Diretrizes Atencao Reabilitacao Pessoa Traumatisco Cranioencefalico
Diretrizes Atencao Reabilitacao Pessoa Traumatisco Cranioencefalico
Diretrizes Atencao Reabilitacao Pessoa Traumatisco Cranioencefalico
9 788533 420885
Deficiência
Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Ministério da Governo
Diretrizes de Atenção
Saúde Federal à Reabilitação da Pessoa com
Traumatismo Cranioencefálico
Brasília – DF
1 2015
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas
Diretrizes de Atenção
à Reabilitação da Pessoa com
Traumatismo Cranioencefálico
Brasília – DF
2015
2015 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição –
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BY SA do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do
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Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com traumatismo cranioencefálico / Ministério da Saúde. Secretaria de
Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.
132 p. : il.
ISBN 978-85-334-2088-5
CDU 616-001
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – 2015/0008
1 OBJETIVO............................................................................................................. 5
2 METODOLOGIA DE BUSCA E AVALIAÇÃO DA LITERATURA..................... 7
3 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 9
4 CARACTERIZAÇÃO DO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO............. 13
4.1 Definição ...................................................................................................... 13
4.2 Etiologia ....................................................................................................... 13
4.3 Fisiopatologia............................................................................................... 14
4.4 Caracterização clínica das lesões no TCE ................................................... 15
4.4.1 Lesões dos envoltórios cranianos.................................................................15
4.4.2 Lesões focais....................................................................................................16
4.4.3 Lesões difusas..................................................................................................23
4.5 Classificação do TCE................................................................................... 25
4.6 Principais sequelas do TCE......................................................................... 27
4.6.1 Aspectos físicos .............................................................................................28
4.6.2 Aspectos cognitivos, linguísticos e comportamentais...............................32
5 PRESSUPOSTOS BÁSICOS DO CUIDADO E O PROCESSO
DE REABILITAÇÃO .......................................................................................... 41
5.1 O cuidado e o processo de reabilitação....................................................... 41
5.1.1 Abordagem biopsicossocial e funcionalidade............................................43
5.1.2 Interdisciplinaridade.....................................................................................43
5.1.3 Participação da família .................................................................................45
5.1.4 Avaliação e elaboração de um programa de reabilitação..........................45
5.1.5 Contextualização do programa de reabilitação .........................................46
5.1.6 Intervenção centrada na pessoa...................................................................47
5.1.7 Integração na comunidade com qualidade de vida ..................................47
5.2 Capacitação do cuidador e empoderamento familiar................................ 48
5.3 Redes de Atenção à Saúde ........................................................................... 51
5.3.1 Atenção Básica................................................................................................53
5.3.2 Atenção Domiciliar .......................................................................................54
5.3.3 Atenção às Urgências e Emergências..........................................................55
5.3.4 Atenção Hospitalar........................................................................................56
6 O CUIDADO E O PROCESSO DE REABILITAÇÃO DA PESSOA COM TCE:
ORIENTAÇÕES PRÁTICAS............................................................................... 59
6.1 Foco na manutenção da vida e minimização de sequelas........................... 59
6.1.1 Atendimento na fase aguda do TCE............................................................60
6.2 Foco na prevenção de complicações, redução de sequelas
e reabilitação............................................................................................... 69
6.2.1 Reabilitação física........................................................................................71
6.2.2 Abordagem de espasticidade......................................................................72
6.2.3 Tratamento da dor.......................................................................................73
6.2.4 Intervenção respiratória..............................................................................73
6.2.5 Mudanças de decúbito................................................................................77
6.2.6 Prevenção e tratamento das úlceras de pressão.......................................78
6.2.7 Reeducação vesical .....................................................................................79
6.2.8 Reeducação intestinal..................................................................................82
6.2.9 Nutrição e alimentação...............................................................................85
6.2.10 Atenção à higiene oral.................................................................................90
6.2.11 Reabilitação neurocognitiva e comportamental......................................90
6.2.12 Reabilitação da função comunicativa.......................................................95
6.3 Foco na integração na comunidade e prevenção de novas sequelas....................98
6.3.1 Tecnologia assistiva........................................................................................99
6.3.2 Acessibilidade...............................................................................................100
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 103
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 105
1 OBJETIVO
5
2 METODOLOGIA DE BUSCA E
AVALIAÇÃO DA LITERATURA
7
3 INTRODUÇÃO
9
57 mil óbitos decorrentes de TCE (ANDRADE et al., 1996). No
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo, em análise realizada sobre um período de oito meses,
foram atendidas 6.125 vítimas de TCE: 1.054 necessitaram de
hospitalização, 320 de intervenções neurocirúrgicas e 89 faleceram
(ANDRADE et al., 1996). Em 2001, na cidade de Salvador/BA, no
setor de emergência de um hospital público de referência daquela
capital, foram atendidas 11.028 vítimas de TCE. Destas, 555 (5%)
necessitaram de internação hospitalar, sendo que 127 evoluíram
para óbito (MELO; SILVA; MOREIRA, 2004). Segundo o DATASUS
(www.datasus.gov.br), entre janeiro de 2005 e setembro de 2006,
48.872 pessoas foram internadas por TCE, sendo que destas, 21.541
eram da Região Metropolitana de São Paulo. Nesse período, a taxa
de mortalidade verificada para estes casos foi de 9,63% (BROCK;
CERQUEIRA DIAS, 2008). O grupo de eventos cuja ocorrência foi
notificada dentro do Grupo “Causas Externas” representa a terceira
causa mais frequente de morte, configurando-se como inquestionável
desafio aos gestores de políticas públicas, especialmente aos dirigentes
e profissionais do setor Saúde, principalmente considerando que
atinge preponderantemente a camada jovem e produtiva da sociedade
(MASCARENHAS et al., 2010). De acordo com o DATASUS TabWin
(www.datasus.gov.br), no Brasil, em 2011, foram realizadas 547.468
internações devido a causas externas variadas e destas resultaram
12.800 óbitos representando 2,34% da taxa de mortalidade no ano
(Tabela 1).
10
Tabela 1 – Registros de ocorrências no SUS por causas externas
Taxa de
Ano 2011 Internações Óbitos
Mortalidade
Pedestre 37.577 1.739 4,63 %
Ciclista 9.291 203 2,18 %
Motociclista 77.171 1.766 2,29 %
Ocupantes de triciclo motorizado 423 16 3,78 %
Ocupantes de automóvel 17.053 1.812 23,79 %
Acidentes de transporte aquático 1.242 36 2,90 %
Acidentes de transporte aéreo 110 2 1,82 %
Quedas 373.354 7.226 1,94 %
Total 515.211 12.800 2,34 %
Fonte: DATASUS, Tabwin.
11
3. fase intensiva: do CTI/UTI até a alta hospitalar
(diagnóstico/tratamento);
4. fase de recuperação: educação e treinamento (avaliação de
habilidades e alterações, programa de reabilitação);
5. fase ambulatorial: estabelecimento de uma nova vida;
ajustamento pessoal (habilidades, alterações, personalidade etc.),
ajustamento social (família, amigos, trabalho, relacionamentos
etc.) e qualidade de vida (produtividade, realização pessoal,
emprego etc.).
12
4 CARACTERIZAÇÃO
DO TRAUMATISMO
CRANIOENCEFÁLICO
4.1 Definição
O TCE é qualquer lesão decorrente de um trauma externo,
que tenha como consequência alterações anatômicas do crânio,
como fratura ou laceração do couro cabeludo, bem como o
comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou seus vasos,
resultando em alterações cerebrais, momentâneas ou permanentes,
de natureza cognitiva ou funcional (MENON et al., 2010).
4.2 Etiologia
As causas de TCE estão relacionadas dentro do grupo de
patologias ocorridas por causas externas (MASCARENHAS et al.,
2010), sendo as principais:
13
Outras causas que também contribuem para o TCE são os
acidentes ocorridos durante os esportes e a recreação (ADEKOYA;
MAJUMDER, 2004).
4.3 Fisiopatologia
Múltiplos são os fatores que determinam as lesões causadas
pelo TCE. Há mecanismos que começam a agir tão logo o TCE
ocorre, bem como outros que vão se estender por dias, semanas ou
meses após o evento. Há ainda fatores sistêmicos que podem agravar
o quadro neurológico, levando a um pior prognóstico. Assim,
pode-se dividir as lesões cerebrais em primárias e secundárias
(GOODMAN, 1999).
14
diferentes tipos de lesões, com disfunções que podem ou não ser
temporárias (MENDELOW et al., 1983).
15
Figura 1 – TC de crânio evidencia fratura temporal à direita
16
Podem ocorrer no local do golpe (no local do impacto), com ou
sem fratura associada, ou no contragolpe (diametricamente oposto ao
local do golpe).
17
B) Hematoma Extradural Agudo (Heda):
−− Coleção de sangue entre a dura-máter e a tábua óssea.
Representa 2% das internações, afetando a proporção de 4
homens para 1 mulher.
−− Raro antes dos 2 anos e após os 50 anos.
−− Secundários a fraturas que levam a sangramentos arteriais.
O sangue extravasado vai “descolando” estruturas e
encontrando espaços, espalhando-se com rapidez.
−− 70% das vezes é hemisférico.
−− Apresentação clássica do caso: rápida perda de consciência,
seguida por intervalo lúcido de minutos a horas, voltando
a haver nova deterioração do nível de consciência,
obnubilação, hemiparesia contralateral ao trauma,
dilatação pupilar ipsilateral (decorrente da herniação
uncal ipsilateral). Nota-se que esta dilatação pupilar
pode, às vezes, ser contralateral ao hematoma extradural
constituindo o fenômeno de Kernohan.
−− Constitui-se em uma emergência neurocirúrgica.
−− Imagem na TC crânio: 84% das vezes aparece como uma
lente biconvexa de alta densidade (branca) adjacente ao
crânio (Figura 4).
18
Figura 3 – Fratura temporal direita
19
Figura 4 – Hematoma extradural temporal à direita
20
pode ser também inter-hemisférico ou na fossa posterior
(Figura 6).
−− Como há várias lesões coexistentes, o prognóstico é ruim,
mesmo após a descompressão cirúrgica.
D) Hematoma Subdural Crônico (HSDC):
−− A grande maioria dos portadores de HSDC é de idosos (31%
entre 60 e 70 anos) e homens (3 por 1).
−− Causa mais frequente é o trauma de crânio por queda, sendo
que 50% desses pacientes têm antecedentes de alcoolismo
crônico.
−− Quadro clínico: sintomas e sinais neurológicos diversos,
muitas vezes com progressão lenta.
−− A TC de crânio apresenta caracteristicamente imagem em
lente côncavo-convexa, hipo ou isoatenuante em relação
ao parênquima cerebral. Não é incomum haver áreas de
maior atenuação associadas que evidenciam sangramentos
recentes (Figura 5).
21
Figura 5 – Volumoso hematoma subdural crônico fronto-têmporo
parietal esquerdo com efeito de massa, apagamento de sulcos
difusamente e com desvio de linha média
E) Hematoma Intracerebral:
− Representa 20% dos hematomas intracranianos e são
associados frequentemente a contusões lobares extensas.
− Causa primária: rotura de vasos intraparenquimatosos,
principalmente nos lobos frontais e temporais.
− Ocorre frequentemente em doentes que usam
drogas anticoagulantes.
22
4.4.3 Lesões difusas
A) Concussão:
−− Forma mais branda de lesão difusa, devida à aceleração
rotacional da cabeça sem que haja força significativa
de contato.
−− Quadro clínico clássico: perda de consciência transitória
(<6h) com retorno posterior ao estado de normalidade.
−− TC e RM de crânio são normais.
−− Fisiopatologia não é bem estabelecida.
B) Lesão Axonal Difusa (LAD):
−− Resulta de aceleração rotacional e/ou angular mais
importante da cabeça.
−− 19%: leve. Coma pós-trauma entre 6h a 24h. Déficit
neuropsicológico com algum grau de déficit de memória
pode ocorrer. 15% dos casos evoluem para óbito.
−− 45%: moderado. Coma por período maior que 24h, sem
sinal de comprometimento do tronco cerebral. Mortalidade
chega a 24% dos casos e os que se recuperam mantêm
alguma sequela.
−− 36%: grave. Coma por período maior que 24h com sinais de
lesão de tronco cerebral. Mortalidade de 51% casos.
−− TC de crânio: muitas vezes a ruptura dos axônios (que
obviamente não é visível à TC) é acompanhada de ruptura
de vasos sanguíneos adjacentes e estes pequenos pontos de
sangramento podem ser vistos à TC, principalmente nas
regiões subcorticais frontais, corpo caloso, núcleos da base,
tálamo e mesencéfalo.
23
C) Hemorragia Meníngea Traumática:
− Devida à rotura de vasos superficiais no espaço
subaracnóideo, após grande aceleração angular.
− Ocorre em 39% dos TCEs graves (Figura 6).
24
4.5 Classificação do TCE
Para a classificação de gravidade do TCE utiliza-se a Escala
de Coma de Glasgow – ECG (TEASDALE; JENNETT, 1974). Esta é
uma escala mundialmente aceita, já que constitui um método fácil
para avaliar não só a gravidade do TCE, mas também da deterioração
do quadro neurológico à medida que se deve repetir a aplicação da
escala ao longo do atendimento clínico (Tabela 2). Permite, portanto, a
construção de um parâmetro mensurável sobre a evolução do quadro
clínico do paciente. Além disso, esta escala uniformiza o atendimento,
dando aos profissionais uma maneira simples e rápida de comunicação
ao citar a “nota” dada ao paciente após cada avaliação (Tabela 3).
25
Seguindo esta escala, o TCE pode ser classificado como leve
(13 a 15 pontos), moderado (9 a12 pontos) ou grave (3 a 8 pontos).
Pela gradação obtida com a aplicação da Escala de Glasgow, pode-se
ter uma indicação dos cuidados assistenciais requeridos pela pessoa
com TCE. Assim, sabe-se, por exemplo, que todo o paciente com ECG
< 8 deve ser intubado para proteção de vias aéreas e manutenção da
ventilação. Os demais cuidados preconizados serão descritos mais
detalhadamente no item de cuidados à pessoa com TCE.
26
Após a avaliação inicial do paciente, podem ser acrescentados
dados referentes à manutenção ou não da consciência e da memória,
assim como a duração destes sintomas. Isso permite um refinamento
da classificação e, consequentemente, do atendimento ao TCE, com
a utilização ainda da ECG com algumas modificações baseadas na
sintomatologia apresentada (Tabela 4).
27
são mais importantes para a qualidade de vida da pessoa acometida
(BURLEIGH; FABER; GILLARD, 1998; KOSKINEN,1998).
28
As contraturas ou encurtamentos da pele, tendões, ligamentos,
músculos ou cápsula articular podem resultar do período de
imobilização do paciente, ocasionando fatores de risco representados
pela espasticidade muscular, mau alinhamento e o posicionamento
impróprio (TROMBLY, 2005). Em alguns casos observa-se a presença
do padrão hemiplégico e ou hemiparético, que são caracterizados pela
abolição da função de um hemicorpo (hemiplegia) e diminuição da
função de um hemicorpo (hemiparesia), com alterações de marcha e
mobilidade funcional de membro superior e de membro inferior.
29
movimento. Esse tipo de mobilização pode levar a trauma de partes moles
iniciando o processo patológico, com início de processo inflamatório
e liberação de fatores estimuladores dos osteoblastos. Sabe-se da
importância da mobilização precoce do paciente, mas é importante
que se faça uma avaliação adequada prévia à mobilização e que se
tenha cautela ao mobilizar o paciente, visando evitar o trauma de partes
moles e minimizar os riscos de formação da ossificação. Essa avaliação
deve ser interdisciplinar visando estabelecer a conduta mais adequada
diante dessa condição, abrangendo tratamento medicamentoso,
radioterapia, cuidados de posicionamento e mobilização e, até mesmo
em alguns casos, a indicação de procedimentos cirúrgicos (ABIKUS...,
2007; CAMPOS DA PAZ JR; ARTAL; KALIL; 2007).
30
como tosses, cianoses ou dessaturação de oxigênio. Hoje, na literatura,
a penetração laríngea e a aspiração laringotraqueal são os parâmetros
mais valorizados na classificação do grau de comprometimento das
disfagias orofaríngeas. Contudo, o tempo de trânsito oral aumentado, na
ausência de aspiração ou penetração laríngea, também é um parâmetro
importante, que classifica a gravidade da disfagia do indivíduo e
indica o risco nutricional a que este está submetido. Portanto, todo
comprometimento oral sugestivo de impacto no suporte nutricional,
mesmo um gasto energético demasiado durante a fase oral da deglutição
devido ao tempo aumentado de trânsito oral do alimento, deve ser
pontuado como grave (SILVA et al., 2012). É importante lembrar que os
distúrbios cognitivos e a alteração do nível de consciência encontrados
no TCE também podem afetar a ingestão oral (BRADY et al., 2006;
HALPER et al., 1999).
31
4.6.2 Aspectos cognitivos, linguísticos e comportamentais
De forma geral, as alterações de atenção, memória e função
executiva são as mais comumente encontradas após o TCE, sendo
que a alteração de memória é a queixa mais comum (FLYNN, 2010;
LEZAK; HOWIESON; LORING 2004).
32
memória de trabalho, percepção e interpretação dos sinais no
comportamento social, responsividade na interação com os outros,
autoconsciência e senso de identidade pessoal (YLVISAKER; FEENEY,
2002). Desta forma, as alterações manifestam-se em uma constelação
de problemas nas atividades de vida diária. Abarcam comportamento
social inapropriado, com tomada de decisão e julgamento pobre,
dificuldades de planejamento, execução e mudança de planos,
distraibilidade e dificuldades em situações envolvendo vários aspectos
da memória (LEZAK; HOWIESON; LORING, 2004).
33
Da mesma forma, prejuízos na integração perceptual, as
agnosias, caracterizadas como desordens de reconhecimentos,
podem fazer parte de um conjunto de alterações associadas ao TCE,
apesar da função sensorial intacta (visão, audição e tato). A perda
da capacidade de reconhecer pode incluir objetos, pessoas, sons,
cores e formas. Uma pessoa com agnosia pode, por exemplo, ter
visão normal e não ter capacidade de reconhecer objetos cotidianos
(agnosia visual), pessoas familiares ou mesmo sua própria imagem
no espelho (prosopagnosia), ser incapaz de lembrar informações
sobre os objetos (agnosia perceptiva), de reconhecer sons (agnosia
auditiva), de reconhecer os objetos com o tato (agnosia tátil), entre
outras (LEZAK; HOWIESON; LORING, 2004).
34
mais frequentes que as afasias clássicas (KENNEDY et al., 2002;
MARINI et al., 2011; ORTIZ; ARAÚJO, 2010). Tais distúrbios da
comunicação podem ocorrer independentemente da gravidade
da lesão (KENNEDY et al., 2002) e tem um grande impacto no
nível discursivo e nas trocas sociais, podendo trazer repercussões
negativas ao processo de reabilitação, reintegração na comunidade,
independência, interações familiares, sucesso profissional e
acadêmico do indivíduo (MACDONALD; WISEMAN-HAKES,
2010; STRUCHEN et al., 2008).
35
sono, alcoolismo e abuso de substâncias, estressores relacionados à
família e ao trabalho, desordem de stress pós-traumático, depressão
e ansiedade (FLYNN, 2010; RASSOVSKY et al., 2006) e devem ser
considerados pela equipe de reabilitação.
36
grave, podem-se observar comprometimentos em várias esferas, sem
que seja possível determinar um padrão único de prejuízos (LEZAK;
HOWIESON; LORING, 2004; PODELL et al., 2010).
37
Quadro 1 – Manifestações cognitivas, linguísticas e comportamentais*
após o TCE
Funções Alterações
Cognitiva Atenção
Memória
(BENEDICTUS; SPIKMAN; Funções executivas
VAN DER NAALT, 2010; Dificuldade de organização
DRAPER; PONSFORD, 2008; Dificuldade de raciocínio lógico-abstrato
KWOK et al., 2008; LEZAK; Dificuldade de resolução de problemas
HOWIESON; LORING, 2004; Dificuldade de tomada de decisão
ORTIZ; ARAÚJO, 2010; PO- Dificuldade de realizar automonitoramento
DELL et al., 2010) Velocidade de processamento reduzida
Linguística Anomia (dificuldade de “lembrar” as palavras que quer dizer)
Dificuldade de compreender a fala ou o que lê (piora
(ANGELERI et al., 2008; BARA; com aumento da extensão e complexidade)
TIRASSA; ZETTIN, 1997; Dificuldades de elaborar narrativas
CHANNON; Discurso oral ou escrito vago, tangencial ou desorganiza-
PELLIJEFF, RULE, 2005; DAVIS; do
COELHO, 2004; DOCKING; Dificuldade em criar ou modificar a temática de uma
MURDOCH; JORDAN, 2000; conversa
HARTLEY; JENSEN, 1992; Produção de comentários irrelevantes ou indiscretos
MACDONALD;WISEMAN- Duração excessiva dos turnos de fala (fala sem consi-
-HAKES, 2010; MARINI et al., derar o interlocutor)
2011; MARTIN; MCDONALD, Dificuldade de adequar sua fala ao contexto comuni-
2003; ORTIZ; ARAÚJO, 2010; cativo (ao interlocutor ou à situação)
ROUSSEAUX; VERGNEAU; Dificuldades na compreensão e na elaboração de men-
KOLOWSKI, 2010; VUCOVIC, sagens não literais (metáforas, provérbios, ditos popu-
M.; VUKSANOVIC; VUKOVIC, lares, mensagens com duplo sentido, ironia, sarcasmo
I., 2008) Dificuldade de realizar inferências
Emocional/comportamental Depressão
Ansiedade
(ASHMAN et al., 2004; Embotamento afetivo e/ou labilidade emocional
FANN; HART; SCHOMER, Impulsividade ou desinibição
2009; GOULD et al., 2011; Apatia
KWOK et al, 2008; Falta de iniciativa
MCBRINN et al., 2008; Irritabilidade
MORTON; WEHMAN, 1995; Agressividade
PODELL et al., 2010) Perseveração
Distúrbio do sono
Agitação
Baixo limiar de frustração
Problemas na área sexual
Fonte: O quadro foi elaborado a partir das referências citadas no próprio quadro.
39
5 PRESSUPOSTOS BÁSICOS DO
CUIDADO E O PROCESSO DE
REABILITAÇÃO
41
• reabilitação aguda no hospital no qual foi atendido logo após
o trauma, com o objetivo de garantir a sobrevida da pessoa e
evitar maiores complicações;
• reabilitação subaguda, ainda durante a internação, com
o objetivo de reduzir os prejuízos do TCE, aumentar a
independência física, cognitiva e psicossocial, compensar a
deficiência e minimizar o sofrimento;
• reabilitação ambulatorial, na fase crônica, que além de dar
continuidade aos objetivos estabelecidos na fase subaguda
no contexto fora do hospital, tem como foco reintegrar a
pessoa na comunidade e manter a qualidade de vida.
42
5.1.1 Abordagem biopsicossocial e funcionalidade
O processo de reabilitação deve ter enfoque biopsicossocial
compreendendo o indivíduo em toda a sua complexidade. De
acordo com os parâmetros da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE; ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE
SAÚDE, 2003), dimensões pessoais e subjetivas, não só as físicas,
devem ser abordadas.
5.1.2 Interdisciplinaridade
Em todas as etapas dos cuidados, o processo de reabilitação
de pessoas que sofreram TCE requer uma abordagem global e
interdisciplinar, que envolve diferentes áreas de especialização,
uma vez que estas podem apresentar dificuldades ou desafios em
várias áreas (motora, neurológica, sensorial, neuropsicológica,
comunicação, socialização, entre outras), demandando a
necessidade de avaliações e intervenções de uma equipe
interdisciplinar (BRAGA et al., 2012; DELISA; GANS, 2002;
DICIANNO et al., 2010).
43
Trabalho em equipe integra o conhecimento e a experiência
de profissionais em diversas áreas de conhecimento, mas não é
caracterizado pelas intervenções isoladas das diversas especialidades
(BRAGA, 2006; KING et al., 1998). Requer que os profissionais se
encontrem com frequência para discutir e avaliar, estabelecer metas
coerentes e consistentes de reabilitação, além de realizar o tratamento
da pessoa com TCE de forma cooperativa.
44
5.1.3 Participação da família
O desenvolvimento do ser humano é um processo mediado
pela família e o contexto sociocultural (COLE, M.; COLE, S., 2004). A
família é um dos primeiros contextos de socialização dos indivíduos,
exercendo papel fundamental para o entendimento do processo de
desenvolvimento humano (SCHENKER; MINAYO, 2004).
45
A avaliação requer uma abordagem compreensiva e
interdisciplinar para avaliar o quadro motor, a maioria dos domínios
cognitivos, os sintomas psiquiátricos, os fatores psicológicos, as
variáveis psicossociais e o funcionamento (WILSON, 1993). Deve ser
capaz de identificar as repercussões ou implicações dos déficits no
‘mundo real’: “O indivíduo com lesão cerebral apresenta capacidade
para retornar ao trabalho ou à escola? Apresenta capacidade
de viver independente, administrando suas próprias finanças?
Apresenta capacidade para conduzir sua própria vida”? (CHAYTOR;
SCHMITTER-EDGECOMBE, 2003).
46
garantindo assim, o alcance de melhores resultados (BUTTERFIELD;
SLOCUM; NELSON, 1993; HOWLE, 2003; LAVE, 1996; SINGLEY;
ANDERSON, 1989; VYGOTSKY, 1934; VYGOTSKY, 1978).
47
Neste processo, deve-se levar em conta a percepção da pessoa
em relação à sua melhora e bem-estar, isto é, sua qualidade de vida
(DAWSON; MARKOWITZ; STUSS, 2005; GEURTSEN et al., 2008;
SOUZA; MAGALHÃES; TEIXEIRA-SALMELA, 2006; WHAT..., 1996).
48
que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações
físicas ou mentais, com ou sem remuneração (BRASIL, 2010).
49
O processo educativo deve ser realizado ainda durante a
internação para aumentar as estratégias de enfrentamento e reduzir os
níveis de ansiedade, tanto da família como da pessoa que teve o TCE.
50
Assim, a equipe auxilia no desenvolvimento de ferramentas
e estratégias alternativas, diminuindo a vulnerabilidade e
promovendo o empoderamento, tanto da pessoa com TCE, como
da família e/ou cuidador.
51
compromissos, enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários
sobre os problemas mais comuns de saúde. Estimula-se, nesse formato,
um agir a partir de uma rede horizontal e integrada, conformada a
partir de “pontos de atenção à Saúde”.
52
Figura 7 – A mudança dos sistemas piramidais e hierárquicos para
as Redes de Atenção à Saúde
53
Dentro desse enfoque, é responsabilidade das equipes de Atenção
Básica atenderem os cidadãos conforme suas necessidades em saúde.
Essas necessidades, que são produzidas socialmente, muitas vezes se
traduzem também pela dificuldade que algumas pessoas possuem em
acessar os serviços de Saúde, seja pelas barreiras geográficas, pelas
longas distâncias, pela forma como são organizados ou pelo seu estado
de saúde que muitas vezes as impedem de se deslocarem até esses
serviços, exigindo que a assistência seja dispensada em nível domiciliar.
O caderno de Atenção Domiciliar cita em seu volume 1, caderno 2
que nesses casos a equipe de Atenção Básica acompanhará o usuário
quando apresentar problemas de saúde controlados/compensados,
dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade
de Saúde; necessitar de cuidados de menor complexidade, incluídos
os de recuperação nutricional e os de menor frequência, com menor
necessidade de recursos de Saúde, e frequência das visitas, a partir da
avaliação clínica, de uma visita por mês.
54
A organização da Atenção Domiciliar deve se estruturar dentro
dos princípios do SUS. As diferenças locais devem ser observadas
uma vez que o aporte de referência e contrarreferência do sistema
de Saúde pode ser determinante da qualidade da atenção. Compete à
gestão municipal a organização do sistema de Saúde para a efetivação
da atenção domiciliar, considerando os princípios e as diretrizes
propostas neste documento como norteadores dessas ações.
55
território nacional, respeitando-se os critérios epidemiológicos e de
densidade populacional.
56
Figura 8 – Fluxo do usuário com TCE
*NECESSIDADE DE CUIDADO NO
Outros pontos de atenção da
DOMICÍLIO, CONFORME CRITÉRIOS
rede: hospital, UPA, centros
especializados em
DE ELEGIBILIDADE
reabilitação, serviços
habilitados em reabilitação e
outros
Equipe de Atenção
Equipe Domiciliar Z e Equipe
de Atenção de Atenção Domiciliar
Domiciliar 1 EMAD E ENAP
57
Dentro da Atenção Domiciliar há uma conexão direta entre a
equipe que presta o cuidado e a estrutura familiar, a infraestrutura do
domicílio e a estrutura oferecida pelos serviços para essa assistência,
sendo não apenas uma continuidade do procedimento da Atenção
Hospitalar no amplo aspecto da abrangência da saúde humana, mas
deve permitir ao ser humano ter em si a autonomia e a liberdade de
decidir ou executar.
58
6 O CUIDADO E O PROCESSO DE
REABILITAÇÃO DA PESSOA COM
TCE: ORIENTAÇÕES PRÁTICAS
59
6.1.1 Atendimento na fase aguda do TCE
60
assistente, devendo-se sempre considerar as condições locais disponíveis para
atendimento, investigação, transporte e conduta nos casos que se apresentarem
(ANDRADE et al., 2001a; ANDRADE et al., 2002).
61
Quadro 3 – ABCDE do doente traumatizado
A Airway vias aéreas e controle da coluna cervical
B Breathing ventilação e oxigenação
C Circulation circulação e controle de hemorragia
D Disability estado neurológico
E Exposure exposição e controle do ambiente
Fonte: ALEXANDER; PROCTOR, 1993.
62
Quadro 4 – Estratificação de risco e condutas nos casos de TCE leve
Características para estratificação do
Gravidade Definição Recomendações e condutas
risco
– Não há recomendação para TC
para todos os pacientes (MASTERS
Risco baixo: mecanismo de trauma de et al., 1987).
pequena intensidade. – Até 75% ficam internados.
Sinais e sintomas: assintomático, exame – Para aqueles que receberem alta,
físico normal, exame neurológico normal, há a possibilidade do desenvolvi-
sinais e sintomas mínimos como cefaleia
leve e não progressiva, tontura e vertigem mento de lesões neurocirúrgicas
temporárias, hematoma subgaleal ou tardias (GOODMAN, 1999).
laceração de couro cabeludo pequena com – Deve ser entregue aos pacientes e
Raio X de crânio (se houver) normal. aos acompanhantes uma folha com
orientações básicas no momento
da alta hospitalar.
Risco Moderado: história de sintomas
neurológicos ou envolvimento em acidente
grave e/ou com vítimas fatais e/ou história
admissional obscura ou não confiável.
Sinais e sintomas: equimose órbito-palpe-
bral, retroauricular ou lesão significativa
de couro cabeludo; quadro clínico suges-
tivo de intoxicação por álcool ou drogas
ilícitas; cefaleia progressiva, vômitos ou
convulsão, perda momentânea da cons-
ciência, alterações neuropsicológicas como
desorientação têmporo-espacial, amnésia
Glasgow retrógrada ou pós-traumática, distúrbio da
TCE leve de 13 a 15 memória visual ou nominativa, distúrbio
do comportamento, déficit de atenção
ou de concentração, síncope pós-trauma- – Pacientes de risco moderado de-
tismo, idade inferior a 2 anos (exceto se o verão ser internados e submetidos
traumatismo for muito trivial), pacientes à TC (ANDRADE et al., 1999).
com múltiplos traumatismos, suspeita
de lesão penetrante ou lesão facial grave,
paciente com fratura de crânio, sem lesões
intracranianas à TC, mas com anosmia ou
anacusia, paciente de baixo risco que evo-
lui com sintomatologia clínico-neurológica
persistente.
Risco Alto: histórias de criança espancada,
TCE obstétrico, gestantes, distúrbio de coa-
gulação, ferimento por arma branca, lesão
vascular traumática cérvico-craniana. – Pacientes de alto risco devem ser
Sinais e sintomas: fístula liquórica com ou sempre submetidos à TC e, mesmo
sem débito de líquor, múltiplos trauma- com resultado normal, deverão
tismos e lesões petequiais sugestivas de permanecer internados para novas
embolia gordurosa, piora do nível e conteú- avaliações (HSIANG et al., 1997;
do da consciência ou sinais de localização, MASTERS et al., 1987).
síndrome de Claude-Bernard-Horner,
síndrome de irritação meníngea, distúrbios
de funções mentais superiores e déficit de
acuidade visual.
Fonte: O quadro foi elaborado a partir das referências citadas no próprio quadro.
63
Quadro 5 – Estratificação de risco e condutas nos casos de TCE
moderado
Características
para Recomendações
Gravidade Definição estratificação e condutas
do risco
– Pacientes sempre devem ser internados
e realizar TC de crânio (RIMEL et al., 1982;
STEIN, 1996; STEIN; ROSS, 1992).
– Mesmo aqueles pacientes com a primeira
TC normal devem ser mantidos em observa-
ção por pelo menos 48h. Piora dos sintomas
TCE Glasgow 7% a 30% de ou do exame neurológico pode evidenciar
Moderado de 9 a 12 todos os TCEs a necessidade de nova TC de crânio a qual-
quer momento (DACEY et al., 1986; DACEY;
VOLMER; DIKMEN, 1993; LEVIN, 1996).
– Deve ser entregue aos pacientes e aos
acompanhantes uma folha com orientações
básicas no momento da alta hospitalar
(Anexo 1).
Fonte: O quadro foi elaborado a partir das referências citadas no próprio quadro.
64
Quadro 6 – Estratificação de risco e condutas nos casos de TCE grave
Características
para
Gravidade Definição Recomendações e condutas
estratificação
do risco
– Todo paciente deve ser intubado para
proteção de vias aéreas.
– Realização de TC está recomendada
para TODOS os pacientes que sofreram
TCE grave e para os que estavam com
quadro que evoluiu com piora clínica e
Todos os pa- ficaram mais graves (ANDRADE et al.,
cientes com 1996; ANDRADE et al., 2001b.).
Glasgow – Deverão sempre ser internados para
TCE Grave TCE grave são
observação após o atendimento inicial
<8
considerados de (ATLS) e de TC crânio. Mesmo com TC
alto risco de crânio normal estes pacientes devem
permanecer internados para observação,
diagnóstico específico e nova TC, se hou-
ver piora do caso (GHAJAR; BRENNAN,
1999; NATIONAL INSITUTE OF NEURO-
LOGICAL DISEASES AND STROKE, 1991;
VALADACKA; NARAYAN, 1996).
Fonte: O quadro foi elaborado a partir das referências citadas no próprio quadro.
65
Figura 10 – Fluxograma de atendimento inicial no TCE moderado
66
Figura 11 – Fluxograma de atendimento inicial no TCE grave com
lesão à TC de crânio
67
6.1.1.3 Reabilitação hospitalar
O acesso à reabilitação deve ocorrer já no ambiente hospitalar,
assim que o indivíduo apresentar estabilidade clínica. Estudos na
literatura indicam que a reabilitação precoce proporciona a otimização
dos resultados, com maior recuperação funcional e redução do tempo
de internação e de duração do processo de reabilitação, inclusive em
indivíduos com TCE grave (ANDELIC et al., 2012; CHOI et al., 2008;
KHAN, S.; KHAN, A.; FEYZ, 2002; MACKAY et al., 1992; NIEMEIER
et al., 2011; SÖRBO et al., 2005).
68
com o suporte psicológico e social necessário para facilitar
o entendimento e o enfrentamento do TCE e das mudanças
dele decorrentes.
69
para condições primárias, secundárias e comórbidas associadas à
deficiência, devido a barreiras físicas, atitudinais, e também pelo
despreparo dos profissionais da Saúde, que não lidam habitualmente
com esse perfil de paciente.
70
Disability Rating Scale, Medida de Independência Funcional, Medida
de Avaliação Funcional e Functional Status Examination, Escala
Rancho Los Amigos (DIKMEN et al., 2001; HALL et al., 1993;
NICHOL et al., 2011; RIBERTO et al., 2004; SOUZA, 2006). Além
disso, existem instrumentos específicos para avaliação das funções
cognitivas e linguísticas.
71
• o posicionamento correto no leito, bem como o incentivo a
sua retirada, o treino da postura sentada e do ortostatismo,
ainda que necessite de recursos como uma cadeira adaptada
e uma prancha ortostática. A adequação postural promove
alinhamento e inibe a influência de reflexos primitivos,
principalmente os tônicos, como os cervicais e os labirínticos;
• a mobilização passiva de todos os segmentos, contribuindo
para a manutenção da amplitude articular, da adequação do
tônus, além de analgesia;
• a potencialização da mobilidade ativa voluntária e funcional,
como: controle de tronco, uso funcional do membro
superior, trocas posturais como o rolar, decúbito para
sentado e sentado para ortostase, transferência da cadeira
de rodas para outros assentos, para a cama, equilíbrio em
pé e marcha, à medida que o indivíduo evolui também em
relação a aspectos cognitivos.
72
Quando medidas clínicas ainda não são suficientes para favorecer
a funcionalidade, há opções de procedimentos neurocirúrgicos e/ou
ortopédicos para a redução do tônus. Os objetivos funcionais podem
variar desde melhora no posicionamento do paciente na cadeira de
rodas, no padrão de marcha ou na higiene (LIANZA et al., 2004).
73
padrão respiratório. São adotadas condutas que se fundamentam
em: adequação nos posicionamentos e nas mudanças de decúbito
com a finalidade de favorecer perfusão e ventilação de todas as áreas,
realização de manobras para higiene brônquica e reestabelecimento do
equilíbrio tóraco-pulmonar (GOMES; NEVES; SILVA, 2010).
74
oferecem a possibilidade de suporte ventilatório e as últimas
não podem ser utilizadas para essa finalidade.
75
Figura 13 – Cânula metálica
76
sonda de aspiração e ruídos não habituais durante a respiração, bem
como a piora do seu padrão, além de queda da saturação de oxigênio
ou cianose.
77
6.2.6 Prevenção e tratamento das úlceras de pressão
Algumas medidas (BERGSTROM et al., 1994; KOCH et al., 2007)
a serem adotas para a efetiva prevenção das úlceras de pressão são:
78
6.2.7 Reeducação vesical
O TCE pode causar alterações urinárias por comprometer
regiões encefálicas envolvidas tanto no controle vesical, quanto
nas áreas cerebrais responsáveis pela cognição, comportamento e
motricidade. Muitas vezes, as alterações cognitivas e comportamentais
dificultam a avaliação e a implementação de condutas. Outros fatores
como: infecção do trato urinário (ITU), alterações prostáticas,
história gineco-obstétrica, entre outros, podem contribuir para o
surgimento de alterações da micção. Por este motivo, uma abordagem
individualizada e criteriosa é importante para discriminar a real
contribuição de cada fator na problemática. Dada a complexidade do
assunto, a abordagem interdisciplinar é fundamental para a eficácia
terapêutica (BRUSCHINI et al., 1999).
79
à hiperatividade do músculo (detrusor) da bexiga que contrai
involuntariamente (STASKIN, c1991).
80
e consequentemente preservando a função renal (SMELTZER; BARE;
BRUNNER, 2002).
81
As alterações vesicais interferem na qualidade de vida, na
autoestima e na reintegração na comunidade da pessoa com TCE. Dessa
forma, esses cuidados devem fazer parte do processo de reabilitação.
82
Na avaliação do funcionamento intestinal de um paciente,
é importante atentar-se para as características das evacuações e
perdas fecais.
83
– ao funcionamento intestinal normal e às alterações que
ocorrem no intestino após o TCE;
– às implicações do uso crônico dos laxantes irritantes;
– à mudança no regime dietético com aumento da ingestão
de fibras;
– à ingestão adequada de líquidos (2 a 3 litros para pacientes
sem restrições);
– ao treino do reflexo condicionado, assentando o paciente
no vaso sanitário diariamente, após o desjejum ou outra
refeição de grande volume (almoço ou jantar), por pelo
menos 20 minutos;
– à realização da massagem abdominal diária após o desjejum
ou conforme o hábito intestinal anterior à lesão cerebral. Caso
a pessoa não consiga ficar pelo menos 20 minutos sentada no
vaso, ela deverá ser orientada a realizar a massagem diária
enquanto deitada e lateralizada à direita.
84
6.2.9 Nutrição e alimentação
A desnutrição influencia negativamente na qualidade de vida
das pessoas que sofreram TCE, podendo trazer complicações, como
desequilíbrios metabólicos e dificuldade de cicatrização no caso de
úlceras de pressão instaladas. A via alternativa de alimentação (sonda
nasoenteral ou de gastrostomia ou jejunostomia) é indicada quando o
aporte calórico a ser ofertado não é possível exclusivamente pela boca
(CAMPOS; MACHADO, 2012).
85
Com relação aos métodos de avaliação da deglutição, a avaliação
clínica é preponderante na indicação de exames objetivos. Os exames
instrumentais para diagnosticar a disfagia orofaríngea, definir as condutas
terapêuticas e verificar a eficácia do programa de reabilitação são a
videofluoroscopia da deglutição e a nasolaringofibroscopia funcional da
deglutição (BARROS; SILVA; CARRARA DE ANGELIS; 2010; CARRAU;
MURRY; SWANSON, 2010; DANIELS et al., 1997; DÓRIA et al., 2003;
O’NEIL et al., 1999; OTT et al., 1996; XEREZ; CARVALHO; COSTA, 2004).
86
Quadro 7 – Descrição da Escala FOIS
Níveis Descrição
Nada por via oral. A alimentação dá-se, exclusivamente, por via
Nível I
alternativa.
Dependência de via alternativa, com mínima oferta de via oral. A
alimentação dá-se por via alternativa, mas a pessoa recebe estímu-
Nível II
los gustativos, ou ofertas ocasionais de pequeno volume por via
oral.
Dependência de via alternativa, com oferta consistente de via oral.
Nível III O indivíduo é nutrido por via alternativa, mas também ingere ali-
mentos via oral.
Via oral total, mas limitada a uma única consistência. Quando o
Nível IV indivíduo recebe somente alimentação por via oral, sendo esta de
apenas uma consistência.
Via oral total, com mais de uma consistência, mas que necessita de
preparo especial. O indivíduo já pode ingerir mais de uma consis-
Nível V
tência de alimento, mas este precisa ser especialmente preparado,
como, por exemplo, ser bem cozido ou batido.
Via oral total, com mais de uma consistência, que não necessita de
preparo especial, mas apresenta limitações específicas do alimento.
Nível VI O indivíduo ingere alimentos de múltiplas consistências, sem pre-
paro especial, mas apresenta algumas restrições como, por exem-
plo, restrição a grãos ou a alimentos secos.
Nível VII Via oral total, sem restrições.
Fonte: CRARY; MAN; GROHER, 2005.
87
da aspiração laringotraqueal (DEPIPPO et al., 1994). Pode incluir
diversos recursos desde exercícios miofuncionais, estimulação
térmica, manobras terapêuticas, indicação de vias alternativas de
alimentação, tratamentos medicamentosos e até cirúrgicos (COLA
et al., 2008; DEPIPPO et al., 1994; ELLIES, 2004; FURKIM; SACCO,
2008; HILL; HUGHES; MILFORD, 2004; LOGEMANN, 1993;
MARCHESAN; FURKIM, 2003; SILVA, R. G., 2007; STEENHAGEN;
MOTTA, 2006; TAKAMIZAWA et al., 2003). Para favorecer o
gerenciamento das disfagias podem ser recomendadas estratégias
compensatórias, como adequações na postura e nos utensílios,
modificações de consistências, de volumes alimentares e modo de
oferta (BISCH et al., 1994; MARIK; KAPLAN, 2003).
88
por longo tempo pode levar a risco de infecções secundárias (tipo
sinusite, otite média), causando trauma ou erosões nasofaríngeas,
refluxo gastoesofágico e desconforto durante a deglutição. Nos casos
de necessidade de permanência de uma via alternativa por período
superior a quatro semanas, deve-se ponderar com a equipe assistente a
intervenção cirúrgica para realização de gastrostomia ou jejunostomia
(COSTA et al., 2010).
89
6.2.10 Atenção à higiene oral
Os cuidadores devem ser orientados desde o início do tratamento a
manter uma boa higiene da cavidade oral do paciente, pois a microaspiração
do seu conteúdo pode ocasionar pneumonia. A escovação dos dentes ou da
prótese, da língua e da parte interna das bochechas, após as refeições, deve
ser encorajada (CASTRO; SANTOS, 2002).
90
da probabilidade de deficiências secundárias (MATEER; SOHLBERG,
2009; WILSON, 2003; WILSON et al., 2009).
91
– Família, amigos e rede social: pessoas significativas, que
façam parte da vida cotidiana da pessoa com TCE, devem
ser envolvidas nos programas de reabilitação. O vínculo
familiar, de amizade e companheirismo, que compõe a rede
social de cada sujeito, terá função complementar ao cuidado
e à atenção dispensados profissionalmente.
92
– Habilidades de automonitoramento e estratégias cognitivas:
compreender o próprio comportamento e as dificuldades
decorrentes de uma lesão cerebral é passo fundamental para
desenvolver ou readquirir estas habilidades. O raciocínio
metacognitivo pode ensinar a pessoa como refletir sobre
seus próprios pensamentos e comportamentos, o que é
uma das bases da autonomia do sujeito. Essas reflexões
contribuem significativamente para o autocontrole, para o
controle da impulsividade e para a resolução de conflitos
cotidianos. Além disso, o conhecimento sobre os próprios
pensamentos favorece o desenvolvimento de estratégias, ou
seja, quais os meios que podem ser utilizados para o sujeito
conseguir atingir os objetivos cognitivos (YLVISAKER;
FEENEY, 2002). Por exemplo, uma pessoa com TCE, que
tenha dificuldade em memorizar números, pode aprender
que estratégia usar para guardar um número telefônico.
Não desenvolveu a habilidade de memorizar, mas atento as
suas capacidades e limitações aprendeu uma estratégia para
guardar a informação, como escrevendo número em papel
ou registrando em telefone.
−− Atenção: algumas intervenções (BRAGA et al., 2008;
YLVISAKER; FEENEY, 2002) podem favorecer a melhora
da condição atencional e devem ser desenvolvidas do nível
mais simples para o mais complexo, retornando ao mais fácil,
para que as atividades de estimulação sejam vivenciadas pela
pessoa e pela família em um ciclo positivo de aprendizagem,
como:
• acompanhar e supervisionar a pessoa em atividades que a
família ou o cuidador avaliem como arriscadas, no sentido
de observar, auxiliar e planejar possíveis ferramentas que
possam facilitar a realização delas de modo mais autônomo;
• organizar o ambiente, buscando torná-lo tranquilo para
minimizar interferências de outros estímulos que criem o
desvio da atenção;
93
• variar a natureza da atividade segundo o interesse da pessoa
(por ex.: leitura de notícias curtas, jogos de interesse,
simulação de um orçamento ou planejamento de viagem,
entre outros);
• contextualizar sempre as situações, trazendo exemplos do
cotidiano da pessoa;
• disponibilizar bilhetes com dicas e orientações para situações
em que ela precise ser alertada quanto a possíveis riscos (por
ex.: queimar-se no preparo da alimentação);
• rever e escrever os objetivos e as etapas das atividades para
que ela possa consultar durante a execução (check-list dos
passos envolvidos na confecção de uma receita).
– Memória: após o TCE, não é incomum a pessoa apresentar
alteração nos processos de memória, ou seja, a perda parcial
ou total da capacidade de reter e evocar informações,
resultando em dificuldade de evocar alguma informação,
ou formar uma memória a curto prazo, ou ainda reter
informações a longo prazo. Nesses casos, algumas estratégias
(BRAGA et al., 2008) são:
• utilizar recursos mnemônicos que ajudem a relembrar fatos
pessoais: observação de fotos tiradas antes ou posteriores ao
acidente para buscar resgatar nomes, histórias e informações
importantes desses momentos registrados, de modo
espontâneo;
• reconstruir, com a pessoa e a família, a linha de vida e a
sequência dos fatos no tempo;
• usar formas de registro (fotos, palavras, imagens, áudio) para
eventos importantes que ocorreram no dia, ou compromissos
futuros, ou ainda informações que, para serem resgatadas
pela pessoa, exijam pistas (fotos ou nomes de novas pessoas
conhecidas, lugares);
94
• leitura de textos curtos (revistas, notícias), seguida de uma
forma de organização da informação (anotação dos pontos
principais), e discussão com outras pessoas sobre o tema;
• incluir o uso de possíveis ferramentas para o registro e
alerta (relógio, calendário, bipe, celular) para determinada
situação (medicação, compromisso pessoal, horário de
um programa).
−− Manejo antecedente do comportamento: modificações
proativas no ambiente físico e social previnem ou minimizam
comportamentos indesejáveis e aumentam a probabilidade
de comportamentos adaptativos apropriados. A organização
de rotinas ajuda a estabilizar o comportamento da pessoa
com TCE. Inicialmente, logo após o retorno para casa, essas
rotinas devem ser bem sistematizadas e organizadas com
eventos, atividades e rotinas consistentes. Essa organização
é importante, inclusive, para a recuperação da orientação
pessoal e temporal, que acompanha a perda de consciência
no TCE, a qual pode durar de minutos a meses (BRAGA et
al., 2008; YLVISAKER; FEENEY, 2002).
Um ambiente estruturado, previsto e ajustado facilita a
autonomia e as interações sociais da pessoa com TCE (YLVISAKER;
FEENEY, 2002; YLVISAKER; JACOBS; FEENEY, 2003). No
entanto, é importante fazer avaliações sistemáticas tanto das rotinas
implementadas no ambiente quanto do estado interno do sujeito,
levantar as situações mais frequentemente associadas a problemas de
comportamentos e aquelas associadas a comportamentos positivos.
Assim, trabalha-se na diretriz da prevenção de problemas.
95
KOZLOWSKI, 2010). Nas fases iniciais, o objetivo da reabilitação
da comunicação é fornecer suporte suficiente do meio para facilitar
a recuperação da função comunicativa. Posteriormente, o foco da
intervenção passa a ser a generalização das habilidades comunicativas
em atividades com contextos variados (AMERICAN SPEECH-
HEARING-LANGUAGE ASSOCIATION, 2002).
96
(ORTIZ; ARAÚJO, 2010).
97
6.3 Foco na integração na comunidade e prevenção de
novas sequelas
O foco principal da ação interdisciplinar é favorecer o
desenvolvimento e a integração na comunidade da pessoa com TCE,
seja ela criança, adolescente, adulto ou idoso, o que é atingido por
meio de atividades voltadas à aquisição da maior independência e
autonomia possíveis.
98
6.3.1 Tecnologia assistiva
A tecnologia assistiva (TA) é um termo ainda muito novo que
é utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que
contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas
com deficiência, promovendo vida independente e inclusão. Também pode
ser definida como uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias
e práticas concebidas e aplicadas para melhorar os problemas encontrados
pelos indivíduos com deficiência (COOK, H., 1995).
99
• órtese;
• prótese;
• acessibilidade.
6.3.2 Acessibilidade
No Brasil, as normas que garantem acessibilidade urbanística
e arquitetônica a todas as pessoas foram organizadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em 2004, sob o número
ABNT/NBR 9050 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2004).
100
(falta de acessibilidade física) e de comunicação podem restringir
as possibilidades de reinserção e a participação da vítima de TCE
na comunidade. A participação plena da pessoa com deficiência
na comunidade fica prejudicada na medida em que tais barreiras
ganham força (CAVALCANTI; GALVÃO, 2007; WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2011b).
101
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
103
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9 788533 420885
Deficiência
Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Ministério da Governo
Diretrizes de Atenção
Saúde Federal à Reabilitação da Pessoa com
Traumatismo Cranioencefálico
Brasília – DF
1 2015