O Império Das Seitas Vol. 4 - Walter Martin - BETÂNIA
O Império Das Seitas Vol. 4 - Walter Martin - BETÂNIA
O Império Das Seitas Vol. 4 - Walter Martin - BETÂNIA
WALTER MARTIN
(STOMOJÖIHMSMO)
SOCIEDADE
ESPMSMO
CULTOS
m om m os
Beiânia
Leitura para uma vida bem-sucedida
Caixa Postal 5010 - 31611-970 Venda Nova. MG
Título do original cm inglês:
The Kingdom o f The Cults
Copyright © 1965, 1977, 1985, Walter Martin.
Publicado originaimcntc cm inglês por Bethany House Publishers.
Minneapolis, Minnesota 55438.
Printed in Brazil
Em memória de
Peter de Visser
Prefácio ............................................................................. 9
1. O Império das Seitas Heréticas ................................... 11
2. Superando a Barreira da Linguagem ......................... 19
3. A Estrutura Psicológica das Seitas ............................ 25
4. Igreja da Nova Jerusalém — Swedenborguianismo . 35
5. Sociedade Teosófica ...................................................... 55
6. Espiritismo .................................................................... 77
7. A Bíblia e os Cultos Afro-Brasileiros .................... 155
8. As Seitas no Campo Missionário ............................. 177
9. O Jesus das Seitas ....................................................... 183
10. A Evangelização das Seitas ....................................... 189
11. Recuperando o Terreno Perdido ................................ 197
Bibliografia ................................................................... 203
Bibliografia Recomendada ......................................... 205
NOTA DA EDITORA
Superando a
Barreira
da Linguagem
1. Novembro dc 1963.
- 3 _____________________________
A Estrutura
Psicológica
das Seitas
Doutrinas
I. As Sagradas Escrituras — A Palavra de Deus
“Quais são os livros da Palavra? Os livros da Palavra são
todos aqueles que contêm sentido interno. Os que não pos-
suem esse sentido não são da Palavra. Os livros da Palavra
no Velho Testamento são os seguintes: os cinco livros de Moi-
sés, Josué, Juizes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, os Salmos de
Davi, os profetas Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias,
Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os do Novo Testa-
Swedenborguianismo 45
Refutações a Swedenborg
As cartas de Paulo, e principalmente os capítulos 5 a S
de Romanos, nos fornecem argumentos para refutar com toda
segurança as teses de Swedenborg que, aliás, votava forte
aversão a esses textos. Procurando limitar a revelação neotes-
tamentária apenas aos Evangelhos e ao livro de Apocalipse,
ele expõe a falha básica de seu sistema doutrinário. Eviden-
temente achava-se bem ciente de que o ensino de Paulo, aceito
ao pé da letra, invalidava o seu. Então partiu da premissa bá-
sica de que ele estava certo e o apóstolo errado. Ele afirmava
inclusive que em suas visões e sonhos discutia com Paulo,
Lutero, Cal vino e outros. E como o seu ego triunfou, todos
esses grandes pensadores se retrataram diante das novas re-
velações recebidas por ele, Swedenborg.
Entretanto, há um ponto que não podemos perder de vista.
É o seguinte: o Novo Testamento é o crivo pelo qual devem
ser avaliadas todas as revelações posteriores a ele. E tudo que
não estiver de acordo com ele tem de ser, e é, rejeitado pela
igreja cristã.
Swedenborg teria agido melhor se tivesse lembrado que
as interpretações dos sonhos e visões e de tudo que diz res-
peito à dimensão espiritual “pertencem a Deus” (Gn 40.8),
e que a Bíblia está sempre nos advertindo a não aceitar outro
evangelho, mesmo que seja revelado por “um anjo vindo do
céu” (G1 1.8,9), duas questões que, ao que parece, ele igno-
rou. O apóstolo Pedro, que sempre se acha em harmonia com
Paulo, admoesta a igreja a lembrar-se sempre de que “nunca
jamais profecia foi dada por vontade humana, entretanto ho-
mens [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Espí
Swedenborguianismo 49
árvore são parte dela, não como algo que a árvore criou, no
sentido em que o homem cria uma máquina, mas no sentido
em que elas são algo que emana dela, são uma parte viva
da árvore. Isso é uma verdade irrestrita. Somente nesse sen-
tido foi que Deus criou o homem. A humanidade é um “ramo”
do Ser Supremo, algo que cresceu a partir dele, que emanou
dele, uma expressão da evolução dele... Isso fica mais sim-
pies se pensarmos no sistema solar como uma emanação do
Ser Supremo, como algo que foi gerado a partir de uma vida
central, ou como uma expressão dessa vida, que dá origem
aos seus dois pólos que conhecemos como consciência e ma-
téria. A alma humana é um fragmento individualizado dessa
vida divina... é literalmente uma centelha do fogo divino e
nela se acham, em estado latente, as características da luz
original. O conceito teosófico de alma é o de que ela é lite-
ralmente uma emanação de Deus, e sendo portanto da mesma
essência, fica entendido por que os teosofistas afirmam que
o homem é um deus em processo de criação.”
Ainda em consonância com essa posição, a Sr.a Besant
afirmou certa vez que “o homem é uma inteligência espiri-
tual, um fragmento da divindade revestido de matéria” “.
Krishnamurti, o filho adotivo dela, também disse que todos
nós somos parte de Deus e precisamos sondar-nos profunda-
mente para encontrar no fundo de nosso ser o Deus que há
em nós.
Esses conceitos panteístas da divindade foram tirados da
tríade mortal: Hinduísmo, Budismo e Gnosticismo. E se al-
guém se admira de a Teosofia ainda empregar terminologia
cristã, é só lembrar que usando os termos da religião cristã
eles conquistarão com mais facilidade a mente do homem oci-
dental, do que se falarem a linguagem daquelas três seitas.
Essa é a razão óbvia por que eles utilizam a terminologia cristã,
cujo sentido, aliás, modificam.
Com respeito à divindade de Cristo e a sua singular po-
sição de Salvador do mundo, a Teosofia afirma que todos os
homens por nascimento são divinos, e “portanto, com o tempo,
todos se tornam cristos” 1'.
Contudo, a mais clara exposição da crença teosófica com
relação a isso foi a que deu Rogers, sumarizando-a como se
segue.
“A maioria dos leitores concorda em que existiu de fato
um líder mundial, que ficou conhecido como o Cristo, e que
64 O império das Seitas IV
Introdução
O espiritismo, em suas variadas formas, é inegavelmente
uma das crenças religiosas mais populares do nosso tempo.
Abrange desde crenças tão antigas como a transmigração das
almas, do h,induísmo, com sua lei do carma, até os modernos
fenômenos espíritas que tiveram início em meados do século
XIX, com as irmãs Margaret e Kate Fox.
O Brasil é um campo fértil para o espiritismo. A propensão
mística de seu povo tem feito que aqui proliferem diferentes
formas de espiritismo. Algumas religiões de origem tão di-
versa como as que foram trazidas da África pelos escravos
e as que vieram do Oriente a partir da virada do século pos-
suem, em seu corpo de doutrinas, crenças comuns, como a
reencarnação ou a comunicação com os mortos.
Os principais grupos religiosos ligados diretamente ao es-
piritismo no Brasil são classificados em duas grandes cate-
gorias: o alto espiritismo — de origem kardecista, incluindo
a Federação Espírita Brasileira — e o baixo espiritismo, nome
genérico dado aos cultos religiosos de origem africana que,
chegando ao Brasil, incorporaram, com o passar do tempo,
78 Império das Seitas IV
Miguel A. Albanez
O Espiritismo e a Bíblia
Allan Kardec arroga ao Espiritismo a condição de ser a
terceira revelação de Deus, que vem complementar a revelação
iniciada com o Velho Testamento, por meio de Moisés, e com
o Novo Testamento, por meio de Jesus:
“A lei do Antigo Testamento está personificada em Moi-
sés; a do Novo Testamento está personificada cm Cristo; o
Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não
personificada em nenhum indivíduo, porque ele é o produto
de ensinamento dado, não por um homem, mas pelos espí-
ritos, que são as vozes dos céus, sobre todos os pontos da
terra, e por uma multidão inumerável de intermediários...”
Em outro trecho, Allan Kardec afirma que “o Cristianismo
e o Espiritismo ensinam a mesma coisa”. '״O Cristianismo
ortodoxo e histórico se fundamenta na Bíblia, a revelação de
Deus aos homens; logo, se 0 Espiritismo de fato ensina as
mesmas doutrinas que o Cristianismo, não haverá melhor forma
de conferir a veracidade dessa afirmação senão por um con-
fronto entre o que diz o Espiritismo e o que ensina a Bíblia.
É evidente também que se o Espiritismo é uma revelação
que procede de Deus, então ela deve confirmar as duas re-
velações anteriores e não contradizê-las. Entretanto, quando
comparadas, verifica-se que o Espiritismo ensina o oposto
do Cristianismo. Além disso, o Espiritismo também nega a
inspiração divina e a infalibilidade da Bíblia. Eis o que Kar-
dec diz a respeito das Escrituras:
"A Bíblia contém evidentemente narrativas que a razão,
desenvolvida pela ciência, não poderia aceitar hoje em dia;
igualmente, contém fatos que parecem estranhos e repugnan-
tes, porque se ligam a costumes que não são adotados... A
ciência, levando suas investigações até as entranhas da terra,
e à profundeza dos céus, tem pois demonstrado de modo ir-
recusável os erros da Gênese mosaica tomada à letra, e a im-
possibilidade material de que as coisas se hajam passado tal
como estão relatadas textual mente... Incontcstavelmente, Deus,
que é todo verdade, não pode induzir os homens ao erro, nem
consciente, nem inconscientemente, pois então não seria Deus.
E, pois, se os fatos contradizem as palavras que a ele são
atribuídas, necessário se torna concluir, logicamente, que ele
nâo um pronunciou, ou que elas foram tomadas em sentido
diverso... Acerca desse ponto capital, ela [a ciência! pôde.
88 Império das Seitas IV
3. Ele ensina:
"... mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai
enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e
vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito( ״Jo 14.26,)
4. Ele cham a e comissiona homens para cuidarem do rebanho de Deus:
“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito
Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a
que os tenho chamado.” (At 13.2.)
“Atendei por vós e por todo 0 rebanho sobre o qual o Es-
pírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja
de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue." (At
20.28.)
5. Pode-se pecar contra o Espírito Santo:
“Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão per-
doados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não
será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o
Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém fa-
lar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem
neste mundo nem no porvir." (Mt 12.31,32.)
“ Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu
coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando
parte do valor do campo?” (At 5.3.)
Também a divindade do Espírito Santo é revelada em vá-
rios textos bíblicos. Os quatro atributos distintivos da divin-
dade são aplicados a ele nas seguintes passagens:
1. Eternidade
"... muito mais 0 sangue de Cristo que, pelo Espírito
eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purifi-
cará a nossa consciência de obras monas para servirmos ao
Deus vivo,” (Hb 9.14.)
2. Onipresença
“ Para onde me ausentarei do teu Espírito? para onde fu-
girei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha
cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo
as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda
lá me haverá de guiar a tua mão e a tua destra me susterá.”
(SI 139.7-10.)
Espiritismo 121
3. Onisciência
“ Mas Deus no-Io revelou pelo Espírito; porque o Espírito
a todas as cousas perscruta, até mesmo as profundezas de
Deus. Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem,
senão o seu próprio espírito que nele está? assim também as
cousas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de
Deus.” (1 Co 2.10.)
"... mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai
enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e
vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." (Jo 15.26.)
4. Onipotência
"Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo
e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por
isso também o ente santo que há de nascer, será chamado
Filho de Deus.” (Lc 1.35.)
O Espírito Santo também é associado ao Pai e ao Filho
em nível de igualdade;
a. na ordenança do batismo: “ Ide, portanto, fazei disci-
pulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28.19);
b. na bênção apostólica; “A graça do Senhor Jesus Cristo,
e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam
com todos vós.” (2 Co 13.13);
c. no batismo de Jesus; “ Batizado Jesus, saiu logo da água,
e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba, vindo sobre eles. E eis uma voz dos
céus, que dizia; Este é o meu Filho amado, em quem me com-
prazo.” (Mt 3.16,17.)
Ademais, existem pelo menos mais duas razões por que
o Espiritismo não poderia jam ais ser o Consolador pro-
metido. A primeira é que, quando Jesus disse: “ Eu rogarei
ao Pai e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
convosco para sempre” (Jo 14.16), a palavra por ele usada,
traduzida como “outro”, é, no original, allos, que significa
“outro da mesma espécie”.“ Em vista do fato de que Jesus
promete outro Consolador, e este deve ser da mesma espécie
que ele, conclui-se, portanto, que o Consolador prometido,
o Espírito Santo, é uma pessoa, e não uma mera influência
ou uma coletânea de ensinos, e que além disso é uma pessoa
divina.
122 Império das Seitas IV
dem, a partir desta vida, se elevarem tão alto que não te-
merão mais a queda no lodaçal".* Portanto, “quanto mais
o homem avança na sua vida atual, menos as provas seguintes
são longas e penosas’’.96
Vê-se, pelo que acima foi exposto, que o espírito, embora
leve consigo numa existência atual a dívida cármica de uma ou
mais existências anteriores, está sempre progredindo. Todavia,
se é verdade que há milhares de anos vem-se dando um con-
tínuo processo de desenvolvimento dos espíritos, por que é que
não se observa então uma melhora moral constante na huma-
nidade? Se os espíritos não podem degenerar-se, mas sempre
progridem, mesmo que uns com mais lentidão e outros com
maior rapidez, por que então a humanidade presencia um con-
tínuo crescimento do mal? Por que os seres humanos, ao invés
de terem aprendido a fazer o bem ao longo dessa quase infinita
marcha para 0 progresso, mostram-se, ao contrário, intolerantes
e impiedosos com os seus semelhantes? Pode-se argumentar que
0 mundo tem experimentado um desenvolvimento técnico cres-
cente. porém, o que é feito do progresso moral, apregoado por
Kardec, que deveria acompanhá-lo?
Ao lado da evolução tecnológica, o homem experimenta
uma patente involução moral, demonstrando que, ao contrá-
rio do que ensina o Espiritismo, se os espíritos hipotética-
mente se reencarnam, então eles, na verdade, estão regredindo
ao invés de se aperfeiçoarem sempre. As provas do cresci-
mento do mal estão estampadas nas páginas da história: nunca
antes do século XX haviam sido deflagrados conflitos mun-
diais como as duas grandes guerras, que deixaram em seu
rastro um saldo de milhões de mortos. Crescem também
a cada dia, em nosso país e em todo o mundo, os índices
de violência, o tráfico de drogas e outros males, muitos dos
quais jamais sonhados em gerações anteriores.
O que se observa é o cumprimento da profecia bíblica que
descortina o futuro:
do povo para a idolatria por falsos profetas (Dt 13.5-10), rebeldia dos filhos
(Dt 21.8-21) e adultério c estupro (Dr 22.2124 ;־Lv 20.10).
46. F. F. Bruce. Merece Confiança o Novo 7estamento?, Edições Vida
Nova, São Paulo, s.d., 2,a cd,, dczcmbro/90.
47. John Snyder, Rccncarnaçüo ou Ressurreição?, Edições Vida Nova,
1985, p. 63ss.
48. Allan Kardee, O Livro dos Espíritos, item 625.
49. Ibidem, item 627.
50. Liem, Obras Póstumas.
51. Allan Kardee, O Evangelho Segando o Espiritismo, cap. XIX, 12r
52. Idem, Terceira Parte, II.
53. Allan Kardee, A Gênese, cap. XV, 2.
54. Ibidem, cap. XV. 48.
55. Ibidem, cap. XV. 47.
56. Ibidem.
57. Ibidem, cap, XV. 2.
58. Idem, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, 4.
59. Idem, A Gênese, cap. I, 20,
60. Vcr A. T, Robertson, ttbrd Pictures in the New Testament, Baker
Book House, Grand Rapids, s.d,. p, 252. Cf. também Richard Trench,
Synonims o f the New Testament, Ecrdmans, Grand Rapids, p. 357-61.
61. Allan Kardee, O Livro dos Médiuns, cap. XXV, 269, 270.
62. Idem, O que é o Espiritismo, FEB, Rio de Janeiro, s.d., 22.a cd.,
p. 140,
63. Oscar G. Qucvcdo, Os Mortos Interferem no Mundo?, vol. 4, pp.
23-57.
64. Ibidem, p. 90-
65. Ibidem, p. 92.
66. Allan Kardee, A Gênese, cap. VI, 25.
67. C. Flammarion, citado por Oscar G. Qucvcdo. op. cit., p. 248.
68. Allan Kardee, O Livro dos Espíritos, cap. Ill, 55.
69. Ibidem, cap. IV, 188, nota 1.
70. Op. cit., FEB. Rio dc Janeiro, 1964, p. 66ss.
71. Allan Kardee, A Gênese, cap. VI, 27.
72. Francisco Cândido Xavier, No\as Mensagens do Espírito de Hum-
berto de Campos, FEB, Rio de Janeiro, 1940, pp. 57-68.
73. Walter Martin, The Kingdom o f the Cults, edição original cm in-
glôs, Bethany House Publishers, 1985, p. 232.
74. Allan Kardee, O Livro dos Espíritos, introdução, VI,
75. Ibidem, Introdução, XII.
76. Allan Kardee, O Livro dos Espíritos, Introdução, XII.
77. Idem, A Gênese, FEB, Rio dc Janeiro, s.d.
78. Idem, O Livro dos Médiuns, FEB. Rio dc Janeiro, s.d.
79. Ibidem.
80. Idem , O Livro dos Espíritos, Introdução, VI,
81. Ibidem, Introdução, XII,
82. Idem, O que é o Espiritismo, FEB, Rio dc Janeiro, 22.3 ed,, s.d.,
p. 138.
Espiritismo 153
I. In tro d u çã o
O Brasil é considerado hoje o maior país espírita do
mundo, com cerca de 5.500 centros espíritas espalhados pelo
território nacional.' O número de terreiros ligados aos cultos
afros é ainda muito maior.
O assassinato do garoto Evandro em Guaratuba, Paraná,
barbaramente sacrificado num ritual satânico, revela um qua-
dro assustador e doentio de certos segmentos da espiritualidade
brasileira que cresce a cada dia, ameaçando adultos e crian-
ças.2A imprensa não hesita em ligar esses atos sórdidos a cer-
tos adeptos do culto afro. Tal situação exige uma ação urgente
das autoridades constituídas.
A macumba chegou até aos porões da Casa da Dinda, du-
rante a gestão do ex-presidente Fernando Collor. Muitos ani-
mais foram mortos em rituais satânicos ali.’
Em 22 de março de 1993, o jornal O Globo informou que
Brasília, conhecida como a “cidade mística”, abriga 2.563 ca-
sas de candomblé e umbanda. O artigo trazia ainda uma lista
156 0 Império das Seitas IV
veis longe, e paz também aos que estavam perto; porque, por
ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito’’.
Não pode ser esquecido também que os filhos-de-santo, uma
vez comprometidos com os orixás, vão viverem constante medo
de suas represálias ou punições. Note um trecho de uma entre-
vista no livro de Reginaldo Prandi:
4,O P esquisador— Gostaria de perguntar o seguinte: desde
que há regras, quando a regra é quebrada, quem pune essa ação?
“M ã e Ju ju — O próprio santo, ou a mãe-de-santo: “Olha,
você não venha mais aqui, não venha fazer isto aqui que está
errado, quando você estiver bêbado, ou quando você estiver
bebendo, não venha mais dar santo aqui, não venha desrespei-
tar a casa”.
" O Pesquisador — Como é a punição do orixá? Será que
eu poderia resumir assim: doença, morte, perda de emprego,
perder a família, ficar sem nada de repente e sem motivo apa-
rente, enlouquecer, dar tudo errado, a própria casa-de-santo
desabar, isto é, todo mundo ir embora...?
" Todos — Isso.”51
Além do constante medo de punições em que vive o devoto
do orixá, ele deve ainda submeter-se a rituais e sacrifícios nada
agradáveis a fim de satisfazer os deuses. Quanto a isso, são im-
portantes as informações de Reginaldo Prandi, novamente:
“No candomblé, sacrifício diz respeito ao sacrifício da mor-
tificação do coipo, flagelação, abstinência e punições da lama
exigidas preceitualmente, O iniciado fica isolado do mundo
durante as obrigações, é submetido ao silêncio, anda de cabeça
baixa, tem a cabeça raspada e sofre incisões no couro cabeludo,
no alto da cabeça, por onde entrará o orixá no momento exato
da feitura... come com as mãos, dorme em esteiras no chão
duro... É obrigado a banhar-se com o abô, que é um líquido
putrefato, resultante da decomposição de folhas sagradas tri-
turadas em água, a que se acrescenta sangue dos sacrifícios,
e que se acredita conter o axé dos deuses. Quanto mais ver-
mes houver no abô, crê-se, tanto mais axé. Bebe-se também
deste abô. A permanência do iniciante nas dependências do
templo por ocasião das obrigações, que em São Paulo duram
21 dias na fase da feitura, tem de ser sustentada pelo próprio
iniciante. Uma quase interminável lista de despesas para quem
ganha tão pouco e vive tão mal e que só a crença justifica...”.
O relacionamento com o Deus da Bíblia é completamente
diferente. Ele é um Pai amável que “conhece a nossa estrutura
A Bíblia e os Cultos Afro-Brasileiros 169
ram, novos deuses que vieram a pouco dos quais não se estre-
meceram seus pais. Olvidaste a Rocha que te gerou; e te
esqueceste do Deus que te deu o ser” (Dt 32.17,18). O apóstolo
Paulo também nos exortou sobre esse assunto quando escreveu
aos cristãos de Corinto, dizendo: “Que digo pois? que o sacri-
ficado ao ídolo é alguma cousa? ou que o próprio ídolo tem
algum valor? Antes digo que as cousas que eles sacrificam, é
a demônios que as sacrificam, e não a Deus; e eu não quero
que vos torneis associados aos demônios. Não podeis beber
o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser par-
ticipantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Co
10.19-21).
D. Enfrentando a Morte
A sentença da morte dada aos primeiros pais no jardim do
Éden (Gn 3.19) e transferida a nós (Rm 5.12), continua sendo
ainda uma inimiga implacável. Não nos conformamos com a
morte e ela é sempre um assunto desagradável. Felizmente, de
acordo com a Palavra de Deus, temos a certeza de que ela um
dia desaparecerá: “ E lhes enxugará dos olhos toda a lágrima,
e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem
dor, porque as primeiras cousas passaram” (Ap 21.4).
Ao dialogar com os adeptos do culto afro ou ler suas pu-
blicações, percebe-se que os orixás têm medo da morte. Quando
um filho-de-santo está próximo da morte, o seu orixá pratica-
mente o abandona. Essa pessoa não entra mais em transe, pois
o orixá procura evitá-la. Roger Bastide diz o seguinte sobre esse
assunto:
“O orixá, com efeito, pode abandonar o indivíduo, voltar,
tornar a partir, sendo que abandona o corpo muitos dias antes
da morte, tanto se amedronta com os arrancos da agonia.”
Que pena! A pessoa passa grande parte de sua vida numa
dedicação total ao seu orixá, sacrificando-se tanto para cum-
prir suas obrigações, o que implica num investimento de tempo,
dinheiro e várias outras coisas, e no fim da vida, no momento
que mais precisa dele, é por ele abandonado. Bastide acrescenta:
“ Pois no momento da agonia, os orixás aterrorizados fo-
gern o mais longe possível.”
Na fé cristã passa-se exatamente o contrário. Jesus prome-
teu estar com os seus até o fim: ”... E eis que estou convosco
172 O Império das Seitas IV
F. A Verdadeira Liberdade
Sem dúvida muitas pessoas hesitam em abandonar os ter-
reiros, pois foi-lhes dito que se o fizerem, sofrerão consequências
desastrosas. Giselle Cossard-Binon confirma:
“ Pode acontecer que a fé da yawo vacile. Ela se cansa, não
observa mais as proibições, frequenta menos assiduamente o
terreiro, não comparece mais nos dias de festa, insurge-se con-
tra a autoridade absoluta de seu pai-de-santo. Corre então o
risco de ser cruelmente castigada.”
Certamente que qualquer pessoa que quiser desvencilhar-
se do jugo dos orixás para encontrar a liberdade espiritual e
uma nova vida em Cristo poderá fazê-lo sem qualquer temor,
pois a Palavra de Deus afirma: “ Para isto se manifestou o Filho
de Deus, para destruir as obras do diabo” (1 Jo 3.8). O próprio
Jesus disse: “ E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.
Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”
(Jo 8.32,36).
Foi isso o que aconteceu com Georgina Aragão dos Santos,
ex-mãe-de-santo. Sua transformação foi contada pelo bispo Ro-
174 O Império das Seitas IV
As Seitas no
Campo
Missionário
Em nosso estudo de cada seita, mencionamos em que elas
sempre encontram melhor aceitação entre aqueles que já co-
nhecem o evangelho. Os crentes novos, os cristãos nominais
e os que possuem apenas um conhecimento superficial das
Escrituras aceitam com mais facilidade as doutrinas delas.
Nos Estados Unidos, elas se acham em evidência por toda
a parte. Seus adeptos realizam intensas campanhas de divul-
gação, ansiosos que estão para atingir o alvo que eles tanto
ambicionam: ter prestígio e ser reconhecidos como denomi-
nações cristãs. Contudo, no campo missionário, a situação
é bem diferente. E é disso que vamos nos ocupar agora.
Em meados de 1958, tive oportunidade de participar de uma
equipe de conferencistas que realizariam palestras nos campos
missionários, patrocinada pela Visão Mundial, então presidida
pelo Dr. Bob Pierce. O objetivo dessas reuniões era oferecer
ajuda a pastores, missionários e outros obreiros cristãos, na Ásia
e África. Nessas viagens, aprendi muito acerca dos métodos
empregados pelas seitas no exterior. Descobri que, ao contrário
do que acontece nos Estados Unidos, de modo geral, ao chegar
num lugar, elas preferem permanecer no anonimato, só se iden-
tifícando depois que já estabeleceram ali uma cabeça de ponte.
Essa medida é muito importante em locais onde o trabalho mis-
לי8 O Império das Seitas IV
Pioneiros 536.508
Congregações 63.018
Total de horas gastas em estudos bíblicos 895.229.424
Valor gasto em manter pioneiros US$34.302.428,21
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Bibliografia
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Betânia
Leitura para uma vida bem-sucedida
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