múltipla-escolha, não

abarca um dos principais pontos da educação física relacionados ao aprendizado, a
coordenação motora aplicada a escrita. Dessa forma, um dos requisitos da
alfabetização não é contemplado na hora de gerar dados para analises e
conhecimentos do sistema educacional.
Logo, a educação física ajuda o desenvolvimento de aprendizagens e
percepções, além de diversas capacidades motoras e sociais que são auxiliares aos
processos de alfabetização. Dessa forma, trabalhá-la em conjunto com outras
disciplinas é extremamente importante e viável, uma vez que o desenvolvimento
infantil pode ser melhor trabalhado de forma global e lúdica, respeitando o contexto
histórico social dos alunos.
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4 PRINCIPAIS CRITICAS
Atualmente, há poucos trabalhos que se detêm a analisar os impactos da
avaliação da alfabetização nas práticas escolares nos dois primeiros anos do ensino
fundamental (CONTIJO, 2012), fase essa que é o foco da Provinha Brasil.
Os poucos trabalhos encontrados nessa área ainda trabalham a provinha brasil
como algo que não está em sua plena eficiencia, principalmente se tratando das
dimensões socioculturais, pois, se trata de uma prova padronizada para todo o país.
Oliveira (2005, p. 375-382, apud GONTIJO, 2012, p. 605) critica as propostas de
avaliação da alfabetização por não considerarem princípios psicométricos
elementares e, também, propõe um modelo de avaliação baseado em experiências
estrangeiras. O pensamento de Oliveira vai de encontro com a crítica apresentada por
ESTEBAN (2009, p. 47-56, apud GONTIJO, 2012, p. 605) que critica a avaliação por
seu caráter eminentemente classificatório e por não considerar a realidade
sociocultural dos educandos.
Outro problema enfrentado pela provinha brasil de acordo com Morais (2012)
era o grande distanciamento entre o ensino de compreensão de leitura praticado nas
escolas e o que era avaliado nas primeiras edições da Provinha Brasil. Nessa mesma
linha de pensamento Silva e Lima (2018) defendem que a aplicação de uma avaliação
deve ser feita de forma interna da unidade de educação, e que isso não exime o
Estado de suas responsabilidades, ao contrário, apenas potencializa a avaliação
tendo o cotidiano como embasamento.
Com isso, podemos comentar também sobre os resultados apresentados pela
Provinha Brasil. Segundo Freitas e Rosário (2013) Para que as políticas públicas para
a alfabetização sejam efetivas, é necessário envolver de modo mais direto os atores
sociais que são responsáveis pela formação de base: os professores alfabetizadores.
Então não somente os professores que acompanham os alunos naquele ano, devem
passar essa avaliação, como também, devem ficar a par dos resultados para que
possa ser trabalhado e no final do segundo semestre, buscar um resultado melhor.
Com o passar do tempo a Provinha passará por refinamentos que a colocarão
como um dos principais meios de avaliação dos anos iniciais, pois é um excelente
mecanismo para diagnosticar a alfabetização, e só por meio dela que os professores
e gestores terão chances de saber como está o nível de aprendizagem de cada aluno,
turma e escola.
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5 CONCLUSÃO
O Governo junto com os Estados, diante da realidade, busca a adequação da
situação educacional às exigências do mercado capitalista e por conta disso
intensifica as políticas de avaliação e o processo de regulação através de programas
e instrumentos avaliativos, com objetivo de garantir qualidade nos serviços prestados
à sociedade. Porém esquece da individualidade de cada ser humano, trabalhando
longe da realidade de cada escola.
Mesmo com tantos pensamentos contrarios a aplicação da provinha brasil, não
podemos nos fixar apenas no fato que existem falhas quanto sua aplicação. Edgar
Morin (2000) já nos apresentava que “toda e qualquer forma de conhecimento é
questionavel”.
Impossivel incluir em um país continental como o nosso alguma ferramenta
avaliativa que esteja imune a erros, e apenas com esses erros descobertos na prática
que as correções podem ser efetuadas.
Com o passar do tempo a Provinha passará por refinamentos que a colocarão
como um dos principais meios de avaliação dos anos iniciais, pois é um excelente
mecanismo para diagnosticar a alfabetização, e só por meio dela que os professores
e gestores terão chances de saber como esta o nível de aprendizagem de cada aluno,
turma e escola, e assim definir uma proposta através dos resultados da avaliação.
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6 REFERÊNCIA

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

2015. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/provinha-brasil>. Acesso em: 30 ago.
2020.

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MORAIS, Artur. Políticas de avaliação da alfabetização:: discutindo a Provinha

Brasil. Revista Brasileira de Educação, v. 17, n° 51, Set./Jan. 2012. Disponível em:
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C3%ADsica,as%20habilidades%20da%20cultura%20corporal.&text=Em%20meio%20a
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