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História Da Educação Unidade I

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO UNIDADE I

Organizada em três momentos: o primeiro, sobre a educação na Europa


Ocidental e o aparecimento da escola moderna; o segundo, sobre a
organização da educação escolar no Brasil; e, no terceiro, sobre o uso das
tecnologias na educação numa perspectiva histórica.
 A RUPTURA COM A IDADE MÉDIA
Na Europa ocidental na idade media a sociedade foi dividida em feudo, devido
as invasões bárbaras. Definido por práticas agrícolas e de servidão, com a
hierarquização a população era definida pelo seu título ou posses de terra.
O poder da igreja católica nesse período era muito grande, e ate mesmo a
educação era organizada pela igreja em monastérios, paroquias e catedrais,
obtendo assim o controle da instrução da população, o povo nesse período era
analfabeto e apenas as classes mais ricas eram alfabetizadas. O conhecimento
do povo estava relacionado, ao senso comum, crenças e tradições.
Os filhos dos nobres eram educados na casa de outros nobres ou do monarca,
criando, desse modo, laços. Iniciada aos 7 anos até os 10 ou 11 anos. Para os
meninos, a educação baseava-se na equitação e no manejo com as armas, o
ensino da leitura, voltado para a religião, do latim e a escrita do trivium
(gramática, lógica e retórica). Aprendiam valores e normas sociais: o código da
cavalaria, fundamentado na lealdade, amabilidade, bondade, honra e valentia.
No decorrer da idade media uma nova sociedade surgiu, uma classe
empreendedora e urbana, mercadores e artesãos se unirão e passaram a
desenvolver um sistema lucrativo de importação e exportações, surgiram
corporações e empresas, dando um novo papel ao trabalhador no sentido laico
e racionalista. Essas organizações se desenvolveram em burgos criando os
“centros da cidade”, onde a atividade comercial se dinamizava e os burgueses
e suas práticas empreendedoras se expandiam.
Ligada a intercâmbios e empreendimentos, essa nova classe social deu
sustentação a novos valores e ideais, tais como a liberdade, a individualidade e
a produtividade, que se desenvolveram na Época Moderna.
 MESTRES LIVRES
O título de oficio docente que antes era transmitido apenas pelo clero, passar a
ser comprado por homens comuns que passam a ensinar, chamados de
mestres livres EX: Paulo Abelardo, filme em nome de Deus. As escolas
catedrais passaram a oferecer o studium generale, como se chamava a
universidade. Os duravam de cinco a sete anos. Quatro faculdades se
expandiram na Idade Média: artes liberais, medicina, jurisprudência e
teologia. A metodologia baseava-se na forma de ensino iniciada pelo mestre
livre Pedro Abelardo, a dialética. Trabalhavam também ensinado os filhos dos
burgueses que precisavam aprender sobre as práticas comerciais a
correspondência e a contabilidade. Desenvolvendo assim mais um método de
ensino.
 PRIMORDIOS DA SOCIEDADE MODERNA
A sociedade medieval entrou em crise nos fins dos quatrocentos com a falta de
alimentos, espalhando a fome entre a população; perca de cerca 1/3 da
população da Europa devido à Peste Negra; o conflito político com a Guerra
de Cem Anos; e a perda de autoridade religiosa. Para Cambi (1999), a
Modernidade se apresenta como uma revolução em muitos âmbitos:

1. GEOGRÁFICO – Viagens tendo contato com novas etnias e culturas;


2. ECONÔMICO – Nascimento do sistema capitalista investimento na
prodt.
3. POLÍTICO – Nova ideia poder, governantes que regulam setores
4. SOCIAL – Novas relações de poder Classe Burguesa
5. IDEOLÓGICO CULT. – Laicização/Racionalização libertos da visão relig.

 HUMANISMO ITALIANO E A RENOVAÇÃO EDUCACIONAL


Com a burguesia nasce uma nova cultura, que valoriza o ser humano e o
racionalismo sec. XV. Os comerciantes italianos (mercenas) investiam em
artistas da época contribuindo com um novo movimento artístico
“Renascimento” baseado no humanismo ( valorizava a razão a cerca das
coisas).
Guarino Guarini de Verona e Vittorino dos Ramboldi de Feltre, preferiram ao
invés de na própria residência dos alunos em alojamento, alunos e mestres
compartilhavam dos espaços, da alimentação e dos estudos de latim, cálculo,
gramática, dialética, retórica, aritmética, geometria, harmonia, astronomia,
desenho, música, filosofia, ética, formação religiosa, exercícios físicos e as
boas maneiras. Introduziram a graduação dos conteúdos e a prática dos
cadernos como auxiliares de estudo. Vittorino estava dando aulas em Pádua
quando o príncipe Juan Francisco Gonzaga de Mântua lhe confiou a educação
de seus descendentes. Ele transformou a residência dos Gonzaga em um
centro educacional, a Casa Giocosa (Casa Alegre), onde começou a
educação secular com métodos diferenciados dos anteriores, oferecendo uma
formação integral, privilegiando a formação do corpo, por meio das atividades
de educação física e da personalidade, além da dimensão intelectual dos
alunos. Conhecido por não ser adepto dos castigos físicos, preferindo a afeição
e a firmeza.
 NOVAS MUDANÇAS
O Renascentismo influenciou também dentro das igrejas, com críticas a
respeito da autoridade centralizada do Papa e a corrupção que acontecia como
a venda de indulgencias, surgindo a reforma protestante, Melanchthon e
Calvino trabalharam para a implantação da escola primária para todos.Lutero
defendeu a educação universal e pública, e solicitou que assumissem esse
papel, por como competência do Estado, repudiava os castigos físicos e o
verbalismo.
Para combater a expansão do protestantismo, a Igreja Católica incentivou a
criação de ordens religiosas que se dedicassem ao ensino. Inácio de Loyola
fundou a Companhia de Jesus, vinculada á igreja. O objetivo era a pregação
missionária da fé e a luta contra infiéis e heréticos. Os jesuítas se espalham
pelo mundo, plano de estudos foi sistematizado no documento Ratio
Studiorum. Surgiram várias críticas à pedagogia jesuítica, assinalando o
monopólio religioso, a separação entre a vida e a escola, o conservadorismo, a
não valorização dos conhecimentos científicos. Além disso, foram os jesuítas
acusados de “ter enriquecido e de exercer poder político sobre os governos,
visando suas próprias conveniências”. Desse modo, em 1759, o marquês de
Pombal, primeiro ministro de Portugal, expulsou os jesuítas do reino e de suas
colônias e, em 1773, o papa Clemente XIV extinguiu a Companhia de Jesus.
Com a guerra dos 30 anos houve uma serie de transformações no estado
moderno e na cultura laica, houve a necessidade da valorização da ciência pois
os burgueses precisavam conhece-la para o benéfico próprio. Além da
necessidade de conhecer o homem e suas convivências sociais, abrindo
espaço então para a escola moderna. Além de defender a escola para todos,
Comenius avançou na organização escolar em quatro fases, resumidas:
a) A escola maternal para a infância, a que prepara para ‘o terreno da
inteligência’ e à qual está ligada ´toda a esperança da reforma universal;
b) A escola nacional ou vernácula para a meninice, cuja finalidade é ´fazer
adquirir prontidão e esbeltez para o corpo, para os sentidos, para a
inteligência1. É articulada em seis classes aprendem a leitura, escrita, a
matemática, primeiros preceitos morais e os rudimentos da fé;
c) A escola de latim ou ginásio para a adolescência, objetivo é colocar em
forma as noções recolhidas pelos sentidos, para a inteligência’. É chamada de
latim porque educa para a elegância expressiva e para a leitura pessoal dos
textos;
d) A academia para a juventude, é a ´formação da luz harmônica, plena,
universal, que consagra sapiência, virtude e fé´. É chamada academia porque
se coloca como ´conselho’ de sábios e está situada em lugar apartado e
tranquilo.
Além disso, Comenius defendia que o ensino deveria partir do concreto para o
abstrato, do simples para o complexo e, ainda, que a aprendizagem deveria ser
agradável.
 SÉCULO XVII
Divisor de águas o homem intelectual era visto como o novo sujeito social,
imagem do Estado, mediador entre a sociedade e o poder e educador. A
educação tinha a função de formar cidadãos para a produtividade social. A
escola se renovou drasticamente, se laicizando, se tornando pública, contendo
novos conhecimentos científicos, língua nacional e saberes utilitários ensinados
por metodologias inovadoras, empíricas (Rosseau) ou mais práticas
(Pestalozzi). Às mulheres foi dado o direito à instrução e a uma educação
apropriada, mas que não a desnaturalizasse. A revolução francesa e a
revolução industrial marcaram com o nascimento das fábricas, dos direitos, das
massas e da democracia. Havendo a urbanização e o êxodo rural com mais
pessoas a escola passou a ser responsabilidade do estado um processo de
escolarização que renovou a cultura escolar, tornando-a laica, com um
programa estabelecido e cada vez mais disciplinar, criou-se o seguinte sistema
escolar coordenados pela administração pública: escolas de primeira infância,
educação elementar, escola secundária e o universitário. No ensino primário,
funcionaram dois grandes modelos: o do ensino mútuo e o de Pestalozzi. O
ensino secundário dividiu-se em clássico e técnico, o primeiro voltado para a
elite burguesa com ensino propedêutico, e o segundo com ensino específico
para a classe popular. No universitário, os cursos dividiram-se em formação
científica e os cursos politécnicos para atender a demanda decorrente do
avanço das tecnologias.
Para a burguesia o povo deveria ser educado para que se evitassem as
desordens sociais, formando valores para o trabalho, da poupança e do
sacrifício. Para o povo, a educação escolar era o caminho para a sua
emancipação política por meio da liberdade da mente. Tal pensamento é
difundido, refletindo dois modelos ideológicos que se contrapunham: o
burguês, inspirado no positivismo; e o proletário, ligado ao socialismo.
 SÉCULO XX
Houve a Grande Depressão de 1929, a qual produziu um cenário de países
arrasados pela devastação já bastante fragilizados pelas consequências da
Primeira Grande Guerra. Com isso, a educação também passou por
transformações:
• A prática educativa voltou-se para a formação do homem-massa e para o
homem-indivíduo ao mesmo tempo;
• Impôs novos protagonistas (a criança, a mulher, o negro, o deficiente);
• Renovou as instituições educativas (escolas, família, fábricas, etc.) dando
vida a um processo de socialização das práticas;
• A teoria educacional colocou as ciências, principalmente as humanas, num
papel cada mais central para desenvolver e guiar os saberes da educação;
• Renovação educativa e renovação pedagógica com a proposição das escolas
novas e do ativismo que inaugurou um novo jeito de pensar a escola;
• A presença de grandes filosofias-ideologias que agiram sobre a elaboração
teórica e sobre a prática educativo-escolar;
• O crescimento cientifico da pedagogia e da educação e a nova relação que
liga à filosofia e à psicologia (CAMBI, 1999).

 ESCOLAS NOVAS
Esse novo modelo escolar relacionando com a psicologia é proposto se
distingue da escola tradicional nos seguintes pontos: o professor torna-se
mediador da aprendizagem, deixando o lugar central do processo educativo; a
criança passa a ser compreendida como uma fase da vida que deve ser
estimulada; a metodologia deixa de ser por meio de repetição e memorização
para tornar-se ativa, isto é, “aprender fazendo”. O objetivo dessa escola era
operar a formação
global da criança, desenvolvendo sua intelectualidade, a moral, o físico e o
social. O estudo era desenvolvido por “centros de interesse” com atividades
práticas com a terra.

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