Atividades Lúdicas
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O Objetivo deste Curso é demonstrar a importância das
atividades lúdicas e recreativas durante o processo de
ensino-aprendizagem e do desenvolvimento das crianças.
Assim, vamos iniciar falando sobre ludicidade. O que você
entende por ludicidade?
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LUDICIDADE
Ludicidade é um termo que tem origem na palavra latina “ludus”, que significa
jogo ou brincar. Na educação, usamos o conceito do lúdico para nos referir a jogos,
brincadeiras e qualquer exercício que trabalhe a imaginação e a fantasia.
A ludicidade é um instrumento potente para o processo de ensino-aprendizagem
em qualquer nível de formação, porém sua presença é mais marcante na Educação
Infantil. Isso porque, na infância, a forma como a criança interpreta, conhece e opera
sobre o mundo é, naturalmente, lúdica.
Vamos falar aqui sobre a importância de valorizar e incentivar o uso da ludicidade
na educação, para que, por meio das brincadeiras, a criança e ou adolescente
desenvolva melhor suas habilidades cognitivas, sociais e psicomotoras. As
Atividades Lúdicas pode elevar o nível de concentração das crianças, assim
promovem facilmente a assimilação do conhecimento.
Habilidades Cognitivas
CARDOSO, M. C. Baú de memórias: representações de ludicidade de professores de educação infantil /Programa Pós- Graduação-
Mestrado em Educação/FACED/UFBA. – 2008.170 f.
FORTUNA, T. R. Jogo em aula: recurso permite repensar as relações de ensino-aprendizagem. Revista do Professor, Porto Alegre, v.
19, n. 75, p. 15-19, jul./set. 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996.
LUCKESI, Cipriano. Ludicidade e atividades lúdicas: uma abordagem a partir da experiência interna. Disponível em:
http://www.luckesi.com.br/artigoseducacaoludicidade.htm. Acesso em: 16-08-2013.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Atividades lúdicas para educação infantil. Conceitos, orientação e práticas. Petrópolis, Vozes, 2008.
Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.
MUITO OBRIGADO!!!!
O conteúdo desse curso foi
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Professora Me Sueli Julioti
ATIVIDADES LUDICAS
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Em continuidade ao Curso Atividades Lúdicas, vamos buscar
em nossas memórias as brincadeiras de nossa infância, aquelas
que chamamos de brincadeiras tradicionais.
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BRINCADEIRAS
TRADICIONAIS
As brincadeiras tradicionais fazem parte do folclore infantil, trazem consigo parte
da cultura popular, pois são transmitidas oralmente, guardam a produção espiritual
de um povo em certo período histórico, estando sempre em transformação,
incorporando criações de novas gerações que venham a sucedê-las. Se por um
instante pararmos para pensar em uma brincadeira, lembraremos daquelas que
fizeram parte de nossa infância, pois, por meio destas brincadeiras, aprendemos a
dividir, cooperar, ganhar ou perder.
Valorizar a história e a cultura das brincadeiras das gerações anteriores pode vir
a ser uma forma de apresentar as crianças de hoje um conhecimento que lhe
proporcionará o desenvolvimento físico, social e corporal, promovendo assim uma
reflexão sobre o papel do idoso e o que ele pode contribuir para as novas gerações.
Assim, os idosos são hoje portadores de uma grande sabedoria que muitas
vezes não é valorizada pelas crianças, as quais preferem assistir desenho animado
ou jogar vídeo game ao invés de escutar as histórias e brincadeiras de seus avôs.
Assim, promover o resgate das brincadeiras por meio de uma proposta
intergeracional que possibilite a elaboração de vivencias e a exploração de
brincadeiras tradicionais, visando a valorização do conhecimento do idoso, passa a
ser uma estratégia de aprendizagem excelente dentro do espaço escolar, para
nossas crianças, que não tem o hábito de brincar mais. É papel da escola
proporcionar um ambiente no qual o brincar faça parte, sendo que ele não deve e
nem pode ficar restrito somente ao recreio, pois negar o universo simbólico lúdico,
sob o argumento de que esse não é o papel da instituição escolar, é negar o trajeto
do desenvolvimento humano e sua inserção cultural.
Negar isso é desviar a função da escola do processo de construção de valores e
de um sujeito crítico, autônomo e democrático. É negar, principalmente, as
possibilidades da criatividade humana (VASCONCELOS, 2006, p.72).
A escola precisa trabalhar como espaço possibilitador do resgate e valorização de
brincadeiras tradicionais que vêm se perdendo com o tempo, brincadeiras que são
de grande importância para construção de conhecimentos e habilidades que, muitas
vezes, não são possíveis de se alcançar com as brincadeiras atuais que muitas
vezes não exigem muito das crianças ou de brinquedos que fazem praticamente
tudo por elas.
De acordo com Colhante et al. (2012), a urbanização e a industrialização têm
diminuído os espaços apropriados para se brincar, o que seria também uma das
razões para o desaparecimento das brincadeiras tradicionais, já que sem um espaço
para serem postas em prática, estas acabam caindo no esquecimento, fazendo com
que algumas delas não façam mais parte do repertório cultural das crianças.
Como já afirmei, trago aqui Kishimoto (1997) que descreve as brincadeiras
tradicionais infantis como folclóricas, uma parte da cultura popular, e esta cultura vem
sofrendo algumas mudanças devido às transformações sociais e tecnológicas, sendo
que a escola está incluída nessas transformações. Por estes motivos e por observar
que muitas vezes as brincadeiras não têm estado presente ou não lhe é dada a
devida importância nas atividades escolares para o desenvolvimento integral e
cultural da criança, é que propomos buscar o resgate das brincadeiras/jogos
tradicionais no interior das escolas.
As brincadeiras são um dos elementos fundamentais para construção dos
conhecimentos necessários a vida em sociedade, como afirmam os autores como
Vygotsky (1989), Kishimto (1998) e Oliveira (2000), a forma como as crianças
brincam refletem sua forma de ver, viver, entender e aprender o mundo. Sendo
assim, é de suma importância o seu resgate no ambiente escolar. Assim, sugiro a
vocês que buscam melhorar suas práticas que trabalhem um projeto de resgate das
brincadeiras tradicionais.
Trabalhar com esse projeto de resgate das brincadeiras tradicionais, pode
estimular a interação e a socialização dos alunos, desenvolvendo o interesse e a
curiosidade por meio das atividades desenvolvidas ao longo do projeto, resgatando a
cultura popular e reconhecendo a brincadeira como elemento do desenvolvimento
infantil.
Relacionar-se com essas brincadeiras é importante para conhecer de onde
viemos e a cultura de cada região. Repito aqui que as crianças aprendem, a dividir,
cooperar, ganhar ou perder. O precisamos fazer da escola o território do brincar,
fazer o trabalho de escuta, intercâmbio de saberes, registro e difusão da cultura
infantil.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
COLHANTE, Carolina Cardoso et al. Resgatar o brincar tradicional: uma contribuição à formação de professores. Disponível em:
<http://doceinfancia2.blogspot.com.br/2013/03/ola-pessoal-estamos-disponibilizando.html.pdf>. Acesso em: 15.01.2020.
FRIEDMANN, Adriana. Jogos tradicionais. Série Ideias, São Paulo: FDE, n.7, p.54-61. 1995.
FANTIN, Mônica. No mundo da brincadeira: jogo, brincadeira e cultura na Educação Infantil. 2. ed. Florianópolis: Cidade Futura, 2000.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1998. 2ª ed. Disponível em:
file:///C:/Users/cliente/Downloads/10745-32465-1-PB.pdf. Acesso em: 15.01.2020
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Vera B. (org.). O Brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis: Vozes, 2000. Disponível em:
https://indicalivros.com/pdf/o-brincar-e-a-crianca-do-nascimento-aos-seis-anos-vera-barros-de-oliveira. Acesso em 15.01.2020
VASCONCELOS, Mario Sérgio. Ousar Brincar. In: ARANTES, Valéria Amorim (Org.). Humor e alegria na educação. São Paulo:
Summus, 2006.
VYGOTSKY, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. Disponível em:
http://chafic.com.br/chafic/moodle/file.php/1/Biblioteca_Virtual/Temas_educacionais/Lev._Vygotsky_- A_formacao_social_da_mente.pdf.
Acesso em: 15.01.2020
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Em continuidade ao Curso Atividades Lúdicas, vamos abordar a classificação dos
jogos. Sabendo que, segundo Piaget o jogo possui estreita relação com a construção
da inteligência.
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CLASSIFICAÇÃO
DOS JOGOS
intelectuais (cartas, xadrez) em que há competição dos indivíduos (sem o que a regra seria inútil)
e regulamentadas quer por um código transmitido de geração em geração, quer por acordos
a existência de parceiros e de "certas obrigações" comuns (as regras), o que lhe confere um
caráter eminentemente social.
Segundo Piaget (1971, p.185) as regras é a atividade lúdica dos ser socializado e
começa a ser praticado por volta dos 7 anos, quando a criança abandona o jogo
egocêntrico das crianças menores, em proveito de uma aplicação efetiva de regras e
do espírito cooperativo entre os jogadores.
O jogo na criança, inicialmente egocêntrico e espontâneo, vai se tornando cada
vez mais uma atividade social, na qual as relações individuais são fundamentais.
Já no que diz respeito aos estudos de Vygotsky (1984), o jogo é considerado um estímulo à criança
no desenvolvimento de processos internos de construção do conhecimento e no âmbito das interações
com os outros. O autor, que se aprofundou no estudo do papel das experiências sociais e culturais a
partir da análise do jogo infantil, aponta que no jogo, a criança transforma pela imaginação os objetos
produzidos socialmente.
A teoria de Vygotsky (1984) afirma que toda atividade lúdica da criança possui regras. A situação
imaginária em qualquer forma de brinquedo já contém regras que demonstram características de
comportamento, mesmo que de forma implícita. Para esse autor, o jogo é o nível mais alto do
desenvolvimento na fase pré-escolar, e é através dele que a criança se move.
Nesse sentido, Vygotsky (Apud Rau, 2007, p.76) destaca que o jogo é fundamental para o
desenvolvimento cognitivo, pois "o processo de vivenciar situações imaginárias leva a criança
ao desenvolvimento do pensamento abstrato, quando novos relacionamentos são criados no
jogo entre significações e interações com objetos e ações".
A partir das teorias de Piaget e Vygotsky entende-se que é preciso refletir sobre o papel do
educador ao utilizar o lúdico como recurso pedagógico, o que lhe possibilita o conhecimento
sobre a realidade lúdica da criança, sobre seus interesses e necessidades.
Assim, ao utilizar o jogo como recurso pedagógico, o educador deve considerar a
organização do espaço físico, a escolha dos objetos e dos brinquedos e o tempo que o jogo irá
ocupar em suas atividades diárias na escola. Esses pontos são definidos como requisitos
básicos, fundamentais, para o trabalho com o lúdico no processo de desenvolvimento cognitivo
infantil.
O entendimento sobre os aspectos favorecidos por meio do lúdico como recurso pedagógico
vem ao encontro da necessidade de simbolização das vivências cotidianas pela criança...
...facilitando que diferentes linguagens, verbais e não verbais socializadas e idealizadas,
transformem-se em um instrumento do pensamento. "Entende-se que o pensamento é
formado por relações e que o homem passa por meio de símbolos, construídos nas
relações dialéticas com o mundo cultural, social e físico". (RAU, 2007, p. 78).
Ao tratar desse assunto Vygotsky (1984) discorre que a criança precisa de tempo e
espaço para identificar e construir sua própria realidade e a realiza por meio da prática da
fantasia. Para o autor, a imaginação na ação, ou o brinquedo, é a primeira interação da
criança no campo cognitivo o que permite ultrapassar a dimensão perceptiva motora do
comportamento.
Na infância, as linguagens expressivas subjetivas dão formas às vivências
cotidianas e as transforma em pensamento, numa construção dialética, sistematizando
os processos primários, básicos ou elementares, em processos complexos. Ao passar
por esse processo a criança apropria-se da cultura, tornando-se parte dela, e a
representação simbólica, segundo essa teoria, possibilita a interiorização do mundo que
a rodeia.
Os estudos de Kishimoto (1999, p. 37), apontam a "necessidade da criação de
espaços como salas de jogos e cantos que permitam às crianças ter mais liberdade e
possibilidades diferentes nos seus movimentos, bem como investir na atividade de
exploração".
Os espaços criados, recriados ou construídos nas instituições educativas
contribuem de forma significativa, oportunizando as crianças inúmeras
aprendizagens.
Precisamos educar nosso olhar para a prática educativa envolvendo o jogo. Não
basta o professor somente ter a noção de que se faz necessário o jogo na educação
das crianças, deixando-as a jogar. É importante criar situações de incentivo ao jogo,
fazendo com que estas identifiquem e reflitam sobre o processo de ensino
aprendizagem que o jogo pode proporcionar.
De acordo com Kishimoto (1999, p. 11):
(...) o jogo e a criança caminham juntos desde o momento em que se fixa a imagem da
criança como um ser que brinca. Portadora de uma especificidade que se expressa pelo ato
geração.
Ainda complementando a fala, Santos et al. (2010, p. 104) esclarece que "a brincadeira
é a atividade mais nobre da infância", e recusar o seu papel na escola é talvez renegar a
______. Et al. A Psicologia da Criança. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1969.
SANTOS, Jandira. I. G. et al. Ludicidade, Espaço e Aprendizagem: uma relação possível. In: Voos, Jordelina. B. A. e Becker, Rosana
(Org.). Diálogos e Trajetórias: Da perspectiva individual à docência compartilhada. São Paulo: All Print, 2010.
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Agora, em continuidade ao Curso Atividades Lúdicas, iremos abordar os jogos
online e digitais. Percebemos cada vez mais, que educar vai muito além dos
clássicos giz e lousa da sala de aula. Utilizar jogos online e digitais que aliam
aspectos lúdicos a conteúdos pedagógicos auxiliam tanto no processo de
aprendizagem quanto no desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.
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JOGOS ONLINE
E DIGITAIS
Jogos online são aqueles jogados via Internet. Já o jogo digital é um termo
genérico que se refere a jogos eletrônicos, desenhados para serem jogados num
computador, notebook ou outro dispositivo tecnológico, assim pode ser definido
como um jogo onde existe interação entre humano e computador.
A IMPORTÂNCIA DOS
JOGOS DIGITAIS NA
EDUCAÇÃO
definidos e ensinar conteúdos das disciplinas aos usuários, ou então, promover o desenvolvimento de
estratégias ou habilidades importantes para ampliar a capacidade cognitiva e intelectual dos alunos. Os
jogos educativos digitais possibilitam ao aluno uma aprendizagem de forma mais atraente do que as
práticas pedagógicas tradicionais, uma vez que acontece de forma lúdica. Com o jogo as crianças
aprendem a trabalhar em equipe e interagir de maneira mais efetiva. Além disso, devido à constante
digitais educativos, a dificuldade que a maioria dos professores tem para encontrar e selecionar
um bom jogo, mesmo porque os educadores estão diante do desafio de educar crianças que
tecnologia pode apresentar diferentes benefícios para os alunos e até mesmo para a equipe
aluno, da gestão e até mesmo dos espaços físicos, estrutura da sala de aula e modificação
GULARTE, D. Jogos eletrônicos: 50 anos de interação e diversão, 2010, Novas Ideias, Teresópolis, RJ.
KISHIMOTO, Tizuko, Morchida et. al. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1999.
LEMOS, REGIANE F. O uso dos Jogos Digitais como atividades didáticas no 2º ano do ensino fundamental, 2016.
<https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/168860/TCC_Lemos.pdf> Acesso em 26 jan. 2020
LORENZONI, M, Gamificação: o que é e como pode transformar a aprendizagem, 2016 <http://info.geekie.com.br/gamificacao/> Acesso
em 24 fev. 2020
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Abordaremos as diferentes linguagens lúdicas dentro do Curso de Atividades
Lúdicas. Faremos uma reflexão sobre algumas das múltiplas linguagens presentes
na educação das crianças. Veremos a importância e as possibilidades de trabalhar
essas formas de comunicações e expressões como linguagem na educação.
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AS DIFERENTES
LINGUAGENS LÚDICAS
Aqui veremos quatro múltiplas linguagens presentes no cotidiano da educação, são elas,
a linguagem oral, a contação de história, a linguagem audiovisual e a linguagem por meio das
artes visuais (pintura, colagem, modelagem).
A linguagem oral é um dos eixos norteadores da ação pedagógica com os estudantes. É
por meio da linguagem que todos se comunicam e interagem com o mundo ao seu redor
constituindo-se e desenvolvendo-se. Porém não focaremos essa discussão apenas na
linguagem oral, e sim nas possibilidades de desenvolvimento e ampliação dessa linguagem.
Ela faz parte do cotidiano das crianças e dos adultos, logo, está presente em todos os
lugares, transmitindo ideias, vontades, sentimentos.
É necessário estabelecer práticas como, conversas com as crianças durante os
momentos de higiene, alimentação, nas rodas, isto é, interagir de forma a tornar
presentes na educação à linguagem oral. Quanto mais a criança puder falar em
diferentes situações como contar história, explicar uma brincadeira, solicitar ajuda,
contar o que fez em casa mais ela ampliará sua capacidade comunicativa. A
linguagem é a mediação entre o sujeito e o ambiente. Toda a fala é interação social.
Quanto mais enriquecemos a linguagem das crianças mais tornaremos seu
pensamento ágil, sensível e pleno.
Segundo Girardello (2003), a narrativa se torna presente logo cedo na vida dos
bebês, através de canções de ninar, da própria conversa da mãe com a criança, das
cantigas que muitas vezes contam histórias, como “o cravo brigou com a rosa” ou
“atirei o pau no gato”.
Acreditamos que dar continuidade a essas atividades, na escola é muito
importante, pois, desenvolve a linguagem, promove a imaginação, amplia o
repertório cultural das crianças e auxilia no desenvolvimento e construção subjetiva.
Quando pensamos em histórias, muitas vezes queremos que cada uma tenha
um significado, que como nos contos que trazem lições de moral, muitas vezes
damos a elas funções utilitário-pedagógicas, deixando de lado a prática de ouvir
histórias (contar histórias) como prática em si mesma, onde a criança aprenderá
novas palavras, organizará seu pensamento, sonhará, sentirá arrepios, medos,
terá possibilidade de vivenciar novos sentimentos, culturas, como no exemplo a
seguir que traz as manifestações das crianças ao “observar” a contação da
história.
É importante dar espaço e vez às crianças, para que elas comecem a vivenciar melhor essa
prática, pois esta leva a criança a “reorganizar a experiência subjetiva que tem dela mesma e de
sua relação com o outro” (Girardello, 2003). Ouvindo histórias sejam elas tiradas de livros ou
vivências significativas é que a criança aprenderá a construir narrativamente suas experiências
e assim se constituirá um sujeito cultural. Contar histórias é também um gesto de carinho para
com as crianças, encantá-las proporcionando momentos de muita ludicidade, é possibilitar a
viagem a diversos mundos onde a criança ampliará sua capacidade de imaginar, criar e
vivenciar momentos novos e aprender.
O recurso audiovisual possui uma linguagem própria que instiga uma interpretação
de seus diversos aspectos e recursos, sejam eles, projetados nos sons, cores,
personagens, cenários, roteiro etc. Ele é uma forma de diversão, no entanto, torna-se um
meio importantíssimo no processo de educar e aprender, pois, é rico em informações,
que prendem nossa atenção, devendo assim, ser analisado criticamente.
O recurso audiovisual na maioria das vezes tem uma linguagem temporal que é
diferente da real. Anos correm em apenas um minuto. Também por meio da análise de
produções audiovisuais que proporcionamos a educação do “olhar” do educando sobre
as imagens, filmes, programas, documentários, fotos etc.
Neste sentido, a reflexão sobre esse recurso é fundamental, porque retrata a
nossa sociedade em diversos tempos e, sobretudo, por tratar-se de uma produção
humana cuja ação está permeada de ideologias, questões políticas, econômicas.
Entendemos que na educação, além do encantamento que a linguagem áudio
visual proporciona, sobretudo, na exibição de desenhos animados, filmes ou clipes,
há uma série de informações daquilo que os olhos não podem ver; as imagens e o
som do recurso audiovisual é um suporte na compreensão do texto.
Ao assistir e ouvir a uma produção audiovisual a criança pode estabelecer uma relação com aquilo que conhece
e o que é novo para ela. Como quando colocamos o clipe da lagarta e da borboleta que começam a cantar a música
da borboletinha. A relação com o velho e o novo se estabelece e além da ampliação do seu repertório cultural, a
criança vai ampliando seu repertório de linguagem oral também. Nesse processo de aquisição de novas imagens,
sons e novas palavras com a mediação visual e musical, há um ganho muito significativo no processo de aquisição da
linguagem oral, pois é uma função primordial para o desenvolvimento da criança, já que além de promover aspectos
relacionados à sociabilidade e comunicação, esse processo pode promover também o conhecimento de mundo e o
pensamentos. Assim saliento a importância desse recurso na educação, não como mera
diversão ou passatempo para os dias de chuva e sim como uma rica fonte de conhecimento
e aprendizagens para as crianças.
E também exige da professora, enquanto mediadora, um conhecimento prévio
daquilo que estará trazendo ou oferecendo para as crianças assistirem, e mais, estar
junto, atenta, para poder discutir e muitas vezes se contrapor a determinados
valores, concepções ou falsas verdades que veiculam como verdades. Ou seja, uma
linguagens presentes na educação das crianças, ressaltando que ambas são artes plásticas, são
técnicas de representar figuras e imagens e que podem ser produzidas com a combinação de
As artes têm o poder de provocar os sentidos das pessoas, de nos “tirar do chão”. Diante
dessa magia, como não trabalhar essas linguagens com os estudantes de uma forma lúdica,
onde cada vez mais as crianças vivenciam suas infâncias em um espaço coletivo de educação e
FERREIRA, Manuela. Do “avesso” do brincar ou… as relações entre pares, as rotinas da cultura infantil e a construção da(s)
ordem(ens) social(ais) instituinte(s) das Crianças no Jardim-de-infância. In: _____. Sarmento, M.J. & CERISARA, A.B. (orgs.). Crianças
e Miúdos: Perspectivas Sócio Pedagógicas da Infância e educação. Edições ASA, Portugal, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática pedagógica. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GIRARDELLO, Gilka. Voz, Presença e imaginação: a narração de histórias e as crianças pequenas, 2003.
NOGUEIRA, Maria Cristina. Por que e como trabalhar com as imagens dos livros de literatura infantil. In_____: PÁTIO : revista
pedagógica. Porto Alegre: Artes Medicas, 2003.
OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de (Org.). Educação infantil: muitos olhares. São Paulo: Cortez, 1995.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VYGOTSKY, l. S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: _____, Vygotsky, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins
Fontes, 1984.
ZORZI, Jaime Luiz. Aquisição da Linguagem Infantil: desenvolvimento, alterações, terapia. São Paulo: Pancast, 1993.
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