A Era Vargas (1930 - 1945)
A Era Vargas (1930 - 1945)
A Era Vargas (1930 - 1945)
A chamada Era Vargas começa com o golpe de 1930 que Vargas, com
ajuda do movimento tenentista dá no presidente Washington Luis. Esse
período da história do Brasil é marcado por transformações e reformar
importantes para a compreensão do país. É a partir desse momento que
as massas populares passam a ser incorporadas nas políticas públicas, ou
seja, o governo federal passa a ter uma atenção maior com as demandas
da sociedade, desenvolvendo reformas e projetos políticos que atendam
os interesses desses grupos. No entanto, não podemos entender o
governo Vargas como um governo que “dá direitos aos pobres e
trabalhadores”. Esses direitos são conquistados com base em muita luta.
Como vimos na aula de Primeira República, em 1917 há a maior greve da
história do Brasil até aquele momento, a década de 1920 é marcada por
intensos protestos, pela formação do tenentismo, pela organização da
sociedade civil e pela organização do operariado. Dessa forma, quando
Vargas chega ao poder, já existe uma intensa mobilização social formada,
trabalhadores urbanos já estão organizados, o exército está politizado, os
trabalhadores camponeses também estão se organizando e exigindo
direitos. Vargas, que sobre ao poder por meio de um golpe com apoio de
um grupo que era uma voz dissidente em relação às oligarquias da
primeira repúplica, não pode ignorar as demandas dessa sociedade que
exige reformas. Para fins didáticos, costumamos dividir a chamada Era
Vargas em três momentos.
O primeiro momento é logo após o golpe de 1930, quando Vargas
assume o poder em outubro. A constituição de 1891 perde validade e
enquanto não há uma nova constituição, Getúlio Vargas estabelece um
Governo Provisório, entre 1930 e 1934. Nesse período, o presidente
Vargas passa a governar por decreto-lei, ou seja, qualquer lei ou decreto
que ele assine passa a ter validade imediatamente. Dessa forma, Vargas
concentra poderes, uma vez que a criação de leis é prerrogativa exclusiva
do Legislativo. O cargo de governador é suprimido nesse período e Vargas
passa a nomear interventores para controlar o poder nos Estados em seu
nome. É nesse período que Vargas cria também os ministérios do
Trabalho, indústria e comércio e o Ministério da educação, ambos em
1931. A criação de ministérios era novidade na República até então,
demonstrando a atenção que o governo Vargas começada a estabelecer,
colocando o Estado como mediador na relação capital-trabalho. Outra
novidade e que atendia diretamente as demandas da sociedade foi a
criação da Justiça Eleitoral, em 1932, como forma de criar um órgão que
fiscalizasse as eleições e garantisse eleições limpas.
Assim, Getúlio Vargas vai levando o governo dessa forma, sem uma
constituição, concentrando poderes de maneira autoritária. No entanto,
em 1932 emerge um movimento em São Paulo chamado Revolução
Constitucionalista. Foi um movimento incentivado pelas oligarquias
cafeeiras locais insatisfeitas com o declínio do café, por conta da crise de
1929. Além disso, as oligarquias paulistas identificavam Vargas como um
ditador, que rasgou a constituição de 1891 e estava ocupando o poder
havia dois anos sem estabelecer uma nova constituição ou novas eleições.
Dessa forma, os paulistas pegaram em armas e foram para as ruas lutar
pela aprovação de uma nova constituição. Getúlio Vargas enviou tropas
do exército para São Paulo e houve uma verdadeira guerra civil entre
paulistas e tropas do exército brasileiro, com aviões de guerra
sobrevoando a capital paulista, tanques nas ruas e militares contra
paulistas guerreando. Atualmente, o dia 9 de julho é feriado em todo o
Estado de São Paulo como forma de lembra a luta dos paulistas contra a
ditadura e a favor da constituição. As forças do governo varguista vencem
a disputa, matando milhares de paulistas e sufocando a revolta. Dessa
forma, a Revolução Constitucionalista foi derrotada, mas a ideia de uma
constituição permaneceu muito forte e diversos setores permaneceram
pressionando Getúlio Vargas. No ano seguinte, em 1933, é convocada a
assembleia constituinte que elabora uma nova constituição, promulgada
em 1934, dando início a uma nova fase da chamada Era Vargas.
Como vimos, são dois grupos com ideias opostas que ganham maior
presença na política brasileira a partir do governo constitucional de 1934.
Um grupo fascista e outro comunista e antifascista. Dessa forma, entre
1934 e 1937 esses dois grupos se fortalecem e passam a criar inúmeros
embates e disputas políticas. No meio dessa efervescência política, em
1935, Prestes acredita em uma revolução comunista no Brasil. Como ele
tinha ligações com Moscou e com muitos comunistas soviéticos, ele
conseguie o apoio do Comintern, um órgão internacional comunista que
estava sob controle da URSS. Dessa forma, em 1935, Carlos Prestes
desembarca no Brasil vindo da Unisão Soviética e inicia a formação de
grupos que iriam lutar para fazer uma revolução comunista. Alguns
quartéis no Rio de Janeiro se organizam, pois Carlos Prestes tinham
muitos contatos entre os militares, mas não passa disso e as revoltas
localizadas são sufocadas. No entanto, diante de uma ameaça comunista
que colocou em risco a estabilidade do governo, Getúlio Vargas
encaminha para o congresso a criação da Lei de Segurança Nacional e o
congresso apoia e assina a lei como válida. A ideia era garantir a segurança
do governo e da estabilidade da República em meio a esse episódio em
que os comunistas ameaçam o poder e a segurança. A partir da chancela
da Lei de Segurança, Vargas empreende uma verdadeira caça aos
comunistas do país, torturando, prendendo e matando muitos deles,
desorganizando a ANL e tornando o Partido Comunista Brasileiro ilegal.
A caça aos comunistas empreendida por Vargas se estende de 1935 a
1937, quando nesse ano há a descoberta de um plano onde os
comunistas, com apoio de grupos internacionais, iriam invadir o Brasil
para estabelecer um governo comunista. O nome desse plano era Plano
Cohen. Posteriormente, descobriu-se que o plano nunca existiu, foi uma
farsa criada por Vargas e seus aliados, como forma de manter-se no poder
utilizando a ameaça comunista como desculpa para fechar o congresso e
iniciar uma nova ditadura. E é exatamente isso que Vargas faz. A partir de
1937, o presidente Getúlio fecha o congresso e inicia o terceiro e último
período da Era Vargas.
Vargas em pronunciamento ao radio sobre as medidas que seriam adotadas após a descoberta do Plano
Cohen
Agora os trabalhadores
Pela lei nacional
Tinham um salário mínimo
Com descanso semanal,
Férias e outros direitos,
Embora não tão perfeitas
Porém dando o essencial.
SANTOS, Antônio Teodoro dos. Vida, tragédia e morte do presidente Getúlio Vargas.
1954. Folheto de cordel.
A) Pai dos Pobres, por criar o salário mínimo e estabelecer diversas leis
trabalhistas.
B) Camisa Verde, por apoiar manifestações patrióticas do Movimento
Integralista.
C) Polaca, por ter sido inspirado nas constituições da Itália fascista e da
Polônia.
D) Carta Nova, por abandonar e tornar nulos os preceitos da Constituição
de 1934.
E) Querenista, por fomentar manifestações com o lema “queremos
Getúlio”.
3. (G1 - IFCE 2019) No final dos anos 1920 e início dos anos 1930 o Brasil
vivia uma crise generalizada com recessão econômica, retração das
exportações e diminuição do capital estrangeiro. Com o desdobramento
da crise, ocorreu uma ruptura na política brasileira levando Getúlio Vargas
ao poder, no qual permaneceu de 1930 até 1945.
Sobre sua atuação política como presidente do Brasil entre 1930 e 1945, e
sobre os grupos políticos do período, é CORRETO afirmar que ele:
11. (ENEM PPL 2019) A depressão que afetou a economia mundial entre
1929 e 1934 se anunciou, ainda em 1928, por uma queda generalizada nos
preços agrícolas internacionais. Mas o fator mais marcante foi a crise
financeira detonada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque.
Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 abr. 2015 (adaptado).