Agente Comunitario de Saude
Agente Comunitario de Saude
Agente Comunitario de Saude
8
domiciliares ou comunitários, individuais ou coletivos, desenvolvidos em
conformidade com as diretrizes do SUS.
9
A Unidade II, denominada “O Sistema Único de Saúde - SUS” conceitua SUS,
apresenta as principais leis e normas que compõem esse sistema, aspectos da
sua implementação, seus princípios e diretrizes.
10
Para finalizar, uma mensagem para você que terá como missão cuidar de toda
uma comunidade.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que
elas venham até você. (MÁRIO QUINTANA)
Bons estudos!
11
UNIDADE I
12
Serviços domiciliares
Centros de saúde
primários
Centros de saúde
Serviços suplementares Hospitais de ensino
secundários
13
Promoção
da saúde
reabilitação
prevenção
recuperação
das doenças
14
Boa nutrição;
Atendimento às necessidades afetivas;
Educação sexual;
Orientação pré-nupcial e parental;
Boas condições de moradia;
Trabalho e lazer;
Exames periódicos e;
Educação para a saúde.
Esse documento apresenta um estudo sobre a avaliação das causas das doenças
e das mortes no Canadá e dos fatores que afetavam o nível de saúde no país,
dividindo os fatores que afetam a saúde das pessoas e das populações em quatro
grupos:
Biologia humana;
Meio ambiente;
Estilo de vida e;
Organização dos serviços de saúde.
15
As propostas decorrentes desse documento contribuíram universalmente com o
conceito de promoção da saúde ao sugerirem ações necessárias à resolução de
problemas, propondo a unificação dos diversos segmentos da sociedade:
I) Profissionais de saúde;
II) Instituições de saúde;
III) Comunidade científica;
IV) Sistema Educacional;
V) Governos municipais, estaduais e
federais; VI) Setor empresarial e sindicatos;
VII) Associações voluntárias
e; VIII) Sociedade em geral.
O moderno sistema de saúde que se encontra em vigor no Brasil teve como base
os estudos realizados em diversas regiões do mundo e, principalmente, seguindo
a proposta do documento Lalonde (1974), que deu origem, também, às
conferências de Alma-Ata e Ottawa, as quais foram determinantes na elaboração
16
de importantes documentos, como a Declaração de Alma-Ata e a Carta de
Ottawa, que são a base da saúde pública em quase todos os países do mundo.
17
[...] o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não
simplesmente a ausência de doença ou enfermidade - é um direito
humano fundamental, e que a consecução do mais alto nível possível de
saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a
ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor
saúde. (DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA, 1978)
I) Educação;
II) Métodos de prevenção e controle;
III) Promoção da distribuição de alimentos e da nutrição;
18
Na Declaração de Alma-Ata, todos, sejam governos, Organização Mundial de
Saúde - OMS, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), outras
organizações internacionais, entidades multilaterais e bilaterais, organizações
governamentais, agências financeiras, todos que direta ou indiretamente se
envolvam no campo da saúde, bem como toda a comunidade mundial, são
convocados a apoiar o compromisso com os cuidados primários de saúde para
que fosse atingida a meta de “saúde para todos os povos do mundo até o ano
2000”. Destaca também, que o direcionamento dos recursos mundiais gastos em
armamento e conflitos militares poderá ser canalizado e mais bem utilizado nos
“Cuidados primários de saúde”.
Após mais de trinta anos da Conferência e treze anos após a data prevista para o
alcance dessa meta, sabemos que apesar dos avanços ocorridos, ainda há muito
a ser feito em termos de cuidados primários com a saúde, principalmente nos
países em desenvolvimento. A Conferência de Alma-Ata, juntamente com a 1ª
Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (OTTAWA, 1986),
apresentaram os fundamentos para o moderno conceito de promoção da saúde.
19
Educação
Habitação
Paz
Ecossistema
Alimentação Renda estável
Ambientes favoráveis
20
Na Carta de Ottawa fica claro que, para que ocorra a promoção da saúde, é
necessária uma atuação intersetorial, envolvendo todos os setores da sociedade
para além do setor saúde:
Setor saúde e
Organizações
outros setores
Governo voluntárias e não-
sociais e
governamentais
econômicos
21
Por fim, na Carta de Ottawa (1986) é destacado que “Cuidado, holismo e ecologia
são temas essenciais no desenvolvimento de estratégias para a promoção da
saúde”.
I) Vida;
II) Saúde;
III) Solidariedade;
IV)Equidade;
V) Democracia;
VI)Cidadania;
VII) Desenvolvimento;
VIII) Participação e;
IX) Parceria.
22
A realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, no Brasil, cujo
slogan era “Saúde como direito de todos e dever do Estado”, representou
avanços na discussão da saúde no país. Pela primeira vez na história brasileira, a
sociedade civil organizada participou dos debates que envolvem a saúde. O
resultado da mobilização social foi muito importante, pois a partir dessa
mobilização, foi elaborado um documento apresentando as principais deficiências
da saúde brasileira naquele período. Os apontamentos contidos nele serviram de
base para a implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde
(SUDS) e a elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil, de
1988 (BRASIL, 2007a).
Condições de alimentação
Habitação
Educação
Renda
Meio ambiente
Trabalho
Transporte
Emprego
Lazer
Liberdade
Acesso e poder da terra
Acesso a serviços
23
Para saber mais sobre saúde leiam na íntegra o Relatório final da 8ᵃ
Conferência Nacional de Saúde no site:
<http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_8.pdf>.
Para melhor compreensão de como a vida acontece no território que ficará sob
sua área de atuação, a seguir será realizada uma abordagem sobre essa
categoria que atualmente é bastante utilizada nas ações de saúde.
24
1.2 Território e promoção da saúde
1
PES foi proposto originalmente por Carlos Matus ( Matus, 1989; Rivera 1989)como possibilidade social e
histórica, contemplando simultaneamente a formulação de políticas, o planejamento e a programação dentro
de um esquema teórico- metodológico de planificação situacional para o desenvolvimento dos Sistemas
Locais de saúde.
26
(cultura, valores, modo devida). Essa diversidade deve ser levada em
consideração na realização do planejamento de ações nesse território.
27
apresenta essa localidade em relação a outras e a distância entre elas. No centro
da figura estão à área detalhada da localidade com ruas, canais, rios, além de
outros detalhes importantes para o reconhecimento do território.
28
integralidade, equidade e descentralização da saúde. De acordo com Souza
(2003, p. 69), é imprescindível ter conhecimento da localização dos equipamentos
de saúde, onde e como vivem os pacientes. “Em que condições? Se ele vive mal,
o que adianta cuidá-lo em um centro de saúde modelo e exemplar? É preciso
cuidar do lugar onde o cidadão vive, não apenas lá onde ele procura o serviço
médico-hospitalar”.
Não basta ter um setor de saúde que funcione bem para que o município seja
saudável, é necessário a informação para a análise territorial, tais como “Os
centros de saúde, por exemplo, que informação detém? Onde são armazenadas?
Apenas na Secretaria da Saúde? E os demais aspectos da vida que implicam na
qualidade da saúde e da vida das pessoas, como integrá-los”? Dessa forma, sem
o conhecimento do território não poderá existir vínculo, acolhimento,
hierarquização ou responsabilização (SOUZA, 2003, p. 70).
29
ambulatorial, enquanto outros oferecem serviços de média complexidade, e todos
são obrigados a oferecer pelo menos a atenção primária.
30
Atividades para facilitar a aprendizagem
31
(a) Paz, equidade, educação e recursos sustentáveis;
(b) Habitação e renda;
(c) Alimentação, justiça social, ecossistema estável;
(d) Todas as alternativas estão corretas.
11) Na Carta de Ottawa consta que deve haver uma atuação intersetorial
para que ocorra a promoção da saúde:
14) De acordo com o texto, quais os territórios podem ser formados além do
território nacional?
32
UNIDADE II
2.2 Legislação
Para saber mais: leiam os textos Título VIII - “Da Ordem Social”, Capítulo II -“Da
Seguridade Social” na Seção II - “Da Saúde” – artigos 196 a 200, Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.
33
2.2.1 Lei nº 8080/90 (Lei orgânica de saúde)
O SUS é regulamentado pela Lei 8080/90, que dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como a organização e o
funcionamento dos serviços de saúde. Vigora em todo o território nacional.
a alimentação;
a moradia;
o saneamento básico;
o meio ambiente;
o trabalho;
a renda;
a educação;
o transporte;
o lazer e;
o acesso aos bens e serviços essenciais;
A Lei nº 8080/90 dispõe ainda sobre a organização dos serviços de saúde, que
devem ser de forma regionalizada e hierarquizada sendo exercida pelo Ministério
da Saúde no âmbito da União e na esfera dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, pela Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. Os Municípios podem
instituir consórcios para o desenvolvimento dos serviços de saúde.
34
Todos os estados e municípios necessitam ter conselhos de saúde compostos por
representantes do governo, dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços,
dos gestores e dos profissionais de saúde. Esses conselhos são responsáveis
pela fiscalização dos recursos públicos aplicados na saúde. Outra forma de
participação social na gestão da saúde é através das Conferências de Saúde que
devem ocorrer a cada quatro anos, tendo a representação de diversos segmentos
da sociedade com o intuito de avaliar a situação de saúde e sugerir diretrizes para
a formulação da política de saúde.
A equiparação dos prestadores públicos e privados, no que se refere à
modalidade de financiamento que passa a ser, em ambos os casos, por
pagamento pela produção de serviços;
A centralização da gestão do SUS no nível federal (INAMPS);
O estabelecimento do instrumento de convênios como forma de
de recursos do INAMPS para os Estados, Distrito Federal e
transferência
Municípios.
São considerado “municipalizados” dentro do SUS, os municípios
que atenderem alguns pré-requisitos básicos, quais sejam:
(a) A criação dos Conselhos Municipais de Saúde;
(b) A criação do Fundo Municipal de Saúde;
35
(c) O Plano Municipal de Saúde aprovado pelos respectivos Conselhos;
(d) A Programação e Orçamentação da Saúde (PROS) como detalhamento do
Plano de Saúde;
(e) A contrapartida de recursos para a saúde do seu orçamento;29
(f) Constituição de Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, Cargos e
Salários (PCCS) com o prazo de dois anos para a sua implantação.
Instituição da Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA) destinada a
reajustar os valores a serem repassados aos Estados, Distrito Federal e
Municípios. A cobertura ambulatorial anual é obtida da multiplicação do
valor da UCA pela população de cada unidade da federação;
Modificação do sistema de pagamento aos prestadores de serviços
(entidades filantrópicas, hospitais universitários, entidades contratadas e
conveniadas) com a implementação do Sistema de Informações Ambulatoriais
do SUS (SIA/SUS).
Essa norma foi editada pela Portaria GM/MS nº 545, de 20 de maio de 1993.
Representou um avanço maior na descentralização em decorrência da
Conferência Nacional de Saúde realizada em 1992 e que teve como tema central
“A Municipalização é o Caminho”. Principais pontos da norma:
do teto
Criação da transferência regular e automática (fundo a fundo)
global da assistência para municípios em gestão semiplena;
Habilitação dos municípios como gestores;
Definição do papel dos Estados de forma frágil, mas esses, ainda assim,
passam a assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde;
Constituição das Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito estadual) e
Tripartite (nacional) como importantes espaços de negociação,
pactuação,
articulação, integração entre gestores (BRASIL, 2003).
36
2.3.2 - Norma Operacional Básica 01/96
37
a ampliação das responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;
a definição do processo de regionalização da assistência;
a criação de mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão
do Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de
habilitação de estados e municípios.
Essa norma foi instituída pela portaria GM/MS nº 373, de 27 de fevereiro de 2002
e consta as principais alterações em relação a NOAS/SUS 01/2001. Foram
mantidas as modalidades das NOBS anteriores, porém:
Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;
Estabelece o processo de regionalização como estratégia de
hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade;
Cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do
Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de
habilitação de estados e municípios e;
Transforma a Gestão Plena da Atenção
Básica - GPAB em Gestão Plena
da Atenção Básica Ampliada (GPAB-A).
38
2.4 Surgimento do SUS
39
Como perceberam o sistema público de saúde antes do SUS era bem diferente
do que foi implantado depois do SUS. Nesse novo sistema são previstos
princípios e diretrizes que definem e norteiam a formulação da Política Nacional
de Saúde. Os princípios fundamentais dos SUS são a universalidade, a
integralidade e a equidade e as diretrizes são a descentralização e a participação
social.
UNIVERSALIDADE: significa que o atendimento do SUS deve ser
universal, ou seja, todos têm direito a serem atendidos sem distinções ou
restrições. As ações e os serviços de saúde para a promoção, proteção e
recuperação deve ser oferecida sem nenhum custo.
INTEGRALIDADE: o SUS tem o compromisso público de oferecer a
atenção necessária à saúde das pessoas e das coletividades de modo
completo, em todos os níveis de complexidade.
EQUIDADE: O SUS deve disponibilizar a todos os cidadãos brasileiros,
independente de sexo, etnia, religião, idade ou situação de emprego, o
direito a mesma assistência à saúde de acordo com as necessidades de
cada um.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL: a sociedade tem o direito e o dever de
participar das gestões públicas em geral e da saúde pública em particular,
sendo que o poder público tem o dever de garantir as condições para a
participação da comunidade.
DESCENTRALIZAÇÃO: é o processo de transferência de
responsabilidades de gestão para os municípios. As três esferas de
governo (federal, estadual e municipal), terão atribuições comuns e
competências específicas na formulação das políticas de saúde, no
planejamento, operacionalização e controle social.
40
Os princípios e diretrizes do SUS revelam-se como uma proposta bem
estabelecida, pois garantem o acesso de todos os brasileiros à promoção,
proteção e recuperação da saúde, de forma integral, sem distinção de classes
sociais, sexo, etnia, religião, idade ou poder aquisitivo. Dessa forma é
considerado um dos melhores sistemas de saúde do mundo, sendo referência
para diversos países. No organograma 1 é apresentado o modelo institucional do
SUS.
41
O princípio da organização hierárquica de atuação do SUS seguiria a lógica do
reconhecimento das necessidades e da dinâmica socioeconômica da população,
que, por sua vez, participa da construção e reconstrução do território,
possibilitando o conhecimento deste. Dessa forma, Barcellos e Monken (2007, p.
234) colocam que:
42
Atividade para facilitar a aprendizagem
43
UNIDADE III
44
Dar atenção
integral às
pessoas
Evitar as causas de
mortes súbitas
Reduzir os
atendimentos nos
prontos-socorros
Diminuir os custos
de atendimento à
saúde
45
Fonte: MS, 2009
A Atenção Primária à Saúde deve ocorrer de forma abrangente, para que se torne
realmente a melhor maneira de acesso da população a esse sistema. O Programa
Saúde da Família em funcionamento desde 1994 é uma das formas de
organização da APS. O programa tem modificado o modo de vida de muitas
comunidades e originado diversos benefícios não só para a população como
também para o sistema de saúde que tem diminuído os gastos com atendimentos.
O Programa Saúde da Família - PSF teve início com a criação do Programa dos
Agentes Comunitários de Saúde - PACS em 1991, criada para tentar reduzir a
mortalidade materna – infantil. Sua expansão se deu principalmente a partir de
1995, atingindo 2,5 milhões de pessoas coberta pelo programa, sendo
46
acompanhada por 724 equipes de profissionais com dedicação exclusiva aos
pacientes dos territórios adscritos (GOULART, 2007).
47
estabelecimento do Pacto da Atenção Básica entre o MS, gestores estaduais e
municipais.
A busca da integralidade;
A incorporação do modelo dominante ao modelo epidemiológico;
A associação dos processos individualizados para um modelo de atenção
centrado na qualidade de vida das pessoas e no ambiente de vivencia e;
A incorporação de projeto de ações, das pessoas, do meio ambiente e dos
compartimentos interpessoais
Outro fator importante foi à implantação do Piso da Atenção Básica – PAB que
acarretou a transferência de recursos federais dentro de uma modalidade
automática (fundo a fundo), além de exigirem que as equipes estivessem
integradas a rede municipal, ou que se desenvolvessem estratégias similares de
garantia de integralidade da assistência. Na NOB 96 resguarda também que além
desses requisitos colocados pelo PAB, ainda era necessário manter atualizada
todas as informações referente a produção de serviços do PSF, caso contrário,
resultaria na suspensão dos créditos respectivos (LIMA, MACHADO, 2000). Sobre
este viés, Goulart (2007, p.109) coloca também que:
48
Também foi proporcionada pela NOB 96 a definição de um valor per capta
mínimo, definido de acordo com a quantidade de procedimentos realizados no
ano anterior, resultando também um acréscimo nas transferências dos recursos
cedidos a assistência da atenção básica, mesmo nos municípios que tinham
dificuldades de apresentar produção suficiente de procedimentos. Foi estipulado
ainda segundo Goulart (2007, p.94 - 95), “um valor de 10,00 por habitantes por
ano, possibilitando homogeneização das transferências para o conjunto de
municípios”.
2
A pesquisa “Avaliação da Implantação e Funcionamento do Programa Saúde da Família
– PSF”, realizada pelo Ministério da Saúde entre abril e julho de 1999, identificou que
83% dos municípios pesquisados haviam implantado o programa entre 1997 e 1998.
Apenas nos estados do Ceará e de Santa Catarina havia um número maior de municípios
com implantação anterior a 1997 (BRASIL, 2000). Um ano depois, em dezembro de
1999, o PSF estava implantado em 1.870 municípios nas 27 unidades federadas
(BRASIL, 2000 p. 17).
49
não residiam no município e nem mesmo no próprio estado. Também havia falha
nas contratações de profissionais de saúde, sendo que a maioria dos processos
seletivos eram realizados com alto grau de informalidade, além de existir muitos
contratos temporários e de prestação de serviços para os profissionais médicos e
enfermeiros (GOULART, 2007).
50
para o desenvolvimento de um trabalho mais humanizado, e com mais
participação da sociedade nas decisões a serem tomada.
um médico;
um enfermeiro;
um auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e;
Agentes Comunitários de Saúde – ACS (no máximo 12 por equipe)
Outros serviços disponibilizados a população pelo SUS, diz respeito aos serviços
da medicina alternativa. Em 2006 foi criada pela Portaria GM nº 971/2006 a
Política Nacional de práticas Integrativas e Complementares no SUS, essa
política compreende atendimento gratuito em serviços de fitoterapia, acupuntura,
plantas medicinais e homeopatia. É preciso que o ACS se informe se esses
serviços estão disponíveis no território sob sua responsabilidade para que ofereça
aos moradores como alternativa de prevenção e tratamento de doenças que
51
possam afetar a população. Alguns desses profissionais prestam seus serviços
nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF.
52
Figura 4: Fluxograma para a organização do processo de trabalho das equipes de
atenção primária para o atendimento da demanda espontânea
53
OBS.: O fluxograma é apenas uma ferramenta de orientação das equipes, não
devendo ser algo fixo. Sempre que necessário deve ser adaptado a realidade de
cada local. O que importa é o acesso da população aos serviços de saúde
sempre que tiverem necessidade.
54
UNIDADE IV
55
O trabalho do agente comunitário de saúde é extremamente importante tanto para
assegurar o direito à saúde às populações, principalmente as mais carentes que
não conhecem os seus direitos e não tem acesso aos serviços de saúde, como
para fazer cumprir as metas do governo federal como, por exemplo, em relação à
redução da mortalidade materna e neonatal.
56
escolaridade, etnia. É também papel do ACS promover ações de educação para a
saúde do indivíduo e da coletividade. Registrar a ocorrência de nascimentos, de
óbitos, das doenças e de outros agravos que ocorrem na comunidade sob sua
responsabilidade.
Faz parte ainda das atividades do ACS, estimular a população da sua área de
atuação à participar das políticas públicas voltadas para a área da saúde. Realizar
visitas periódicas nos domicílios para monitorar a situação das famílias quanto a
situação de riscos. E por fim, participar de ações para fortalecimento do elo entre
o setor de saúde e outras políticas para promoção da qualidade de vida (FIGURA
5).
o
A Lei Nº 11.350, destaca no Art. 6 alguns requisitos a serem preenchidos pelo
ACS para a sua contratação:
57
Ser morador da área onde exercerá suas atividades desde a data da publicação
do edital do processo seletivo público; haver concluído, com aproveitamento,
curso introdutório de formação inicial e continuada; e haver concluído o ensino
fundamental (Esse requisito só é válido para iniciante, ou seja, se não estiverem
exercendo atividades de ACS).
58
Conhecer não só os
problemas, mas também
Conhecer o território as potencialidades Ser ativo e ter iniciativa
sociais e econômicas
O conhecimento do território onde irá atuar é essencial para enxergar além dos
problemas e para conhecer também as potencialidades sociais e econômicas,
pois a partir delas você poderá contribuir para modificar a realidade local,
intervindo e incentivando o crescimento dos indivíduos e consequentemente da
comunidade. Lima (2013, S/P) pontua que “Em uma abordagem de saúde que vá
além da visão do corpo e busca compreender o processo saúde-doença no
contexto da vida, o reconhecimento do território é fundamental”. Porém, para que
isso ocorra é necessário que o ACS seja ativo e tenha iniciativa, goste de
aprender coisas novas. É preciso também que seja observador, para que perceba
como vivem as pessoas e se o ambiente que as cerca é propício à saúde ou a
doença. Mas principalmente, é preciso que você seja ético, tenha respeito pelas
pessoas e por seus colegas de trabalho, já que estará sempre em convívio com
outros profissionais da área da saúde.
Atenção: A ética deve fazer parte da vida de qualquer profissional, porém quando
se trata especificamente de profissões das quais deve existir uma relação de
confiança, como é o caso dos ACSs, o cuidado deve ser redobrado, pois um
pequeno deslize pode comprometer o trabalho desenvolvido por toda a equipe.
59
4.2 A origem da função de agente comunitário de saúde
gestantes para fazer o pré-natal e encaminhar a
Busca ativa das
maternidade;
Incentivo ao aleitamento materno;
Levar as crianças para vacinarem;
Orientar sobre a higiene da criança e do domicílio.
O programa que era emergencial, devendo findar com o período da seca, passa a
ser contínuo, perdendo a característica de emergencial devido a melhoria dos
indicadores de saúde, principalmente no que se refere aos indicadores de saúde
infantil. Ávila (2011, p. 163) afirma que:
60
A melhoria observada nos indicadores de saúde infantil, tais como a
queda da mortalidade, consequência da redução do número de óbitos
por pneumonia, sarampo e desidratação, as três principais causas de
óbito infantil no Ceará, e a maior cobertura vacinal, mostrou que o
caminho estava certo. [...] O programa perdeu a característica
emergencial e passou a ser usado como estratégia de disseminação das
ações básicas de saúde materno-infantil, caracterizadas, então, como
ações simplificadas e de baixo custo [...].
61
Assim, é de incumbência do DEGES expor a todos os segmentos que discutem
as políticas de saúde notadamente os envolvidos com os Programas Saúde da
Família - PSF e Programa Agentes Comunitários de Saúde - PACS, o Perfil de
Competências Profissionais do Agente Comunitário de Saúde. Conceituando
competência profissional, o Ministério da Saúde apud Zarifian (1999), a descreve
como:
62
As competências que compõem o perfil profissional do ACS foram estabelecidas
levando em consideração as singularidades e especificidades do seu trabalho. É
necessário aptidão para a realização de determinadas atividades em um contexto
técnico-profissional e sociocultural determinado. Dessa forma, as competências
indicadas para o ACS expressam uma dimensão da realidade de seu trabalho e
representam eixos estruturantes de sua prática em cada uma delas. A
competência profissional incorporou ainda três dimensões, quais sejam: o saber-
conhecer, o saber-ser e o saber-fazer, expressas nas habilidades (saber-fazer),
nos conhecimentos (saber-conhecer) e nas atitudes (saber-ser) (BRASIL, 2013).
63
Quadro 2 - Descrição das competências profissionais do Agente Comunitário de
Saúde nas dimensões saber-fazer e saber-conhecer
Competência Atuação
Integração da equipe de saúde com a Desenvolver ações que busquem a
população local. integração entre as equipes de saúde e a
população adscrita à unidade básica de
saúde, considerando as características e
as finalidades do trabalho de
acompanhamento de indivíduos e grupos
sociais ou coletividades.
Planejamento e avaliação Realizar, em conjunto com a equipe,
atividades de planejamento e avaliação
das ações de saúde no âmbito de
adscrição da unidade básica de saúde.
Promoção da saúde Desenvolver, em equipe, ações de
promoção da saúde visando à melhoria da
qualidade de vida da população, à gestão
social das políticas públicas de saúde e ao
exercício do controle da sociedade sobre o
setor da saúde.
Prevenção e monitoramento de risco Desenvolver ações de prevenção e
ambiental e sanitário monitoramento dirigidas às situações de
risco ambiental e sanitário para a
população, conforme plano de ação da
equipe de saúde.
Prevenção e monitoramento a grupos Desenvolver ações de prevenção e
específicos e morbidades monitoramento dirigidas a grupos
específicos e a doenças prevalentes,
conforme definido no plano de ação da
equipe de saúde e nos protocolos de
saúde pública.
Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde, 2013
64
Atividade para facilitar a aprendizagem
65
I. É função da ESF ações de prevenção, enquanto as ações de cura e tratamento
passam a ser responsabilidade da atenção secundária e terciária. II. A ESF é
destinada ao atendimento da classe de baixa renda.
III. A Equipe de Saúde da Família deve atuar sem área definida, pois desta forma
pode abranger um número maior de pessoas.
IV. É função do médico da equipe de saúde da família participar do processo de
territorialização, realizar cuidados em saúde na unidade de saúde, domicílio e
espaços comunitários, e realizar atividades de demanda espontânea e
programada.
66
UNIDADE V
(BUDIN,1843).
Para realizar esse trabalho o ACS vai necessitar de alguns instrumentos básicos.
A seguir são apresentados os instrumentos de trabalho do ACS.
67
A entrevista
as reuniões
a visita domiciliar
comunitárias
o mapeamento o cadastramento
da comunidade das famílias
68
educacional, para ensinar as famílias formas de prevenção de doenças e riscos e
promoção da saúde. De acordo com o Ministério da Saúde (2009, p. 46):
Atenção: O primeiro contato fará toda a diferença no trabalho que irá realizar,
pois dependendo da conduta adotada terá a confiança da pessoa de forma
imediata, fator primordial para o bom andamento dos trabalhos.
69
Seu nome;
Onde trabalha e a importância do seu trabalho e;
O motivo da sua visita.
Quanto à periodicidade das visitas, toda família deve receber a visita do ACS uma
vez por mês, porém há casos em que essa regra não se aplica. Pois vai depender
da necessidade de cada grupo familiar, ou seja, alguns necessitam mais de
orientação, outros menos. Em alguns casos as visitas devem ser de acordo com
as prioridades, que são definidas juntamente com o instrutor/supervisor, como por
exemplo, pacientes em situação de risco:
Recém-nascido com peso menor que dois quilos e meio;
Criança com desnutrição;
Recém-nascido que não amamenta no peito;
Criança com doenças graves;
Gestantes com algum problema de saúde, por exemplo, hipertensa,
diabética, cardíaca, entre outros;
Pessoas com outras enfermidades que inspiram mais cuidados,
exemplificando tuberculose, hanseníase, hipertensão;
Famílias isoladas por barreiras geográficas e ou culturais;
70
De acordo com o Ministério da Saúde (2009), a visita domiciliar nos fornece
diversas informações sobre a comunidade e os moradores, pois possibilita:
Identificar os moradores por sexo, faixa etária, por raça;
Diagnosticaros casos de gravidez, de desnutrição, pessoas com
deficiência;
Conhecer as condições de moradia, de saneamento básico, de trabalho, os
hábitos dos moradores, as crenças, os costumes, as principais doenças;
Os principais problemas da comunidade;
É possível ainda:
saudáveis, serviços de saúde
Orientar os moradores sobre hábitos
disponíveis e a forma de acesso;
recém-
Identificar as famílias com necessidades especiais como puérperas,
nascidos, idosos, acamados e pessoas portadoras de deficiências;
Desenvolver ações para a integração
entre a equipe de saúde e a
população da sua área de ocupação;
Instruir sobre medidas de prevenção das doenças e promoção da saúde;
Ensinar à população a forma correta de uso de medicamentos e;
registros das atividades realizadas para subsidiar os sistemas
Realizar os
de saúde.
71
Ao terminar a visita domiciliar o Agente Comunitário de Saúde deve fazer uma
análise geral do seu trabalho para detectar possíveis falhas, momento em que
verificará se adquiriu todas as informações necessárias. Essa análise é
fundamental para o planejamento das próximas visitas, os erros e falhas que
aconteceram nessa visita servirão de exemplo para que não ocorra nas próximas
e os acertos devem ser seguidos como exemplo.
Após o cadastramento das famílias, será possível ter uma visão geral do território
sob sua responsabilidade. Informações essenciais para o desenvolvimento das
atividades são levantadas nesse momento. Veja a seguir a lista de algumas delas:
A Composição familiar;
A presença de população indígena ou quilombola residindo nesse território;
A escolaridade dos moradores;
O acesso ao saneamento básico: água tratada, coleta de resíduos sólidos,
rede de esgoto, drenagem pluvial e controle de vetores;
O número de pessoas por sexo e idade;
As condições de moradia;
O número de pessoas desempregadas;
As doenças relatadas pelas famílias.
72
No cadastramento é possível ainda obter informações gerais sobre a área de
atuação do ACS, tais como as instituições públicas e privadas e estabelecimentos
comerciais, escolar, hospitalar, postos de saúde, praças, igrejas, cemitério,
barreiras geográficas, entre outros. Esse conhecimento é fundamental para o
mapeamento do território.
Outras informações são relevantes para que o ACS desenvolva um bom trabalho.
Conforme destacado anteriormente, é seu papel conhecer as especificidades de
cada família e estar atento à forma de tratar cada sujeito, pois há uma diversidade
de pessoas com modos de vida, crenças, valores, culturas distintas, todos devem
ser tratados com respeito, não devendo ser feita críticas ou comentários de
qualquer espécie sobre esse fato. Por exemplo, o indígena que possui modo de
vida bastante diferente da maioria das pessoas, ainda que não esteja habitando
suas aldeias, na maioria das vezes continuam a exercer o modo de vida a que
estavam acostumados, é preciso que seja tratado também de forma diferenciada
dos demais. De acordo com o Ministério da Saúde (2009, p. 41):
73
do seu trabalho e organização das atividades. “Os dados desse cadastramento
devem ser de conhecimento de toda a equipe de saúde” (MS, 2009, p.41).
Não é necessário que você seja um desenhista especializado, basta que coloque
no papel símbolos que representem as localidades mais expressivas, como a
escola, a igreja, o cemitério, barreiras geográficas, como rios que atravessam os
bairros e praças. O ACS em todo o desenvolvimento de suas atividades contará
sempre com a ajuda dos colegas da Unidade Básica de Saúde, portanto não
precisará se preocupar com a confecção do mapa. Outra importante contribuição
poderá vir dos moradores da comunidade que conhecem bem o local e auxiliará
na demarcação dos principais pontos.
74
Box 2 – Habilidades para a construção do mapa
Existe algumas regras essenciais para que o mapa tenha utilidade. Por isso, ao
construí-lo você desenvolve importantes habilidades:
Limites
- são pontos de referência que separam a sua área de outra área. Ex: rio, serra,
uma rua, ponte e outros. No mapa estes limites são representados por linhas ou
traços.
Pontos Cardeais
– são elementos que dão a direção e orientam em relação ao que está no norte,
sul, leste e oeste. No mapa o ACS deverá indicar onde está o norte, pois isto vai
orientar a posição correta do seu mapa evitando, por exemplo, que ele seja
desenhado de cabeça para baixo.
Noção de distância
Noção de direção
76
Figura 6 – Exemplo de Mapa de Território de ACS
Identificação dos caminhos que levará ao destino com mais facilidade;
Identificação das barreiras geográficas que impedem o acesso dos
moradores aos serviços de saúde (rios, morros, mata cerrada etc.);
O conhecimento da realidade local contribuirá para o planejamento com
vistas à resolução dos problemas de saúde com eficiência;
Possibilitará agilizar as visitas diárias;
os locais de risco (morros, áreas sem
É possível distinguir e identificar
saneamento básico, lixões);
77
Marcar com símbolos os locais de moradia de grupos prioritários:
gestantes, idosos, hipertensos, diabéticos, pessoas acamadas, crianças
menores de cinco anos, pessoas com deficiência, usuário de drogas,
pessoas com hanseníase ou tuberculose etc.
<http://www.youtube.com/watch?v=9fNLZp4r_40&list=PL9E509996961ABADD&index=12>
Agentes em ação: Mapeamento, desenhando a sua área.
Vídeo da série Agentes em Ação, explica como montar os mapas da comunidade
para que o o Agente possa planejar suas ações e trabalhar da melhor forma.
PAULO FREIRE
Essas reuniões são fundamentais, pois é nesse momento que ocorrem as trocas
de experiências e decisões relevantes, construídas ente a equipe de saúde da
família e os moradores da sua área de atuação. Essas ações são organizadas e
realizadas não só pelo ACS, mas por toda a equipe. É preciso que vocês saibam
78
qual a metodologia mais apropriada para trabalhar com cada grupo, qual a
linguagem será mais viável para dialogar com os moradores.
Divulgar é uma etapa importantíssima nesse processo. A notícia deve ser
espalhada para o máximo de pessoas que for possível através de cartazes,
e nas reuniões de Associação de bairros, nas escolas, igrejas, ou seja, nos
lugares mais frequentados pela comunidade;
participantes
Realizar reuniões com atividades lúdicas que possibilite aos
se apresentarem e se integrarem ao grupo naturalmente;
Exposição do tema que será discutido de forma que fique claro as
necessidades e expectativas de todos;
Adaptaçãoda pauta da discussão dependendo das necessidades do
momento;
se sentir parte
A participação de todos deve ser sempre estimulada, pois
do trabalho, aumentará o interesse para que dê certo.
Os conhecimentos, crenças e valores do grupo, como também os mitos,
tabus e preconceitos, devem ser identificados e os moradores devem ser
79
estimulados a refletirem sobre os mesmos. Entretanto, é preciso o devido
cuidado para não agir com preconceitos quanto à cultura ou religião;
Deve ser estimulado o autoconhecimento e autocuidado, fato que
contribuirá para uma melhor qualidade de vida;
e experiências que expresse
Proporcionar um ambiente favorável à relatos
sentimentos e dúvidas com naturalidade;
Conduzir a reunião de forma que todos se expressem, e que não seja uma
reunião que sirva apenas
para discussão de problemas pessoais de
determinados sujeitos;
Fazer uso dos recursos didáticos disponíveis como cartazes,
recursos audiovisuais, bonecos, balões, entre outros;
Sintetizar os assuntos
discutidos e apresentar para o esclarecimento das
dúvidas que surgirem;
80
Linguagem
Capacidade de
acessível, simples e Acolhimento
comunicação
precisa
Ter conhecimento
Ser gentil Torência
do assunto
O profissional de saúde deve ser habilidoso o bastante para lidar com os diversos
grupos de pessoas com quem conviverá cotidianamente, entre essas habilidades
estão à capacidade para se comunicar, utilizando uma linguagem acessível a
todos, ou seja, clara e objetiva. A gentileza também deve ser imprescindível à
essa profissão, pois sendo simples e amável, conquistará a confiança e
dificilmente receberá um não. O acolhimento às pessoas faz parte do novo
modelo de atenção à saúde, saber ouvir, colocar-se no lugar do outro. Certamente
encontrará indivíduos com crenças e valores diferentes dos seus, é fundamental
que seja tolerante com essas pessoas. O conhecimento profundo sobre o assunto
que discutirá lhe dará tranquilidade para debatê-lo, portanto, estude bastante
antes de discutir determinados assuntos. É necessário ainda ter conhecimentos
técnicos e se tiver dificuldades, tenha humildade para solicitar ajuda e se orientar
caso não saiba sanar alguma dúvida.
81
5.5 Participação da comunidade
82
conjuntamente as prioridades da comunidade e criar estratégias para a efetivação
dessas prioridades. Dar exemplos
5.6 Planejamento
As atividades e ações para a sua área de atuação devem ser planejadas por você
juntamente com a equipe de profissionais de saúde, porém deve ter o
envolvimento da comunidade. Conforme discutido anteriormente, quem bem
conhece a comunidade com todos os seus problemas e potencialidades são os
moradores, é essencial a participação deles em todo o processo.
Saiba que esse planejamento deve ser contínuo, ou seja, em todas as etapas. É
preciso ainda que a sua execução seja devidamente acompanhada, sempre que
necessário as ações devem ser retomadas e se necessário reformuladas, sendo
imprescindível que seja avaliado os seus resultados para verificar se todas as
metas foram cumpridas e se os objetivos foram alcançados.
83
O diagnóstico é a etapa inicial do planejamento, pois é preciso conhecer todas as
características da comunidade como ponto de partida. Para realizar essa etapa,
você pode utilizar diversas formas de abordagem, as entrevistas são um bom
caminho, quando poderão instigar o sujeito entrevistado a falar. A entrevista pode
ser individual ou com grupo focal, quando será reunida uma quantidade maior de
pessoas para responderem questões sobre a comunidade. Outra ferramenta
bastante utilizada é o questionário, que possibilitará levantar os dados da
população. Outros mecanismos podem também ser usados, como a observação.
De acordo com o Ministério da Saúde (2009, p. 64), “O diagnóstico da
comunidade nada mais é do que uma leitura da realidade local”.
84
E por fim, executa-se o plano de ação, que nada mais é do que colocar em prática
o que foi panejado. De agora em diante basta monitorar e avaliar todas as etapas
do plano. Após o término da execução, deve-se analisar os resultados e auxiliar a
reprogramação das ações e se necessário realizar novo diagnóstico ou reformular
o já existente (Brasil, 2009).
No quadro a seguir estão algumas das tarefas específicas e outras comuns entre
seus colegas, profissionais de outras áreas, da equipe da unidade de saúde.
Afinal, todos atuam com o mesmo propósito perante a comunidade e no mesmo
campo da saúde.
85
Quadro 3 - Ações da Equipe de Saúde
Profissionais ACS Aux/Téc. Enferm Médico ACE Cirurgião- Téc. Aux.
Enfermagem dentista Saúde Saúde
eiro
Bucal Bucal
Ações
Realizar X X X X X X X X
planejamento
Prescrever X* X X**
medicamentos
Realizar visita X X X X X X X X
domiciliar
Orientação sobre X X X X X X X X
higiene bucal
Escutar/acolher o X X X X X X X X
usuário
Realizar
X
cadastramento
das famílias***
Realizar avaliação X X X X X X X
Realizar consulta X
médica
Realizar consulta X
de enfermagem
Realizar consulta X
odontológica
Aplicação de X
larvicida
Realizar ações de X X X X X X X X
educação em
Saúde
Legenda:
86
Atividades para facilitar a aprendizagem
(a) Identificar as pessoas que estão bem de saúde e as que não estão, e
conhecer os principais problemas de saúde das pessoas;
(b) Conhecer as condições de moradia, de trabalho, os hábitos, as crenças, os
costumes, os valores, e descobrir o que as pessoas precisam saber para
cuidar melhor de sua saúde;
(c) Ajudar as pessoas a refletirem sobre os seus problemas de saúde e ajudá-
las a organizar suas ações para tentar resolvê-las. Identificar as famílias
87
que precisam de um acompanhamento mais próximo e mais frequente e
ensinar às pessoas medidas simples de prevenção e orientá-las a usar
corretamente os medicamentos.
(d) Todas as alternativas estão corretas.
(a) Saber quantas e quais são as pessoas que o agente comunitário de saúde vai
acompanhar, quais as suas idades, seus problemas de saúde e condições de
moradia e saneamento;
(b) Conhecer as condições de vida das famílias que vai acompanhar;
(c) Preencher várias fichas somente para o controle do número de pessoas e
arquiva-las semanalmente;
(d) As alternativas A e B estão corretas.
(a) Os mapas são importantes, pois eles permitem que se conheça melhor a
realidade das comunidades para que se possa planejar como resolver os seus
problemas de saúde com mais eficácia;
88
(b) No mapa temos informações sobre o território ocupado pela comunidade,
sendo que esta realidade não pode ser transformada;
(c) O mapa do agente comunitário de saúde não ajuda no diagnóstico de saúde
da comunidade;
(d) Todas as alternativas estão corretas;
a) I e II, somente.
b) IV, somente.
c) III, somente.
d) II e III, somente.
89
9) Ao verificar situações de maus tratos em uma criança da comunidade, agentes
comunitários de saúde devem:
10) A senhora A.M.A. relatou ao agente comunitário de saúde que realizava visita
em seu domicílio que sua filha (20 dias de vida) apresenta cólicas. São
orientações que podem ser feitas neste caso, exceto:
a) Leptospirose;
b) Febre amarela;
c) Raiva;
d) Esquistossomose;
90
13) Em sua Visita Domiciliar, o Agente Comunitário de Saúde verifica a carteira de
vacinação de um recém nascido, esta carteira deve conter as seguintes vacinas:
a) BCG e Hepatite B;
b) Pólio e BCG;
c) Pólio e Pneumocócica 10;
d) Triviral e BCG.
a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) Todas estão erradas.
d) Todas estão corretas.
15) Para promoção de saúde, em hipertensão, quais dos itens abaixo, você
mencionaria como sendo fator de risco para essa doença:
I – Idade.
II – Cor do cabelo.
III – Raça.
IV – História familiar.
V- Bairro em que mora.
Estão CORRETOS:
a) I, II e IV, apenas.
b) I, III e IV, apenas.
c) II, III, IV e V, apenas.
d) II, IV e V, apenas.
91
16) Na saúde da criança, um fator muito importante são as vacinas em dia. Um
morador interessado nesse assunto lhe questiona sobre qual é a função da vacina
BCG em um recém-nascido. Você, então CORRETAMENTE afirma:
17) Ainda muito interessado, o morador questiona sobre quais doenças a vacina
da tríplice viral (SRC) protege uma criança. Você então responde
CORRETAMENTE:
92
UNIDADE VI
6.1 - Ficha A
1 2 3 4 5
6 7
8 9 10 11 12 13
93
3- Deve-se escrever o endereço da família
8- Deve ser escrito o código do município. Esse número consta no site do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
12- Nesse espaço deve ser escrito o número da família. Exemplo: 001, 002,
003.....010....013...020 até 099, depois 100...110.....até a última família.
94
2
1
5
4
95
3- O número 3 se refere à forma de abastecimento de água no domicílio, se é
pela rede geral, de poço ou nascente, ou se é de outra forma. Assinale na
frente a forma de abastecimento.
1 2
7
4
6 5
8
96
1- É para que seja informado se alguém da família possui plano de saúde,
coloque sim ou não.
8- E por fim, vem o espaço para que seja descrita observações que
considerem importantes a respeito da saúde daquela família.
97
6.2 - Cadastramento e acompanhamento da Ficha B
3
2 4 5
1 6
98
1- Aquí é necessário colocar o identificador do município, coloque um número
em cada quadrinho. Obs.: esse número poderá ser fornecido a você pelos
enfermeiros ou pela própria instituição.
99
4 5 6
1 2 3
100
faz a aferição da pressão arterial e a data da última consulta, todos esses itens
estão descritos com o quadrinho na frente, uns para que você assinale com um X
e outros para que você preencha com as informações corretas, veja o modelo.
3 5 6
1 2 4
101
1- Aqui é necessário colocar o identificador do município, coloque um número
em cada quadrinho. Obs.: esse número poderá ser fornecido a você pelos
enfermeiros ou pela própria instituição.
É válido ressaltar que sempre que se cadastrar um novo caso, seja de gestante,
hipertenso, diabético, seja de pacientes com tuberculose ou hanseníase, o Agente
Comunitário de Saúde deve levar o caso para que seja discutido com o
enfermeiro instrutor/supervisor, sempre solicitando auxílio para o preenchimento e
acompanhamento dos casos.
102
6.3 - Orientações para preenchimento da Ficha C – cópia das informações
pertinentes da Caderneta da Criança
103
4 5 6 7 8
3
1 2
104
A ficha é única para todos os profissionais, portanto, no verso da ficha (quadro
abaixo) o Agente Comunitário de Saúde irá anotar apenas o que for especifico do
seu trabalho.
As reuniões quer dizer que você irá registrar o número de reuniões realizadas por
você, que contaram com a participação de 10 ou mais pessoas, com uma duração
mínima de 30 minutos. Tendo o objetivo de obter informações, discutir estratégias
de superação de problemas de saúde ou com a finalidade de contribuir para a
organização comunitária.
Onde se encontra Visita domiciliar quer dizer que o ACS irá registrar todas as
visitas domiciliares que foram realizadas, por qualquer que seja a finalidade.
105
1
< 2a – Menores de dois anos que tiveram diarreia e usaram terapia de reidratação
oral (TRO) – registrar o número de crianças com idade de até 23 meses e 29 dias
que tiveram diarreia nos 15 dias anteriores à visita domiciliar e usaram solução de
reidratação oral (soro caseiro ou soro de reidratação oral – SRO – distribuído pela
Unidade de Saúde ou comprados na farmácia). Não anotar as crianças que
utilizaram somente chás, sucos ou outros líquidos.
< 2a – Menores de dois anos que tiveram infecção respiratória aguda – registrar o
número de crianças com idade até 23 meses e 29 dias que tiveram infecção
respiratória aguda nos 15 dias anteriores à visita domiciliar.
106
No quadro a seguir, o ACS deve anotar as Hospitalizações, deverá preencher
esse quadro toda vez que tomar conhecimento de qualquer caso de
hospitalização de pessoas da comunidade onde atua, no mês de referência ou no
mês anterior.
3 4 5
2 6 7
1- A data da hospitalização.
2- O nome do paciente.
4- O sexo do paciente.
107
Seguindo como base a ficha anterior, o quadro a seguir refere-se à ficha de
Óbitos, onde o ACS deve anotar todo óbito ocorrido no mês de referência e no
anterior em sua área de atuação.
4
3 5 6
2
1
1- A data do óbito.
4- O sexo do paciente.
108
Atividade para facilitar a aprendizagem
1) Sabe-se que um instrumento muito importante utilizado pelo ACS para compor
o Sistema de Informações de Atenção Básica são as fichas de cadastramentos,
assinale a alternativa correta.
3) O ACS, por meio de uma ficha de cadastro específica, colhe uma série de
informações que tornam possível a identificação da realidade na qual as famílias
estão inseridas. O reconhecimento dessas realidades subsidia o planejamento
das ações, priorizando necessidades e adequando recursos. A mesma identifica
situações como saúde, moradia, saneamento e nível socioeconômico dessas
famílias. Essas informações correspondem a:
a) Ficha GES;
b) Ficha B – HÁ;
c) Ficha C;
d) Ficha B;
e) Ficha A.
109
UNIDADE VII
7.1 A família
110
A Estratégia Saúde da Família tem a incumbência de cuidar dos indivíduos e das
famílias ao longo do tempo, ou seja, saúde para toda a vida. Para efetivar as
ações de promoção da saúde foi definido que em todo o território nacional deveria
ser dada atenção especial a:
Eliminação da hanseníase
Controle da tuberculose
Eliminação da desnutrição
infantil
Saúde bucal
Promoção da saúde
111
devem receber atendimento de forma integral. A seguir os principais ciclos de
vida:
Para eficácia do PTN é necessário que a cada ano seja aumentado o número de
triagens realizadas para que se possa identificar os indivíduos afetados. O teste
do pezinho, por exemplo, é de responsabilidade da família e deve ser realizado
pelo recém-nascido – RN até o 5º dia de vida, desta forma é necessário a
conscientização social para que ocorra a eficácia da política, cabe ao ACS
sensibilizar a população da importância desses testes para a melhor qualidade de
vida das crianças/futuros adultos.
112
7.1.1.1.2. Teste do pezinho
Diversas doenças podem ser detectadas através do teste do pezinho, entre elas,
Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme e
outras Hemoglobinopatias, e a Deficiência da Biotinidase. Estas são doenças
congênitas, de herança genética, que, se diagnosticadas e tratadas
precocemente, possibilitam o desenvolvimento normal das crianças afetadas. É
um teste gratuito e obrigatório que deve ser realizado no momento da alta
hospitalar. Sendo um direito garantido através da Portaria 822/2001, todo recém-
nascido tem o direito ao exame e os casos com diagnóstico positivo tem o direito
ao tratamento. Com essa ação de fácil acesso, é possível desonerar o estado
através da redução dos gastos, que podem ocorrer por toda a vida, pois o teste
previne a deficiência intelectual e a evolução de outras doenças graves no bebê, o
que evita também problemas sociais, econômicos e emocionais para a família e,
para a comunidade
( http://www.fepe.org.br/cepe.html).
http://www.fepe.org.br/cepe.html
113
7.1.1.1.3 Teste da Orelhinha
http://www.fepe.org.br/cepe.html
114
7.1.1.1.4 Teste do olhinho
Fonte:
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.coneoftalmo.
com.br
Você ACS precisa ter todas essas informações para orientar as futuras mães a
importância de realizar todos os exames necessários para prevenir as doenças e
promover a saúde dos seus filhos.
115
7.1.1.2. Acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança
116
Atenção: acesse a caderneta no site:
< http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/caderneta_saude_da_crianca.pdf >
117
(1) Hepatite B: a 1ª dose deve ser administrada na maternidade nas primeiras 12 horas de vida do
recém-nascido, ou no primeiro contato com a unidade de saúde. São 3 doses, com intervalos de
30 dias da 1ª dose para a 2ª dose e 6 meses da 1ª dose para a 3ª dose.
(2) Vacina tetravalente: 3 doses - aos 2, 4 e 6 meses de idade - e dois reforços com a Tríplice
Bacteriana (DTP). Primeiro reforço aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos de idade.
(3) VORH: em situações especiais, pode ser dada a partir de 1 mês e 15 dias e até 6 semanas de
vida. Em geral, a 1ª dose é recomendada aos 2 meses para uso simultâneo com as demais
vacinas da idade e reduzir a ida aos postos de vacinação.
(4) VORH: a 2ª dose pode ser administrada a partir de 3 meses e 7 dias e até 24 semanas de
vida, mas recomenda-se faze-lo aos 4 meses para uso simultâneo com outras vacinas da idade e
reduzir a ida aos postos de vacinação. O intervalo mínimo entre a 1ª e a 2ª dose deve ser de 4
semanas.
(5) Febre amarela: indicada a partir dos 09 meses de idade, para pessoas que residem ou que irão
viajar para as áreas de risco (estados: AC, AM, AP, PA, RO, RR, TO, MT, MS, GO, DF, MA, MG e
118
alguns municípios dos estados: PI, BA, SP, PR, SC e RS). Recomenda-se vacinar 10 dias antes
da viagem e reforço a cada 10 anos. O ES, deixou de ser área de risco potencial de acordo com
as novas recomendações do MS/2008/2009 por não apresentar evidência de circulação do vírus
por 5 anos.
119
Para direcionar o desenvolvimento pleno das crianças, adolescentes e jovens foi
criado o Programa Saúde na Escola (PSE), do Ministério da Saúde e do Ministério
da Educação instituído em 2007 pelo Decreto Presidencial nº 6.286.
120
escolar o enfrentamento das vulnerabilidades que afetam o desenvolvimento
pleno de crianças, adolescentes e jovens brasileiros (MS, 2007).
121
Os principais problemas que atingem os homens nessa faixa etária são: disfunção
erétil, mais conhecida como impotência sexual, que por vezes pode estar
relacionada a problemas psicológicos como ansiedade, depressão e culpa ou
pode ser de origem orgânica, como hipertensão, diabetes, alterações hormonais
ou uso de drogas (álcool, fumo, antidepressivos, maconha, heroína, cocaína,
entre outros).
O câncer de pênis é outra doença que pode atingir o homem, porém é uma
doença rara, podendo atingi-los a partir dos 50 anos, o que não quer dizer que
não possa ocorre em indivíduos mais jovens. Está mais ligada às condições de
higiene intima e as condições socioeconômicas e instrucionais.
122
Fonte: <http://www.politicasenegocios.com.br/noticias/Monte_Horebe/dia-da-saude-da-
mulher-em-monte-horebe-a5191.html>
Consta ainda nessa Lei no Art. 3° que o planejamento familiar faz parte do
conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, oferecendo
atendimento global e integral à saúde, sendo de responsabilidade do Sistema
123
Único de Saúde a garantia desse serviço em toda a rede de serviços através de
programa de atenção integral à saúde, em todos os seus ciclos vitais, que inclua,
como atividades básicas:
Para reduzir as doenças que atingem o sexo feminino diversos livros e cartilhas
são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde para informar as mulheres e
profissionais da saúde sobre a melhor forma de prevenir as doenças e promover a
saúde, entre eles:
124
Atenção, neste site encontrará os livros e cartilhas citados e outros que poderão
contribuir para que conheça mais sobre os programas direcionados à saúde da
mulher.
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=25185&janela=1
Todas as mulheres que tem ou já teve atividade sexual deve fazer o exame de
prevenção, principalmente encontrando-se na faixa etária dos 25 a 64 anos. O
exame deve ser feito uma vez por ano, se em dois exames consecutivos o
resultado for normal pode ser realizado de três em três anos daí por diante. As
mulheres grávidas também devem realizar o exame, sem prejuízo algum.
125
com saúde. Para que isso ocorra, é preciso que essa faixa etária da população
receba atenção especial, pensando nisso o Ministério da Saúde tem investido em
programas de atenção integral ao idoso. O NAISI - Núcleo de Atenção Integral à
Saúde do Idoso, foi implementado em 1992 dando ênfase à promoção da saúde,
reabilitação, prevenção e tratamento de agravos à saúde desta faixa populacional.
O objetivo do Programa é:
Desenvolvimento de ações de promoção de saúde para a população
idosa;
Promover campanha de vacinação direcionada aos idosos;
Incentivar a integração com as demais faixas etárias;
Inserir os idosos nos diversos programas: PAISA (programa do
adulto), PECD (programa de diabetes), hipertensão arterial,
NAISM ( Mulher), automassagem e terapias corporais e o
Programa de Prevenção de Osteoporose.
O ACS deve atentar para algumas ações que poderão promover a saúde do
idoso, portanto, observe a sua caderneta, veja se as vacinas estão em dia,
promova hábitos saudáveis, oriente-os quanto ao ambiente seguro e a prevenção
de quedas, ensine-os a usar corretamente os medicamentos e a cuidar da saúde
bucal e, procure meios de inseri-los na política de Assistência Social.
5.2.1 Hanseníase
5.2.2 Tuberculose
5.2.3 Diabetes Mellitus
5.2.4 Hipertensão arterial
7.2.1 Hanseníase
126
capacidade de infectar grande número de pessoas, porém é baixa a quantidade
de pessoas que adoecem, pois necessitam ter baixa imunidade para
desenvolverem a doença. O contato direto e prolongado com o doente em
ambiente fechado, com pouca ventilação e pouca luz solar, aumenta as chances
de a pessoa se infectar com o bacilo da hanseníase, que é transmitida através do
ar, por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos pelo doente ao tossir,
espirrar ou falar. Ao inalar essas gotículas, o indivíduo sadio pode ser infectado e
vir a desenvolver a doença, ou seja, nem todos os infectados desenvolvem a
hanseníase, que está condicionada à baixa imunidade da pessoa. É uma doença
de notificação compulsória e investigação obrigatória. A doença afeta
predominantemente a pele, com a revelação de manchas que alteram a
sensibilidade do doente, atinge ainda os nervos periféricos e membranas
mucosas (BRASIL, 2010).
7.2.2 Tuberculose
127
pessoa com baciloscopia positiva tem a capacidade de infectar em média de 10 a
15 pessoas no decorrer de um ano (BRASIL, 2002).
A transmissão da doença é por via aérea, na maioria dos casos. Ocorre através
da inalação de gotículas contendo os bacilos expelidos pelo doente com
tuberculose ativa de vias respiratórias (pulmonar ou laríngea) ao tossir, espirrar ou
falar. Os doentes bacilíferos são a principal fonte de transmissão da doença. Já os
doentes de tuberculose pulmonar com baciloscopia negativa, mesmo
apresentando positividade na cultura, podem também ser transmissores da
enfermidade, entretanto não é tão arriscada a transmissão quanto no primeiro
caso. Já as formas de tuberculose exclusivamente extrapulmonar não transmitem
a doença. Como a tuberculose é transmitida enquanto o doente estiver eliminando
bacilos, a partir do momento que der início ao tratamento, gradativamente vai
perdendo a capacidade de transmissão, o que pode ocorrer em poucos dias. Na
verdade, nem todos os infectados desenvolvem a moléstia, que está condicionada
à baixa imunidade da pessoa. Sendo assim, indivíduos infectados com o vírus da
imunodeficiência humana - HIV, ou acometidos por outras doenças
imunodepressoras, desnutrição, diabetes, silicose, usuários de drogas, entre
outros, são mais suscetíveis à doença. Os principais sintomas de tuberculose
pulmonar são: tosse persistente, febre vespertina, suores noturnos, falta de
apetite, perda de peso, fraqueza, dor no tórax e escarro com sangue (BRASIL,
2010).
128
transmissão da enfermidade. É válido lembrar que é fundamental a busca efetiva
dos Sintomáticos Respiratórios - SR para evitar a disseminação da doença, sendo
papel da saúde pública a investigação e identificação de indivíduos com tosse
igual ou superior a três semanas. Ressalta-se que estudos apontam que a
definição de três semanas pode ser considerada ideal dependendo do país e até
mesmo da população a ser investigada. Por exemplo, quanto à chamada
população de risco, ou seja, prisioneiros, moradores de rua, imunodeprimidos,
entre outros, deve ser reduzido o tempo de três para duas semanas de tosse para
serem considerados Sintomáticos Respiratórios - SR.. Essa busca é
extremamente importante e deve ser priorizada, pois são altas as porcentagens
dos casos de tuberculose da forma pulmonar que chegam a 90% dos casos
detectados e, destes, 60% são bacilíferos (BRASIL, 2010, p. 17). É importante
que o ACS faça a busca do sintomático Respiratório – SR permanentemente.
O ACS deve ainda ficar atento também no que se refere a vacina BCG pois atribui
poder protetor às formas graves da doença. No Brasil, a vacina BCG é indicada
prioritariamente para as crianças de 0 a 4 anos de idade, sendo obrigatória para
menores de um ano.
São dois os tipos de diabetes mais frequentes, o tipo 1 que atinge cerca de 10%
dos casos e o tipo 2 que atinge 90% dos casos.
O tipo 1 é mais complexo, pois necessita do uso diário de insulina para controlar o
nível de glicemia no organismo. Pode ocorrer de forma progressiva rápida ou
lenta, a primeira acomete principalmente crianças e adolescentes e a segunda,
geralmente adultos. Já o tipo 2 ocorre na maioria das vezes após os 40 anos,
sendo controlada quase sempre com dietas, atividades físicas e ou medicamento
oral.
129
O ACS deve sensibilizar os moradores do território sob sua atuação a importância
da prevenção para a redução dos casos novos de diabetes na comunidade.
Diversos fatores podem contribuir para essa redução, como por exemplo, manter
o peso ideal, alimentação adequada, fazer atividade física regularmente, realizar
exames de laboratório periodicamente quando fizer parte de família com histórico
de casos da doença.
131
Referências
132
________ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Guia prático do agente comunitário de saúde / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 260 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais
Técnicos).
________ Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde. Glossário temático: gestão do trabalho e da
educação na saúde / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Secretaria de
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. – Brasília : Editora do Ministério da
Saúde, 2009.
133
de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da Saúde. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2002.
134
(Especialização em Saúde Pública) Departamento de Saúde Coletiva do CpqAM /
FIOCRUZ / MS. Recife, 2006.
135
Mendes, Eugênio Vilaça. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à
saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. / Eugênio
Vilaça Mendes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
SILVA, Marcus Vinícius Caetano Pestana da; MENDES, Eugênio Vilaça. Pacto
de gestão: da municipalização autárquica à regionalização cooperativa. Belo
Horizonte: Minas Gerais, Secretaria de Estado de Saúde, 2004.
SOUZA, Maria Adélia Aparecida de. Uso do território e saúde: refletindo sobre
municípios saudáveis. Conferência proferida durante a reunião de Secretários de
Saúde da Rede Municípios Saudáveis. Pedreira, 21 de agosto de 2003.
136
Sites Consultados
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<http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_8.pdf>
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf>
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>
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<http://dab.saude.gov.br/portaldab/pse.php>
<http://www.youtube.com/watch?v=9fNLZp4r_40&list=PL9E509996961ABADD&in
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<http://www.fepe.org.br/cepe.html>
<http://www.google.com.br/imgres?imgurl=&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.con
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<http://portal.saude.gov.br/portal/sgtes/visualizar_texto.cfm?idtxt=23095>
<http://portal.saude.gov.br/portal/sgtes/visualizar_texto.cfm?idtxt=23094>
137
GLOSSÁRIO DE TERMOS EM SAÚDE PÚBLICA
Agente Comunitário de Saúde (ACS): É o profissional que desenvolve ações que buscam a
integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS. O elo entre o ACS e a
população é potencializado pelo fato desse agente morar na comunidade. Tem como atribuição o
exercício de atividades de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde por meio de
visitas domiciliares e ações educativas individuais e coletivas, nos domicílios e na comunidade,
sob normatização do município e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades definidas pela
respectiva gestão e as prioridades nacionais e estaduais pactuadas. O ACS utiliza instrumentos
para diagnóstico demográfico e sociocultural das famílias adscritas em sua base geográfica
definida, a microárea. Estes instrumentos são o cadastro atualizado de todas as pessoas de sua
microárea e o registro para fins exclusivos de controle e planejamento das ações de saúde, de
nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde. A partir daí, ele é capaz de orientar as
famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis e de traduzir para as UBS a
dinâmica social da população assistida, suas necessidades, potencialidades e limites, bem como
identificar parceiros e recursos existentes que possam ser potencializados pelas equipes. O ACS
desempenha um papel-chave na ESF, estando presente tanto em comunidades rurais e periferias
urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industrializados. O ingresso desse
trabalhador no SUS dar-se-á por meio de processo seletivo público (EC nº 51) ou por concurso
público.
Atenção à saúde: É tudo que envolve o cuidado com a saúde do ser humano, incluindo ações e
serviços de promoção, prevenção, reabilitação e tratamento de doenças. No SUS, o cuidado com
a saúde está ordenado em níveis de atenção, que são a básica, a de média complexidade e a de
alta complexidade. Essa estruturação visa à melhor programação e planejamento das ações e
serviços do sistema. Não se deve, porém, considerar um desses níveis de atenção mais relevante
que outro, porque a atenção à saúde deve ser integral. Nem sempre um município necessita ter
todos os níveis de atenção à saúde instalados em seu território para garantir a integralidade do
atendimento à sua população. Particularmente no caso dos pequenos municípios, isso pode ser
feito por meio de pactos regionais que garantam às populações dessas localidades acesso a todos
os níveis de complexidade do sistema. A prioridade para todos os municípios é ter a atenção
básica operando em condições plenas e com eficácia.
Atenção Básica à Saúde: A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde,
nos âmbitos individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por
meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, na forma de
trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem
essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem
resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu território. É o contato
preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da
universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo, da continuidade, da
integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. A
Atenção Básica tem a SF como estratégia prioritária para sua organização, de acordo com os
preceitos do SUS, e tem como fundamentos: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços
de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada preferencial do
sistema de saúde, com território adscrito de forma a permitir o planejamento e a programação
descentralizada, em consonância com o princípio da equidade; efetivar a integralidade em seus
vários aspectos, a saber: integração de ações programáticas e demanda espontânea; articulação
das ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e
reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar e em equipe, e coordenação do cuidado na rede de
138
serviços; desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população
adscrita, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado; valorizar
os profissionais de saúde por meio do estímulo e do acompanhamento constante de sua formação
e capacitação; realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados,
como parte do processo de planejamento e de programação; e estimular a participação popular e
o controle social.
139
de Saúde. Sua importância no cenário político brasileiro deve-se à constatação de que cabe,
prioritariamente, ao município, a prestação de serviços de saúde, com a cooperação técnica e
financeira dos estados e da União; conclusão baseada no entendimento de que é no município
onde as necessidades de saúde da população podem ser dimensionadas de perto. Nesse sentido,
nada mais importante do que a existência de uma entidade que represente as Secretarias
Municipais de Saúde, atuando: na formulação de políticas públicas intersetoriais e de saúde; na
disputa política em espaços nacionais de pactuação federativa e de implementação compartilhada
das políticas públicas; no intercâmbio de experiências entre os municípios e com outros países, e
na propagação dos princípios da universalidade, equidade e integralidade da saúde. Na condição
de representante das 5.562 secretarias municipais de Saúde do Brasil, o Conasems participado
Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão deliberativo do SUS, e da CIT, que reúne a
representação dos três entes federados: o MS, o Conass e o Conasems. Na CIT, são definidas
diretrizes, estratégias, programas, projetos e alocação de recursos do SUS. O Conasems mantém,
ainda, os Núcleos Temáticos, espaços onde secretários municipais de saúde e assessores
reúnem-se para discutir políticas, realizar estudos e preparar informações e pareceres para
decisão dos colegiados. Os participantes dos Núcleos Temáticos têm assento nas comissões e
grupos de trabalho tripartites do SUS. Realiza o Congresso Anual Conasems, que reúne,
presencialmente, todos os secretários municipais de Saúde para discutir temas de interesse dos
gestores municipais e definir orientações para o trabalho de representação do Conasems e, a
cada dois anos, eleger a diretoria do órgão.
140
Fundo Estadual de Saúde aos municípios, de forma regular e automática, propiciando que
gestores estaduais e municipais contem com recursos previamente pactuados, no devido tempo,
para o cumprimento de sua programação de ações e serviços de saúde. As transferências
regulares e automáticas constituem a principal modalidade de transferência de recursos federais
para os estados, municípios e Distrito Federal, para financiamento das ações e serviços de saúde,
contemplando as transferências “fundo a fundo” e os pagamentos diretos a prestadores de
serviços e beneficiários cadastrados de acordo com os valores e condições estabelecidas em
portarias do MS. As transferências voluntárias são, por sua vez, entregas de recursos correntes ou
de capital a outra esfera da federação para cooperação, auxílio ou assistência financeira não
decorrente de determinação constitucional, legal, ou que se destine ao SUS.
Integralidade: É um princípio fundamental do SUS. Garante ao usuário uma atenção que abrange
as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, com garantia de acesso a todos os
níveis de complexidade do Sistema de Saúde. A integralidade também pressupõe a atenção
concentrada no indivíduo, na família e na comunidade (inserção social) e não em um recorte de
ações ou enfermidades.
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF): Os NASF reúnem profissionais de diversas áreas de
Saúde, como médicos (acupunturistas, homeopatas, ginecologistas, pediatras e psiquiatras),
profissionais de educação física, nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O objetivo dos núcleos é ampliar a abrangência
e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade por meio do apoio matricial às
ESFs. Os NASFs não se constituem em porta de entrada do sistema, e devem atuar de forma integrada
à rede de serviços de saúde, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as ESFs,
buscando instituir a plena integralidade do cuidado físico e mental aos usuários do SUS por intermédio
da qualificação e complementaridade do trabalho das ESFs.
Pacto de Gestão do SUS: É uma das três dimensões do Pacto pela Saúde, estabelece as
responsabilidades de cada ente federado do SUS, de forma clara e inequívoca, diminuindo
competências concorrentes e estabelecendo diretrizes em aspectos como descentralização,
regionalização, financiamento, planejamento, Programação Pactuada e Integrada (PPI), regulação,
participação social e gestão do trabalho e da educação na Saúde. Extingue as antigas formas de
habilitação estabelecidas pela NOB/SUS nº 96 e na NOAS/SUS nº 01/02, substituídas pela
assinatura do Termo de Compromisso de Gestão.
141
operacionais do Pacto pela Saúde em fevereiro de 2006, avançou-se na unificação dos processos
de pactuação de indicadores no âmbito do MS, sendo que, a partir de 2007, os indicadores da
Atenção Básica passaram a compor o conjunto de indicadores deste Pacto.
Pacto pela Saúde: O Pacto pela Saúde reúne um conjunto de reformas institucionais pactuadas
entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) e tem o objetivo de promover
inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando a alcançar maior eficiência e
qualidade das respostas do SUS. O Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada
gestor em função das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social. A
adesão se dá pela construção do Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que substitui os
processos de habilitação das várias formas de gestão anteriormente vigentes e estabelece metas
e compromissos para cada ente da federação. O Pacto pela Saúde engloba o Pacto pela Vida, O
Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão. O documento de diretrizes operacionais foi
pactuado na reunião da CIT do dia 26 de janeiro de 2006, aprovado na reunião do CNS do dia 9
de fevereiro de 2006, formalizado pela Portaria GM/MS nº 399/06 e regulamentado pela Portaria
GM/MS nº 699/06.
Saúde da criança: A organização da atenção à saúde dirigida a esse segmento (que compreende
crianças do nascimento ao décimo ano de vida) inclui o desenvolvimento de ações que atendem
às necessidades específicas desse público.
142
Saúde da Mulher: As políticas do SUS voltadas à saúde da mulher têm por finalidade a
responsabilização do sistema pela promoção da qualidade de vida da população feminina,
estimulando esse segmento a ampliar seus conhecimentos sobre seus direitos, na área da Saúde,
e conhecimentos sobre sexualidade e cuidados com o corpo. Desenvolvida sob a coordenação da
Área Técnica de Saúde da Mulher do MS, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher contempla ações de promoção da saúde, prevenção e tratamento dos principais agravos e
problemas de saúde que afetam as mulheres, como o câncer de colo do útero, câncer de mama,
gravidez de alto risco, violência contra a mulher, dentre outros. Em 2004, o MS lançou o Pacto
Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, cuja meta principal é reduzir em pelo
menos 15% os índices de mortes de mulheres e de bebês com até 28 dias de vida, até o final de
2007. O MS tem uma série de ações na área da Saúde da Mulher, em parceria com outros
departamentos e áreas técnicas, para realização de projetos especiais como Saúde da População
Indígena (Funasa), DST/Aids, Saúde da Mulher Trabalhadora (SGTES e Área Técnica de Saúde
do Trabalhador). Possui como Saúde da Mulher Negra (Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR) e Violência contra a Mulher (Secretaria Especial de
Políticas para Mulheres e Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Saúde da população idosa: Política que objetiva, no âmbito do SUS, garantir atenção integral à
saúde da população idosa, enfatizando o envelhecimento familiar, saudável e ativo e fortalecendo
o protagonismo dos idosos no Brasil (Portaria nº 1.395/99). São diretrizes importantes para a
atenção integral à saúde do idoso: 1) promoção do envelhecimento saudável; 2) manutenção e
reabilitação da capacidade funcional; 3) apoio ao desenvolvimento de cuidados informais. O
envelhecimento saudável compreende ações que promovem modos de viver favoráveis à saúde e
à qualidade de vida, orientados pelo desenvolvimento de hábitos como: alimentação adequada e
balanceada, prática regular de exercícios físicos, convivência social estimulante, busca de
atividades prazerosas e/ou que atenuem o estresse, redução dos danos decorrentes do consumo
de álcool e tabaco e diminuição significativa da automedicação. Promover o envelhecimento
saudável significa, entre outros fatores, valorizar a autonomia e preservar a independência física e
psíquica da população idosa, prevenindo a perda de capacidade funcional ou reduzindo os efeitos
negativos de eventos que a ocasionem. Além disso, garantir acesso aos instrumentos diagnósticos
adequados, medicação e reabilitação funcional. É importante qualificar os serviços de saúde para
trabalhar com aspectos específicos da saúde da pessoa idosa (como a identificação de situações
de vulnerabilidade social, a realização de diagnóstico precoce de processos demenciais, a
avaliação da capacidade funcional, etc.). O sistema formal de atenção à saúde precisa atuar como
parceiro da rede de suporte social do idoso (sistema de apoio informal), auxiliando na otimização
do suporte familiar e comunitário e fortalecendo a formação de vínculos de corresponsabilidade.
Cabe, portanto, à gestão municipal da saúde desenvolver ações que objetivem a construção de
uma atenção integral à saúde dos idosos em seu território. No âmbito municipal, é fundamental
organizar as equipes de SF e a atenção básica, incluindo a população idosa em suas ações (por
exemplo: atividades de grupo, promoção da saúde, hipertensão arterial e diabetes mellitus,
sexualidade, DST/Aids). Seus profissionais devem estar sensibilizados e capacitados a identificar
e atender às necessidades de saúde dessa população.
Unidades da atenção básica: Compõem a estrutura física básica de atendimento aos usuários do
SUS. Devem ser prioridade na gestão do sistema, porque, quando funcionam adequadamente, a
comunidade consegue resolver, com qualidade, a maioria dos seus problemas de saúde. A prática
comprova que a atenção básica deve ser sempre prioritária, pois possibilita uma melhor
organização e funcionamento também dos serviços de média e alta complexidade. Estando bem
estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos-socorros e hospitais, o consumo abusivo de
medicamentos e o uso indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque os
problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas UBS, deixando os ambulatórios de
especialidades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que resulta em maior satisfação
dos usuários e utilização mais racional dos recursos existentes. As UBS podem variar em sua
formatação, adequando-se às necessidades de cada região. Podem ser: 1) unidade de Saúde da
Família: unidade pública específica para prestação de assistência em atenção contínua
programada nas especialidades básicas e com equipe multidisciplinar para desenvolver as
atividades que atendam às diretrizes da Estratégia Saúde da Família do MS. Quando a equipe
funcionar em unidade não específica, deverá ser informado o serviço/classificação; 2) posto de
saúde: unidade destinada à prestação de assistência a uma determinada população, de forma
143
programada ou não, por profissional de nível médio, com a presença intermitente ou não do
profissional médico; 3) centro de saúde/unidade básica de saúde: unidade para realização de
atendimentos de atenção básica e integral a uma população, de forma programada ou não, nas
especialidades básicas, podendo oferecer assistência odontológica e de outros profissionais de
nível superior. A assistência deve ser permanente e prestada por médico generalista ou
especialistas nessas áreas. Pode ou não oferecer Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia
(SADT) realizados por unidades vinculadas ao SUS e pronto atendimento 24 horas; 4) unidade
móvel fluvial: barco/navio, equipado como unidade de saúde, contendo, no mínimo, um consultório
médico e uma sala de curativos, podendo ter consultório odontológico; 5) unidade terrestre móvel
para atendimento médico/odontológico: veículo automotor equipado, especificamente, para
prestação de atendimento ao paciente; 6) unidade mista: unidade de saúde básica destinada à
prestação de atendimento em atenção básica e integral à saúde, de forma programada ou não,
nas especialidades básicas, podendo oferecer assistência odontológica e de outros profissionais,
com unidade de internação, sob administração única. A assistência médica deve ser permanente e
prestada por médico especialista ou generalista; 7) ambulatórios de unidade hospitalar geral: o
município deve garantir em seu orçamento recursos para a construção, ampliação e reforma das
suas unidades. O MS destina, anualmente, via convênios (Fundo Nacional de Saúde), recursos
que podem ser utilizados para esse fim.
144