Choro Trombone Historia
Choro Trombone Historia
Choro Trombone Historia
Durante toda a sua trajetória o choro teve diversos trombonistas mais os precursores desse
instrumento no gênero musical foram Liqüide de Aquino, Dionísio Bento da Silva, Irineu Gomes de Almeida
(Irineu Batina como era conhecido) e Cândido Pereira da Silva (Candinho Trombone), esses nomes não foram
apenas os primeiros trombonistas a tocar choro mais também o ajudaram a se firmar como gênero musical.
Liqüide de Aquino quase nada se sabe da vida deste trombonista que brilhou nos primeiros anos do
século XIX, nas rodas de choro, do Rio de Janeiro. Uma das fontes de informações é Francisco Alves, que em
depoimento a David Nasser para uma série de reportagens publicadas pela revista “O Cruzeiro”, fez-lhe
rasgados elogios: “'Os Africanos de Vila Isabel' era um dos conjuntos mais populares e sem dúvida, um dos
melhores do Rio de Janeiro. Dele fazia parte, além do insuperável Pixinguinha, o grande Liqüide, o maior
dos maiores trombonistas dos primeiros lustros do século”. Outras informações foram obtidas através de D.
Maria de Lourdes da Silva, filha de Dionísio Bento da Silva (será destacado a seguir), seu companheiro nos
“Africanos”. Segundo ela, que o conheceu pessoalmente, Liqüide morava na Rua São Matheus, em Vila
Isabel, e era uma pessoa muito retraída e funcionário de uma fábrica, no mesmo bairro, de onde saiu para ser
bombeiro hidráulico. Ela calcula que ele faleceu entre 1926 e 1928, com idade aproximada de 40 anos,
tuberculoso e na miséria.Ouçam a polca “Ele Comigo”, que também poderia se chamar “É Comigo”.
Segundo o pesquisador José Silas Xavier a única partitura encontrada está rasgada no lugar do título.
Dionísio Bento da Silva outro nome importante da velha guarda do choro, nascido na Paraíba, em
1892, mas criado no Rio de Janeiro. Foi um dos integrantes do famoso e já citado “Africanos de Vila Isabel”,
que contou, entre outros, com Candinho Silva, Pixinguinha, Liqüide e Eurico Batista.
Dioniso é tio da compositora Dona Ivone Lara. Tocava, inicialmente, violão de 7 cordas, depois trocado pelo
trombone. Era motorista da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e faleceu em 28/07/1945.
Seu choro abaixo, “Dulcinéia Brincando”, é homenagem do velho chorão a uma de suas filhas.
Surgido, provavelmente, em torno da década de 1870, o choro era, então, uma forma abrasileirada dos nossos
músicos executarem
os ritmos europeus de dança de salão (xote, valsa e, principalmente, a polca) junto com os africanos batuque e
lundu já incorporados à cultura brasileira, utilizando instrumentos de origem européia que, assim como os
ritmos de dança de salão,chegaram ao Brasil com a vinda da Família Real e a corte portuguesa no início do
sec. XIX.
Embora não se possa determinar com exatidão, uma data específica para o surgimento de qualquer gênero
musical, tem-se o final do sec. XIX e princípio do sec. XX como a época em que o choro se firmou como tal,
considerando-se o flautista e compositor Joaquim Antonio da Silva Callado (1848-1880, professor da cadeira
de flauta do Conservatório Imperial), como o “Pai ou Patriarca do Choro”. Callado criou, em torno de 1870, o
conjunto conhecido como “O Choro do Callado”, composto de 02 violões, 01 cavaquinho e a flauta. Logo em
seguida, surgiram outros conjuntos com essa mesma formação.
Como seguidores do flautista Callado, podemos citar Henrique Alves de Mesquita (1830–1906, compositor e
trompetista), Viriato Figueira da Silva (1851-1883, compositor, flautista e saxofonista, aluno de Callado), Juca
Kallut (1858-1922, compositor, instrumentista de oficleide e flauta), Sátiro Bilhar (1860-1927, compositor,
violonista e cantor), Anacleto de Medeiros (1866-1907, instrumentista de sopro, principalmente de saxofone),
Irineu Batina (1873-1916, trombonista), Quincas Laranjeiras (1873-1935, violonista), Patápio Silva (1880-
1907, compositor e flautista, considerado o sucessor de Callado) e João Pernambuco (1883-1947, violonista).
Naquela época, a forma de tocar exigia do músico, muita técnica pleno domínio instrumental, virtuosismo e
capacidade de improvisação.
Muito pouca transformação, sofreu o choro através do tempo e nenhuma o afetou estruturalmente. A principal
(registrada em disco) se refere à improvisação. No “Choro Callado” todos os instrumentos da formação
improvisavam alternadamente, mas, a partir de Patápio Silva, cuja flauta é ouvida no primeiro choro
registrado fonograficamente, prevalece, somente, um solista, seja qual for o instrumento, secundado pelos
demais. Outra transformação se refere à inclusão de novos instrumentos ao choro. Primeiramente, outros
instrumentos de sopro (clarinete, flautim e oficleide), e de cordas (bandolim).
Oficleide
Depois, foi a vez do piano. Através desse último e com músicos de formação clássica e condição social
diferenciada dos antigos chorões, o choro foi introduzido nos salões das famílias abastadas. Esses
compositores/pianistas (ou "pianeiros" como eram chamados) que levaram o choro para o seu instrumento são
responsáveis, certamente, pela divulgação e apreciação desse gênero musical brasileiro. Chiquinha Gonzaga,
Ernesto Nazareth e Zequinha de Abreu estão entre os nomes do choro pianístico.
Considera-se como primeiro choro (originado da polca), “Flor Amorosa” composição de Joaquim Callado
com letra de Catulo da Paixão Cearense. Ouvir esse choro com solo da flauta de Altamiro Carrilho
Fontes:
- Um Sopro de Brasil, de Myriam Taubkin (Org). São Paulo: Myriam Taubkin, 2005. Projeto Memória
Brasileira.
- O Velho Choro Está de Volta, de José Silas Xavier. Encarte do LP “Choro: Aos Mestres com Carinho”.
FENAB (Federação Nacional de Associações Atléticas Banco do Brasil), 1987.
- O Choro, de Alexandre Gonçalves Pinto. FUNARTE, 1978.
- Carinhoso Etc – História e Inventário do Choro, de Ary Vasconcelos,1984.
- Choro: do Quintal ao Municipal, de Henrique Cazes. São Paulo. Ed.34, 1998.
Sites:
-Wikipedia
-Cifrantiga
-Músicos do Brasil