Exericios Resolvidos
Exericios Resolvidos
Exericios Resolvidos
1.1. Introdução
A Química Analítica é a parte da Química que estuda os princípios e
métodos teóricos da análise química1 que são úteis em todos os campos da
ciência e medicina. Seus objetivos práticos consistem na determinação da
composição química das espécies (elementos e/ou compostos) presentes em
uma amostra. A Química Analítica compreende a Análise Qualitativa e a
Análise Quantitativa.
_____________________________________________________________
1
É um conjunto de procedimentos analíticos que permite conhecer quais as substâncias que
se encontram presentes e a quantidade em uma determinada amostra.
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
(a) (b)
b.2) Análise pelo método da gota (reações gota a gota): As reações são
acompanhadas de uma viragem da coloração da solução ou pela formação de
precipitados corados. Estas reações podem ser realizadas em uma placa de
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
porcelana com cavidades (Figura 1.2) onde se depositam gota a gota a solução
em estudo e os reagentes. Como resultado da reação, aparece uma mancha
corada cuja cor permite comprovar a presença na solução do íon a identificar.
Ao invés da placa de porcelana com cavidades podem ser utilizado vidro de
relógio, cápsula de porcela, etc.
Figura 1.2. Placa de porcelana com cavidades usada nas reações do método da
gota.
14
Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
15
Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
Exemplos:
(a) Cromatografia em coluna: Uma solução é passada através de uma
coluna de adsorvente sólido pulverizado (como exemplo, Al 2O3) que foi
introduzido em um tubo de vidro. Como o poder adsorvente (adsorção)
varia consideravelmente de íon para íon e de uma substância para
outra, estes podem ser separados e identificados ao longo da coluna
pela sua coloração própria ou então tratando-os por reagentes que
formem com eles compostos de colorações diferentes.
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
Figura 4. Determinação de lítio (a), sódio (b), potássio (c) e rubídio (d).
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
NH 4 Cl + NaOH ↔ NaCl + H 2 O + NH 3 ↑
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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Capítulo I: Objetivos e métodos da Química Analítica Qualitativa
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Capítulo II- O princípio da eletroneutralidade (balanço de carga) e
balanço de massa
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Capítulo II- O princípio da eletroneutralidade (balanço de carga) e
balanço de massa
Vamos considerar agora uma solução de cloreto de magnésio 0,100 mol L–1.
Nesse caso, o balanço de carga pode ser escrito da seguinte maneira:
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Capítulo II- O princípio da eletroneutralidade (balanço de carga) e
balanço de massa
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Capítulo II- O princípio da eletroneutralidade (balanço de carga) e
balanço de massa
[H+] 0,1 M
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Capítulo II- O princípio da eletroneutralidade (balanço de carga) e
balanço de massa
EXEMPLO 2.4. Escreva o balanço molar para o íon acetato em uma solução
0,01 M de CH3COOH.
CH3COOH ↔ H+ + CH3COO-
colocado em
solução dissociado
não dissociado
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Capítulo II- O princípio da eletroneutralidade (balanço de carga) e
balanço de massa
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2.1. Escreva o balanço de carga para uma solução contendo H +, OH-, Ca2+,
HCO3-, CO32-, Ca(HCO3)+, Ca(OH)+, K+ e ClO4-. Resposta: [H+] + 2 [Ca2+] +
[Ca(HCO3)+] + [Ca(OH)+] + [K+] = [OH-] + [HCO3-] + 2[CO32-] + [ClO4-]
2.3. Balanço de carga: a) Suponha que o MgBr2 se dissolva para dar Mg2+ e
Br-. Escreva a equação de balanço de carga para essa solução aquosa. b)
Qual é o balanço de carga se, além de Mg2+ e Br-, forma-se MgBr+? Resposta:
a) [H+] + 2[Mg2+] = [OH-] + [Br-]; b) [H+] + 2[Mg2+] + [MgBr+] = [OH-] + [Br-]
2.4. Escreva o balanço de carga para uma solução de Ca(OH) 2. Considere que
as espécies presentes em solução são: CaOH+, Ca2+, H+ e OH-. RESPOSTA:
2[Ca2+] + [CaOH+] + [H+] = [OH-]
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Capítulo II- O princípio da eletroneutralidade (balanço de carga) e
balanço de massa
2.5. Suponha que MgBr2 se dissolva para fornecer Mg2+ e Br-. (a) Escreva o
balanço de massa para Mg2+ para uma solução 0,20 M de MgBr2; (b) escreva o
balanço de massa para Br- para uma solução 0,20 M de MgBr2. Agora suponha
que além de Mg2+ e Br- seja formado MgBr+. (c) Escreva o balanço de massa
para o Mg2+ para uma solução 0,20 M de MgBr2. (d) Escreva o balanço de
massa para o Br- para uma solução 0,20 M de MgBr2. RESPOSTA: (a) BM
(Mg2+): 0,2 = [Mg2+]; (b) BM(Br-): 0,4 = [Br-]; (c) BM(Mg2+): 0,4 = [Mg2+] +
[MgBr+]; (d) BM(Br-): 0,6 = [Br-] + [MgBr+].
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CAPÍTULO III- TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA
(a) Eletrólitos: Substâncias que, quando dissolvida em água, formam uma solução
capaz de conduzir corrente elétrica. Estas soluções eletrolíticas (soluções de
eletrólitos) sofrem alterações químicas. São todas as substâncias inorgânicas, tais
como: ácidos, bases e sais.
(b) Não- eletrólitos: Substâncias que, quando dissolvidas em água, não conduzem
corrente elétrica. Estas soluções de não-eletrólitos permanecem sem modificações.
São exemplos de não-eletrólitos, as substâncias orgânicas, tais como: açúcar,
glicose, glicerina, etanol e uréia.
A água quimicamente pura é um condutor pobre de eletricidade, mas se
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CAPÍTULO III- TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA
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CAPÍTULO III- TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA
ou
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CAPÍTULO III- TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA
A maioria dos solutos que iremos estudar são eletrólitos, ou seja, formam
íons quando dissolvidos em água (ou em alguns outros solventes) e então
produzem soluções que conduzem eletricidade.
Os eletrólitos fortes ionizam-se completamente em um solvente, enquanto
os eletrólitos fracos ionizam-se apenas parcialmente. Isso significa que uma
solução de um eletrólito fraco não produz corrente elétrica tão bem quanto uma
solução contendo uma concentração igual de um eletrólito forte. A Tabela 3.1
apresenta vários solutos que agem como eletrólitos fortes e fracos em água. Entre
os eletrólitos fortes mostrados abaixo encontram-se ácidos, bases e sais.
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CAPÍTULO III- TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA
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CAPÍTULO III- TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA
SOLUÇÃO: Os valores obtidos para ambos mostra que o ácido clorídrico está
fortemente dissociado, enquanto o ácido acético só está 0,42%. Caso seja
introduzida nestas soluções quantidades iguais de zinco metálico, será
observado que na solução de HCl, o hidrogênio é liberado rapidamente e na
solução de CH3COOH, a liberação é muito lenta. Esta diferença na atividade
química das soluções de HCl e CH3COOH mostra a diferença da capacidade
de cada para dissolver algumas substâncias pouco solúveis (zinco metálico)
em água. Por isso, o ácido clorídrico (fortemente dissociado em íons) é um
ácido forte, isto é, quimicamente ativo. O ácido acético, em solução está pouco
dissociado, sendo assim considerado um ácido fraco.
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CAPÍTULO III- TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
4. EQUILÍBRIO QUÍMICO
Quando certas substâncias são colocadas para reagir, o que ocorre mais
freqüentemente é a reação não se completar. Na verdade, à medida que a
reação vai ocorrendo as concentrações dos reagentes vão diminuindo até atingir
um ponto em permanecem constantes. Este estado em que as concentrações
dos reagentes permanecem constantes é chamado de estado de equilíbrio.
Considere que a seguinte reação:
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
[C] = [D]
[A] = [B]
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
O resultado exato é que os produtos da reação direta (v1) são formados com
a mesma velocidade com que eles desaparecem na reação inversa (v 2). Esta
situação é expressa matematicamente como:
v1 = v2
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
O conceito que descreve o equilíbrio químico foi proposto por Cato Guldberg e
Peter Waage em 1864. Guldberg e Waage observaram que a concentração molar dos
reagentes e produtos em uma reação química em equilíbrio sempre obedecia a certa
relação. Esta relação era característica para cada tipo de reação e dependente apenas
da temperatura, a qual eles denominaram de constante de equilíbrio.
Sendo assim, propuseram a lei da ação das massas para resumir suas
conclusões, cujo enunciado é:
Kc = [C]c . [D]d
[A]a . [B]b
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
Ionização da água Constante do produto 2 H2O H3O+ + OH- Kw= [H3O+] . [OH-]
iônico (Kw)
Constante de
CH3COOH + H2O Ka= [H3O+] [CH3COO-
Ionização de um ionização ácida (Ka) H3O+ + CH3COO - [CH3COOH]
ácido ou uma base
fraca Constante de
CH3COO - + H2O Kb= [CH3COOH] [OH]
ionização ácida (Kb) CH3COOH + OH- [CH3COO-]
Equilíbrio heterogênio
entre uma substância Produto de AgCl(s) Ag+ + Cl- Kps= [Ag+] . [Cl-]
pouco solúvel e seus solubilidade (Kps)
íons em uma solução
saturada
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
N2 + 3 H2 2 NH3
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
EXEMPLO 4.3. Uma solução é preparada dissolvendo-se 1,00 mol de etanol e 1,00
mol de ácido acético em água, a 100 ºC. O volume da solução é 250 mL. No
equilíbrio, 0,25 mol de ácido acético é consumido e forma-se acetato de etila.
Calcular a Kc da seguinte reação, a 100 ºC.
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
a) Efeito da concentração
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
b) Efeito da pressão
diminui a pressão
2 NO2(g) N 2O4(g)
aumento da pressão
A reação se deslocará para o lado com menor número de mols de gás, a fim
de atenuar a elevação da pressão. Por outro lado, se a pressão diminui, a reação
se deslocará para o lado com maior número de mols de gás para ajudar a não reduzir
a pressão. Quando a reação alcança o equilíbrio, um aumento da pressão faz com
que a reação prossiga no sentido do N2O4, pois isso reduz os mols totais de
gás presentes e, conseqüentemente, a pressão.
c) Efeito da temperatura
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
diminui a temperatura
aumenta a temperatura
c) Ação de catalisadores
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
CH3COOH H+ + CH3COO-
-
= [CH3COO-] = [H+]
C C
A partir da equação da reação podemos assumir que números iguais dos íons
CH3COO- e H+ são produzidos. Então podemos escrever o seguinte:
[CH3COO-] = [H+] = . C
[CH3COOH] = C - [CH3COO-] = C - . C = C (1 - )
Quando as relações acima são substituídos nas expressão do Ka, obtemos:
Ka= . C. . C 2 _ = Ka
C (1 - ) ou
(1 - )
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
Para os valores de < 0,1 ou Ka/C < 0,01, podemos considerar que (1 - ) 1. Sendo
assim, podemos obter a seguinte equação aproximada:
2 . C = Ka ou =
Ka
C
EXEMPLO 4.4. Calcular o grau de dissociação para uma solução 0,1 mol/L de NH 4OH a 25
ºC. Dado: Kb= 1,74 . 10-5.
SOLUÇÃO: Substituindo os valores indicados para a constante e a concentração na
equação do grau de dissociação, obtemos:
1,74.10 5
= = 1,34 . 10-2 = 1,34%
0,1
Encontrado Ka podemos calcular agora a extensão de ionização para uma solução 0,2 M de
HA. Sendo assim, temos:
Ka = 2 . C
1,68 . 10-4 = 2 . (0,2)
= 2,89 . 10-2 = 2,9%
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CAPÍTULO IV. EQUILÍBRIO QUÍMICO
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
4.2. Num balão de um litro em uma dada temperatura, colocam-se 1 mol de SO2 e 1,0 mol
de O2. Quando o equilíbrio é atingido, o frasco contém 0,925 mol de SO3. Calcular a
constante de equilíbrio para a reação abaixo. Resposta: Kc = 2,8 . 102
2 SO2 + O2 2 SO3
4.3. Um certo ácido orgânico tem um hidrogênio ionizável e numa solução aquosa 0,01 M
está 1,8% ionizado. Qual o valor da constante de ionização do ácido? Resposta: Ka = 3,24 .
10-6
4.5. A constante de ionização do ácido lático é 1,4. 10-4. Qual é sua extensão de ionização
numa solução:
a) 1,0 M;
b) 0,01 M.
Respostas: a) = 1,2% e b) = 11,15%
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
HA + H2O ↔ H3O+ + A-
ou
HA ↔ H+ + A- (forma simplificada)
Os equilíbrios iônicos mais comuns são aqueles que ocorrem com os ácidos, as
bases e os sais quando em presença da água, devido ao fenômeno da dissociação ou
da dissociação iônica.
Quanto mais forte for o ácido, maior será sua dissociação e maior será o valor da
constante de dissociação Ka. Pelo valor de Ka , podemos prever a força de um ácido.
EXEMPLO 5.1. Calcular as concentrações das espécies presentes numa solução 0,100
M de ácido acético (CH3COOH). Dado: Ka= 1,8 . 10-5.
SOLUÇÃO: A reação de dissociação do ácido acético é representada pela equação:
Considere que x moles de ácido acético se encontram dissociados por litro de solução
no estado de equilíbrio. Pela equação de dissociação do ácido acético podemos ver que
para cada mol de CH3COOH que se dissocia se formam 1 mol de íons H+ e 1 mol
acetato. A tabela de equilíbrio é, portanto:
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
CH3COOH H+ CH3COO-
Concentração molar
inicial 0,100 0 0
Variação na
concentração molar -x +x +x
Concentração molar
no equilíbrio 0,100 - x x x
[CH3COOH] = 0,100 M
1,8 . 10-5 = x2
0,100
x = 1,8 . 10-6
2
x = 1,34 . 10-3
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
B) Ácidos polipróticos
Quando um ácido poliprótico se dissolve em água, os vários átomos de
hidrogênio experimentam dissociação em diferente extensão. A dissociação do ácido
se processa em sucessivas etapas. Por exemplo, ácido diprótico, H2SO3 se dissocia
em duas etapas:
BOH ↔ B+ + OH-
Na Tabela 5.1 são apresentados alguns ácidos e bases, cada um com o valor
correspondente de Ka ou Kb. Os ácidos estão na coluna da esquerda e as respectivas
bases conjugadas na da direita. Os propósitos desta tabela estão resumidos abaixo:
Pode ser observado na tabela acima que um grande valor de K significa que na
dissociação há predominância dos produtos, enquanto pequeno valor de K diz que os
reagentes são favorecidos. Os ácidos mais fortes estão na parte de cima à esquerda e
são aqueles que possuem maiores valores de Ka. As bases mais fortes estão na parte
de baixo à direita.
Quanto mais fraco for o ácido, mais forte a sua base conjugada. Isto
. é, quanto menor o valor de Ka , maior o valor correspondente de Kb.
62
CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
EXEMPLO 5.2. Calcular as concentrações das espécies presentes numa solução 0,100
M de amônia (NH3). Dado: Kb= 1,8.10-5.
SOLUÇÃO: A reação de dissociação da base fraca é representada pela equação:
[NH3] = 0,100 M
1,8 . 10-5 = x2
0,100
x2 = 1,8 . 10-6
x = 1,34 . 10-3
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
Apesar do próton não estar livre, mas associado a moléculas de água com
formação do íon hidrônio, H3O+, a dissociação da água costuma ser descrita de maneira
simplificada como:
H2O ↔ H+ + OH-
K= [H+] . [OH-]
[H2O]
Isto significa que a concentração dos íons da água não pode variar
independentemente. Se uma aumenta a outra deve diminuir, pois Kw tem que
permanecer constante. Simplificando :
Soluções Ácidas: [H+] > [OH-] ou [H+] > 10-7 mol/L e [OH-] < 10-7 mol/L
Soluções Básicas: [OH-] > [H+] ou [OH-] > 10-7 mol/L e [H+] < 10-7 mol/L
Kw
Kw= Ka . Kb
EXEMPLO 5.3. Qual o valor de Kb para o equilíbrio abaixo. Dado: Ka= 6,2 . 10-10 para o
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
HCN.
Kw= Ka . Kb
5.5. Conceito de pH
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
vinagre
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
pH
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
Logo, podemos escrever que a [H+] é igual a 1 . 10-3 M. Então, calculamos o pH como:
EXEMPLO 5.5. Qual é o pH de (a) sangue humano, no qual a molaridade dos íons H 3O+
é igual a 4,0 . 10-8 mol/L; (b) HCl(aq) 0,020 M; (c) KOH(aq) 0,040 M.
SOLUÇÃO:
(a) Para uma solução na qual a molaridade dos íons íons H 3O+ é igual a 4,0 . 10-8 mol/L,
(b) Como o HCl é um ácido forte, a molaridade do H 3O+ é 0,020 mol/L. Então,
(c) Cada fórmula unitária de KOH (uma base forte) fornece um íon OH -, então a
molaridade do OH- é 0,040 mol/L. Sendo assim, temos:
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
Conseqüentemente,
Isso resulta na molaridade de H3O+ ser igual à molaridade original do ácido, antes
da desprotonação, 0,010 mol/L. Este valor corresponde a pH= 2,0. O segundo equilíbrio
de transferência de prótons é:
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
Assim,
Enquanto, no caso do NaAc obteremos uma solução básica como pode ser visto
abaixo.
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
Kh = [CH3COOH] . [OH-]
[CH3COO-]
Kh = Kw
Ka
Kh = Kw
Kb
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
químicas, uma delas (um ácido) capaz de reagir com os íons OH- adicionados e
+
outra(uma base) capaz de consumir íons H3O adicionados. A exigência extra é
que o ácido e a base não reajam entre si. Por isso, prepara-se comumente um
tampão pela mistura de quantidades aproximadamente iguais de um par ácido-base
conjugados. São eles:
(a) um ácido fraco e um sal correspondente a esse ácido (por exemplo, ácido
acético e acetato de sódio);
(b) uma base fraca e um sal correspondente a essa base (por exemplo,
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CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
[H+] = Ka CHA
CA-
[OH-] = Kb CNH3
CNH4+
EXEMPLO 5.9. Calcule o pOH de uma solução 0,1 M de NH3 e 0,1 M de NH4Cl. Dado:
Kb = 1,8.10-5 da amônia.
75
CAPÍTULO V- EQUILÍBRIO QUÍMICO EM SISTEMAS HOMOGÊNEOS
pH + pOH = pKw
pH= 14,0 – 4,75
pH= 9,25
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
5.2. Calcule o pH de (a) amônia para limpeza caseira, para a qual a molaridade do OH -
é cerca de 3.10-3 mol/L; (b) HClO4 (aq) 6,0.10-5 M. RESPOSTA: (a) 11,5; (b) 4,22.
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CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
insolúveis. Após a filtração da solução quente, os íons chumbo passarão para o filtrado onde
poderão ser identificados por meio de reações características.
d) Íon comum: É chamado de íon comum, aquele íon que participa da formação do
precipitado. No caso do precipitado de cloreto de prata, por exemplo, tanto os íons prata
quanto os íons cloreto são íons comuns, mas qualquer outro íon que se apresente será
estranho. De maneira geral, a solubilidade de um precipitado diminui consideravelmente se
um dos íons comuns estiver presente em excesso, isto é, sua solubilidade será menor
do que em água pura. Entretanto, este efeito pode ser contrabalançado pela formação de um
complexo solúvel com o excesso do íon comum. Como exemplo, o precipitado de cianeto de
prata, onde a solubilidade diminui devido à adição de um excesso de íons prata à solução.
Por outro lado, se for adicionado um excesso de íons cianeto, primeiro haverá um ligeiro
decréscimo na solubilidade, mas quando for adicionado grandes quantidades de cianeto, o
precipitado se dissolve completamente, formando o complexo dicianoargentato [Ag(CN) 2]-.
e) Íon estranho (não comum) ou efeito salino: Na presença de um íon estranho, aumenta a
solubilidade do precipitado, mas este aumento é geralmente muito pequeno, a menos que
ocorra uma reação química como a formação de um complexo ou uma reação ácido-base
entre o precipitado e o íon estranho, quando então o aumento da solubilidade é mais
pronunciado.
Devido à importância dos efeitos dos íons comuns e estranhos na solubilidade dos
precipitados obtidos em análise qualitativa inorgânica, este aspecto será melhor abordado
nas próximas seções deste capítulo.
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CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
K= [Ag+] . [Cl-]
[AgCl(s)]
onde [Ag+] e [Cl-] representam as concentrações dos íons Ag+ e Cl- em solução, [AgCl]
representa a concentração do AgCl na fase sólida. A equação acima pode ser reescrita da
seguinte forma:
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CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
um sal em água o produto iônico será maior que o produto de solubilidade. Neste caso, haverá
precipitação até que o produto iônico seja igual ao produto de solubilidade.
EXEMPLO 6.1. Calcule o Kps do AgCl quando as concentrações de [Ag+] = 1,0 . 10-5 M e [Cl-]
= 1,0 . 10-5 M.
SOLUÇÃO:
Kps= (1,0.10-5) . (1,0.10-5)
Ks= 1,0.10-10
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CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
Pelo equilíbrio acima podemos ver que cada mol de PbI 2 dissolvido em água originou 1
mol de Pb2+ e 3 mols de I-. Sendo assim, temos:
[Pb2+]= S mols/L
[I-]= 2 S mols/L
Substituindo estes valores de [Pb2+] e [I-] na expressão do Kps para o PbI2, tem-se:
Assim, temos:
Kps
S 3
4
7,1.10 9
S 3
4
3
S 1,2.10 M
EXEMPLO 6.3. A solubilidade do iodeto de prata (AgI) é 1,22 .10-8 mol/L, a 25º C. Calcular o
Kps do AgI.
A experiência mostra que a solubilidade do AgI é 1,22.10 -8 mol/L, a 25 ºC. Então, cada
mol de AgI que se dissolve forma um mol de íons Ag+ e outro de íons I-, e a
concentração de cada íon 1,22.10-8 . Portanto,
aA = fA x [A]
83
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
com a concentração.
Agora, vamos considerar a seguinte equação:
A + B ↔ C + D
K =que,
Importante lembrar aC x as
aD atividades
= fC aC x fDe aos
D = coeficientes
fC . fD x [C] . de
[D] atividade, devem ser
aA x aB fA aA x fB aB fA . fB [A] . [B]
elevadas às suas potências, da mesma maneira como nas concentrações, quando seus
números estequiométricos diferem de 1. Reescrevendo a reação genérica acima, temos:
aA + bB ↔ cC + dD
I = ½ ∑ cizi2
onde ci é a concentração da espécie i e zi é sua carga. Sendo assim, vamos agora calcular a
força iônica para uma solução contendo 0,1 M HNO3 e 0,2 M de Ba(NO3)2. Neste caso, teremos
o efeito do íon comum (NO3-). As concentrações são:
e as cargas
zH+= 1
zBa2+= 2
zNO3- = 1
I= 0,6
A correlação entre o coeficiente de atividade e a força iônica pode ser deduzida a partir
das equações quantitativas da teoria de Debye-Hückel-Onsager. A expressão simplificada pode
ser expressa como:
log f 0,509 z 2 I
log f 0,509 z z I
maneira:
+
AgCl(s) ↔ Ag + Cl-
Kps= [Ag+] [Cl-] f Ag f Cl
S= 1,1.10 10
S= 1,05.10-5 M
(b) Agora, vamos calcular a solubilidade de BaSO 4 numa solução 0,1 M de KCl.
Primeiramente, teremos que calcular a força iônica (I) na presença dos íons estranhos
(K+, Cl-).
I= ½ [ (1,05. 10-5) . (+2)2 + (1,05. 10-5) . (+2)2 + (0,1) . (+1)2 + (0,1) . (-0,1)2]
86
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
I= 0,1 M
Então, podemos calcular o coeficiente de atividade como sendo:
log f 0,509 z z I
log f 0,509.(1).(1) 0,1
log f 0,161
f 10 0,161
f 0,69
A) Formação de precipitados
87
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
EXEMPLO 6.5. Um precipitado é formado quando se misturam volumes iguais de soluções 0,1
M de Pb(NO3)2 e de NaCl? Dado Kps do PbCl2 = 2,4 . 10-4.
SOLUÇÃO: Quando se misturam estas soluções, o volume da solução obtida aumenta 2 vezes
e a concentração de cada uma das substâncias se reduz a 0,05 M. As concentrações dos íons
Pb2+ e Cl- são também as mesmas desde o instante em que se misturam as soluções. O
produto iônico (PI) deve, portanto, ser igual a:
Como o valor obtido é menor que o Kps do PbCl2 (2,4 . 10-4) a uma dada temperatura
(25 ºC), a solução não está saturada e o precipitado de PbCl2 não se pode formar.
88
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
[Cl-]= 0,5 M
PI= [Pb2+]. [Cl-]2 = (0,05).(0,5)2 = 1,25 . 10-2
O valor obtido ultrapassa o produto de solubilidade de PbCl2 (2,4 . 10-4). A solução está
supersaturada em relação a este sal e uma parte deste precipitará.
Vamos supor que existe numa solução íons Ba2+ e íons K+ e desejamos separá-los. Para
conseguir tal intento devemos tratar a solução com um ânion que forme um composto pouco
solúvel com apenas um dos cátions. Sendo assim, se a mistura acima for tratada com uma
solução contendo íons SO42- haverá precipitação de Ba2+ na forma de BaSO4, enquanto que os
íons K+ permanecerão em solução. Na análise qualitativa, às vezes, usa um precipitante capaz
de formar compostos pouco solúveis com ambos os cátions. Por exemplo, se os íons Mg 2+ e
íons Fe3+ formam uma mistura em solução, e se deseja separá-los precipitando-se um deles na
forma de hidróxido, temos que encontrar as condições para que haja precipitação do hidróxido
de um dos cátions, enquanto que o outro permanece em solução. Isso pode ser feito mantendo
a concentração de íons OH- num valor tal que o produto de solubilidade de um deles não seja
atingido, ao mesmo tempo em que o outro cátion é precipitado em grande extensão.
Os equilíbrios envolvidos são:
Suponha que as concentrações de Fe3+ e Mg2+ são ambas de 0,010 M. Então, para que
o produto iônico do Mg(OH)2 atinja um valor igual ao produto de solubilidade, é necessário que:
89
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
Como foi visto, para que haja precipitação do Mg(OH)2 é necessário que a concentração
de íons OH- seja maior que 2,4.10-5 M. Por outro lado, a concentração de íons OH - necessária
para atingir o produto de solubilidade do Fe(OH)3 é dado por:
Então, é possível manter os íons Mg2+ em solução desde que a concentração dos íons
OH- seja menor que ou igual a 2,4.10-5 M.
Essa concentração por outro lado é mais que suficiente para ultrapassar o valor do Kps
do Fe(OH)3. Na prática podemos fazer isto usando um tampão de NH 3/NH4Cl. Para exemplificar
e entendermos melhor, vamos calcular a concentração de NH 4Cl necessária para evitar a
precipitação de Mg(OH)2 de uma solução 0,01 M em Mg2+ e 0,10 M em NH3.
Sabemos que para uma solução tampão, temos:
C NH3
[OH-] = Kb .
C NH
4
C NH3
C NH 4 = Kb
[OH ]
Então,
-5 0,10
C NH4 = 1,8 . 10 . 5
= 7,5 . 10-2 M
2,4.10
90
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
Logo, se a mistura de íons Fe3+ e Mg2+ em solução 0,10 M forem tratadas com outra solução
que é 0,10 M de NH3 e 7,5. 10-2 M ( ou > 7,5 . 10-2 M) em NH4Cl, irá ocorrer a precipitação do
Fe(OH)3, mas não precipitará o Mg(OH)2.
Este artifício é usado comumente na análise qualitativa a fim de manter a concentração
de um precipitante suficientemente alta, de tal modo a precipitar quantitativamente um cátion ou
grupo de cátions e manter outros em solução.
C) Precipitação de Sulfetos
91
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
[S-2]= 10-23
[H+]2
do íon sulfeto. Em soluções fortemente ácidas, a concentração de S2- é 10-23 M. Neste caso,
apenas os íons sulfetos mais insolúveis podem ser precipitados.
Numa solução neutra, as concentrações de íons sulfeto aumentam para 10-9 mol/L,
possibilitando a precipitação de sulfetos metálicos com Kps mais elevados.
A equação acima ao ser aplicado o logarítmo pode ser simplificada ainda mais, se
introduzirmos a quantidade pS, expoente do íon sulfeto, cuja definição é análoga à do pH,
pS = 23 - 2 pH
Esta equação somente é válida para uma faixa de pH de 0 a 8. Para pH > 8, ela
não pode ser utilizada pois, neste caso, a dissociação do H2S não pode ser ignorada.
Entretanto, matematicamente, pode-se calcular pS mesmo para pH acima de 8. O gráfico
abaixo representa o que se falou acima:
92
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
Este gráfico pode ser utilizado quando se quer fazer alguma previsão a respeito da
precipitação de sulfetos, como no exemplo seguinte:
EXEMPLO 6.6. Uma solução contendo CuSO4 0,1 M e MnSO4 0,1 M. Verifique o que acontece:
(a) Se a solução for acidificada até um pH=0 e saturada com gás sulfídrico; (b) Se adicionarmos
uma solução de sulfeto de amônio até chegar um pH=10. Os produtos de solubilidade de CuS e
MnS são 1,0.10-44 e 1,4.10-15, respectivamente.
SOLUÇÃO: (a) Da Figura 6.1, a um pH=0, encontramos que o valor de pS é 23, isto é,
[S-2] = 10-23 mol/L. Sendo 10-1 mol/L a concentração dos íons metálicos em ambos os casos, o
produto das concentrações iônicas será 10-29 para ambos os íons. Visto que 10 -24 >
1> 10-44, o sulfeto de cobre será precipitado, e sendo 10-24 < 1,4.10-15, o sulfeto de manganês não
será precipitado. Sendo assim, é possível separar o cobre e o manganês a um pH=0.
(b) Usando a Figura 6.1, a um pH=10, encontramos um pS= 4. Isso corresponde a [S 2-]= 10-4
mol/L. O produto da concentração iônica é 10-5 para ambos os íons metálicos. Como 10-5 >
1,4.10-15 > 1,0.10-44, nestas condições, ambos irão precipitar como CuS e MnS.
EXEMPLO 6.7. Considerando uma solução 0,01 M de ZnCl 2, qual é o menor pH no qual
podemos precipitar o ZnS? Dado: Kps (ZnS)= 1,0.10-23.
SOLUÇÃO: Substituindo o Kps (ZnS) e a [Zn2+] na expressão do Kps, temos:
Kps= [Zn2+] . [S2-]
10-23 = (0,01). [S2-]
[S2-]= 10-23
10-2
[S2-]= 10-21
pS= 21
93
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
Então:
pS = 23 – 2 pH
pH= 23 – 21
2
pH= 1
Na verdade, se desejamos precipitar quantitativamente o ZnS, devemos elevar o pH
acima do estipulado. Em um pH de 4 a 5, podemos precipitar facilmente o ZnS de uma solução
contendo tampão acetato.
D) Precipitação de Hidróxidos
EXEMPLO 6.8. Calcule o pH: (a) No qual se inicia a precipitação do Fe(OH)3 numa solução
0,01 M de FeCl3; (b) O pH no qual a concentração de Fe3+ na solução não exceda 10-5 M, isto
é, quando a precipitação é praticamente completa. O produto de solubilidade do Fe(OH) 3 é 3,8 .
10-38.
SOLUÇÃO: Podemos escrever a expressão do produto de solubilidade como:
Kps= [Fe3+].[OH-]3 = 3,8 . 10-38
(a) Como [Fe3+]= 10-2, a concentração dos íons hidroxila é:
A concentração hidrogeniônica é:
[H+]= 6,41.10-3
A concentração hidrogeniônica:
Kw 10 14
[H+]=
= 11
= 6,41.10-4
[OH ] 1,56.10
Então,
pH= - log [H+] = - log (6,41.10-4) = 3,19
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
6.1. A concentração do íon bário, [Ba2+], numa solução saturada de fluoreto de bário, é
7,5.10-3 mol/L. Calcule o Kps do BaF2. RESPOSTA: 1,69.10-6
6.2. Calcular a solubilidade do AgCl (Kps= 1,78. 10-10) em (a) água e (b) HNO3 0,05 mol/L.
RESPOSTA: (a) 1,33.10-5 mol/L; (b) 1,74.10-5 mol/L.
95
CAPÍTULO VI- EQUILÍBRIO EM SISTEMAS HETEROGÊNIOS
6.3. Calcular a solubilidade do Pb(IO3)2 (Kps= 2,60. 10-13) em (a) água e (b) KIO3 0,003 mol/L.
RESPOSTA: (a) 4,02.10-5 mol/L; (b) 2,89.10-8 mol/L.
6.4. A solubilidade do Ni(OH)2 em água é 1,09.10-4 g/L. Qual o produto de solubilidade deste
composto? RESPOSTA: 6,48.10-18.
6.5. Uma solução contém Cl- como NaCl 0,01 mol/L e CrO42- como K2CrO4 0,001 mol/L. Junta-se
lentamente AgNO3 à solução sem alterar apreciavelmente o volume inicial.
a) Que sal precipita primeiro, o AgCl ou o Ag2CrO4 ? RESPOSTA: [Ag+]AgCl = 1,8.10-8 e
[Ag+]Ag2CrO4 = 9,5.10-5.
b) Se o AgCl precipita antes do Ag2CrO4 , qual a [Cl-] quando o Ag2CrO4 começa a precipitar ?
RESPOSTA: [Cl-] = 1,9.10-6.
96
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
1º) A maior parte dos complexos possui dois tipos de valência: primária e
secundária(respectivamente nº de oxidação e índice de coordenação);
2º) Todo elemento tende a satisfazer suas valências primária e secundária,
simultaneamente;
98
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
[Co(NH3)6]Cl3
valência primária = 3+
valência secundária = 6
NH3 Cl
NH3 NH3
Cl --------- Co
NH3
NH3 NH3
Cl
Mais tarde, G. N. Lewis (1916), quando estava descrevendo sua teoria das
ligações químicas baseada na formação de um par de elétrons, explicou a formação dos
complexos pela atração de um par integral de elétrons pelo átomo central, de um átomo
ligante. Esta denomina-se de ligação doadora(dativa) e, as vezes, é representada por
uma seta, indicando o sentido em que se realiza a doação. Observe a fórmula estrutural
do [Cu(NH3)4]2+ denominado íon tetraminocuprato (II). A seta indica que cada nitrogênio
doa um par de elétrons ao íon cobre.
2+
NH 3
NH 3 Cu NH 3
NH 3
99
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
Ag 2CN [ Ag (CN ) 2 ]
Ag 2 NH 3 [ Ag ( NH 3 ) 2 ]
Ni 2 6 NH 3 [ Ni( NH 3 ) 6 ]2
Cu 2 4 NH 3 [Cu( NH 3 ) 4 ]2
Ni 2 6 NH 3 [ Ni( NH 3 ) 6 ]2
verde azul
100
Fe 3 6F [ FeF6 ]3
amarelo incolor
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
AgCl ( s ) 2 NH 3 [ Ag ( NH 3 ) 2 ] Cl
AgCN ( s ) CN [ Ag (CN ) 2 ]
BiI 3( s ) I [ BiI 4 ]
Cu 2 H 2 S CuS ( s ) 2H
O mesmo precipitado pode ser formado se o gás sulfídrico for introduzido numa
solução azul-escura de íons tetraminocuprato(II):
Por outro lado, os íons cádmio (II) podem formar tanto o complexo tetramino,
[Cd(NH3)4]2+ quanto o tetraciano, [Cd(CN)4]2-, e ainda assim o gás sulfídrico pode
precipitar o sulfeto de cádmio amarelo de ambas as soluções, embora o CdS seja mais
solúvel que o Cu2S. Este fato indica que o complexo tetracianocadmiato (II), [Cd(CN)4]2-,
é menos estável que o tetracianocuprato (I), [Cu(CN)4]3-.
[Cd ( NH 3 )4 ]2 H 2 S CdS( s ) 2 NH 4 2 NH 3
[ Ag (CN ) 2 ] Ag 2CN
102
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
[ Ag (CN )2 ] 1
K form.
[ Ag ] [CN ]2 K INS .
103
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
Quanto mais estável o complexo, mais provável será a dissolução do precipitado. Por
outro lado, quanto menor for a solubilidade do precipitado, mais difícil será um
agente complexante apropriado para dissolvê-lo.
104
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
H2S ↔ H+ + HS- K1
HS- ↔ H+ + S2- K2
[ H ] . [ HS ] [ H ]. . [ S 2 ]
K1 = K2 =
[H 2S ] [ HS ]
Dado que a concentração de H2S é igual 0,1 mol/L podemos calcular a concentração de
sulfeto (S2-):
[ H ]2 .[ S 2 ]
K1.K2 =
[H 2S ]
2- 1023
[S ] =
[ H ]2
2- 1023
[S ] =
(10 9 ) 2
[S2-] = 10-5 mol/L
105
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
Como PI = [Cu+]2 .[S2-] = (2,5.10-24)2.10-5 = 6,25.10-53 < Kps Cu2S, não precipita Cu2S
Como PI = [Cd2+] . [S2-] = 7,0.10-14.10-5 = 7,0.10-19 > Kps CdS, precipita CdS.
Como os íons livres de prata formam com o NH3 um complexo estável, à medida
que este é adicionado ao sistema um segundo equilíbrio é estabelecido.
A criação deste novo equilíbrio interfere com o primeiro, pela remoção de alguns
íons Ag+, causando, com isso, um deslocamento do primeiro equilíbrio para a direita.
Como resultado, parte de AgCl sólido se dissolve.
Os dois equilíbrios representados pelas equações acima podem ser combinados
em um equilíbrio global adicionando-se um ao outro.
Portanto, com o conhecimento do Kps do sal, da KForm. do íon complexo (ou KINS.) e da
concentração de NH3, é possível determinar a solubilidade do AgCl em NH3, como é
mostrado a seguir.
[ Ag ( NH 3 ) 2 ] . [Cl ]
Kc
[ NH 3 ]2
( x) . ( x) x2
Kc = = = 2,65.10-3
( 1,0 2 x) 2 ( 1 2 x )2
108
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
x
5,15.10 2
1,0 2 x
x 0,047
Cu 2 4 NH 3 [Cu( NH 3 ) 4 ]2
Esta reação é específica para o Fe3+ e pode ser realizada na presença de Fe2+.
Alguns complexos são precipitados, como o dimetilglioximato de níquel (II),
Ni(C4H8O2N2)2, vermelho brilhante, formando pela reação entre os íons níquel (II) e a
dimetilglioxima.
Ag Cl AgCl(s )
Pb 2 2 Cl PbCl2( s ) 110
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
AgCl 2 NH 3 [ Ag ( NH 3 )2 ] Cl
Para o sulfato de cobre pentahidratado, por exemplo, sua fórmula deveria ser
expressa com maior precisão como [Cu(H2O)4][SO4(H2O)]. A fórmula comum,
CuSO4.5H2O, não se ajusta ao fato de que existem dois tipos diferentes de moléculas
111
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
Esses íons existem apenas a pH > 8, e são decompostos pela adição de ácidos
minerais.
112
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
AgCl( s ) Cl [ AgCl2 ]
113
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
amarelo vermelho-sangue
(F) Complexos quelatos: São muito estáveis e bastante comuns na química analítica.
São formados com ligantes polidentados. O oxalato é, provalvelmente, o ligante
bidentado mais simples e forma complexos quelatos, tais como:
114
CAPÍTULO VII – EQUILÍBRIO QUÍMICO DE COMPLEXOS
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
115
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
Na reação acima houve transferência de 2 elétrons de cada átomo de zinco para cada
átomo de cobre. Em alguns casos, essa transferência não é tão evidente, como por exemplo,
na reação entre hidrogênio e oxigênio para a formação de uma molécula de água como pode
ser visto abaixo.
:
: :
H : H + :O: H:O:H
116
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
carga que resulta para um átomo quando os elétrons são considerados de acordo com
algumas regras operacionais. Essas regras são as seguintes:
a) O número de oxidação de cada átomo nos elementos livres é igual a zero. Assim, os
números de oxidação do sódio (Na), hidrogênio (H 2) e no enxofre (S8) são iguais a zero;
b) Nos íons simples, o número de oxidação é igual à carga do íon. Sendo assim, os
números de oxidação do sódio no íon Na + é +1, do oxigênio no íon O2- é -2, do ferro no
íon Fe3+ é +3 e íon Fe2+ é +2;
c) O número de oxidação do oxigênio na maioria dos compostos é -2. Uma exceção são
para os peróxidos, onde o número de oxidação é -1.
d) Outra exceção é nos compostos de oxigênio e flúor como, por exemplo, o composto
F2O. Neste caso, o número de oxidação do oxigênio é +2.
e) O número de oxidação do hidrogênio na maioria das substâncias é +1, exceto para os
hidretos metálicos onde o número de oxidação do hidrogênio é -1.
f) A soma algébrica dos números de oxidação de todos os átomos de uma molécula
neutra deve ser igual a zero, por exemplo:
H2O
+1 -2
2. (+1) + (-2) =0
SO42-
+6 -2
+6 + 4.(-2) = -2
Número de oxidação: 0 +2 +2 0
117
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
O número de oxidação do cobre foi de +2 para zero. Assim, dizemos que o cobre
sofreu uma redução.
Logo, podemos dizer sobre a reação de óxido redução acima que o zinco foi oxidado,
pois houve um aumento no número de oxidação. Enquanto o cobre foi reduzido, pois houve
uma diminuição do número de oxidação. O zinco e o cobre são o agente redutor e oxidante,
respectivamente.
118
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
movimento de elétrons nos fios condutores indica um fluxo de corrente elétrica, conforme
mostra a Figura 8.1.
A função da ponte salina é separar fisicamente os compartimentos eletródicos e
reduzir a diferença de potencial que surge quando duas soluções diferentes são postas em
contato entre sí. A ponte salina é, geralmente, um tubo em forma de U cheio com um
eletrólito, tal como KNO3, KCl ou Na2SO4 em água, que permite o transporte dos íons de um
compartimento para outro para neutralizar o excesso de carga positiva e negativa. Se a
ponte salina for removida, o fluxo de íons fica interrompido e cessa o fluxo de elétrons. A
voltagem que se lê no voltímetro cai a zero.
119
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
Aqui, cada símbolo e fórmula têm o seu significado, uma linha vertical representa
uma fronteira de interfases e uma linha dupla vertical representa uma ponte salina.
Simplificando, temos:
2+ 2+
Zn(s) I Zn II Cu I Cu(s)
120
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
∆Gºr = - nFEº
A reação entre o Zn(s) e o Cu+2(aq) produz uma corrente elétrica numa pilha, portanto é
uma reação favorável aos produtos (reação espontânea),escrita na forma:
Como as reações espontâneas têm variação de energia livre, ∆Gºr, negativa, o sinal
negativo na equação da relação entre variação de energia livre padrão e o potencial padrão
da rea ção mostra que todas as reações espontâneas (favoráveis aos produtos) de
transferência de elétrons têm um potencial Eº positivo.
EXEMPLO 8.1. Considere a equação química para a reação da célula de Daniell. Para esta
reação, n=2 porque 2 mols de elétrons migram do Zn para o Cu e medimos E= 1,1 V.
SOLUÇÃO: Aplicando os dados fornecidos no exercício na equação da variação de energia livre
da reação, temos:
ΔGr= -nFE
ΔGr= -2 (9,65 .104 C/mol) . (1,1 V)
ΔGr= -2,1. 105 C V/ mol
Como CV= 1 J, concluímos que a energia livre da reação é cerca de -210 kJ/mol.
Então,
Eº (Cu2+, Cu)= 1,10 V + Eº (Zn2+, Zn)= 1,10 V – 0,76 V= + 0,34 V
123
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
Semi-reação Eº (V)
F2(g) + 2 e- → 2 F- + 2,87
H2O2(aq) + 2 H3O+(aq) + 2 e- → 4 H2O(l) + 1,77
MnO4- + 4 H+ + 3 e- → MnO2(s) + 2 H2O + 1,692
PbO2(s) + SO 42- (aq) + 4 H3O+(aq) + 2 e- → PbSO4(s) + 6 H2O(l) + 1,685
MnO4-(aq) + 8 H3O+(aq) + 5 e- → Mn2+(aq) + 12 H2O(l) + 1,52
Au3+(aq) + 3 e- → Au(s) + 1,50
Cl2(g) + 2 e- → 2 Cl- + 1,360
Cr2O72-(aq) + 14 H3O+ (aq) + 6 e- → 2 Cr3+ (aq) + 21 H2O (l) + 1,33
O2(g) + 4 H3O+(aq) + 4 e- → 6 H2O (l) + 1,229
MnO2(s) + 4 H3O+ + 2 e- → Mn2+ + 2 H2O + 1,230
Br2(l) + 2 e- → 2 Br-(aq) + 1,08
NO3-(aq) + 4 H3O+(aq) + 3 e- → NO(g) + 6 H2O(l) + 0,96
OCl-(aq) + H2O(l) + 2 e- → Cl-(aq) + 2 OH-(aq) + 0,89
Hg2+(aq) + 2 e- → Hg(l) + 0,855
Ag+(aq) + e- → Ag(s) + 0,80
Hg22+(aq) + 2 e - → 2 Hg(l) + 0,789
Fe3+(aq) + e - → Fe2+(aq) + 0,771
I2(aq) + 2 e- → 2 I- + 0,620
H3AsO4 + 2 H3O+ + 2 e- → H3AsO3 + H2O + 0,575
I2(s) + 2 e- → 2 I-(aq) + 0,535
I3- + 2 e- → 3 I- + 0,535
O2(g) + 2 H2O(l) + 4 e- → 4 OH-(aq) + 0,40
Cu2+(aq) + 2 e- → Cu(s) + 0,337
AgCl(s) + e- → Ag(s) + Cl- + 0,222
H3AsO3 + 3 H2O+ + 3 e- → As(s) + 3 H2O + 0,2475
Cu2+ + e- → Cu+ + 0,161
Sn4+(aq) + 2 e- → Sn2+(aq) + 0,15
CuCl(s) + e- → Cu(s) + Cl- + 0,137
Ag(S2O3) 23- + e- → Ag(s) + 2 S2O32- + 0,017
2 H3O+(aq) + 2 e- → H2(g) + 2 H2O(l) 0,00
Sn2+(aq) + 2 e- → Sn(s) - 0,14
Ni2+(aq) + 2 e- → Ni(s) - 0,25
V3+(aq) + e- → V2+(aq) - 0,255
PbSO4(s) + 2 e- → Pb(s) + SO42-(aq) - 0,356
Cd2+(aq) + 2 e- → Cd(s) - 0,40
Fe2+(aq) + 2 e- → Fe(s) - 0,44
FeCO3(s) + 2 e- → Fe(s) + CO32- - 0,756
Zn2+(aq) + 2 e- → Zn(s) - 0,763
2 H2O(l) + 2 e- → H2(g) + 2 OH-(aq) -0,8277
Al3+(aq) + 3 e- → Al(s) - 1,66
Mg2+(aq) + 2 e- → Mg(s) - 2,37
Na+(aq) + e- → Na(s) - 2,714
K+(aq) + e- → K(s) - 2,925
Li+(aq) + e- → Li(s) - 3,045
124
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
aA + nē ↔ bB
G= Gº - RT ln [B]b
nF [A]a
e ΔGº= -nFEº
Sendo assim, temos:
E= Eº - 0,0592 log 1
(1) Zn2+ + 2ē ↔ Zn(s) 2 [Zn2+]
125
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
EXEMPLO 8.4. Calcule a f.e.m. de uma célula de Daniell formada pela imersão de uma
lâmina de cobre numa solução 0,15 M de CuSO 4 e um bastão de zinco numa solução 0,25 M
de ZnSO4 interligando-se as duas semi-células.
SOLUÇÃO: Os potenciais padrões de redução tabelados são:
Uma das aplicações mais úteis e generalizadas das medidas da f.e.m. é o cálculo das
constantes de equilíbrio de reações químicas. Se pode deduzir uma relação importante entre a
constante de equilíbrio e a f.e.m. de uma dada reação total. A variação de energia livre de
uma reação está relacionada com a constante de equilíbrio pela equação:
ΔGº= - RT ln K
ΔGº= - nFEº
127
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
RT ln K = nFEº
ln K= nFEº
RT
log K= nEºcélula
0,0592
(5 ē)
- + 2+
MnO4 + 8 H + 5 Fe ↔ Mn2+ + 5 Fe3+ + 4 H2O
K= [Mn2+]. [Fe3+]5
K= 10 3,8/0,0592
K= 1,51.1064
128
CAPÍTULO VIII- EQUILÍBRIO QUÍMICO DE SISTEMAS DE OXIDAÇÃO-
REDUÇÃO
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2) Uma solução contém FeCl2 0,05 M e FeCl3 0,15 M. Qual é o potencial de óxido-redução a
ser medido na solução? Dado: Eº (Fe3+/Fe2+) = 0,76 V. RESPOSTA: 0,788 V
RESPOSTA: -0,412 V
4) A constante do produto de solubilidade para Ag2SO3 é 1,5 . 10-14. Calcule Eº para o
processo:
Ag2SO3(s) + 2ē ↔ 2 Ag + SO32-
RESPOSTA: 0,390 V
6) Identifique o agente oxidante e o agente redutor do lado esquerdo da equação para cada
semi-reação do exercício 5.
129
CAPÍTULO IX - COLÓIDES
9. O ESTADO COLOIDAL
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
133
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
134
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
Quantificação
das amostras
e) a disponibilidade de instrumentos;
135
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
136
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
-
reage com o SCN produzindo coloração vermelha, ou seja a coloração produzida
pelo Fe(SCN)6 irá mascarar a observação da cor azul produzida pelo Co(SCN)42-, ou
3+ 2+
seja, os íons Fe interferem na identificação do Co .
10.2.7 RESULTADOS:
Exemplos:
a) Gravimetria por precipitação química: a substância a ser determinada é
convertida em um precipitado insolúvel que é isolado e pesado.
137
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
precipitação e óxido-redução.
138
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
139
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
140
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
141
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
142
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
143
CAPÍTULO X - INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA
144
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
145
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
146
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
2
C2O4 aqexc CaC2O4 n H2O
CaCO3
Δ Δ
Ex: Ca2aq CaO
p.q. 500C 1000C p.q.
147
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
1. É desejável que o reagente precipitante seja tão seletivo quanto possível nas
condições de precipitação da espécie de interesse;
4. O precipitado deve ser ele próprio uma forma de pesagem ou, então, de fácil
conversão em uma forma de pesagem adequada.
148
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
Vários íons podem ser determinados por gravimetria. Esses são precipitados
com os reagentes e depois pesados. O quadro 11.1 abaixo mostra alguns desses
íons:
Quadro 11.1 Alguns elementos determinados por gravimetria
Substância Precipitado Precipitado Interferências
analisada formado pesado
Fe Fe(OH)3 Fe2O3 Al, Ti, Cr e muitas outras; metais tetravalentes
Al Al(OH)3 Al2O3 Fe, Ti, Cr e muitas outras; Mg não interfere em
soluções ácidas
Ca CaC2O4 CaCO3 Todos os metais exceto alcalinos e Mg
Mg MgNH4PO4 Mg2P2O7 Todos os metais exceto alcalinos
Zn ZnNH4PO4 Zn2P2O7 Todos os metais exceto Mg
Ba BaCrO4 BaCrO4 Pb
2- - 3- -
SO4 BaSO4 BaSO4 NO3 , PO4 , ClO3
- - - - - 2- 2-
Cl AgCl AgCl Br , I , SCN , CN , S , S2O3
Ag AgCl AgCl Hg(I)
3- 2- 2- +
PO4 MgNH4PO4 Mg2P2O7 MoO4 , C2O4 , K
Ni Ni(dmg)2 Ni(dmg)2 Pd
+
(dmg)= dimetildioxima com 1H removido.
149
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
espécie química que queremos determinar, mas, sim, uma quantidade equivalente
de outra substância que denominamos de precipitado ponderal.
Por exemplo: Ao determinarmos o sulfato (SO42-) em água, fazendo-se a sua
precipitação com bário (Ba2+) obtêm-se o precipitado de BaSO4 que é a substância
pesada.
Portanto, envolve a utilização de um fator de proporcionalidade que é
conhecido como:
análise
fator conversão
(fq) químico
gravimétrico
EXEMPLO 1. SO 24
150
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
2P 2 30,97
fg 0,2783
Mg 2P2O7 222,60
A quantidade da substância a ser determinada será:
m=massa do constituinte na amostra
m=m’.fg m’=massa do precipitado ponderal
fg=fator gravimétrico
m'
P fg 100
M
2Mg 2 24,31
fg 0,2184
Mg 2P2O7 222,60
m 0,077
%Mg fg 100 100 9,87
M 0,7782
%Mg 9,87
152
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
153
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
154
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
155
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
156
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
O precipitado deve ser lavado com água quente ou, com uma solução diluída
de um eletrólito volátil contendo um íon comum ao precipitado formado já que,
a água pode provocar a peptização (solubilização) do mesmo. Com isso,
consegue-se a eliminação dos contaminantes (impurezas). Ex: AgCl, pode ser
lavado com uma solução diluída (0,5-1%) de HCl que contém um íon comum
ao precipitado, no caso, o íon cloreto (Cl-). Outra alternativa, se houver
contaminação, faz-se a dissolução do precipitado em um solvente adequado
e, precipita-se novamente.
EXERCÌCIOS RESOLVIDOS
Uma outra maneira de realizar os cálculos para se determinar o conteúdo em
peso e tantos por cento de uma determinada substância utilizando a análise
gravimétrica, é feito pelas equações de formação do precipitado, que depois da
calcinação (ou secagem) tem uma composição constante.
Dados do problema:
V da amostra=200 mL
m cadinho=26,600
m cadinho + precipitado=26,713 g
Reações:
Amostra contendo
Fe2+ e Fe3+ + H+ Fe3+ + NH4OH Fe2O3 xH2O Fe2O3
2 Fe 3 2 55,84
fq fq
Fe 2O3 159,60
fq = 0,06999
0,248
P 0,6999 100
0,485
% Fe3+ = 35,74%
Dados do problema:
m amostra = 0,70g
% Fe2O3 amostra = 25%
d NH3 = 0,99g/mL
Pureza NH3 = 2,3%
Reação:
Fe 3 3NH3 H2O FeOH3 3NH4
161
CAPÍTULO XI - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
manalito
%analito 100
mamostra
%analito mamostra
manalito
100
25 0,70
mFe 2 O 3
100
mFe 2 O 3 0,175g
FeOH3
Δ
Fe 2 O 3
FeOH3 Fe 2 O 3
2 PMFe OH3 1 PMFe 2 O 3
mFeOH3 mFe2 O 3
2 106,847 0,175
mFe 3
159,690
mFeOH3 0,234
Passo 3: Cálculo da massa de NH3.
3NH3 1FeOH3
3 PMNH 3 1 PMFe OH3
3 17,03 1 106,847
mNH3 0,234g
0,234 3 17,03
mNH3
106,847
mNH3 0,112g
y = 4,87 mL
EXEMPLO 5. Em uma solução que contem íon cloreto, por exemplo, em uma
solução de cloreto de potássio, o cloro foi precipitado em forma de AgCl, cujo peso
depois de secado foi igual a 0,1562 g. Escreva a equação da reação e calcule o
conteúdo em peso de cloreto na solução.
Cl- + Ag+ → AgCl
1- ´
mCl = m x fg
mAl = m´x fg
mAl = 0,1862x 0,058 = 0,011g
450g → 27 g
0,1862 → Y
Y = 0,011g
Passo 2: Percentagem de alumínio da liga.
1,021g → 100%
0,011 g → Y
Y = 1,07%
mAl = m´x fg
NaBr 103
fg 0,547g
AgBr 188
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) Em uma solução de sulfato de ferro III 0 ferro foi precipitado com amoníaco em
forma de Fe(OH)3 e calcinado. O peso do precipitado calcinado Fe 2O3 foi de
0,2662g. Escreva as equações das reações e calcular:
a) O conteúdo de Fe3+ na solução e
b) O conteúdo de Fe(SO4)3
166
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
167
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
ácido oxálico. Então o excesso de permanganato poderá ser titulado com solução de
Fe2+ para medir quanto de permanganato sobrou após a reação com ácido oxálico.
Dependendo do tipo de reação que ocorre no ponto de equivalência se
considera as seguintes titulações: ácido-base (neutralização), precipitação,
complexação e oxidação-redução.
As condições necessárias para que uma titulação ocorra são as mesmas
para qualquer tipo de titulação. A reação entre o titulado e o titulante deve ser
rápida, completa, e escrita através de uma reação química. Isto é, a cinética e o
equilíbrio devem favorecer fortemente a formação dos produtos. Por outro lado, a
solução do titulante deve ser estável, e a sua concentração determinada com
exatidão. Finalmente, a solução deve permitir a visualização da mudança de cor do
indicador e deverão existir indicadores que permitam a sinalização do ponto final da
titulação.
4
5 3
O aparelho consiste em uma bureta, (1) um suporte de bureta (2) com base
de porcelana (3) para fornecer um fundo apropriado para se ver às alterações do
indicador, e um frasco Erlenmeyer de boca larga (4) contendo um volume
precisamente conhecido da solução a ser titulada (5). Normalmente a bureta (1) é
preenchida com uma solução titulante dentro de 1 ou 2 ml da posição zero do topo.
168
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
169
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
12.3.2 Os Indicadores
170
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
Quadro 12.1
ALGUNS INDICADORES ÁCIDO BASE UTILIZADOS EM VOLUMETRIA DE
NEUTRALIZAÇÃO
Indicador pKin Zona de viragem Meio ácido Meio básico
Azul de bromofenol 3,9 2,8-4,6 Amarelo Azul
Alaranjado de metila 3,7 3,1-4,5 Vermelho Amarelo
Verde de bromocresol 4,7 3,8-5,4 Amarelo Azul
Vermelho de metila 5,1 4,4-6,2 Vermelho Amarelo
Tornesol 6,4 5,0-8,0 Vermelho Azul
Azul de bromotimol 6,9 6,0-7,6 Amarelo Azul
Fenolftaleína 9,1 8,3-10,0 Incolor Carmim
Amarela de alizarina 11,0 10,0-12,1 Amarelo Vermelho
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
massa g
M 0,01 0,23g
massa molar V/L 23x1
Na 23 2 46
Na2CO3 C 12 1 12
48
O 16 3
106
3) Como você prepararia 50,0ml de solução padrão 0,005mol e 0, 002 mol/L a partir
de uma solução 0,01mol/L de Na+1?
Uma relação algébrica útil é:
172
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
Ba(OH)2 2HCl
BaCl2 2H2O
Ba(OH)2 Ba 137 1 137
HCl H 1 1 1
O 16 2 32
35,5
2 Cl 35,5 1
H 1 2 36,5
171
n de mols Ba(OH)2 0,01963 29,71 10 -3 5,83 10 -4
1mol Ba(OH)2 2mols HCl
5,83 10 - 4 Y 1,17 10 -3
massa n 1,17 10 -3
M M M 0,0234
massamolar V (L) V (L) 50,0 10 -3
173
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
massa 0,2121
n de mols Na2 C 2 O 4 1,6 10 3 mol
massamolar 134,00
2 mol KMnO 4
5 mols Na2C2O4
x 1,6 103 mols de Na2C2O4
5 mols de Fe 2
1 mol KMnO 4
1,06 10 3
x
x 5,3 10 3 mols de Fe 2
massa
n de mols
massamolar
massa 5,3 10 3 55,847 0,2959g
174
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
x 36,8% de Ferro
Na2CO3 2HClexc
FeCl2 H2
HClR NaOH
NaCl H2O
n n
M 0,1 0,025 mol
V 0,25
NaOH HCl
NaCl H2 O
175
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
n n
M 0,2 0,16 mol ácido inicial
V 0,8
106g 2 mols
y 0,135 mol
10 g de barrilha 100%
7,155 g x 71,55 %
n n1
M 0,1 0,0025 mol
V 25 10 -3
176
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
n 0,0025
M M 0,5 mol/L
V 0,005
n m
M M
V L massamolar V
mol NH3 N 14 1 14
3
H 3 1
17 g/mol
m
0,5
8,5 g/L
17 1
9) 25g de hidróxido de sódio (NaOH) impuro são dissolvidos em água suficiente para
500 mL de solução. Uma alíquota de 50 mL dessa solução gasta, na titulação, 25
mL de ácido sulfúrico (H2SO4) 1 molar. Qual é a porcentagem de pureza do
hidróxido de sódio?
2NaOH H2SO4
Na2SO4 2H2O
177
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
n n
M 1 0,025 mol
V L 25 10 3
b) nº de mols de NaOH neutralizado pelo H2SO4:
2NaOH H2 SO 4 Na 2 SO 4 2H2 O
50 ml 0,050 mols
500 ml y
y 0,5 mol
NaOH Na 23 1 23
O 16 1 16
1
H 1 1
40 g/mol
m
0,5
20 g
40
25 g 100 %
20 g z
z 80 %
178
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
2NaOH H2SO4
Na2SO4 2H2O
n1 n
M 0,2 M 0,01
V L 50 10 -3
2NaOH H2 SO 4 Na 2 SO 4 2H2 O
n1 0,02
M M M 1,0 mol/L
V 20 10 -3
CaCO3 H2SO4
CaSO4 H2O CO2
179
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
m
n
massamolar V L
H 2 SO 4 H 1 2 2
S 32 1 32
64
O 16 4
98 g/L
490
M 5 mol/L
98 1
n1 n
M 5 0,1 mol/L
V L 20 10 -3
c) nº de mols de CaCO3 neutralizados pelo H2SO4:
mol CaCO3 Ca 40 1 40
C 12 1 12
48
O 16 3
100 g/L
m m
n 0,10 10 g
massamolar 100
180
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
12) 1,4 g de iodo foram dissolvidos em álcool; a seguir, juntou-se água até o volume
de 250 mL. Dessa solução, retiraram-se 25 mL, que foi titulados com 5 mL de
tiossulfato de sódio 0,2 molar. Qual é a porcentagem de pureza do iodo analisado?
Dado: I2 + 2Na2S2O3→ 2NaI + Na2S4O6
I2 2Na2 S 2 O 3 2NaI Na 2 S 4 O 8
V 5 mL
M 0,2 molar
n n
M 0,2 0,001
V 5 10 -3
0,127 g 25 ml
y 250 ml
y 1,27 g
1,40 g 100 %
1,27 g z
z 90,71 %
181
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
13) Para determinar a porcentagem de prata em uma liga, um analista dissolve uma
amostra de 0,8g da liga em ácido nítrico (HNO3). Isso causa a dissolução da prata
como íons Ag+. A solução é diluída com água e titulada com uma solução 0,15 molar
de tiocianato de potássio (KSCN). É formado, então, um precipitado:
Ag++SCN-→AgSCN. E o analista descobre que são necessários 42 mL de solução
de KSCN para a titulação. Qual é a porcentagem em massa de prata na liga?
Ag SCN- AgSCN
n n
M 0,15 0,0063 mol
V 0,042
Ag SCN-
AgSCN
108g 1mol
x 0,0063 mol
x 0,6804 g
0,80g 100%
0,6804g y
y 85,05%
EXERCÌCIOS PROPOSTOS
182
CAPÍTULO XII. PRINCÍPIOS DA VOLUMETRIA
2) Uma amostra impura de hidróxido de potássio (KOH), com massa igual a 16,8g foi
dissolvida em água até obter-se 300 ml de solução. Uma amostra de 250 ml desta
solução foi neutralizada totalmente por 50 ml de H2SO4 2molar. Admitindo que as
impurezas não reajam com ácido, determine a molaridade da solução de KOH e o
teor de pureza do hidróxido de potássio. RESPOSTA: 80%
183
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Muitas substancias, que ocorrem naturalmente ou são sintéticas, exibem cores que
dependem do pH da solução na qual estão dissolvidas. Algumas dessas substâncias, que
têm sido utilizadas por séculos para indicar a acidez ou alcalinidade da água, ainda são
empregadas em titulações ácido/base.
Um indicador ácido/base é um ácido ou base orgânicos fracos cuja forma não
dissociada difere da cor de sua base ou ácido conjugados. Por exemplo, o
comportamento de um indicador do tipo ácido, HIn, é descrito pelo equilíbrio
HIn H2 O In H3 O
corácida corbásica
184
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
[HIn] 10
[In ] 1
E sua cor básica quando
[HIn] 10
[In ] 1
185
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
A cor parece ser intermediária para razões entre esses dois valores. As razões, é claro,
variam consideravelmente de indicador para indicador. Além disso, as pessoas
diferenciam-se significativamente em suas habilidades em distinguir as cores; de fato,
uma pessoa daltônica pode ser incapaz de distinguir qualquer tipo de alteração de cor.
Se as duas razões de concentração forem substituídas na Equação 2, a faixa de
concentração do íon hidrônio necessária para alterar a cor do indicador pode ser avaliada.
Assim, para se observar a cor ácida,
[H3O+] = 10 Ka
E do mesmo modo, para observação da cor básica,
[H3O+] = 0,1Ka
Para se obter a faixa de pH do indicador, tomamos o logaritmo negativo das duas
expressões:
Essa expressão mostra que um indicador com uma constante de dissociação ácida de
1x10-5 (pKa = 5), tipicamente, revela uma alteração de cor quando o pH da solução na
qual estiver dissolvido mudar de 4 para 6. Com um pouco de álgebra, podemos derivar
uma relação semelhante para um indicador básico
186
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
187
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Quadro 13.1
ALGUNS INDICADORES ÁCIDO-BÁSICOS IMPORTANTES.
Mudança de cor (viragem)
Indicador Forma Forma básica Intervalo de transição
ácida de pH
Azul de timol (A) (faixa ácida) Vermelho Amarelo 1,2 – 2,8
Tropeolina OO (B) Vermelho Amarelo 1,3 – 3,2
2,4-Dinitrofenol (A) Incolor Amarelo 2,4 – 4,0
Amarelo de metila (B) Vermelho Amarelo 2,9 – 4,0
Azul de bromofenol (A) Amarelo Azul-violeta 3,0 – 4,6
Alaranjado de metila (B) Vermelho Amarelo 3,1 – 4,4
Vermelho congo Azul Vermelha 3,0 – 5,0
Vermelho de alizarina S (A) Amarelo Púrpura 3,7 – 5,0
Verde de bromocresol (A) Amarelo Azul 4,0 – 5,6
Vermelho de metila (A) Vermelho Amarelo 4,2 – 6,2
Paranitrofenol (A) Incolor Amarelo 5,0 – 7,0
Púrpura de bromocresol (A) Amarelo Púrpura 5,2 – 6,8
Azul de bromotimol (A) Amarelo Azul 6,0 – 7,6
Vermelho neutro (B) Vermelho Amarelo 6,7 – 8,0
Vermelho de fenol (A) Amarelo Vermelho 6,7 – 8,4
Vermelho de cresol (A) Amarelo Vermelho 7,2 – 8,8
- Naftolftaleína (A) Róseo Verde 7,3 – 8,7
Azul de timol (A) (Faixa Amarelo Azul 8,0 – 9,6
alcalina)
Fenolftaleína (A) Incolor Vermelho 8,0 – 10,0
Timolftaleína (A) Incolor Azul 9,3 – 10,6
Amarelo de alizarina GG (B) Incolor Amarelo 10,0 – 12,0
Tropeolina O (B) Amarelo Alaranjado-marrom 11,0 – 13,0
2,4,6-Trinitrotolueno (A) Incolor Alaranjado 12,0 – 14,0
(A) indicador ácido; (B) indicador básico.
188
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Para cada tipo de titulação estudada, nossa meta é construir um gráfico em que o
pH varie com a adição do titulante. Se você o fizer, entenderá o que está acontecendo
durante a titulação e será capaz de interpretar uma curva de titulação.
A primeira etapa em cada caso consiste em escrever a reação química entre o
titulante e o titulado. Então use esta reação para calcular a composição e o pH após
cada adição de titulante. A título de exemplo simples, vamos considerar a titulação de
50,00ml de uma solução de KOH 2.10-2 M com uma solução de HBr 0,1M. A reação
química entre o titulante e o titulado é
H+ + OH- H2O
1
Como a constante de equilíbrio é 1014 é justo dizer que ela ocorre
Kw
completamente. Qualquer quantidade de H+ adicionada irá consumir uma quantidade
estequiométrica de OH-.
Vamos iniciar calculando o volume de HBr (Ve) necessário para atingir o ponto de
equivalência.
É útil ter em mente que, quando 10,00 mL de HBr forem adicionados, a titulação
estará completa. Antes desse ponto, haverá OH- presente em excesso sem reagir e após
Ve, haverá um excesso de íons H+.Em uma curva de titulação observa-se três regiões que
representam diferentes tipos de cálculos:
1. Antes de atingir o ponto de equivalência, o pH é determinado pelo excesso de
OH- na solução.
2. No ponto de equivalência, a quantidade de H+ é suficiente para reagir com todo
OH- para produzir H2O. O pH é determinado pela dissociação da água.
3. Após o ponto de equivalência, o pH é determinado pelo excesso de H+ na
solução.
189
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Vamos fazer uma amostra de cálculo para cada região. Os resultados completos
são mostrados na Tabele 13.1 e na Figura 13-1 abaixo
Quando são adicionados 3,00ml da solução de HBr, a reação está três décimos
completa (lembre-se de que são necessários 10,00ml de solução de HBr para atingir o
ponto de equivalência. A fração de OH- que fica sem reagir é de sete décimos. A
concentração de OH- remanescente no frasco é
Volume
inicial
de OH-
10,00 3,00 50,00
[OH ] 0,02M 0,0132M
10,00 50,00 3,00
Kw 1,0x10 14
[H ] 7,58x10 13 M pH 12
[OH ] 0,0132
Essa equação nos diz que a concentração de OH- é igual a certa fração da
concentração inicial, com uma correção para diluição. O fator de diluição é igual ao
volume inicial do titulado dividido pelo volume total da solução.
Na Tabela 13-1 o volume de ácido adicionado é designado por V a. O pH é
expresso com duas casas decimais independentemente do que for justificado pelos
algarismos significativos e a região 1 representa o excesso de OH- no início da
titulação.
190
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
H2 O H OH
x x
pH + pOH = 14
[H+] + [OH-] = 10-14 = Kw
[H+] = [OH-]
K w x 2 1,00x10 7 M pH 7,00
0,50
[H ] 0,1M 8,26x10 M
-4
50,00 10,50
Concentração Fator de
inicial diluição
de H+
pH log[H ] 3,08
191
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
192
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
193
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
A titulação de um ácido fraco com uma base forte nos permite colocar todo o nosso
conhecimento da química ácido-base para trabalhar. O exemplo que examinaremos é a
titulação de 50,00ml de uma solução 0,02 M de MES com solução de NaOH 0,1 M MES é
a abreviatura de 2-(N-morfolino)etanossulfônico, que é um ácido fraco com pKa.= 6,15
+
O NHCH2CH2SO3- + OH- O NHCH2CH2SO3- + H2O (4)
HA A-
A constante de equilíbrio para a reação 4 é tão grande que podemos dizer que a
reação é “completa” após cada adição de OH-
194
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Ka
A H2O HA OH
Antes da adição de qualquer base temos uma solução de HA 0,02 M com pK a 6,15.
= Isso é simplesmente um problema de ácido fraco.
HA H A Ka= 10-6,15
F-x x x
x2
K a x 1,19x10 4 pH 3,93
0,02 x
195
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
[A ] 3/10
pH pK a log 6,15 log 5,78
[HA] 7/10
Reação de Titulação:
HA OH- A H2 O
Quantidades iniciais relativas: 1 1/2 - -
Quantidades finais relativas: 1/2 - 1/2 -
1/2
pH pK a log pK a
1/2
Quando o volume de titulante é ½ Ve o pH = pKa para o ácido HA (desprezando os
coeficientes de atividade). Se você tem uma curva de titulação experimental, encontrará
um valor aproximado de pKa pela leitura do pH quando Vb = ½Ve, onde Vb é o volume de
base adicionada.
196
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
A H2O HA OH Kw
Kb
F-x x x Ka
O único ponto complicado é que a concentração formal de A- não é mais 0,02 M, que era
a concentração inicial de HA. O A- é diluído pelo NaOH da bureta.
Volume
inicial
50,00 de HA
Fι 0,02M 0,0167M
50,00 10,00
x 2 K
K b w 1,43x10 8 x 1,54x10 5 M
F x
ι
Ka
Kw
pH log[H ] log 9,18
x
O pH no ponto de equivalência nessa titulação é 9,18. Ele não é 7. O pH do ponto de
equivalência será sempre acima de 7 para uma titulação de um ácido fraco, porque o
ácido é convertido em sua base conjugada no ponto de equivalência.
197
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Agora adicionamos NaOH à solução de A-. A base NaOH é muito mais forte que a
base A-, de modo que é uma aproximação razoável dizer que pH é determinado pela
concentração do excesso de OH- na solução.
Vamos calcular o pH quando Vb = 10,10ml. Isso corresponde apenas a 0,10ml de
Ve. a concentração do excesso de OH- é
Volume do
excesso de OH-
0,10
[OH _ ] 0,1000M 1,66x10
4
50,00 10,10
Concentração Fator de
Inicial de OH- diluição Volume
total
Da
Kw solução
pH log 10,22
[OH ]
A Figura 13-3 ilustra a titulação do ácido acético com hidróxido de sódio. Note que
os valores de pH iniciais são maiores e o pH do ponto de equivalência é menor para as
198
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
199
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
B H BH
Como os reagentes são uma base fraca e um ácido forte, a reação está
essencialmente completa após cada adição de ácido. Existem quatro regiões distintas na
curva de titulação:
Kb
B H2O BH OH
F-x x x
pH pK paraBH log [B]
[BH ]
BH B H
F-x x x
A concentração formal de BH+, F´, não é a mesma da concentração formal de B,
porque ocorreu alguma diluição. Como a solução contém BH +no ponto de equivalência,
ela é ácida. O pH no ponto de equivalência será abaixo de 7
N: K b 1,69 10 9
Piridina
A reação de titulação
+
N: + H NH+
201
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
K [B]
pH pK a log w log
Kb [BH ]
0,764
5,23 log 5,74
0,236
202
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
A direção com a qual se efetua uma titulação influi também na escolha do indicador
de ponto final. Na titulação de um ácido forte com uma base forte, o indicador está
presente inicialmente em sua forma ácida, de maneira que o ponto final se assinalará pelo
aparecimento súbito da cor da forma básica do indicador. Imaginemos agora a titulação
inversa, isto é, a titulação de uma base forte com um ácido forte. Como o indicador está
inicialmente em sua forma básica, o ponto final será indicado quando aparecer à cor da
forma ácida do indicador. Por exemplo, se é empregado o indicador vermelho de metila
nestas duas titulações, o ponto final da primeira titulação ocorrerá a pH 6,2, ponto este em
que se distingue a cor amarela da forma básica. Contudo a titulação inversa teria um
ponto final a pH 4,2, porque este é o pH no qual predomina a forma ácida do vermelho de
metila, de cor vermelha. Como veremos certas substâncias servem muito bem como
indicador de ponto final da titulação de um ácido com uma base, mas são completamente
inadequadas para a titulação inversa.
O fato da mudança de cor do indicador ocorrer em um pH diferente do pH do ponto
de equivalência, fazendo com que o volume do titulante no ponto final seja diferente do
volume do titulante no ponto de equivalência da titulação, isso resulta no chamado erro
de titulação, que é um erro determinado e pode ser calculado pela equação.
203
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Cálculo da concentração de H+
0,05
[H ] x0,1 5,00 x10 mol/L
-5
50 49,95 pH = 4,30
Cálculo da concentração de OH- em excesso
50,05-50,00=0,05
0,05x0,1
[OH ] 5,00x10 5 mol/L pOH = 4,30 pH = 9,70
100,05
Com base nestes cálculos, podemos selecionar para esta titulação qualquer dos
indicadores do Quadro 13.1 que possuem o extremo superior do intervalo de transição
dentro do intervalo de pH de 4,30 a 9,70. Um total de 14 indicadores, começando com o
azul de bromofenol e terminando com o azul de timol garantiriam a exatidão desejada na
titulação.
Vejamos agora o caso em que o volume no ponto final é calculado algebricamente,
a partir do pH no ponto final da titulação. Considere-se o seguinte problema:
Um volume de 50,0 mL de HCL 0,1 M é titulado com NaOH 0,1 M. Calcular o erro
da titulação admitindo-se pH = 5,0 no ponto final.
Para resolver este problema é necessário calcular o volume de titulante no ponto
final da titulação. Como neste caso o ponto final ocorre antes do ponto de equivalência,
deve-se usar a expressão apropriada para este tipo de cálculo.
5 0,1VPF
1x10 5
50 VPF
204
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
EXERCICIOS RESOLVIDOS
1) Uma amostra de vinagre, cujo peso era de 11,40g, foi titulado com solução de NaOH
0,5M, f = 0,9989 e necessitaram de 18,24 ml desta solução para neutralizar o vinagre, por
completo. Calcular a percentagem de CH3COOH na amostra.
m
MxVxf
massamolar CH3COOH
m
0,5x18,24x10 3 x0,9989 0,5466g
60 CH3COOH
[H ][In ]
K HIn 7,9x10 6
[HIn]
[H ]x8[HIn]
7,9x10 6 [H+] = 9,88x10-7 M pH = 6,01
[Hin]
b) Quando a cor A aparece [HIn] = 8[In-] temos:
205
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
6 [H ]x[In ]
7,9x10 [H+] = 6,32 x 10-5 pH = 4,20
8[In ]
Região de pH = 4,2 a 6,1
0,3247
0,1x8,8.10 3 f
HCl F = 0,9659
382 Na 2B4O7 10H2O
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) Considere a titulação de 50,00 mL de HCl 1,00.10 -4 mol/L, com uma solução 1,00.10-3
mol/L de NaOH. Calcule o pH da solução após a adição dos seguintes volumes do
titulante: a) 0,00 mL; b) 2,50 mL; c) 4,90 mL; d) 5,00 mL e e) 6,00 mL. RESPOSTA; a)
pH = 4; b) 4,32; c) 5,74; d) 7; e) 9,25
2) Considere a titulação de 20,00 mL de KOH 0,01 mol/L com HNO 3 0,01 mol/L. Calcular
o pH da solução após a adição dos seguintes volumes do titulante: a) 0,00 mL; b)
19,99 mL; c) 20,00 mL; d) 25,00 mL. RESPOSTA: a) 12; b) 8,40; c) 7; d) 2,95)
206
CAPÍTULO XIII- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
207
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
Ag Cl_ AgCl(s)
2
2Ag CrO4 Ag 2CrO4(s)
208
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
209
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
No ponto final, a concentração do íon cromato deve ser 0,005 mol L-1 . Então
o Ag2CrO4 começará a precipitar quando:
Ag CrO
K
ps
2
2,45x10 12
0,005
2,21x10 5 mol.L1
4
Cl Ag
K ps
1,78x10 10
2,21x10 5
0,81x10 5 mol.L1
vx0,1
[Ag ] 3,4x10 5 mol.L1
100
V=0,034 mL
Substituindo-se esse volume na expressão 1 obtem-se:
0,034
E x100 210
50
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
E =0,068%
[FeSCN2 ]
3
SCN FeSCN 2 Kf 138
Fe [Fe 3 ][SCN ]
onde:
211
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
[FeSCN2 ]
[Fe 3 ]
138[SCN ]
Considerando o valor de [SCN-] como o valor no ponto de equivalência e
[FeSCN2+], a concentração mínima que pode-se perceber do complexo de
feeocianato, encontramos:
6,4x10 6
[Fe 3 ] 6
0,046molL1
(138)(1,0x10 )
A titulação deve ser realizada em solução ácida para prevenir a precipitação
dos íons ferro (III) como hidróxido.
Os experimentos mostram que, em média, um observador pode detectar a
cor vermelha do Fe(SCN)2+ somente quando sua concentração for 4 x10 -6 mol.L-1.
Na titulação de 50,0ml de Ag+ 0,05 mol.L-1 com KSCN 0,1 mol.L-1, qual a
concentração de Fe3+ que deverá ser empregada para reduzir o erro de titulação
para próximo de zero?
Para zerar o erro da titulação, a cor do Fe(SCN)2-deveria aparecer quando a
concentração de Ag+ restante na solução fosse idêntica à soma das espécies de
tiocianato. Isto é, no ponto de equivalência.
[Ag ] [SCN ] [Fe(SCN)2 ]
ou
212
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
6,4x10 6
1,05x10 3
[Fe 3 ]1,7x10 7
[Fe 3 ] 0.036molL1
SCN Ag r AgSCN(s)branco
Um problema sério ocorre quando se titula o excesso de íon prata com KSCN
em presença do precipitado AgCL. Esta dificuldade está relacionada com o fato de
213
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
ser o AgCl(Kps = 1,78 x 10-10) mais solúvel do que AgSCN (Kps = 1x10-12).
Consequentemente a reação:
se por um meio qualquer não for evitada, ocorrerá em extenção significativa perto do
ponto de equivalência da titulação da prata residual. Então,o ponto final ocorrerá
com consumo excessivo de tiocianato, que ocasionará resultado baixos para a
determinação de cloretos.
Vários meios tem sido recomendados para contornar esta fonte de erro. A
remoção do AgCl mediante filtração, seguido da titulação direta do íon prata com
tiocianato da excelentes resultados. Mas simples, entretanto, é a que se baseia na
diminuição da velocidade da reação entre o AgCl e o íon SCN-. Isto pode ser
obtido por diminuição da área de superfície efetiva do precipitado de AgCl. Há duas
possibilidades, ebulição da solução para coagular o AgCl, e revertimento das
partículas de AgCl com uma substância imiscível com a água, como o nitrobenzeno.
214
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
Ag Cl AgCl
FeSCN2 Ag AgSCN Fe 3
Tabela 14-1
- + - -
BH4 +8Ag +8OH 8Ag(s)+H2BO3
+5H2O
-
Epóxido Volhard Titulação do excesso Cl seguido por
hidro-halogenação
+ + +
K Volhard modificado Precipitação de K com excesso de Ag
-
formando B(C6H5)4 , adição de excesso
+
de Ag formando AgB(C6H5)4(s)
retrotitulação do excesso
- - + 2-
Br , Cl 2Ag +CrO4 Ag2CrO4(s) Em solução neutra
Vermelho
- - - 2-
Br , Cl , I , SeO3 Indicador de adsorção
+ +
V(OH)4 , ácidos graxos, Eletroanalítico Titulação direta com Ag
mercaptanas
2+
Zn Volhard modificado Precipitação como ZnHg(SCN)4,
filtração, dissolução em ácido, adição
+
de excesso de Ag , retrotitulação do
+
excesso de Ag
-
F Volhard modificado Precipitação como PbClF, filtração,
dissolução em ácido, adição de
+
excesso de Ag , retrotitulação do
+
excesso de Ag
215
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
216
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
217
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
V 0,005789M 225,00mL0,04132M V
e e 35,69mL
Moles de Moles de
Hg22+ IO3-
a) Quando V=34,00 ml, a precipitação de Hg22+ ainda não está completa:
2+
Volume original de Hg2
Hg 35,69
2
2
34,00
0,04132M
25,00
25,00 34,00
8,29 10
4
M
35,69
Fração Concentração Fator de
remascente original de Hg2
2+
diluição Volume total da solução
218
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
Hg
2 Kps
1,3 1018
1,5 1011M
2
IO 2,9 10
2
3
4 2
b)No ponto de equivalência, temos IO3- suficiente para reagir com todo o Hg22+:
x2x 2
Kps x Hg22 6,9 107 M
220
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1) Qual o volume de AgNO3 0,1233M que será necessário para precipitar Cl- de
0,2280 g de BaCL2 2H2O.
Reação
AgNO 3 BaCl2 2H2O 2AgCl BaNO3 2 2H2O
Ba =137 x 1 = 137
BaCL2 2H2O Cl = 35,5 x 2 = 71
2H2O = 18 x 2 = 36
244
a) Cálculo da concentração de cloreto
1mol de BaCl2 2H2O 2mols de Cl-
244 g 71g
0,2280g Y Y = 0,0663g
b) Cálculo do volume
massa
MxV AgNO
massamolar CL
3
0,0663
0,1233xV
35,5
V = 0,01514L → 15,14 ml
2) Se analisa pelo método de Volhard uma amostra de prata que pesa 0,5g e que
contem 90% de Ag. Qual deve ser a molaridade de uma solução de KSCN, para que
não sejam gastos na titulação um volume de titulante mais do que 50 ml.
Reação
Ag SCN AgSCN
Fe 3 SCN FeSCN2
221
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
0,45
Mx0,05
108
M 0,083
3) Certa solução de FeCl3 6H2O contem por ml um peso de ferro equivalente ao que
se encontra em 0,3 mg de Fe2O3. Quantos ml de AgNO3 0,05M serão necessários
para titular 50 ml da solução de cloreto pelo método de Mohr?
Reação
Ag Cl AgCl
CrO24 2Ag Ag 2 CrO4
222
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
Reações:
Br Ag AgBr
Ag Ex SCN AgSCN
Fe 3 SCN FeSCN2
223
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
b) Cálculo da massa de KI
massa
n0 de mols de KI =
massamolar KI
x
0,01
166
x 1949,272mg
x 1,949g
177,5 mg de Ag+ 50 ml
Y 100 ml Y = 355,0 mg de Ag+ ou 0,355 g de Ag+
c) Cálculo da quantidade de AgNO3
1 mol de AgNO3 1 atg de Ag+
170 g 108 g
Y 0,355 g Y = 0,559 g de Ag+
d)Cálculo da quantidade de Ag+ na amostra
2,075 g de amostra 100%
0,559 g Y Y = 27%
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) 50,0 ml de uma solução de KSCN são equivalentes a 48,5 mL de uma solução de
AgNO3 0,1 mol/L e f = 1,0200. Qual a massa de KSCN por litro de
solução.RESPOSTA- 9,597g/L.
2) Uma amostra de 0,15 g de As se dissolve em HNO 3 (formando H3AsO4). Se
neutraliza a solução resultante e se trata com 120 ml de AgNO 3 0,06667M que
precipita todo As como Ag3AsO4. O precipitado é lavado, dissolvido em ácido e a Ag+
resultante do processo de dissolução é titulada com solução de KSCN 0,1M, usando
Fe3+ como indicador. a) Qual o volume exigido de KSCN? b) Que volume de KSCN
deveria ser utilizado caso fosse empregado o método indireto? RESPOSTA a)60,05
ml, b) 20ml.
3) O cloreto em 0,272g de uma amostra foi precipitado pela adição de 50,00 ml de
AgNO3 0,1030 M . A titulação da prata em excesso, gastou-se 8,65 ml de KSCN
0,1260 M. Expresse o resultado dessa análise em percentagem de MgCl 2.
RESPOSTA :71,07%
4)A padronização de uma solução de KSCN com uma solução 0,3341g do padrão
primário AgNO3 necessitou 21,55 ml do titulante. Calcule a concentração molar da
solução. RESPOSTA:0,09127M
5)Uma solução padrão é preparada dissolvendo 8,3018 g de AgNO 3em um litro de
solução. Calcule:
a) A concentração molar do íon prata nessa solução
b) O volume dessa solução necessário para titilar o Cl- em 0,1364 g de NaCl puro.
c) A massa de COCl2 (MM = 98,92) com a qual 1,00 ml desta solução reage.
Equação:
226
CAPÍTULO XV- VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
227
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
228
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
ML L ML 2 (2)
ML 2 L ML 3 (3)
ML n1 L ML n (4)
Cu(gli)22 .
As constantes de equilíbrio para as reações de formação de complexos
são geralmente escritas como constante de formação. Assim, cada uma das
reações de 1 a 4 é associada a uma constante de formação progressiva, K 1 a
K4 .Por exemplo, K1 = [ML]/[M][L], K2= [ML2]/[ML][L] e assim por diante.
Podemos escrever também o equilibrio como a soma das etapas
individuais.Estas têm as constantes de formação globais designadas pelo
símbolo β
[ML]
M L ML β1 =K1 (5)
[M][L]
[ML 2 ]
M 2L ML 2 β2 K 1K 2 (6)
[M][L] 2
229
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
[ML 3 ]
M 3L ML 3 β3 K 1K 2K 3 (7)
[M][L] 3
[ML n ]
M nL ML n βn K 1K 2 ....K n (8)
[M][L] n
Exceto para a primeira etapa, as constantes de formação globais são os
produtos das constantes de formação progressivas para as etapas individuais
que levam à formação do complexo.
Para uma dada espécie como ML, podemos calcular um valor de α, o
qual é a fração da concentração total do metal que existe naquela forma.
Assim,αm é a fração do total de metal presente no equilíbrio na forma de metal
livre; αML, a fração presente como ML, e assim por diante. Os valores de α
podem ser fornecidos pelas seguintes equações.
1
αM (9)
1 β1 β 2 [L] β 3 [L] 3 ... β n [L] n
2
β1[L]
αML (10)
1 β1[L] β 2 [L] 2 β 3 [L] 3 ...βn [L] n
β 2 [L] 2
αML 2 (11)
1 β1[L] β 2 [L] 2 β 3 [L] 3 ...β n [L] n
β n [L] n
αML n (12)
1 β1[L] β 2 [L] 2 β 3 [L] 3 ...β n [L] n
230
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
231
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
Al 3 Y 4 AlY
O EDTA é um reagente notável não somente porque forma quelatos com
todos os cátions, exceto os dos metais alcalinos, mas também porque a
maioria desses quelatos é suficientemente estável para ser empregada em
titulações. Essa alta estabilidade indubitavelmente resulta dos vários sítios
complexantes da molécula que dão origem a uma estrutura semelhante a uma
gaiola, pela qual o cátion é efetivamente envolvido e isolado das moléculas do
solvente. Uma das estruturas comuns para complexos metal/EDTA é mostrada
na figura 15-3. A habilidade do EDTA em complexar metais é responsável pelo
seu uso difundido como conservante alimentício e de amostras biológicas.
A Tabela 15-1 lista as constantes de formação KMY para os complexos
de EDTA mais comuns. Observe que as constantes se referem ao equilíbrio
que envolve as espécies complexantes não protonadas Y4- como íon metálico:
[MY (n 4) ]
n
M Y 4
MY (n 4)
K MY n 4
[M ][Y ]
232
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
Tabela 15-1
CONSTANTE DE FORMAÇÃO PARA OS COMPLEXOS COM O EDTA
Cation KMY logKMY Cation KMY logKMY
+ 7 2+ 18
Ag 2,1x10 7,32 Cu 6,3x10 18,80
[H ][H 2 Y 2 ]
H3 Y H H2 Y 2
K2
2,16x10 3
[H 3 Y ]
233
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
2 3 [H ][HY 3 ]
H2 Y H HY K3 2
6,92x10 7
[H 2 Y ]
[H ][Y 4 ]
HY3 H Y 4 K4 3
5,50x10 11
[HY ]
O íon Y4-representa o íon etilenoaminotetracético. Neste texto, usaremos
a abreviatura EDTA para fins gerais, enquanto em reações químicas e
equilíbrios se empregará H4Y (e os produtos de sua dissociação ácida) para
designar espécies específicas do EDTA.
O ácido etilenodiaminotetracético é muito pouco solúvel em água e, por
causa disso quase não é utilizado em titulações complexiométricas. Em
contrapartida, o sal dissódico é relativamente solúvel e, como se dispõem
comercialmente deste sal na forma Na2H2Y.2H2O, serve como reagente para a
preparação de soluções padrões de EDTA, que são as empregadas em
titulometria. Como nestas soluções a espécie predominante é o íon H 2Y2-, seu
pH está muito próximo de (1/2)(pK2+pK3), ou seja 4,42.
A maioria das titulações com EDTA são efetuadas em soluções neutras,
ou alcalinas ou com uma acidez moderada, que são mantidas com a adição de
um tampão. Normalmente a solução a ser titulada é tamponada com ácido
acético/acetato de sódio (pH 4 a 5) ou amônia/cloreto de amônio (pH 9 a 10),
tampão de citrato e tartarato são as vezes, empregados. Como nessas
condições a forma predominante do EDTA é o íon H 2Y2- ou HY3-, de modo que
podemos imaginar como mais apropriada para a reação de titulação, as
seguintes reações:
Mn H2 Y 2 MY 4n 2H
Mn H2 Y 2 MY 4n H
Entretanto, considerando que a produção de íon hidrogênio livre é prejudicial,
se o pH baixar muito, a formação do complexo metal-EDTA será incompleta.
Uma das finalidades do tampão é consumir íons hidrogênio liberado durante a
titulação.
234
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
Onde, α0 α1 α 2 α3 α 4 1
[Y 4 ]
α4
EDTA
235
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
[H 2 Y 2 ] 2,16x10 3 2,16x10 3
2,16x10 7
[H 3 Y ] [H ] 1,00x10 10
[Y 4 ] 55 55
α4 3 4
0,355x100 35,6%
[HY ] [Y ] 100 55 155
Tabela 15-3
VALORES DE αY4- E pH PARA O EDTA A 200C E Μ =
0,10M 236
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
pH αy4- pH αy4-
0 1,3 x 10-23 7 5,0 x 10-4
1 1,9 x 10-18 8 5,6 x 10-3
2 3,3 x 10-14 9 5,4 x 10-2
3 2,6 x 10-11 10 0,36
4 3,8 x1 0-9 11 0,85
5 3,7 x 10-7 12 0,98
-5
6 2,3 x 10 13 1,00
237
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
Em pH 4,00:
K 'f 3,8x19 9 1,3x10 25 4,9x1016
Em pH 1,00:
K 'f 1,9x10 18 1,3x10 25 2,5x10 7
podemos escrever
238
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
Fe 3 EDTA FeY -
[FeY ] 0,10 x
3
2
K 'f 4,9x10 16 em pH 4,00
[Fe ][EDTA] x
2,5x10 7 em pH 1,00
239
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
240
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
Mg 2 EDTA MgY 2
K 'f α Υ 4 K f 0,36 6,2 108 2,2 108
Volume Inicial de
2+
Mg
241
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
Volume
2+
Inicial de Mg
50,0
[MgY 2 ] 0,0500M 0,0250
100,
Concentração Fator Volume total
2+
Original de Mg de diluição da solução
Mg 2 EDTA MgY 2
Concentração inicial (M) 0 0 0,0250
Concentração final (M) x x 0,0250-x
[MgY 2 ]
2
K 'f 2,2x10 8
[Mg ][EDTA]
0,0250 x
2,2x10 8 1,07x10 5 M
x 2
242
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
1,0
[EDTA] 0,0500 4
4,95x10 M
100,1
Volume total da solução
Fator de
Concentração diluição
Original de
EDTA
2+
Volume do excesso de Mg
50,0
[MgY 2 ] 0,0500 2,48x10
2
101,0
Volume total da solução
Concentração Fator de
Original de diluição
2+
Mg
[MgY 2 ]
2
K 'f 2,2x10 8
[Mg ][EDTA]
[2,48x10 2 ]
2,2x10 8
2
[Mg ] 4,95x10 4
[Mg 2 ] 2,3x10 7 M pMg 2 6,64
O mesmo tipo de caçulo pode ser usado para qualquer volume após o
ponto de equivalência.
243
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
244
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
vermelho azul
H2O HIn2 In 3 H3 O K2 = 2,8 x 10-12
azul laranja
245
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
2 3 [MgIn ]
Mg In MgIn Kf 2 3
1,0x10 7
[Mg ][In ]
E (c) a constante análoga para Ca2+ 2,5 x 105.
Presumimos, como fizemos anteriormente, que a mudança de cor
detectável requeira um excesso de dez vezes de uma ou outra espécie
colorida; isto é, a mudança de cor é observada quando a proporção [MgIn -
]/[HIn2-] alterar de 10 para 0,10. A multiplicação de K 2 do indicador por Kf para
MgIn- resulta em uma expressão que contém esta proporção:
[MgIn ][H 3O ]
2 2
2,8x10 12 x1,0x10 7 2,8x10 5
[HIn ][Mg ]
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
a)Cálculo da Molaridade do Mg
Mx100 Mg MxV EDTA
2
Mx100 19,29x0,1012
M 0,019M
b)Cálculo da massa de Mg2+ em 100 ml de solução
masaa
M
massamolarxVL
g
0,019
12,16x0,1
m 0,0231g
c)Cálculo da concentração de Mg2+ em mg/L
1g 1000mg
0,0231g X
246
X 23,1mg/100ml
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
23,1 mg 100
Y 1000 Y = 231 mg/L
massa g
n o de mols de Al3+ = 0,00132 0,018gou18mg
atg.g Al3 13,49
247
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
massa
MxV EDTA
atg.g Ca2
0,008
Mx33,62x10 3
40
0,00884M
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
248
CAPÍTULO XV- TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
249
CAPÍTULO XVI- VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
Fe 2 Ce4 Fe 3 Ce3
Fe 3 e Fe 2 E0 0,68V (1)
250
CAPÍTULO XVI- VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
(3)
Ce4 Fe 2 Ce3 Fe 3
Cérico Ferroso Ceroso Férrico
titulante titulado
[Fe 2 ]
EFe3 ,Fe2 E 0
Fe 3
,Fe 2
0.059log 3 (4)
[Fe ]
Observe que o termo logarítmico da expressão 4 compreende a razão de
duas concentrações elevada cada uma a primeira potencial. Desse modo é
desnecessário converter as quantidades de ferro (II) e ferro (III) expressadas em
mmols, para unidades de concentração.
Depois da adição de 1,00 mL de cério (IV) 0,100 mol/L, ou 0,100 mmol,
formam-se 0,100 mmol de ferro (III) e 0,100 mmol de cério (III), e ficam sem titular
2,400 mmols de ferro (II). Então,
2,400
E 3 2
0.68 0,059log 0,68 0,08 0,60V
Fe ,Fe 0,100
analogamente, depois da titulação de 5,00 mL de cério (IV), EFe3+,EFe2+ = +0,64 V.
251
CAPÍTULO XVI- VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
Uma quantidade suficiente de Ce4+ é adicionada para reagir como todo Fe2+.
Praticamente todo o Cério está na sua forma de Ce 3+, e praticamente todo o ferro
está na sua forma de Fe3+. Quantidades mínimas de Ce4+ e Fe2+estão presentes no
equilíbrio. Da estequiometria da reação 1 podemos escrever:
Se uma pequena parte do Fe3+ vota a ser Fe 2+, um número igual de mols de
Ce4+ deve ser produzido. Então [Ce4+] = [Fe3+].
Em qualquer momento, as reações 1 e 2 estão, as duas, em equilíbrio. As
equações de Nernst para esses reações são definidas como:
[Fe 2 ]
Epe 0,68 0,059log (7)
[Fe 3 ]
[Ce 3 ] (8)
Epe 1,44 - 0,059log
[Ce 4 ]
252
CAPÍTULO XVI- VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
2Epe E E 0,059log
Fe 0,059logCe
2 3
Fe Ce
0 3 2
0 4 3
Fe ,Fe Ce ,Ce 3 4
Fe Ce
2 3
2Epe E0 Fe3 ,Fe 2 E 0 Ce4 ,Ce3 0,059log
Fe Ce
3 4
[Fe 2 ]
Epe E0Fe 3 ,Fe 2 0,059log
[Fe 3 ]
Assumindo que a concentração de ferro (III) é praticamente 0,050
mol/L, e substituindo Epe e EFe3+,EFe2+ na expressão acima, obtemos:
253
CAPÍTULO XVI- VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
2,5
E0 Ce4 ,Ce3 1,44 0,059log 1,44 0,08 1,36V
0,1
Depois da adição de 30,00 mL de cério (IV),continuam presentes 2,500
mmols de cério (III), a quantidade de cério (IV) em excesso é 0,500 mmol.
2,5
ECe4 ,Ce3 1,44 0,059log 1,44 0,04 1,40V
0,5
A Figura 16.1 abaixo mostra a curva de titulação entre o Ferro e o Cério.
Esse gráfico é bastante parecido com as curvas obtidas nas titulações de
neutralização, de precipitação e de formação de complexos, com o ponto de
equivalência evidenciado por uma mudança brusca no eixo da ordenada.
254
CAPÍTULO XVI- VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
.
FIGURA 16.2 Curva para a titulação empregando
Ce4+0,01 mol/L. Curva A: Titulação de 50 ml de
Fe2+0,05 mol/L. Curva B: Titulação de 50 ml de U4+
0,023 mol/L
255
CAPÍTULO XVI- VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
0,0592 [In ]
E E0Inox /Inred log red
n [In ox ]
Tipicamente uma mudança de cor da
forma oxidada para a forma reduzida requer uma variação de 100 vezes na razão
das concentrações dos reagentes; Isto é uma mudança de cor é observada quando
257
CAPÍTULO XVI- VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
[In red ] 1
[In ox ] 10
Se altera para:
[In red ]
10
[In ox ]
A variação do potencial requerida para produzir uma mudança total na cor de
um indicador geral típico pode ser encontrada substituindo-se esses dois valores na
equação, que fornece:
0,0592
E E0In
n
Essa equação mostra que um indicador geral típico exibe uma mudança de
cor detectável quando um titulante fizer com que o potencial do sistema varie de
EIn0± 0,0592/n para EIn0 -0,0592/n, ou de cerca de (0,118/n) V. Para muitos
indicadores, n=2, portanto uma variação de 0,059V é suficiente.
O quadro 16-1 lista os potenciais de transição para vários indicadores redox.
Observe que estão disponíveis indicadores que funcionam em qualquer faixa de
potencial até +1,25.
Talvez o indicador específico bem mais conhecido seja o amido, que forma
um complexo azul-escuro com o íon triiodeto. Esse complexo sinaliza o ponto final
em titulações nas quais o iodo será produzido ou consumido.
Outro indicador específico é o tiocianato de potássio, que pode ser utilizado,
por exemplo, na titulação de ferro(III) com soluções de sulfato de titânio (III).O ponto
final envolve o desaparecimento da cor vermelha co complexo ferro(III)-tiocianato
como um resultado da elevada diminuição da concentração de ferro (III) no ponto de
equivalência
O ponto final da volumetria de oxidação – redução é identificada visualmente
segundo vários métodos, conforme a reação envolvida:
Algumas observações importantes em relação à detecção do ponto final da titulação.
Observação importante:
1- Existem indicadores que por serem fortemente corados ele próprio pode atuar
domo indicador como no caso do KMNO4. Assim, nas titulações com KMnO4, o
ponto final é sinalizado pelo aparecimento de uma coloração rosa persistente para a
adição de um leve excesso do reagente.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Calcule:
a) O potencial da solução após adição de 42,00 mL do titulante;
b) O potencial no ponto de equivalência;
c) O potencial após 30 mL da solução titulante.
RESPOSTA a) 1,495 V; b) 1,37 V; c) 0,708 V.
260
REFERÊNCIAS
250