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Dieta Antiinflamatória

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Dieta Antiinflamatória

Você já ouviu falar sobre dieta anti-inflamatória? Muitos talvez não saibam, mas a inflamação, muitas
vezes silenciosa, pode resultar em diversas doenças crônicas. Por isso é tão importante compreender
a respeito do equilíbrio de macronutrientes e ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 na dieta e como isso
pode alterar a expressão de genes inflamatórios.

A inflamação crônica ocorre com várias doenças, como psoríase, artrite reumatóide e asma. Há
evidências de que as escolhas alimentares podem ajudar a controlar os sintomas. Uma dieta
antiinflamatória favorece frutas e vegetais, alimentos que contêm ácidos graxos ômega-3, grãos
inteiros, proteínas magras, gorduras saudáveis e temperos e desestimula ou limita o consumo de
alimentos processados, carnes vermelhas e álcool.

A dieta antiinflamatória não é um regime específico, mas sim um estilo de alimentação. A dieta
mediterrânea e a dieta DASH são dois bons exemplos de dietas antiinflamatórias.
O que são genes inflamatórios?

Respostas inflamatórias contínuas no organismo são caracterizadas por níveis elevados de mediadores
inflamatórios. A ativação de citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias podem estar relacionadas
ao desenvolvimento e evolução de diversas doenças, caracterizando os polimorfismos em genes
inflamatórios como possíveis moduladores desse evento.

A interleucina 6 (IL-6), citocina pró-inflamatória produzida por monócitos, é uma proteína


multifuncional responsável principalmente pela manutenção da resposta inflamatória e presente no
processo que modula a fase aguda do AVC, por exemplo. A interleucina 10 (IL-10) é uma citocina anti
inflamatória secretada por linfócitos e monócitos responsável por contrabalancear os efeitos do TNF-α
e outras moléculas pró-inflamatórias.

Graças ao projeto Genoma de 2003, hoje podemos conhecer mais a fundo o sequenciamento do nosso
genoma. Nós temos cerca de 25 mil genes com uma grande complexidade. E é essa complexidade dos
nossos genes que faz com que a nossa resposta frente ao meio ambiente seja distinta.
Se observarmos estudos de mapeamento genético envolvendo gêmeos univitelinos, notamos que,
embora os gêmeos compartilhem um genoma muito semelhante, eles tinham diferenças fenotípicas,
ou seja, a resposta de cada um deles mudaria à medida que eles fossem colocados em ambientes
diferentes. Essas respostas distintas estão associadas aos polimorfismos genéticos.

Polimorfismos genéticos são variações genéticas que acontecem no DNA e que podem ocorrer em
sequências codificadoras e não-codificadoras, levando a alterações qualitativas e/ou quantitativas
das proteínas em questão. Os polimorfismos genéticos mais estudados e mais avaliados são
chamados de SNP (snips) que são polimorfismos de nucleotídeo único e estão presentes em mais de
1% da população. Esse tipo de polimorfismo acontece com uma única substituição analisada no
sequenciamento de gene.
Exemplo 1:

Neste exemplo considerado como "normal", o indivíduo teve no sequenciamento do gene a


presença de C complementado por um G e, quando ocorre a leitura dessas bases, a transcrição e
depois a tradução numa proteína, consegue-se identificar uma proteína com atividade normal.
Portanto, se é um receptor, ele consegue reconhecer normalmente seu substrato e se é uma
enzima, por exemplo, consegue cumprir seu papel devidamente no processo metabólico.
Exemplo 2:

Neste segundo exemplo, ao invés do indivíduo ter um C ele tem um A e esse A pode fazer toda
diferença pois por complementaridade ele tem um T. Portanto, na hora da leitura, da transcrição e
da tradução isso pode modificar a sequência de de aminoácidos, o que altera a proteína. Se estamos
falando de uma enzima, pode-se ter uma atividade aumentada ou reduzida.
Por exemplo, se há uma redução na metileno, haverá uma redução na atividade da enzima em pelo
menos 30%, o que significa que o metabolismo do folato será afetado. A metileno pega o folato e
converte-o em metilfolato para entrar no ciclo e fazer a remetilação de metionina e homocisteína. O
aumento de homocisteína resultante significa também um aumento de risco cardiovascular.

Inflamação:

Infelizmente a nutrição ainda parece um bicho de sete cabeças para muitos. Contudo, o que todos
deveriam saber é que, muito além de uma ciência, a nutrição é um universo onde todos deveriam
mergulhar de cabeça, pois assim nos tornamos capazes de combater e prevenir diversas doenças.
Digo isso porque muitos ainda pensam que somente os profissionais da área têm a obrigação de
entender a respeito dos assuntos referentes à alimentação.

Mas, nutrição é um assunto sério e todo mundo deveria saber ao menos os conceitos básicos para
tomar as rédeas da própria saúde. O processo inflamatório é um deles. Definida como uma
resposta de defesa do organismo contra a invasão de vírus, bactéria e células cancerígenas, a
inflamação parece benigna, certo? Mas quando ocorre de forma excessiva e não tomamos as
devidas providências para controlá-la, ela pode se tornar um problema.
O que é inflamação? Com certeza a palavra "inflamação" não é desconhecida em seu vocabulário,
mas você sabia que existem alimentos que podem engatilhar respostas inflamatórias no nosso
corpo? Eu explico: nosso corpo é capaz de produzir químicos inflamatórios e anti-inflamatórios,
chamados de prostaglandinas. Eles são produzidos a partir dos alimentos que ingerimos e qualquer
desequilíbrio na dieta pode resultar numa produção excessiva de prostaglandinas inflamatórias,
que são combustíveis para as respostas inflamatórias.

Porém, a ingestão de nutrientes como o ômega-3 e antioxidantes contribuem na produção de


prostaglandinas anti-inflamatórias que são combustíveis para as respostas inflamatórias. Porém, a
ingestão de nutrientes como o ômega-3 e antioxidantes contribuem na produção de
prostaglandinas anti-inflamatórias.

Como resposta ao estilo de vida que levamos e a nossa alimentação, o corpo também passa a
produzir químicos inflamatórios de forma excessiva. Isso é agravado pelo fato de não ingerirmos a
quantidade suficiente de nutrientes que reduzem os efeitos nocivos desses químicos. Além disso, o
sobrepeso também é um fator que aumenta a ocorrência de respostas inflamatórias no corpo, pois
as células adiposas produzem químicos inflamatórios numa taxa bem maior do que outras células.
É um ciclo vicioso: quanto mais peso você ganha, maiores são as chances de o seu corpo
desenvolver processos inflamatórios que resultam em inúmeras doenças (e menores são as
chances de você conseguir perder peso).

Estudos mostram que uma alimentação pró inflamatória está ligada aos riscos de depressão:
Os mecanismos pelos quais uma dieta pró-inflamatória pode aumentar o risco de sintomas
depressivos podem ser através de nutrientes pró-inflamatórios ativando o sistema imunológico
inato que pode levar a inflamação de baixo grau e doenças crônicas, como doenças
cardiovasculares, diabetes e distúrbios da saúde mental. Nos níveis molecular e celular, há uma
abundância crescente de pesquisas que demonstram as influências dos fatores dietéticos nos
marcadores da função neuronal e da plasticidade sináptica, mecanismos que estão todos
envolvidos na etiologia da depressão.

Por exemplo, em camundongos, a combinação de exercícios e dieta antiinflamatória (enriquecida


com flavonóides) aumenta a expressão de genes que têm efeitos positivos na plasticidade neuronal
e diminui a expressão de genes envolvidos em processos deletérios, incluindo inflamação.

Como reverter a inflamação?

Para reverter a inflamação silenciosa é necessária uma dieta antiinflamatória (com ômega-3 e
polifenóis). O aspecto mais importante dessa dieta anti inflamatória é a estabilização da insulina e a
redução da ingestão de ácidos graxos ômega-6. O tratamento definitivo consiste em restabelecer o
equilíbrio hormonal e genético para gerar saciedade em vez de fome constante.
Em particular, como o equilíbrio da proteína para a carga glicêmica de uma refeição pode alterar a
geração de insulina e glucagon e como o equilíbrio dos ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 pode
afetar a formação de eicosanóides. Os resultados clínicos sobre a redução da inflamação após
dietas antiinflamatórias são discutidos, bem como os alvos moleculares da nutrição
antiinflamatória.

A nutrição anti inflamatória, balanceada 40:30:30 com restrição calórica, deve ser considerada como
uma forma de tecnologia de silenciamento de genes, em particular o silenciamento dos genes
envolvidos na geração da inflamação silenciosa. A essa base de dieta antiinflamatória devem ser
adicionados ácidos graxos ômega-3 suplementares no nível de 2-3 g de ácido eicosapentaenóico
(EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) por dia.

Finalmente, uma dieta rica em vegetais coloridos e sem amido contribuiria com quantidades
adequadas de polifenóis para ajudar não apenas a inibir o fator nuclear (NF) -κB (alvo molecular
primário da inflamação), mas também a ativar a quinase AMP.

Compreender o impacto de uma dieta antiinflamatória na inflamação silenciosa pode elevar a dieta
de simplesmente uma fonte de calorias a uma tecnologia de ponta em silenciamento de genes.
Polifenóis:
O termo polifenóis ou compostos fenólicos refere-se a um amplo e numeroso grupo de moléculas
encontradas em hortaliças, frutas, cereais, chás, café, cacau, vinho, suco de frutas e soja. Eles são
classificados em quatro famílias: flavonoides (flavonas, flavanonas, catequinas e antocianinas),
ácidos fenólicos, lignanas e estilbenos (resveratrol).

Seus benefícios vêm primordialmente de seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. Dentre


seus efeitos biológicos destaca-se o sequestro de espécies radicalares de oxigênio (radicais livres),
modulação da atividade de algumas enzimas específicas, inibição da proliferação celular, e seu
potencial como agente antibiótico, antialérgico e anti-inflamatório.

Os polifenóis são conhecidos por fornecer proteção contra doenças cardíacas, reduzir a inflamação
que pode causar problemas de saúde como artrite reumatóide e doença inflamatória intestinal,
impedir a formação de coágulos sanguíneos e apoiar o controle do açúcar no sangue.
Por exemplo, o consumo de cebola três vezes ao dia favorece o acúmulo de quercetina no plasma.
Para compostos como as catequinas, presentes nos chás, que apresentam uma alta absorção e
meia vida curta, a ingestão regular de pequenas quantidades pode ser mais eficiente que o
consumo de uma grande quantidade.
Fontes: frutas vermelhas, chá verde, azeite, espinafre, cacau, oleaginosas.
Como saber se estou inflamado?

Quer saber como está a inflamação de seu corpo? Um dos marcadores é chamado de proteína C
reativa, e é facilmente medida por meio de exames de sangue. A quantidade (mg) de proteína C
reativa por litro de sangue irá indicar a extensão de processos inflamatórios no corpo. Outros
marcadores comuns incluem a IL-6 e fator de necrose tumoral - TNF-alfa.
Outra forma prática de avaliar se sua alimentação é pró inflamatória seria através do cálculo do FI
(fator de inflamação). Como saber se os alimentos que você consome são inflamatórios? Os
alimentos são medidos por uma escala chamada de "fator de inflamação". A fórmula utilizada para
calcular esse valor inclui cerca de 20 diferentes fatores (quantidade e tipo de gordura do alimento, a
quantidade de vitaminas, minerais e antioxidantes e o índice glicêmico), os quais afetam o potencial
dos alimentos de causarem ou combaterem a inflamação.

Para cada fator, pontos são adicionados ou subtraídos ao alimento e o resultado final é um número
de apenas um dígito que prevê o impacto em nosso corpo. É importante saber que o valor negativo
do fator de inflamação indica que um alimento possui efeitos inflamatórios e o valor positivo indica
justamente o contrário.
Alimentos inflamatórios: – Açúcar – Alimentos processados – Farinha branca – Adoçante artificial –
Leite – Álcool – Carne vermelha – Margarina – Carboidratos refinados como pizza e pão branco –
Gordura trans – Fast food e frituras...
Alimentos anti-inflamatórios: – Salmão – Atum – Sardinha – Amêndoas – Azeite de oliva – Tomate –
Ervas e especiarias – Alimentos ricos em fibras como os integrais – Frutas.

Como faço para calcular o fator de inflamação das minhas refeições? Já existem aplicativos e sites
na internet que possibilitam o fácil acesso a esse cálculo. Vale ressaltar que podemos até ingerir
alguns alimentos que tenham um fator de inflamação negativo, desde que eles sejam balanceados
com outros alimentos que tenham propriedades anti-inflamatórias.
Tudo isso pode ser analisado através do cálculo que mede o fator de inflamação de uma refeição ou
ainda de um único alimento, baseado em porções. Uma vez que aprendemos o valor do fator de
inflamação de alguns alimentos comuns, não precisamos correr atrás desses cálculos sempre, pois
os valores já estarão na ponta da língua.
O que devo fazer para prevenir processos inflamatórios?

Essa é a famosa pergunta que sempre fazemos, muito embora já saibamos bem a resposta: um
estilo de vida saudável, que inclua alimentação balanceada e atividade física frequente, é a forma
mais eficaz de prevenir doenças. Além disso, não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas com
frequência, manter um peso saudável e minimizar o estresse também são formas eficazes de
prevenir e reduzir a inflamação no corpo. Mas lembre-se: os alimentos podem ser o seu melhor
remédio ou o seu pior veneno.

Alguns alimentos contêm ingredientes que podem desencadear ou agravar a inflamação. Alimentos
açucarados ou processados podem fazer isso, enquanto alimentos frescos e inteiros têm menos
probabilidade de ter esse efeito.

Uma dieta antiinflamatória concentra-se em frutas e vegetais frescos. Muitos alimentos vegetais são
boas fontes de antioxidantes. Alguns alimentos, entretanto, podem desencadear a formação de
radicais livres. Os exemplos incluem alimentos que as pessoas fritam em óleo de cozinha aquecido
repetidamente.
Os antioxidantes dietéticos são moléculas dos alimentos que ajudam a remover os radicais livres do
corpo. Os radicais livres são subprodutos naturais de alguns processos corporais, incluindo o
metabolismo. No entanto, fatores externos, como estresse e tabagismo, podem aumentar o
número de radicais livres no corpo.

Os radicais livres podem causar danos às células. Esse dano aumenta o risco de inflamação e pode
contribuir para uma série de doenças. Embora o corpo crie alguns antioxidantes que ajudam a
remover essas substâncias tóxicas, os antioxidantes dietéticos também ajudam e muito!

Referências bibliográficas:

SEARS, BARRY. Anti-inflammatory Diets. Journal of the American College of Nutrition, v. 34, n. sup1,
p. 14-21, 2015.

EDUCACAO, PORTAL. Portal Educação


- Artigo. Siteantigo.portaleducacao.com.br. Disponível em:
<https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/nutricao/polifenois-o-que-e/35007#>.
Acesso em: 17 jan. 2021.
Genes TNF e IL6 e a Resposta Inflamatória -. Disponível em: <https://dglab.com.br/blog/gene-tnf-e-
il6-e-a-resposta-inflamatoria/>. Acesso em: 17 jan. 2021.

FARIAS, ISABELA, BEZERRA, MARCOS. AVALIAÇÃO DE POLIMORFISMOS EM GENES INFLAMATÓRIOS


NAS ALTERAÇÕES DE PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em:
<https://www.ufpe.br/documents/616030/866811/Avalia%C3%A7ao_de_polimorfismos_em_genes_i
nflamatorios.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2021.

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