Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Projeto Arquitetônico

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 186

Projeto

Arquitetônico
Carina Mariane Stolz

Laís Zucchetti
Projeto
Arquitetônico
Carina Mariane Stolz

Laís Zucchetti
Reitor: Marcelo Palmério

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Pró-Reitora de Ensino Superior: Inara Barbosa Pena Elias

Pró-Reitor de logística para Educação a Distância: Fernando César Marra e Silva

Capa e Editoração: Andresa G. Zam; Diego R. Pinaffo; Fernando T. Evangelista; Renata Sguissardi

Ficha catalográfica - Serviço de Biblioteca e


Documentação – Universidade de uberaba

S79p Stolz, Carina Mariane

Projeto arquitetônico / Carina Mariane Stolz, Laís Zucchetti. –


Uberaba: Universidade de Uberaba, 2016.

185 p. : il

ISBN:

1. Projeto arquitetônico. 2. Desenho (Projetos). I. Zucchetti,


Laís. II. Título.

CDD: 729

Ficha catalográfica realizada pela bibliotecária.


Este livro é publicado pelo Programa de Publicações Digitais da Universidade de Uberaba.
A história da hoje Universidade de Uberaba, Instituição sem fins lucrativos, manti-
da pela Sociedade Educacional Uberabense, remonta ao ano de 1940, quando Mário
Palmério funda o Lyceu do Triângulo Mineiro, com sede, inicialmente, na Rua Manoel
Borges. Com essa iniciativa, o educador dava os primeiros passos na direção de um
projeto muito mais ousado: dotar a pacata Uberaba da época, de uma escola voltada
para a oferta do ensino superior.

Até que a ideia se transformasse em realidade, Mário Palmério pôs em prática ou-
tras duas ações. Transferiu a sede do Lyceu, mais tarde chamado de Colégio Triângulo
Mineiro, para um conjunto de edifícios onde, hoje, funciona o Campus Centro e criou a
Escola Técnica de Comércio do Triângulo Mineiro.

Em 1947 o governo federal autorizou a abertura da Faculdade de Odontologia do


Triângulo Mineiro. Em menos de dez anos, outras duas escolas entraram em funciona-
mento: a Faculdade de Direito do Triângulo Mineiro, em 1951, e a escola de Engenharia
do Triângulo Mineiro, em 1956. Uberaba, então, passa a se projetar também em razão
de sua importante estrutura, voltada para o ensino superior, privilégio de poucas cida-
des mineiras, no início dos anos 50. Junto com essas importantes conquistas, veio a
necessidade de expansão da estrutura física. Por isso, em 1976, começou a funcionar o
Campus Aeroporto, instalado na Avenida Nenê Sabino.
Apresentação

Projeto
Arquitetônico
Carina Mariane Stolz; Laís Zucchetti;
Prezado aluno,

Seja muito bem-vindo à disciplina de Projeto Arquitetônico, ministrada pela professora


Doutora em Engenharia Civil Engª. Civil Carina Mariane Stolz e pela professora Mestre em
Engenharia Civil Arqª. Laís Zucchetti, ambas diplomadas pelo NORIE/UFRGS.

Vamos adentrar em um Universo muito interessante e instigante, explorar, aprender e com-


preender como se desenvolve um projeto arquitetônico, suas etapas, modos de representação
e visualização. Prepare-se para idealizar, criar e representar seus próprios projetos e soluções.

Vamos lá, anime-se!! Será desafiador imaginar um objeto ou obra e representá-la em


forma de projeto, com suas formas, dimensões e arranjos. A solução será sua, e você
poderá visualizá-la em sua prancheta de desenho, tomando forma e tornando-se não mais
apenas uma ideia, mas a representação gráfica de uma proposta de solução.

Para iniciar, vamos refletir sobre a visão de Gildo Montenegro (1997,p.22) acerca do
Projeto Arquitetônico:

O projeto arquitetônico é a casca seca e miniaturizada de uma fruta; ainda


que possa crescer e ter vida, ao ser construído e servir de abrigo às pesso-
as. (...) O projeto de hoje, detalhado até os parafusos, é o diagrama de uma
montagem e não passa de uma ideia imaterial.
E você? O que pensa sobre o projeto arquitetônico? Compartilha dessa mesma visão
do autor Gildo Montenegro? O projeto que você desenvolverá poderá ser uma solução pen-
sada, imaginada, concebida de forma consciente ou apenas desenhada. Caro aluno, você
já parou para refletir que qualquer pessoa, com um mínimo entendimento sobre desenho,
pode representar uma planta? Entretanto, elaborar um projeto é uma atividade que exige
conhecimento e comprometimento, e o engenheiro e/ou arquiteto precisam estudar, pes-
quisar, analisar, pensar, imaginar, riscar, propor, discutir com o cliente e voltar a planejar e
desenvolver soluções. Normalmente, a primeira proposta de solução não será aquela que
você irá desenvolver, o processo de projetar é um constante aprimoramento.

Você poderá abordar um projeto de forma criativa e desenvolver diferentes soluções


para um mesmo problema, buscando aquela que melhor se adapta à topografia, tipo de
solo, solução tecnológica disponível, perfil do cliente, entre outros. Pense: o desenho não
reflete sons, cheiros, a vivacidade das cores e a movimentação das sombras, quem decide
sobre essas questões é quem está projetando, isso tudo está na essência da ideia, da
solução que você como futuro engenheiro irá desenvolver e projetar. Faça a diferença e
prepare-se! Vamos lá?

Lembre-se, caro aluno: não é porque estamos falando de educação a distância, que
você estará só em seus estudos, conte conosco sempre que precisar, principalmente com a
ajuda do professor tutor (mediador).

Ótimos estudos!
sumário
capítulo 1: Conceitos gerais 11

Como nasce um projeto?...................................................................... 16


Etapas do projeto...................................................................................... 16

capítulo 2: Instrumentos e normas 35

Materiais e instrumentos de desenho................................................... 37


Normas técnicas aplicadas à representação de projetos...................... 48

capítulo 3: Escalas e cotas 57

Escalas................................................................................................. 59
Cotas.................................................................................................... 64

capítulo 4: Layout 75

Os tipos de papel.................................................................................. 77
Dobramento de cópias de desenho....................................................... 83

capítulo 5: Métodos de composição e reprodução de desenhos 93

Linhas técnicas..................................................................................... 95
Caligrafia técnica.................................................................................. 99
capítulo 6: PROJEÇÕES 109

Projeções ortográficas.......................................................................... 111


Método europeu ou método do 1º diedro................................................... 113
Método americano ou método do 3º diedro............................................... 115
Cortes e seções.................................................................................... 120

capítulo 7: Regras básicas para desenho à mão livre 131

Tipos de desenho: esboço, croqui, desenho preliminar......................... 133


Vistas ortográficas................................................................................ 136
Perspectivas......................................................................................... 140

capítulo 8: PROJETOS 151

O projeto arquitetônico.......................................................................... 154


Plantas baixas....................................................................................... 157
Cortes................................................................................................... 159
Elevações............................................................................................. 162
Detalhes................................................................................................ 164
Um pouco mais sobre a utilização do cad............................................. 167

CONCLUSÃO 181
capítulo

1 conceitos gerais

Carina Mariane Stolz; Laís Zucchetti;

obJetivos de APrendizAgem
• Entender os conceitos que regem o projeto arquitetônico e a sua
representação.

• Identificar as etapas que compõem o desenvolvimento de um projeto


arquitetônico.

• Conhecer as atividades relacionadas em cada uma das etapas do projeto


e a sua organização.

esquemA
• O que é o projeto arquitetônico?

• Como surge o projeto arquitetônico?

• Quais são as etapas que compõem o projeto arquitetônico?

• Qual é o tipo de representação que se deve utilizar em cada uma das


etapas do processo de projeto?
INTRODUÇÃO
O projeto arquitetônico e de engenharia nada mais é do que uma ideia e/ou so-

lução que é desenvolvida a partir da experiência, técnica, análise de condicionantes

legais, físicos, econômicos, culturais, entre outros. Ele é uma das etapas de um

projeto de uma edificação e a parte essencial para a construção desta.

O engenheiro e o arquiteto são os profissionais habilitados para o desenvolvi-

mento do projeto arquitetônico. Dessa forma, eles podem participar de diferentes

atividades envolvidas nesse processo que vão desde a escolha do terreno para a

implantação do projeto, montagem do programa de necessidades juntamente com

os clientes e usuários, análise de viabilidade do projeto, desenvolvimento de diferen-

tes propostas e análise técnicas dessas soluções, até a aprovação de projetos nos

órgãos competentes, entre outras.

Ao longo do processo do projeto, diferentes tipos de representação serão uti-

lizados, pois as plantas e os esquemas apresentados aos clientes e aos órgãos

competentes nada mais são do que a representação da solução desenvolvida. A

afirmação de Costa (1995):

Nenhum objeto ou obra pode ser concebida sem que por algum momen-
to alguém especifique graficamente o que se planeja executar. Para esta
finalidade existem no mercado de trabalho profissionais específicos para
desempenhar esta função, são os Arquitetos, Engenheiros, Designers,
Desenhistas e Projetistas em geral.

Projeto Arquitetônico 13
Vem ao encontro desse pensamento do projeto uma ideia que precisa ser concre-

tizada através da representação para que possa ser entendida e para que consiga

atingir seus objetivos ao longo das diferentes fases do processo de projeto.

Estes profissionais – arquitetos, engenheiros, desenhistas, entre outros – de al-

guma forma e em diferentes graus, tiveram contato com o Universo da representa-

ção gráfica, seja nas Universidades, em cursos técnicos, ou mesmo diretamente no

mercado de trabalho. Cada um deles, caro aluno, aprendeu a desenvolver, desta

forma, as suas aptidões para o Desenho Técnico e Arquitetônico (COSTA, 1995).

Aqui podemos destacar a diferença entre esses dois tipos de desenho, uma vez

que, normalmente, o arquitetônico está associado à representação de uma ideia, de

forma mais livre e solta, expressando o desejo do autor do desenho em demonstrar

a solução ou objeto criado, liberto das regras que regem o desenho técnico, este

representado de forma mais rígida, já que segue padrões e normas específicas no

seu desenvolvimento. Na verdade, os dois podem representar um mesmo objeto,

entretanto, como podemos observar nas imagens a seguir, da casa da Cascata de

Frank Lloyd Wright, são utilizadas técnicas e linguagens diferentes.

14 Capítulo 1
a) Desenho arquitetônico

b) Planta técnica
Fonte: Ching e Eckler (2013)

Contudo, caro aluno, o projeto e a sua representação são necessários para que

possamos comunicar aos demais envolvidos no projeto e construção das obras

quais são nossas intenções e objetivos. Você já parou para pensar na concepção de

um projeto, em como ele nasce? É o que veremos a partir de agora.

projeto arquitetônico 15
COMO NASCE UM PROJETO?
O projeto surge da necessidade ou do desejo de construção de uma edifica-

ção, barragem, estrada, entre outros. Importante ressaltar que o projeto não são

as plantas que apresentamos ao cliente ou aquelas que aprovamos na prefeitura e

outros órgãos municipais, estaduais e federais. As plantas, cortes, elevações e de-

talhamentos são apenas a representação do projeto. O projeto propriamente dito é

a ideia, a solução desenvolvida e proposta aos clientes, considerando suas expecta-

tivas e necessidades. O Projeto é aquilo que se deseja construir. Segundo Monteiro

(1997), o projeto é o resultado da imaginação criadora, ao escolher entre centenas

de fatores aqueles que devem prevalecer, para isso, a habilidade e o conhecimento

técnico serão as bases para equilibrar a Arte e as Ciências Técnicas no projeto.

O processo de projeto pode ser entendido como a evolução de uma ideia ini-

cial, que vai sendo aperfeiçoada com o passar das fases e que permite ao seu

final a adequada construção da edificação. A seguir abordaremos as etapas que

compõem o processo de projeto.

ETAPAS DO PROJETO
Segundo a NBR 13531 (ABNT, 1995), as atividades técnicas do projeto de edifi-

cações e de seus elementos, instalações e componentes podem ser divididas nas

etapas descritas abaixo, com suas respectivas abreviações, sendo que esse proces-

so de desenvolvimento das atividades é sucessivo, ou seja, uma etapa antecede a

outra, fornecendo suporte para que ela seja plenamente concluída.

16 Capítulo 1
a. Levantamento (LV)

Nessa etapa, futuro engenheiro, você realizará a coleta das informações referen-

tes ao projeto que irá desenvolver, normalmente associadas às condições preexis-

tentes, relacionadas entre outras às características físicas do local (levantamentos

planialtimétricos, de rede de esgoto, hidráulicas e elétricas, condições climáticas e

ambientais), assim como às informações técnicas, legais e jurídicas, sociais e eco-

nômicas. Essa etapa é de suma importância para a identificação tanto de potenciali-

dade do projeto quanto de entraves para o seu desenvolvimento e execução.

A seguir está demonstrado o exemplo de um levantamento, no qual podemos iden-

tificar alguns condicionantes legais, como recuos, limite de altura de construção e ve-

getação imprópria para corte, algumas preexistências como uma edificação e algumas

vegetações e de ordem física como desníveis e a localização geográfica do terreno.

Disponível em: <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/43/33/45/433345f6f0d989d-


faa9ea4a5cdae8488.jpg>. Acesso em: 05 jan. 2016.

Projeto Arquitetônico 17
b. Programa de necessidades (PN)

Esta fase caracteriza-se pela coleta de dados relacionadas aos clientes e usu-

ários, normalmente é descritiva e baseia-se em entrevistas que determinam as ne-

cessidades e exigências que a edificação deverá atender, ou seja, elas mudam em

função dos clientes e usuários, dessa forma, é importante que essa etapa seja en-

carada com muito comprometimento e atenção, para que a satisfação dos usuários

e clientes seja atendida. Como exemplo, podemos citar o desenvolvimento de um

projeto, considerando um mesmo terreno, para dois perfis diferentes de clientes, um

é solteiro, sociável, acostumado a receber amigos e outro de um casal de idosos,

estudiosos, que preferem ler livros e cuidar de plantas e animais. Certamente o pro-

grama de necessidades dessa edificação será completamente diferente para esses

dois perfis de usuários, mesmo que o terreno seja o mesmo, ou seja, a solução de

projeto será diferente para cada um deles.

c. Estudo de viabilidade (EV)

Nessa fase, ocorrem as análises e avaliações dos condicionantes e alternativas

consideradas nas etapas anteriores, que culminarão na seleção e recomendação de

algumas destas para a concepção da edificação e de seus elementos, instalações e

componentes (NBR 13531; ABNT, 1995).

d. Estudo Preliminar (EP)

Nessa etapa as ideias e soluções começam a ser representadas, ou seja, as

alternativas consideradas adequadas na etapa anterior começam a tomar forma,

iniciam-se a concepção do projeto e a sua representação, de forma a comunicar ao

18 Capítulo 1
cliente as primeiras soluções desenvolvidas baseadas nas informações técnicas ini-

ciais. Normalmente, no EP não se utiliza uma representação técnica, pois o objetivo

dessa fase é transformar, de uma forma breve, as ideias em soluções, com um traço

mais livre, normalmente esboçado à mão. A seguir, é apresentado um exemplo de

Estudo Preliminar, nele podemos identificar a fachada de uma edificação, com suas

dimensões principais, espaços para estacionamento de automóveis, a presença de

uma vegetação preexistente, a data e a assinatura do autor dessa proposta.

Disponível em: <http://www.lema.arq.br/blog/projeto-parceria-entre-cliente-e-arquiteto/attach-


ment/emerson-1/>. Acesso em: 04 jan. 2015.

e. Anteprojeto (AP) e/ou pré-execução (PR)

No Anteprojeto, a intenção do profissional é demonstrar ao cliente as soluções de-

senvolvidas, agora com uma linguagem um pouco mais técnica. Segundo Montenegro

Projeto Arquitetônico 19
(1997) o Anteprojeto é um desenho de apresentação para apreciação pelo cliente, e por

isso, nele podem ser utilizadas perspectivas internas e externas, cores e outros recur-

sos disponíveis, tais como maquetes virtuais e/ou físicas, montagens em vídeos, entre

outros. A seguir, está um exemplo de uma apresentação em formato de vídeo que pode

ser acessada através do link <https://www.youtube.com/watch?v=LzJRDCx5Nq0>.

Segundo Costa (1995), no Anteprojeto, o conjunto de desenhos que devem ser

apresentados, basicamente, são:

• Planta de Situação

É um desenho que mostra a posição de implantação da edificação no terreno, as

suas dimensões e a posição do terreno em relação ao logradouro (rua) (COSTA, 1995).

• Plantas baixas

São desenhos que mostram todos os elementos que compõem a obra, como se

fosse um corte horizontal ao longo de toda a construção. Para Niezel (1974), é como

se os diversos pavimentos de uma edificação fossem cortados por um plano secante

à uma altura de 1,50m acima do piso, atravessando as portas e janelas e outros ele-

mentos que se encontram aproximadamente nessa altura. O que não estiver sendo

cortado aparece em vista (o que está abaixo desse corte) ou então em projeção (o

que está acima dessa seção imaginária).

Nessas plantas, podemos observar quais os ambientes que compõem a edifica-

ção, suas dimensões, áreas, cotas de nível, onde ficam as portas e janelas e quais

suas dimensões, entre outras informações que promovam o adequado entendimen-

to de determinada obra (COSTA, 1995).

20 Capítulo 1
Importante destacar que, se a edificação tiver mais de um pavimento, deve-se

representar uma planta baixa para cada um deles. Como exemplo de Plantas baixas,

podem ser citadas:

• Planta de subsolo.

• Planta da Cobertura.

• Planta do Pavimento Térreo.

• Planta do Pavimento Tipo.

• Cortes

Os cortes são plantas que nos fornecem a distribuição vertical da edificação,

demonstrando quais as alturas de cada pavimento, das esquadrias, entre outras.

• Fachadas

São as vistas do lado externo da edificação, normalmente nessas representa-

ções mostram-se os acabamentos e os revestimentos externos que serão emprega-

dos na construção.

Abaixo podemos visualizar um exemplo de uma prancha de desenho de um an-

teprojeto com as representações que acabamos de mencionar.

Projeto Arquitetônico 21
Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=anteprojeto&source=l-
nms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjK4vLfnJ3KAhVJfZAKHTlwAWwQ_
AUIBygB#imgrc=Xwd52jzyfUBmbM%3A>. Acesso em: 06 jan. 2016.

f. Projeto legal (PL)

Para que possamos construir uma obra, é necessário que os órgãos competentes

aprovem os projetos, ou seja, verifiquem se os condicionantes legais vigentes foram

cumpridos. Para isso, precisamos representar as informações técnicas com base nas

normas e leis disponíveis e submetê-las às avaliações dos órgãos (municipal, estadual

e federal). Se estiverem adequadas às normativas, então são expedidas as licenças,

alvarás e demais documentos necessários para o início das atividades de construção.

22 Capítulo 1
É importante ressaltar que, além do projeto arquitetônico, outros projetos com-

plementares precisam ser desenvolvidos e aprovados para a construção de uma

edificação. Dentre esses, podemos citar o projeto estrutural, hidrosanitário, elétrico,

contra incêndios, entre outros. Apenas o profssional habilitado pode solicitar a apro-

vação de projetos de engenharia e Arquitetura e não é incomum a reprovação des-

ses, uma vez que qualquer inconsistência no projeto deve ser corrigida e adequada

às leis e normas. Se essas licenças e permissões não forem cumpridas, a obra

poderá ser suspensa e/ou sofrer embargos, daí a importância do projeto legal para o

adequado andamento do processo de projeto e construção das obras.

A seguir são apresentadas algumas notícias sobre problemas ocasionados pela

ausência de aprovação de projetos em órgãos competentes e projetos que não se-

guem normas brasileiras específicas e por esse motivo foram suspensos ou não

aprovados. Leia e reflita sobre a importância do desenvolvimento de um projeto bem

resolvido, comprometido e adequado.

Disponível em: <http://arede.info/campos_gerais/justica-suspende-obra-em-predio-historico-


de-castro/>. Acesso em: 05 jan. 2016.

Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2015-jun-08/ministerio-publico-suspender-obras


-estrada-rio-petropolis>. Acesso em: 05 jan. 2016.

Projeto Arquitetônico 23
Disponível em: <http://www.cimentoitambe.com.br/projeto-de-acessibilidade-alvara/>. Acesso
em: 05 jan. 2016.

g. Projeto básico (PB)

A norma NBR 13531 (ABNT, 1995) cita a existência dessa etapa como opcio-

nal, pois ela aborda a representação das informações técnicas ainda não comple-

tas ou definitivas, seria uma etapa intermediária ao projeto legal e ao anteprojeto.

Entretanto essas informações são consideradas compatíveis com os projetos bási-

cos das atividades técnicas necessárias e suficientes à licitação (contratação) dos

serviços de obra correspondentes. Abaixo está uma notícia que aborda a utilização

do Projeto Básico em contratações de serviços. Leia com atenção e reflita sobre a

utilização desse tipo de projeto para a contratação de serviços de engenharia!

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1580008-pf-recomenda-que-pe-


trobras-impeca-inicio-de-obras-sem-projeto-basico.shtml>. Acesso em: 05 jan. 2016.

O último tipo ou fase de projeto que a Norma 13531 (ABNT, 1995) cita é o Projeto

para execução (PE), que será apresentado a seguir.

24 Capítulo 1
h. Projeto para execução (PE)

Nessa fase, são executadas as plantas com as informações finais técnicas da cons-

trução, seus elementos, instalações e componentes. Estas informações são aquelas

que serão empregadas na construção, dessa forma, devem ser completas, definitivas,

necessárias e suficientes à contratação e à execução dos serviços correspondentes.

Segundo Costa (1995), nessa fase, os projetos complementares, tais como o pro-

jeto estrutural e de instalações, também devem estar definidos e com informações

completas para a adequada construção da edificação.

Dentre os projetos de instalações, podem ser citados:

• Instalações elétricas.

• Instalações Hidráulicas.

• Instalações Sanitárias.

• Instalações Mecânicas (ar condicionado, Exaustão, Mecânica, Elevador,

Incêndio, Telefone, entre outros).

Outra fase, que não consta na Norma, mas que Costa (1995) cita, é aquela em

que os detalhes de cada projeto são esmiuçados para o adequado entendimento e

execução dos serviços de construção, para o autor, essa etapa é a mais delicada e

talvez a mais complexa do Projeto, devido à quantidade de itens envolvidos e ad-

versidades de soluções para todas as questões pertinentes à obra que devem ser

executadas. Segundo Costa (1995), o número de desenhos de detalhes varia de

acordo com a complexidade do Projeto.

Projeto Arquitetônico 25
FIQUE POR DENTRO!
Caro aluno, nesta seção, gostaríamos (TICs). Leia com atenção e reflita sobre al-
de apresentar algumas tendências que vêm guns trechos do artigo escrito por Eduardo
sendo observadas no campo do projeto ar- Sampaio Nardelli, publicado na Arquitetura
quitetônico, principalmente em relação às Revista de 2007:
tecnologias de informação e comunicação Título: Arquitetura e projeto na era digital

(...) Baseado em literatura recente sobre a utilização intensiva das Tecnologias

da Informação e Comunicação – TICs na prática da arquitetura, o artigo demons-

tra como essas tecnologias, tendo remodelado o comportamento da sociedade na

última década, vêm contribuindo para uma verdadeira revolução nessa área, esta-

belecendo novos paradigmas de conceituação, desenvolvimento e execução dos

produtos arquitetônicos. Como consequência, o artigo pontua sobre a importância

da atualização dos profissionais do projeto no domínio da tecnologia digital (...)

Superada, pois, a fase inicial de mera substituição dos recursos tradicionais de

desenvolvimento dos projetos de arquitetura por recursos computacionais – da pran-

cheta analógica à prancheta digital –, e face à contínua evolução das TICs, que tem

colocado à disposição dos arquitetos variados recursos e inéditas possibilidades que

vão muito além do gesto criador, estaríamos, então, diante de uma nova tendência

que nos permitiria falar, em “Arquitetura Digital”, no sentido de uma metodologia

inédita, baseada num corpo teórico exclusivo, cultural e prático, apoiado em novas

tecnologias e capaz de produzir uma categoria inédita de objetos.(...)

26 Capítulo 1
(..) as tecnologias digitais libertaram a imagem dos tradicionais conceitos de repre-

sentação e as formas já não estão mais sendo representadas de um modo convencio-

nal baseado nos parâmetros de um espaço estático estabelecido pelo papel, já que

foram introduzidos novos conceitos de espaço e formas dinâmicas e interativas que

produzem novas categorias de projetos que se viabilizam, necessária e exclusivamen-

te, através das Tecnologias da Informação e Comunicação e que, portanto, devem ser

definidos como “Projetos Digitais”, ou, num conceito mais amplo, como “Arquitetura

Digital”. Como exemplo, refere-se ao Museu Guggenheim de Frank Gehry, em Bilbao,

classificando-o como a síntese mais evidente e reconhecida de uma nova maneira de

se pensar a forma, buscando novos métodos de projetar, incluindo a tecnologia digital.

Museu Guggenheim, Frank Gehry (1992).

Cita também o Terminal Internacional da Estação de Waterloo, em Londres,

projetado por Nicholas Grimshaw (1993), caracterizando-o como um dos primeiros

exemplos de uma proposta não repetitiva, que se utilizou de técnicas de projeto pa-

rametrizado para a definição do formato curvilíneo de sua fachada de vidro.

Projeto Arquitetônico 27
Terminal Internacional da Estação Waterloo, em Londres – Nicholas Grimsahw (1993).

E localiza no projeto do Terminal Portuário Internacional de Yokohama, do

Foreign Office Architects (Farshid Moussavi and Alejandro Zaera Pólo, 1995) um

estudo de caso de complexidade formal, incluindo a ênfase no que poderia ser

chamado de hiper-continuidade, ou modelo de alta complexidade topográfica,

praticamente inviável antes da era digital.

Terminal Portuário Internacional de Yokohama - Foreign Office Architects, Farshid Moussavi


e Alejandro Zaera Pólo (1995).

28 Capítulo 1
(...) Vimos, então, que as possibilidades de concepção formal oferecidas pela

tecnologia digital têm estimulado os arquitetos a buscarem novos caminhos e novas

formas de aplicação dessas tecnologias que têm determinado saltos paradigmáticos

em relação às metodologias tradicionais (...)”

O texto continua e é interessantíssimo, você pode acessá-lo através do seguinte

endereço: <http://revistas.unisinos.br/index.php/arquitetura/article/view/5573>.

Ah! E nunca se esqueça, assim como Gildo Montenegro (1997) bem expressou e

graficou na imagem demonstrada ao lado:

Projeto Arquitetônico 29
INDICAÇÃO DE LEITURA
A importância do projeto de construção na concepção e execução de uma obra

Muito mais do que empilhar tijolos ou montar estruturas metálicas, construir é

uma missão elaborada que requer análise de cálculos, detalhamento estrutural, to-

mada de decisões, entre outros fatores que fazem toda a diferença no produto final

da obra. Diante disso, o projeto de construção de uma obra torna-se indispensável

atualmente, quando custo, tempo e exploração de recursos são itens fundamentais

ao construir. Descubra a seguir como um projeto de construção e como a gestão

desse podem fazer a diferença na sua obra.

O que é e para que serve um projeto de engenharia?

O projeto é um dos elementos fundamentais do processo de produção no setor da

construção. É neste momento que são feitas as escolhas que vão direcionar a obra:

definições de material, construtoras, escritórios de engenharia e arquitetura, pro-

fissionais, entre outros aspectos que compõem o momento construtivo. Costumam

fazer parte do projeto, entre outras, definições sobre:

Fonte: Grifos do Autor

30 Capítulo 1
É no projeto de construção também que se especificam objetivos, prazos, custos,

enfim, é quando se traça o planejamento da obra.

Qual a importância do projeto de engenharia?

O projeto de engenharia é o guia de execução de uma obra. “É importante para

que as necessidades do usuário sejam entendidas e transformadas na melhor solução

arquitetônica, o que inclui não só a estética como as condições de habitação, acesso e

conforto”, ressalta a arquiteta e mestre em engenharia Marcia Menezes dos Santos, di-

retora da Unidade de Projetos Especiais do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações).

O projeto prevê e direciona como, quando e por quem as operações serão reali-

zadas. Com o estudo do projeto de construção da obra, as previsões são mais preci-

sas, o processo pode ser otimizado, e o bom resultado tem maior garantia, conforme

explica Santos: “na fase de projeto, ainda podem ser estudadas soluções para uma

melhor eficiência das edificações, como, por exemplo, economia de energia e reúso

de água, gerando uma economia no custo da operação após a entrega”.

Esse texto continua e pode ser acessado em: <http://wwwo.metalica.com.br/a-impor-

tancia-do-projeto-na-concepcao-e-execucao-de-uma-obra>. Acesso em: 06 jan. 2016.

Projeto Arquitetônico 31
Arte de Projetar Em Arquitetura

A 18ª edição deste manual mundialmente reconhecido pode ser

considerada uma nova edição. Por um lado, conservou-se a mag-

nífica proposta do original e, por outro, atualizou-se o seu conteú-

do, a fim de responder às novas expectativas que surgiram no

mundo da construção, especialmente em relação às exigências

ambientais. Arte de Projetar em Arquitetura é um manual de cons-

trução que reúne, de forma sistemática, os fundamentos, normas

e prescrições sobre recintos, edifícios, exigências de programa e

relações espaciais, dimensões de edifícios, locais, estâncias, instalações e utensílios, tomando

o ser humano como medida e objetivo. (...) continua sendo uma referência bibliográfica de re-

conhecido valor universal, um manual indispensável para arquitetos, técnicos em arquitetura,

engenheiros, construtores, professores e estudantes. Desde a sua primeira edição alemã de

1936, realizaram-se 39 edições em alemão e 17 em português, além de ter sido publicado em

18 idiomas diferentes e vendido mais de um milhão de exemplares, no total.

Autores: Peter Neufert

Disponível em: <http://ggili.com.br/pt/tienda/productos/arte-de-projetar-em-arqui-

tetura-1>. Acesso em: 22 jan. 2016.

32 Capítulo 1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno, nesta unidade, iniciamos o entendimento sobre o processo de proje-

to, as etapas que o compõem e como elas são necessárias para o adequado anda-

mento e desenvolvimento do projeto arquitetônico. Também pudemos observar as

consequências do não atendimento ou não cumprimento das normas e leis munici-

pais, estaduais e federais.

Lembre-se que o processo de projeto é o desenvolvimento de ideias, que ne-

cessitam de conhecimento teórico e prático, persistência, criatividade, perspicácia

e, porque não, um bocado de paciência para lidar com os imprevistos e insucessos.

Nunca se esqueça de que o projeto propriamente dito é a ideia, única e exclusiva

que você irá desenvolver como solução a uma série de condicionantes. As plantas

técnicas e de apresentação desse processo são a representação gráfica do desen-

volvimento de sua solução.

Como futuro engenheiro, crie, pesquise, analise e desenvolva soluções inovado-

ras, encare cada uma das etapas de projeto como uma oportunidade para melhorar

os seus projetos, ampliando assim a sua experiência e o seu repertório de soluções.

Você verá: Será recompensador e prazeroso!!!

Projeto Arquitetônico 33
Anotações
capítulo

2 instrumentos e
normas
Carina Mariane Stolz; Laís Zucchetti

introdução
Prezado aluno, nesta unidade, vamos identificar quais instrumentos e materiais que

você poderá empregar na representação gráfica de seus projetos. Aliado a isso, ire-

mos abordar quais as normas pertinentes ao desenho arquitetônico e aos projetos

de forma geral.

Prepare-se para iniciar seus desenhos e projetos! A partir desta unidade, você con-

seguirá representar as suas ideias e soluções utilizando instrumentos e materiais

próprios para essa função. Você verá o quão facilitador é a utilização adequada dos

instrumentos de desenho, eles permitem que se executem representações técnicas

aprimoradas, principalmente quando pensamos em curvas e ângulos específicos,

tipos e dimensões de traços, ou então, quando se trata de um desenho à mão livre,

dada a angulação, o tipo e a forma de manuseio do instrumento.

Nesse sentido, as normas contribuem para a padronização dos desenhos, permitin-

do a intercambialidade das informações entre os diferentes envolvidos ao longo do

processo de projeto e construção de uma edificação. A sua correta utilização é de

suma importância caso você queira realizar uma representação de qualidade dos

seus projetos. O capricho e a dedicação são essenciais no desenho de projetos.


Lembre-se sempre:

“O modo como o seu escritório se apresenta reflete a sua imagem como profissional,

e, da mesma forma, ocorre com suas representações gráficas, futuro engenheiro!

Busque sempre o melhor! Entregue ao seu cliente um projeto e um produto de qua-

lidade! Busque sempre o melhor!!”

Vamos lá? Você verá que alguns dos materiais e instrumentos que iremos apresentar você

já conhece e já manuseou, entretanto existem alguns novos que iremos apresentar a você

e demonstrar como utilizá-los! Prepare-se será instigante e motivador!!

Objetivos de aprendizagem
• Reconhecer os instrumentos e objetos necessários para a adequada
representação do projeto arquitetônico.

• Identificar quais as normas pertinentes ao projeto arquitetônico e como


utilizá-las.

• Conhecer como aplicar os instrumentos e as normas na representação


dos Projetos Arquitetônicos.

esquema
• Identificação dos instrumentos utilizados na representação de projetos
arquitetônicos

• Utilização dos materiais e instrumentos na representação dos projetos


Arquitetônicos

• Normas pertinentes ao projeto arquitetônico e à sua representação.


MATERIAIS E INSTRUMENTOS DE DESENHO
Os materiais e instrumentos de desenho permitem que se realize uma representação

adequada da solução/projeto que desenvolvemos ou estamos desenvolvendo. O corre-

to manejo dos instrumentos gera desenhos de qualidade, que expressam de forma mais

ajustada os objetivos do projetista e demonstram a sua qualidade e dedicação. Prezado

aluno, o exercício de desenho faz que a expressão se aprimore, então, não hesite em

tentar, testar e exercitar o seu traço, a sua expressão! Quanto mais você treinar, mais fa-

cilidade terá no manejo dos instrumentos e materiais! Abaixo estão apresentados alguns

materiais e instrumentos que você certamente irá empregar nas suas representações:

INSTRUMENTO/ DESCRIÇÃO/
IMAGEM
MATERIAL APLICAÇÃO

Prancheta
Serve de apoio para a folha de desenho .
Dica: alguns projetistas preferem utilizar a
prancheta com o tampo na posição vertical,
pois acreditam que reduz o cansaço, sendo
uma posição mais cômoda.

MONTENEGRO (1997)

Projeto Arquitetônico 37
Serve prin-
cipalmente
para traçar
linhas paralelas
horizontais. É
também usada
Régua paralela como apoio
dos esquadros
no traçado de
linhas verticais
MONTENEGRO (1997)
e obliquas. Ela
veio para subs-
tituir a régua T

Serve para
desenhar na
escala dese-
jada. Existem
diferentes
escalas nos
escalímetros.
Régua graduada
Você deve
adquirir aquela
que melhor
se adapta às
escalas que irá
empregar em
seus desenhos.
MONTENEGRO (1997)

38 Capítulo 2
Servem para
traçarmos
linhas em
ângulos.
Normalmente
os mais
utilizados são
Esquadros
os de 45º e de
60º. Quando
utilizados em
conjunto eles
podemos MONTENEGRO (1997)

formar outros
ângulos.

Utilizado
para traçar
circunferências.
É composto
por uma ponta
seca que deve
Compasso ser apoiada na
mesa e outra
com grafite,
que desliza
pelo papel para
formar o ângulo
ou círculo. MONTENEGRO (1997)

Projeto Arquitetônico 39
Serve para
medir ângulos,
Transferidor fabricado nor-
malmente em
180° e 360°

MONTENEGRO (1997)

Utilizado com
função de
esquadro,
transferidor,
régua paralela
Tecnígrafo
e escala. Esse
instrumento
pode ser adap-
tado à mesa de
desenho.

(NEIZEL, 1974)

São empre-
gadas para
Gabaritos de curvas ou traçar as
curvas francesas curvas que não
sejam arcos de
circunferência.
(FRENCH, 1978)

40 Capítulo 2
Local onde são
executados
os desenhos.
Eles podem ser
transparentes
ou opacos,
Papel
finos ou de
maior espessu-
ra, dependendo
da representa-
ção que será
executada.

Serve para o
traçado das
linhas e curvas.
Pode ser de di-
ferentes forma-
tos, espessuras
e durezas. A
diferença entre
Lápis / Lapiseira
o lápis e a la-
piseira é que o
lápis necessita
ser apontado
e a lapiseira
necessita ser
recarregada MONTENEGRO (1997)
com grafite.

Projeto Arquitetônico 41
De diversos
tipos, cores
e formatos,
normalmente
Borracha as mais macias
possuem me-
lhor desempe-
nho para lápis
de desenho.

Importante ressaltar que os lápis podem ser de diferentes durezas, assim como o

grafite das lapiseiras, segundo Montenegro (1997), eles podem ser classificados de

acordo com a tabela abaixo:


Graduação dos Macio - Nº 1 Médio - Nº 2 Duro - Nº3 Duríssimo

grafites 6B a B HB F- H a 2H 3H a 9H

Não pode ser


Uso normal em
Orientação usado em desenhos Não é usado
desenhos técnicos
técnicos

Fonte: Grifos do Autor

Normalmente os graus de dureza estão informados nos cabos dos lápis e nas mi-

nas das lapiseiras por números e letras, de acordo com a tabela acima. Abaixo estão

demonstrados a cor e a espessura do traçado, nesta imagem podemos identificar

que, conforme vamos passando do grafite macio para o médio e duro, a cor vai se

tornando menos preta, tendendo ao cinza.

42 Capítulo 2
Disponível em: <http://myworldwitharch.blogspot.com.br/2015/04/materiais-para-desenhocro-
quidesenho.html>. Acesso em: 07 jan. 2016.

Algumas referências indicam a utilização dos grafites da classe 6B a B para a

representação em desenhos artísticos, croquis, esboços, pois geram desenhos com

um traço mais grosso. Já os grafites HB, F e H são empregados em escritas e de-

senhos de forma geral, pois originam traços médios, mais compatíveis com esses

tipos de atividades. Por fim, a categoria H, que vai do 2H ao 6H é indicada para a

representação gráfica técnica e desenhos sobre papel vegetal.

Disponível em: <http://www.faber-castell.com.br/53900/Curiosidades/Fabricao-do-EcoLpis/


fcv2_index.aspx>. Acesso em: 07 jan. 2016.

Atualmente a régua paralela vem sendo utilizada no lugar da antiga régua “T”,

que era um instrumento com a mesma função da régua paralela, que é traçar linhas

paralelas e servir de apoio aos esquadros para realização dos desenhos.

Projeto Arquitetônico 43
Outra dica importante diz respeito à utilização do escalímetro, existem escalí-

metros com diferentes escalas, esse instrumento é composto basicamente por três

faces que têm duas escalas em cada uma delas e serve para desenharmos em

diferentes escalas, pois não temos como representar um projeto arquitetônico em

sua escala real, né? A escala real é a construção da edificação, os projetos devem

ser executados em escala reduzida para que possam ser manipulados, corrigidos e

trocados entre os diferentes envolvidos ao longo do processo de projeto e execução

da construção. As escalas de redução recomendadas pela NBR 6492 (ABNT, 1994)

para a representação de projetos de arquitetura são: 1:2; 1:5; 1:10; 1:20; 1:25; 1:50;

1:75; 1:100; 1:200; 1:250; 1: 500.”

Para auxiliá-lo a descobrir um pouco mais como funciona o escalímetro e como

você deve utilizá-lo, assista ao vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/wat-

ch?v=oBlvZS1IpFI>. Da mesma forma que você utiliza o escalímetro para desenhar

em escala, você poderá empregá-lo para medir projetos em escala. Dica: não use o es-

calímetro como régua para fazer traços com o seu auxilio, essa prática faz que as mar-

cações das escalas desapareçam e dessa forma o instrumento perde a sua precisão.

O manuseio dos esquadros é outra questão importante que você deve dominar para

que consiga representar linhas e traçados em ângulo com precisão, para auxiliá-lo,

veja o vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nEdN0wDml_w>.

Caro aluno, respire fundo e busque aperfeiçoar o manuseio desses diferentes

materiais e instrumentos que acabamos de apresentar, eles serão seus compa-

nheiros por um bom tempo. Caso surjam duvidas, busque nos referenciais teóricos

44 Capítulo 2
apresentados mais informações sobre cada um deles e a melhor forma de utilizá-los

e lembre-se: arrisque-se, experimente e treine. Uma boa representação é resultado

de comprometimento, estudo e treino! Vamos lá!

INDICAÇÃO DE LEITURA
Livro: Desenho de Projetos

Esse livro nasceu da percepção de que aqueles que desenham

são órfãos de um ensino que, com exceções aqui e ali, eliminou

geometria, desenho e arte do currículo do segundo grau. Como

se os estudiosos e os profissionais de Arquitetura, Projeto de

Produto, Programação Visual, Design de Interior, Publicidade

e afins pudessem prescindir da representação gráfica. E, no

entanto, ocorre a contradição: os cursos profissionais daquelas

áreas começam cobrando a realização de trabalhos gráficos de seus alunos que, na maioria

das vezes, jamais riscaram figuras além daquelas que enchem seus cadernos e seus sonhos.

Este livro foi desenvolvido com o propósito de ser útil a tais pessoas que insistem em riscar. Ele

não aprofunda os assuntos, pois sua pretensão maior é a de orientar os primeiros passos. Ou

traços. E estimular o leitor para que avance, soltando o lápis e a imaginação. O livro é dividido

em sete capítulos, tendo cada um deles a indicação de obras que aprofundam o conteúdo.

Autor: Gildo Montenegro

Disponível em: <http://www.submarino.com.br/produto/6581034/livro-desenho-

de-projetos?DCSext.recom=Neemu_Produto_viu-comprou&nm_origem=rec_produ-

to_viu-comprou&nm_ranking_rec=4>.

Projeto Arquitetônico 45
FIQUE POR DENTRO
Existem outras opções para a representação dos projetos de arquitetura, além da

representação manual, que são os softwares computacionais baseados em CAD e BIM.

A seguir, você verá algumas dessas opções, mas não se esqueça, caro aluno, que para

saber desenhar utilizando um software como ferramenta, primeiro você precisa saber

como se representa manualmente, como se dá o traçado, qual a sua espessura e cor,

como se desenham objetos e elementos em diferentes projeções, entre outras.

• AutoCAD

Interessado em engenharia? Deseja aprender design? Obtenha acesso gratuito

para aprender e ensinar. 

Utilize os mesmos programas dos melhores designers, animadores e engenhei-

ros do mundo.

Obtenha acesso a milhares de recursos de aprendizado para evoluir rapidamente

Disponível em: <http://www.autodesk.com.br/education/country-gateway>.

Acesso em: 08 jan. 2016.

46 Capítulo 2
• Sketchup

O SketchUp Pro é útil desde os estágios mais primários do desenho esquemático

até o final da administração de construções. Programação, diagramação, estimativa

material, desenvolvimento de design, detalhamento, documentação, resposta a RFIs

— onde quer que você precise de desenhos, você precisa do SketchUp Pro.

Disponível em: <https://www.sketchup.com/pt-BR/products/sketchup-pro>.

Acesso em: 09 jan. 2016.

• Revit

O software de projeto de construção Revit® foi desenvolvido especificamente

para Modelagem de Informação da Construção (BIM), incluindo recursos para projeto

projeto arquitetônico 47
de arquitetura, de engenharia MEP, de engenharia estrutural e de construção. 

Disponível em: <http://www.autodesk.com.br/products/revit-family/overview>.

Acesso em: 09 jan. 2016.

NORMAS TÉCNICAS APLICADAS À REPRESENTAÇÃO DE


PROJETOS
As normas técnicas surgiram para ordenar e padronizar os desenhos, de forma que

eles pudessem ser trocados e entendidos pelos diferentes profissionais que participam

tanto do processo de projeto quanto da construção da edificação propriamente dita.

Dessa forma, podemos citar aqui a NBR 6492 (ABNT, 1994), que trata da representa-

ção dos projetos de arquitetura, relatando grande parte das fases do processo de projeto

arquitetônico, bem como os elementos necessários para a sua correta representação.

Nesse sentido, o objetivo dessa norma (NBR 6492, ABNT, 1994) é fixar as condi-

ções exigíveis para representação gráfica de projetos de arquitetura, visando à sua

boa compreensão. Ela define, entre outras, cada uma das representações utilizadas

no desenvolvimento do projeto arquitetônico tais como:


Planta que compreende o partido arquitetônico como um todo, em seus
múltiplos aspectos. Pode conter informações específicas em função do tipo
Planta de Situação
e porte do programa, assim como para a finalidade a que se destina. Nota:
Para aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações
completas sobre localização do terreno.

48 Capítulo 2
Planta que compreende o projeto como um todo, contendo, além do pro-
jeto de arquitetura, as informações necessárias dos projetos complementa-
Planta de locação (ou
res, tais como movimento de terra, arruamento, redes hidráulica, elétrica e
implantação)
de drenagem, entre outros. Nota: A locação das edificações, assim como a
das eventuais construções complementares são indicadas nessa planta.

Vista superior do plano secante horizontal, localizado a, aproximadamente,


1,50 m do piso em referência. A altura desse plano pode ser variável para
Planta de edificação cada projeto de maneira a representar todos os elementos considerados
necessários. Nota: As plantas de edificação podem ser do térreo, subsolo,
jirau, andar-tipo, sótão, cobertura, entre outros.

Plano secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no


sentido longitudinal, seja no transversal. Nota: O corte, ou cortes, deve ser
disposto de forma que o desenho mostre o máximo possível de detalhes
Corte construtivos. Pode haver deslocamentos do plano secante onde neces-
sário, devendo ser assinalados, de maneira precisa, o seu início e final.
Nos cortes transversais, podem ser marcados os cortes longitudinais e
vice-versa.

Representação gráfica de planos externos da edificação. Os cortes trans-


Fachada
versais e longitudinais podem ser marcados nas fachadas.

Elevações Representação gráfica de planos internos ou de elementos da edificação.

Representação gráfica de todos os pormenores necessários, em escala


Detalhes ou ampliações adequada, para um perfeito entendimento do projeto e para possibilitar sua
correta execução.

Fonte: Grifos do Autor

Além disso, essa mesma norma (NBR 6492, ABNT, 1994) define as fases do

projeto e os documentos que as compõem, como no exemplo apresentado abaixo

para o Anteprojeto:

Projeto Arquitetônico 49
Fase O que devemos apresentar Documentos

a) situação;
Definição do partido arquitetônico e
b) plantas, cortes e fachadas;
dos elementos construtivos, consi-
c) memorial justificativo, abrangendo aspec-
derando os projetos complementares
tos construtivos;
(estrutura, instalações etc.).
Anteprojeto d) discriminação técnica;
Nessa etapa, o projeto deve receber
e) quadro geral de acabamento (facultativo);
aprovação final do cliente e dos ór-
f) documentos para aprovação em órgãos
gãos oficiais envolvidos e possibilitar
públicos;
a contratação da obra.
g) lista preliminar de materiais.

Devem estar bem caracterizados os elementos construtivos, com indicação de medidas, níveis, áreas,
denominação de compartimentos, topografia e orientação, eixos e coordenadas. A descrição dos materiais
adotados deve atender às necessidades da etapa.

Fonte: Grifos do Autor

Seguindo, essa norma (NBR 6492, ABNT, 1994) ainda, em seu anexo, aborda

a questão do traçado na representação gráfica, considerando as linhas de repre-

sentação em projetos arquitetonicos. Outra norma que pode ser consultada, caso

haja dúvida na representação do traçado, é a NBR 8403 (ABNT, 1984), que trata da

aplicação de linhas em desenhos, considerando os tipos de linhas e as larguras das

linhas. A seguir estão apresentadas algumas indicações presentes na NBR 6492

(ABNT, 1994):

50 Capítulo 2
Tipo de linha Descrição Representação gráfica Espessura

A espessura varia com


Linhas de contor-
a escala e a natureza do (± 0,6 mm)
no - Contínuas
desenho.

Firmes, porém de menor


Linhas internas
valor que as linhas de (± 0,4 mm)
- Contínuas
contorno.

Linhas situa-
das além do Mesmo valor que as linhas
(± 0,2 mm)
plano do desenho de eixo.
- Tracejadas

Quando se tratar de proje-


ções importantes, devem
ter o mesmo valor que as
Linhas de proje-
linhas de contorno. São
ção - Traço e dois (± 0,2 mm)
indicadas para representar
pontos
projeções de pavimentos
superiores, marquises,
balanços etc.

Traço e ponto firmes,


Linhas de eixo ou definidas, com espessura
(± 0,2 mm)
coordenadas inferior às linhas internas e
com traços longos.

Contínuas firmes, defini-


das, com espessura igual
Linhas de cotas (± 0,2 mm)
ou inferior à linha de eixo
ou coordenadas.

Projeto Arquitetônico 51
Contínuas para construção
de desenhos, guia de le-
Linhas auxiliares (± 0,1 mm)
tras e números, com traço;
o mais leve possível.

Linhas de indica-
Mesmo valor que as linhas
ção e chamadas (±0,2 mm)
de eixo.
- Contínuas

Linha de interrup- Mesmo valor que as linhas


(± 0,2 mm)
ção de desenho de eixo.

Fonte: Grifos do Autor

Além da indicação dos tipos e espessura dos traços, essa norma (NBR 6492, ABNT

1994) aborda os tipos de letras e números, as escalas, que serão abordadas na unida-

de III, e outros elementos e representações pertinentes à representação de projetos.

Outras normas que podem ser consultadas são a NBR 8196 (ABNT, 1999), sobre

o emprego de escalas; a NBR 8403 (ABNT, 1984), sobre as aplicações de linhas,

considerando os seus tipos e larguras; a NBR10068 (ABNT, 1987), que aborda a

folha de desenho, mais especificamente o leiaute e suas dimensões; e a NBR13142

(ABNT, 1999), sobre o método de dobramento e a execução de cópias de projetos.

Nas unidades seguintes, veremos a aplicação de algumas dessas normas.

52 Capítulo 2
INDICAÇÃO DE LEITURA
Introdução à Arquitetura

Esta é uma das obras de Introdução à Arquitetura mais

completas. Apresenta de forma extremamente gráfica os

principais aspectos da arquitetura, incluindo arquitetura de

interiores e urbanismo. É um verdadeiro guia para aqueles

que estão iniciando a carreira ou para os apaixonados por

desenho e projeto de arquitetura.

Autores: Francis D. K. Ching, James F. Eckler

Primeiro capítulo disponível em: <http://www.grupoa.com.br/livros/arquitetura-e-

construcao/introducao-a-arquitetura/9788582601013#>. Acesso em: 22 jan. 2016.

REFLITA
Prezado aluno, após conversarmos so- Frase retirada do artigo intitulado A
bre projeto arquitetônico, apresentarmos Representação Gráfica na Revista Projeto
alguns materiais e instrumentos para a sua & Design, de autoria de: Flávia Massaro
representação e explanarmos sobre algumas Fonseca e Simone Helena Tanoue Vizioli,
normas pertinentes à representação dos pro- publicado nos anais do Graphica’ 13, dis-
jetos arquitetônicos, deixaremos esta frase ponível em: http://www.iau.usp.br/pesquisa/
para que você reflita sobre o papel do projeto grupos/nelac/wp-content/uploads/2015/01/
arquitetônico e da sua representação gráfica: GRAPHICA2013_massaro_vizioli_A-RE-
“Pois a representação da arquitetura não é PRESENTACAO-GRAFICA-NA-REVISTA-
somente o entendimento de um projeto, mas tam- -PROJETO-DESIGN.pdf
bém um meio de comunicação com a sociedade”. Acesso em: 12 jan. 2016.

Projeto Arquitetônico 53
SAIBA MAIS
O mesmo texto de Flávia Massaro dos projetos arquitetônicos, relacionando os
Fonseca e Simone Helena Tanoue Vizioli, resultados com o momento histórico em que
que analisaram a representação gráfica uti- foram projetadas ou publicadas. Leia o texto
lizada nas publicações de obras arquitetô- na íntegra, disponível no endereço indicado,
nicas em mídias impressas especializadas, e veja quão poderosa é a representação grá-
mais especificamente na Revista Projeto & fica dos projetos, em suas diferentes formas,
Design, fornece indicativos de como a re- como forma de comunicação! É desafiador!!
presentação gráfica dos projetos arquitetô- Prepare-se!
nicos contribuiu na compreensão e leitura

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado aluno! Nesta unidade, adentramos, de forma mais prática, no universo

do projeto arquitetônico e da sua representação, conhecemos instrumentos e ma-

teriais de desenho que serão nossos parceiros ao longo deste livro. Em seguida,

apresentamos algumas normas que serão suas guias sempre que você pensar em

representação gráfica de projetos, pois, para termos um desenho organizado e pa-

dronizado, necessitamos seguir a orientação dessas normativas para conseguirmos

expressar com clareza o que nossa representação objetiva, bem como para alcan-

çarmos a comunicação gráfica adequada entre os diferentes envolvidos ao longo do

processo de projeto e construção. Nunca se esqueça devemos consultar as normas

e buscar representar da melhor forma as nossas soluções e ideias!! Bom estudo!

Capítulo 2
Anotações

Projeto Arquitetônico
Anotações
capítulo

3 escalas e cotas
Carina Mariane Stolz; Laís Zucchetti

introdução
Caro aluno, nesta unidade, iremos exercitar um pouco mais a nossa capacidade de

observação e de representação de objetos simples, ao abordarmos os temas de es-

calas e cotas. Você verá e compreenderá o quão importante são esses dois assuntos

para que você possa representar adequadamente seus projetos.

Você entenderá que as escalas são ferramentas interessantíssimas para de-

monstrarmos, de forma mais clara, soluções que desejamos destacar, bem

como representar projetos com diferentes dimensões numa mesma proporção.

Sem esquecer da técnica adequada de representação gráfica presente nas

normas e diretrizes, bem como da simbologia adequada para o entendimento

dos esquemas e plantas.

Nesta unidade, veremos, de forma explicativa e prática, qual a melhor forma de

cotagem de um desenho nos diferentes planos que apresentamos em um pro-

jeto arquitetônico. É muito importante que você preste muita atenção nas dicas

aqui escritas, bem como consulte as normas citadas e exercite muito tudo que for

aprendido. Não existe forma melhor de aprender do que exercitando!

Vamos iniciar esse conteúdo referente às escalas, passando em seguida para as


cotas. Ambos os assuntos são de extrema importância para a adequada represen-

tação de seus projetos.

Bons estudos e prepare-se para escalar desenhos e cotá-los!

Objetivos de aprendizagem
• Compreender por que usamos as escalas.

• Identificar quais os tipos de escalas e onde aplicar cada uma delas.

• Entender como desenhar em escala.

• Identificar a função das cotas e a sua importância.

• Compreender como fazer a contagem dos projetos.

esquema
• Importância da escala no projeto arquitetônico

• Como utilizar as escalas na representação de projetos

• Quais os tipos de cotas e a sua função no projeto arquitetônico

• Como utilizar as cotas na representação de projetos


ESCALAS
Caro aluno, você já parou para pensar o quanto a escala faz parte da sua vida?

Existem objetos reais, que em sua escala natural, podem ser manuseados, carrega-

dos, jogados, podemos citar como exemplo uma lâmpada, um celular, um livro. Por

outro lado, existem outros artefatos que são tão pequenos que, para sua adequada

visualização, são necessários instrumentos de ampliação da visão, pedras brilhan-

tes, peças de equipamentos, estrelas no céu são alguns exemplos de tais artefa-

tos. Inversamente, existem aqueles cuja dimensão é tão grande que necessitam de

técnicas de redução para que possam ser melhores entendidos, tais como o globo

terrestre, um projeto de uma hidrelétrica, um projeto urbanístico. Em todos esses

casos, estamos abordando o conceito de escala, seja para menor, seja para maior.

Segundo a NBR 8196 (ABNT, 1999), a escala a ser escolhida para um desenho depen-

de da complexidade do objeto ou elemento a ser representado e da finalidade da repre-

sentação. Em todos os casos, a escala selecionada deve ser suficiente para permitir uma

interpretação fácil e clara da informação representada. A escala e o tamanho do objeto ou

elemento em questão são parâmetros para a escolha do formato da folha de desenho.

Tipos de Escalas
Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), escala é a relação dimensional entre a re-

presentação de um objeto no desenho e suas dimensões reais. As escalas podem

ser de dois tipos: numéricas e gráficas. As numéricas apresentam uma divisão em:

de ampliação ou de redução.

Projeto Arquitetônico 59
As escalas gráficas são a representação das escalas numéricas em forma de

desenho, elas servem como base para entendermos as proporções de cada projeto.

Graficamente, elas se apresentam conforme a figura a seguir, presente na norma

NBR 6492 (ABNT, 1994):

Já as escalas numéricas podem ser de ampliação e de redução segundo a NBR

8196 (ABNT, 1999), sendo que a escala 1:1 é a escala natural, ou seja, o objeto está

sendo representado em sua verdadeira grandeza, já a escala X:1, sendo X>1, fica

determinada como escala de ampliação, e a escala 1:X, sendo X>1, fica determina-

da como escala de redução.

Dessa forma, podemos exemplificar, conforme apresentado na tabela abaixo,

disponível na NBR 8196 (ABNT, 1999), algumas escalas de redução e de ampliação:

Ampliação Natural Redução

2:1 1:2

5:1 1:1 1:5

10:1 1:10

Normalmente, na engenharia, o tipo de escala mais utilizado é a de redução, justa-

mente pelo porte das obras que são projetadas e construídas. Você já imaginou como

seria executar um projeto arquitetônico, em escala real de uma casa térrea? Como

60 Capítulo 3
seriam realizadas as representações de plantas, cortes e fachadas? Praticamente im-

possível, não é? Para isto que usamos as escalas, representar um projeto, construção,

objeto em uma dimensão adequada para que possamos compreender e manusear.

Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), as escalas mais usuais em projetos arqui-

tetônicos são: 1/2; 1/5; 1/10; 1/20; 1/25; 1/50; 1/75; 1/100; 1/200; 1/250 e 1/500.

Sempre lembrando que, na escolha da escala, deve-se sempre ter em mente a futu-

ra redução do desenho.

Outra questão apontada pela NBR 8196 (ABNT, 1999) diz respeito à indicação da

escala das representações na legenda da folha de desenho, e, quando for necessá-

rio o uso de mais de uma escala na folha de desenho, além da escala geral, estas

devem estar indicadas junto à identificação do detalhe ou vista a que se referem,

sendo que, na legenda, deve constar a escala geral.

Por fim, um cuidado muito importante que devemos ter diz respeito à escala que iremos

utilizar em cada uma de nossas representações, como bem dissertou Costa (1995): a esco-

lha da escala deve ser feita de acordo com a necessidade de visualização de cada desenho,

de forma que fique clara e objetiva a sua leitura e o seu entendimento. Sendo que cada item

do projeto a ser detalhado terá uma necessidade diferente de escala de representação.

REFLITA
Como as escalas podem ser utilizadas na papel fundamental no processo de elabora-
engenharia, além da representação gráfica: ção de projetos de Arquitetura e Urbanismo.
“A maquete, assim como o desenho, tem A maquete como modelo físico de escala

Projeto Arquitetônico 61
reduzida do que está sendo projetado, seja requisitos tanto para abstração como do de-
um edifício ou complexo urbano, é um instru- talhe que estão envolvidos em um processo
mento de extensão do desenho, com a vanta- de desenvolvimento simultâneo. A maquete,
gem de possibilitar a manipulação da terceira nessa fase, é útil para testar ideias globais
dimensão que é real. Durante o processo e, assim, enriquecer o processo, interagindo
criativo, são importantes os estudos por meio com as demais linguagens gráficas.”
dos modelos de massa para analisar o con- Texto extraído da dissertação de Renata
junto da volumetria e o impacto da sua im- França Marangoni (2011), intitulado: A ma-
plantação em relação ao entorno. Esse tipo quete manual como estímulo à criativida-
de maquete alimenta a reflexão do arquiteto de na formação de arquitetos e urbanistas.
e revela-se de grande importância no proces- Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.
so de projeto. Os recentes avanços no pro- unicamp.br/document/?code=000788976>.
cesso de projeto têm ocorrido em uma abor- Acesso em: 10 jan. 2016.
dagem “de cima para baixo”, desprezando os

Você parou para pensar o quão importante pode ser, ao longo do processo de pro-

jeto, contar com um modelo físico reduzido da solução que você projetou. Para cons-

truir o seu modelo físico, será necessário trabalhar com os conceitos de escalas que

abordamos: será de ampliação ou de redução? Qual é a melhor escala para visualizar

o que desejo? Onde mais eu poderia utilizar os conceitos de ampliação e redução?

Reflita sobre esses questionamentos e, se você desejar, pode ainda fazer uma bela

maquete básica de um projeto ou solução que você desenvolveu! Vamos lá! Tente!!

62 Capítulo 3
Fique por Dentro
Engenharia do vento do vento, há situações não consideradas no
Além das reações da estrutura, dos re- texto, especialmente quando se trata de es-
vestimentos e esquadrias, ensaios aerodinâ- truturas com formas esféricas ou cilíndricas,
micos em túnel permitem prever também os edificações altas e esbeltas e pontes estaia-
efeitos do vento nos arredores das, por exemplo. Nesses casos, para deter-
Embora a NBR 6123 - Forças Devidas ao minar os esforços na estrutura e analisar os
Vento em Edificações permita prever o com- efeitos do escoamento ao seu redor, é neces-
portamento da estrutura perante os efeitos sário realizar ensaios em túnel de vento.

Modelo reduzido ensaio. “Em um ensaio estático, o material é ir-


A escolha pelo tipo de ensaio é determina- relevante desde que apresente rigidez mínima.
da por análise do projeto arquitetônico. A etapa No caso de ensaios dinâmicos a densidade do
seguinte é de projeto e construção do modelo material também é importante”, conta. Assim,
reduzido, em escala e reproduzindo os deta- para o primeiro caso, costuma-se utilizar mate-
lhes geométricos relevantes. Os materiais, de riais fáceis de trabalhar, como acrílico, madeira,
acordo com Antonio Pacífico, pesquisador do compensados e aglomerados. Para modelos
túnel de vento do IPT, dependem do tipo de flexíveis, no entanto, a rigidez do material deve

Projeto Arquitetônico 63
ser escolhida de modo a representar as características dinâmicas da estrutura.

Especialmente em áreas urbanas, as modelos de vizinhança, em que os prédios


características do vento podem ser influen- vizinhos também são representados.
ciadas pelas edificações do entorno. Para Trechos de texto retirados da reporta-
gem disponível em: <http://techne.pini.com.
simular a situação de vento em casos as-
br/engenharia-civil/156/artigo286688-1.
sim, os laboratórios utilizam os chamados aspx>. Acesso em: 10 jan. 2016.

COTAS
Prezado aluno, na segunda seção desta unidade, falaremos sobre as cotas, ele-

mentos primordiais para a adequada comunicação das dimensões dos desenhos

que realizamos. Para a NBR 10126 (ABNT, 1987), a cotagem significa a representa-

ção gráfica no desenho da característica do elemento, através de linhas, símbolos,

notas e valor numérico numa unidade de medida.

Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), as cotas devem ser indicadas em metro (m),

para as dimensões iguais e superiores a 1 m, e em centímetro (cm), para as dimen-

sões inferiores a 1 m, e os milímetros (mm) devem ser indicados como se fossem

expoentes, conforme o exemplo apresentado a seguir, retirado da NBR 6492 (ABNT,

64 Capítulo 3
1994) para representação gráfica de projetos arquitetônicos.

Outras prescrições presentes nessa norma (NBR 6492 - ABNT, 1994) são:

a. as linhas de cota devem estar sempre fora do desenho, salvo em casos de

impossibilidade;

b. as linhas de chamada devem parar de 2 mm a 3 mm do ponto dimensionado;

c. as cifras devem ter 3 mm de altura, e o espaço entre elas e a linha de cota

deve ser de 1,5 mm;

d. quando a dimensão a cotar não permitir a cota na sua espessura, colocar a

cota ao lado, indicando seu local exato com uma linha;

e. nos cortes, somente marcar cotas verticais;

f. evitar a duplicação de cotas.

Outras indicações dizem respeito à cotagem de vãos de portas e janelas, cuja

cota deve ser indicada no vão acabado pronto para receber as esquadrias, conforme

apresentado abaixo:

Projeto Arquitetônico 65
A NBR 10126 (ABNT, 1987) informa que a indicação dos limites da linha de cota

pode ser feita por meio de setas ou traços oblíquos, sendo que a seta é desenha-

da com linhas curtas formando ângulos de 15°, podendo ser aberta ou fechada e

preenchida, já o traço oblíquo é desenhado com uma linha curta e inclinado a 45°,

conforme as imagens apresentadas abaixo:

Existem dois métodos de cotagem, mas somente um deles deve ser utilizado

num mesmo desenho, ou seja, quando iniciamos a inserção das cotas seguindo um

método, devemos continuar com ele ao longo da cotagem de todos os elementos da

representação (NBR 10126, ABNT, 1987).

• Método 1

• as cotas devem ser localizadas acima e paralelamente às suas linhas de cotas

e preferivelmente no centro, conforme a imagem ao lado.

66 Capítulo 3
• Método 2

• as cotas devem ser lidas da base da folha de papel. As linhas de cotas devem

ser interrompidas, preferivelmente no meio, para inscrição da cota, de acordo

com a representação mostrada ao lado.

Na cotagem de ângulos, podem ser utilizadas as seguintes soluções (NBR,

10126, 1987), seguindo a mesma indicação dos métodos, com a inscrição da dimen-

são na parte externa da linha de cota, ou então seccionando a linha de cota para

inscrição da dimensão.

Podemos notar que na cotagem de ângulos de elementos, a dimensão da cota pode

estar alinhada horizontalmente, seja externamente ou seccionando a linha de cota, ou en-

tão alinhada com a angulação da cota estando a escrita na parte externa da linha de cota.

Projeto Arquitetônico 67
Há ainda a utilização de símbolos, na cotagem de representações gráficas, para

mostrar a identificação das formas e melhorar a interpretação de desenho. Os sím-

bolos de diâmetro e de quadrado podem ser omitidos quando a forma for claramente

indicada (NBR 10126, 1987). Os símbolos devem preceder à cota e são representa-

dos da seguinte forma:

• φ - Diâmetro

• R- Raio

• □ – Quadrado

Formas de cotagem
Há ainda duas formas principais de cotagem considerando a disposição e a apre-

sentação das cotas, a primeira refere-se à aplicação de cotas em cadeia, método

que deve ser utilizado, segundo a NBR 10126 (ABNT, 1987), somente quando o pos-

sível acúmulo de tolerâncias não comprometer a necessidade funcional das partes

e cujo exemplo está apresentado ao lado, em uma representação de Costa (1995).

68 Capítulo 3
Já a segunda, denomina-se cotagem por elemento de referência e, segundo a

NBR 10126 (ABNT, 1987), esse método é utilizado quando um número de cotas da

mesma direção se relaciona a um elemento de referência. Esse método pode tam-

bém denominar-se como cotagem em paralelo ou cotagem aditiva. Veja o exemplo

ao lado, apresentado na NBR 10126 (ABNT, 1987).

Além dessas cotas que adicionamos às nossas representações, existem as cotas

de nível que devemos informar nas plantas, tais como as apresentadas a seguir.

Projeto Arquitetônico 69
Cotas de nível
Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), as cotas de nível são apresentadas sempre em

metro, e devem indicar o nível acabado (N.A.) e o nível em osso (N.O.). Normalmente

as cotas de nível têm duas representações, conforme apresentado abaixo:

Por fim, veja essa ilustração de Montenegro (1997) com algumas dicas valiosas

para realizar uma cotagem adequada dos seus projetos, futuro engenheiro!

70 Capítulo 3
INDICAÇÃO DE LEITURA
Livro - Representação Gráfica Em Arquitetura

Neste livro, Francis Ching mostra aos estudantes de arquite-

tura e design como usar as ferramentas gráficas com o obje-

tivo de transpor as ideias arquitetônicas para a representa-

ção visual. Este guia cobre os seguintes assuntos - princípios

básicos do desenho; convenções utilizadas no desenho de

projeções ortográficas e de perspectivas; penumbras e som-

Projeto Arquitetônico 71
bras; símbolos gráficos e letras; desenho à mão livre; apresentação de layouts.

Autor: Francis D. K. Ching

Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=9jXxEa04URMC&hl=p-

t-BR&source=gbs_similarbooks>. Acesso em: jan. 2016.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno, nesta unidade, aprendemos sobre dois assuntos muito importantes

para a adequada representação do projeto arquitetônico, a utilização das escalas e

das cotas! Sem elas, dificilmente conseguiremos comunicar nossas ideias aos nossos

clientes e demais envolvidos no processo de projeto e construção de uma edificação.

As escalas nos permitem demonstrar nossas soluções de projeto de forma cla-

ra, sem a necessidade de grandes pranchas ou esquemas de desenho, permitin-

do que nossas informações possam ser compreendidas de uma forma completa e

simplificada. Não se esqueça que, além de desenhos em escala, podemos utilizar

representações fisicas em escalas, ou seja, modelos reduzidos de noosas soluções.

As maquetes são uma importante ferramenta de comunicação, pois possuem tres

dimensões e podem ser manuseadas, facilitando o entendimento do funcionamento

e da volumetria das soluções propostas.

As cotas, assim como a escala, são de suma importância para que possamos

identificar as dimensões dos projetos e comunicá-las aos clientes e demais envol-

vidos no processo de projeto e construção. Se realizadas adequadamente, podem

evitar vários equívocos e problemas de projeto e construção, dessa forma, nunca

72 Capítulo 3
economize na cotagem de seus desenhos. Apresentar uma cota repetida não é o

mais adequado, mas esquecer de apresentar a dimensão de um projeto é ainda

mais problemático. Tenha muita atenção quando for cotar seus desenhos! Pense

como alguém que não conhece seu projeto poderá lê-lo de forma completa e , quan-

do receber um projeto que não tenha a cota de dimensão que você necessita, entre

em contato com o projetista e solicite ao escritório, se puder: evite a leitura de di-

mensões, com réguas e escalímetros, diretamente nas pranchas de desenho, elas

podem estar indevidamente representadas, sempre contate o projetista!

Agora, pegue seus instrumentos de desenho e as normas pertinentes!! Vamos

exercitar o que aprendemos sobre escalas e cotas nas atividades de autoestudo!

Bom trabalho e bom estudo!

Projeto Arquitetônico 73
Anotações
capítulo

4 layout
Carina Mariane Stolz; Laís Zucchetti

introdução
Prezado aluno, nesta unidade, vamos aprender sobre vários itens relevantes que

têm a folha de desenho que utilizamos na representação de nossos projetos como

foco principal. Vamos identificar os diferentes tipos de papel que podemos utilizar

para desenhar e também para plotar nossos projetos, analisando qual a melhor op-

ção para o tipo de representação que pretendemos realizar.

Ainda, vamos apresentar as principais dimensões das folhas de desenho utilizadas

na representação de projetos arquitetônicos, identificando cada uma e as partes que

as compõem. Vamos falar sobre as margens e o selo, apresentar sua importância e

as informações principais que devem constar nesse documento que chamamos de

projeto arquitetônico.

Por fim, vamos aprender como se dobra a folha de desenho dependendo de sua di-

mensão, identificando a importância do adequado dobramento das folhas de projeto,

das marcações de dobra e de corte. Enfim, prepare suas folhas de desenhos, seus

esquadros, lapiseiras e treine a sua caligrafia!!


Objetivos de aprendizagem
• Identificar os tipos e as dimensões dos papéis para representação
gráfica de projetos arquitetônicos.

• Entender o layout e a sua importância na representação de projetos.

• Entender como se realiza o dobramento das folhas de desenho.

esquema
• Tipos de papel

• Layout e dimensões

• Margens e Selo

• Dobramento de folhas
OS TIPOS DE PAPEL
Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), os desenhos devem ser executados em pa-

péis transparentes ou opacos, de resistência e durabilidade apropriadas, sendo que

a escolha do tipo de papel deve ser feita em função dos objetivos, do tipo do projeto

e das facilidades de reprodução. Essa mesma norma cita a categorização do tipo

de papel em função da sua transparência, conforme apresentado no quadro abaixo:

Transparente Opaco

Papel manteiga Canson

Papel vegetal Schoeller

Papel cronaflex Sulfite Grosso

Formatos de papel
Devem ser utilizados os formatos de papel da série A, conforme NBR 10068,

formato A0 como máximo e A4 como mínimo, para evitar problemas de manuseio e

arquivamento (NBR 6492, ABNT, 1994). As folhas de desenhos podem ser utilizadas

tanto na posição horizontal como na vertical (NBR 10068, ABNT, 1987). A seguir

estão apresentadas as principais dimensões das folhas para desenho:


Tamanho da folha da série “A” Dimensões (mm)

A0 841 x 1189

A1 594 x 841

A2 420 x 594

A3 295 x 420

A4 210 x 297

Projeto Arquitetônico 77
A seguir, está apresentada uma figura que mostra a relação dos tamanhos de cada

uma das folhas da série “A”.

Note a relação de dimensão que existe entre os tamanhos da série A, veja que

o formato A0 é equivalente a 2 (duas A1), ou então a 4 (quatro) folhas A2, ou então

a 8 (oito) A3. A norma indica a utilização desse padrão de tamanho de folha, entre-

tanto, se for necessário, empregar uma outra dimensão de folha de desenho, ela

recomenda que a escolha dos formatos seja realizada de forma que a largura ou o

comprimento corresponda ao múltiplo ou submúltiplo ao do formato padrão.

78 Capítulo 4
LAYOUT
A área para a representação do projeto é formatada pelas margens e selo (carim-

bo), são esses os elementos que delimitam o espaço do desenho. Dessa forma, a

NBR10068 (ABNT,1987) determina o tamanho das margens, bem como a espessura

das linhas do quadro conforme apresentado abaixo:

Margem (mm) Largura da linha do quadrado conforme


Formato
Esquerda Direita a NBR 8403 (mm)

A0 25 10 1,4

A1 25 10 1,0

A2 25 7 0,7

A3 25 7 0,5

A4 25 7 0,5

Note que a margem esquerda é maior do que a margem direita, isso acontece

pois essa margem é perfurada para ser utilizada no arquivamento das folhas de

projeto. Importante identificar que, independentemente da orientação da folha de

desenho (horizontal ou vertical), as dimensões das margens continuam as mesmas.

Além das margens, a NBR10068 (ABNT,1987) determina que, nas folhas de forma-

tos de série “A”, devem ser executadas quatro marcas de centros. Essas marcas de-

vem ser localizadas no final das duas linhas de simetria – horizontal e vertical à folha.

Além disso, o espaço inferior direito das folhas de desenho deve ser reservado

ao carimbo destinado à legenda de titulação e numeração dos desenhos (NBR 6492,

ABNT, 1994), conforme apresentado na imagem a seguir:

Projeto Arquitetônico 79
Além dessas indicações, devem constar nas folhas da série A, 4 (quatro) marcas de

centro, que devem ser localizadas no final das duas linhas de simetria (horizontal e vertical)

à folha, bem como uma escala métrica de referência, sem os números, com comprimento

de 100 mm no mínimo e em intervalos de 10 mm. Essa escala métrica deve estar embai-

xo, disposta simetricamente em relação à marca de centro, na margem e junto ao quadro,

com largura de 5 mm no máximo. Deve ser executada com traço de 0,5 mm de largura no

mínimo e deve ser repetida em cada seção do desenho (NBR 10068, ABNT, 1987).

Nesse sentido, a NBR 6492 (ABNT, 1994) indica que devem constar no carimbo

(selo), no mínimo, as seguintes informações:

80 Capítulo 4
a. identificação da empresa e do profissional responsável pelo projeto;

b. identificação do cliente, nome do projeto ou do empreendimento;

c. título do desenho; indicação sequencial do projeto (números ou letras);

d. escalas;

e. data;

f. autoria do desenho e do projeto;

g. indicação de revisão.

Abaixo está apresentado um exemplo de um projeto com o selo:

Projeto Arquitetônico 81
Além disso, a folha de desenho é separada em duas partes principais, segundo a NBR

10582 (ABNT, 1988): espaço para desenho e espaço para texto. No espaço para o dese-

nho, as representações podem ser dispostas na vertical ou horizontal, sendo que o dese-

nho principal da folha, se houver, é colocado acima e à esquerda, no espaço para desenho.

Já o espaço para texto é colocado à direita ou na margem inferior do padrão de

desenho (NBR 10582, ABNT, 1988), sendo que a largura de espaço para texto é

igual à da legenda ou no mínimo 100 mm. Quando o espaço para texto é colocado

na margem inferior, a altura varia conforme a natureza do serviço.

82 Capítulo 4
O espaço para texto deve conter as seguintes informações:

a. explanação;

b. instrução

c. referência;

d. localização da planta de situação;

e. tábua de revisão.

Cada um desses itens apresentados está descrito e pormenorizado ao longo

da NBR 10582 (ABNT, 1988), analise com cuidado essa Norma, pois ela contém

informações importantes sobre os detalhes do processo de projeto que devem ser

registrados nas folhas de desenho.

Para a entrega final do projeto, a folha sempre deverá ser dobrada de forma que seu

formato seja igual ao de uma folha A4. Para isso, a NBR 13142 de 1999, mostra todas

as formas corretas de se realizar essas dobras, visando padronizar os documentos.

DOBRAMENTO DE CÓPIAS DE DESENHO


Além do formato final em A4, as folhas devem ser dobradas levando em conta a fixa-

ção através da aba em pastas e de modo a deixar visível o carimbo destinado à legenda.

Nesse sentido, são demonstrados abaixo exemplos de dobradura, com suas res-

pectivas dimensões para os formatos de papel de A0 até A3:

Projeto Arquitetônico 83
Outros aspectos importantes quanto ao dobramento são apresentados na NBR

13142 (ABNT, 1999), tais como:

• o dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais;

84 Capítulo 4
• quando as cópias de desenho formato A0, A1 e A2 tiverem que ser perfuradas

para arquivamento, deve ser dobrado, para trás, o canto superior esquerdo;

• para formatos maiores que o formato A0 e formatos especiais, o do-


bramento deve ser tal que ao final esteja no padrão do formato A4.

Se restar alguma dúvida, você pode assistir ao vídeo sobre dobragem de có-

pias de desenho nos formatos A3, A2 A1 e A0 em: <https://www.youtube.com/

watch?v=iJUs1yhky9Y>.

Projeto Arquitetônico 85
FIQUE POR DENTRO
Como organizar os arquivos do escritório fases de backup - HD externo e depois ar-
Hoje a questão é mais fácil tanto no as- quivamento em DVD. Já os documentos em
pecto da necessidade de espaço quanto na papel permanecem nas pastas por períodos
preservação dos materiais. “O que aconte- que variam de cinco a dez anos. Como so-
ceu nos meus 30 anos de carreira foi pas- mos um escritório pequeno, não precisamos
sar do papel manteiga e vegetal com suas criar um sistema complexo, como o exigido
gigantescas mapotecas para o atual HD ex- quando se pretende uma certificação do tipo
terno como forma de conservar o arquivo ele- ISO, mas guardamos tudo que proteja o es-
trônico. Nos anos de 1990, trabalhei em um critório de qualquer tipo de reclamação de
escritório muito moderno, no qual usávamos terceiros”. (...)
zipdrive - um disquete que armazenava 300 Além dos arquivos digitais e o próprio pro-
MB e funcionava como um HD externo - e a jeto em papel, também vale guardar os con-
rede era conectada por cabos de telefone”, tratos e/ou termos assinados entre o cliente
lembra George Gavalas, do escritório paulis- e o escritório, documentos de assinatura de
tano Pedro Taddei e Associados. responsabilidade técnica e mesmo outros
Embora existam hoje softwares e aplicati- com anotações de clientes e equipes multi-
vos para absolutamente tudo, muitos dos pri- disciplinares comentando os projetos, dese-
meiros esboços saem no papel e lápis, e há nhos com comentários, e claro o as built.
quem não se adapte a fazer anotações dire- No BCMF, cada projeto recebe um núme-
tamente em meio digital. Se esse for o caso, ro e esse número vai em tudo que se refere
vale fazer o arquivamento das duas maneiras: ao trabalho. Os e-mails, por exemplo, têm
guardando os riscos em pastas e os cadernos este número no campo no assunto e são
e blocos de notas em caixas e digitalizando catalogados em um arquivo de Excel. “Antes
tudo para salvar em outras mídias. (...) de enviar, cada pessoa precisa ir nesta pla-
O processo de arquivamento é feito em nilha e colocar para quem enviou o e-mail, o
duas etapas: “Os projetos passam por duas conteúdo e a data”, explica Bruno. O projeto

86 Capítulo 4
executivo do Mineirão, assinado pelo escritó- au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/239/
rio, conta com 1.968 mensagens. (...) como-organizar-os-arquivos-do-escrito-
Fragmento de texto retirado de: <http:// rio-305311-1.aspx>. Acesso em: 10 jan. 2016.

Mesmo com a crescente digitalização dos processos que envolvem o projeto

arquitetônico, algumas questões referentes ao arquivamento de documentos não

só em meio digital, mas também em meio físico continuam pertinentes, lembre-se

sempre de guardar cópias de seus desenhos, esboços e projetos, até mesmo de

reuniões e conversas com os clientes, eles são importantes documentos do proces-

so de projeto. Fique sempre atento!!

REFLITA
Você, caro aluno, futuro engenheiro, já seja de papéis ou mídias digitais. Ele deve
pensou como será organizado seu escritório? ser longe do sol, livre de umidade e, se pos-
Como será o arquivamento dos diferentes re- sível, com temperatura controlada. Uma boa
gistros que compõem um projeto? Abaixo estão saída é um armário fechado que combine
algumas dicas importantes sobre este assunto: pastas suspensas e prateleiras, dica dos pro-
(...) De tempos em tempos, vale revisar fissionais do Mapa. Também é preciso plane-
tudo o que está no HD dos computadores e jar uma limpeza periódica, para retirar o acú-
checar o que já pode ser passado para ar- mulo de poeira, e vale manter duas cópias de
quivo morto. Com disciplina para fazer isso tudo, sempre em locais diferentes. Se forem
a cada seis meses, a vida ficará mais fácil e documentos de algum projeto confidencial,
mais organizada o tempo todo. há vários programas que ensinam a cripto-
Por mais que pareça um conselho óbvio, é grafar arquivos e protegê-los com senhas -
válido escolher bem o local de arquivamento, uma precaução a mais. (...)

Projeto Arquitetônico 87
Além disso, se forem: acabar com o arquivo.
CDs e DVDs Cadernos e anotações
Guardar nas caixinhas adequadas, para Para organizá-los, vale colar etiquetas
proteger da poeira, e deixar sempre na ver- na frente dos cadernos com a data de início
tical, para não ocorrer pressão do peso dos e fim de seu uso ou com o assunto, caso o
que estão em cima nos debaixo. Evitar luga- caderno seja só de um projeto, por exemplo.
res com incidência de sol e, se o disco estiver E-mails
sujo ou manchado, limpar com uma flanela Organizar os e-mails por pastas de cada
macia e seca antes de rodar. Nunca é demais projeto. Há diversos programas de backup de
fazer duas cópias de cada disco. e-mails que podem ser úteis. Outra maneira
Pen drives e HDs externos é criar um endereço em uma conta de e-mail
Guardar longe da luz e do sol e ter os virtual (como Gmail ou Hotmail) para enviar
documentos mais importantes salvos em as mensagens mais importantes de cada
dois endereços diferentes (um HD em casa projeto. Isso funcionará como uma espécie
e outro no escritório). Quedas podem ser de nuvem na internet que se pode acessar
fatais para esses gadgets, por isso vale de qualquer lugar
guardá-los em estojos macios. Fragmento de texto retirado de: <http://
Papel au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/239/
Projetos em papel vegetal podem ser es- como-organizar-os-arquivos-do-escrito-
caneados e armazenados em rolos, mas é rio-305311-1.aspx>. Acesso em: 10 jan. 2016.
preciso cuidar para que o lugar esteja dede- Futuro engenheiro! Planeje-se!
tizado, já que traças são famintas e podem

88 Capítulo 4
INDICAÇÃO DE LEITURA
Título: Manual de Desenho Técnico para Engenharia -

Desenho, Modelagem e Visualização

Esta segunda edição de Manual de Desenho Técnico para

Engenharia – Desenho, Modelagem e Visualização abor-

da um tema fundamental para os recém-ingressados à

graduação e oferece o conteúdo de forma clara, concisa e

objetiva. Sua base didática está centrada na teoria da pro-

jeção, e o instrumental, no desenho à mão livre, requisito

imprescindível para a confecção dos projetos de engenharia aos quais os estudantes

serão apresentados ao longo da vida acadêmica. Além disso, destaca-se um capítulo

especial em que o projeto assistido por computador é abordado com ênfase em mo-

delagem paramétrica. Esta nova edição traz as seguintes características: cobertura

completa de curvas e superfícies da modelagem NURBS, três capítulos inéditos e um

capítulo completo sobre desenhos em perspectiva cônica – conteúdo que na edição

anterior foi apresentado como apêndice, mais de 30 folhas de trabalho para o desenho

à mão livre, introduzidos ao longo do texto. Os inúmeros problemas de desenhos com-

põem uma mostra indispensável da aplicação prática dos conceitos tratados ao longo

do livro. Os docentes da área poderão, ainda, encontrar materiais suplementares no

site da LTC Editora – GEN | Grupo Editorial Nacional, acessíveis mediante cadastro.

Autores: Leake, James M.; Borgerson, Jacob L.

Projeto Arquitetônico 89
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno, chegamos ao final de mais uma unidade, na qual aprendemos vários

assuntos pertinentes à adequada representação ao longo das diferentes fases do

projeto arquitetônico. Especificamente, nesta unidade, abordamos os tipos de papel

que você pode utilizar nas suas representações gráficas, bem como os diferentes

tamanhos e configurações de dobraduras para cada um deles. É muito importante

que você reconheça os papéis da série A e saiba como organizá-los, seus espaços,

elementos e dimensões, não se esqueça das margens, do selo e das áreas de texto

de desenho, dependendo da configuração do papel que você irá utilizar.

Ainda, treine a dobradura das folhas, isso fará com que você se familiarize com

os materiais e as técnicas, bem como com as dimensões de cada uma das folhas

da série A, você verá que elas te acompanharão ao longo de toda a sua formação

como estudante de engenharia e posteriormente na sua jornada profissional como

engenheiro. Teste os diferentes tipos de papéis, você verá que cada um deles tem

características próprias que poderão ser importantes dependendo do tipo de dese-

nho que você deseja realizar!

Vamos lá! Teste, experimente, dobre e desenhe!

Capítulo 4
Anotações

Projeto Arquitetônico
Anotações
capítulo

5 métodos de composição
e reprodução de
desenhos
Carina Mariane Stolz ; Laís Zucchetti

introdução
Caro aluno,

Iniciamos agora mais uma unidade, que tem como objetivo maior consolidar o seu

conhecimento técnico sobre a representação gráfica de projetos arquitetônicos.

Aqui, especificamente, vamos abordar as linhas, sua espessura e seu traçado e a

caligrafia técnica.

A correta utilização das linhas nas representações de projetos permite que os desenhos

sejam trocados e discutidos entre os profissionais que fazem parte do processo de projeto

e de construção de uma edificação. O desenho técnico não pode ser realizado de acordo

com os gostos e preferências de cada desenhista, pois será utilizado por arquitetos, enge-

nheiros e demais profissionais da construção. Sendo assim, as normas que estabelecem

as canetas técnicas, suas cores e dimensões buscam padronizar essa linguagem de de-

senho, permitindo a intercambialidade dos projetos entre os profissionais envolvidos.

Dessa mesma forma ocorre com a caligrafia técnica, os números e letras que utiliza-

mos como informação nas folhas de desenho. Eles devem seguir uma padronização,

caso contrário teremos uma desorganização total de tamanhos, formas e tipos de

letras e números.
Prepare seus instrumentos e materiais de desenho, vamos explorar novas formas

de desenhar e escrever.

Prepare-se!!!

Objetivos de aprendizagem
• Aprender como empregar as linhas técnicas na representação de
projetos arquitetônicos.

• Identificar a diferença entre as canetas técnicas e como empregar a


hierarquia de traço nas representações.

• Aprender como se representa a caligrafia técnica e onde é utilizada.

• Compreender as regras de representação e as condições específicas


de cada desenho.

esquema
• Linhas técnicas

• Código de cores em canetas técnicas

• Caligrafia técnica

• Regras e condições específicas


LINHAS TÉCNICAS
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, através da NBR 8403 de 1984, deter-

minou parâmetros e diretrizes em relação às linhas utilizadas em desenhos técnicos.

À primeira vista, pode parecer algo inútil, mas, em desenho técnico, diferenciar os

elementos com linhas de larguras distintas facilita muito a visualização e não deixa

o projeto poluído demais. Além disso, é através da diferenciação do traçado que é

possível identificar diversos elementos do desenho.

Fica definido na referida norma que cada cor das canetas técnicas identificam

larguras de linhas, conforme segue:

• 0,13 mm: lilás;

• 0,18 mm: vermelha;

• 0,25 mm: branca;

• 0,35 mm: amarela;

• 0,50 mm: marrom;

• 0,70 mm: azul;

• 1,00 mm: laranja;

• 1,40 mm: verde

• 2,00 mm: cinza.

As larguras das linhas devem ser escolhidas conforme o tipo, dimensão, es-

cala e densidade de linhas no desenho e, para diferentes vistas de uma peça,

desenhadas na mesma escala, as larguras das linhas devem ser conservadas

(NBR 8403, ABNT,1984).

Projeto Arquitetônico 95
Além das espessuras, são utilizadas distintas formas de tracejados e represen-

tações das linhas, que possuem significados diferentes, conforme mostra a tabela a

seguir (adaptada da NBR 8403/84):


Linha Denominação Aplicação

-Contornos visíveis.
__________ Contínua larga
-Arestas Visíveis.

-Linhas de interseção imaginárias.


-Linhas de cotas.
-Linhas auxiliares.
-Linhas de chamadas.
________________ Contínua estreita
-Hachuras.
-Contornos de seções rebatidas
na própria vista.
-Linhas de centros curtas.

-Limites de vistas ou cortes par-


ciais ou interrompidas se o limite
Contínua estreita mão livre
não coincidir com linhas traço e
ponto.
Contínua estreita zigue-zague
-Esta linha destina-se a desenhos
confeccionados por máquinas.

-Contornos não visíveis.


Tracejada larga -Arestas não visíveis.

Tracejada estreita -Contornos não visíveis.


-Arestas não visíveis.

-Linhas de centro.
Traço e ponto estreita -Linhas de simetrias.
-Trajetórias.

96 Capítulo 5
Traço e ponto estreita, larga
nas extremidades e na mu- -Planos de cortes.
dança de direção

-Indicação das linhas ou superfí-


Traço e ponto largo
cies com indicação especial.

-Contornos de peças adjacentes.


-Posição limite de peças móveis.
-Linhas de centro de gravidade.
Traço dois pontos estreita
-Cantos antes da conformação.
-Detalhes situados antes do plano
de corte.

O espaçamento mínimo entre linhas paralelas (inclusive a representação de ha-

churas) não deve ser menor do que duas vezes a largura da linha mais larga, entre-

tanto recomenda-se que essa distância não seja menor do que 0,70 mm.

Ordem de prioridade de linhas coincidentes


Se ocorrer coincidência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, a prioridade

deve considerar, nesta ordem (NBR 8403, ABNT,1984):

a. arestas e contornos visíveis (linha contínua larga,tipo de linha A);

b. arestas e contornos não visíveis (linha tracejada, tipo de linha E ou F);

c. superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreitos, larga nas extremida-

des e na mudança de direção; tipo de linha H);

d. linhas de centro (traço e ponto estreita, tipo de linha G);

e. linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos, tipo de linha K).

Projeto Arquitetônico 97
Abaixo está um exemplo de representação gráfica apresentada pela NBR 8403

(ABNT, 1984), com uma aplicação prática da hierarquia e de diferentes tipos de linhas:

No projeto de edificações, podemos utilizar essas mesmas indicações e técnicas,

a seguir está um exemplo de planta baixa em que podemos identificar a hierarquia

das linhas, com espessuras diferentes e também diferentes tipos de traços, marca-

ção de cortes e utilização de letras e números para informação de áreas e dimen-

sões, assunto que será abordado a seguir.

98 capítulo 5
CALIGRAFIA TÉCNICA
A engenharia é uma ciência bastante antiga, de forma que não existiam com-

putadores e softwares computacionais para os engenheiros desenvolverem seus

projetos. Dessa forma, tudo devia ser padronizado para que os projetos tivessem

um aspecto técnico e organizado, além de tornar os caracteres legíveis e uniformes.

Os caracteres devem ser escritos sempre com uma mesma espessura de linha

e de forma que as linhas se cruzem ou se toquem, devem ainda obedecer algumas

condições estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

através da NBR 8402/1994. Dentre essas, estão as seguintes exigências:

a. legibilidade;

b. uniformidade;

c. adequação à microfilmagem e a outros processos de reprodução.

As proporções e dimensões a serem seguidas estão apresentadas na tabela a

seguir:
Características Relação Dimensões (mm)

Altura das letras


h (10/10)h 2,5 3,5 5 7 10 14 20
maiúsculas

Altura das letras


c (7/10)h - 2,5 3,5 5 7 10 14
minúsculas

Distância mínima entre


a (2/10)h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4
caracteres

Distância mínima entre


b (14/10)h 3,5 5 7 10 14 20 28
linhas da base

Projeto Arquitetônico 99
Distância mínima entre
e (6/10)h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12
palavras

Largura da linha d (1/10)h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2

Fonte: adaptada de ABNT NBR 8402/1994

A aplicação das proporções da tabela pode ser mais bem compreendida quando

se observa a seguinte figura:

Fonte: NBR 8402 (ABNT 1994)

Entretanto, algumas condições devem ser consideradas, tais como:

a. A altura h das letras maiúsculas deve ser tomada como base para o

dimensionamento.

b. As alturas h e c não devem ser menores do que 2,5 mm

c. Na aplicação simultânea de letras maiúsculas e minúsculas, a altura h não

deve ser menor que 3,5 mm.

100 Capítulo 5
A seguir, serão apresentados alguns exemplos de letras maiúsculas e minúscu-

las, números e símbolos, tanto no formato normal quanto no inclinado.

N o r ma l

Projeto Arquitetônico 101


I n c l in a da

Inclinado

Fonte: adaptado de NBR 8402 (ABNT 1994)

A escrita pode ser vertical ou inclinada, em um ângulo de 15° para a direita em

relação à vertical, contudo a norma NBR 6492 (ABNT, 1994) indica que não se deve

utilizar escrita inclinada em projetos arquitetônicos, sendo que, se for executada ma-

nualmente, não se utilizam letras minúsculas, apenas se a caligrafia for executada

com instrumentos deve-se utilizar letras maiúsculas e minúsculas. Nesse sentido,

caro aluno, se você for projetar peças e outras soluções que não sejam arquitetôni-

cas, você poderá utilizar a caligrafia inclinada!

102 Capítulo 5
Outra diferenciação entre a NBR 8402 (ABNT,1994) e a NBR 6492 (ABNT, 1994)

é que, na caligrafia desenhada com auxílio de instrumento, a NBR 6492/ 1994 indica

o emprego de diferentes espessuras de penas, tanto para letras quanto para núme-

ros, conforme a tabela abaixo:

Di m e n são da s Di m e n são d e
M o delo de le t r a
e n t r e l in h a s ( m m ) penas (mm)

2,0 0,2

2,5 0,3

3,5 0,4

4,5 0,8

INDICAÇÃO DE LEITURA
Livro: Desenho Técnico para Construção: Série Tekne

Autor: Sam A. A. Kubba

Desenho Técnico para Construção é um guia passo a

passo sobre a leitura e interpretação de todos os tipos de

desenhos técnicos, com ênfase em desenhos de projetos

executivos de arquitetura e engenharia civil. Com centenas

de ilustrações e diversas questões para estudo, esta obra

oferece um panorama completo de todos os aspectos da

Projeto Arquitetônico 103


construção – dos serviços de terraplenagem, de fundações e instalações estruturais

ao planejamento de interiores e acabamentos.

Disponível em: <http://www.saraiva.com.br/desenho-tecnico-para-construcao-se-

rie-tekne-7609016.html>.

FIQUE POR DENTRO


Siga as instruções de Montenegro sua caligrafia técnica, use como base as di-
(1997), ilustradas abaixo, para exercitar a mensões nelas especificadas!!

Outra dica importante para que você treine a sua caligrafia:

104 Capítulo 5
• Imprima letras, números e símbo- manteiga. Dessa forma, você po-
los nas dimensões especificadas derá copiar sobre o papel mantei-
na norma e coloque sobre o pa- ga as formas das letras e demais
pel impresso uma folha de papel caracteres que achar necessário!!

REFLITA
A forma como representamos um projeto, identidade. E isso é revelador!!
os traços que empregamos, os desenhos que Anime-se, treine, exercite sua forma
produzimos, as soluções que desenvolvemos de representação, seu traço!! Sabe-se
fazem parte de uma bagagem que se inicia que um traço de desenho bem represen-
na formação acadêmica do futuro engenhei- tado e com características próprias tor-
ro. É na academia onde ele aprende como e na-se uma espécie de assinatura!! A sua
de que forma deve realizar suas representa- forma de representação é a sua marca
ções, baseando-se nas normas de desenho pessoal, ela indica o seu estilo de traba-
e na experiência adquirida com os docentes. lho, através de detalhes de desenho, tipo
Ocorre que, ao desenharmos à mão livre, e intensidade de traço, entre outros.
sem o auxílio de instrumentos, nosso traço Treine, exercite, inove!! Pense na marca
e nossa forma de representar demonstram que você deseja transmitir como um profis-
nossas características, tornam-se nossa sional de engenharia!!

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado acadêmico, chegamos ao final de mais uma unidade, na qual pudemos

aprender um pouco mais sobre a representação gráfica, mais especificamente sobre

os tipos e espessuras de traços empregados nos desenhos técnicos e sobre a cali-

grafia técnica manual e com a utilização de instrumentos.

Projeto Arquitetônico 105


Identificamos que, para cada situação de representação no desenho, existem ti-

pos de traços específicos que devem ser executados com espessuras diferenciadas,

para que exista a hierarquia de linhas e também para a padronização dos desenhos

de projetos, permitindo a intercambialidade dos projetos entre os diferentes agentes

envolvidos ao longo do processo de projeto de uma edificação.

Da mesma forma, a caligrafia técnica, seja executada manualmente, seja através

da utilização de instrumentos, deve seguir normas específicas, com dimensões e

espessura de penas preestabelecidas para a sua adequada representação. Esses

dois assuntos são importantes para que você consiga comunicar adequadamente

suas intenções e soluções nos projetos que irá desenvolver!

Pegue seus instrumentos e inicie suas representações!!

Capítulo 5
Anotações

Projeto Arquitetônico
Anotações
capítulo

6 ProJeçÕes
Carina Mariane Stolz ; Laís Zucchetti

introdução
Prezado aluno, nesta unidade, vamos começar a exercitar mais nossa capacidade

de observar e reproduzir objetos. Sem esquecer a técnica adequada de represen-

tação gráfica presente nas normas e diretrizes, bem como da simbologia adequada

para o entendimento dos esquemas e plantas.

Nesta unidade, veremos, de forma explicativa e prática, como funciona o sistema de

projeções, principalmente aqueles relacionados ao 1º diedro e ao 3º diedro, e como

devem se realizar as representações de vistas, seções e cortes de projetos e es-

quemas necessários para o adequado entendimento dos projetos. É importante ob-

servar que as regras de representação são aplicáveis não somente em projetos de

engenharia, mas em toda e qualquer representação que deseje ser compreendida,

uma vez que são apresentados não somente exemplos relacionados à engenharia

civil, mas relacionadas às mais variadas áreas.

É muito importante que você preste muita atenção nas dicas aqui escritas, bem

como consulte as normas citadas e exercite muito tudo que for aprendido. Não exis-

te forma melhor de aprender do que exercitando, você vai ver a evolução dos seus

desenhos do início para o final deste livro, certamente você vai se surpreender.
Vamos iniciar esta unidade apresentando o sistema de projeções ortográficas, suas

formas de representação e principais contribuições. Seguindo neste tema, abordare-

mos a questão dos cortes e vistas de volumes básicos e elementos de construção.

Prepare-se para vivenciar novas experiências e começar a visualizar os objetos e

seus volumes de uma forma mais técnica.

Bons estudos e prepare-se para desenhar!

Objetivos de aprendizagem
• Compreender o sistema de projeções.

• Identificar os métodos americano e europeu de projeção.

• Entender os mecanismos de representação de vistas, cortes e seções.

esquema
• Sistema de projeções

• Método europeu de projeção – 1º diedro

• Método americano de projeção – 3º diedro

• Representação de vistas, cortes e seções


PROJEÇÕES ORTOGRÁFICAS
O matemático francês Gaspard Monge criou a Geometria Descritiva que serviu

de base para o Desenho Técnico, utilizando o sistema de projeções cilíndricas or-

togonais. Utilizando dois planos perpendiculares, um horizontal (π’) e outro vertical

(π”), ele dividiu o espaço em quatro partes denominadas diedros. A linha determina-

da pelo encontro dos dois planos é chamada de Linha de Terra (LT) (COSTA, 2014).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, através da NBR 10067/1995 –

Princípios gerais de representação em desenho técnico –, estabelece dois métodos

para a projeção ortográfica: o método do 1º diedro, também denominado método

europeu, e o método do 3º diedro, também conhecido como método americano. A

diferença fundamental entre os dois métodos está na posição das vistas.

Método do 1º Diedro Método do 3º Diedro

A figura apresentada a seguir exemplifica os diedros e as projeções de um cubo

no 1º e no 3º diedro.

Projeto Arquitetônico 111


Quando um objeto é colocado em qualquer diedro, ele pode ter suas projeções

horizontal e vertical, e esse objeto visualizado em um só plano passa a ser denomi-

nado “épura”, ou planificação do diedro, que consiste na rotação do plano horizontal

(COSTA, 2014). A épura do cubo projetado no primeiro diedro, por exemplo, seria a

apresentada na figura ao lado.

112 Capítulo 6
Método europeu ou método do 1º diedro
Nesta seção, veremos como representamos graficamente elementos, tendo

como base o método europeu. Com base na figura a seguir, você pode notar que as

vistas são denominadas em função de suas projeções verticais e horizontais consi-

derando o diedro em que se encontra.

As vistas do sólido apresentado no exemplo acima são denominadas, segundo a

NBR 10067/1995, como:

• frontal ou de elevação (A);

• superior ou planta (B);

• lateral esquerda (C);

• lateral direita (D);

Projeto Arquitetônico 113


• inferior (E);

• posterior (F).

Ao lado, você pode visualizar as projeções das vistas executadas no primeiro

diedro, ou seja, a planificação das faces do volume.

Se considerarmos esse mesmo volume, teremos, conforme pode ser visualizado

a seguir no primeiro diedro, as seguintes vistas:

114 Capítulo 6
E

D A C F

Método americano ou método do 3º diedro


Da mesma forma que na seção anterior, entenderemos como funcionam as proje-

ções quando utilizamos o 3º diedro como base, adotando o mesmo volume utilizado

no exemplo anterior.

Projeto Arquitetônico 115


Nesse exemplo, as vistas ficarão assim denominadas:

• vista frontal (A);

• vista superior (B);

• vista lateral esquerda (C);

• vista lateral direita (D);

• vista inferior (E);

• vista posterior (F).

Se considerarmos esse mesmo volume, teremos, conforme pode ser visualizado

a seguir no terceiro diedro, as seguintes vistas:

F C A D

O exemplo a seguir mostra como devem ser representados vãos e dentes em um

sólido nas suas vistas. Esses devem ser representados em todas as vistas, mesmo

se “não visíveis”, na forma de linhas descontínuas. A projeção ortogonal apresentada

é do primeiro diedro, mais usual em projetos.

116 Capítulo 6
Quando há simetria em determinado sólido, ou seja, quando o dividirmos ao meio

e ele tiver dois de seus lados exatamente iguais, algumas vistas podem se repetir, de

forma que pode não ser necessário apresentar o desenho de todas as vistas.

Montenegro (1997) apresenta como exemplo de

objeto que necessita de apenas uma vista para

sua adequada representação uma lâmpada in-

candescente. Note que não precisamos das de-

mais vistas para obtenção de um maior nível de

informação sobre esse objeto visto que suas di-

mensões, ângulos e formas estão demonstrados

nessa vista, sendo a simetria uma característica

que colabora para que isso aconteça.

projeto arquitetônico 117


Usualmente, são apresentadas apenas três vistas ortográficas, uma frontal, uma

lateral e uma inferior, conforme apresentado abaixo, no exemplo disponibilizado por

French (1978). Nesse exemplo, podemos identificar o volume em perspectiva, repre-

sentado no primeiro diedro, e suas vistas frontal, lateral esquerda e superior. É claro

que essa afirmação deve ser vista com bom senso, de forma que os detalhes neces-

sários estejam representados no projeto, com o número de vistas que for necessário

para o seu adequado entendimento.

Da mesma forma, Montenegro (1997) demonstra que, em um projeto de edifi-

cação, normalmente é necessário que se apresentem todas as vistas do objeto,

uma vez que as diferentes vistas de uma construção assimétrica normalmente

são diferentes, conforme podemos observar na representação desse mesmo

autor, apresentada abaixo.

118 capítulo 6
projeto arquitetônico 119
CORTES E SEÇÕES
Os cortes e seções são elementos importantes no detalhamento de projetos.

Muitas vezes, alguns detalhes não aparecem de forma adequada nas vistas ortográ-

ficas, de forma que os cortes são necessários.

Esses elementos são representados através de hachuras. Hachuras nada mais

são do que uma espécie de “estampa”, normalmente linhas inclinadas a 45º que

identificam que o elemento está representado em corte e não em vista. As hachuras

também podem ser utilizadas para representar diferentes tipos de materiais.

A NBR 12298 (ABNT, 1995), sobre representação de área de corte por meio

de hachuras em desenho técnico, estabelece os principais aspectos relacionados

a esse elemento. As linhas da hachura de corte sempre serão representadas com

linha estreita a 45º em relação às linhas principais de contorno ou eixo de simetria.

As figuras a seguir, retiradas da NBR 12298, exemplificam essa afirmação:

Fonte: NBR 12298 (ABNT /1995)

A referida norma traz outras especificações que devem ser seguidas no uso das

hachuras, como:

a. Em uma mesma peça, as hachuras devem ser feitas sempre em uma mesma

direção.

120 Capítulo 6
b. Os detalhes desenhados separados de sua vista devem ser hachurados em

mesma direção.

c. Deve-se usar hachuras em direções ou espaçamentos diferentes em dese-

nhos de conjunto ou pelas adjacentes.

d. As hachuras de uma peça composta devem ser diferentes.

e. O espaçamento mínimo das hachuras é de 0,7mm, sendo esse espaçado

conforme o tamanho da superfície a ser hachurada.

f. Em áreas muito grandes, pode-se hachurar apenas a vizinhança do contorno,

permanecendo a parte central branca.

g. Em peças de espessura muito fina, pode-se omitir as hachuras, enegrecendo

as seções das mesmas.

As hachuras também podem ser utilizadas para identificar diferentes materiais,

havendo algumas específicas e outras que podem ser utilizadas desde que identifi-

cadas através de uma legenda.

A NBR 12298 (ABNT,1995) apresenta algumas hachuras específicas:


H ac hu r a Mat e r i a l

Elastômeros, vidros, cerâmica e rochas

Concreto

Projeto Arquitetônico 121


Líquido

Madeira

Terra

Fonte: adaptado de NBR 12298 (ABNT, 1995)

Vamos ver um exemplo?

Um sólido em perspectiva está representado na figura acima. Na prática, esse

sólido poderia ser uma viga metálica de um pavilhão industrial. Ao lado, estão re-

presentados dois cortes, um transversal e um longitudinal. Observe como os cortes

estão representados nas perspectivas e identificados nos cortes.

122 Capítulo 6
Quando o objeto é bastante simples em sua conformação interna, não é difícil

ler e compreender as linhas ocultas representadas por meio dos cortes e vistas,

contudo, muitas vezes, quando a parte interna apresenta um desenho composto por

diferentes partes internas reunidas com a finalidade de representar o todo, a repre-

sentação somente através de vistas tornaria a interpretação do desenho confusa,

visto que seria um emaranhado de linhas interrompidas que dificultariam o traçado

e tornariam a leitura do desenho difícil ou, até mesmo, impossível (FRENCH, 1978).

Segundo French (1978), o corte nada mais é do que a representação de um objeto ou

peça de máquina, em que uma de suas partes foi cortada e removida, a fim de deixar visível

a parte interior e que, quando necessário, devemos executar mais de um corte e considerar

as partes separadamente, ou seja, sem considerar as partes removidas dos outros cortes.

Dentre os vários exemplos citados por French (1978), um está apresentado a

seguir, onde, à esquerda, podemos identificar o plano secante “cortando” esta peça

e, à direita, identificamos a indicação do corte em planta baixa, bem como o sentido

de visualização e a peça devidamente seccionada e hachurada. Nesse exemplo,

está demonstrado um corte total que, segundo a NBR 10067 (ABNT, 1995), ocorre

quando uma peça é cortada em toda a sua extensão por um plano de corte.

projeto arquitetônico 123


Existem diferentes tipos de corte, dentre eles, podemos citar o corte total, o meio

corte e o corte parcial. O corte total acontece quando o plano secante corta inteira-

mente o objeto, mostrando a projeção completa em corte, sendo que o plano se-

cante será definido normalmente pelo eixo principal ou pela linha média da peça,

volume ou elemento (FRENCH, 1978). Os modelos de corte apresentados acima

são exemplos da aplicação de um corte total.

O meio corte é aquele que se emprega, algumas vezes, no desenho de objetos

simétricos, em que aparece uma metade em corte e a outra parte é representada

em forma de uma vista comum. Nesse caso, é como se o plano secante fosse até o

meio da peça, onde fica limitado pelo eixo de simetria ou pela linha média. A vanta-

gem desse tipo de corte é que ele permite que sejam representadas, em um mesmo

desenho, uma seção e uma vista, e a desvantagem é não poder cotar com clareza

os diâmetros interiores. O exemplo ao lado é de autoria de French (1978), e nele

podemos visualizar a representação de um meio corte de uma peça.

124 capítulo 6
O corte parcial é o corte que se representa sobre parte de uma vista, segundo

French (1978), para indicar algum detalhe interno da peça, caso se torne desnecessá-

rio o corte completo ou meio corte. Para representação desse tipo de corte, é neces-

sário imaginar que o objeto está sendo seccionado somente na parte que se deseja

detalhar, conforme apresentado no detalhe abaixo, desenvolvido por French (1978).

Segundo a NBR 10067 (ABNT, 1995), a delimitação desse tipo de corte pode

ser definida por uma linha contínua estreita à mão livre ou por uma linha estreita em

zigue-zague, conforme a NBR 8403 (ABNT, 1984) e demonstrado abaixo.

Ademais, podemos representar em corte, para um melhor entendimento, os

elementos de construção que formam o conjunto de uma edificação. Neizel (1974)

apresenta que esse tipo de representação permite elucidar melhor a sua forma,

projeto arquitetônico 125


principalmente, quando diz respeito aos elementos de construção com aberturas e

cavidades. O mesmo autor alerta que, eventualmente, não deve ser apenas identifi-

cada a localização do plano de corte na vertical, mas também os planos secantes ho-

rizontais, conforme apresentado no exemplo abaixo desenvolvido por Neizel (1974).

A disposição das vistas serve de regra também para a disposição das seções,

importante identificar que as setas no plano secante indicam o sentido em que é

observada a vista e também a disposição dos desenhos das seções.

126 Capítulo 6
INDICAÇÃO DE LEITURA
Livro: Desenho Técnico - Medidas e Representação

Gráfica

Este livro apresenta as normas técnicas aplicáveis a

desenhos técnicos de acordo com a ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas). Traz informações so-

bre os principais instrumentos utilizados para a cons-

trução de desenhos, caligrafia técnica, construções

geométricas, perspectiva isométrica, projeção ortogo-

nal, escalas, cotagem, vistas seccionadas e hachuras.

Com base nesses conhecimentos, o aluno aprenderá a utilizar o AutoCAD em dese-

nhos das áreas mecânica e elétrica. Para facilitar o aprendizado, o livro conta com

ilustrações e exercícios práticos.

O conteúdo pode ser aplicado para os cursos técnicos em Arquitetura, Carpintaria,

Computação Gráfica, Desenho de Construção Civil, Design de Interiores, Edificações,

Eletromecânica, entre outros.

Autores: Michele David da Cruz e Carlos Alberto Morioka

Disponível em: <http://produto.mercadolivre.com.br/

MLB-609528935-livro-desenho-tecnico-medidas-e-representaco-grafica-_JM>.

Projeto Arquitetônico 127


FIQUE POR DENTRO
Existem diversos vídeos e sites dis- • Croqui de vistas ortográfi-
poníveis na internet que mostram as cas: <https://www.youtube.com/
mais diversas formas de desenhar vistas, watch?v=n-hC-lmAs_w>.
cortes e seções de determinado objeto, • Correspondência entre faces, vér-
além de dar dicas preciosas de profissio- tices e arestas – Desenho téc-
nais com vasta experiência na área. Não nico: <https://www.youtube.com/
deixe de utilizar essa ferramenta para watch?v=uIfK44n0G44>.
complementar o conhecimento adquirido • Como desenhar em perspec-
neste livro. tiva: <http://pt.wikihow.com/
Seguem algumas sugestões: Desenhar-em-Perspectiva>.

REFLITA
Desenho Técnico e a Engenharia essencial para um engenheiro, pois é a par-
Na engenharia, boas ideias são repre- tir dele que serão desenvolvidas habilida-
sentadas por meio de desenhos técnicos, des transmitidas por meio de muito treino e
que simplificam cálculos, fórmulas, estudos do professor. Você desenvolve o raciocínio,
econômicos, riscos do empreendimento etc. proatividade, organização e capacidade de
Aquilo que deve ser construído, representado entender formas geométricas. Pense nisso!!!
ou executado é mostrado por meio de gráficos Texto disponível em: <http://desenho-tec-
ou diagramas que resumem todo o estudo. nico.info/historia-do-desenho-tecnico.html>.
Mesmo com o desenvolvimento da tec- Acesso em: 12 jan. 2016.
nologia, o estudo do desenho técnico é

128 Capítulo 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado acadêmico, chegamos ao fim de mais uma unidade e, dessa forma,

estamos cada vez mais próximos de uma representação gráfica condizente com as

regras e normas do desenho técnico. Nesta unidade, aprendemos sobre as proje-

ções e seus sistemas de representação, entendemos que as vistas e plantas de uma

edificação nada mais são do que as planificações das faces de um volume tridimen-

sional. Além disso, identificamos que quanto melhor representado estiver o projeto,

com mais detalhes e bem resolvido, mais confiável será a sua execução.

Nesta unidade, compreendemos, ainda, como devemos representar graficamen-

te as vistas, os cortes e as seções de elementos, volumes, construções, entre ou-

tros. Evidenciando dessa forma a importância desses elementos na formatação de

um projeto arquitetônico e no completo entendimento do conjunto da edificação.

Foi um prazer poder dividir com você mais assuntos relacionados à representa-

ção de projetos arquitetônicos. Agora, pegue seus materiais e instrumentos de de-

senho, vamos exercitar as técnicas através das atividades de autoestudo! Até logo!

Projeto Arquitetônico 129


Anotações
capítulo
regras básicas

7 para desenho à
mão livre
Carina Mariane Stolz ; Laís Zucchetti

introdução
Prezado acadêmico, nesta unidade, abordaremos uma área mais artística do desenho,

que é a representação à mão livre. Mas não se engane pensando que para isso você

deve ter o dom de desenhar. Apresentaremos as principais técnicas e materiais para

que você desenvolva suas representações gráficas manuais de forma mais adequada

possível. Você verá que com o emprego da técnica e uma boa dose de treinamento e

dedicação você realizará esboços e croquis muito representativos de suas soluções e

ideias. Esse tipo de representação é uma ferramenta importante para a rápida visualiza-

ção e desenvolvimento dos seus projetos, empregando uma linguagem mais artística.

Normalmente esse tipo de representação é empregado para realização de esboços,

croquis e até na apresentação do anteprojeto, contudo ele pode ser utilizado até

nos estágios finais de projeto e construção como fins de visualização de uma ideia,

explicação de uma solução ou modificação do projeto existente.

Prepare alguns papéis, de preferência opacos, alguns lápis grafite de diferentes du-

rezas, estilete, prancheta, borracha e fita adesiva. Vamos tornar nossos projetos um

pouco mais artísticos!!!


Objetivos de aprendizagem
• Aprender as técnicas para desenhar à mão livre.

• Identificar a diferença entre os tipos de desenhos à mão livre que podem


ser empregados nos projetos arquitetônicos.

• Entender como representar à mão livre as vistas ortográficas e


perspectivas.

• Compreender e adaptar cada tipo de desenho às necessidades.

esquema
• Tipos de desenho

• Vistas ortográficas

• Perspectivas
TIPOS DE DESENHO: ESBOÇO, CROQUI, DESENHO PRELIMINAR
Segundo a NBR10647 (ABNT, 1989), cuja função é definir os termos emprega-

dos no desenho técnico, o esboço, o desenho preliminar e o croqui são os tipos de

desenho que podemos realizar de forma manual, considerando o desenho técnico.

Essa mesma norma define:

• Croqui

• Desenho não obrigatoriamente em escala, confeccionado normalmente à mão

livre e contendo todas as informações necessárias à sua finalidade (NBR 10647,

ABNT 1989). Podemos notar que o croqui demonstra a intenção do projeto, com

um traço mais livre, apresenta as formas principais e os elementos de destaque

do projeto. Abaixo está apresentado um exemplo de croqui da obra em constru-

ção da Catedral de Brasília, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

Disponivel em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-14553/classicos-da-arquitetu-

ra-catedral-de-brasilia-oscar-niemeyer/14553_15268>. Acesso em: 15 jan. 2016.

Projeto Arquitetônico 133


• Esboço

• Representação gráfica aplicada habitualmente aos estágios iniciais de ela-

boração de um projeto, podendo, entretanto, servir ainda à representação de

elementos existentes ou à execução de obras. Esse é um estágio mais avan-

çado do croqui, em que já se pode visualizar uma organização dos espaços,

em setores ou funções e também existem algumas informações de dimen-

sões. A seguir está apresentado um exemplo de esboço

Disponível em: <http://blog.obravip.com.br/arquitetura-de-casa-na-inglaterra/>. Acesso em:


15 jan. 2016.

• Desenho preliminar

• Representação gráfica empregada nos estágios intermediários da elabora-

ção do projeto, sujeita ainda a alterações e que corresponde ao anteprojeto.

134 Capítulo 7
Abaixo está apresentado um exemplo de um AP, produzido à mão livre, com-

posto por plantas baixas, cortes e perspectivas internas e externas, além do

levantamento fotográfico do terreno de implantação.

Disponível em: <http://www.oj.arq.br/etapas.php>. Acesso em: 04 jan. 2015.

Caro aluno, podemos analisar que o desenho à mão livre engloba, além das vis-

tas ortográficas (plantas baixas, cortes, fachas, localização etc.), desenhos de pers-

pectivas, sendo assim veremos a partir de agora esses dois tipos de representação.

Projeto Arquitetônico 135


VISTAS ORTOGRÁFICAS
O desenho de vistas ortográficas, assim como vimos na unidade sobre projeções,

exige que você tenha como base um sólido, de forma simples, para que através da

visualização desse objeto, projete as vistas que achar mais importantes. Você pode

empregar para isso um tipo de papel chamado quadriculado, ele permitirá que você

desenhe sobre suas linhas e colunas, realizando um traçado mais reto e proporcional.

Um de seus principais usos são para desenhos de

precisão. Engenheiros, arquitetos e projetistas co-

nhecem bem esse tipo de folha, já que os quadradi-

nhos possuem tamanhos iguais. Isso ajuda muito

quem precisa de ter tudo milimetricamente represen-

tado! Quem gosta de fazer sketchbooks com paisa-

gens e construções também vai adorar a experiência

das folhas quadriculadas – chamado também de grid.

Na hora de calcular as proporções, elas são uma grande ajuda, tanto para quem

quer treinar seu olhar como para quem gosta de reproduzir os mínimos detalhes

(<http://www.moleco.com.br/blog/2013/10/21/moleco-quadriculado-tecnicas-de-u-

so/>. Acesso em: 15 jan. 2016).

Você pode realizar o download de diversos tipos de papéis quadriculados no site: <http://

www.prof-edigleyalexandre.com/2011/09/gerador-de-papel-milimetrado-para.html>.

Dando continuidade, selecione um objeto com formas simples, algo como um cubo

ou um caderno, em seguida, escolha quais vistas desse objeto você representará.

136 Capítulo 7
Pegue o papel quadriculado e delimite o espaço para cada uma das vistas que

irá representar, em seguida, verifique qual a menor dimensão do objeto e utilize essa

dimensão como o módulo básico da sua representação, que pode ser um quadrado

do papel milimetrado, por exemplo. Verifique se a largura, altura e profundidade do

objeto são múltiplos desse módulo, se as dimensões não coincidirem reduza a di-

mensão do seu módulo básico e a utilize como base. Ao lado, está um exemplo de

como fazer essa escolha: na representação localizada acima podemos verificar que

o volume tem formas com dimensões múltiplas, nesse caso, poderíamos adotar o

módulo como sendo 2 quadrados do papel milimetrado, dessa forma, cada módulo

seria composto por uma área de 2x2 quadrados no papel, resultando assim numa

área de base de 4 x 4 quadrados. Já no exemplo localizado abaixo, o volume apre-

senta subdivisões nas dimensões, dessa forma, o módulo seria reduzido pela meta-

de, a fim de englobar as subtrações do volume que desejamos representar, teríamos

um módulo de 1x1 quadrados de papel milimetrado.

Projeto Arquitetônico 137


Vamos adotar nessa representação como modelo o volume localizado abaixo

e iniciaremos a representação empregando um traço leve que servirá como base,

esse traço auxiliar também pode ser chamado de linha de construção.

2 2
2 1 2
2 2
3
2
1
2
2 3

Em seguida, determinaremos as dimensões do volume de acordo com o módulo

que especificamos e as vistas que iremos representar, nesse caso, adotaremos a

vista superior e a vista frontal.

Deixaremos sempre um espaço de margem na folha para o desenho não ficar

alinhado com a borda do papel e para, caso aconteça algum equívoco, existir um

espaço para acrescentar algo que foi esquecido.

Iniciaremos o traçado pela vista superior, desenhando inicialmente o perímetro

do volume (a) e depois partindo para os detalhes da vista (b). Em seguida, reforce

com o lápis as linhas que representam o volume (c).

138 Capítulo 7
(a)
(b) (c)

Caro aluno, represente a vista frontal seguindo estes mesmos passos: inicialmente

determine o número de módulos que compõem cada linha do perímetro que configura o

volume, em seguida, trace os detalhes internos do objeto, utilizando nessas duas etapas

sempre linhas suaves. Verifique se a sua representação está de acordo com a vista

escolhida e marque com linhas mais fortes as linhas que representam a face do volume.

Essa técnica pode ser usada para a representação de diferentes elementos quan-

do planificados, ou seja, quando estiverem em duas dimensões, no caso de projetos

arquitetônicos, podemos empregar na representação de plantas baixas, cortes, fa-

chadas, detalhes. Outra dica que pode auxiliar na representação de desenhos à mão

livre é a utilização do papel manteiga sobre o papel milimetrado, seguindo-o como

base para que você realize seus traços com proporção e alinhamento. O resultado

final ficará interessante, pois as linhas de base não aparecerão no seu desenho.

Podemos observar que muitos dos desenhos representados nos croquis, esbo-

ços e desenhos preliminares apresentam perspectivas dos projetos arquitetônicos,

esse será o próximo assunto que iremos abordar.

Projeto Arquitetônico 139


PERSPECTIVAS
Os desenhos em perspectivas que podemos representar podem ser de dois tipos

principais, cilíndricos e cônicos. As projeções cilíndricas são as projeções das quais

podemos extrair as perspectivas cilíndricas, também conhecidas como perspectivas

paralelas. Naveiro e Oliveira et al. (2001) salientam que, apesar de esse tipo de

perspectiva não proporcionar uma representação tão natural quanto à obtida com a

perspectiva cônica, elas permitem uma maior rapidez de construção e, consequen-

temente, uma avaliação básica das características tridimensionais das propostas.

As perspectivas paralelas que veremos são a isométrica e a cavaleira.

Isométrica
A perspectiva isométrica, segundo a NBR ISO 10209-2 (ABNT, 2005), é a repre-

sentação na qual qualquer linha de projeção faz três ângulos iguais em relação aos

eixos de coordenadas. Esse tipo de perspectiva se estrutura a partir de três eixos

perpendiculares entre si que, ao serem projetados, formam ângulos iguais. Dessa

forma, as medidas dos objetos podem ser marcadas diretamente em cada eixo, na

escala desejada, permitindo-se uma rápida visualização do aspecto tridimensional

do objeto (NAVEIRO; OLIVEIRA et al., 2001).

Na realização de perspectivas, devemos tomar cuidado com a representação

das linhas, pois aquelas que são paralelas no volume continuam sendo paralelas na

representação, conforme apresentado no passo a passo do exemplo a seguir:

140 Capítulo 7
Se restou alguma dúvida ou se você deseja aprender um pouco mais sobre a

perspectiva isométrica, acesse: <http://www.ufrgs.br/napead/repositorio /objetos/

edital18/croquis/iso.html>.

Cavaleira
A perspectiva cavaleira é definida, segundo a NBR ISO 10209-2 (ABNT, 2005),

como uma projeção axonométrica oblíqua, na qual o plano de projeção é paralelo

a um dos planos de coordenadas. As dimensões dos contornos principais do objeto

situados na face paralela ao plano de projeção são representados na mesma es-

cala. Por convenção, a projeção segundo o terceiro eixo estará também na mesma

escala, sendo que essa projeção pode feita empregando o ângulo de 30º e 45º. Na

perspectiva cavaleira, podemos observar que inicialmente desenhamos uma das

vistas do cubo, para a partir daí representar as linhas em ângulo que vão definir a

Projeto Arquitetônico 141


representação em perspectiva, observe no exemplo a seguir como podemos desen-

volver uma perspectiva cavaleira:

Se ficaram algumas dúvidas, você pode acompanhar o desenvolvimento de pers-

pectivas cavaleiras em: <http://www.ufrgs.br/napead/repositorio /objetos/edital18/

croquis/cava.html#videos>.

Perspectiva cônica
As perspectivas classificadas como cônicas possuem um processo de constru-

ção diferente das axonométricas e permitem uma visualização mais realista do obje-

to estudado. Enquanto na perspectiva isométrica considera-se o observador a uma

posição infinita em relação ao objeto, a perspectiva cônica se origina a partir do

posicionamento do observador próximo à edificação. Ela pode ser definida como

a “plotagem” de pontos vistos através de um plano transparente e desde um ponto

pré-definido, de acordo com o que sugere a origem latina da palavra: perspectusou

(ver através de) (NAVEIRO; OLIVEIRA et al., 2001).

142 Capítulo 7
Basicamente, a perspectiva cônica pode ser executada de diferentes maneiras:

com um ponto de fuga, com dois pontos de fuga ou com mais, contudo, quanto maior

o número de pontos de fuga de uma representação mais trabalhosa ela se tornará. O

ponto de fuga é o ponto do desenho para onde convergem as linhas de representação,

conforme apresentado no esquema abaixo desenvolvido por Montenegro (1983).

Além do ponto de fuga, outro elemento importante para a conformação desse

tipo de perspectiva é a presença da linha do horizonte e o posicionamento do obser-

vador em relação a ela, que influencia diretamente no ângulo de visão que teremos

do objeto, conforme for se alterando a altura do observador. Podemos visualizar

no exemplo a seguir, desenvolvido por Montenegro (1983), que as representações

apresentam a mesma posição para os pontos de fuga, contudo o que se alterou foi

a altura do observador em relação à linha de horizonte.

Dessa forma, se desejarmos visualizar a parte superior de um objeto devemos

posicionar o observador abaixo da linha do horizonte, permitindo que a face superior

projeto arquitetônico 143


da representação fique visível, contrariamente se desejarmos mostrar a parte inferior

de um volume devemos posicionar o observador acima da linha do horizonte e sua

face de baixo ficará à mostra. Por fim, se quisermos mostrar esse mesmo objeto de

forma que ele esteja a uma linha mediana do observador, devemos posicioná-lo à

meia altura da linha de horizonte, sendo assim não ficarão expostas nem sua porção

superior nem a superior, mas as laterais, como se o livro empregado neste exemplo

estivesse exposto em uma prateleira.

Dessa forma, se desejarmos visualizar a parte superior de um objeto, devemos

posicionar o observador abaixo da linha do horizonte, permitindo que a face superior

144 Capítulo 7
da representação fique visível. Contrariamente, se desejarmos mostrar a parte infe-

rior de um volume, devemos posicionar o observador acima da linha do horizonte e

sua face de baixo ficará à mostra. Por fim, se quisermos mostrar esse mesmo objeto

de forma que ele esteja a uma linha mediana do observador, devemos posicioná-lo

à meia altura da linha de horizonte, sendo assim, não ficarão expostas nem sua

porção superior nem a superior, mas as laterais, como se o livro empregado nesse

exemplo estivesse exposto em uma prateleira.

A construção de perspectivas cônicas com um nível de acabamento elevado, para

fins de apresentação final da proposta, pode ser um processo tedioso e demorado.

Entretanto, o treinamento e a habilidade do projetista na construção de perspectivas

cônicas permitem o seu uso nas fases iniciais do processo de projeto, através de sua

elaboração à mão livre, em forma de esboços rápidos e que não necessitam do rigor

gráfico para sua marcação.

FIQUE POR DENTRO


Através dos milênios o ser humano tem que o rodeia. Atualmente com a constante
buscado no desenho um meio de comuni- descoberta e avanço constante no aperfei-
cação direta de seus medos, seus objeti- çoamento de equipamentos e ferramentas
vos, sonhos, projetos e de suas memórias. digitais temos relegado a plano secundário
Não há barreiras de idioma, etnia ou classe a prática do desenho à mão livre. A prática
econômica que dificulte ou impeça a comu- do Croqui como forma rápida e objetiva de
nicação. Ainda nos seus primeiros passos, expressar uma ideia ou de desenvolvê-la
se expressa através do desenho daquilo não pode ser abandonada.

Projeto Arquitetônico 145


Entende-se que o conhecimento e de- equipamentos para o desenvolvimento com-
senvoltura no uso das técnicas de represen- plementar e enriquecimento e detalhamento
tação tradicionais devem somar-se ao das das formas inicialmente desenhadas.
novas ferramentas, como fundamentais, Disponível em: <http://www.ufrgs.br/na-
para a o exercício das diversas profissões pead/repositorio/objetos/edital18/ croquis/
que delas se utilizam como a arquitetura, o index.html>. Acesso em: 15 fev. 2016.
design e as engenharias. (...) Você pode aprender mais sobre as me-
O surgimento de mesas digitalizadoras sas digitalizadoras em: <https://www.youtu-
pode ser um atrativo para, com o desenvolvi- be.com/watch?v=k_Q1ZDacSSY>.
mento de habilidades básicas, utilizar esses

REFLITA
Mesmo não tendo um refinamento ou a similitudes existentes entre o referido projeto
um detalhamento gráfico apurado, o esboço preliminar – do recorrido – e o posterior pro-
(croqui) do Estudo Preliminar pode ser prote- jeto arquitetônico – do arquiteto recorrente –
gido pela Lei de Direitos Autorais? indicam a ocorrência da prática de plágio apta
O Superior Tribunal de Justiça, em recente de- ensejar o acolhimento do pedido indenizatório
cisão, entendeu que o Estudo Preliminar é, sim, articulado na demanda.
passível de proteção pela Lei de Direitos Autorais. Todavia, o reconhecimento da pro-
O Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, ao julgar teção do Estudo Preliminar do Projeto
caso envolvendo plágio de estudo preliminar de Arquitetônico pela Lei de Direitos Autorais
projeto arquitetônico de frigorífico, assim destacou: não afasta, por evidente, a necessidade de
Firmada a premissa de que o “Estudo prova da originalidade da forma estética ex-
Preliminar de Projeto Arquitetônico” de autoria pressada no esboço (croqui).
do recorrido integra seu patrimônio intelectual Disponível em: <http://cpbraga.jusbrasil.
e se faz, por isso, merecedor de proteção legal com.br/artigos/133491885/o-estudo-prelimi-
(Lei nº 9.610/1998), cumpre a esta Corte defi- nar-e-protegido-pelo-direito-autoral>. Acesso
nir, a partir da correta valoração probatória, se em: 15 jan. 2016.

146 Capítulo 7
INDICAÇÃO DE LEITURA
Livro: Representação gráfica em Arquitetura

Guia claro, conciso e ilustrativo sobre a criação e o uso da

representação gráfica em arquitetura. Nesta edição, além

de incorporar exemplos digitais, Francis D.K. Ching inclui

outras ilustrações e instruções. O texto explica como ela-

borar desenhos ortogonais (plantas, cortes e elevações),

construir todos os tipos de perspectiva, organizar os dese-

nhos nas pranchas de apresentação, entender as diferen-

ças entre o desenho na prancheta e o desenho em CAD e a fazer croquis à mão livre.

Autor: Francis D. K. Ching. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?i-

d=5vs4AgAAQBAJ&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=o-

nepage&q&f=false>.

Livro: Desenho para Arquitetos

Destinado a arquitetos e projetistas, desenhistas, ar-

tistas em geral, ilustradores, professores e estudantes,

Desenho para Arquitetos é uma ferramenta eficaz e de

valor inestimável, demonstrando conceitos e técnicas por

meio de um formato visualmente estimulante.

Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=i-

DizBQAAQBAJ&printsec=frontcover&source=gbs_ge_

summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>

Projeto Arquitetônico 147


FIQUE POR DENTRO
equiláteros” (ALEXANDRE, 2014).
Alguns modelos de papel milimetrado iso-
métrico estão disponíveis para download gra-
tuito no site: <http://www.prof-edigleyalexandre.
com/2013/07/papeis-graficos-para-desenhos
-em-perspectiva-isometrica.html>.Prezado
acadêmico, outra sugestão, além do papel mili-
Assim como empregamos papéis quadricu- metrado, segundo Montenegro (1983), consiste
lados para o desenho de vistas ortográficas, para em realizar os desenhos iniciais em perspectiva,
o desenho de perspectivas, existe o papel gráfico dentro de “caixas” que servem como guia para
isométrico, que vai lhe auxiliar a representar os ob- o desenho que pretendemos desenvolver, ade-
jetos em perspectiva de uma forma mais natural. mais essa técnica permite que tenhamos um
“Diferentemente do papel milimetrado (ou qua- maior controle sobre as linhas do desenho, ou
driculado), o papel gráfico isométrico é utilizado seja, se a perspectiva da “caixa” estiver correta,
para desenhos tridimensionais. Ele é composto a figura que desenhamos dentro dela ficará mais
por três conjuntos de linhas paralelas que re- precisa. Abaixo podemos visualizar o método
presentam as três dimensões (largura, altura e proposto por Montenegro (1983) e alguns obje-
comprimento) formando uma grade de triângulos tos desenhados por ele.

Sem desânimo! Vamos lá! Pegue papel apresentam formas mais regulares e conhe-
e lápis e comece a desenhar os objetos que cidas. Insista! Pratique começando com figu-
estão ao seu redor, inicie por aqueles que ras mais simples.

148 Capítulo 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Futuro engenheiro, nesta unidade, aprendemos algumas regras básicas para o

desenvolvimento de representações sem utilizar instrumentos de desenho, ou seja,

à mão livre. Identificamos algumas diferenças entre os croquis, esboços e desenhos

preliminares, bem como pudemos observar as principais diretrizes para representar-

mos vistas ortográficas e diferentes configurações de perspectivas.

Agora é a sua vez!!! Resolva as atividades de autoestudo com concentração e

comprometimento, em seguida, pegue suas folhas de papel e solte sua criatividade,

seja observando e representando ou, então, imaginando e desenhando!!!

Bons desenhos!!!

Projeto Arquitetônico 149


Anotações
capítulo

8 ProJetos
Carina Mariane Stolz; Laís Zucchetti

obJetivos de APrendizAgem
• Oferecer condições ao acadêmico para interpretação e execução de
diferentes representações que compõem um projeto.

• Identificar os principais elementos necessários para o adequado


entendimento das representações nos projetos arquitetônicos.

esquemA
• Elementos principais de um projeto

• Sistemas de representações necessárias para configuração de um


projeto arquitetônico

• Montagem de um projeto arquitetônico


INTRODUÇÃO
Prezado aluno, chegamos à última unidade deste livro, e o objetivo principal é que

você compreenda como é formado um projeto arquitetônico, pois ele representa a base

para que possamos construir de forma adequada uma edificação. Utilizaremos como

exemplo o projeto de uma edificação, contudo as regras e procedimentos de desenhos

que veremos aqui, bem como os conceitos, podem e devem ser estendidos para as de-

mais disciplinas que exigem a representação gráfica de projetos. Tão importante quanto

representar graficamente um projeto é entendê-lo como um documento que será repas-

sado aos demais agentes envolvidos tanto no projeto quanto na construção da edificação.

Projeto Arquitetônico 153


Se pararmos para pensar, a edificação é a soma de um conjunto de sistemas

que precisam funcionar de forma satisfatória e interligada, podemos citar aqui como

exemplo os sistemas estruturais, elétricos e mecânicos, bem como o arquitetônico,

que devem ser compatíveis entre si para permitir o adequado funcionamento da edi-

ficação. A figura apresentada ao lado encontra-se ilustrada na quarta edição do livro

de Francis Ching (2010) e demonstra graficamente essa necessidade e as relações

que os diferentes sistemas indispensáveis a uma edificação estabelecem entre si.

Prepare-se para compreender, de forma completa, um projeto arquitetônico e as

partes que o compõem.

Ótimos estudos!

O PROJETO ARQUITETÔNICO
O projeto arquitetônico, normalmente, é formado por diferentes plantas e/ou

representações que permitem o entendimento do funcionamento completo daqui-

lo que se deseja construir. A maioria das plantas, também chamadas de projetos,

consistem em projeções ortográficas, embora às vezes possam ser acrescentados

detalhes em projeções isométricas ou a cavaleiro. Os desenhos gerais consistem

de plantas (vistas de cima) e elevações (vistas laterais ou frontais), traçados em

escala relativamente pequena.

No setor da construção, o termo “plantas” ou “projetos” geralmente se refere a

vários desenhos, como a planta de fundações, as plantas baixas, as elevações, os

cortes, as plantas de instalações elétricas e hidrosanitárias, os detalhes etc., que são

154 Capítulo 8
reunidos em um conjunto organizado de desenhos técnicos, de modo a transmitir a

maior quantidade possível de informação sobre um projeto.

O conjunto (ou “jogo”) completo de desenhos representa uma descrição gráfica

de um projeto de construção preparado por um arquiteto e/ou engenheiro (KUBBA,

2014). A primeira seção de desenhos de trabalho consiste em plantas de “lotes” ou

“local”, plantas de “alicerces”, plantas baixas e plantas de armação (US NAVY, 2005).

Montenegro (1997) apresenta em seu livro um modelo de planta de situação, confor-

me demonstrada abaixo.

As plantas de “lotes”, também chamadas de planta de situação, mostram as cur-

vas de níveis, limites, estradas utilizadas, árvores, edificações e quaisquer traços

físicos importantes no local de construção ou perto dele.

Esse tipo de representação mostra as localizações das esquinas com referências

à projeção da cobertura. Assim, a planta de lote proporciona os dados essenciais

para esboçar as linhas da edificação (US NAVY, 2005).

projeto arquitetônico 155


Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), na planta de situação deve conter, entre

outros: simbologias de representação gráfica conforme as prescritas nessa Norma,

curvas de nível existentes e projetadas, indicação do norte, vias de acesso ao con-

junto, arruamento e logradouros adjacentes com os respectivos equipamentos ur-

banos, indicação das áreas a serem edificadas, denominação dos diversos edifícios

ou blocos, escalas, notas gerais, desenhos de referência e carimbo. Abaixo está

demonstrado detalhe para melhor visualização dessa representação.

Cotas relacionando a
edificação e o terreno

Cotas do terreno

Construção a ser edificada

Vias de acesso

A planta de situação e localização tem origem a partir da identificação do local

onde será edificada a construção e da procura nos órgãos públicos das dimensões

156 Capítulo 8
e condições desse imóvel. Ademais, essa planta também serve para aprovação na

prefeitura a fim de que se identifiquem se as diretrizes e normas com relação aos

recuos necessários foram adotadas.

PLANTAS BAIXAS
Uma planta baixa arquitetônica ou estrutural mostra as características estruturais

do edifício no nível do plano de projeção. Uma planta hidrosanitária mostra os siste-

mas de encanamento e qualquer outro acessório relacionado a essa especialidade.

Uma planta de projeto elétrico mostra os sistemas de iluminação elétrica e quaisquer

outros sistemas que sejam elétricos (US NAVY, 2005).

Para Neizel (1974), a representação de

uma planta baixa é como se os diversos

pavimentos de uma edificação fossem cor-

tados por um plano secante a uma altura

de 1,50 m acima do piso, atravessando as

portas e janelas e outros elementos que se

encontram aproximadamente nessa altura.

O que não estiver sendo cortado aparece

em vista (o que está abaixo desse corte)

ou então em projeção (o que está acima

dessa seção imaginária). Conforme repre-

sentado por Montenegro (1997) ao lado.

Projeto Arquitetônico 157


As plantas baixas devem mostrar também os comprimentos, espessuras e ca-

ráter das paredes externas e divisões internas no nível desse piso, o número, di-

mensões e arranjo dos aposentos, as larguras e localizações das esquadrias e as

localizações de banheiro, cozinha e outras áreas da construção. Além disso, nela

estão presentes as indicações dos cortes e é partir delas que os representamos.

Importante destacar que a cada alteração nessa planta, a partir da mudança de

andares, uma nova representação de planta baixa deve ser executada a fim de de-

monstrar essas modificações.

Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), as plantas baixas, em geral, devem con-

ter, entre outros, simbologias de representação gráfica conforme as prescritas nessa

Norma: indicação do norte, sistema estrutural, indicação das cotas entre os eixos, co-

tas parciais e totais; caracterização dos elementos do projeto: fechamentos externos

e internos, circulações verticais e horizontais, cobertura/telhado e captação de águas

pluviais e acessos e demais elementos significativos; marcação de projeção de ele-

mentos significativos acima ou abaixo do plano de corte; indicação dos níveis de piso

acabado; denominação dos diversos compartimentos e respectivas áreas úteis; mar-

cação de cortes e fachadas; escalas; notas gerais; desenhos de referência e carimbo.

Para desenharmos estas plantas à mão, necessitaremos de escalímetro, esquadros,

gabaritos de círculos, aparelhos sanitários, entre outros, bem como transferidores e la-

piseiras com várias espessuras de gravite. As Plantas Baixas servem como base para a

montagem dos cortes e das fachadas. Abaixo está demonstrado um exemplo de repre-

sentação de uma planta baixa, em detalhe e a indicação dos seus principais elementos.

158 Capítulo 8
A seguir, serão demonstrados detalhes em uma planta baixa, indicando os princi-

pais pontos que devem ser considerados no seu desenvolvimento.

Detalhe da Planta Baixa

cortes
A intenção do corte é demonstrar os detalhes internos dos diferentes sistemas que

formam a edificação e a sua ligação, nesse sentido, devemos imaginar que a edifica-

ção encontra-se partida justamente onde está indicada a linha de corte. Imagina-se

o corte como um plano que passa pelas estruturas que formam a edificação e seus

projeto arquitetônico 159


sistemas e as separa em duas partes, demonstrando a sua parte interna, conforme

representado por Montenegro (1997), no desenho a seguir.

A representação do plano de corte, em Planta Baixa, é como uma linha do tipo

traço e ponto, entretanto apresenta nas extremidades um traço mais largo (NBR

8403/ ABNT, 1984), que não encosta no desenho da edificação, onde também está

indicada a direção desse seccionamento e a denominação desse corte, normalmen-

te realizada por meio da utilização de letras maiúsculas.

Normalmente, são utilizadas linhas de corte onde desejamos demonstrar diferentes

ligações entre os elementos, desníveis, alturas de escadarias e esquadrias, entre outros.

160 Capítulo 8
No desenho à mão, utilizamos os esquadros e as linhas de referência para trans-

ferir os elementos que estão sendo “cortados” em planta baixa para a representação

em elevação do corte. Além disso, por vezes, precisamos girar as plantas baixas para

uma melhor adaptação à indicação do sentido do corte, conforme representado gra-

ficamente por Montenegro (1997) e demonstrado abaixo. Note, aluno, a necessidade

do emprego de papel manteiga para que possamos identificar as linhas da planta

baixa que ficam embaixo do papel onde desenharemos o corte, ademais, muitas

vezes, a planta precisa ser girada para que possamos representar o corte de forma

adequada, respeitando sempre o sentido de visualização indicado em planta baixa.

Um detalhe de corte, demonstrado a seguir, permite a identificação das principais

informações obrigatórias para o adequado entendimento e construção da edificação.

Projeto Arquitetônico 161


elevAçÕes
A frente, os fundos e os lados de uma edificação, como apareceriam projetados

sobre planos verticais, são mostrados em elevações, também chamadas de facha-

das. As elevações revelam os materiais que revestem as superfícies das paredes das

edificações, qual tipo de material vai ser empregado como cobertura, entre outras

informações necessárias sobre as partes externas dessa edificação (US NAVY, 2005).

A partir da determinação das plantas baixas e dos cortes, podemos gerar as ele-

vações, também conhecidas por fachadas na arquitetura e construção civil, uma vez

que essas representações são o resultado do agrupamento das informações con-

tidas tanto nas plantas baixas quanto nos cortes. Montenegro (1997) apresenta as

162 capítulo 8
fachadas de um modelo seguindo a disposição das fachadas conforme a geometria

descritiva, como demonstrado a seguir.

Para fazer a representação de uma elevação à mão, precisamos ter as plantas

baixas já desenhadas em papel e então fixá-las na mesa de desenho, assim como

os cortes, para que as linhas de alturas do corte e de dimensões da planta baixa se

cruzem formando uma malha, que formatará a elevação pretendida.

projeto arquitetônico 163


DETALHES
Um desenho de detalhes mostra determinada unidade em escala maior do que aquela

no desenho geral em que essa unidade aparece, ou pode mostrar uma unidade em tama-

nho demasiadamente pequeno para, sequer, surgir em um desenho geral (US NAVY, 2005).

Os detalhes não precisam ter folhas específicas para sua apresentação, eles podem

estar distribuídos ao longo das demais representações (Plantas, Cortes e Elevações),

identificados com letras e linhas de chamada, dessa forma, quanto mais perto ele estiver

de sua localização original, melhor para o leitor que está analisando o projeto arquitetô-

nico. Na imagem a seguir, podemos visualizar pranchas de um projeto arquitetônico na

ordem em que normalmente são apresentadas e com o layout para entrega.

• Prancha de Situação e Localização


Edificação a ser construída
Quadra com as ruas adjacentes Norte

Selo/ Carimbo

Indicação do desenho e escala

164 Capítulo 8
• Plantas Baixas

No exemplo apresentado, demonstraremos que, para a construção da edificação

modelo, foi necessária a execução da planta de subsolo, do térreo, planta do pavi-

mento tipo (x11), ou seja, 11 andares de pavimento tipo e planta de cobertura e do

reservatório superior.

Note, caro acadêmico, que as linhas de corte estão representadas em todas elas

no mesmo local, bem como as margens e o selo de identificação, a indicação de

norte, o nome das ruas, as cotas da edificação em relação ao terreno e da própria

edificação, entre outros. Para produzir essas representações no AutoCAD, emprega-

mos as ferramentas e funções já apresentadas na unidade I e II deste livro.

Projeto Arquitetônico 165


Planta Baixa Pavimento Tipo Planta Baixa Cobertura

• Corte

166 capítulo 8
• Fachada

um Pouco mAis sobre A utilizAção do cAd


Até o presente momento, aprendemos como utilizar as ferramentas manuais para

a construção de um Projeto Arquitetônico, bem como a utilidade e objetivos de usar-

mos cada uma delas em um projeto.

Com a crescente evolução tecnológica a partir dos meados da década de 50, a

tecnologia começou a evoluir e chegou, também, para auxiliar o desenvolvimento

dos projetos de engenharia.

projeto arquitetônico 167


O uso máquinas para auxiliar na engenharia começaram a partir da década de

50, mais precisamente auxiliando no desenvolvimento da parte elétrica.

Fonte: http://www.action-engineering.com/MBEDictionary/DictionaryIllustrations/Computer_
Aided_Design.jpg

Douglas Taylor Ross, considerado cientista da computação, foi uma das primei-

ras pessoas da época a perceber que a computação seria tão importante para o

desenvolvimento dessa ferramenta que hoje conhecemos por CAD e, não demorou

muito para as máquinas, que mais tarde foram nomeadas softwares, serem cha-

mados de CAD (do termo em inglês Computer-aided design, e em português isso

significa desenho auxiliado por computador).

O CAD apresentou um desenvolvimento tão significativo, que mais tarde assou a

168 Capítulo 8
ser utilizado no planejamento para a construção de carros, aeronaves, entre outros

componentes eletrônicos.

O UNISURF foi um dos programas do CAD e foi desenvolvido pelo engenheiro

francês Pierre Bézier, da fabricante de carros Renault. As montadoras começaram

a criar seus próprios CADs , o que se tornou comum na época, pois era importante

ferramenta para a fabricação.

Na mesma época do surgimento do UNISURF, O Sketchpad surgiu na mesma

época depois de muito ser estudado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts,

pelo programador Ivan Sutherland, onde este software foi um divisor no que se re-

fere ao avanço dos CADs, pois, este software permitia que as essoas pudessem

desenhar no monitor através de uma caneta.

Disponível em: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/7/7b/Sketchpad-Apple.jpg

Projeto Arquitetônico 169


Os CADs em 3D surgiram apenas na década de 70, mas ainda aresentando formas

muito simplificadas, pois os desenhos obtidos pareciam simples desenhos à mão livre, pois

foi somente na década de 80 que os desenhos mais sólidos surgiram em termos de CADs.

Em 1982,a empresa Autodesk, iniciou a produção do Software AutoCAD em 2D.

Quando na década de 80 surgiram os primeiro computadores pessoais desenvolvidos pela

IBM, foi que as empresas desenvolveram vários softwares de CADs para computadores .

Várias empresas começara a desenvolver seus softwares de Cads, mas em

1984, o primeiro Macintosh 128 (da Apple) foi distribuído e, no ano seguinte, a em-

presa Diehl Graphsoft foi fundada e já começou a vender o MiniCAD, que se tornou

rapidamente o CAD mais vendido para sistemas Mac.

Fonte: http://www.sanedraw.com/LEARN/OVRV00_1/OV150/DRWINAFT.GIF

170 Capítulo 8
Devido à grande necessidade de automatização, principalmente na área de

engenharia aeronáutica, a década de 90 teve uma crescente venda de  softwares

CAD, além de gerar uma grande disputa entre as empresas que os desenvolviam.

Entre as maiores empresas da disputa, estavam a Dassault Systèmes, a Parametric

Technology, a Unigraphics e a Autodesk.

Ao final da década de 90, com o avanço exorbitante da tecnologia e da internet,

foi que começou a surgir os primeiros softwares de CAD online que funcionavam

através dos projetos de navegadores

A empresa Autodesk, no ano de 200, lançou a primeira versão do AutoCAD

para a internet.

A Dassault, também no final da década de 90, começou a comprar várias empre-

sas desenvolvedoras de softwares CAD, como o SolidWorks (fundada em 1993) e

Deneb Robotics (fundada em 1985). E, em 1999, a Autodesk lança mais um Software

CAD, o Inventor, para aumentar a competitividade no mercado do CAD.

Atualmente, tanto a Dassault Systèmes quanto a Autodesk são líderes no desen-

volvimento de softwares CAD e, a cada ano, desenvolvem novas versões,ótimas

para o desenvolvimento de projetos em 3D.

Projeto Arquitetônico 171


FIQUE POR DENTRO
Como utilizar o AUTOCAD?
https://www.youtube.com/watch?v=dpCiXC7gTyE

172 Capítulo 8
12 Passos para um projeto de Qualidade Passo 3
Um projeto de qualidade, realizado por O que fazer: O primeiro projeto, que
Engenheiros e Arquitetos habilitados, não serve de base para os demais, é o Projeto
é apenas um ótimo investimento, mas uma Arquitetônico. Normalmente elaborado por
necessidade. O preço do projeto representa um arquiteto, ele é a materialização de uma
aproximadamente 5% do custo total da obra, idéia, aliada a aspectos técnicos, como fun-
por exemplo, se você faz uma residência que cionalidade, conforto, estética, salubridade e
custará 100 Mil Reais o custo de projeto será segurança, além de outros aspectos legais.
em torno de 5 Mil Reais. Construir sem um Passo 4
projeto pode trazer aborrecimentos, novos O que fazer: Nele estão representados
custos, entre outros prejuízos inestimáveis. os cômodos com suas divisões, dimensões e
Disponível em: http://www.barbosaestrutu- áreas, além das peças sanitárias dos banhei-
ral.com.br/12_passos_projeto_qualidade.php ros e áreas de serviço e a disposição do mo-
Passo 1 biliário. Tudo isto em planta (horizontal) e em
O que fazer: Quando falamos no pro- cortes (vertical). Incluem-se também nesse
jeto da residência, na verdade estamos projeto a locação do terreno, o detalhamento
incluindo um conjunto de projetos que do telhado e as fachadas.
incluem o Projeto Arquitetônico, o Projeto Passo 5
Estrutural, o Projeto Elétrico, o Projeto O que fazer: O Projeto Arquitetônico deve
Hidrosanitário, o Projeto de Telefonia, ser aprovado pelo órgão competente da
de Ar Condicionado, e outros que devem Prefeitura Municipal, podendo o custo dessa
complementar esse conjunto em função aprovação estar ou não incluído nos serviços
do que se deseja construir. do arquiteto.
Passo 2 Passo 6
O que fazer: Nos casos comuns de re- O que fazer: Com o Projeto de Arquitetura
sidências e pequenas construções residen- aprovado, começa a elaboração dos projetos
ciais e comerciais, os cinco primeiros proje- complementares, por engenheiros civis e ele-
tos acima relacionados são suficientes. tricistas, que deverão atender rigorosamente

Projeto Arquitetônico 173


ao Projeto Arquitetônico em todos os seus resistências à compressão. Sem ele, o enge-
detalhes e especificações. nheiro projetista de estruturas deverá prever,
Passo 7 por medida de segurança, resistências do
O que fazer: O Projeto Estrutural, co- solo inferiores, aumentando absurdamente e
nhecido como Cálculo Estrutural, é o dimen- conseqüentemente as bases das fundações.
sionamento das estruturas, geralmente de Passo 11
concreto armado, que vão sustentar a edifi- O que fazer: O Projeto de Instalações
cação, transmitindo suas cargas ao terreno. Elétricas deve ser elaborado por um enge-
Passo 8 nheiro elétrico. Trata-se do dimensionamento
O que fazer: Elaborado por um enge- das cargas elétricas, fios, eletrodutos, disjun-
nheiro civil, esse projeto é de fundamental tores e vários outros elementos. É também
importância, pois é o responsável pela segu- muito importante, pois uma instalação mal
rança do prédio contra rachaduras (trincas) e dimensionada e mal executada, mesmo com
desabamentos. material de qualidade, pode gerar grandes
Passo 9 despesas e até acidentes de grandes propor-
O que fazer: Uma estrutura com elementos ções, como incêndios.
superdimensionados representa custos altos e Passo 12
não significa obrigatoriamente segurança. Por O que fazer: O Projeto de Instalações
isso, é necessário um perfeito equilíbrio entre o Hidrosanitárias pode ser feito por um en-
concreto e o aço dentro dos elementos estru- genheiro civil ou arquiteto. É o responsável
turais para que a obra seja considerada segura pelo bom dimensionamento das tubulações
e evita problemas de trincas. de água e esgotos sanitários e pluviais,
Passo 10 promovendo economia, conforto e higiene.
O que fazer: O Projeto Estrutural neces- Casos comuns de pouca pressão de água
sita também de um Laudo de Sondagem, em chuveiros e mau cheiro em ralos po-
documento confeccionado por empresas dem ser resultado da falta de um Projeto
especializadas, que apresenta o perfil do Hidrosanitário adequado.
subsolo, com suas camadas e respectivas

174 Capítulo 8
INDICAÇÃO DE LEITURA
Título: Casa, apartamento, jardim. Projetar com conhe-

cimento. Construir corretamente.

Em 1905 ilustrações e 108 tabelas, os autores estabelecem

graficamente os parâmetros básicos e importantes no projeto

de habitações e jardins. Trata-se de um manual complemen-

tar ao Arte de projetar em arquitetura que está destinado a

compartir com este título indispensável, um mesmo lugar no

escritório do arquiteto. A apresentação e estrutura dos dois

manuais é o mesmo: condensar em fichas esquemáticas, basicamente gráficas, claramente

ordenadas e de fácil consulta, uma informação precisa a respeito das tipologias, as soluções

técnicas, as medidas e outros aspectos da arquitetura. O resultado é um marco de referência

que o profissional pode consultar em qualquer momento do processo de projeto. Este livro

pretende ser uma ferramenta de ajuda para o arquiteto, o designer, o construtor ou o promotor

na difícil tarefa de projetar adequadamente uma casa, uma vivenda ou um jardim. O glossário

final, que define 495 termos profissionais lhe proporciona uma segurança em dita linguagem.

Os diferentes capítulos, diferenciados com distintas cores a fim de facilitar a busca. As fichas

são agrupadas por temas: tipologias e modelos de vivendas; detalhes construtivos e espaços

da casa; elementos, insolação, instalações e garagens; jardins; espaços para o ócio e o es-

porte; o homem e as proporções.

Autor: Peter Neufert, Ludwig Neff

Disponível em: <http://ggili.com.br/pt/tienda/productos/

casa-apartamento-jardim-1?section=about>.

Projeto Arquitetônico 175


FIQUE POR DENTRO
Como o pintor Ben Johnson torna a representação arquitetônica tão real?
Bem Johnson é um pintor preocupado ambientes desenhados por Norman Foster,
com o realismo - especialmente quando trata- John Pawson, IM Pei, David Chipperfield.
se da representação bidimensional do espa- Disponível em: <http://www.archdaily.
ço arquitetônico. O artista britânico trabalha com.br/br/780472/como-o-pintor-ben-john-
em Londres desde a década de 1960. Neste son-torna-a-representacao-arquitetonica-tao
tempo, sua extensa obra abordou paisagens -real>. Acesso em: 15 jan. 2016.
urbanas, estampas e representações de

REFLITA
Preciso Patentear Meu Projeto? Muitas vezes, a ideia de patentear um pro-
A necessidade ou não de se patentear jeto surge antes mesmo da existência de
um projeto é uma pergunta recorrente de um protótipo ou da busca de um parceiro
empreendedores que possuem ideia ino- ou investidor. Tudo isso por receio de “rou-
vadora e pretendem iniciar o seu negócio. barem” sua ideia. (...)

176 Capítulo 8
O empreendedor que possui apenas uma outras pessoas, caso sua intenção seja re-
ideia, sem protótipo, e precisa de um inves- almente validá-la. Lembre-se que construir
tidor que compre sua ideia, normalmente um produto e entrar para o mercado é muito
encontra-se em um dilema sobre a patente. mais importante que proteger uma ideia ou
“E se eu contar a minha ideia e o investidor um esboço de produto. (...)
resolver copiá-la e me deixar de fora?”; “Devo Se você é um empreendedor e possui
contar só uma parte da minha ideia e só re- uma ideia inovadora, tente primeiro vali-
velar o segredo após o investidor fechar o dar sua ideia, construir um protótipo, para
contrato?”. Dessa forma, retornando a ques- depois entrar para o mercado. Uma vez
tão da necessidade ou não de se patentear consolidado no mercado, é muito mais fácil
uma ideia, ainda sem protótipo, por receio de manter seu nome, marca e produto. A
de perdê-la, é importante ter em mente que busca para se tornar referência no mercado
ideias não são produtos. Uma ideia não tem é muito mais efetiva, além de menos des-
tanto valor quanto algumas pessoas acham. gastante, que uma patente.
Uma ideia que não se concretiza é somen- Trechos retirados do texto disponível
te uma ideia. Portanto, não tenha medo de em: <http://pme.pt/patentear-um-projeto/>.
contar sua ideia para um investidor ou para Acesso em: 16 jan. 2016.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno, findamos mais uma unidade, e com esta completamos os assuntos

relacionados ao livro de projeto arquitetônico. Nesta nossa última conversa, apren-

demos um pouco mais sobre a conformação do projeto arquitetônico, ou seja, sobre

os componentes básicos necessários para o seu entendimento e/ou apresentação.

Observamos, de forma mais detalhada, os elementos principais de cada uma

das representações, iniciando por uma escala um pouco maior quando abordamos

a situação e a localização. Em seguida, pudemos identificar quais os principais tipos

Projeto Arquitetônico 177


de plantas baixas que necessitamos desenvolver para o adequado entendimento

de um projeto arquitetônico e, com base nessas plantas baixas, compreendemos o

desenvolvimento dos cortes, que têm como função nos apresentar as informações

verticais das edificações, servindo para desenvolver as representações das eleva-

ções. Todos esses projetos devem ser compatibilizados e, quando empregados de

forma conjunta, fornecem melhores condições para uma adequada representação

do projeto arquitetônico.

Agora que encerramos a unidade, você pode partir para a resolução das ativida-

des de autoestudo e, na sequência, quem sabe, inicie um projeto básico, pode ser

um banheiro ou dormitório... Faça um projeto completo!! Tente! Ninguém cruza a reta

final sem antes dar o primeiro passo!!

Bons estudos, desenhos, projetos, soluções e desafios!

Capítulo 8
Anotações

Projeto Arquitetônico
Anotações
CONCLUSÃO
Prezado acadêmico, estamos finalizando o livro sobre projeto arquitetônico, aden-

tramos um mundo novo, em que aprendemos sobre diferentes assuntos, incluindo

formas de representação, utilização de normas e diretrizes de projeto, componentes

e tipos de projetos arquitetônicos, entre outros. Compreendemos um pouco mais

sobre as formas de representação, empregando materiais e instrumentos técnicos

e também utilizando uma linguagem mais artística, através do desenho à mão livre.

Assimilamos as formas de representação em vistas ortogonais e também através

de perspectivas com diferentes técnicas, lembre-se que é através delas que você

irá comunicar suas intenções, ideias, aspirações, enfim, seus projetos e soluções.

A correta utilização das linhas, com suas formas de traçados e hierarquia, bem

como as regras básicas de layout de folha, com suas margens e selo, devem sempre

acompanhá-lo ao longo de sua formação e atuação profissional. Lembre-se que a

representação que constará em seus projetos é que permitirá a correta interpretação

das suas soluções.

Não se esqueça!!! Para que tenhamos resultados gráficos positivos, são neces-

sários técnica, inspiração, treinamento, disciplina, organização e persistência. Os

seus materiais e instrumentos de desenho são as suas ferramentas de trabalho,

utilize-os sempre da forma correta, com muito cuidado e critério.

Caro aluno, procure representar objetos com formas mais simples e vá evoluindo

na complexidade dos volumes, seja crítico e não permita que as dificuldades lhe im-

peçam de tentar e persistir. Utilize as diferentes técnicas e vistas de desenho, eleja


aquela que melhor se adaptar a cada situação que você deseja representar. Leia

com atenção os tópicos especiais que constam neste livro: “FIQUE POR DENTRO”,

“REFLITA”, “INDICAÇÃO DE LEITURA” e “ATIVIDADES PARA AUTOESTUDO”,

eles complementam os conhecimentos apresentados em cada unidade, resgatando

alguns assuntos e instigando, em diferentes aspectos, sua criatividade e curiosidade.

Muito obrigada por nos acompanhar até aqui!! Foi um grande prazer poder dividir

com você estas oito unidades, o tema nelas abordado é muito empolgante e desafiador!!

Esperamos que, quando você se tornar um Engenheiro Civil, lembre-se das regras,

conselhos e dicas que apresentamos neste livro!!! Siga lendo, estudando e aprendendo,

essa é a chave para o sucesso e o caminho para a realização de muitas conquistas!


REFÊRENCIAS
1. ALEXANDRE, E. Papéis gráficos para desenho em perspectiva isométrica.
Disponível em: <http://www.prof-edigleyalexandre.com/2013/07/>. Acesso em:
06 jan. 2016.

2. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6492: Representação


de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994.

3. ______. NBR 8196: Desenho técnico - Emprego de escalas. Rio de Janeiro,


1999.

4. ______. NBR 8402: Execução de caractere para escrita em desenho técnico –


Procedimento. Rio de Janeiro, 1994.

5. ______. NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas -


Larguras das linhas. Rio de Janeiro, 1984.

6. ______. NBR 10067: Princípios gerais de representação em desenho técnico.


Rio de Janeiro, 1995.

7. ______. NBR 10068: Folha de desenho - Leiaute e dimensões – Padronização.


Rio de Janeiro, 1987.

8. ______. NBR 10126: Cotagem em desenho técnico – Procedimento. Rio de


Janeiro, 1987.

9. ______. NBR 10582: Apresentação da folha para desenho técnico. Rio de


Janeiro, 1988.

10. ______. NBR 10647: Desenho técnico. Rio de Janeiro, 1989.

projeto arquitetônico
Refêrencias
11. ______. NBR ISO 10209-2: Documentação técnica de produto – Vocabulário-
parte 2: Termos relativos aos métodos de projeção. Rio de Janeiro, 2005.

12. ______. NBR 12298: Representação de área de corte por meio de hachuras
em desenho técnico – Procedimento. Rio de Janeiro, 1995.

13. ______. NBR 13142: Desenho técnico – Dobramento de cópia. Rio de Janeiro,
1999.

14. ______.NBR 13531: Elaboração de Projeto de Edificações – Atividades técni-


cas. Rio de Janeiro, 1995.

15. CHING, FRANCIS D. K. Técnicas de Construção Ilustradas. 4. ed. Porto Alegre:


Bookman, 2010 .

16. CHING, F. D. K.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman,


2013. 432p.

17. COSTA, A. F. da. Detalhando a Arquitetura I. Rio de Janeiro, 1995.

18. COSTA, D. M. B. Expressão Gráfica II - Desenho técnico. UFPR – Departamento


de Expressão Gráfica. Disponível em: <http://www.exatas.ufpr.br/portal/degraf_
deise/wp-content/uploads/sites/9/2014/10/3-DT-CD028-Eng-Civil-0-2014-Tur-
mas-A-e-E-Prof-Deise.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2014.

19. FRENCH, T. E. Desenho Técnico. Vol. 1. Editora Globo: Porto Alegre, 1978.

20. KUBBA, S. A. A. Desenho Técnico para Construção. Série Tekne. Editora


Bookman: Porto Alegre, 2014.
Refêrencias
21. MARANGONI, R. F. A maquete manual como estímulo à criatividade na for-
mação de arquitetos e urbanistas. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas.
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, 2011.

22. MONTENEGRO, G. A. A perspectiva dos profissionais. São Paulo: Edgar


Blucher, 1983.

23. MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgar Blucher, 1997.

24. NAVEIRO, R. M.; OLIVEIRA, V. F. (org.). O Projeto de Engenharia Arquitetura


e Desenho Industrial: conceitos, reflexões, aplicações e formação profissional.
Editora da UFJF, Juiz de Fora, 2001.

25. NARDELLI, E. S. Arquitetura e projeto na era digital. Arquitetura revista, vol. 3,


n° 1, jan.-jun. 2007.

26. NEIZEL, Ernst. Desenho Técnico para Construção Civil. São Paulo: EPU, 1974.

27. NEUFERT, P. Arte de projetar em Arquitetura. 18. ed. 2013

28. US NAVY, BUREAUS OF NAVAL PERSONNEL, TRAINING PUBLICATIONS


DIVISION. Construção Civil- Teoria e Prática. Livro 2: Matemática, desenho e
Métodos, materiais e especificações. Editora Hemus, 2005. Tradução: Affonso
Blacheyre.

Projeto Arquitetônico
av. Nenê sabino, 1801
tel: (34) 3319-88020
cep. 38.055-500 - uberaba-mG
www.uniube.br

Você também pode gostar