A Falência
A Falência
A Falência
Maputo, 19.02.2021
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Índice
Introdução............................................................................................................................................2
Falência................................................................................................................................................4
Legislação aplicável.............................................................................................................................5
Sujeito a falência..................................................................................................................................5
Reclamação de Créditos......................................................................................................................5
Administrador da Insolvência............................................................................................................6
Requerimento do processo da falência...............................................................................................6
Efeitos da Sentença declatória da falência em relação ao falido......................................................7
Efeitos da Sentença declatória da falência em relação aos credores................................................7
Recuperação das empresas.................................................................................................................8
Recuperação Judicial..........................................................................................................................8
Plano de recuperação judicial.............................................................................................................8
Papel do administrador judicial na recuperação judicial.................................................................8
Papel da assembleia geral de credores na recuperação judicial.......................................................9
Recuperação Extrajudicial.................................................................................................................9
Pedido de homologação do plano de recuperação extajudicial........................................................9
Referências Bibliográficas.................................................................................................................12
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Introdução
Diferente do que acontece no direito penal, onde a responsabilidade é pessoal, no direito civil
o que responde pelo inadimplemento das obrigacoes (O não cumprimento de determinada
avença) é o património das obrigcões e não a sua própria pessoa.
Porém nem todos os bens do devedor respondem por suas dividas, dito isto, podemos afirmar
que como regra o devedor responde por suas obrigações com o seu patrimonio, excepto os
bens que estão expressamente indicados no código processual civil.
Antes de mais nada, é necessário dizer que se entende por património, um complexo de
relações jurídicas revestidas de valor económico. O património de uma pessoa é composto
pelos bens materiais, ou seja, bens tangíveis, mas também pelos bens incorpóreos (bens que
não possuem existência física).
Esse complexo de relações jurídicas, abrange dois tipos de situações jurídicas, as situações
jurídicas activas e as passivas, isto é, as activas que são os bens e direitos da pessoa, e as
passivas que são as suas dívidas.
É por esta razão que se diz que o património de uma pessoa é caracterizado pelo património
activo e passivo.
Portanto, nos casos em que é preciso fazer o levantamento do património de uma pessoa, é
necessário que se faça a comparação do património activo, do património passivo, onde o
resultado dessa comparação será o que nos vai permitir saber qual é o património líquido da
tal pessoa.
Nos casos em que que o património líquido da pessoa é positivo, ou melhor dizendo, nos
casos em que a soma dos seus bens e obrigações são maiores que as suas dívidas, significará
que se porventura, todos os credores quisessem executar ao mesmo tempo as suas dívidas, a
pessoa teria condições suficientes para assim o fazer. De outra forma, quando o patimónio
líquido for negativo, isso significaria que a pessoa tem mais dívidas do que bens e direitos
para efectuar o pagamento. Quando assim ocorre, o Estado pode interromprer todas as
execuções individuais, afastar o devedor da administração do seu próprio património, reunir
todos os credores, liquidar os seus bens e direitos, e como consequência, fazer pagar aos
credores reunidos, seguindo uma ordem pré-definida, que segundo a lei, respeita os critérios
mais justos nesse tipo de situação.
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E é isto que é considerado, ou que consiste o instituto de falência, um grupo de credores que
deseja que as suas dívidas sejam executadas contra o devedor insolvente.
Portanto, dito tudo isto, importa referir que neste presente trabalho iremos tratar sobre o tema
de falência e recuperação das empresas. Iremos desenvolver alguns conceitos, tentar perceber
como é que se atingem essas situações, ou seja quais são os pressupostos, e enunciar e
explorar de certa forma a legislação que compete regular esse tipo de relações jurídicas.
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Falência
Dissemos e explicamos na introdução deste trabalho o que seria o instituto da falência, que é
nada mais, nada menos que uma acção judicial pela qual se reúne o património do devedor,
com o intuito de satisfazer as dívidas dos credores.
A falência ocorre quando a situação da empresa ou entidade, que por não ter capacidade de
pagar as suas dívidas e de cumprir com as obrigações contraídas, torna-se um devedor
insolvente.
A insolvência é carcacterizada pelo estado da pessoa estar com o seu património negativo, ou
seja, o seu património tem mais dívidas do que direitos.
Segundo a Doutrina, quando se fala em falência, é necessário que se fale de três requisitos,
dois que são pressupostos materiais e um que é pressuposto formal. Os pressupostos
materiais estão subdivididos em pressuposto material subjectivo e pressuposto material
objectivo.
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A Impotualidade injustificada, desde o momento que o devedor deixe de pagar sem razão
jurídica uma dívida, logo se pressume a insolvência, e por fim a enumeração legal, desde que
ocorra a prática de qualquer um dos actos descritos na legislação aplicável a este regime,
para que se presssuma a insolvência.
Legislação aplicável
Foi publicado o Decreto Lei n.o 1/2013, de 4 de julho, que aprova o Regime Jurídico da
Insolvência e da Recuperação de Empresários Comerciais.
O novo regime jurídico da insolvência tem como objectivo adequar o instituto da falência e
da insolvência no mercado moçambicano e promover a actividade económica no país.
Sujeito a falência
Para que se esteja sujeito a este regime de falência, é necessário que o devedor exerça a
actividade empresarial. O direito moçambicano considera como empresário todos aqueles que
abrangem os atrigos no 2 e 9, ambos do código comercial.
Portanto, nos casos em que se verificar que o devedor é de acordo com a lei, considerado
empresário, a execução da sua dívida faz-se por via do instituto da falência. Desde o
momento em que se verifique que este não consegue cumprir com as suas obrigações, ou
então quando se encontram presentes, os actos de falência estipulados na lei. “Mas para esta
última parte, iremos desenvolver melhor no título dos pressupostos da costituição da
falência.”
Reclamação de Créditos
Os credores podem fazer a reclamação de créditos contra uma empresa que se encontra em
situação de insolvência, com o objectivo de resolver os seus problemas financeiros. Onde a
Verificação de tais creditos será feita por um administrador da insolvência, que terá como
base a verificação “dos livros contabilísticos, documentos comerciais e fiscais do devedor e
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nos documentos que lhe forem apresentados pelo credor (...)” , como vem estabelecido no n o1
do Artigo 7.o do Decreto Lei 1/2013 de 4 de Julho, relativo ao Regime Jurídico da insolvência
e da Recuperação de empresários comerciais.
Importa referir que essa reclamação de créditos impõe que sejam preenchidos os requisitos da
reclamação de créditos estipulado no Artigo 9.o do mesmo diploma.
Administrador da Insolvência
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O processo de falência do devedor pode ser requerido pelo próprio devedor, pelo cônjuge
sobrevivo, qualquer herdeiro do devedor ou o cabeça de casal, o sócio ou acionista do
devedor e ou ainda quaquer credor que queira resolver o problema
Entretanto, ainda no mesmo diploma, no artigo 90. o, está estipulado os casos em que ocorrem
ilegitimidade do pedido de insolvência.
Para que o pedido de processo de falência dê início é antes de mais nada, necessário fazer
uma petição escrita. Depois, seguem-se as fases da citação, da oposição, em que todos os
citados têm um prazo estabelecido pela lei, que tem como o intuito, deduzir oposição ou
justificar os seus créditos, do despacho do prosseguimento da acção, do julgamento e da
sentença.
Desde logo, fica inibido de administrar e dispor dos seus bens presentes ou futuros.
Referindo-se a lei à inibição de administrar e dispor dos seus bens, a mesma não se aplica no
que respeita à administração de bens de terceiro, pelo que o falido pode administrar e pode
dispor de tais bens, nos termos em que a lei geral ou os respectivos proprietários lho
permitirem.1
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Fernando Olavo, Direito comercial, vol. I, 2.ª ed., Lisboa, 1970, p. 166.
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Recuperação das empresas
Recuperação Judicial
Em termos da recuperação judicial, esta tem por objectivo facilitar a saída da situação de
crise financeira do devedor, permitindo a manuntenção da fonte produtora, do emprego dos
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a perservação da empresa.
A recuperação judicial da empresa poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivo, herdeiros do
devedor, inventariante ou sócio remanescente e o próprio devedor que exerça regularmente as
suas actividades há mais de 12 meses e que cumulaivamente, preencha os requisitos descritos
nas alineas do no1, do Artigo 47.o.
Este plano deve ser submetido no prazo estipulado no n. o1, do artigo 52.o do decreto-lei
1/2013 de 4 de Julho, no tribunal pelo próprio devedor, onde neste deve constar, a indicação
pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregues; a demonstração da sua
viabilidade económica; e o relatório económico-financeiro e o de avaliação dos bens e
activos do devedor, subscrito por um profissional legalmente habilitado ou empresa
especializada.
Caso este plano não seja apresentado no prazo estabelecido pela lei, o juiz irá julgar extinto o
processo, determinando o seu aproveitamento, com consequente revogação de certos actos
constantes no artigo 51.o.
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Papel do administrador judicial na recuperação judicial
A assembleia geral de credores tem o poder para fazer a aprovação, rejeição ou modificação
do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor, pode deliberar sobre a
constituição do comitê de credores, a escolha de seus membros e a sya substtuição; o pedido
de desistência do devedor; o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
Recuperação Extrajudicial
Esta poderá ser requererida pelos detentores dos créditos que, nos termos deste Regime
Jurídico, se sujeitam à recuperação judicial.
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outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos, de acordo com o n. o 5, do
artigo 158.o do decreto-lei 1/2013 de 4 de Julho.
Importa referir que os credores somente poderão desistir da adesão ao plano de recuperação
antes da sua distribuição. Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não
poderão mais desistir, salvo com a anuência expressa dos demais signatários.
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Conclusão
Do acima exposto, pode-se concluir que o regime jurídico da falência surge na iniciativa de
um único ou grupo de credores que desejam a execução do património do devedor insolvente,
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ou seja, do devedor que se encontra num estado em que o seu património é negativo, ou por
outras palavras, que o seu património tem mais dívidas do que direitos.
Após analisar alguns conceitos relacionados com o nosso tema, fizemos uma análise a lei que
abrange o instituto da falência e da insolvência no mercado moçambicano, o que nos fez
perceber detalhadamente os sujeitos que podem estar envolvidos, os procedimentos dos
institutos, e o conteúdo das sentenças declaratórias da falência.
Para além de falar-mos sobre o seu objectivo, vimos também como é que a lei impõe que o
plano de recuperção da empresa seja feito, vimos os prazos que são estabelecidos por esta, e
vimos também o papel dos sujeitos envolvidos neste instituto jurídico.
Referências Bibliográficas
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MOÇAMBIQUE. Decreto-Lei no 1/2013, de 4 de Julho. Dispõe sobre o regime jurídico da
insolvência e da recuperação das empresas comerciais.
Sites de Internet:
https://eportugal.gov.pt/inicio/espaco-empresa/guia-a-a-z/cid-0-faseneg-2-falencia
https://www.advogadosinsolvencia.pt/mapa/falencia
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/13407/material/Per
guntas%20e%20Respostas%20Direito%20Falimentar.pdf
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/fal%C3%AAncia
https://jus.com.br/artigos/65490/visao-geral-da-solvencia-em-mocambique
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