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ERA VARGAS

(1930 a 1945)

• Introdução

A Era Vargas foi o período da história republicana brasileira no qual o


presidente da República foi Getúlio Dornelles Vargas, que governou
ininterruptamente o Brasil entre 1930 e 1945. Posteriormente, Vargas
assumiu ainda outro mandato entre 1951 e 1954. A passagem de
Vargas pela presidência representou uma nova era na história do país
em face das mudanças ocorridas na sociedade brasileira através das
medidas socioeconômicas e políticas adotadas em seus governos. A
própria chegada de Vargas à presidência representou uma ruptura
política com a República Velha. A Revolução de 1930 pôs fim ao
domínio político da oligarquia cafeeira paulista no comando do Governo
Federal, encerrando, assim, a chamada política do café com leite.

• Características da Era Vargas


▫ Centralização do poder → Ao longo de seus quinze anos no
poder, Vargas tomou medidas para enfraquecer o Legislativo e
reforçar os poderes do Executivo. Essa característica ficou
evidente durante o Estado Novo.

▫ Política Trabalhista → Vargas atuou de maneira consistente no


sentido de ampliar os benefícios trabalhistas. Para isso, criou o
Ministério do Trabalho e concedeu direitos aos trabalhadores. Era
uma forma de reforçar seu poder aproximando-se das massas.

▫ Capacidade de negociação política → A capacidade política de


Vargas não surgiu do nada, mas foi sendo construída e
aprimorada ao longo de sua vida política. Vargas tinha uma
grande capacidade de conciliar grupos opostos em seus
governos, como aconteceu em 1930, quando oligarquias
dissidentes e tenentistas estavam no mesmo grupo apoiando-lhe.

• Fases da Era Vargas


Os historiadores dividem a Era Vargas em três fases: Governo
Provisório (1930-34), Governo Constitucional (1934-37) e Estado
Novo (1937-1945).

▫ Governo Provisório (1930-34) → Nessa fase, Vargas já realizou


as primeiras medidas de centralização do poder e, assim,
dissolveu o Congresso Nacional, por exemplo. A demora de
Vargas em realizar eleições e convocar uma Constituinte teve
impactos em alguns locais do país, como São Paulo, que se
rebelou contra o governo em 1932 no que ficou conhecido como
Revolução Constitucionalista de 1932. O movimento foi um
fracasso e, após a sua derrota, Getúlio Vargas atendeu as
demandas dos paulistas, nomeando para o estado um interventor
(governador) civil e nascido em São Paulo, além de garantir a
realização de uma eleição em 1933 para compor a Constituinte.
Dessa Constituinte, foi promulgada a Constituição de 1934. A
nova Constituição foi considerada bastante moderna para a época
e trouxe novidades, como o sufrágio universal feminino
(confirmando o que já havia sido estipulado pelo Código Eleitoral
de 1932). Junto da promulgação da nova Constituição, Vargas foi
reeleito indiretamente para ser presidente brasileiro entre 1934 e
1938. Após isio, um novo presidente deveria ser eleito. Nessa
fase, a política econômica de Vargas concentrou-se em combater
os efeitos da Crise de 1929 no Brasil. Para isso, agiu comprando
milhares de sacas de café e incendiando-as como forma de
valorizar o principal produto da nossa economia. Nas questões
trabalhistas, autorizou a criação do Ministério do Trabalho em
1930 e começou a intervir diretamente na atuação dos sindicatos.

▫ Governo Constitucional (1934-1937) → Na fase constitucional, o


governo de Vargas, em teoria, estender-se-ia até 1938, pois o
presidente não poderia concorrer à reeleição. No entanto, a
política brasileira como um todo. Assim, surgiram grupos que
expressavam essa radicalização do nosso país.

Ação Integralista Brasileiro (AIB): grupo de extrema-direita que surgiu


em São Paulo em 1932. Esse grupo possuía inspiração no fascismo
italiano, expressando valores nacionalistas e até mesmo antissemitas.
Tinha como líder Plínio Salgado.
Aliança Libertadora Nacional (ANL): grupo de orientação comunista
que surgiu como frente de luta antifascista no Brasil e converteu-se em
um movimento que buscava tomar o poder do país pela via
revolucionária. O grande líder desse grupo era Luís Carlos Prestes. A
ANL, inclusive, foi a responsável por uma tentativa de tomada do poder
aqui no Brasil em 1935. Esse movimento ficou conhecido como
Intentona Comunista e foi deflagrado em três cidades (Rio de Janeiro,
Natal e Recife), mas foi um fracasso completo. Após a Intentona
Comunista, Getúlio Vargas ampliou as medidas centralizadoras e
autoritárias, o que resultou no Estado Novo. Essa fase constitucional da
Era Vargas estendeu-se até novembro de 1937, quando Getúlio Vargas
realizou um autogolpe, cancelou a eleição de 1938 e instalou um regime
ditatorial no país. O golpe do Estado Novo teve como pretexto a
divulgação de um documento falso conhecido como Plano Cohen. Esse
documento falava sobre uma conspiração comunista que estava em
curso no país.

▫ Estado Novo (1937-1945) → Nesse período, Vargas reforçou o


seu poder, reduziu as liberdades civis e implantou a censura.
Também foi o período de intensa propaganda política e um
momento em que Vargas estabeleceu sua política de aproximação
das massas. No campo político, Vargas governou a partir de
decretos-leis, ou seja, as determinações de Vargas não
precisavam de aprovação do Legislativo, pois já possuíam força
de lei. O Legislativo, por sua vez, foi suprimido e, assim, o
Congresso e as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais
foram fechadas. Todos os partidos políticos foram fechados e
colocados na ilegalidade. A censura instituída ficou a cargo do
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável por
censurar as opiniões contrárias ao governo e produzir a
propaganda que ressaltava o regime e o líder. Para fazer a
propaganda do governo, foi criado um jornal diário na rádio
chamado “A Hora do Brasil”. Durante esse período, também se
destacou a política trabalhista, destacando-se a criação do salário-
mínimo (1940) e Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em
1943. Os sindicatos passaram para o controle do Estado

MAPA MENTAL
Fontes:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-era-
vargas.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/era-
vargas.htm

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