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P. Desenvolvimento

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Teoria Cognitiva de Aprendizagem

Nome da Estudante: Judite Tadeu Fortunato Muquinatire/708205096

Curso: Ensino de Biologia


Disciplina: Psicologia de Desenvolvimento
Ano:2

Quelimane, Maio, 2021


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Teoria Cognitiva de Aprendizagem


.

Docente: Maria Ilda Francisco Menezes

Curso: Ensino de Biologia


Disciplina: Psicologia de Desenvolvimento
Turma: A
Ano:2

Quelimane, Maio, 2021


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1.1. Introdução ................................................................................................................................. 6

1.2. Objectivos ................................................................................................................................. 7

1.2.1. Geral: ................................................................................................................................. 7

1.2.2. Específicos: .................................................................................................................... 7

1.3. Metodologias do trabalho ......................................................................................................... 7

1.4. Teorias Cognitivas de Aprendizagem....................................................................................... 8

1.5. Desenvolvimento cognitivo segundo Piaget ............................................................................ 8

1.6. Estádios de Desenvolvimento cognitivo................................................................................... 8

a) O primeiro estádio (sensório-motor) ....................................................................................... 8

b) O segundo estádio - pré-operatório ou intuitivo ...................................................................... 9

c) O terceiro estádio - operatório ou das operações concretas ..................................................... 9

d) O quarto estádio - formal ou das operações formais ............................................................... 9

1.7. Processamento de informação ................................................................................................ 10

1.8. Modelo de Processamento de Informação .............................................................................. 11

1.9. Aprendizagem significativa .................................................................................................... 12

2.1. Aprendizagem por descoberta ................................................................................................ 14

2.2. Conclusão ............................................................................................................................... 16

2.3. Referências Bibliográficas ....................................................... Erro! Marcador não definido.


1.1. Introdução
O trabalho em questão aborda em torna das teorias de aprendizagem, com enfoque nas teorias de
Piaget que propõe estádios para aquisição da aprendizagem. Para este autor, as crianças não nascem
com conhecimento; o desenvolvimento cognitivo relaciona-se com a maturação e a experiência
ativa que a criança desenvolve com o mundo. Cada criança deve construir as suas próprias formas
de conhecimento ao longo do tempo, formulando e reformulando hipóteses numa tentativa de dar
sentido, e de entender o que a rodeia.
Para percebermos a génese e desenvolvimento do conhecimento humano, nada mais do que
observar uma criança que quer compreender o mundo, que constrói hipóteses e tenta gerar
conhecimento.
O trabalho obedece a seguinte estrutura:

 Introdução – onde constam informações introdutórias sobre o trabalho;

 Fundamentação Teórica- conta apresentação do embasamento da literatura já publicada


sobre o mesmo tema.

 Conclusões- contam as conclusões obtidas com a realização do trabalho;

 Referências bibliográficas- conta a listagem das obras utilizadas no percurso do trabalho.

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1.2. Objectivos
1.2.1. Geral:
 Compreender a teoria cognitiva de aprendizagem.
1.2.2. Específicos:
 Mencionar teorias cognitivas de aprendizagem;
 Identificar teorias cognitivas de aprendizagem;
 Descrever teorias cognitivas de aprendizagem;

1.3. Metodologias do trabalho


Para a realização do trabalho foi adoptada a seguinte metodologia:

 Quanto ao tipo de estudo é Pesquisa exploratória, uma vez que:

Segundo Gil (1999), considera que a pesquisa exploratória tem como objetivo principal
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas
mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Segundo o autor, estes tipos de
pesquisas são os que apresentam menor rigidez no planeamento, pois são planejadas com o objetivo
de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato.
 Quanto ao instrumento de colecta de dados é Pesquisa bibliográfica:
Segundo Vergara (2000), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído, principalmente, de livros e artigos científicos e é importante para o levantamento de
informações básicas sobre os aspectos directa e indirectamente ligados à nossa temática. A
principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de fornecer ao investigado rum
instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si
mesma.

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1.4. Teorias Cognitivas de Aprendizagem

1.5. Desenvolvimento cognitivo segundo Piaget


A teoria do desenvolvimento cognitivo mais amplamente aceite e referida na bibliografia é, de fato,
a de Piaget. Para este autor, as crianças não nascem com conhecimento; o desenvolvimento
cognitivo relaciona-se com a maturação e a experiência ativa que a criança desenvolve com o
mundo. Cada criança deve construir as suas próprias formas de conhecimento ao longo do tempo,
formulando e reformulando hipóteses numa tentativa de dar sentido, e de entender o que a rodeia.
Para percebermos a génese e desenvolvimento do conhecimento humano, nada mais do que
observar uma criança que quer compreender o mundo, que constrói hipóteses e tenta gerar
conhecimento.
A inteligência nasce da ação da criança sobre o mundo (assimilação) e da ação do mundo sobre a
criança (acomodação). A inteligência é, assim, um equilíbrio entre as ações do organismo sobre o
meio e as ações inversas e o desenvolvimento é uma equilibração progressiva, uma passagem de
estádios de menor equilíbrio a outros de equilíbrio superior.
Piaget tentou compreender a mente infantil através do estudo da representação do espaço, da noção
de tempo e de número, da origem da ideia de acaso, do julgamento moral na criança. Estudou ainda
os problemas da conservação, o problema da permanência do objeto ou os dilemas da intenção
moral. Descobriu uma linha condutora e evolutiva nas aquisições da experiência das crianças e
concluiu que todas as crianças passam pelos mesmos estádios e na mesma ordem e cada estádio
envolve uma reorganização do conhecimento já adquirido, o desenvolvimento cognitivo ocorre
progressiva e descontinuamente, numa sequência de quatro estádios.

1.6. Estádios de Desenvolvimento cognitivo


a) O primeiro estádio (sensório-motor)
Carateriza-se pela predominância de ações motoras e da sua coordenação no âmbito do
funcionamento cognitivo da criança. Neste estádio, a criança concebe o mundo de uma forma
sensoriomotora construindo as primeiras formas do conhecimento, do tempo, espaço, número e
causalidade. Uma criança de 12 a 18 meses tem a capacidade de imaginar um objeto quando ele
não está presente, e com esta conquista abre a possibilidade de novas aquisições.

8
b) O segundo estádio - pré-operatório ou intuitivo
Carateriza-se pelo aperfeiçoamento da linguagem e de outras competências cognitivas, mas ainda
sem a noção de conservação. A criança adquire os conceitos intuitivos de número e causalidade e
pode usá-los de forma prática, mas não ainda de forma lógica. O que mais falta neste estádio de
desenvolvimento é o que a escola de Genebra denominou conceito dereversibilidade. Por exemplo,
quando a forma de um objeto é alterada, como quando se muda a forma de uma bola de plástico, a
criança não capta a ideia de que ela possa retornar ao estado original. Devido a essa carência, a
criança não pode compreender facilmente certas ideias fundamentais em Matemática, como, por
exemplo, a ideia de que a quantidade se conserva mesmo quando se reparte um conjunto de coisas
em subconjuntos. Mesmo se “traduzido” para a linguagem intuitiva da criança do pré-escolar é
difícil transmitir-lhe esse conceito matemático.
c) O terceiro estádio - operatório ou das operações concretas
Carateriza-se pelo aparecimento de três operações lógicas que caraterizam a inteligência
operatória: identidade, negação e reversibilidade. Em contraste com o estádio anterior, que é
meramente ativo, o período operatório concreto é operacional. A operação é um tipo de ação que
tanto pode ser executada diretamente pela manipulação de objetos, como internamente com
manipulação mental de símbolos que representam coisas e relações. Uma operação é uma ação
interiorizada e reversível. Interiorizada significa que para resolver um problema a criança pode
efetuar o ensaio e erro na sua mente. Reversível significa que uma operação pode ser compensada
pela operação inversa. Existe ainda a necessidade de recorrer a atividades concretas, pelo que a
criança só adquire o conceito em presença de um estímulo concreto.
d) O quarto estádio - formal ou das operações formais
É aquele em que a criança é capaz de lidar com problemas que contêm uma multiplicidade de
fatores, e que exigem raciocínio hipotético-dedutivo e pensamento perspetivista. No estádio
operatório abstrato, a criança pode raciocinar ao nível das proposições. Os objetos podem ser
construídos mentalmente, as operações podem ser interiorizadas. O matemático, ou o cientista, por
exemplo, podem progredir sentando-se e pensando, porque as operações podem ser desempenhadas
a um nível meramente abstrato.
O adolescente que atinge o estádio das operações abstratas fica apto a pensar de uma forma
absolutamente lógica, a trabalhar como um cientista, construindo hipóteses, testando-as e revendo
as proposições em função dos resultados da experimentação. A criança torna-se capaz de pensar

9
como um adulto, atinge a maturidade e o pensamento lógico-racional, que é a forma de pensar mais
valorizada na sociedade ocidental.
Em suma, inicialmente o bebé toma conhecimento do mundo através dos esquemas de ação
construídos a partir dos reflexos, das suas perceções sensoriais, e das suas ações físicas sobre o
mundo. Cerca de dois anos mais tarde adquire um conhecimento prático, conhece os objetos no
tempo e no espaço, e assim sucessivamente, interiorizando ações ou operações mentais e entra
assim no período simbólico. E se o desenvolvimento se processar normalmente, passa ao estádio
das operações concretas e, finalmente, ao das operações abstratas.
A transição de um estádio para outro envolve uma organização fundamental da forma como o
indivíduo constrói e interpreta o mundo. Equivale isto a dizer que, quando as crianças passam de
um estádio para outro, adquirem qualitativamente novas maneiras de entender o seu mundo.
A sequência dos estádios é invariável: todas as crianças passam pelos mesmos estádios e pela
mesma ordem. Isto porque cada está estádio está diretamente ligado à realização do estádio
anterior, e, simultaneamente, deriva dele. Se é certo que a ordem dos estádios não varia, há contudo
grandes diferenças individuais na velocidade com que cada criança os atinge e passa por eles.
Assim, as idades associadas aos vários estádios são sempre aproximadas ou médias. Porém,
segundo Piaget, quer as estruturas mentais internas (esquemas), quer os processos que
proporcionam a construção do conhecimento, estão diretamente dependentes do estádio de
desenvolvimento cognitivo em que o sujeito se encontra.
Embora a maturação biológica, a experiência com os objetos, as interações e transmissões sociais
e a equilibração constituam os fatores de desenvolvimento cognitivo, a equilibração é o mais
determinante. Para além de contribuir para a explicação de todos os outros, este fator permite
equilibrar uma nova descoberta com todo o conhecimento até então construído pelo sujeito,
mediante os mecanismos de assimilação e acomodação (Silva, 1982).

1.7. Processamento de informação


Enquadrado numa perspetiva cognitiva, o modelo do processamento da informação apresenta
semelhanças ao modo como o computador processa a informação, com implicações educacionais
ao nível do modo como a aprendizagem intencional é efetuada. A teoria do processamento da
informação estuda a organização do conhecimento, a função da memória na aprendizagem, as
estratégias cognitivas e a resolução de problemas. A aprendizagem e a memorização são encaradas
como fluxos de informação que entram e saem do organismo. Inspirado na metáfora do
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computador, que concebe a memória como um conjunto de três unidades estruturais – registo ou
memória sensorial, memória a curto prazo (ou memória ativa ou memória de trabalho) e memória
a longo prazo – este modelo multi-armazém carateriza-se pela linearidade e sequencialidade das
suas estruturas e da direção do fluxo de informação.
Após ter sido recebida (input), a informação entra primeiro no registo (ou memória) sensorial
(visual enauditivo), onde é guardada apenas por poucos segundos. Se lhe é dada atenção, a
informação é selecionada e depois transferida para o primeiro dos dois armazéns – a memória a
curto prazo –, onde a capacidade de retenção, embora superior à do registo sensorial, é limitada a
cerca de sete itens separados, com a duração de menos de um minuto. Se esta informação for sujeita
a determinados processos de controlo, treino e ensaio (auto-repetição de integração, auto- repetição
de manutenção e codificação), é processada e transferida para o segundo armazém – a memória a
longo prazo –, onde ficará permanentemente retida. A informação fica agora disponível para ser
recuperada, de forma oral ou escrita (output), caso seja possível localizá-la e torná-la acessível. É
aquique intervêm as estratégias de recuperação da informação (Gagné et al., 1993; Sprinthall &
Sprinthall, 1999).
A informação armazenada na memória a curto prazo será alvo de determinados processos
cognitivos consoante os objetivos da tarefa de aprendizagem. Poderá ser usada para recordar
informação guardada na memória a longo prazo, através das conexões entre a nova informação e o
conhecimento prévio; ou poderá ser estruturada e conduzida para a memória a longo prazo; ou,
ainda, extinta, caso não tenha sido submetida a processos de controlo (Swanson, 1999; Swanson &
Sachse-Lee, 2001). Estas estruturas são geneticamente adquiridas e inalteráveis e com limitações
bem definidas quanto à capacidade e velocidade de processamento da informação; no entanto,
aquelas estruturas são influenciadas pelos processos de controlo escolhidos pelo aluno de forma a
guardar a informação durante mais tempo na memória a curto prazo, fazer a sua transferência para
a memória a longo prazo e recuperá-la de uma forma mais rápida (Atkinson & Schiffrin, 1968).

1.8. Modelo de Processamento de Informação


O modelo do processamento de informação foi alvo de interesse de inúmeros investigadores da
psicologia educacional, dada a importância dos processos de controlo, enquanto estratégias
facilitadoras do processamento de informação, fulcral para a aprendizagem humana.

11
Conforme a capacidade de cada aluno ultrapassar as limitações internas de cada armazém, através
da utilização efetiva de um sistema de controlo executivo, o processamento de informação
(aprendizagem) será mais ou menos facilitado.

1.9. Aprendizagem significativa


Ao estudar as estratégias de ensino/aprendizagem mais eficazes teremos de referir a teoria da
aprendizagem significativa de Ausubel (2003). Esta teoria concede importância à interatividade
das estruturas cognitivas, considerando que o fator mais importante que influencia a aprendizagem
reside no conhecimento que o aluno já detém.
A aquisição de informação (aprendizagem) pode efetuar-se por receção ou por descoberta. Na
aprendizagem por receção, os conteúdos a aprender, ao serem veiculados como produto final, são
apropriados pelo aluno para, posteriormente, serem reproduzidos; na aprendizagem por descoberta,
o aluno chega ao conhecimento, por si só, incorporando-o na sua estrutura cognitiva.
Tanto a aprendizagem por receção como a aprendizagem por descoberta pode ainda ser
“significativa” ou “compreendida”. Isto só acontece quando o material a ser aprendido tem
significado para o aluno, ou seja, quando a informação a ser aprendida se relaciona com o
conhecimento prévio. Quando o material a ser aprendido não se relaciona com nenhuma
aprendizagem prévia relevante para o aluno, a aprendizagem pode ser “mecânica” ou
“memorizada”.
A aprendizagem significativa é o produto de um processo psicológico que envolve a interação entre
os conhecimentos logicamente (“socioculturalmente”) significativos – os subsunçores –, ou seja,
os conhecimentos prévios (“ancorados”) adequadamente organizados e relevantes da estrutura
cognitiva particular do aluno, e o processo cognitivo do mesmo, o qual não é mais do que um
ancoradouro à espera de adquirir e reter novas aprendizagens. Seguidamente, o novo conhecimento
provoca modificações na estrutura cognitiva do aluno, pois altera os conceitos pré-existentes e
constrói novas interações.
Estabelecesse, assim, uma interação entre a informação nova e o respetivo subsunçor, refletindo
uma relação de subordinação entre a informação a aprender e a estrutura cognitiva pré-existente
(aprendizagem significativa subordinada). A construção do conhecimento obedece a uma
hierarquia que engloba o conceito de subsunção, em que a nova informação é frequentemente
integrada em ideias mais inclusivas. Mas, pode acontecer também que a ideia nova seja adquirida
a partir das ideias já existentes na estrutura cognitiva do sujeito, mas, por ser mais abrangente,
12
acaba por assimilar a estrutura de conhecimento já existente (aprendizagem significativa
superordenada) (Ausubel, 2003; Ivie, 1998). Outro dos aspetos a reter da teoria da aprendizagem
significativa de Ausubel é o uso de organizadores prévios ou avançados (advanced organizers) que
correspondem a conceitos superordenados dentro dos quais o sujeito pode incluir o novo material
a aprender e relacioná-lo com o material já conhecido. Para isso, é importante que os organizadores
tenham um nível considerável de abstração, generalidade e inclusividade.
Influenciado pelo gestaltismo, nomeadamente no que se refere à importância que o indivíduo dá à
estrutura da informação a aprender e às relações entre os seus elementos, Ausubel (2003) defende
que o professor deverá apresentar as matérias devidamente organizadas e estruturadas a partir de
conceitos-chave, no sentido de facilitar a aquisição e recuperação da informação. A recuperação
dos conceitoschave é assim facilitada, mesmo que alguma informação mais irrelevante seja
perdida, uma vez que a estruturação dos conteúdos funciona como um suporte ou apoio à retenção
da informação.
Para além da estruturação da informação, Ausubel (2003) considera que é mais fácil aprender se a
informação for organizada e sequenciada de uma forma lógica, tendo em conta os pré-requisitos e
a predisposição do aluno, através da aprendizagem por descoberta guiada (tradução nossa de guided
discovery learning). Ausubel (2003) destaca o papel facilitador da linguagem na aprendizagem
significativa por receção e por descoberta.
Contrariamente a Piaget, aqui a linguagem não tem só unções comunicativas, mas desempenha um
papel integral e operativo (processo) no raciocínio. Através das propriedades representacionais das
palavras, é possível aumentar a manipulação das ideias e conceitos e aperfeiçoando-se as
compreensões subverbais resultantes da aprendizagem significativa, clarificam-se tais significados,
tornando-os mais precisos e passíveis de transferência.
Para Ausubel (2003) a aprendizagem dos conceitos só tem utilidade quando é possível generalizá-
la a outras situações. Por exemplo, os fatores de estruturação de um texto são importantes para
assegurar que o leitor compreenda as ideias principais e, posteriormente, as aplique noutros
contextos para uma melhor compreensão e uso do conhecimento adquirido nesta situação
específica.
Os mapas conceptuais construídos pelos próprios alunos ajudam-nos a aprender de forma
significativa, pois constituem uma ferramenta educativa para organizar e representar o
conhecimento (Novak, 1991, 1996; Wallace et al., 1998).

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A aprendizagem significativa por diferenciação progressiva e reconciliação integradora –
processos dinâmicos que ocorrem durante a aquisição ou mudança de significado de um dado
conceito – permite a organização dos conteúdos aprendidos e, consequentemente, o crescimento
do conhecimento. Pelo contrário, a aprendizagem mecânica retém o novo material aleatoriamente,
sem ligação com as aprendizagens prévias – os subsunçores (Novak & Gowin, 1999). Convirá
assinalar que Ausubel (2003, p. 5) não despreza o papel da aprendizagem mecânica; em muitas
situações de aprendizagem prática, podem acontecer os dois tipos de aprendizagem num contínuo
memorização-significativo. É através da aprendizagem mecânica que o sujeito começa a assimilar
nomes de conceitos, dado que este processo de aquisição engloba elementos significativos de
relação arbitrária e literal para com o próprio referente na estrutura cognitiva.

2.1. Aprendizagem por descoberta


Uma outra teoria de suporte ao processo de ensino/aprendizagem e com enormes implicações
educacionais é a teoria da aprendizagem por descoberta de Bruner (1976, 2000). Nesta perspetiva,
o conhecimento é encarado como um processo de resolução de problemas, onde o aluno é ativo, e
por isso, constrói e verifica hipóteses, através da descoberta De algum modo semelhante à teoria
de desenvolvimento cognitivo de Piaget, Bruner coloca a ênfase na aprendizagem por descoberta
e procura enfatizar os conceitos de exploração de alternativas e de currículo em espiral (Bruner,
1976, 2000). A exploração de alternativas pressupõe que o aluno, face ao ambiente ou ao conteúdo
de ensino, disponha de várias escolhas que lhe permitam inferir relações e princípios. A resolução
de problemas baseia-se em três aspetos que constituem a exploração de alternativas: ativação,
manutenção e direção. A condição básica para a exploração de alternativas numa tarefa é ter um
“nível ótimo de incerteza”. O currículo em espiral permite que o aluno veja o mesmo assunto, mais
do que uma vez, em diferentes níveis de profundidade em modos de representação.
O ensino-aprendizagem deverá estar em sintonia harmoniosa com o desenvolvimento cognitivo do
sujeito e, por isso, iniciar-se com experiências ativas mais simples, como por exemplo, a
manipulação de objetos, para, seguidamente, analisar as representações e caraterísticas dos objetos
chegando, por fim, aos conceitos mais complexos, lógicos e abstratos. Deste modo, o indivíduo
tem a possibilidade de ir integrando a nova informação nas aprendizagens prévias através de
estratégias de aprendizagem por descoberta, duma forma ativa e significativa.
Para Bruner, qualquer estratégia de ensino/aprendizagem deve seguir quatro princípios: motivação,
estrutura, sequência e feedback. A motivação do sujeito para aprender deve ter em conta fatores
14
culturais, motivacionais e pessoais que possam influenciar a predisposição para a aprendizagem e
para a resolução de problemas. A estrutura da informação, ou seja, o modo de apresentação da
informação (motora, icónica e simbólica), deve ter em conta a economia de apresentação
(quantidade de informação que o aluno consegue armazenar para poder continuar a aprender) e o
poder de apresentação (relação entre a compreensão da informação e a simplicidade com que é
apresentada). A sequência em que a informação é apresentada deve ser logicamente relevante. O
reforço ou feedback que é dado ao sujeito perante as tarefas que realizou deve ser oportuno,
compreensível e corretivo.
Bruner, tal como Ausubel, dá importância ao processo de transferência (generalização) das
aprendizagens. Para que tal aconteça é necessário que o aluno esteja motivado para a tarefa e seja
envolvido em situações desafiantes, que despertem a curiosidade e a criatividade, levando-o a
resolver problemas e a aplicar os conhecimentos que adquiriu em novas situações (Bruner,
Goodnow, & Austin, 1990).
Bruner acentua, mais do que Piaget, a importância da linguagem e da cultura. É óbvio que não é a
linguagem em si que faz a diferença, mas antes o seu uso como instrumento para raciocinar, a sua
interiorização. A linguagem não é apenas um meio de comunicação, mas o instrumento que o
sujeito cognitivo pode usar para ordenar o meio ambiente. A linguagem é o exemplo ideal de uma
tecnologia extremamente poderosa, que permite ao ser humano não só comunicar como também
codificar a realidade. A linguagem permite a representação mental de assuntos remotos ou
imediatos, de acordo com regras convencionais, mas apropriadas, que tanto permite representar a
realidade como transformála (Bruner, 2000).
Para além da inspiração que foi buscar à revolução cognitiva, Bruner começou a preocupar-se com
o modo como a cultura afeta a aprendizagem das crianças. Visitou Alexandre Luria, entusiasta das
teorias de desenvolvimento histórico-cultural de Lev Vygotsky e aderiu ao papel da linguagem e
da cultura no funcionamento da mente. Bruner refere mesmo, que se a mente cria a cultura, a cultura
cria a mente (Bruner, 2000).

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2.2. Conclusão

Na fase final do presente trabalho e importante fazer referência da proeminência que o tema tem
para a sociedade em geral bem como para estudos futuros.
Após ter sido recebida (input), a informação entra primeiro no registo (ou memória) sensorial
(visual enauditivo), onde é guardada apenas por poucos segundos. Se lhe é dada atenção, a
informação é selecionada e depois transferida para o primeiro dos dois armazéns – a memória a
curto prazo –, onde a capacidade de retenção, embora superior à do registo sensorial, é limitada a
cerca de sete itens separados, com a duração de menos de um minuto. Se esta informação for sujeita
a determinados processos de controlo, treino e ensaio (auto-repetição de integração, auto- repetição
de manutenção e codificação), é processada e transferida para o segundo armazém – a memória a
longo prazo –, onde ficará permanentemente retida. A informação fica agora disponível para ser
recuperada, de forma oral ou escrita (output), caso seja possível localizá-la e torná-la acessível

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2.3. Referências Bibliográficas
Ausubel, D. P. (2003). Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspetiva cognitiva. Lisboa:
Plátano Edições Técnicas, Lda.

Bruner, J. (1976). Uma nova teoria de aprendizagem (4 ed.). Rio de Janeiro: Bloch.

Bruner, J. (2000). Cultura da educação. Lisboa: Edições 70.

GIL, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social (5 ed.). São Paulo: Atlas.

Silva, F. (1982). Estudos de Psicologia. Coimbra: Livraria Almedina.

Sprinthall, N., & Sprinthall, R. (1999). Psicologia Educacional (5 ed.). Amadora: McGraw-Hill de
Portugal.

Swanson, H. L., & Sachse-Lee, C. (2000). A meta-analysis of singlesubject.

Vergara, S. C. (2000). Projetos e relatórios de pesquisa em administração (3 ed.). Rio de Janeiro:


Atlas.

17

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