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Era Vargas

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Era Vargas

A Era Vargas foi o período em que a república brasileira foi presidida


por Getúlio Vargas, estendendo-se de 1930 a 1945. Politicamente
falando, uma das grandes características da Era Vargas foi o
autoritarismo sob o qual o Brasil foi governado. Os governos de Vargas
nesse período (foram três) são muito associados, dentro da história, com
o conceito de populismo.
Vargas ascendeu ao poder por meio da Revolução de 1930, foi eleito
presidente de maneira indireta a partir de 1934, e, em 1937, implantou
uma ditadura com censura e perseguição de opositores. A partir da
década de 1940, ele inaugurou um projeto político de aproximação dos
trabalhadores, mas o enfraquecimento de sua ditadura levou-o a ser
deposto pelos militares, em 1945.
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Leia mais: Olga Benário - revolucionária judia deportada para a


Alemanha nazista durante a Era Vargas

Revolução de 1930

No final da década de 1920, existia uma forte insatisfação com


o sistema oligárquico que controlava a política brasileira, e um dos
sinais evidentes disso foi o movimento de contestação dos oficiais do
Exército, o tenentismo. Essa insatisfação seria levada a um novo patamar
por conta da eleição presidencial de 1930.
Durante essa disputa, o presidente Washington Luís deveria ter apoiado
um candidato mineiro como parte do acordo existente entre as
oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. O presidente, no entanto,
decidiu apoiar um candidato paulista — Júlio Prestes. Então a
oligarquia mineira rompeu com São Paulo, aliou-se com a oligarquia
gaúcha, e lançou Getúlio Vargas como candidato.
A eleição aconteceu em um clima de grande rivalidade, e o vencedor foi
Júlio Prestes. Uma parte da chapa de Vargas —
chamada Aliança Liberal — não aceitou a derrota e começou a
preparar-se para um levante armado. Quando o vice da chapa de Vargas,
chamado João Pessoa, foi assassinado em Recife, os membros da
Aliança Liberal deflagraram um movimento armado contra o presidente.
Esse movimento armado, conhecido como Revolução de 1930, foi
iniciado em 3 de outubro de 1930 e estendeu-se até o dia 24 de outubro,
resultando na deposição do então presidente Washington Luís. Uma
junta militar assumiu o comando do Brasil, barrou a posse de Júlio
Prestes à presidência e, em 3 de novembro de 1930, anunciou
que Getúlio Vargas assumiria provisoriamente a presidência do
Brasil.
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Periodização

A Era Vargas durou 15 anos, iniciando-se em 1930 e encerrando-se em


1945. Os anos do governo de Vargas foram divididos pelos historiadores
em três fases, que são:
 Governo Provisório (1930-1934)

 Governo Constitucional (1934-1937)

 Estado Novo (1937-1945)

Governo Provisório
A Era Vargas durou 15 anos. Vargas assumiu a presidência em 1930,
após a Revolução de 1930, e foi deposto pelos militares em 1945.[1]
Essa foi a primeira fase do governo de Getúlio Vargas foi entendida,
quando se iniciou, como um momento de transição até que o país
elaborasse uma nova Constituição por meio da formação de uma
Assembleia Constituinte. Todavia, não era intenção de Getúlio Vargas
fazer a constitucionalização do Brasil, e sim promover a centralização
do poder.
Assim, Vargas agiu para que essa centralização acontecesse promovendo
a dissolução do Congresso Nacional e atuando politicamente de
maneira a sustentar-se na presidência sem que fosse necessário recorrer-
se à elaboração de uma Constituição. Essa atitude de Vargas desgastou
sua relação com os paulistas, os grandes perdedores da Revolução de
1930.
Como consequência desse desgaste, iniciou-se a Revolução
Constitucionalista de 1932. Nesse movimento, os paulistas exigiram ter
o direito de nomear seu próprio interventor e demandaram que uma nova
Constituição fosse elaborada. Militarmente, os paulistas perderam, mas,
politicamente, eles conseguiram que o presidente autorizasse a formação
de Assembleia Constituinte.
Dessa Assembleia nasceu a Constituição de 1934, reconhecida pelos
historiadores como um documento bastante progressista para o momento
e que foi inspirado na Constituição de Weimar (vigente na Alemanha). A
promulgação da nova Carta também contou com uma eleição indireta
que reelegeu Vargas para um mandato de quatro anos.
De acordo com a Constituição brasileira, Vargas não poderia reeleger-se
presidente na disputa que aconteceria em 1938. Esse período provisório
também contou com o surgimento de instituições importantes, como o
Ministério do Trabalho. Além disso, uma reforma eleitoral que
aconteceu em 1932 garantiu o direito de voto para as mulheres.
Acesse também: Como foi a participação brasileira na Segunda Guerra
Mundial?

Governo Constitucional

Esse foi o período em que, em tese, deveria ter-se formado um governo


constitucional e democrático no Brasil. Entretanto, o que se viu foi
Getúlio Vargas atuando nos bastidores para implantar um regime
ditatorial, e, no cenário político, presenciou-se a radicalização
influenciada pelo que acontecia na Europa. Disso dois grandes grupos
políticos surgiram: a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança
Nacional Libertadora (ANL).
Esses grupos tinham inspirações ideológicas distintas e eram
adversários. Os integralistas estavam alinhados na extrema-direita e
tinham como inspiração o fascismo italiano, sendo liderados
por Plínio Salgado. Já os membros da ANL eram comunistas apoiados
pelo regime stalinista e defendiam a saída revolucionária para o Brasil. O
grande nome da ANL era Luís Carlos Prestes.
A radicalização da política brasileira foi utilizada por Getúlio Vargas
como argumento para que ele tomasse medidas autoritárias. Em
novembro de 1935, os comunistas da ANL deram início a um levante
armado que ficou conhecido como Intentona Comunista. Esse levante
aconteceu em três cidades brasileiras (Natal, Recife e Rio de Janeiro) e
fracassou.
Vargas solicitou implantação do estado de sítio, e o Brasil permaneceu
nessa situação até 1937. Os envolvidos com a Intentona Comunista
foram severamente perseguidos e passaram por tortura nas prisões
policiais. A partir disso, Vargas colocou em prática seu projeto de
centralização do poder. Em novembro de 1937, ele apresentou o Plano
Cohen, um documento falso que tratava de um suposto golpe comunista
em curso no Brasil.
Explorando o medo do comunismo, Vargas realizou um autogolpe,
cancelou a eleição de 1938, fechou o Congresso Nacional, e outorgou
uma nova Constituição — bastante autoritária. Com isso foi inaugurado
o Estado Novo, a fase ditatorial da Era Vargas.

Estado Novo

O Estado Novo foi a terceira e última fase da Era Vargas, e, nesse


período, o Brasil esteve em uma ditadura. As marcas desses anos foram
a centralização do poder, a redução considerável das liberdades civis, e a
utilização da propaganda para ressaltar as realizações do governo e
aproximar o ditador das massas.
Vargas governava o Brasil com base em decretos-leis, assim, não
havia nenhum tipo de apreciação do que era proposto por ele porque não
existia Legislativo e porque, como ditador, sua vontade era lei.
Congresso, Assembleias e Câmaras ficaram fechados durante o Estado
Novo, e não era permitida a existência de partidos políticos.
No Estado Novo existia censura, e áreas como as artes e a imprensa
sofriam com a atuação do Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP), o órgão responsável por realizar a censura das
opiniões que não agradavam ao governo. O DIP conduzia ações de
promoção da imagem do presidente e anunciava diariamente os feitos do
governo.
Nesse período, Vargas realizou uma aproximação dos trabalhadores e
desenvolveu um projeto político que ficou conhecido
como trabalhismo. Nesse projeto, ele mantinha contato direto com os
trabalhadores e implantava benefícios inéditos para essa classe. Entre
esses benefícios, estão o salário-mínimo e a Consolidação das Leis de
Trabalho, a CLT.
Durante esse período, o Brasil envolveu-se com a Segunda Guerra
Mundial, e isso mudou o panorama político do nosso país. O apoio que a
ditadura varguista tinha nas elites políticas e econômicas enfraqueceu-se,
e a posição de Vargas começou a ser questionada. Vargas procurou
realizar reformas políticas, mas foi obrigado pelos militares a renunciar
ao governo no final de 1945. Assim, um golpe colocou Vargas no
poder e um golpe retirou-o dele.
Acesse também: Governo Dutra – sucessor do governo de Getúlio
Vargas
Características da Era Vargas

A comunicação direta com os trabalhadores como parte do projeto


trabalhista foi uma das características mais fortes da Era Vargas.[1]
Durante os 15 anos da Era Vargas, o presidente foi um verdadeiro
camaleão político, conseguindo adaptar-se aos diferentes cenários que
apareceram. Vargas tinha um grande poder de negociação e procurava
agir de maneira a agradar a todos os interesses possíveis. Essa, inclusive,
é uma das grandes características da Era Vargas: a habilidade do
presidente em realizar negociatas e manter o apoio de grupos que
possuíam interesses diferentes.
A aproximação com as massas também era uma forte característica da
Era Vargas. O presidente discursava diretamente para essas classes e
procurou dar-lhes benefícios como forma de conquistá-las. Essa apoio
das massas serviu para esconder outra característica varguista —
o apreço pelo poder centralizado.

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