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Prado, Marcela

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA

EXPORTSCORM: módulo SCORM para exportar


objetos de aprendizagem do módulo Lição

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Marcela do Prado

Santa Maria, RS, Brasil


2011
EXPORTSCORM: módulo SCORM para exportar
objetos de aprendizagem do módulo Lição

por

Marcela do Prado

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de


Pós-Graduação em Informática, Área de Concentração em
Computação Aplicada, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Informática.

Orientador: Dr. Felipe Martins Müller


Coorientador: Dr. André Zanki Cordenonsi

Santa Maria, RS, Brasil


2011
P896e Prado, Marcela do
EXPORTSCORM : módulo SCORM para exportar objetos de aprendizagem
do módulo lição / por Marcela do Prado. – 2011.
79 f. ; il. ; 30 cm

Orientador: Felipe Martins Müller


Coorientador: André Zanki Cordenonsi
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Centro de
Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Informática, RS, 2011

1 .Informática 2. Lição 3. Moodle 4. SCORM 5. Objetos de aprendizagem


I. Muller, Felipe Martins II. Cordenonsi, André Zanki III. Título.

CDU 004.42

Ficha catalográfica elaborada por Cláudia Terezinha Branco Gallotti – CRB 10/1109
Biblioteca Central UFSM

© 2011
Todos os direitos autorais reservados a Marcela do Prado. A reprodução de partes ou do
todo deste trabalho só poderá ser feita mediante a citação da fonte.
Endereço: Rua Mascarenhas de Moraes, 300, Chapecó, SC, 89803-600
Fone (0xx) 49 3321 8088; End. Eletr: marcela@unochapeco.edu.br
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Informática

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


aprova a Dissertação de Mestrado

EXPORTSCORM: módulo SCORM para exportar objetos de


aprendizagem do módulo Lição

elaborada por
Marcela do Prado

como requisito parcial para obtenção do grau de


Mestre em Informática

COMISÃO EXAMINADORA:

Felipe Martins Müller, Dr.


(Presidente/Orientador)

André Zanki Cordenonski, Dr. (UFSM)

André Luís Alice Raabe, Dr. (UNIVALI)

Santa Maria, 29 de março de 2011.


AGRADECIMENTO

A realização deste trabalho não é mérito individual, mas resultado da


contribuição de inúmeras pessoas que participaram direta ou indiretamente para o
seu desenvolvimento. Agradeço a todas elas e, de forma particular:
Agradeço a Deus pelas oportunidades que me foram dadas na vida,
principalmente por ter conhecido pessoas interessantes, mas também por ter vivido
fases difíceis, que foram matérias-primas de aprendizado.
À minha mãe, Zilá, sem a qual não estaria aqui, e por ser a primeira e mais
importante professora, que me forneceu condições para me tornar a profissional e a
Mulher que sou.
À amiga, colega e professora, Roberta, por sempre me incentivar na busca do
crescimento e pelo aprendizado.
Ao orientador, Prof. Dr. Felipe, pela oportunidade, pelo incentivo,
ensinamentos, compreensão e discussões.
Ao Prof. Dr. André, co-orientador, por sua ajuda, interesse, compreensão,
sábias ideias e discussões sobre o andamento e normatização deste trabalho.
À profª. Drª. Roseclea, pelo apoio, incentivo e aprendizado, simplesmente
maravilhosa.
Aos mestres do PPGI, pela oportunidade de crescimento, aprendizado,
realização profissional e pessoal e por sempre incentivarem na busca do
crescimento.
Aos amigos Alcione, Luciano, Márcia, Juliane e Viviane que, de uma forma ou
outra, me ajudaram, auxiliaram e apoiaram.
Aos parceiros, Carlos, Wagner e Odair, pelas amizades então demonstradas,
que, com uma mistura de dever e descontração, me ajudaram a cumprir minhas
obrigações acadêmicas.
Aos meus colegas e amigos, Solange, Fernando, Marieli, Jaziel e Eugênio,
dos programas de pós-graduação de informática e engenharia da produção, pelas
sugestões, críticas, apoio e amizade demonstrada.
5

À Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó, pelo


incentivo e por conceder auxílio institucional para capacitação técnico-administrativa
com a dispensa das horas para realização do mestrado.
A todos que se fizeram presentes nesta jornada, e, principalmente, aqueles
que, com seu apoio e participação, ajudaram à realização e desenvolvimento desse
trabalho.
O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.
O que for o teu desejo, assim será tua vontade.
O que for a tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino.
(Brihadaranyaka Upanishad IV, 4.5)

Aprender, ensinar, informar e comunicar


sempre estiveram presentes na sociedade – o desafio é
planejar cuidadosamente como utilizar essas novas tecnologias
Alexandre Campos Silva
RESUMO

Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Informática
Universidade Federal de Santa Maria

EXPORTSCORM: módulo SCORM para exportar objetos de aprendizagem do


módulo Lição
Autora: Marcela do Prado
Orientador: Felipe Martins Müller
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 29 de março de 2011.

O avanço tecnológico proporciona uma nova realidade ao processo educacional, a


possibilidade de usar ferramentas mais interativas no ensino-aprendizagem. Entre
tantas ferramentas, os objetos de aprendizagem podem agir como facilitadores deste
processo. Dispõe-se, no ambiente virtual de ensino-aprendizagem – Moodle, de uma
ferramenta, o módulo Lição, que permite combinar instrução e avaliação. Pode-se
afirmar que se trata de um objeto de aprendizagem, considerando a baixa
granularidade, no entanto, num contexto maior do que simplesmente uma sequência
de conteúdos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é desenvolver um módulo, em
conformidade com o padrão SCORM, para exportar os objetos de aprendizagem
desenvolvidos no módulo Lição do Moodle, para firmar o conceito de reutilização de
conteúdos nos ambientes virtuais de ensino-aprendizagem. O pacote, no formato
ZIP, gerado pelo módulo desenvolvido foi validado no módulo SCORM/AICC do
Moodle, no RELOAD Editor, tanto para a versão do SCORM 1.2 quanto para a 2004.
Também foi validado no RELOAD SCORM 1.2 Player validou somente para a versão
SCORM 1.2, e, no SCORM Player somente para SCORM 2004. Nos outros AVEA,
TelEduc e Tidia-AE, não foi possível validar por não possuírem suporte ao SCORM,
no entanto, é possível disponibilizar o pacote compactado e utilizar-se dos players.
Com isso afirmar-se que as Lições do Moodle são objetos de aprendizagem, pois
possuem as características de: reusabilidade, adaptabilidade, granularidade,
acessibilidade, durabilidade e interoperabilidade.

Palavras-chave: Lição. Moodle. SCORM. Objetos de aprendizagem.


ABSTRACT

Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Informática
Universidade Federal de Santa Maria

EXPORTSCORM: módulo SCORM para exportar objetos de aprendizagem do


módulo Lição
Autora: Marcela do Prado
Orientador: Felipe Martins Müller
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 29 de março de 2011.

The technological advance promotes a new reality to the education process, the
possibility of using more interactive tools in teaching-learning. Among several tools,
the learning objects may act like facilitators in this process. It is used, in on-line
teaching-learning – Moodle, a tool, the Lesson module, which allows us to combine
instruction and evaluation. It is possible to affirm that it is a learning object,
considering the low granularity, however, in an environment bigger than simply a
sequence of contents. Thus, this work aims to develop a module, according to the
pattern SCORM, in order to export learning objects developed in the Moodle Lesson
Module, in order to firm the concept re-use of contents in on-line ambient of teaching-
learning. The package, in ZIP format, generated by the module developed was valid
in the SCORM/AICC module by Moodle, in RELOAD Editor, as for the version of
2004. It was also valid in RELOAD SCORM 1.2 Player, only for the version SCORM
1.2, and, in SCORM Player only for SCORM 2004. As for the other AVEA TelEduc
and Tidia-AE it was not possible to valid because they do not have the support to
SCORM, it is possible to turn available the compact package and use the player. This
way, it is possible to affirm that the Moodle Lessons are learning objects, because
they have characteristics, which are: re-use, adaptation, granularity, access,
durability and inter-operation.

Key-words: Lesson. Moodle. SCORM. Learning objects.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Fluxograma da estrutura de uma lição .......................................................26


Figura 2. Formulário do módulo Lição.......................................................................29
Figura 3. Editando uma lição.....................................................................................30
Figura 4. Inserir página com painel de navegação....................................................31
Figura 5. Inserir página com questão ........................................................................32
Figura 6. Resposta e feedback das questões de múltipla escolha, verdadeiro/falso,
breve resposta e numérica ........................................................................................33
Figura 7. Resposta e feedback das questões de associação ...................................33
Figura 8. Visualização da lição..................................................................................34
Figura 9. Editar a lição de forma retraída ..................................................................34
Figura 10. Editar a lição de forma expandida ............................................................35
Figura 11. Relatório das respostas............................................................................37
Figura 12. Avaliar dissertações e atribuir nota ..........................................................37
Figura 13. Guia para as Ferramentas do Moodle......................................................38
Figura 14. Conjunto de especificações SCORM® 2004 3rd Edition Overview Version
1.0 .............................................................................................................................42
Figura 15. Relação entre os componentes do Modelo de Conteúdos.......................44
Figura 16. Conteúdo da embalagem .........................................................................46
Figura 17. Esquema conceitual de Metadados do Padrão LOM ...............................48
Figura 18. Regras de sequenciamento e a estrutura do pacote de conteúdo ...........49
Figura 19. API de comunicação SCO e LMS ............................................................50
Figura 20. Visão geral do módulo ExportSCORM .....................................................53
Figura 21. Organização arquivo de manifesto...........................................................54
Figura 22. Manifesto SCORM 2004 (imsmanifest.xml) .............................................56
Figura 23. Arquivo imslrm.xml ...................................................................................58
10

Figura 24. Mapeamento do XML em relação ao banco de dados do Moodle 1.9.9 ..60
Figura 25. Guia ExportSCORM .................................................................................62
Figura 26. Módulo ExportSCORM.............................................................................62
Figura 27. Envio do pacote SCORM .........................................................................66
Figura 28. Reload Editor SCORM 2004 ....................................................................68
Figura 29. Reload Editor SCORM 1.2 .......................................................................68
Figura 30. SCORM 1.2 player ...................................................................................69
Figura 31. Previa do Reload Editor ...........................................................................69
Figura 32. Previa SCORM 1.2 player ........................................................................70
Figura 33. SCORM Player.........................................................................................70
Figura 34. Visualização do objeto de aprendizagem.................................................71
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADL Advanced Distributed Learning


AICC Aviation Industry Computer-Based-Training Committee
API Application Programming Interface
ARIADNE Alliance of Remote Instructional Authoring Distribution Networks for
Europe
AVEA Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem
CAM Content Aggregation Model
CESTA Coletânea de Entidades de Suporte ao uso de Tecnologia na
Aprendizagem
CINTED Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação
CMS Course Management Systems
DM Data Model
EaD Educação a Distância
FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
IMS Instructional Management System
LabVirt Laboratório Didático Virtual
LAMS Learning Activity Management System
LMS Learning Management System
LOM Learning Object Metadata
MEC Ministério da Educação
PIF Package Interchange File
RELOAD Reusable eLearning Object Authoring & Delivery
RIVED Programa Rede Internacional Virtual de Educação
12

RTE Run-Time Environment


SCO Objeto de Conteúdo Compartilhado
SCORM Sharable Content Objetct Reference Model
SEED Secretaria de Educação a Distância (SEED)
SEMTEC Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico
SN Sequencing and Navigation
SS IMS Simple Sequencing
TIC Tecnologias da Informação e Comunicação
Tidia-Ae Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada –
Aprendizado Eletrônico
UAB Universidade Aberta do Brasil
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
USP Universidade de São Paulo
XML Extensible Markup Language
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................14
1.1 Metodologia .....................................................................................................17
1.2 Organização ....................................................................................................18
2 AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO-APRENDIZAGEM MOODLE.........................20
2.1 Objetos de Aprendizagem ...............................................................................22
2.2 Módulo Lição ...................................................................................................25
3 SCORM 2004 .........................................................................................................40
3.1 Modelo de Agregação de Conteúdo (Content Aggregation Model) .................43
3.1.1 Modelo de conteúdo..................................................................................43
3.1.2 Conteúdo de embalagem ..........................................................................45
3.1.3 Metadados ................................................................................................47
3.1.4 Sequenciamento e navegação..................................................................48
3.2 Ambiente de Tempo de Execução (Run-time Environment) ............................50
3.3 Sequenciamento e Navegação (Sequencing and Navigation).........................51
4 MÓDULO PROPOSTO: ExportSCORM ...............................................................53
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................................64
5.1 Moodle .............................................................................................................65
5.2 Tidia-Ae ...........................................................................................................66
5.3 Reload .............................................................................................................67
5.4 SCORM Player ................................................................................................70
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................72
6.1 Trabalhos Futuros............................................................................................75
REFERÊNCIAS.........................................................................................................76
1 INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico proporciona uma nova realidade ao processo


educacional, a possibilidade de usar meios de comunicação mais interativos no
ensino-aprendizagem torna-o mais dinâmico, o que exige um estudante ativo na
busca do conhecimento, engajado nas atividades educacionais suportadas através
de um ambiente colaborativo de aprendizagem. Este pressupõe a construção,
inserção e troca de informações pelos participantes, num espaço de interação,
visando à construção e à produção social do conhecimento. Após adquirir uma visão
do funcionamento deste espaço, ambiente virtual de aprendizagem, os estudantes
estão preparados para interagir com as ferramentas disponíveis (MAGALHÃES,
2001).
Entre tantas ferramentas, os objetos de aprendizagem podem representar
para o estudante um ganho de tempo no processo de aprendizagem, pois podem
agir como facilitadores deste. Além disso, tornam as aulas mais interessantes e
diversificadas.
O objeto de aprendizagem é uma ferramenta midiática para a educação, que
possibilita o desenvolvimento de um recurso a ser usado tanto na educação
presencial quanto a distância, pois permite que sejam estabelecidas situações de
efetiva aprendizagem em uma ou várias áreas do conhecimento. Suas
características são: reusabilidade, autonomia, interatividade, granularidade,
interoperabilidade e facilidade de busca.
Existem diversos conceitos sobre objetos de aprendizagem, mas podem ser
definidos como qualquer material didático desde que utilizado em um processo de
ensino-aprendizagem com base tecnológica. Wiley (2000) define objeto de
aprendizagem como
[...] qualquer recurso digital que pode ser reusado para apoiar a
aprendizagem. Esta definição inclui qualquer coisa que pode ser
disponibilizada através da rede sob demanda, sendo isto grande ou
pequeno.

Um objeto de aprendizagem é construído para transmitir um conhecimento,


sobre uma matéria específica, de maneira autônoma e rápida. Devido ao tempo
15

empregado na sua elaboração, uma das principais características do objeto é que


este deve ser reutilizável.
A adoção de um padrão para o desenvolvimento de objetos de aprendizagem
visa a facilitar a portabilidade para diferentes ambientes de ensino-aprendizagem e
contribui com a reutilização e interoperabilidade desses ambientes. Para isso, o
desenvolvimento e a identificação dos objetos de aprendizagem utilizam de
especificações que os implementam através de metadados, que visam a
independência de gerenciamento do conteúdo, armazenamento e contribui com a
importação e exportação. Atualmente, existem diversas especificações que
normatizam o desenvolvimento e a identificação destes objetos de aprendizagem
como: Learning Object Metadata (LOM), Sharable Content Object Reference Model
(SCORM), Instructional Management System (IMS), Alliance of Remote Instructional
Authoring Distribution Networks for Europe (ARIADNE), Dublin Core Metadata
Initiative e o Aviation Industry Computer-Based-Training Committee (AICC). Entre
estas, podemos destacar o IMS Learning Design e o SCORM.
O padrão SCORM, cujo foco é a preocupação na organização,
sequenciamento e visualização do conteúdo, está fundamentado em algumas
características como: reusabilidade, durabilidade, acessibilidade e
interoperabilidade. Já o padrão Learning Design IMS cria atividades interativas, o
que o diferencia do SCORM, suas características são: flexibilidade para diferentes
abordagens pedagógicas, reusabilidade e interatividade. Ambos padrões utilizam a
linguagem Extensible Markup Language (XML) para diversos fins, desde o
empacotamento até a utilização de metadados.
Dispõe-se, no ambiente virtual de ensino-aprendizagem (AVEA) Moodle, de
diversos módulos que auxiliam no desenvolvimento de conteúdo para web, sendo
que o mais completo é o módulo Lição. Esse permite combinar instrução e
avaliação, oferecendo a flexibilidade de uma página web e a interatividade de um
teste de conhecimento. Pode-se afirmar que se trata de um objeto de aprendizagem,
levando em consideração a característica de granularidade, no entanto, num
contexto maior do que simplesmente uma sequência de conteúdos.
O Moodle é um software livre. Este conceito foi desenvolvido, inicialmente,
por Richard Stallman no início dos anos 80. A filosofia do software livre busca
garantir que o usuário possa executar, copiar, estudar, modificar o software, visando
16

sempre a liberdade de produção (ou aperfeiçoamento) e utilização. Software livre


pressupõe a liberdade de utilização, por isso é melhor evitar termos como “de graça”
ou “doado”, pois não se trata de uma questão de preço, mas sim de liberdade de
acesso ao código fonte e de uso (GNU, 2000).
O Moodle foi criado em 2001, pelo educador e cientista computacional Marti
Dougiamas, o qual afirma que o ambiente
[...] não só trata a aprendizagem como uma atividade social, mas focaliza a
atenção na aprendizagem que acontece em quanto construímos ativamente
artefatos (como textos, por exemplo), para que outros vejam ou utilizem.
(MOODLE, 2009).

Além da vantagem de ser código fonte aberto, é construído sobre uma sólida
filosofia educacional, a pedagogia socioconstrucionista, que baseia-se na ideia de
que as pessoas aprendem melhor quando engajadas em um processo social de
construção do conhecimento, de forma colaborativa, através do ato de construir um
artefato para os outros (COLE; FOSTER, 2008).
Outra vantagem, é de possuir uma comunidade ativa de programadores e
desenvolvedores de software livre, administradores de sistemas, professores,
designers e usuários de todo o mundo, que usam o sistema e desenvolvem novas
funcionalidades e melhorias. A comunidade tem, também, traduzido Moodle em mais
70 idiomas. A versão 2.0 do Moodle está para ser lançada, com alguns módulos
reescritos e com a correção de bugs.
Essas três vantagens (código fonte aberto, filosofia de ensino e comunidade)
fazem do Moodle um dos Sistemas de Gestão do Curso (CMS1 - Course
Management Systems), que visa a melhoria do ensino, com proveito da Internet.
O uso do Moodle permite que o professor utilize uma metodologia voltada
para a resolução de problemas reais, para a realização de atividades que explorem
o pensamento crítico, a aprendizagem colaborativa e uma avaliação autentica. Tudo
isso é realizado numa interface intuitiva, que considera tanto os aspectos interativos
quanto a usabilidade dos layout e das informações. Por estes motivos, várias
instituições de ensino usam o Moodle como recurso tecnológico mediador do
processo de ensino-aprendizagem, tanto para cursos presenciais quanto para a
distância, mas também para grupos de estudos, capacitação de professores e

1
São aplicações web, o que significa que são executados em um servidor e são acessados usando
um navegador web (COLE; FOSTER, 2008, p. 01).
17

desenvolvimento de projetos. A Universidade Aberta do Brasil (UAB) é uma das


instituições que incentiva a utilização do Moodle nos seus cursos, isso “faz parte das
políticas traçadas pelo MEC” (UAB, 2006).
Para isso, o Moodle tem ferramentas/módulos que auxiliam na administração
do site, dos usuários, dos cursos e das atividades.
Sabe-se que o Moodle possui um módulo SCORM/AICC, que agrega um
conjunto de conteúdos criados sob a forma de pacotes, o qual possibilita a
importação, mas o que é desenvolvido em alguns módulos não pode ser exportado.
A aderência do módulo Lição do Moodle aos padrões do padrão SCORM 2004, é o
objetivo deste trabalho: a exportação dos objetos de aprendizagem desenvolvidos
no módulo Lição do AVEA – Moodle, para firmar a principal característica de
reutilização de conteúdos e interoperabilidade. Ressalta-se que não há uma forma
de reutilizar as Lições desenvolvidas no módulo em outros Learning Management
System (LMS), pois, apesar do Moodle ser amplamente utilizado, não se preocupa
com padrões para exportação. Segundo Silva (2010, p. 59), “o Moodle ainda não
tem plugins ou módulos internos para a produção de Scorm”.
Assim, pergunta-se: o módulo Lição pode ser considerado um objeto de
aprendizagem? Ele pode ser reaproveitado em outros LMS?

1.1 Metodologia

A organização da metodologia para a realização da pesquisa se deu por meio


de pesquisa bibliográfica, considerando que:
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase
todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há
pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.
(GIL, 1999, p. 44).

A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de


contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno.
Sendo assim, para poder fundamentar a temática pesquisada, como discorrem
Longaray e Beuren (2004, p. 87), “o estudante, na elaboração do trabalho
18

monográfico, sempre se valerá desse tipo de pesquisa, notadamente por ter que
reservar um capítulo do trabalho para reunir a teoria condizente com seu estudo”.
As fontes de pesquisa foram fundamentadas em livros de leitura corrente,
periódicos científicos, teses e dissertações, anais de encontros científicos, periódicos
de indexação e resumo. Estas foram localizadas em biblioteca convencional, em
bases de dados e pesquisa com sistemas de busca. De posse do material tido como
suficiente, foram realizadas leituras exploratórias, seletivas, analíticas e
interpretativas.
O desenvolvimento do trabalho seguiu as seguintes etapas:
• Primeira etapa: para operacionalizar essa pesquisa, foi realizado um estudo
sobre SCORM 2004, IMS LD e módulo Lição do AVA Moodle (versão 1.9.9)
• Segunda etapa: a partir da identificação das características dos padrões e do
módulo Lição, aferir a aderência dos padrões com o módulo Lição.
• Terceira etapa: foi elaborado um módulo para exportação das lições
desenvolvidas no módulo, garantindo o conceito de reusabilidade e
interoperabilidade dos objetos de aprendizagem.
• Quarta etapa: na etapa final, realizaram-se os testes nos Ambientes Virtuais de
Ensino-Aprendizagem Moodle, TelEduc e Tidia-AE, e, no Reusable eLearning
Object Authoring & Delivery (RELOAD)2 e SCORM Player3. Após os resultados
obtidos, foi feita uma análise para geração de conhecimento teórico.

1.2 Organização

De acordo com a introdução, esta dissertação foi organizada em mais cinco


capítulos, conforme descrito a seguir.
O capítulo 2 discorre sobre o ambiente virtual de ensino-aprendizagem
Moodle, objetos de aprendizagem e o módulo Lição, o que permite concluir que a
Lição desenvolvida no módulo trata-se de um objeto de aprendizagem. O capítulo 3
preconiza sobre os livros modelo de agregação de conteúdo, ambiente de execução

2
Player do ADL SCORM. Disponível em: http://www.reload.ac.uk/tools.html.
3
Player para SCORM. Disponível em:
http://www.adobe.com/cfusion/marketplace/index.cfm?event=marketplace.offering&offeringid=10300&
marketplaceid=1.
19

e sequenciamento e navegação do padrão SCORM. O capítulo 4, por sua vez,


apresenta o desenvolvimento do módulo ExportSCORM. O capítulo 5 a análise dos
resultados dos testes realizados com o Moodle, TelEduc, Tidia-AE, Reload e
SCORM Player. Por fim, as conclusões e as considerações finais são apresentadas
no capítulo 6.
2 AMBIENTE VIRTUA L DE ENSINO-APRENDIZAGEM MOODLE

Segundo Teles (2009) nas últimas três décadas o aumento da comunicação


humana mediada pelo computador levou ao acelerado desenvolvimento de
tecnologias da informação e comunicação (TIC) na educação para oferecer
plataforma de aprendizagem educacionais on-line ou ambientes virtuais de ensino-
aprendizagem (AVEA).
Os AVEA, também conhecidos como Learning Management System (LMS),
são softwares que auxiliam na administração do curso e estudantes, e, no
gerenciamento dos conteúdos com as inúmeras ferramentas e/ou módulos que
estabelecem ligação entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino e
aprendizagem. Segundo Struchinner (1998, p. 5), o conceito de ambiente virtual de
aprendizagem
[...] prioriza a idéia de ‘lugar’ ou ‘espaço’ onde ocorre a aprendizagem, isto
é, pressupõe a presença de uma série de atividades e recursos nos quais o
aluno utiliza ferramentas, coleta e interpreta informações, recebe orientação
e suporte e, muitas vezes, interage com outras pessoas, explorando e
buscando atingir suas metas de aprendizagem, exercendo sua autonomia e
responsabilidade na construção de seu próprio conhecimento.

A partir de meados da década de 90, com a popularização da internet aliada


com a modalidade de Educação a Distância (EaD), surgiram vários AVEA, como,
TelEduc, AulaNet, Rooda, Claroline, WebAula, AMEM, Solar, Tidia-Ae, AulaNet,
WebCT e Moodle, entre outros. Segundo Silva (2010, p. 16), o Moodle é a opção
com “maior aceitação no Brasil e no mundo”, tendo tradução para 70 idiomas, usado
em 195 países e mais de 300.000 pessoas inscritas na comunidade Moodle.org
(COLE; FOSTER, 2008).
O ambiente virtual de ensino-aprendizagem Moodle é um projeto livre que
está sempre evoluindo para se adequar às necessidades da comunidade. O Moodle
permite a gestão da aprendizagem e de trabalho colaborativo, permitindo a criação
de cursos on-line, páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de
aprendizagem.
O Moodle tem três vantagens: código fonte aberto, filosofia de ensino e
comunidade. Isso faz do Moodle um dos CMS, que visa a melhoria do ensino, com
proveito da Internet.
21

Várias instituições de ensino usam o Moodle como recurso tecnológico


mediador do processo de ensino-aprendizagem, tanto para cursos presenciais
quanto a distância, mas também para grupos de estudos, capacitação de
professores e desenvolvimento de projetos. Entre estas instituições está a UAB,
seguindo as políticas do MEC, incentiva a utilização do Moodle nos seus cursos
(UAB, 2006).
Para isso, o Moodle tem ferramentas/módulos que auxiliam na administração
do site, dos usuários, dos cursos e das atividades. Os recursos disponíveis para o
desenvolvimento das atividades, na versão 1.9.9 são os módulos:
• HotPot: permite ao professor criar testes de múltipla escolha, frases truncadas,
associações, ordenação, palavras-cruzadas e outras atividades usando o
software Hot Potatoes.
• Base de dados: espaço para criação e busca de banco de dados sobre qualquer
assunto.
• Chat: é uma sala de discussão entre os participantes, que possui data e horário
agendados, quando o evento de Chat é definido, o mesmo é exibido com uma
cor na agenda de evento. O Moodle abre a sala sem a necessidade de interação
do professor.
• Diário: é um espaço de interação exclusivo entre professor e aluno. O professor
pede ao aluno que reflita sobre determinado assunto, sua opinião pode ser
visualizada somente pelo professor, o qual pode fazer comentários sobre o texto
do aluno.
• Escolha: funciona como uma enquete ou uma pesquisa de opinião. O professor
pode elaborar perguntas com diversas opções de resposta.
• Fórum: é um espaço de discussão no qual é colocada uma questão ou uma
opinião, permitindo a troca de informações entre os participantes do curso.
• Glossário: permite aos participantes criar e manter uma lista de definições, como
um dicionário. Os verbetes podem ser pesquisados ou percorridos em muitos
formatos diferentes.
• Wiki: é uma forma de interação colaborativa entre estudantes e professor,
permitindo a construção coletiva de uma determinada informação, criando, desta
forma, uma verdadeira enciclopédia colaborativa.
22

• Laboratório de Avaliação: permite avaliar documentos, com a definição de


vários critérios e atribuição de notas.
• LAMS: Learning Activity Management System, usado para projetar, gerenciar e
entregar on-line atividades de aprendizagem colaborativa.
• Lição: perguntas e repostas são mescladas com apresentações e arquivos de
diferentes formatos.
• Pesquisas de Avaliação: são vários formulários para pesquisa rápida sobre
determinados assuntos com todos os participantes.
• Questionário: distingui-se da ferramenta Escolha, pois possibilita responder a
várias perguntas, constituídas por questões de múltipla escolha, verdadeiro-falso,
respostas curtas e outras. Cada tentativa é automaticamente registrada.
• SCORM/AICC: agrega um conjunto de conteúdos criados sob a forma de
pacotes, no qual possibilita a importação.
• Tarefa: através da Tarefa o professor pode gerar uma avaliação do estudante por
meio do envio de um arquivo, um texto on-line ou mesmo off-line, no qual o
professor coloca a explicação de um exercício feito pela turma.

O ambiente virtual de ensino-aprendizagem Moodle é um projeto livre, através


da sua comunidade Moodle.org é possível agregar outros recursos desenvolvidos
pelo Moodle ou por terceiros. A cada atualização, novidades e melhorias são
incorporadas.

2.1 Objetos de Aprendiza gem

Existem diversos conceitos sobre objetos de aprendizagem. Fazer o uso de


maneira mais generalizada não limitará seu desenvolvimento, mas sim possibilitará
que qualquer material seja considerado um objeto de aprendizagem. Basta utilizá-lo
em um processo de ensino-aprendizagem com base tecnológica.
Wiley (2000) define objeto de aprendizagem como
[...] qualquer recurso digital que pode ser reusado para apoiar a
aprendizagem. Esta definição inclui qualquer coisa que pode ser
disponibilizada através da rede sob demanda, sendo isto grande ou
pequeno.
23

Wiley (2000) estabelece duas metáforas para os objetos de aprendizagem:


uma associada ao brinquedo LEGO e a outra associada ao conceito do átomo.
No LEGO as peças são encaixadas desde que compartilhem do modelo
comum. Cada peça do brinquedo pode ser vista como um objeto de aprendizagem,
o qual possui as características de ser usado e reutilizado em várias situações. Esta
metáfora explica a ideia central do objeto de aprendizagem, a criação de
informações que podem ser combinadas como as peças de um LEGO.
Os átomos combinam e se recombinam e há restrições, pois nem todo átomo
é combinável com outro, eles podem apenas ser agregados nas estruturas internas
e também, requerem certo treinamento para a combinação.
A metáfora que melhor define um objeto de aprendizagem é a do átomo, por
mostrar que somente é agrupado se suas características forem compatíveis, na do
LEGO essa ideia é vaga, pois combina desde que tenham o mesmo modelo.
Por este motivo, segundo Mendes, Souza e Caregnato (2004, p. 4-5) os
objetos de aprendizagem são caracterizados por seis propriedades:
• reusabilidade: reutilizável diversas vezes em diversos ambientes de
aprendizagem;
• adaptabilidade: adaptável a qualquer ambiente de ensino;
• granularidade: conteúdo em pedaços, para facilitar sua reusabilidade;
• acessibilidade: acessível facilmente via Internet para ser usado em
diversos locais;
• durabilidade: possibilidade de continuar a ser usado, independente da
mudança de tecnologia;
• interoperabilidade: habilidade de operar através de uma variedade de
hardware, sistemas operacionais e browsers, intercâmbio efetivo entre
diferentes sistemas.

No desenvolvimento de objeto de aprendizagem, deve-se levar em


consideração o nível de agregação do objeto para aumentar seu reuso. Isto define o
grau de granularidade. Quanto maior o nível de granularidade, menor é sua
reutilização, porém, é de fácil administração. Quando o nível é baixo, sua
reusabilidade é alta e de fácil localização, porém, intensificam-se as atividades para
organizá-lo (WARPECHOWSKI, 2005).
Wiley (2001 apud CORDENONSKI, 2008) um objeto de aprendizagem pode
ser:
• fundamental: individual e digital que não pode ser dividido;
24

• combined-closed: um pequeno número de recursos digitais combinados, mas


só o objeto combinado é possível reutilizar, por exemplo o vídeo, “cujas
imagens e trilhas sonoras se tornam suas partes constituintes, mas,
usualmente, não podem ser acessadas individualmente.” (p. 103);
• combined-open: um grande número de recursos digitais combinados em
tempo real, os objetos são acessíveis para reutilização, por exemplo, página
de web, “cujos componentes (imagens, vídeos, textos, sons e/ou outras
mídias) usualmente existem em formatos reutilizáveis e são combinados em
um só objeto, [...], quando a mesma é requisitada.”;
• generative-presentation: “define a lógica e estrutura para combinar ou gerar
objetos de aprendizagem de níveis inferiores (fundamental e combined-
close).”, possui “um alto grau de reuso em contextos similares”, mas a
possibilidade de uso “em outros domínios não é acentuada” (p. 104).
Utilizados para elaborar apresentações, prática e teste de conteúdos;
• generative-instructional: “define a lógica e estrutura para combinar objetos de
aprendizagem do tipo fundamental, combined-close e generative-
presentation.”, possuem um alto grau de reuso, tanto em contexto similar
quanto deferenciado. É utilizado para instrução e avaliação, “suportando a
instanciação de estratégias instrucionais abstratas.” (p.104).

Outro item que deve-se considerar são os metadados, que descrevem de


forma comum os dados do objeto de aprendizagem, como será visto na subseção
3.1.3, visando a reutilização.
As especificações e a padronização definem as formas de construção e
armazenamento, os estudos destas são foco de trabalho em vários grupos e
consórcios como: Learning Object Metadata (LOM), SCORM, IMS, Alliance of
Remote Instructional Authoring Distribution Networks for Europe (ARIADNE), Dublin
Core Metadata Initiative e o Aviation Industry Computer-Based-Training Committee
(AICC).
Os objetos de aprendizagem são elementos de uma metodologia de ensino-
aprendizagem, baseada no uso do computador e da internet. É uma tecnologia que
desponta como uma solução que pode beneficiar a todos.
No Brasil, há alguns projetos que desenvolvem objetos de aprendizagem:
25

• Programa Rede Internacional Virtual de Educação4 (RIVED), desenvolvido pelo


Ministério da Educação (MEC), pela Secretaria de Educação a Distância
(SEED), em parceria com a Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico
(SEMTEC).
• Projeto de Pós-Graduação de Informática na Educação e do Centro
Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação (CINTED) da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é a Coletânea de Entidades de Suporte
ao uso de Tecnologia na Aprendizagem5 (CESTA) que sistematiza e organiza os
objetos de aprendizagem desenvolvidos.

Outras instituições começaram a se interessar pela criação de material


didático digital para potencializar o processo de ensino-aprendizagem. Pode-se
mencionar dois objetos de aprendizagem: o Laboratório Didático Virtual6 (LabVirt),
uma iniciativa da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP), atualmente
coordenado pela Faculdade de Educação; e o Mecânica Vetorial7, um objeto de
aprendizagem premiado pelo MEC.

2.2 Módulo Lição

O módulo Lição do ambiente virtual de ensino-aprendizagem Moodle é a


atividade/tarefa mais complexa e poderosa do AVEA – Moodle. Basicamente, uma
lição é uma série de páginas web que apresenta informações e perguntas, uma
combinação de instrução e avaliação de maneira on-line e partilhável, para outras
disciplinas no AVEA. Permite incluir conteúdo em um curso de uma maneira flexível
e interessante, como uma página web, a interatividade de um teste de conhecimento
e capacidades de ramificação, caminhos alternativos, em que o estudante faz a
seleção em cada página (RICE, 2008, p. 192).
Uma lição consiste num certo número de páginas web, normalmente, uma
página da lição contém alguns materiais didáticos e uma questão e alternativas de

4
Disponível em: http://rived.mec.gov.br/
5
Disponível em: http://www.cinted.ufrgs.br/CESTA/
6
Disponível em: http://www.labvirt.futuro.usp.br/
7
Disponível em: http://www.mecanicavetorial.com/
26

resposta sobre o conteúdo. A questão é usada para testar a compreensão do


estudante do conteúdo, dependendo da resposta escolhida, ele prossegue na lição
ou retorna para a página de instrução ou para a página de reparação (RICE, 2008,
p. 192-193).

Figura 1. Fluxograma da estrutura de uma lição


Fonte: adaptado de Figueira, Figueira e Santos (2009, p. 113)

Esta sequência linear (Figura 1) é a mais simples que o módulo Lição


apresenta no Moodle, entretanto, necessita de planejamento da navegação,
direcionando o mesmo para páginas específicas. O módulo proporciona outras
sequências ou hierarquias complexas.
Para criar e configurar uma lição, os campos de formulário (Figura 2) da
versão do Moodle 1.9.9, sobre a estrutura da lição são:
• Geral:
• Nome;
• Limite de tempo (minutos)
• Número máximo de respostas/seções.
• Opções de avaliação:
• Exercício (uma lição prática, não publica notas de avaliação);
27

• Pontuação personalizada (para cada resposta é atribuído um valor de


pontuação numérica, positiva ou negativa);
• Nota máxima (especifica a nota máxima para a lição. Se definido como 0, a
lição não aparece nas páginas de notas);
• Estudante pode tentar novamente (os alunos podem tentar refazer a lição
mais de uma vez);
• Calculando o resultado das tentativas (caso o aluno possa refazer a lição,
especificar se a nota para a lição é a média ou máxima das tentativas);
• Visualizar pontuação corrente (cada página mostrará os pontos atuais do
aluno, fora do total possível ao final).
• Controle de fluxo:
• Permitir revisão pelo estudante;
• Mostrar botão Revisão (se uma questão é respondida de forma incorreta, o
estudante poderá reler);
• Número máximo de tentativas (para cada questão, independente do tipo);
• Ação após uma Resposta Correta (estabelece se o aluno poderá ou não ser
direcionado para a próxima página);
• Mostrar o feedback padrão (quando uma questão não tiver uma resposta, o
sistema mostra a resposta padrão: "Essa é a resposta correta" ou "Essa é a
resposta errada");
• Número mínimo de questões;
• Número de páginas (fichas) a serem mostradas.
• Formatação da lição:
• Apresentação de Slides;
• Largura da Apresentação de Slides;
• Altura da Apresentação de Slides;
• Cor do fundo da página da Apresentação de Slides ;
• Mostrar menu à esquerda;
• Mostre apenas se tiver a nota maior que (percentual de aproveitamento);
• Barra de progresso.
• Controle de acesso:
• Lição protegida por senha;
28

• Senha;
• Disponível a partir de;
• Prazo final.
• Dependente:
• Dependente de (permite definir se o acesso é dependente do desempenho de
um aluno em outra lição do mesmo curso);
• Tempo dedicado (em minutos);
• Completado;
• Avaliação melhor que (%) (a nota que o estudante obteve na lição definida
deve ser superior à percentagem especificada).
• Arquivo ou página web em janela pop-up:
• Arquivo ou página web em janela pop-up;
• Mostrar botão de encerramento;
• Altura da janela;
• Largura.
• Outro:
• Link a uma atividade (link para outra atividade aparecerá no final da lição);
• Número de pontuações altas visualizado (limitar quantas notas altas serão
mostradas);
• Usar as configurações desta lição como padrão.
• Configurações comuns de módulos:
• Visível;
• Número de identificação do módulo (fornece uma maneira de identificar a
atividade para fins de cálculo da classe. Caso a atividade não incluir o cálculo
de grau, este campo pode ser deixado em branco);
• Categoria de nota.
29

Figura 2. Formulário do módulo Lição


Fonte: Moodle (2009)

Para concluir a edição do formulário, há o botão “Salvar e mostrar”, isso


possibilitará a edição do painel de navegação (Figura 3):
30

• Importar questões: permite que se importe questões de arquivos texto externos,


enviados através de um formulário.
• Importar PowerPoint: permite importar uma transparência externa.
• Inserir página com painel de navegação: será definida a navegação, esta opção
deve ser a última a ser configurada para fazer a ligação com as páginas
existentes. Na Figura 4, o primeiro campo deve ser usado para a apresentação
da lição, o “branch” define os botões da navegação.
• Inserir página com questões: primeiro define-se o tipo da questão, depois o
conteúdo, as respostas. Cada questão aparece em uma página, pois as questões
dependem dos conteúdos (Figura 5).

Figura 3. Editando uma lição


Fonte: Moodle (2009)
31

Figura 4. Inserir página com painel de navegação


Fonte: Moodle (2009)
32

Figura 5. Inserir página com questão


Fonte: Moodle (2009)

Como mostra a Figura 5, ao inserir uma página com questão, tem-se que
selecionar qual tipo de questão será elaborada. Entre os tipos as opções de escolha
são:
• Múltipa escolha: com opção de múltiplas respostas;
• Verdadeiro/falso;
• Resposta breve: considera a diferença entre maiúsculo e minúsculo;
• Numérica;
• Associação;
• Dissertação.
33

Além de definir a questão, é necessário definir as respostas, os feedbacks e a


destinação, a página que o estudante será direcionado. A destinação é definida pelo
nome da página. Nas Figuras 6 e 7, observa-se exemplo de como cadastrá-los.

Figura 6. Resposta e feedback das questões de múltipla escolha, verdadeiro/falso, breve resposta e
numérica
Fonte: Moodle (2009)

Figura 7. Resposta e feedback das questões de associação


Fonte: Moodle (2009)
34

As respostas e feedbacks do tipo de questão associação diferenciam-se das


demais, por haver a necessidade de cadastro das alternativas correta e erradas.
Concluídas as etapas é possível visualizar (Figura 8) e/ou editar as páginas,
de maneira retraída (Figura 9) ou expandida (Figura 10).

Figura 8. Visualização da lição


Fonte: Moodle (2009)

Figura 9. Editar a lição de forma retraída


Fonte: Moodle (2009)
35

Figura 10. Editar a lição de forma expandida


Fonte: Moodle (2009)

A forma de editar expandida é parecida com a visualização.


O módulo Lição permite ao professor/tutor visualizar relatório detalhado das
respostas (Figura 11), avaliar as respostas dissertativas e atribuir nota (Figura 12).
36
37

Figura 11. Relatório das respostas


Fonte: Moodle (2009)

Figura 12. Avaliar dissertações e atribuir nota


Fonte: Moodle (2009)
38

O módulo Lição tem algumas vantagens, como: integrar textos, imagens e


vídeos através de páginas web, sem a necessidade de ser competente na criação
ou editoração de documentos em HTLM. Outra vantagem, é a aplicação de
exercícios, com caráter avaliativo complementar, ou seja, servem para avaliar o
entendimento do conteúdo.
Segundo Seitzinger (2010), a utilização do módulo Lição vale a pena, desde
que bem planejada, é ideal para conteúdo multimídia e para avaliação formativa
individual.

Figura 13. Guia para as Ferramentas do Moodle


Fonte: adaptado de Seitzinger (2010)

Na Figura 13, Seitzinger apresenta um esquema do funcionamento do


módulo. Na qual explica que o módulo Lição dá trabalho, mas vale a pena, transfere
as informações (conteúdo multimídia), avalia a aprendizagem, e é de uso individual.

Nesse capítulo viu-se que o AVEA Moodle é utilizado em 195 países, e que
auxilia na administração do curso e no gerenciamento dos conteúdos com suas
inúmeras ferramentas e/ou módulos.
Pode-se concluir, também, que a Lição desenvolvida no módulo trata-se de
um objeto de aprendizagem, desde que levada em consideração a granularidade,
num contexto maior do que simplesmente uma sequência de conteúdos.
39

Ressalta-se a complexidade do módulo Lição, em que um professor pode


desenvolver todo o conteúdo da disciplina a partir dele, no entanto, se por qualquer
motivo, for necessário deixar de usar o Moodle, perde-se todo o trabalho, pois o
módulo Lição é exclusivo deste AVEA, ou seja, ele não é aderente a nenhum padrão
existente, e, não é reusável.
Por esse motivo, observam-se a seguir as características e como trabalhar
com o modelo de referência SCORM, uma das especificações cujo foco é a
preocupação na organização, sequenciamento e visualização do conteúdo, visando
a elaboração do exportador para o módulo Lição.
3 SCORM 2004

O Modelo de Referência para Objeto de Conteúdo Compartilhável (Sharable


Content Object Reference Model – SCORM) é um conjunto unificado de
especificações para a disponibilização de conteúdos e serviços de e-learning. Este
conjunto de especificações define um modelo de agregação de conteúdo, um
modelo de sequenciamento e um ambiente de execução para objetos de
aprendizagem baseados na Web (ADL, 2010).
O padrão SCORM permite o empacotamento de conteúdo, que consiste em
agregar todos os objetos de aprendizagem de uma unidade de
aprendizagem em um único local, definidos a partir de uma determinada
sequência e contendo os metadados deste conjunto. Ao final deste
processo, através da ‘scormização’ do conteúdo, este se transforma em um
arquivo único compactado denominado de pacote, o qual poderá ser
importado para os ambientes virtuais de aprendizagem compatíveis, tal
como o Moodle (RODRIGUES, 2009, p. 3).

Enfim, a utilização do padrão SCORM é adequado para ambientes


computacionais que utilizam Web, o que permite, por exemplo, que um objeto de
aprendizagem seja modificado facilmente e usado por diferentes ferramentas de
desenvolvimento e plataformas, e também, ser aplicado em vários contextos.
O SCORM é resultado da iniciativa, em 1997, do Departamento de Defesa
Americano e da indústria tecnológica para obter um padrão unificado para conteúdos
e serviços de web, criando, assim, o consórcio Advanced Distributed Learning (ADL),
com a participação do governo norte americano e iniciativa privada. Essa iniciativa
visa a avaliação e aproveitamento das características e elementos (estrutura de
metadados) dos padrões utilizados. O foco foi incorporar o trabalho já realizado pelo
ARIADNE, AICC, IMS e IEEE (ADL, 2010).
Para Anjos, Maciel e Alonso (2005, p. 5), o padrão SCORM surge com
algumas tendências:
[...] a maioria das ferramentas de autoria irão gerar conteúdos segundo o
modelo SCORM; os editores de texto e outros aplicativos irão gerar
conteúdo segundo o modelo SCORM; e surgirão mais ferramentas para o
SCORM e cada mais com maior usabilidade.

No Quadro 1, são apresentadas as versões do padrão SCORM.


41

Quadro 1. Resumo das versões lançadas do SCORM


Versão lançado em
SCORM 2004 4rd Edition Agosto 2009
SCORM 2004 3rd Edition Outubro 2006
SCORM 2004 2nd Edition Julho 2004
SCORM 2004 1st Edition Janeiro 2004
SCORM Version 1.2 Outubro 2001
SCORM Version 1.1 Janeiro 2001
SCORM Version 1.0 Janeiro 2000
Fonte: ADL, 2010

Na quarta edição da versão 2004 há novos padrões para a API e


comunicação do ambiente com o objeto de aprendizagem executado, sendo que
muitas ambiguidades das versões anteriores foram resolvidas. A mudança mais
significativa é a inclusão de um modelo de sequenciamento e navegação para os
objetos. Enfim, estas modificações eram as mais requisitadas pelos usuários (ADL,
2010).
Segundo Gama, Scheer e Santos (2006 apud BRAGA, 2008) a ADL
estabeleceu uma lista de quatro requerimentos, que são os fundamentos em que o
SCORM se baseou e devem ser considerados: reusabilidade, acessibilidade,
interoperabilidade e durabilidade “de conteúdo da educação a distância” (p. 59).
Para Yokoyama e Carvalho (2007, p. 3), os requisitos são seis:
• Acessibilidade - habilidade de localizar e acessar componentes
instrucionais de uma localização remota e distribuí-los para muitas
outras localizações.
• Adaptabilidade - habilidade para adequar a instrução para necessidades
individuais e organizacionais.
• Sustentabilidade - habilidade para incrementar eficiência e
produtividade, por meio da redução de tempo e custo envolvidos na
distribuição de instrução.
• Durabilidade - habilidade para suportar a evolução tecnológica e
mudanças sem custo de replanejamento, reconfiguração e
recodificação.
• Interoperabilidade - habilidade para pegar componentes instrucionais
em uma locação e em um conjunto de ferramentas ou plataforma e usá-
los em outra locação com outro conjunto de ferramentas ou plataformas.
• Reusabilidade - flexibilidade para incorporar componentes em múltiplas
aplicações e contextos.
42

É possível observar, na Figura 14, o conjunto de especificações do SCORM®


2004 3rd Edition Overview Version 1.0.

8
Figura 14. Conjunto de especificações SCORM® 2004 3rd Edition Overview Version 1.0

O conjunto de especificações SCORM 2004, quarta edição, é dividido em


quatro livros:
• Visão Geral (Overview): inclui histórico padrão, formas de adoção e uso.
• Modelo de Agregação de Conteúdo (Content Aggregation Model – CAM): define
como estruturar num documento XML o conteúdo instrucional;
• Ambiente de Tempo de Execução (Run-Time Environment – RTE): estabelece
como o conteúdo instrucional se comunica com o LMS e vice-versa;
• Sequenciamento e Navegação (Sequencing and Navigation – SN): instituem
como ocorre a seleção do conteúdo instrucional baseado nas interações do
usuário e na definição do modelo de agregação.

Estes livros apresentam diversos conceitos e modelos que sustentam a


construção do SCORM. Nesta seção, apresentam-se estes elementos, explicando o
seu papel no modelo.

8
Disponível em: http://ganesha.fr/public/images/articles/scorm2004.JPG. Acesso em: 02 ago. 2010.
43

3.1 Modelo de Agregação de Conteúdo (Content Aggregation Model)

O livro do SCORM CAM define o modelo do conteúdo de aprendizagem, a


forma de agregação dos conteúdos. Isso visa a garantir a reutilização, a forma de
registrar a estrutura dos conteúdos, permitindo, assim, a reutilização, navegabilidade
e apresentação das informações do conteúdo. Com estas informações é possível
armazenar, rotular, embalar, reutilizar os objetos de aprendizagem (ADL, 2009, p.
13).
A ADL (2009, p. 13) divide o SCORM CAM nos seguintes componentes:
• modelo de conteúdo: define a terminologia dos componentes de conteúdo;
• conteúdo de embalagem: define como representar o comportamento para
agregar e agrupar os conteúdos de aprendizagem;
• metadados: define dados específicos dos componentes do modelo de conteúdo;
• sequenciamento e navegação: define um conjunto de regras para sequência e
navegação das informações.

3.1.1 Modelo de conteúdo


Descreve os componentes usados para construir um objeto de aprendizagem,
o que potencializa a reutilização.
O modelo de conteúdo é constituído de asset, objeto de conteúdo
compartilhado (SCO), atividades, organização e agregações do conteúdo (ADL,
2009). Na Figura 14, pode-se observar como se relacionam:
• Asset (recurso): é o bloco básico de construção de um objeto de aprendizagem,
pode ser texto, imagens, sons, objetos de avaliação, entre outros, que podem ser
utilizados na apresentação do conteúdo;
• objeto de conteúdo compartilhado (SCO): é o conjunto de assets, um objeto que
irá se comunicar com o LMS, responsabiliza-se por iniciar uma sessão de
comunicação, enviar e receber dados e concluir a comunicação quando os
objetivos do SCO forem cumpridos;
• atividades: pode ser definida como uma unidade de aprendizagem, módulo, aula,
entre outras, e é constituída por um ou mais SCO e/ou assets, ou outras
atividades;
44

• organização do conteúdo: é uma representação que define a utilização do


conteúdo das diferentes atividades, ou seja, apresenta como as atividades se
relacionam;
• agregações de conteúdo: descrevem a ação ou processo que compõe um
conjunto de funcionalidades relacionadas com o objeto de aprendizagem.
Também pode ser usada para descrever o pacote do conteúdo (estrutura do
conteúdo, a transferência entre os sistemas e armazenagem num repositório).

A Figura 15 representa a relação entre as atividades e os recursos. O


elemento <item> é a atividade que está associada ao recurso, que são os SCO ou
asset.

Figura 15. Relação entre os componentes do Modelo de Conteúdos


Fonte: ADL (2009, p. 24)
45

Todos os componentes do modelo de conteúdos fazem menção aos


metadatos, pois são eles que garantirão a reutilização dos objetos de aprendizagem
entre diferentes sistemas, a busca e descoberta nos repositórios e facilidade na
manutenção.

3.1.2 Conteúdo de embalage m


Descreve a estrutura de dados que são usados para fornecer a
interoperabilidade dos conteúdos entre sistemas que desejam importar, exportar,
agregar e desagregar pacotes de conteúdo, o que permite realizar a agregação dos
conteúdos, descrito pelo modelo de conteúdos (ADL, 2009, p. 28). Ou seja,
The purpose of the content package is to provide a standardized way to
exchange learning content between different systems or tools. The content
package also provides a place for describing the structure (or organization)
and the intended behavior of a collection of learning content (ADL, 2009, p.
9
27) .

Um pacote de conteúdo pode ser definido como uma unidade de


aprendizagem ou um módulo. Este pacote contém dois componentes principais:
• documento XML, no qual é descrita a estrutura de conteúdo e os recursos
associados do pacote, chamado de arquivo de manifesto (imsmanifest.xml);
• a Figura 16 mostra os componentes dos arquivos que compõem o pacote de
conteúdo.

9
Tradução: O objetivo do pacote de conteúdos é disponibilizar uma forma padronizada de conteúdos
para a troca de conhecimento entre diferentes sistemas ou ferramentas. O pacote de conteúdos prove
também um campo/local para a descrição de estruturas (ou organização) e um possível
comportamento futuro de uma coleção de conteúdos de aprendizado.
46

Figura 16. Conteúdo da embalagem


Fonte: ADL (2009, p. 28)

Conforme a Figura 16, o manifesto é composto por (ADL, 2009, p. 30-31):


• metadados: dados que descrevem as características do conteúdo do pacote
como um todo, o que possibilita a pesquisa e a divulgação dos pacotes de
conteúdo.
• organizações: descrever a forma de organização do conteúdo no pacote,
podendo conter uma ou mais organizações, cada qual descreve uma estrutura
específica para o conteúdo do pacote. A definição do sequenciamento pode ser
associada com a estrutura de conteúdo.
• recursos: define os recursos externos de aprendizagem (arquivos de texto,
objetos de avaliação, entre outros), incluído no pacote de conteúdo.
• (sub) manifesto(s): descreve as unidades logicamente, as quais podem ser
tratadas como unidades autônomas.

O arquivo de estruturação da agregação de conteúdos e os respectivos


arquivos, que compõem o Content Package, devem ser comprimidos num arquivo do
tipo Package Interchange File (PIF), que pode ter diversos formatos, como: zip, jar,
rar, arj e tar. É este pacote que contém o imsmanifest.xml, os arquivos de controle e
os recursos mencionados no modelo de conteúdo, e são responsáveis pela troca do
objeto de aprendizagem entre os AVEA e players. (ADL, 2009, p. 30).
47

3.1.3 Metadados
O objetivo dos metadados é descrever os objetos de aprendizagem de uma
forma comum, visando a reutilização, o que facilita a busca dos objetos nos
sistemas.
A ADL (2009, p. 89), não define requisitos para criação de metadados, mas,
sim, baseia-se na definição de metadados nas normas da IEEE 1484.12.1-2002
Learning Object Metadata Standard10 e IEEE 1484.12.3 Standard for Extensible
Markup Language (XML) Schema Binding for Learning Object Metadata11, que são
padrões usados no desenvolvimento dos objetos de aprendizagem.
O esquema conceitual apresentado na Figura 17 mostra as características
relevantes para objetos de aprendizagem. Essas características estão agrupadas em
nove categorias:
• general: que agrupa informações gerais que descrevem o objeto de
aprendizagem como um todo;
• life cycle: que agrupa características relacionadas com o histórico e
com o corrente estado do objeto de aprendizagem, assim como
informações sobre aqueles que afetaram o desenvolvimento do objeto;
• meta-metadata: que contém informações sobre os metadados, ao invés
de informações sobre o objeto de aprendizagem que os metadados
descrevem;
• technical: que descreve os requisitos e características técnicas do
objeto de aprendizagem;
• educational: que agrupa informações sobre características
educacionais e pedagógicas do objeto de aprendizagem;
• rights: que contém informações sobre direitos de propriedade
intelectual e condições de uso do objeto de aprendizagem;
• relation: na qual podem ser expressas características que definem o
relacionamento entre o objeto de aprendizagem e os outros objetos;
• annotation: que provê comentários sobre o uso educacional do objeto
de aprendizagem e informações sobre as entidades que fizeram tais
comentários;
• classification: que descreve a classificação do objeto de aprendizagem
em relação a um sistema de classificação particular (GOMES, 2005, p.
48-49).

10
É um conjunto mínimo de metadados que permite gerenciar, localizar e avaliar os objetos de
aprendizagem (WARPECHOWSKI, 2005).
11
Que possibilita a importação e exportação independente da plataforma (WARPECHOWSKI, 2005).
48

Figura 17. Esquema conceitual de Metadados do Padrão LOM


12
Fonte: Warpechowski (2005)

Os elementos de dados são explicados em detalhes no texto de


Warpechowski13, o qual mostra que esses elementos podem ser simples (tipos
definidos e valores associados) ou agregados (sem valores agregados).
Basicamente, eles incluem informações tais como autor, título, versão, data
de criação, requisitos técnicos, contexto educacional e objetivo.

3.1.4 Sequenciamento e nave gação


Descreve como codificar estratégias de sequenciamento específico em XML,
para o arquivo de manifesto, que define um conjunto de informações de
sequenciamento de atividades. Existem duas formas para a criação do
sequenciamento através dos elementos:

12
Tradução retirada de Pereira, Porto e Melo (2003).
13
O texto pode ser consultado na íntegra em: <http://www.inf.ufrgs.br/~erbd2005/Artigos/7924.pdf>.
Acesso em: 18 mai. 2007.
49

• <sequencing>: encapsula todas as informações necessárias para a sequência de


uma determinada atividade.
• <sequencingCollection>: utilizado para recolher conjuntos de sequenciamento de
informações para ser reutilizado por diversas atividades.

Estes elementos <sequencing> e <sequencingCollection> são formados pelos


elementos <item> e <organization> descritos no arquivo do manifesto (ADL, 2009, p.
177).
A agregação do conteúdo inicia a definição da sequência específica do objeto
de aprendizagem. A Figura 18 mostra que o pacote contém as “<organizations>”,
“<item>”, que são as informações que definem o sequenciamento.

Figura 18. Regras de sequenciamento e a estrutura do pacote de conteúdo


Fonte: ADL (2009, p. 225)

Caso um pacote de conteúdo não inclua as informações de sequenciamento,


um comportamento padrão é definido, permitindo que o estudante continue na
atividade sem orientação ou restrições (ADL, 2009, p. 225).
50

3.2 Ambiente de Tempo d e Execução (Run-time Environment)

O livro SCORM RTE descreve o sistema de gestão de aprendizagem (LMS),


define os requisitos para o lançamento de conteúdo, a comunicação padronizada
entre o objeto de aprendizagem e LMS (ADL, 2009b, p. 13).
A ADL (2009b, p. 17) padronizou o mecanismo de comunicação através da
utilização de uma API comum (Figura 19), responsável por informar ao LMS o
estado, inicializado, finalizado ou de erro, de comunicação de um objeto de
aprendizagem, é usado, também, para recuperar e armazenar dados (pontuação,
tempo limite, entre outros) entre o LMS e o SCO.

Figura 19. API de comunicação SCO e LMS


Fonte: adaptado de ADL (2009b, p. 32)

A Figura 19 apresenta os métodos da API, a ADL (2009b) os classifica em


três tipos:
• sessões: delimitam o início e fim da comunicação;
• transferência de dados: enviam e solicitam dados;
• suporte: capturam o estado do LMS em relação ao SCO.
51

Além disso, define um modelo de dados (Data Model – DM), que visa a
garantir que a experiência do estudante com os objetos de aprendizagem podem ser
rastreados por diferentes ambientes LMS (p. 63). É o DM que permitirá a
interoperabilidade e reutilização do objeto de aprendizagem (p. 16). Enfim, o DM é
um identificador de informações que o SCO acessa ou altera através do LMS.

3.3 Sequenciamento e Na vegação (Sequencing and Navigation)

O livro SCORM SN descreve como o SCORM é compatível com o conteúdo


que será entregue aos estudantes através da inicialização de um sistema com
eventos de navegação (ADL, 2009c). Ou seja, o SN possibilita a criação de regras
para a sequenciação, o que condiciona a disponibilização das atividades através de
recursos de navegação na Web.
A utilização de uma árvore de atividade, que é formada por ramificação e
fluxo dos objetos de aprendizagem, com base nos resultados das interações do
estudante com os objetos de aprendizagem, é base para a definição de regras de
sequenciamento (ADL, 2009c, p. 18).
O SCORM Sequencing é baseado no IMS Simple Sequencing (SS)
In summary, SCORM Sequencing depends on a defined structure of
learning activities the activity tree; a defined sequencing strategy, the
sequencing definition model; and the application of defined behavior to
14
external and system triggered events, SCORM sequencing behaviors
(ADL, 2009c, p. 18).

O SCORM SN Navigation pressupõe a existência de dispositivos de interface


de usuários para acionar eventos de navegação. Estes dispositivos podem ser
fornecidos pelo LMS ou incorporados em objetos de aprendizagem. Descreve o
tempo de execução do modelo de dados, que pode ser utilizado por SCOs para
indicar os pedidos de navegação pretendida para o LMS (ADL, 2009c, p. 19).
Para a ADL (2009c, p. 19) questões como a aparência, estilo de apresentação
e posicionamento dos dispositivos de interface ou controles estão fora do escopo do

14
Tradução: Resumindo, o SCORM Sequencing depende de uma estrutura definida de atividades de
aprendizagem, a árvore de atividades; uma estrutura sequencial definida, um modelo de definição
sequencial e a aplicação de comportamento definida para o sistema externo e eventos demarcados
do sistema, os comportamentos sequenciais SCORM. (Tradução livre)
52

SCORM. Há várias recomendações para interpretar o modelo de navegação de


especificação ou do padrão, no entanto, é o LMS que fornece os dispositivos de
interface do usuário.

Nesse capítulo viu-se que o SCORM é um modelo de referência para


especificação de conteúdos para Web, que atualmente é a versão 2004 4rd Edition,
e que possui quatro livros. O Modelo de Agregação de Conteúdo que visa a compor
o conteúdo de um objeto de aprendizagem para visualização num LMS. O Ambiente
de Execução, que é responsável pela comunicação, através da Application
Programming Interface (API), do objeto de aprendizagem e o LMS. E o
Sequenciamento e Navegação, responsável por criar regras de sequenciamento
para disponibilizar os objetos de aprendizagem nos LMS.
Com a utilização do padrão SCORM no desenvolvimento de um objeto de
aprendizagem, ou a “scormização” de um objeto de aprendizagem, é possível torná-
lo reusável, acessível, interoperável e durável.
Por esse motivo, o desenvolvimento do módulo que tornará os objetos de
aprendizagem desenvolvidos no módulo Lição do Moodle reutilizável em qualquer
LMS estará em conformidade com o padrão SCORM.
4 MÓDULO PROPOS TO: ExportSCORM

O padrão SCORM é referência para a maioria das ferramentas de autoria,


editores de texto e outros aplicativos para especificação de conteúdos para web,
neste caso, os objetos de aprendizagem.
Para comprovar que as Lições desenvolvidas no módulo Lição do Moodle são
objetos de aprendizagem necessita-se firmar o conceito de reutilizável em qualquer
LMS. Por este motivo, será desenvolvido um módulo ExportSCORM.
O ExportSCORM é um módulo que pode ser agregrado ao Moodle, o qual
exportará os objetos de aprendizagem desenvolvidos no módulo Lições do Moodle,
em conformidade com o padrão SCORM.
Para desenvolvimento do módulo ExportSCORM, utilizou-se o modelo
apresentado na Figura 20.

Figura 20. Visão geral do módulo ExportSCORM

A Figura 20 apresenta uma visão geral do módulo ExportSCORM. O foco do


módulo seria somente o SCORM 2004, no entanto, quando pesquisados players
54

para a versão 2004, foram encontrados vários players pagos, por este motivo,
decidiu-se por desenvolver também o módulo para o SCORM 1.2.
A Figura 21 mostra a organização do arquivo de manifesto, e como sua
utilização agrega os recursos de aprendizagem e da estrutura de conteúdo.

Figura 21. Organização arquivo de manifesto


Fonte: ADL (2009, p. 82)
55

Esse módulo gera um pacote (conteúdo de embalagem), do tipo ZIP15, que


contém o arquivo de manifesto (Figura 20), arquivo com as informações do objeto de
aprendizagem (Figura 22) e os arquivos de configuração (Quadro 2), que são padrão
do SCORM. Estes arquivos são compactados de acordo com o Modelo de
Agregação de Conteúdo, o que torna o objeto de aprendizagem reutilizável nos LMS
compatíveis com o SCORM.

Quadro 2. Arquivos de configuração padrão do SCORM


SCORM 2004
adlcp_v1p3.xsd elementos e/ou atributos que validam o conteúdo
do pacote
adlnav_v1p3.xsd elementos e/ou atributos que validam a
navegação das informações
adlseq_v1p3.xsd elementos e/ou atributos que validam o
sequenciamento das informações.
imscp_v1p1.xsd elementos e/ou atributos que validam o conteúdo
do pacote
imsss_v1p0.xsd elementos e/ou atributos que validam o
sequenciamento simples das informações
Fonte: ADL (2009)

A Figura 22 mostra a estrutura do arquivo de manifesto (imsmanifest.xml),


gerado de acordo com as normas do SCORM 2004, que contém todas as
informações referentes ao objeto de aprendizagem, e como será acessado e usado,
devendo listar todos os arquivos que compõem o conteúdo do objeto.

15
É um formato de compactação de arquivos.
56

<?xml version="1.0" standalone="no" ?>


<!--
Manifest template to demonstrate the proper XML namespace declarations for
SCORM 2004 4th Edition manifests that do not use metadata.
Provided by Rustici Software - www.scorm.com.
-->
<manifest identifier="com.scorm.manifesttemplates.scorm2004.4thEd.nometadata"
version="1.0"
xmlns = "http://www.imsglobal.org/xsd/imscp_v1p1"
xmlns:adlcp = "http://www.adlnet.org/xsd/adlcp_v1p3"
xmlns:adlseq = "http://www.adlnet.org/xsd/adlseq_v1p3"
xmlns:adlnav = "http://www.adlnet.org/xsd/adlnav_v1p3"
xmlns:imsss = "http://www.imsglobal.org/xsd/imsss"
xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance"
xsi:schemaLocation = "http://www.imsglobal.org/xsd/imscp_v1p1
imscp_v1p1.xsd
http://www.adlnet.org/xsd/adlcp_v1p3 adlcp_v1p3.xsd
http://www.adlnet.org/xsd/adlseq_v1p3 adlseq_v1p3.xsd
http://www.adlnet.org/xsd/adlnav_v1p3 adlnav_v1p3.xsd
http://www.imsglobal.org/xsd/imsss imsss_v1p0.xsd" >

<metadata>
<schema>ADL SCORM</schema>
<schemaversion>2004 4th Edition</schemaversion>
</metadata>
<organizations default="scorm-export">
<organization identifier="scorm-export"
adlseq:objectivesGlobalToSystem="false" structure="hierarchical">
<title>[TITLE]</title>
[ITENS]
</organization>
</organizations>
<resources>
[RESOURCES]
</resources>
</manifest>

Figura 22. Manifesto SCORM 2004 (imsmanifest.xml)

O arquivo imsmanifest.xml mapeia, fisicamente, o Modelo de Agregação de


Conteúdo do SCORM. A Figura 22 apresenta o arquivo de manifesto de um objeto
de aprendizagem. O elemento raiz é o <manifest>, que contém quatro elementos:
• <metadata>: informações que descrevem o arquivo de manifesto;
• <organizations>: representa a estrutura do conteúdo agregado;
• <item>: refere-se às atividades de aprendizagem e somente os itens folhas são
associados aos SCOs ou aos recursos;
• <resources>: a lista de SCOs e de recursos que o compõem.

A Figura 23 mostra a estrutura do arquivo imslrm.xml, que contém as


informações, os metadados, do objeto de aprendizagem.
57

<?xml version="1.0"?>

<lom
xmlns="http://www.imsglobal.org/xsd/imsmd_rootv1p2p1"
xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance"
xsi:schemaLocation="http://www.imsglobal.org/xsd/imsmd_rootv1p2p1
imsmd_rootv1p2p1.xsd">

<general>
<title>
<langstring>[TITLE]</langstring>
</title>
<catalogentry>
<catalog>[CATALOG]</catalog>
<entry>
<langstring>[CATALOG_DESC]</langstring>
</entry>
</catalogentry>
<language>[LANG]</language>
<description>
<langstring>[DESCRIPTION]</langstring>
</description>
<aggregationlevel>
<vocabulary>
<source>
<langstring xml:lang="x-none">LOMv1.0</langstring>
</source>
<value>
<langstring xml:lang="x-none">3</langstring>
</value>
</vocabulary>
</aggregationlevel>
</general>

<lifecycle>
<contribute>
<role>
<source>
<langstring xml:lang="x-none">LOMv1.0</langstring>
</source>
<value>
<langstring xml:lang="x-none">Author</langstring>
</value>
</role>
<centity>
<vcard>BEGIN:vCard FN:Ray Kingdon END:vCard</vcard>
</centity>
<date>
<datetime>[DATE]</datetime>
</date>
</contribute>
<contribute>
<role>
<source>
<langstring xml:lang="x-none">LOMv1.0</langstring>
</source>
58

<value>
<langstring xml:lang="x-none">Publisher</langstring>
</value>
</role>
<centity>
<vcard>BEGIN:vCard FN:moodle END:vCard</vcard>
</centity>
<date>
<datetime>[DATE]</datetime>
</date>
</contribute>
<contribute>
<role>
<source>
<langstring xml:lang="x-none">LOMv1.0</langstring>
</source>
<value>
<langstring xml:lang="x-none">Export</langstring>
</value>
</role>
<centity>
<vcard>BEGIN:vCard FN:scorm-export END:vCard</vcard>
</centity>
<date>
<datetime>[DATE]</datetime>
</date>
</contribute>
</lifecycle>

<metadata>
<metadatascheme>ADL SCORM 2004</metadatascheme>
</metadata>

<technical>
<format>SCORM 2004</format>
</technical>

<relation>
<resource>
<description>
<langstring>[DESCRIPTION]</langstring>
</description>
</resource>
</relation>

<rights>
<copyrightandotherrestrictions>
<source>
<langstring xml:lang="x-none">LOMv1.0</langstring>
</source>
<value>
<langstring xml:lang="x-none">no</langstring>
</value>
</copyrightandotherrestrictions>
<description>
<langstring>ScormExport</langstring>
Figura 23. Arquivo imslrm.xml
59

O arquivo imslrm.xml mapeia, fisicamente, as características do objeto de


aprendizagem. O elemento raiz é o <lom>, que contém seis elementos dos nove
especificados no padrão IEEE16:
• <general>: agrupa informações gerais do objeto de aprendizagem, com os
elementos <title>, <catalog>, <language>, <description>,
<vocabulary>;
• <lifecycle>: características relacionadas com o histórico e com o corrente
estado do objeto de aprendizagem, com os elementos <contribute>,
<role>, <date>, <vcard>;
• <metadata>: informações sobre os metadados, neste caso, o ADL SCORM
2004, com o elemento: <metadatascheme>;
• <technical>: os requisitos e características técnicas do objeto de
aprendizagem, neste caso, o SCORM 2004, com o elemento <format>;
• <relation>: as características que definem o relacionamento entre o objeto de
aprendizagem e os outros objetos, com os elementos <resource>,
<description>;
• <rights>: informações sobre direitos de propriedade intelectual e condições de
uso do objeto de aprendizagem, com os elementos
<copyrightandotherrestrictions>, <description>.

As informações sobre copyright, direitos de propriedade intelectual e de


condições de uso, não foram implementadas, como se observa na Figura 23. Estas
informações dependem da política de contratação e cessão dos direitos autorais de
cada instituição.
No desenvolvimento dos arquivos de manifesto e das características do
objeto, as informações se relacionaram com a base de dados do Moodle, como
apresentado na Figura 24. Na Figura, a seguir, não estão representados todos os
dados das tabelas.

16
IEEE 1484.12.1-2002 Learning Object Metadata Standard e IEEE 1484.12.3 Standard for
Extensible Markup Language (XML) Schema Binding for Learning Object Metadata
60

Figura 24. Mapeamento do XML em relação ao banco de dados do Moodle 1.9.9

Foram utilizadas quatro tabelas para a criação dos arquivos HTML,


imsmanifest.xml e imslrm.xml, que são:
• mdl_course – nome e código das disciplinas
• mdl_lesson – lições de cada disciplina
• mdl_lesson_answers – respostas e feedback das perguntas
• mdl_lesson_pages – título e conteúdo das páginas

As tabelas mdl_course e mdl_lesson forneceram as informações para os


arquivos imsmanifest.xml e imslrm.xml. E as tabelas mdl_lesson_answers e
mdl_lesson_pages fornecem as informações para a criação dos arquivos HTML, que
fazem parte do imsmanifest.xml.
A compactação desses arquivos, mais os arquivos padrão de configuração
(XSD) e os SCOs ou assets (textos, imagens, sons, entre outros), para o formato
ZIP, criará o pacote de conteúdo, esse processo é denominado pelo ADL SCORM
de empacotamento. É esse arquivo, do tipo ZIP, utilizado para importação do objeto
de aprendizagem em outros LMS.
Para o desenvolvimento do ExportSCORM foi utilizada a documentação do
padrão SCORM fornecida pela ADL e com o eXe-Learning17, uma ferramenta livre
de autoria para a produção de materiais educacionais digitais para a Web, foram

17
Disponível em: http://exelearning.org/
61

utilizados para aprofundar conhecimento das regras de agregação do conteúdo,


sequenciamento e navegação utilizadas pelo padrão SCORM 2004.
Na implementação foi utilizado:
• linguagem de programação interpretada – PHP;
• XAMPP (servidor Apache, MySQL, PHP);
• Moodle 1.9.9.

Os arquivos do Moodle, criados e alterados foram:


• moodle/mod/lesson/export/exportlib.php
• moodle/mod/lesson/export/export.php
• moodle/mod/lesson/export/templates/template.default.html
• moodle/mod/lesson/export/templates/template.default.css
• moodle/mod/lesson/export/templates/template.default.js
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-1.2/template.default.imsmanifest-
1.2.xml
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-1.2/template.default.imslrm-
1.2.xml
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-1.2/imscp_rootv1p1p2.xsd
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-1.2/imsmd_rootv1p2p1.xsd
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-1.2/ims_xml.xsd
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-
2004/template.default.imsmanifest-2004.xml
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-2004/template.default.imslrm-
2004.xml
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-2004/adlcp_v1p3.xsd
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-2004/adlnav_v1p3.xsd
• moodle/mod/lesson/export/templates/scorm-2004/adlseq_v1p3.xsd
• moodle/mod/lang/en_utf8/lesson.php
• moodle/mod/lesson/tabs.php

Após a implementação, foi criado o arquivo Readme com as instruções para


instalação do módulo ExportSCORM.
62

Com a instalação do ExportSCORM, no módulo Lição foi adicionado a guia,


como mostra a Figura 25.

Figura 25. Guia ExportSCORM

Nessa guia, depois de criado o objeto de aprendizagem no módulo Lição, ao


editar a Lição, o usuário poderá escolher o padrão de exportação, SCORM 1.2 ou
SCORM 2004 (Figura 26).

Figura 26. Módulo ExportSCORM

Ao selecionar o padrão, será aberta uma janela para download do pacote de


conteúdo do tipo ZIP.
Após concluir o desenvolvimento do ExportSCORM, utilizou-se do módulo
SCORM/AICC do Moodle 1.9.9 para importar o objeto de aprendizagem, que teve
resultado satisfatório.
63

A seguir, é apresentada a análise dos resultados dos testes realizados com


os AVEA Moodle, TelEduc e o Tidia-AE, e, também, com o RELOAD e SCORM
Player.
5 ANÁLISE DOS RES ULTADOS

Para análise dos resultados, foram utilizados dois objetos de aprendizagem


no módulo Lição.
Optou-se por utilizar o objeto de aprendizagem “Como usar o módulo Lição”,
criado por Ray Kingdon e traduzido com adaptações por Sonia Pestana, pois, é uma
introdução sobre o módulo Lição, apresenta algumas das terminologias utilizadas e
como utilizar os recursos. Esse objeto de aprendizagem possibilitou testar os vários
tipos das questões, a inserção de grupos e de seções e como todos esses itens se
comportariam na exportação.
Também optou-se por elaborar um objeto de aprendizagem, o “Guia
SCORM”, desenvolvido por nós, o qual foi criado de uma maneira mais simples, sem
a inserção de grupos e de seções. Esse objeto de aprendizagem é constituído de
textos, imagem e questões, tratando-se, basicamente, de uma introdução ao padrão
SCORM 2004.
Os objetos de aprendizagem foram “scormizados” tanto na versão 1.2 quanto
na 2004 do SCORM.
Os testes da “scormização” dos objetos de aprendizagem gerados no módulo
Lição do Moodle foram realizados nos seguintes AVEA:
• Moodle: possui o módulo SCORM/AICC;
• TelEduc: não suporta o padrão SCORM;
• Tidia-AE: na segunda fase do desenvolvimento do projeto, a proposta é que
atenda aos padrões IMS, IEEE, Scorm;

Já os programas testados foram os desenvolvidos com conformidade com o


padrão SCORM:
• Reload editor: suporta as versões 1.2 e 2004;
• Reload player: suporta a versão 1.2;
• SCORM player: suporta a versão 2004.
65

5.1 Moodle

O módulo SCORM/AICC permite a importação de objetos de aprendizagem,


criados sob a forma de pacotes. Segundo Silva (2010, p. 109), dois programas
destacam-se na criação destes pacotes “CourseLab e eXeLearning”.
Para acrescentar um SCORM/AICC, há uma caixa de combinação
“Acrescentar atividade”, com a opção “SCORM/AICC”, e preencher os campos
(Figura 27):
• Geral:
• Nome: tema do curso;
• Sumário: explicação da atividade;
• Arquivo do pacote: o arquivo de manifesto (imsmanifest.xlm).
• Outros parâmetros:
• Método de avaliação: valores que variam de 0 a 100;
• Número de tentativas: quantas vezes o estudante terá acesso;
• Tentativas avaliadas: se selecionada, define o número de tentativas
permitidas por estudante;
• Tamanho tela/frame: indica o tamanho da janela que aparecerá.
• Configurações comuns de módulos:
• Visível;
• Número de identificação do módulo;
• Categoria da nota.
66

Figura 27. Envio do pacote SCORM


Fonte: Moodle (2009)

A importação do pacote de conteúdo “scormizado” funcionou perfeitamente,


tanto para a versão do SCORM 1.2 quanto SCORM 2004.

5.2 Tidia-Ae

O Tidia-Ae (Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet


Avançada – Aprendizado Eletrônico) é financiado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) em parceria com o projeto Sakai
(www.sakaiproject.org). O sistema utiliza o núcleo básico Sakai para desenvolver
sua plataforma e suas ferramentas colaborativas.
O Tidia-Ae é um ambiente colaborativo que gerencia cursos e atividades de
aprendizado, dando suporte ao ensino presencial e a distância. O sistema possui
várias ferramentas de software, disponibilizadas por um navegador web, para
67

auxiliar alunos, professores e instrutores em suas ações. Nessa segunda fase, o


projeto Tidia-Ae tem como proposta atender aos padrões internacionais de
Aprendizado Eletrônico (IMS, IEEE, SCORM) (TIDIA-AE, 2008).
A versão atualizada do Tidia-Ae 2.4.1, utilizada para verificar as
funcionalidades, está disponível em: http://agora.tidia-ae.usp.br, acessada com o
login "guest" e a senha "guest".
Na área demonstração, não foi encontrada uma ferramenta que possibilita a
utilização do pacote SCORM. Fez-se upload dos pacotes do SCORM 1.2 e 2004,
mas sem sucesso no uso. Em seu site oficial, há uma mensagem, informando que
“versão do ambiente Ae (http://tidia-ae.usp.br) estará indisponível em 2011” (TIDIA-
AE, 2008).

5.3 Reload

O Reload é um projeto financiado pela JISC para o Exchange for Learning


Programme (X4L), com o foco no desenvolvimento de ferramentas baseadas nas
tecnologias da educação. É administrado pelas universidades de Bolton e de
Strathclyde (RELOAD, 2010).
O Reload tem como objetivos: criar, compartilhar e reutilizar objetos de
aprendizagem e serviços, e aumentar o leque de abordagens pedagógicas
(RELOAD, 2010).
• Reload editor: oferece suporte para metadados IMS, IEEE LOM, IMS Content
Packaging 1.1.4, SCORM 1.2 e SCORM 2004 (Figura 28 e 29).
• SCORM 1.2 Player: é um aplicativo multi-plataforma que permite a execução do
pacote SCORM (Figura 30).
68

Figura 28. Reload Editor SCORM 2004

Figura 29. Reload Editor SCORM 1.2


69

Figura 30. SCORM 1.2 player

Figura 31. Previa do Reload Editor


70

Figura 32. Previa SCORM 1.2 player

5.4 SCORM Player

O SCORM Player é um software livre para visualizar pacote SCORM, pode-se


considerar um software simples, no qual permite somente visualizar o objeto de
aprendizagem, no modo janela ou tela cheia (Figura 33). O aplicativo requer o
Adobe AIR (ADOBE, 2009).

Figura 33. SCORM Player


71

Figura 34. Visualização do objeto de aprendizagem

Foram realizados testes para os pacotes do SCORM nas versões 1.2 e 2004,
mas somente funcionou para o SCORM 2004, como pôde-se observar na Figura 34.

Aqui foram apresentados os testes e os resultados da “scormização” dos


objetos de aprendizagem desenvolvidos no módulo Lição. A validação dos testes se
deu no AVEA Moodle 1.9.9, e, também, no RELOAD e SCORM Player. No Moodle e
no Reload Editor validou-se tanto o pacote do SCORM 1.2 quanto do SCORM 2004.
No Reload SCORM 1.2 Player validou somente para o pacote do SCORM 1.2, e, no
SCORM Player somente para pacote do SCORM 2004.
6 CONCLUSÃO

O avanço tecnológico proporciona uma nova realidade ao processo


educacional, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) que evoluíram
significativamente nos últimos 30 anos, possibilita que o ensino-aprendizagem seja
dinâmico, o que dá novas dimensões para as noções de espaço e tempo.
Hoje, a educação presencial e a distância possuem uma linha tênue que as
distingue, a educação presencial incorpora algumas TIC e a educação a distância, a
interação, para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, uma
das TIC é incorporada e a interação é realizada através de plataformas de
aprendizagem educacionais on-line ou ambientes virtuais de ensino-aprendizagem
(AVEA). Os AVEA mais conhecidos são o Moodle, TelEduc, AulaNet, Tidia-Ae,
WebCT, E-proinfo, Solar, ROODA, NAVI. Pode-se afirmar que o AVEA Moodle é um
dos mais populares, sendo utilizado em 195 países.
Outra TIC que vem se tornando uma alternativa aos professores no apoio ao
processo de ensino-aprendizagem é o objeto de aprendizagem. O objeto de
aprendizagem é uma ferramenta midiática para a educação, que possibilita o
desenvolvimento de um recurso a ser usado tanto na educação presencial quanto a
distância, pois permite que sejam estabelecidas situações de efetiva aprendizagem
em uma ou várias áreas do conhecimento. Wiley (2000) define-o como um recurso
digital reutilizável para apoiar a aprendizagem. Observou-se que a granularidade de
um objeto de aprendizagem deve ser levada em consideração, pois, o nível de
agregação do objeto tem relação com o seu reuso, quando o nível é baixo, sua
reusabilidade é alta e de fácil localização.
O Moodle possui vários módulos, um deles desenvolve Lições, é uma
atividade/tarefa mais complexa e poderosa do AVEA. Uma Lição é uma série de
páginas web que apresenta informações e perguntas, uma combinação de instrução
e avaliação de maneira online e partilhável, para outras disciplinas no AVEA (RICE,
2008, p. 192).
A complexidade do módulo Lição está relacionada com o desenvolvimento do
conteúdo, em que um professor desenvolve a Lição para um determinado conteúdo,
e que, se, por qualquer motivo, precisar deixar de usar o Moodle, perde todo o
73

trabalho, pois o módulo Lição é exclusivo deste AVEA, ou seja, ele não é aderente a
nenhum padrão existente.
Outro módulo do Moodle, o SCORM/AICC, agrega um conjunto de conteúdos
criados sob a forma de pacote, este possibilita a importação e utilização deste
pacote, desenvolvido em conformidade com os padrões SCORM e AICC, ou seja,
objetos de aprendizagem reutilizáveis.
O SCORM é um dos padrões utilizados para o desenvolvimento de objetos de
aprendizagem, este modelo de referência para especificação de conteúdos para
Web, que atualmente é a versão 2004 4rd Edition, define um modelo de agregação
de conteúdo, um modelo de sequenciamento e um ambiente de execução. O Modelo
de Agregação de Conteúdo visa a compor o conteúdo de um objeto de
aprendizagem para visualização num LMS. O Ambiente de Execução é responsável
pela comunicação, através da Application Programming Interface (API), do objeto de
aprendizagem e o LMS. Além do Sequenciamento e Navegação, responsável por
criar regras de sequenciamento para disponibilizar os objetos de aprendizagem nos
LMS.
Com a utilização do padrão SCORM no desenvolvimento de um objeto de
aprendizagem, ou a “scormização” de um objeto de aprendizagem, é possível torná-
lo reusável, acessível, interoperável e durável.
Segundo Silva (2010, p. 59), “o Moodle ainda não tem plugins ou módulos
internos para a produção de Scorm”. Ressalta-se que não há uma forma de reutilizar
as Lições desenvolvidas no módulo em outros LMS, pois, apesar do Moodle ser
amplamente utilizado, não se preocupa com padrões para exportação.
Por este motivo, desenvolveu-se um módulo, ExportSCORM, para exportar as
Lições desenvolvidas no Moodle, baseado no modelo de referência SCORM, para
firmar a principal característica de um objeto de aprendizagem, a de reutilização de
conteúdos, firmando, consequentemente, a interoperabilidade. O foco do módulo
seria somente o SCORM 2004, no entanto, quando pesquisados players para a
versão 2004, foram encontrados vários players pagos, por este motivo, decidiu-se
por desenvolver também o módulo para o SCORM 1.2.
Esse módulo faz a “scormização” do objeto de aprendizagem desenvolvido no
módulo Lição, que gera um pacote (conteúdo de embalagem), do tipo ZIP, que
contém o arquivo de manifesto, arquivo com as informações do objeto de
74

aprendizagem e os arquivos de configuração, de acordo com o Modelo de


Agregação de Conteúdo, o que torna o objeto de aprendizagem reutilizável nos LMS
compatíveis com o SCORM.
No desenvolvimento dos arquivos de manifesto e das características do
objeto, as informações se relacionaram com a base de dados do Moodle, pelas
tabelas mdl_course, mdl_lesson, mdl_lesson_answers e mdl_lesson_pages.
As tabelas mdl_course e mdl_lesson forneceram as informações para os
arquivos imsmanifest.xml e imslrm.xml. E as tabelas mdl_lesson_answers e
mdl_lesson_pages fornecem as informações para a criação dos arquivos HTML, que
fazem parte do imsmanifest.xml.
As informações sobre copyright, direitos de propriedade intelectual e de
condições de uso, não foram implementadas no módulo ExportSCORM, pois, cada
instituição define sua política de contratação e cessão de uso dos direitos autorais.
Uma das políticas mais usuais é a que a propriedade intelectual é do autor, neste
caso, o docente, no entanto, os direitos de uso são da instituição de ensino.
Para análise dos resultados, foram utilizados dois objetos de aprendizagem
no módulo Lição, “Como usar o módulo Lição”, criado por Ray Kingdon e traduzido
com adaptações por Sonia Pestana; e, “Guia SCORM” por nós desenvolvido.
A “scormização” foi validada no AVEA Moodle 1.9.9, e, também, no RELOAD
e SCORM Player. No Moodle e no Reload Editor validou-se tanto o pacote do
SCORM 1.2 quanto do SCORM 2004. No Reload SCORM 1.2 Player validou
somente para o pacote do SCORM 1.2, e, no SCORM Player somente para pacote
do SCORM 2004.
Nos AVEA TelEduc e Tidia-Ae não foi possível validar os pacotes de
conteúdo gerados pelo módulo desenvolvido, ExportSCORM. O TelEduc não possui
suporte ao SCORM e o Tidia-Ae informa que os padrões internacionais serão
englobados no desenvolvimento, mas esta versão será disponibilizada somente em
2011 e, na versão de demonstração, não foi encontrada uma ferramenta que
importasse o pacote de conteúdo SCORM. Nesses casos, tem-se a opção de
disponibilizar o arquivo ZIP e utilizar-se de um dos players testados.
Com isso, afirma-se que a Lição desenvolvida no módulo trata-se de um
objeto de aprendizagem, desde que levada em consideração a granularidade, num
contexto maior do que simplesmente uma sequência de conteúdos, que pode ser
75

reaproveitado nos AVEA, desde que disponham de player para SCORM. Neste
caso, a Lição passa a ter todas as características de um objeto de aprendizagem,
que são: reusabilidade, adaptabilidade, granularidade, acessibilidade, durabilidade e
interoperabilidade.

6.1 Trabalhos Futuros

Como trabalhos futuros pode-se sugerir:


• Agregar ao módulo ExportSCORM uma função para mostrar quantas
questões foram respondidas corretamente, o que envolve a avaliação.
• Agregar ao módulo ExportSCORM uma função para os direitos autorais do
objeto de aprendizagem.
• Implementar no AVEA TelEduc um módulo que permita a importação de
objetos de aprendizagem no padrão SCORM.
• Desenvolvimento de um repositório que atenda aos padrões do SCORM 2004
4ª edição.
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