Manual Enfermagem AP
Manual Enfermagem AP
Manual Enfermagem AP
Elaboração
Adriana Ferreira Pereira Liliane Oliveira Ferreira de Castro
Andreia Cristina Seabra Rodrigues Leise Maria Amaral Matias
Daniela de Melo Alvim Machado Luana Queiroga Mendes Ramos
Daniela Soares Rosa Bresolini Maria Ligia Gomes
Débora Carneiro Ramos Silva Maria Teresinha de Oliveira Fernandes
Érica Fernandes Rodrigues Marina Marques Soares
Fernanda Azeredo Chaves Neilian Abreu Rocha
Fernanda Ourives Barreto Pauline Fraga Lignani
Karine dos Santos Silva Priscila Lima Gomes de Paiva
Karine Suelem Marques Rafaela Vieira Lopes
Klébio Ribeiro Silva de Martin
Liliane Aparecida S. Braz Benfica
Organização
Adriana Ferreira Pereira
Débora Carneiro Ramos Silva
Fernanda Azeredo Chaves
Klébio Ribeiro Silva de Martin
Taciana Malheiros Lima Carvalho
Belo Horizonte
2016
Lista de abreviaturas e siglas
APS Atenção Primária à Saúde
CS Centro de Saúde
ESF Estratégia Saúde da Família
RIE/APS Regimento Interno da Enfermagem da APS
SMSA/PBH Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte
COREN-MG Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais
EqSF Equipe de Saúde da Família
ACS Agentes Comunitários de Saúde
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
NR Norma Regulamentadora
POP Procedimentos Operacionais Padrão
OMS Organização Mundial de Saúde
CID Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde
WONCA Organização Mundial dos Médicos de Família e Comunidade
SUS-BH Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte
SUS Sistema Único de Saúde
VD Visitas Domiciliares
MS Ministério da Saúde
SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem
CIAP Classificação Internacional de Atenção Primária
IMC Índice de massa corpórea
IST/DST Infecção sexualmente transmissível/doença sexualmente transmissível
CA Câncer
ECM Exame clínico das mamas
MMG Mamografia
PNAB Política Nacional da Atenção Básica
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SRO Soro de reidratação oral
PREP Profilaxia Pré-exposição
PEP Profilaxia Pós-exposição
EAPV Eventos Adversos Pós Vacinação
GERASA Gerência de Atenção à Saúde
TAS Terminal de Atendimento em Saúde
CEST Central de Esterilização
PNSP Programa Nacional de Segurança do Paciente
IM Intramuscular
PA Pressão arterial
PAS Pressão arterial sistólica
PAD Pressão arterial diastólica
DC Débito cardíaco
ECG Eletrocardiograma
ITU Infecção do trato urinário
Lista de figuras
Figura 1 - Etapas do processo de enfermagem............................................................................................................ 22
Figura 2 - Abordagem sistêmica para gerenciar o erro ou a falha (Modelo do queijo suíço)........................ 76
Figura 3 - Técnica para higienização das mãos............................................................................................................. 79
Figura 4 - Administração de medicamentos via intradérmica................................................................................. 88
Figura 5 - Administração de medicamentos via subcutânea.................................................................................... 90
Figura 6 - Técnica em Z para aplicação de injeção intramuscular........................................................................... 93
Figura 7 - Músculo do quadril (vista lateral) – delimitação do sítio de punção................................................. 94
Figura 8 - Delimitação do sítio de punção no músculo vasto lateral da coxa..................................................... 95
Figura 9 - Músculo deltóide– delimitação do sítio de punção................................................................................ 96
Figura 10 - Músculo glúteo (vista posterior) – delimitação do sítio de punção................................................. 97
Figura 11 - Administração de medicamentos via endovenosa................................................................................ 98
Figura 12 - Localizações para verificação da frequência cardíaca.........................................................................104
Figura 13 - Escalas analógicas visuais e de face de dor............................................................................................111
Figura 14 - Representação do papel de ECG...............................................................................................................119
Figura 15 - Formas das ondas, seguimentos e intervalos do ECG.........................................................................120
Figura 16 - Posição das seis derivações periféricas e das seis derivações precordiais....................................121
Figura 17 - Fixação de sonda enteral.............................................................................................................................134
Lista de quadros
Quadro 1 - Processo de Enfermagem.............................................................................................................................. 23
Quadro 2 - Resumo dos principais componentes de suporte básico de vida para adultos,
crianças e bebês na APS................................................................................................................................. 58
Quadro 3 - Ações preparatórias para o reuso de cada tipo de artigo................................................................... 71
Quadro 4 - Síntese de materiais para preparo e administração de medicamentos........................................... 86
Quadro 5 - Seleção do local de aplicação de IM e volume máximo a ser administrado,
segundo faixa etária....................................................................................................................................... 92
Quadro 6 - Seleção do local de aplicação de IM e calibre da agulha, segundo
características dos pacientes........................................................................................................................ 92
Quadro 7 - Valores de referência da temperatura corporal....................................................................................102
Quadro 8 - Valores de referência da frequência cardíaca (em repouso e sem febre).....................................105
Quadro 9 - Valores de Referência de frequência respiratória (em repouso e sem febre)..............................106
Quadro 10 - Média da pressão arterial ótima por idade.........................................................................................108
Quadro 11 - Classificação da pressão arterial para adultos (> 18 anos).............................................................108
Quadro 12 - Critérios para avaliação multidimensional da dor.............................................................................110
Quadro 13 - Referências de crescimento......................................................................................................................115
Quadro 14 - Relação entre a referência de IMC e a classificação do estado nutricional em adultos.........117
Quadro 15 - Referência de perímetro abdominal......................................................................................................118
Quadro 16 - Materiais necessários ao cateterismo vesical......................................................................................125
Quadro 17 - Avaliação da pele........................................................................................................................................141
Quadro 18 - Características do efluente intestinal e urinário................................................................................142
Lista de tabelas
Tabela 1 - Derivações periféricas unipolares...............................................................................................................122
Tabela 2 - Derivações periféricas bipolares..................................................................................................................122
Tabela 3 - Derivações precordiais...................................................................................................................................123
Sumário
Introdução.............................................................................................................................................................................. 11
Regimento Interno
1 Estrutura organizacional e forma de apresentação ............................................................................................. 14
2 Finalidades da equipe de enfermagem..................................................................................................................... 15
3 Posição da equipe de enfermagem............................................................................................................................ 15
4 Requisitos, composição, jornada de trabalho.......................................................................................................... 15
5 Competências e atribuições da equipe de enfermagem...................................................................................... 16
5.1 Competências e atribuições do enfermeiro...................................................................................................... 17
5.2 Competências e atribuições dos auxiliares / técnicos de enfermagem.................................................... 18
6 Disposições gerais ou transitórias............................................................................................................................... 18
7 Considerações finais........................................................................................................................................................ 18
Processo de Enfermagem
1 Supervisão.......................................................................................................................................................................... 20
1.1 Supervisão de enfermagem................................................................................................................................... 20
1.1.1 Escala de enfermagem......................................................................................................................................... 20
1.2 Supervisão do ACS.................................................................................................................................................... 21
2 Sistematização da Assistência de Enfermagem....................................................................................................... 22
2.1 Etapas da consulta de enfermagem..................................................................................................................... 23
2.1.1 Coleta de dados/Histórico de enfermagem................................................................................................... 23
2.1.2 Diagnóstico de Enfermagem.............................................................................................................................. 24
2.1.3 Planejamento de Enfermagem.......................................................................................................................... 25
2.1.4 Implementação....................................................................................................................................................... 25
2.1.5 Avaliação de enfermagem................................................................................................................................... 25
2.1.6 Registro da consulta de enfermagem.............................................................................................................. 26
2.2 Exames solicitados pelos enfermeiros................................................................................................................. 26
2.2.1 Exames para rastreamento.................................................................................................................................. 27
2.3 Medicamentos prescritos pelos enfermeiros.................................................................................................... 31
2.3.1 Medicações passíveis de prescrição pelo profissional
enfermeiro na consulta de enfermagem........................................................................................................ 32
2.3.2 Medicações passíveis de prescrição pelo profissional
enfermeiro para medidas de conforto............................................................................................................ 38
2.3.2.1 Casos que necessitem de alívio da dor ou diminuição da febre.......................................................... 38
2.3.2.2 Casos de crise asmática .................................................................................................................................... 40
2.3.2.3 Casos que necessitam de oxigenoterapia................................................................................................... 40
2.3.2.4 Casos que necessitam de hidratação............................................................................................................ 41
2.4 Encaminhamentos de usuários intra e extra APS............................................................................................. 41
3 Visita domiciliar da equipe de enfermagem............................................................................................................ 43
3.1 Atribuições da equipe de enfermagem.............................................................................................................. 44
3.2 Materiais de apoio e insumos................................................................................................................................ 44
4 Assistência e supervisão da sala de imunização...................................................................................................... 45
4.1 Atribuições dos profissionais................................................................................................................................. 45
4.1.1 Enfermeiros.............................................................................................................................................................. 45
4.1.2 Técnicos e auxiliares de enfermagem.............................................................................................................. 46
4.2 Assistência................................................................................................................................................................... 46
4.2.1 Materiais apoio e insumos.................................................................................................................................. 46
4.2.1.1 Impressos e manuais.......................................................................................................................................... 47
4.2.2 Organização e aplicação do imunobiológicos.............................................................................................. 47
4.2.2.1 Recebimento dos imunobiológicos.............................................................................................................. 47
4.2.2.2 Antes de iniciar as atividades diárias............................................................................................................ 48
4.2.2.3 Administração do imunobiológicos.............................................................................................................. 48
4.2.2.4 Ao final do dia..................................................................................................................................................... 49
4.2.2.5 Materiais e procedimentos necessários para vacinação extramuros................................................... 49
4.2.3 Materiais e procedimentos necessários em caso de falta de energia
elétrica ou falha no equipamento.................................................................................................................... 50
4.2.3.1 Materiais de apoio e insumos......................................................................................................................... 50
4.2.3.2 Organização da caixa térmica com berço................................................................................................... 50
4.2.4 Atividades epidemiológicas e de vigilância................................................................................................... 51
4.3 Limpeza e desinfecção específica......................................................................................................................... 51
4.3.1 Equipe de enfermagem........................................................................................................................................ 51
4.3.1.1 Limpeza da câmara fria..................................................................................................................................... 52
4.3.2 Serviço de higienização e limpeza.................................................................................................................... 52
5 Assistência e supervisão da sala de curativos.......................................................................................................... 52
5.1 Atribuições dos profissionais................................................................................................................................. 52
5.1.1 Enfermeiros.............................................................................................................................................................. 52
5.1.2 Técnicos e auxiliares de enfermagem.............................................................................................................. 53
5.2 Assistência................................................................................................................................................................... 53
5.2.1 Atuação da equipe de enfermagem aos usuários com presença de miíase e tunga penetrans..... 54
5.2.2 Materiais de apoio e insumos............................................................................................................................ 55
5.2.3 Procedimentos........................................................................................................................................................ 55
5.3 Limpeza e desinfecção específica......................................................................................................................... 56
5.3.1 Equipe de enfermagem........................................................................................................................................ 56
5.3.2 Serviço de higienização e limpeza.................................................................................................................... 56
6 Assistência e supervisão da sala de observação...................................................................................................... 56
6.1 Atribuições dos profissionais................................................................................................................................. 57
6.1.1 Enfermeiros.............................................................................................................................................................. 57
6.1.2 Técnicos e auxiliares de enfermagem.............................................................................................................. 57
6.2 Assistência................................................................................................................................................................... 58
6.2.1 Materiais e medicamentos ................................................................................................................................. 59
6.2.2 Procedimentos........................................................................................................................................................ 59
6.2.2.1 Realizar mensalmente....................................................................................................................................... 60
6.2.2.2 Caixa de urgência............................................................................................................................................... 60
6.3 Limpeza e desinfecção específica......................................................................................................................... 61
6.3.1 Equipe de enfermagem........................................................................................................................................ 61
6.3.2 Serviços de Higienização e Limpeza................................................................................................................ 61
Sumário
7 Assistência e supervisão da sala de coleta de material para exames laboratoriais....................................... 61
7.1 Atribuições dos profissionais................................................................................................................................. 61
7.1.1 Enfermeiros.............................................................................................................................................................. 61
7.1.2 Técnicos e auxiliares de enfermagem.............................................................................................................. 62
7.2 Assistência................................................................................................................................................................... 62
7.2.1 Materiais de apoio e insumos............................................................................................................................ 62
7.2.2 Procedimentos........................................................................................................................................................ 63
7.3 Limpeza e desinfecção específica......................................................................................................................... 64
7.3.1 Equipe de enfermagem........................................................................................................................................ 64
7.3.2 Serviço de higienização e limpeza.................................................................................................................... 64
8 Assistência e supervisão da organização de consultórios.................................................................................... 64
8.1 Atribuições dos profissionais de enfermagem................................................................................................. 64
8.2 Organização do setor............................................................................................................................................... 64
8.2.1 Organização, recolhimento e reposição de insumos................................................................................... 65
8.2.2 Materiais de apoio e insumo.............................................................................................................................. 65
8.3 Limpeza e desinfecção específica ........................................................................................................................ 66
8.3.1 Equipe de enfermagem........................................................................................................................................ 66
8.3.2 Serviço de higienização e limpeza.................................................................................................................... 66
9 Limpeza e desinfecção de artigos............................................................................................................................... 66
9.1 Conceitos básicos...................................................................................................................................................... 67
9.2 Atribuições dos profissionais................................................................................................................................. 67
9.2.1 Enfermeiro............................................................................................................................................................... 67
9.2.2 Técnicos/auxiliares de enfermagem................................................................................................................. 68
9.3 Expurgo........................................................................................................................................................................ 68
9.3.1 Pré-limpeza com detergente enzimático....................................................................................................... 68
9.3.2 Limpeza dos artigos com detergente enzimático........................................................................................ 69
9.3.3 Limpeza com detergente neutro....................................................................................................................... 70
9.3.4 Desinfecção dos artigos com hipoclorito de sódio a 1%........................................................................... 70
9.3.5 Desinfecção dos artigos com álcool a 70%.................................................................................................... 70
9.4 Arsenal.......................................................................................................................................................................... 72
10 Controle/Gerenciamento do enxoval...................................................................................................................... 73
10.1 Atribuições dos profissionais............................................................................................................................... 73
10.1.1 Enfermeiro:............................................................................................................................................................ 73
10.1.2 Técnicos/auxiliares de enfermagem:.............................................................................................................. 73
10.1.3 Profissionais da limpeza geral e higienização............................................................................................. 73
Segurança do Paciente
1 Identificação do paciente.............................................................................................................................................. 77
2 Comunicação efetiva e participação do usuário na segurança da assistência .............................................. 78
3 Higienização das mãos................................................................................................................................................... 79
3.1 Técnica para higienização das mãos com água e sabão neutro.................................................................. 79
3.2 Técnica para higienização das mãos com álcool a 70%................................................................................. 80
4 Cateteres e sondas........................................................................................................................................................... 80
5 Prevenção de queda........................................................................................................................................................ 80
5.1 Fatores de risco para a ocorrência de queda.................................................................................................... 81
5.2 Estratégias para evitar a ocorrência de queda.................................................................................................. 81
6 Prevenção de lesão por pressão................................................................................................................................... 81
6.1 Fatores de risco para ocorrência de lesão por pressão.................................................................................. 82
6.2 Medidas de prevenção de lesão por pressão.................................................................................................... 82
Cuidados de Enfermagem
1 Administração de medicamentos ............................................................................................................................... 84
1.1 Principais vias de administração de medicamentos........................................................................................ 85
1.1.1 Via Oral..................................................................................................................................................................... 87
1.1.2 Via Sublingual......................................................................................................................................................... 87
1.1.3 Via Retal.................................................................................................................................................................... 87
1.1.4 Via intradérmica..................................................................................................................................................... 88
1.1.5 Via subcutânea ou hipodérmica........................................................................................................................ 89
1.1.6 Via intramuscular................................................................................................................................................... 91
1.1.6.1 Locais de aplicação............................................................................................................................................. 91
1.1.6.2 Orientações sobre a utilização da técnica em Z........................................................................................ 93
1.1.6.3 Aplicação intramuscular na região ventroglútea (Hochstetter) .......................................................... 94
1.1.6.4 Região Vasto Lateral da Coxa.......................................................................................................................... 95
1.1.6.5 Região deltóide .................................................................................................................................................. 96
1.1.6.6 Região dorsoglútea ........................................................................................................................................... 96
1.1.7 Via endovenosa ou intravenosa......................................................................................................................... 97
1.1.8 Via ocular.................................................................................................................................................................. 98
1.1.9 Via auricular............................................................................................................................................................. 99
1.1.10 Via nasal................................................................................................................................................................. 99
1.1.11 Via vaginal............................................................................................................................................................. 99
1.1.12 Via inalatória......................................................................................................................................................... 99
1.1.13 Oxigenoterapia...................................................................................................................................................100
1.1.14 Ventilação não invasiva ...................................................................................................................................101
2 Aferição de dados vitais...............................................................................................................................................102
2.1 Temperatura corporal............................................................................................................................................102
2.1.1 Técnica de medida da temperatura corporal...............................................................................................103
2.2 Frequência cardíaca................................................................................................................................................103
2.2.1 Técnica de verificação da frequencia cardíaca pelo pulso.......................................................................105
2.3 Frequência Respiratória.........................................................................................................................................105
2.3.1 Técnica de contagem da frequência respiratória.......................................................................................107
2.4 Pressão arterial.........................................................................................................................................................107
2.4.1 Técnica de aferição da pressão arterial..........................................................................................................108
2.5 Dor...............................................................................................................................................................................109
2.5.1 Ações de enfermagem no alívio da dor........................................................................................................112
Sumário
3 Medidas antropométricas............................................................................................................................................112
3.1 Peso.............................................................................................................................................................................113
3.1.1 Técnica de medição do peso corporal em criança menores
de 2 anos ou com até 16 Kg............................................................................................................................113
3.1.2 Técnica de medição do peso corporal em crianças maiores
de 2 anos, adolescentes e adultos..................................................................................................................114
3.2 Altura ou comprimento.........................................................................................................................................114
3.2.1 Técnica de medição da altura/comprimento em crianças menores de 2 anos..................................115
3.2.2 Técnica de medição da altura/comprimento em crianças maiores de 2 anos,
adolescentes e adultos.......................................................................................................................................116
3.3 Índice de massa corporal......................................................................................................................................116
3.4 Perímetro cefálico...................................................................................................................................................117
3.4.1 Técnica de medição do perímetro cefálico..................................................................................................117
3.5 Perímetro torácico..................................................................................................................................................118
3.6 Perímetro abdominal.............................................................................................................................................118
3.6.1 Técnica de medição do perímetro abdominal.............................................................................................119
4 Eletrocardiograma..........................................................................................................................................................119
4.1 Registro do ECG.......................................................................................................................................................119
4.1.1 Formas de ondas e complexos.........................................................................................................................120
4.1.2 Derivações..............................................................................................................................................................121
4.1.2.1 Derivações periféricas:....................................................................................................................................121
4.1.2.2 Derivações precordiais:...................................................................................................................................122
4.2 Realização do ECG...................................................................................................................................................123
4.2.1 Materiais necessários..........................................................................................................................................123
4.2.2 Técnicas para realização do ECG......................................................................................................................123
5 Sondagens........................................................................................................................................................................124
5.1 Sondagem vesical....................................................................................................................................................124
5.1.1.1 Materiais necessários.......................................................................................................................................125
5.1.2 Sondagem vesical de demora..........................................................................................................................126
5.1.2.1 Técnica de sondagem vesical de demora no sexo feminino................................................................126
5.1.2.2 Técnica de sondagem vesical de demora no sexo masculino.............................................................127
5.1.3 Sondagem vesical de alívio pelo enfermeiro...............................................................................................128
5.1.3.1 Técnica de sondagem vesical de alívio no paciente do sexo feminino............................................128
5.1.3.2 Técnica de sondagem vesical de alívio no paciente do sexo masculino..........................................129
5.1.4 Sondagem vesical intermitente ou autocateterismo................................................................................130
5.1.4.1 Técnica para a sondagem vesical intermitente ou autocateterismo.................................................130
5.2 Aplicação de coletor urinário..............................................................................................................................131
5.2.1.1 Materiais necessários.......................................................................................................................................131
5.2.1.2 Técnica de aplicação do coletor urinário...................................................................................................131
5.2.1.3 Sondagem nasogástrica..................................................................................................................................132
5.3 Sondagem nasogástrica........................................................................................................................................133
5.3.1 Orientações ao paciente, familares e cuidadores.......................................................................................132
5.3.2 Técnica para introdução da sonda:.................................................................................................................133
5.3.3 Orientações sobre cuidados no domicílio....................................................................................................135
5.4 Sondagem nasoentérica........................................................................................................................................135
5.4.1 Materiais necessários:.........................................................................................................................................136
5.4.2 Técnica para introdução da sonda:.................................................................................................................136
5.4.3 Orientações sobre cuidados no domicílio....................................................................................................137
6 Estomias............................................................................................................................................................................138
6.1 Traqueostomia..........................................................................................................................................................138
6.1.1 Orientações e cuidados aos usuários traqueostomizados.......................................................................139
6.1.2 Observações..........................................................................................................................................................139
6.1.3 Sinais de alerta em casos de usuários traqueostomizados......................................................................139
6.2 Gastrostomia e jejunostomia...............................................................................................................................140
6.2.1 Orientações e cuidados aos usuários gastromizados e jejunostomizados..........................................140
6.3 Estomas intestinais e urinários............................................................................................................................141
6.1.3 Orientações e cuidados aos usuários com estomas de eliminação ......................................................143
7 Dietas enterais.................................................................................................................................................................143
8 Diálise peritoneal............................................................................................................................................................144
8.1 Orientações e cuidados aos usuários ...............................................................................................................144
Referências Bibliográficas.................................................................................................................................................146
Apêndices
1 Formulários de consentimento para visitas domiciliares...................................................................................158
1.2 Termo de Consentimento Informado................................................................................................................158
2 Escalas de enfermagem padronizadas para APS de BH......................................................................................159
2.1 Enfermeiros ..............................................................................................................................................................159
2.2 Técnicos/auxiliares de enfermagem..................................................................................................................160
3 Materiais e medicamentos para Sala de Observação e Caixa de Urgência...................................................161
3.1 Formulário controle dos materiais e medicamentos da Sala de Observação........................................161
3.2 Formulário controle dos materiais e medicamentos da Caixa de Urgência/Emergência..................164
4 Aspiração de traqueostomia.......................................................................................................................................167
4.1 Orientações gerais...................................................................................................................................................167
4.2 Materiais necessários:.............................................................................................................................................167
4.3 Técnica de aspiração...............................................................................................................................................167
5 Materiais de dispensação para uso domiciliar.......................................................................................................169
5.1 Sonda vesical intermitente ou autocateterismo.............................................................................................169
5.2 Coletor urinário........................................................................................................................................................169
5.3 Traqueostomia..........................................................................................................................................................170
5.4 Dietas enterais..........................................................................................................................................................170
5.5 Diálise peritoneal ambulatorial automática....................................................................................................170
6 Modelo padrão para Procedimento Operacional Padrão..................................................................................171
Anexo
1 Fluxograma para dispensação de dietas enterais ................................................................................................173
INTRODUÇÃO
O município de Belo Horizonte, em 2002, optou pela Estratégia de Saúde da Família (ESF)
para reorganizar a Atenção Primária à Saúde (APS). Essa estratégia visa ampliar o acesso da
população ao sistema de saúde, promover o cuidado integral da pessoa e estimular a vinculação
do usuário aos serviços ofertados pela rede SUS-BH.
A equipe de enfermagem compõe a Estratégia de Saúde da Família (ESF) com um grande
quantitativo de profissionais e desempenha papel decisivo no que se refere à identificação das
necessidades do território, coordenação do cuidado e vigilância em saúde. Além de realizar ações
de promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico de enfermagem, tratamen-
to, reabilitação e manutenção da saúde.
A enfermagem tem a atribuição de realizar o acolhimento a partir da escuta qualificada e pres-
tar cuidado de forma humanizada, integral e longitudinal, garantindo uma assistência de qualida-
de para o usuário, família e comunidade. Para tanto, deve zelar pelo conforto e bem estar, seja
proporcionando o cuidado, coordenando setores para a prestação da assistência de enfermagem,
estimulando a autonomia dos usuários por meio da educação em saúde e do cuidado centrado
na pessoa.
A profissão está regulamentada pela Lei 7.498/86, pelo Decreto Lei 94.406/87 e respaldada
institucionalmente pelo Regimento Interno da Enfermagem da APS do município. Como núcleo
do conhecimento, utiliza o processo de enfermagem – Sistematização da Assistência de Enfer-
magem (SAE) – como metodologia que orienta o cuidado profissional de enfermagem e a docu-
mentação da prática profissional, o que permite a qualificação da assistência e valorização da
profissão, aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional.
Nesse processo, a consulta de enfermagem compreende uma série de ações realizadas numa
sequência dinâmica de etapas que direcionam as ações de modo a contribuírem no atendimento
às necessidades de saúde do indivíduo e coletividade. Essa assistência deverá propiciar a identi-
ficação de problemas do processo saúde-doença e superar a lógica da atenção clínica individual e
curativa, devendo considerar o usuário em sua complexidade, singularidade, escolhas e contexto
sócio cultural. Além disso, deve estar pautada na redução de danos, na segurança do paciente,
na troca de saberes e experiências, bem como na interdisciplinaridade que permite a construção
do cuidado de forma coletiva a partir do diálogo com os diferentes núcleos do conhecimento.
São muitos os desafios enfrentados pela equipe de enfermagem na APS, dentre eles destaca-
-se a supervisão de enfermagem, compreendida como um processo contínuo e formal de aprendi-
zagem, que proporciona um desenvolvimento integrado de competências, responsabilidade pela
própria prática e promoção da qualidade e segurança dos cuidados prestados. Legalmente, a
supervisão é uma atividade privativa do enfermeiro e está respaldada pela Lei 7498/86 que afir-
ma que as atividades dos técnicos e auxiliares de enfermagem não podem ser realizadas sem a
supervisão do enfermeiro e pela Resolução COFEN Nº 311/2007 em seu artigo 69º que institui
como capacidades do enfermeiro “Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento
técnico, científico e cultural dos profissionais de enfermagem sob sua orientação e supervisão”.
Para auxiliar as ações de supervisão é importante que os enfermeiros do Centro de Saúde jun-
tamente com os auxiliares e técnicos de enfermagem elaborem os Procedimentos Operacionais
Padrão (POP). O POP é um instrumento de descrição detalhado das tarefas a serem executadas
em um determinado setor, devendo ser elaborado em conformidade com as evidências científi-
cas, as diretrizes institucionais e a realidade local. O POP direciona a organização do processo
de trabalho nos Centros de Saúde, detalhando as etapas necessárias para a realização de um
procedimento de enfermagem ou funcionamento de um setor. Tem como vantagens a qualificação
do serviço prestado e a redução da variabilidade (não conformidade) das condutas profissionais.
Embora útil e necessário, não deve inflexibilizar a prática assistencial e a organização dos seto-
11
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
res, devendo, por isso, ser atualizado frequentemente para que possa responder as necessidades
do serviço de forma oportuna e segura.
Nesta busca por alcançar a qualidade da assistência prestada e ampliação de conhecimento
dos profissionais de enfermagem da rede de SUS de Belo Horizonte é que a Secretaria Munici-
pal de Saúde de maneira democrática e participativa elaborou este documento, a partir de uma
comissão constituída por enfermeiros do nível central, distrital e local. O foco dessa construção é
delinear e fortalecer a prática profissional da categoria, com vistas à satisfação do usuário, à valo-
rização e capilarização de um padrão de qualidade da assistência de enfermagem na APS. Acre-
dita-se que este manual possa atingir seu objetivo: convidar o profissional a refletir suas práticas,
mediante ao fortalecimento de seus conhecimentos e habilidades, buscando maior autonomia e
valorização da profissão. Este documento não esgota as ações e procedimentos de enfermagem,
mas será um norteador para a assistência aos usuários nos Centros de Saúde.
12
Regimento Interno
13
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Este regimento interno tem o objetivo de orientar a organização dos serviços e ações de enfer-
magem da Atenção Primária à Saúde (APS) do município de Belo Horizonte. A qualidade da assis-
tência na APS depende de conhecimento científico, habilidade técnica, bem como planejamento e
organização do processo de trabalho.
A APS de Belo Horizonte está estruturada a partir de Centros de Saúde (CS) que se configuram
como a principal porta de entrada do sistema de saúde municipal. A Estratégia Saúde da Família
(ESF) é o modelo assistencial desse nível de atenção e tem a enfermagem em sua composição,
seja na perspectiva da demanda espontânea, dos procedimentos ou dos cuidados realizados, con-
templando tanto o âmbito da gestão quanto o assistencial. Nesse contexto, identificou-se a neces-
sidade de nortear as ações exercidas por essa categoria profissional.
Assim, apresenta-se o Regimento Interno da Enfermagem da APS (RIE/APS), enquanto facilitador
da organização do serviço e ações de enfermagem. Sendo a função de organização dos serviços de
enfermagem privativa do profissional enfermeiro, conforme as alíneas “b” e “c”, inciso I, do art. 11 da Lei
7.498/86 e o Decreto Lei 94.406/87, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem.
O regimento é um ato normativo, aprovado pela administração superior da organização de saúde,
de caráter flexível e que contém as diretrizes básicas para o funcionamento do serviço de enfermagem.
Especifica as disposições do regulamento para o serviço, devendo, portanto estar nele embasado.
Sendo assim, este RIE/APS se constitui como um instrumento inovador para a qualificação da
prática da enfermagem no contexto da APS. Foi elaborado com participação de profissionais da en-
fermagem dos Centros de Saúde, referências técnicas distritais e do nível central da Secretaria Muni-
cipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA/PBH), considerando as diretrizes/legislações institucionais.
O foco dessa construção é impulsionar a melhoria da assistência, da gestão e fortalecer a prá-
tica profissional da categoria, com vistas à satisfação do usuário, à valorização e capilarização de
um padrão de qualidade da assistência de enfermagem na APS.
Este RIE/APS tem o objetivo de contribuir com os profissionais no exercício de sua função admi-
nistrativa e assistencial, podendo ser revisado periodicamente por ocasião de mudança da missão
institucional, implantação ou desativação de serviços, avanços tecnológicos, dentre outros.
14
2. Finalidades da equipe de enfermagem
Organizar, orientar e documentar todo o desenvolvimento do serviço de enfermagem, res-
guardando o compromisso com a assistência de qualidade e o dever dos profissionais da
enfermagem para com os usuários e trabalhadores de forma a:
15
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
16
5.1 Competências e atribuições do enfermeiro
• Supervisionar o trabalho dos auxiliares/técnicos de enfermagem em todo o período de funcionamen-
to da unidade, mantendo escala de referência de enfermeiros em todos os setores.
• Supervisionar a assistência de enfermagem e o trabalho realizado: na imunização, na coleta de
materiais biológicos, na assistência aos usuários com lesão, na administração de medicamentos,
na organização de consultórios, na aferição de sinais vitais e medidas antropométricas, na realiza-
ção do exame de eletrocardiograma, na assistência aos usuários em uso de dispositivos invasivos,
cuidados com estomias, diálise peritoneal e dietas especiais, na gestão e limpeza de desinfecção
de artigos assistenciais, controle do enxoval e demais assistências direta ao paciente.
• Elaborar escala de trabalho e os remanejamentos, quando necessário, tanto da equipe de enferma-
gem (Apêndice 2) quanto dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
• Promover e coordenar reuniões periódicas da equipe de enfermagem, registrando-as em ata.
• Acompanhar a previsão e provisão de materiais para assistência aos usuários.
• Supervisionar o trabalho dos ACS, garantindo a vigilância, assim como o intercâmbio de infor-
mações território-equipe.
• Identificar necessidades de qualificação em serviço, além de planejar e coordenar os processos
educacionais da equipe de enfermagem e dos ACS, de acordo com as necessidades loco-regionais.
• Realizar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), de acordo com as disposições legais
da profissão previstas pela Resolução Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) n°358/2009, assim
como previsto na lei n° 7.498 de 25 de junho de 1986 e no decreto n°94.406 de 08 de junho de 1987.
• Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares, prescrever medicamentos e
realizar encaminhamentos, conforme protocolos institucionais, após avaliação do estado de saúde.
Essas ações são previstas na lei n° 7.498/86, no decreto n° 94.406/87 e na Política Nacional da
Atenção Básica (PNAB) 2012.
• Realizar avaliação de risco e de vulnerabilidades dos usuários com queixa clínica.
• Supervisionar e prestar cuidados diretos de enfermagem nas urgências e emergências clínicas,
acompanhando a evolução clínica dos casos e encaminhando de forma responsável para outros
níveis de atenção, quando necessário.
• Participar de atividade de regulação assistencial, buscando o uso racional e a priorização dos recur-
sos disponíveis para casos com maior necessidade clínica.
• Realizar consultoria, auditoria e emitir parecer em matéria de enfermagem.
• Cumprir e fazer cumprir o regimento interno, normas e rotinas da enfermagem e do serviço da instituição.
17
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
7 Considerações finais
Ressaltamos a importância deste Regimento Interno da Enfermagem da APS como instru-
mento administrativo que, não só orienta o processo de trabalho da equipe como também dá
o respaldo legal e institucional ao seu exercício.
18
Processo de Enfermagem
19
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
1 Supervisão
20
ser definidas em agenda individual de cada profissional e socializada para conhecimento de todos.
Na elaboração da escala da equipe, o enfermeiro deve atentar-se para alguns pontos:
21
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Primeira etapa Segunda etapa Terceira etapa Quarta etapa Quinta etapa
22
Quadro 1 - Processo de Enfermagem
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas va-
riadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade
humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença.
A empatia, a comunicação e a escuta qualificada são importantes ferramentas para o desenvol-
vimento de relação de confiança e construção de vínculo com a pessoa, família ou coletividade,
favorecendo a expressão das necessidades, bem como de suas potencialidades (qualidades) e
experiências positivas de superação das adversidades enfrentadas na vida.
23
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
• Inspeção: consiste em exame visual das partes do corpo para verificar normalidades, sinais preco-
ces de anormalidades e presença de cateteres e tubos ou outros dispositivos. Observar: cor, aspec-
to, forma, tamanho, abaulamentos, retrações, lesões cutâneas.
• Palpação: obtenção do dado através do tato e da pressão. Avalia localização dos órgãos, resis-
tência, elasticidade, textura, mobilidade, temperatura, forma, tamanho, volume e consistência. Visa
detectar alterações tais como presença de edemas e massas anormais.
• Percussão: consiste em bater no corpo com as pontas dos dedos ou pequenos instrumentos, com
objetivo de produção de sons que possibilita a diferenciação de normalidades e anormalidades.
• Ausculta: trata-se da audição de sons internos do corpo com o auxilio do estetoscópio. Os enfermei-
ros auscultam coração, pulmões e sistema gastrointestinal.
O exame físico também é composto por aferição de sinais vitais: pulso, pressão arterial, fre-
quência cardíaca e respiratória, temperatura. Dados antropométricos: peso, altura, circunferência
cefálica, circunferência abdominal e dor. Pode-se, também, ser complementado com os exames de
otoscopia e oftalmoscopia.
Processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina
com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com
mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde doença e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com
as quais se objetiva alcançar os resultados esperados.
O diagnóstico é considerado uma etapa da consulta de enfermagem e também um processo
que envolve habilidades cognitivas e raciocínio clínico, possibilitando o agrupamento dos dados e
o julgamento dos mesmos, gerando hipóteses diagnósticas compatíveis com os dados coletados
e que subsidiarão a seleção das intervenções a serem implementadas. Para tanto requer o uso de
linguagem específica, representadas nas denominadas classificações de enfermagem. A Classi-
ficação Internacional de Atenção Primária (CIAP) é uma alternativa para auxiliar o enfermeiro na
elaboração do diagnóstico de enfermagem, podendo ser um facilitador na comunicação entre pro-
fissionais e na obtenção de dados clínicos. A CIAP tem como principal critério de sistematização a
pessoa, incluindo o contexto social, e não a doença ou o diagnóstico etiológico, além de reforçar o
trabalho interdisciplinar na medida em que permite seu uso por diversos profissionais.
É característico do trabalho em atenção primária o enfrentamento das enfermidades no seu
aspecto mais complexo, desde o começo até o final, e em suas múltiplas manifestações. Assim,
o agente comunitário de saúde pode registrar as carências de sua habitação; a enfermeira fazer
constar o retardo de crescimento de um dos filhos dessa família; o médico atender a mãe por de-
pendência ao tabaco e doença pulmonar obstrutiva crônica; o farmacêutico identificar as dificulda-
des para o seguimento do tratamento medicamentoso. A CIAP permite inclusive a classificação do
processo de atenção (aquilo que faz e manda fazer o profissional de saúde), ficando fora da CIAP
apenas a classificação dos resultados da exploração clínica (dor à palpação profunda do hipocôn-
drio esquerdo, por exemplo).
Até meados dos anos 1970, grande parte dos dados de morbidade em atenção primária foi
classificada segundo a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a
24
Saúde (CID). Sendo reconhecida internacionalmente, esta classificação permitia comparar dados
de diferentes países. No entanto, isto dificultou a codificação de muitos sintomas e condições não
relacionadas a doenças, o que frequentemente aparece nos serviços de atenção primária, pois a
classificação destinava-se originalmente as estatísticas de morbidade e a sua estrutura baseava-se
em doenças. Visando resolver este problema, o Comitê de Classificação da Organização Mundial
dos Médicos de Família e Comunidade (WONCA) criou a Classificação Internacional de Problemas
de Saúde em Atenção Primária, lançada em 1975, e com segunda edição em 1979, relacionada
à 9ª revisão da CID. Em 1978 a OMS nomeou um grupo de trabalho, que foi responsável pelo de-
senvolvimento de uma Classificação Internacional de Motivos da Consulta em Atenção Primária.
A maioria dos membros desse grupo também eram membros da WONCA, e desenvolveram uma
Classificação de Motivos da Consulta mais tarde conhecida como CIAP.
É a determinação dos resultados que se espera alcançar. E das ações ou intervenções de en-
fermagem que são realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um
dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de diagnóstico de enfermagem.
É a etapa em que se registram no prontuário individual: as intervenções de enfermagem que
serão prescritas ao usuário, cuidador ou família; ou as ações realizadas por outros membros da
equipe de enfermagem.
2.1.4. Implementação
25
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
O registro da consulta de enfermagem deve ser feito formalmente, e constará de: resumo dos
dados coletados; os diagnósticos de enfermagem; as ações ou intervenções de enfermagem rea-
lizadas; e os resultados alcançados como consequência das ações realizadas. O diagnóstico de
enfermagem também é considerado uma categoria nominal, refere-se a palavra, ou conjunto de
palavras, que expressa a conclusão da interpretação do enfermeiro aos dados coletados e pode
referir-se a uma situação, necessidade ou potencialidade da pessoa, família ou coletividade. Para
isso utiliza-se linguagem específica, contida nas classificações de enfermagem.
Para finalizar os atendimentos realizados no prontuário eletrônico (SISREDE) da APS de BH,
no momento, é utilizada a CID. O uso da CID foi uma necessidade de padronização pelo Ministério
da Saúde para o registro de atendimentos dos profissionais de nível superior no E-SUS. A CID foi
elaborada para padronizar e catalogar as doenças e problemas relacionados à saúde para fins
estatísticos e epidemiológicos, com vistas ao planejamento em saúde, tendo como referência a
Nomenclatura Internacional de Doenças, estabelecida pela OMS. Não é uma nomenclatura espe-
cífica para diagnóstico médico (diagnóstico nosológico), a CID codifica sinais e sintomas, classes
de doenças e agravos à saúde em geral e pode ser utilizada por qualquer categoria profissional de
nível superior. Esse registro não exclui as outras formas do enfermeiro de classificar ou identificar
o diagnóstico de enfermagem.
• solicitar os exames listados observando que haja comprovação, através de documento escrito ou
registro eletrônico no prontuário, de que o mesmo possui a condição/morbidade que justifique a so-
licitação dos exames;
• encaminhar para atendimento médico usuários cujos resultados dos exames complementares este-
jam fora dos padrões da normalidade;
• seguir a periodicidade estipulada nos protocolos para cada um dos exames ou conforme avaliação
26
clínica, evitando pedidos desnecessários;
• realizar avaliação clínica do usuário, encaminhando-o para atendimento médico quando necessário.
O enfermeiro poderá solicitar os exames descritos abaixo, levando em consideração as recomenda-
ções já citadas, assim como àquelas dos protocolos da SMSA/PBH.
• ABO/RH/DU. • Hemograma.
• BAAR, TRM-TB. • Mamografia.
• BHCG. • Microalbuminúria.
• Citopatológico do colo uterino. • Relação albumina/creatinina.
• Colesterol (frações). • Potássio.
• Colesterol total. • Sódio.
• Creatinina sérica. • Sorologias (VDRL /FTA-ABS, Anti-HIV, Anti-HCV,
• Cultura de feridas. Anti-HBsAg, Anti-HBs,Anti-HBc).
• Eletrocardiograma. • Teste de tolerância oral à glicose (TOTG).
• Eletroforese de Hemoglobina B. • Testes rápidos ( Anti-HIV,Treponêmico-Sífilis, Anti-
• Exame parasitológico fezes. -HCV, HBsAg, gravidez).
• Espermograma pós vasectomia. • Toxoplasmose (coleta em papel filtro).
• Exame de urina rotina. • Toxoplasmose IgG/IgM.
• Glicemia de jejum. • Triglicérides.
• Glicohemoglobina. • TSH.
• Glicose pós prandial. • Ultrassom endovaginal.
• Ultrassom obstétrico.
• Urocultura.
27
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Intervalo de
Tipo de rastreamento Condição Exame
rastreamento
Homens de 20 a 35
Dislipidemia anos se alto risco Colesterol HDL e LDL. **
cardiovascular
Mulheres entre 20 e
Dislipidemia 45 anos se alto risco Colesterol HDL e LDL. **
cardiovascular
Não há recomendação
contra ou a favor do
rastreamento das desordens
Dislipidemia Mulheres > 45 anos lipídicas em mulheres com **
20 anos ou mais se elas não
estiverem em grupo de alto
risco cardiovascular.
Repetir a cada 02 anos se
PA <120/80.
Homens e mulheres > 18
Hipertensão arterial Medida clínica Anual se PA sistólica entre
anos
120/139 ou diastólica entre
80/90.
**Não há consenso. Opinião de especialistas sugere repetir a cada 05 anos se resultado normal ou antes a depen-
der do risco cardiovascular associado.
28
Específicos para crianças:
Hiperplasia adrenal
Todos os recém-nascidos Teste do pezinho Entre o 3º e o 5º dia de vida
congênita
Deficiência de
Todos os recém-nascidos Teste do pezinho Entre o 3º e o 5º dia de vida
biotinidase
Preferencialmente no primeiro
Perda auditiva Todos os recém-nascidos Teste da orelhinha
mês de vida
Ambliopia, estrabismo
Todos os recém-nascidos Avaliação clínica Durante a puericultura
e acuidade visual
Populações mais
vulneráveis (gays, HSH*, Testagem rápida de
1ª consulta e repetir conforme
profissionais do sexo, preferência e/ou coleta de
IST\DST janela imunológica e
travestis/ transexuais sangue para sífilis, HIV,
imunização.
e pessoas que usam hepatites B e C.
drogas).
Testagem rápida de
1ª consulta e repetir conforme
Parcerias sexuais de preferência e/ou coleta de
IST/DST janela imunológica e
pacientes com IST\DST. sangue para sífilis, HIV,
imunização.
hepatites B e C.
Comunicantes de 1ª consulta e repetir conforme
Coleta de sangue para
Hepatite B pacientes suspeitos de janela imunológica e
Hepatite B.
Hepatite B. imunização
29
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Mulheres sexualmente
ativas.Prioritariamente de Repetir a cada três anos após
CA de Colo de útero 25 a 59 anos. Suspender Papanicolau dois exames anuais normais
após 65 se últimos consecutivos.
exames normais.
Exame clínico das mamas
Mulheres de 50-74 anos (ECM) e mamografia ECM anual e MMG bianual
(MMG)
ECM anual e se alterado
C.A de Mama Mulheres 40 a 49 anos realizar mamografia
(solicitação médica)
Maiores de 35 anos com
ECM anual e MMG anual
alto risco para CA de
(solicitação médica)
mama
Anualmente ou bianualmente
mostram os mesmos efeitos
na redução de incidência de
Câncer de Cólon e Adultos entre 50 e 75
Sangue oculto nas fezes CA de cólon e reto.
Reto anos
Encaminhar para médico para
colonoscopia se resultado
positivo.
O nível de evidência
é insuficiente para se
Homens com menos de recomendar contra ou a
75 anos favor do rastreio de C.A de
próstata em homens com
idade menor que 75 anos
30
2.3 Medicamentos prescritos pelos enfermeiros
A prescrição de medicamentos pelo enfermeiro está prevista na lei do exercício profissional (lei
7498/86), pelo decreto 94406/87 que regulamenta a lei 7498/86 e pela portaria 2488/2011, que
aprova a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e da qual destacamos o seguinte trecho:
• A prescrição de medicamentos pelo enfermeiro não é prática obrigatória, deve ser desenvolvida pelo
profissional que se sentir seguro e apto para tal.
• Deve, preferencialmente, estar vinculada à consulta de enfermagem/SAE e poderá ser feita para
todos os ciclos de vida considerando os protocolos e normatizações institucionais da SMSA/PBH.
• Não é recomendado que seja feita no momento de atendimento à demanda espontânea, posto que
deve estar vinculada à consulta de enfermagem. Recomenda-se que a prescrição para pacientes em
demanda espontânea com queixa clínica, deverá abranger apenas medicação para alívio e conforto
a ser administrada dentro da unidade de saúde.
• No momento da consulta o enfermeiro deve checar a adesão e os conhecimentos do usuário sobre
o uso dos medicamentos prescritos e reforçar as orientações de uso correto dos mesmos, incluindo
orientações sobre dose, frequência, interações medicamentosas, interação com alimentos, além de
possíveis efeitos colaterais, bem como orientar sobre os exames solicitados.
• O paciente deve estar presente à consulta.
• Se o paciente possuir problemas cognitivos (mesmo que em decorrência de idade avançada), este
deve estar acompanhado por responsável/cuidador.
31
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Crianças: 10 a 25 mg/kg/
dose.
Lactente: 10mg/kg/dia 4
vezes ao dia.
Pré-escolar: 15mg/kg/
dose 4 vezes ao dia.
Escolar: 25mg/kg/dose 4
vezes ao dia
OBS: Fabricantes
sugerem não usar em
menores de 03 meses
ou menores de 05 kg por
risco de disfunção renal.
32
Adultos e crianças
maiores de 12 anos: 500
a 1000 mg/dose 3 a 4
vezes ao dia (não ingerir
mais de 4g/dia)
*Gravidez: (FDA) Risco B
Crianças até 12 anos: 10
*Amamentação: o uso
Dor e febre Paracetamol mg/kg/dose (máximo de
em doses terapêuticas
230 mg/dose) 3 a 4 x ao
recomendadas não
dia
representa risco ao lactente.
Obs: não usar por mais
de 10 dias em adulto
e mais de 05 dias em
crianças.
Uso profilático:
Via oral
• < de 5 anos: 2mg/kg de
ferro elementar a cada Preferível tomar com
24 horas. Dose máxima estômago vazio,1 h antes
diária 30 mg de ferro ou 2h após as refeições,
elementar. tomar com água ou com
sucos cítricos para melhorar
• > de 5 anos: 30 mg de absorção.
ferro elementar, por via
oral, a cada 24 horas. Tomar junto com leite,
cereais, café, chá prejudica a
Tratamento: absorção. Lembrar de manter
Tratamento ou
Sulfato ferroso fora do alcance de crianças.
prevenção de anemia
• Prematuros e RN com
PN < 2500 g: 2 a 4 mg/ Gravidez: classificação não
kg/dia entre 30 e 60 dias, disponibilizada. Problemas
depois baixar para 1 a 2 não foram relatados com uso
mg/kg/dia, por via oral, a das doses recomendadas.
cada 24 horas ou dividido Amamentação: problemas
a cada 12 horas. Dose não foram relatados com uso
máxima diária de 15 mg. das doses recomendadas.
• Adultos: 60 mg de ferro
elementar, por via oral, a
cada 24 horas.
Uso tópico.
Para alívio: varicela,
queimaduras de sol,
assaduras.
Aplicar sobre a pele
limpa, várias vezes ao Remover da pele usando
dia, quantidade suficiente água e sabão neutro, se
para cobrir a área necessário óleo mineral.
Varicela / queimaduras Pasta d’água afetada.
Gravidez: não há
Evitar contato com olho e classificação disponível,
mucosas. porém não há absorção
sistêmica relevante.
33
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Via oral.
Amamentação: o uso
Adultos e crianças acima em doses terapêuticas
Dexclorfeniramina
de 12 anos: 2 mg 3 a 4 x recomendadas é considerado
(maleato de
ao dia. seguro para o lactente.
dexclorfeniramina)
Monitorar para sedação
Crianças de 6 a 11 anos: excessiva ou irritabilidade.
Apresentações:
Varicela 1mg a cada 4 a 6 horas.
Comprimidos de 2mg ou
Contra-indicação:
6 mg.
Crianças de 2 a 05 anos:
0,5 mg a cada 4 a 6 • Crianças menores de 2
Solução oral: 2mg/5mL
horas. anos
• hepatopatias
• história de intervalo
QT prolongado
(eletrocardiograma)
• pacientes que receberam
IMAO (inibidor damonoamina-
oxidase) nos últimos 15 dias.
Uso tópico.
Limpar e secar
completamente a área da
pele antes de aplicar o
medicamento.
Crianças: passar na
*Gravidez: poderá ser
área lesada 2x ao dia,
utilizado no primeiro trimestre
continuando por pelo
Dermatite de fraldas Miconazol creme 2% da gravidez somente se, a
menos 10 dias após o
critério médico, os benefícios
desaparecimento das
superarem os possíveis
lesões.
riscos.
Crianças prematuras ou
baixo peso: 100.000 UI,
4x ao dia
Manter o esquema
posológico por 48h após
desaparecer os sintomas.
34
Via oral:
Crianças:*75mL/kg em
pequenos volumes em um Orientar paciente a preparar
período de 4 horas. a solução apenas com água
*Oferecer 200mL após filtrada.
Diarréia/ cada episódio de diarréia.
Soro de Reidratação Oral
vômito Não ferver a solução depois
Adultos: 200 a 400 mL (de de pronta.
acordo com a perda de
líquidos) por via oral após Gravidez e amamentação:
cada episódio de diarréia. não há problemas
documentados
Apresentações podem ou
não conter o expediente
cloreto de benzalcônio. As
fórmulas livres de cloreto de
Apresentação em gotas
benzalcônio, não tem contra-
ou spray nasal.
indicação.
Para limpeza e Quantidade a ser usada
Soro fisiológico 0,9%
hidratação da mucosa vai variar de acordo com
solução nasal. *As formulações com esse
nasal a necessidade de limpeza
expediente, reportam que
e hidratação.
raramente pode ocorrer rinite
medicamentosa, mas não há
contra-indicação de uso na
bula.
Pediculose (piolhos)
em adultos e crianças
maiores de 02 anos:
35
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Crianças menores de 2
anos:
• Ascaris
Lumbrubricoides,
Ancylostomaduodenale,
Necatoramericanus e
Enterobiusvermicularis
(Oxiurus)) - 200 mg, por
via oral, em dose única,
o tratamento pode ser
repetido após 3 semanas,
principalmente em Alertar paciente para não
enterobíase. ingerir duas doses ao mesmo
• Trichuristrichiura,Stron tempo.
gyloidesstercoralis – 200
mg, por via oral, a cada Ingerir durante as refeições
24 horas, durante 3 dias. para aumentar a absorção do
fármaco.
Adultos e crianças acima
de 2 anos: Gravidez: (FDA) Risco C
Verminose Albendazol
Antes de utilizar, deve-se
• Ascaris assegurar de que não há
Lumbrubricoides, processo de gravidez em
Ancylostomaduodenale, mulheres em idade fértil (15 -
Necatoramericanus e 40 anos).
Enterobiusvermicularis
(Oxiurus) – 400 mg, por *Amamentação:
via oral, em dose única, contraindicado
o tratamento pode ser
repetido após 2 a 3
semanas, principalmente
em enterobíase.
• Trichuristrichiura – 400
mg, a cada 24 horas por
três dias.
• Strongyloidesstercoralis
• 400 mg a cada 12 ou 24
horas,durante 2 a 3 dias.
• Giardiaintestinalis – 400
mg, a cada 24h por 5 dias
Salbutamol Spray:
100mcg/dose
Prescrever dose de
ataque, para uso na Gravidez: (FDA) Risco C
unidade e conforme
Asma Salbutamol descrito em protocolo *Amamentação: uso não
institucional, para os recomendado
casos de impossibilidade
de atendimento médico
imediato ou quando não
há médico na unidade.
36
Via oral:
*Orientar paciente a:
• usar no máximo até
72 horas após relação
desprotegida para manter a
eficácia da medicação.
• ingerir com alimento ou
leite para evitar desconforto
gástrico
Recomendado para
• alertar sobre possibilidade
mulheres maiores de 16
de adiantamento ou atraso da
anos.
próxima menstruação
• alertar sobre necessidade
Pode ser tomado como
de notificar dor em baixo
dose única de 1,5 mg até
Levonorgestrel ventre, que pode ser sinal de
Anticoncepcional de 72 horas após relação
apresentação:02 gravidez ectópica
emergência desprotegida.
comprimidos de 0,75mg • alertar a não adotar a
Ou tomar 01 comprimido
contracepção de emergência
imediatamente e 1 após
como método regular de
12 horas. Usar até 72
controle de natalidade
horas após relação
• alertar que esse método
desprotegida.
não protege contra DST/
IST´s.
*Gravidez: uso
contraindicado.
*Amamentação: estudos
mostram que a quantidade
de medicação, passada
para o leite, não interfere na
qualidade ou quantidade de
leite produzida. Recomenda-
se no entanto que seu uso
ocorra apenas 06 meses
após o parto.
37
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Na impossibilidade de avaliação médica imediata, o alívio da dor deve ser oferecido ao usuário
que estiver queixando do sintoma no momento em que está sendo atendido. A dor deve ser medi-
cada principalmente nos casos em que está associada a sofrimento, desconforto, agitação ou até
agressividade. O usuário espera ter a dor aliviada quando busca a unidade de saúde e essa oferta
de cuidado para o controle da dor gera satisfação das pessoas com o atendimento prestado.
Já o tratamento sintomático da febre pode estar indicado quando além da temperatura alta (es-
pecialmente acima de 38 graus), o usuário também apresentar mal-estar, prostração, dor muscular,
cefaléia, irritabilidade e/ou náusea. A pessoa com febre pode estar taquicárdica e/ou taquipnéica.
Nesses casos, o alívio desses sintomas e a normalização dos sinais vitais tem o objetivo de trazer
conforto ao usuário e facilitar a interpretação dos achados clínicos.
Antes de medicar para alívio da dor ou febre é necessário perguntar ao usuário se tem história
de alergia e se usou medicamento antes de buscar atendimento. Considere essas informações
para a escolha da medicação. Para esse tratamento, propõem-se os medicamentos abaixo:
38
Primeira opção Segunda opção
Paracetamol Dipirona
Gotas (200mg/mL) Gotas (500mg/mL)
Medicação
Comprimido (500mg ou 750mg) Comprimido (500mg)
39
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Os procedimentos descritos deverão ser realizados até avaliação médica ou transferência para
a unidade de urgência. A reavaliação deve ser contínua e o broncodilatador deve ser administrado
em intervalos de 20/20 minutos até 2/2 horas, tentando espaçar a medicação de acordo com a
melhora clínica ou na presença de efeitos colaterais com pulso maior que 180 bpm em crianças.
Observando resposta parcial ao uso de broncodilatador, deverá administrar corticóides oral (pred-
nisona ou predinisolona na dose de 1 a 2 mg/Kg/dose única – dose máxima de 40 mg/dia), exceto
para aqueles que apresentarem algum impedimento à via oral como vômitos, taquipnéia acentuada
ou alteração da consciência devido ao risco de aspiração.
Em crises de asma leve ou moderada com previsão de atendimento médico que ultrapassa duas
horas, o enfermeiro pode realizar a administração de broncodilatador por via inalatória, conforme
prescrição médica no prontuário ou em receita 2 . Quando não há médico na unidade, após o pri-
meiro atendimento, esse usuário deverá ser encaminhado para consulta médica no mesmo dia em
outro ponto de atenção.
• dificuldade respiratória ou tosse associadas a: falta de ar em repouso ou durante a fala, esforço res-
piratório, taquipnéia e/ou estado mental agitado ou confuso;
• saturação de oxigênio < 90 % (em ar ambiente);
• dor torácica precordial;
• intoxicação por gases (ex: incêndios, gás tóxico como monóxido de carbono);
• envenenamento por cianeto.
Para avaliar a eficácia da respiração e os sinais de insuficiência respiratória devem ser observadas a
oxigenação, ventilação e mecânica respiratória.
• Oxigenação: é avaliada pela saturação de oxigênio no sangue através do oxímetro, cor e nível de
1
Água bidestilada NUNCA deve ser usada como veículo, devido ao risco de exacerbação dos sinais/sintomas e
até levar a óbito.
40 2
PROTOCOLO PROGRAMA CRIANÇA QUE CHIA. Secretária Municipal de Saúde de Belo Horizonte, 2012.
consciência da pessoa. A saturação de oxigênio da hemoglobina (SaO2) é uma porcentagem que
exprime a quantidade de oxigênio transportada pela hemoglobina em relação à quantidade que ela
poderia carregar. O valor considerado mínimo para a SaO2 é de 90% a 92%. O oxímetro de pulso
mede indiretamente a quantidade de oxigênio no sangue através da ponta dos dedos. O sinal mo-
nitorado varia de acordo com o ritmo na frequência cardíaca e pode não ser detectado em estados
de má perfusão, pacientes anêmicos e unhas com esmalte. O sinal clínico mais frequente e precoce
para observar hipoxemia é a palidez cutânea (pois a cianose apresenta-se tardiamente), agitação,
confusão mental ou prostração também podem estar presentes.
• Ventilação e mecânica respiratória: verificadas através da frequência respiratória, expansibilidade
da caixa torácica e regularidade dos movimentos respiratórios. O primeiro sinal de disfunção respi-
ratória é, em geral, a taquipnéia. Respiração irregular ou bradipnéia são sinais de mau prognóstico.
Alterações da mecânica respiratória: retrações inspiratórias intercostais, subcostais, supraesternal,
subesternal e esternais, uso de musculatura acessória com batimento de asa de nariz, balanço tora-
coabdominal, gemência e estridor expiratório prolongado.
41
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Contexto Encaminhamento
3
O processo transexualizador caracteriza-se por um conjunto de estratégias assistenciais para transexuais que preten-
dem realizar modificações corporais do sexo, em função de um sentimento de desacordo entre seu sexo biológico e
42 seu gênero - em atendimento às legislações e pareceres médicos. (Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-
-e-justica/2015/03/cirurgias-de-mudanca-de-sexo-sao-realizadas-pelo-sus-desde-2008. Acesso em: 04/10/2016)
• Encaminhar para escuta qualificada da equipe de saúde da família.
• Encaminhar para setores internos de acordo com a necessidade (vacinas,
curativos, consulta médica, consulta de enfermagem).
Demanda espontânea • Referenciar para outros níveis de atenção conforme definições descritas
no documento “Demanda Espontânea na APS em BH: recomendações para
organização do processo de trabalho no nível local”.
• Oftalmologia/diabetes.
• NASF.
Diabéticos:
• Equipe de saúde mental.
43
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
pre presente no momento da visita domiciliar. O profissional deve avaliar o nível de conhecimento do
cuidador e suas fragilidades para lidar com a assistência ao usuário, na perspectiva de realizar as in-
tervenções necessárias. É importante que o usuário, os familiares e os cuidadores sejam orientados
pela equipe de enfermagem, para que possam ser capazes de realizar algumas ações e procedimen-
tos necessários ao cuidado. O plano de cuidado deve ser traçado pela equipe de saúde e pactuado
com usuário/familiares/cuidadores e incluir orientações em situações nas quais o usuário deve ser
levado a um serviço de urgência/emergência ou acionar o Samu–192 ou outros serviços de retaguar-
da. É de suma importância a formalização da assinatura do termo de consentimento informado por
parte da família, cuidador e/ou do usuário (se consciente) ou de seu representante (Apêndice 1).
• Prontuário.
• Material de escritório.
• Insumos, recursos e materiais médico-hospitalares conforme necessidade específica da VD.
44
4 Assistência e supervisão da sala de imunização
Imunização é o ato ou efeito de imunizar que se define pela aquisição de proteção imuno-
lógica contra doenças de caráter infeccioso. A imunização é feita por intermédio de vacinas
(Imunização Ativa), imunoglobulinas (Imunização Passiva) ou até mesmo por soro contendo
anticorpos (Imunização Passiva).
A redução da morbidade e da mortalidade por doenças preveníveis por imunização é a finali-
dade principal da vacinação. É preciso que esta atividade seja cercada de cuidados, adotando-se
procedimentos adequados antes, durante e após a administração dos imunobiológicos. Faz-se
necessário também, uma sensibilização de todos os profissionais da equipe de saúde, para não
ocorrer perdas de oportunidades para vacinar a população, melhorando assim a cobertura vacinal.
4.1.1. Enfermeiros
45
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
4.2. Assistência
Para que a administração de imunobiológicos confira imunização aos usuários e este proces-
so se dê em sua plenitude e com segurança, as atividades de imunização devem ser cercadas
de cuidados, adotando-se procedimentos adequados antes, durante e após a administração
dos imunobiológicos.
46
• Agulhas descartáveis (13x4,5mm – tipo tuberculínica; 20x5,5mm; 25X6,0mm; 25x7,0mm; 25x8,0mm).
• Plástico para quebrar BCG.
• Caixa de descarte para material perfurocortante.
47
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
• Acolher o usuário e verificar se possui cadastro no SISREDE, não possuindo encaminhar para
realizá-lo conforme fluxo interno da unidade.
• Acomodá-lo em posição confortável.
• Registrar os dados no SISREDEWEB – módulo “Imunização”. Caso seja retorno para doses subse-
quentes o sistema já disponibilizará as vacinas a serem administradas. Realizar esse procedimento
antes da aplicação dos imunobiológicos, pois, diminui erros de divergência entre lote aplicado e re-
gistrado e vacinas aplicadas incorretamente fora da idade preconizada.
OBS.: Caso sejam doses subsequentes, mas o usuário não tenha registro no SISREDE
e apenas o cartão manual, deverá ser realizado o cadastro e as vacinas aplicadas
anteriormente registradas no campo “Histórico Vacinal” no módulo “Imunização”.
• Realizar perguntas sobre o estado de saúde do usuário, de acordo com os imunobiológicos a serem
administrados, verificando a existência de possíveis contra-indicações.
• Orientar o usuário quanto ao procedimento a ser realizado, as vacinas que serão administradas e
possíveis eventos adversos.
• Garantir que o lote marcado no sistema seja o mesmo a ser administrado e que a dose registrada no
sistema esteja em conformidade com a vacina e idade do usuário a ser vacinado.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Examinar o produto observando aspecto da solução, estado da embalagem, prazo de validade, nú-
mero do lote, dose e via de administração preconizada.
• Preparar o(s) imunobiológicos(s), conforme técnica específica.
• Acomodar o usuário em posição confortável e administrar o(s) imunobiológicos(s), confor-
me técnica específica.
• Aplicar o(s) imunobiológicos(s) seguindo os “nove certos” (item 1 – Administração de Medicamentos)
e as indicações dos sítios anatômicos de aplicação.
• Desprezar os materiais descartáveis e os frascos de imunobiológicos, somente, nas caixas específi-
cas para material perfurocortante.
• Observar a ocorrência de possíveis reações imediatas.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Registrar as vacinas aplicadas com lote, vencimento, data da aplicação e assinatura do profissional que reali-
48
zou o procedimento nas cadernetas ou cartão de vacina ou imprimir o cartão de vacina por meio do sistema.
OBS.: Em caso de contingência registrar o nome do usuário, data de nascimento, nome
da mãe, sexo, naturalidade, endereço completo com CEP, número do documento de
identificação, as vacinas aplicadas o lote, vencimento, data da aplicação e nome do pro-
fissional que realizou o procedimento.
• Orientar o usuário quanto ao retorno.
• Manter a sala organizada para o próximo atendimento.
• Devolver para a câmara fria os imunobiológicos que poderão ser utilizados no dia seguinte.
• Desprezar as sobras dos imunobiológicos que ultrapassaram o prazo estabelecido após abertura
do frasco ou por data de vencimento, somente, nas caixas específicas para material perfurocortante.
• Avaliar estoque das vacinas e se necessário comunicar ao enfermeiro para solicitar grade
de complementação.
• Verificar e anotar a temperatura da câmara fria, não esquecendo de zerar os termômetros.
• Fechar a caixa de perfurocortante quando completar 2/3 da sua capacidade.
• Realizar limpeza da caixa térmica com água e sabão.
• Limpar bancadas e superfícies após o término do trabalho.
• Deixar a sala organizada.
• Imunobiológicos.
• Caixas térmicas de poliuretano.
• Gelo reutilizável.
• Termômetro cabo extensor e/ou caixa térmica com termômetro digital acoplado.
• Algodão hidrófilo em recipiente com tampa.
• Almotolia com álcool a 70%.
• Seringas descartáveis.
• Agulhas descartáveis.
• Caixa para descarte de material perfurocortante.
• Material de escritório.
• Fita adesiva.
• Saco plástico para lixo hospitalar e comum.
• Impressos próprios para estratégia de vacinação.
49
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Os equipamentos de refrigeração podem deixar de funcionar por vários motivos. Assim, para evitar
a perda dos imunobiológicos é necessário adotar algumas providências. Ocorrendo a interrupção no
fornecimento de energia elétrica, manter o equipamento fechado e monitorar, rigorosamente a tempe-
ratura interna, colocando o termômetro de cabo extensor digital para auxiliar esse monitoramento. Se
não houver o restabelecimento da energia no prazo máximo de 40 minutos (câmara fria) ou quando
a temperatura estiver próxima a +8°C proceder imediatamente à transferência dos imunobiológicos
para outro equipamento com temperatura recomendada (refrigerador ou caixa térmica).
• Caixa berço
• Termômetro cabo extensor e/ou caixa térmica com termômetro digital acoplado.
• Gelo reutilizável.
• Fita adesiva.
50
• Lacrar as caixas com fita adesiva.
• Colocar a identificação do conteúdo de cada caixa, inclusive o nome da unidade de saúde.
• Verificar e anotar as temperaturas das caixas antes de transportá-las, se for necessário.
• Colocar as caixas dentro do veículo, quando for necessário transportá-las para outro local.
OBSERVAÇÃO:
• A preparação da caixa térmica berço com gelo congelado (-20°C) mantém a conservação dos imu-
nobiológicos por 24 horas, no mínimo, e ao completar 48 horas de monitoramento ainda deve apre-
sentar temperatura máxima de até +8°C.
• Caso não tenha o berço, pode-se colocar o gelo reutilizável congelado, desde que, se coloque bar-
reiras entre os imunobiológicos e os gelos, para evitar o congelamento, como por exemplo, papelão.
Desta forma, simula-se a caixa térmica com o berço.
Higienização diária de bancadas e superfícies com água e sabão e desinfecção com hipoclorito
1% ou sempre que necessário.
51
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
• Preparar a caixa térmica berço na qual será acondicionado os imunobiológicos, conforme item 5.2.3.2.
• Inibir o alarme da câmara fria.
• Retirar os imunobiológicos e colocá-los na caixa térmica berço.
• Executar a limpeza mensalmente com pano úmido e sabão neutro.
• Fechar a câmara fria e aguardar a temperatura do momento (registrada no painel) alcançar entre
+2°C e +8°C.
• Tarar o termômetro de máxima e mínima do painel, conforme orientação do fabricante.
• Retornar com os imunobiológicos organizando os lotes com vencimento posterior no fundo e com
vencimento mais próximo na frente, para serem usados primeiro.
5.1.1. Enfermeiros
• Supervisionar e capacitar a equipe de enfermagem nos procedimentos realizados na sala de curativo.
• Planejar a organização do processo de trabalho e fluxo de atendimento na sala de curativo.
• Solicitar os materiais e insumos necessários para garantir o atendimento aos usuários com lesões.
Assim como, fazer a previsão e controle de consumo das coberturas especiais.
• Orientar e acompanhar a utilização correta dos materiais de proteção pela equipe de enfermagem.
• Realizar consulta de enfermagem: avaliação, classificação da lesão, prescrição da cobertura ade-
quada e solicitar exames conforme padronização do Protocolo de Prevenção e Tratamento de Le-
sões da SMSA.
• Orientar o paciente no preenchimento do termo de compromisso em relação ao tratamento.
• Encaminhar o usuário para avaliação médica visando definir a etiologia da lesão e sempre que se
fizer necessário.
• Realizar o curativo, sempre que necessário.
52
• Realizar curativo domiciliar de lesões complexas.
• Realizar desbridamento de tecido necrótico das lesões e da hiperceratose de bordas.
• Preencher os impressos padronizados pelo Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesões da SMSA.
• Descrever as condições da lesão em prontuário eletrônico.
• Preencher e encaminhar mensalmente o mapa de requisição de coberturas especiais.
• Emitir parecer sobre eficácia e efetividade dos materiais e coberturas utilizados na prevenção e tra-
tamento de lesão na sala de curativo, encaminhando-o à Comissão de Prevenção de Tratamento de
Lesões da SMSA/PBH ou coordenações específicas.
• Solicitar pedido extra de cobertura quando necessário.
• Registrar o atendimento e/ou procedimento executado no computador ou Terminal de Atendimento
em Saúde/Procedimento de Enfermagem.
5.2. Assistência
A assistência na sala de curativos e no domicílio será realizada por todos os profissionais da equi-
pe enfermagem e sob a supervisão do enfermeiro responsável pelo setor.
A retirada de sutura de procedimentos realizados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), nos
ambulatórios das Unidades de Referência Secundária (URS) e suturas de cesarianas serão realiza-
das no Centro de Saúde. Porém, retirada de suturas de cirurgias eletivas deverão ser realizadas pelo
serviço que realizou o procedimento (Ofício CINT/SMSA-SUS/BH-EXTERNO/n° 063/2010 e memo-
rando SMSA/GEAS/ n° 038/2010).
Os procedimentos relativos à assistência e imobilização ortopédica, como retirada da calha ges-
sada para realização de curativos, somente poderão ser feitos por àqueles profissionais devidamente
capacitados com apresentação de certificado ao COREN (Resolução COFEN n° 422/2012). Cabe,
portanto, ao serviço que realizou o procedimento prestar a continuidade do cuidado e os usuários
deverão ser remetidos a esses serviços de referência.
53
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
54
5.2.2. Materiais de apoio e insumos
• Mesa auxiliar ou carro de curativo.
• Escada com dois degraus.
• Foco com haste flexível.
• Máscara.
• Óculos de proteção.
• Gorro.
• Capote.
• Bacia.
• Pacote de curativo e/ou retirada de sutura.
• Luvas de procedimento.
• Luvas estéreis, quando necessário.
• Saco plástico infectante.
• Soro fisiológico 0,9% para irrigação.
• Agulha 25x8,0mm para perfurar o frasco de cloreto de sódio e promover pressão adequada do jato.
• Coberturas, soluções, pastas e cremes indicados.
• Gaze.
• Gaze aberta se necessário.
• Atadura crepom, se necessário.
• Esparadrapo comum ou microporoso.
• Impressos.
5.2.3. Procedimentos
• Organizar a sala de atendimento.
• Limpar bancadas e superfícies antes do início do trabalho e sempre que necessário.
• Utilizar materiais de proteção como: capote, máscara, gorro, óculos e luvas.
OBS.: Não realizar curativo trajando bermudas, saias ou sandálias, para evitar acidentes de trabalho.
• Reunir e organizar todo o material necessário para realizar o procedimento.
• Receber e acomodar o paciente em local que proporcione uma boa luminosidade e que pre-
serve sua intimidade.
• Colocar o paciente em posição confortável e explicar o procedimento a ser realizado.
• Realizar o procedimento conforme orientação do Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesões
da SMSA/PBH.
• Solicitar avaliação do enfermeiro sempre que necessário
• Orientar o usuário sobre cuidados específicos e gerais que devem ser tomados após o procedimento.
• Agendar e anotar a data de retorno para o usuário, quando necessário.
• Registrar o atendimento e/ou procedimento no computador ou Terminal de Atendimento em Saúde
(TAS) ou em impresso próprio, em caso de contingência.
• Fazer a desinfecção de superfície após cada atendimento.
• Recolher e encaminhar materiais utilizados para o expurgo.
55
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
‘OBS.: esses procedimentos são descritos no manual de Diretrizes para Limpeza e Desinfecção de
Superfícies da PBH/SMSA.
56
6.1. Atribuições dos profissionais
6.1.1. Enfermeiros
57
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
6.2. Assistência
A sala de observação é um setor que deve estar preparado para absorver demandas clínicas
menos urgentes e realizar procedimentos do cotidiano dos CS, tais como: administração de medica-
mentos, oxigenioterapia, inalação, reidratação, aferição de dados vitais, medição de glicemia, entre
outros. Além disso, a equipe de enfermagem na APS deve estar preparada para prestar o primeiro
cuidado às urgências e emergências, até a transferência/encaminhamento a outros pontos de aten-
ção da rede, quando necessário. As situações clínicas podem ser caracterizadas como:
• Emergente: falência declarada ou iminente de uma função vital, o que exige uma intervenção ime-
diata, devido ao risco de morte do usuário.
• Muito urgente: situação clínica susceptível a desencadear uma falência de uma função vital em curto
prazo, sendo necessária intervenção em no máximo 10 minutos.
• Urgente: situação clínica que se persistir poderá causar falência de órgãos ou sinais e sintomas de
alerta, porém sem risco iminente de morte, sendo necessária intervenção em até 1 hora.
• Pouco urgente: situação clínica de baixo risco, ou seja, sem sinais ou sintomas de alerta e sem risco
iminente de morte, sendo necessária a intervenção de profissional de nível superior no mesmo dia.
• Não urgente: situação clínica estável sem sinais ou sintomas de risco, normalmente de longa data,
com sinais vitais normais, sendo necessário atendimento eletivo.
O quadro 2 apresenta resumo dos principais componentes de suporte básico de vida para adultos,
crianças e bebês na APS.
Quadro 2 – Resumo dos principais componentes de suporte básico de vida para adultos,
crianças e bebês na APS
RECOMENDAÇÕES
Bebês
Crianças
(menores de 1 ano de idade,
(1 ano de idade à
Componente Adultos e adolescentes excluindo recém nascidos)
puberdade)
58
Relação compressão 1 ou 2 profissionais 1 profissional: 30:2
ventilação sem via 30:2 2 ou mais profissionais: 15:2
área avançada
Relação compressão Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120/min
ventilação com via Administre 1 ventilação a cada 6 segundos ( 10 respirações/min)
área avançada
Frequência de
100 a 120/min
compressão
Pelo menos um terço do
Pelo menos um terço do
diâmetro anteroposterior
diâmetro anteroposterior do
Profundidade da No mínimo, 2 polegadas do tórax
tórax
compressão (5 cm) Cerca de 2 polegadas (5
Cerca de 1,5 polegadas (4 cm)
cm)
• 1 profissional da saúde: 2
dedos no tórax logo abaixo da
2 mãos ou 1 mão linha mamilar
Posicionamento das 2 mãos sobre metade (Opcional para crianças • 2 profissionais da saúde:
mãos inferior do tórax muito pequenas) sobre técnica dos dois dedos no
metade inferior do tórax centro do tórax, , logo abaixo
da linha mamilar
Espere o retorno total do tórax a cada compressão. Não se apóie sobre o tórax após
Retorno do tórax
cada compressão
Para garantir um cuidado qualificado aos usuários, a assistência realizada pela equipe de enferma-
gem deve ser prestada em ambiente limpo e organizado. O apêndice 3 apresenta um formulário para
acompanhamento e monitoramento dos materiais e medicamentos da sala de observação e caixa de
urgência elaborado pela SMSA/PBH.
6.2.2. Procedimentos
59
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
OBSERVAÇÃO: estes procedimentos deverão ser realizados após o uso destes materiais
no atendimento às urgências e emergências.
60
6.3. Limpeza e desinfecção específica
A coleta de material para a realização de exames laboratoriais é apenas uma parte de um proces-
so complexo para auxiliar na avaliação da situação de saúde e de doença dos usuários. Sendo assim,
os testes diagnósticos dos mais simples aos mais complexos demandam um conjunto de orientações
e procedimentos que devem ser seguidos para que possam fornecer resultados com precisão e
qualidade. Na APS de BH a equipe de enfermagem é a responsável pela coleta do material biológico
e deve assegurar que as amostras sejam corretamente obtidas, pois a coleta apropriada também
presume uma técnica correta.
7.1.1. Enfermeiros
61
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
7.2. Assistência
A realização do procedimento de coleta de material biológico é uma das etapas da fase pré
analítica que inicia com a consulta e solicitação de exames e finaliza com a entrega dos materiais
coletados no laboratório.
• Geladeira.
• Caixa térmica.
• Braçadeira.
• Garrote.
• Agulhas para a coleta a vácuo.
• Escalpes.
• Adaptador para coleta a vácuo.
• Tubos para coleta de exames.
• Seringas.
• Algodão.
• Álcool 70%.
• Gelo reutilizável.
• Luvas de procedimentos.
• Grade para suporte dos tubos.
• Coletor Universal.
• Coletor de urina pediátrico.
• Esparadrapo comum ou microporoso ou curativo oclusivo pronto.
• Etiquetas para identificação.
• Caixa de descarte para material perfurocortante.
• Impressos.
62
7.2.2. Procedimentos
63
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Os consultórios são espaços destinados ao atendimento individual dos usuários, sendo com-
partilhado por todos os profissionais da unidade, obedecendo a uma programação previamente
estabelecida. Assim, a manutenção da organização e a disponibilização dos materiais e insumos
necessários para o atendimento são imprescindíveis para uma assistência de qualidade.
64
8.2.1. Organização, recolhimento e reposição de insumos
A organização dos consultórios deverá ocorrer diariamente e a frequência durante o dia de-
penderá da demanda e disponibilidade de profissionais de cada unidade.
Os insumos deverão ser repostos diariamente, assim como a troca de lençol da mesa clínica
e a organização/reposição de roupas do consultório ginecológico.
Há insumos que necessitam de almotolias não descartáveis. Nesses casos, a reposição do
conteúdo das almotolias deve ser evitada e a almotolia deve ser limpa e desinfetada antes de
novo uso. As almotolias devem ser limpas e desinfetadas a cada 5 a 7 dias e seu conteúdo des-
cartado, caso não tenha sido utilizado nesse período. Deve ainda ser rotulada com identificação
do conteúdo, data e nome do profissional responsável pelo preenchimento da almotolia.
Consultório ginecológico:
• Banqueta giratória.
• Biombo duplo.
• Foco com haste flexível.
• Detector ultrassônico fetal.
• Mesa auxiliar.
• Espéculos de metal.
• Kits para inserção do DIU.
• Camisolas.
• Lençóis.
• Bandeja.
• Espéculos.
• Espátula de Ayres.
• Escova ginecológica.
• Lâminas.
• Frascos com fixador.
65
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
• Luvas de procedimento.
• Luva estéril.
• Schiller.
• Ácido acético.
• Vaselina.
• KOH 10%.
• Papel higiênico.
• Lápis.
• Lâmpada de foco.
• Gel condutor.
• Balde.
66
9.1. Conceitos básicos
• Pré-limpeza: remoção da sujidade visível presente nos artigos, utilizando água, detergente enzimá-
tico e escovas por meio de ação mecânica, atuando em superfícies internas e externas, de forma a
tornar o produto seguro para envio à Central de Esterilização (CEST).
• Limpeza: consiste na remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas, redução da carga microbiana
presente nos artigos, utilizando água, detergente enzimático, produtos e acessórios de limpeza, por
meio de ação mecânica, atuando em superfícies internas e externas, de forma a tornar o produto
seguro para manuseio e preparado para desinfecção ou esterilização.
OBSERVAÇÃO: A limpeza é sempre o primeiro passo. A desinfecção só é necessária na presença de matéria orgânica.
• Desinfecção: processo físico ou químico que elimina microrganismos de artigos. Na rede SUS-BH
consideramos dois tipos:
• desinfecção de alto nível: destrói a maioria dos microrganismos de artigos, inclusive mico
bactérias e fungos, exceto um número elevado de esporos bacterianos;
▪ desinfecção de nível intermediário: destrói microrganismos na forma vegetativa, micobacté-
rias e a maioria dos vírus e fungos.
• Artigos críticos: utilizados em procedimentos invasivos com penetração de pele e mucosas adjacen-
tes, tecidos subepiteliais e sistema vascular.
• Artigos semi-críticos: aqueles que entram em contato com pele não íntegra ou mucosas
íntegras colonizadas.
• Artigos não críticos: que entram em contato com pele íntegra.
9.2.1. Enfermeiro
• Gerenciar e monitorar o fluxo de entrega/recebimento dos artigos da Central de Esterilização.
• Promover capacitação da equipe para o desenvolvimento das ações de pré-limpeza, limpeza e de-
sinfecção dos artigos.
• Supervisionar a limpeza/desinfecção dos artigos, aprimorando o processo e corrigindo
possíveis falhas.
• Participar da elaboração/atualização das rotinas de limpeza e desinfecção de artigos.
• Estabelecer escala de trabalho para execução das rotinas de pré-limpeza, limpeza e desin-
fecção dos artigos.
67
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
9.3. Expurgo
O expurgo é o local onde são realizadas a pré-limpeza, limpeza e desinfecção dos artigos e
materiais não descartáveis utilizados na assistência. Funciona também como abrigo para as rou-
pas contaminadas ensacadas, até o recolhimento pela Lavanderia Municipal, sendo também o
local adequado para despejo de resíduos líquidos contaminados. É um ambiente potencialmente
contaminado, por isso só deve atender a essas finalidades.
Todos os artigos passíveis de reuso devem passar pela pré-limpeza ou pela limpeza propria-
mente dita ainda nas unidades.
Para os artigos críticos e semicríticos que necessitam de esterilização, as equipes realizam a
pré-limpeza, utilizando detergente enzimático e fricção mecânica com escovas para remoção da
sujidade visível e os encaminha à Central de Esterilização de cada regional.
Para os artigos semicríticos e não críticos que não precisam ser esterilizados, as equipes re-
alizam a limpeza seguida da desinfecção nas próprias unidades. São utilizados álcool a 70% ou
hipoclorito de sódio a 1% para desinfecção de nível intermediário.
Procedimento
4
Principais intercorrências: extravio de artigo dentro da unidade, artigo retido na CEST com justificativa, acerto de cota, etc.
68
• Colocar os artigos no recipiente para enxágue, que deve ser vigoroso em água corrente,
fazendo com que a água entre e saia dos artigos várias vezes, eliminando por completo o
detergente enzimático.
• Retirar os artigos do recipiente para enxágue e secá-los com pano limpo (não deixar secar ao tempo,
pois favorece crescimento de microorganismos).
• Inspecionar visualmente a limpeza dos artigos.
• Se houver sujidade visível, proceder a nova limpeza a partir do sexto item.
• Anotar a quantidade de artigos por tipo de pacote no impresso que seguirá para a Central
de Esterilização.
• Colocar os artigos dentro da caixa plástica disponibilizada pela Central de Esterilização, mantendo
o impresso do lado de fora.
• Manter a caixa em local visível para recolhimento pelos profissionais da Central de Esterilização.
• Limpar com detergente neutro e água os recipientes usados, enxaguando-os e secan-
do-os em seguida.
• Realizar a desinfecção com álcool a 70% nos recipientes usados.
Procedimento
69
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Procedimento
Procedimento
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Colocar avental descartável de manga longa, avental impermeável, óculos, máscara cirúrgica, gorro
e as luvas de autoproteção.
• Despejar o a solução de hipoclorito de sódio a 1% em vasilhame e imergir os artigos limpos e secos
por 30 minutos.
• Retirar os artigos do hipoclorito e enxaguá-los em água corrente.
• Secar os artigos e guardá-los em recipientes com tampa ou em sacos plásticos.
• Limpar com detergente neutro e água os recipientes usados, enxaguando-os e secando-os em seguida.
• Realizar a desinfecção com álcool a 70% nos recipientes usados.
Procedimento
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Colocar avental descartável de manga longa, avental impermeável, óculos, máscara cirúrgica, gorro
e as luvas de autoproteção.
• Friccionar álcool a 70% nos artigos limpos em único sentido, deixando secar, repetindo esse proce-
dimento 3 vezes.
• Guardar os artigos em recipientes com tampa ou em sacos plásticos.
70
OBERVAÇÃO: Informações mais detalhadas sobre esses procedimentos estão disponíveis
no Manual de Normas e Rotinas Técnicas das Central de Material Esterilizado da SMSA/PBH
disponível em http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/protocolos/esterilizacao.pdf
semanalmente, detergente
Almotolias Hipoclorito 1% NÃO
neutro
5 após o uso, detergente
Ambu
neutro parte externa do Hipoclorito 1% máscara e
máscara e conexões NÃO
ambu. detergente enzimático conexões
máscara e conexões
Cuba, bacia, bandeja após o uso, detergente neutro Álcool 70% NÃO
Hipoclorito 1% - partes
plásticas
Espaçador de alumínio- após o uso, detergente
Álcool 70% - partes NÃO
câmara inalatória enzimático
metálicas
Instrumentais -tesouras,
após o uso, detergente
pinças, espéculos NÃO SIM
enzimático
ginecológicos, histerômetro
5
Principais intercorrências: extravio de artigo dentro da unidade, artigo retido na CEST com justificativa, acerto de cota, etc.
71
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Recipientes usados em
após o uso, detergente neutro Álcool 70% NÃO
limpeza/desinfecção
Hipoclorito 1% - somente
recipiente plástico
Umidificadores de Oxigênio após o uso, detergente neutro Álcool 70% - partes NÃO
metálicas
9.4. Arsenal
O arsenal é um local específico para a guarda e conservação dos instrumentais e materiais
esterilizados ou desinfetados até a sua utilização. É conveniente que seja um ambiente arejado
e de fácil limpeza e desinfecção. Entretanto, na falta deste espaço, um armário em material que
permita limpeza e desinfecção pode ser utilizado exclusivamente para essa função. É necessário
que tenha um dispositivo que impeça o extravio (chaves, cadeado, etc.) e que permita o acesso
apenas aos profissionais.
O total de instrumentais que circula na unidade (cota) deve ser conferido diariamente, man-
tendo assim um controle rigoroso, comunicando à Corregedoria Geral do Município em caso de
extravio, furto ou roubo, conforme Portaria 002 de 06 de março de 2012.
72
10. Controle/Gerenciamento do enxoval
Toda roupa utilizada na assistência à saúde é considerada potencialmente contaminada e
deve ser acondicionada corretamente em baldes ou hampers com tampa e sacos plásticos.
Elas não devem ser manipuladas, contadas ou sacudidas, para evitar a dispersão de micror-
ganismos. Os sacos plásticos devem ser identificados com o nome da unidade antes de ser
enviado à Lavanderia. Cada ambiente gerador de roupas contaminadas deve ser equipado com
um balde ou hamper.
Os profissionais precisam estar muito atentos para não descartarem instrumentais, artigos
perfurocortantes ou outros objetos junto às roupas utilizadas na assistência, prevenindo assim
acidentes, danos nos equipamentos da lavanderia e extravios de materiais.
A Lavanderia Municipal/SMSA recolhe as roupas contaminadas nas unidades e as distribui
lavadas. Essas, ao chegarem às unidades, devem ser contadas e armazenadas em armários
fechados, protegidas de possível contaminação do ambiente e de manipulação excessiva, até o
momento de serem distribuídas para uso.
10.1.1. Enfermeiro:
• Gerenciar e monitorar o fluxo de entrega/recebimento do enxoval pela Lavanderia Municipal.
• Gerenciar e monitorar a adequada distribuição diária do enxoval na unidade, atentando para um
dimensionamento adequado.
• Orientar continuamente a equipe quanto ao acondicionamento correto das roupas contaminadas nos
hampers e baldes para evitar a dispersão de microrganismos, corrigindo possíveis atitudes falhas.
• Manter a gerência da unidade informada sobre possíveis faltas de peças do enxoval que estejam
prejudicando a assistência, para tomada de medidas cabíveis junto à Lavanderia Municipal
• Estabelecer escala de trabalho para execução das rotinas controle e distribuição do enxoval na unidade.
• Fechar os sacos plásticos quando os baldes ou hampers estiverem cheios e disponibilizá-los aos
profissionais da Lavanderia Municipal no momento do recolhimento.
• Colocar novos sacos plásticos nos baldes ou hampers, mantendo-os fechados.
73
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Segurança do Paciente
74
Segurança do paciente é um conjunto de ações para evitar, prevenir e minimizar consequ-
ências ou danos evitáveis por cuidados e intervenções na área da saúde. O conceito de que o
profissional da saúde não erra está disseminado na sociedade, particularmente entre os profis-
sionais da saúde. Entretanto, toda assistência em saúde envolve algum risco para os pacientes e
eventualmente pode gerar eventos adversos. Estes são danos causados pelo cuidado à saúde e
não atribuídos a evolução natural ou possível doença de base, podendo colocar em risco a vida
e comprometer a integridade física, psíquica e social dos pacientes e de seus familiares por gerar
sequelas transitórias ou permanentes.
No Brasil, em média, 10% dos pacientes sofrem algum tipo de evento adverso e destes, 50%
são evitáveis por técnicas, processos e medidas preventivas. Cerca de 3 a 10% dos eventos
adversos são fatais. Os erros e incidentes tendem a diminuir com a experiência, compromisso,
habilidade técnica e destreza profissional, mas costumam voltar a acontecer quando os pro-
fissionais adquirem confiança e passam a se acomodar e reduzir a preocupação em relação à
possibilidade de ocorrerem.
A capacidade de uma instituição em obter resultados na segurança do paciente pode ser me-
lhorada quando se cria e se estabelece uma cultura de segurança. Essa é caracterizada por um
conjunto de valores, atitudes, percepções e competências individuais e grupais que determinam
o compromisso e as boas práticas da instituição. As características de uma cultura de seguran-
ça sólida incluem o compromisso para discutir e aprender com os erros, identificar possíveis
ameaças e incorporar um sistema não punitivo para o relato e análise dos eventos sentinelas,
promovendo a aprendizagem organizacional e permitindo que todos os trabalhadores, incluindo
profissionais envolvidos no cuidado e gestores, assumam responsabilidade pela sua própria se-
gurança, pela segurança de seus colegas, usuários e familiares.
Reason (1999) propõe o modelo do queijo suíço como uma abordagem sistêmica para o ge-
renciamento de risco. Na abordagem sistêmica, cada erro ou risco é avaliado com o objetivo
de identificar suas causas, fatores relacionados, falhas de processos e de rotinas e a cadeia de
eventos que aumentam a chance de erro. A causa do erro quase nunca pode ser atribuída exclu-
sivamente a um profissional. O modelo consiste-se de múltiplas fatias de queijo suíço colocadas
lado a lado como barreiras à ocorrência de erros. Em algumas situações, os buracos do queijo
alinham-se, permitindo que as ameaças passem pelas múltiplas barreiras causando o dano.
As ameaças são representadas pelas falhas ativas e as condições latentes. As falhas ativas
são os atos inseguros cometidos pelo profissional que está em contato direto com o paciente
como, por exemplo, uma troca de medicamento no momento da administração, erros técnicos
em procedimentos, demora no atendimento às situações de urgência e emergência, práticas sem
evidências científicas, descuido e desatenção, repetição de ações de risco, desconhecimento
ou não adesão às linhas de cuidado, diretrizes clínicas e protocolos institucionais, violação de
protocolos, excesso de rastreamentos e de solicitação de exames complementares, erros no
diagnóstico e prescrição, entre outros.
As condições latentes são representadas pelas ações evitáveis, decisões equivocadas e la-
cunas na sistematização do processo de trabalho, tais como ausência de organização, planeja-
mento e rotinas; presença de instrumentos ou equipamentos sem manutenção; ausência de uma
cultura de segurança, entre outras. As condições latentes, como o nome sugere, podem perma-
necer dormentes na instituição por anos até que se combinem com as falhas ativas provocando
acidentes, como apresentado na figura 1.
75
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Figura 2 - Abordagem sistêmica para gerenciar o erro ou a falha (Modelo do queijo suíço)
Ameaças
Falhas
ativas Perdas
Condições e Danos
Latentes
Para contemplar os principais pontos que teriam impacto direto na prática assistencial de enfer-
magem, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), instituído pela portaria 529 de 1
de abril de 2013 estabelece princípios e diretrizes que orientam os profissionais na execução siste-
mática e estruturada dos processos gerenciamento de risco e medidas de prevenção nas diferentes
áreas voltadas para a segurança. Dentre elas destacam-se: processos de identificação do paciente,
prevenção de infecções relacionadas à assistência em saúde, prevenção de quedas e lesões por
pressão, comunicação efetiva no ambiente de saúde e participação do usuário na segurança.
76
1. Identificação do paciente
A identificação do paciente é prática indispensável para garantir a qualidade e a segurança da
assistência à saúde, assegurando que o cuidado seja prestado à pessoa para a qual se destina.
Os erros de identificação podem ocorrer em todos os setores do CS e em todas as etapas do
cuidado. Para assegurar que o paciente seja corretamente identificado, é importante:
6
I - nome social: designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida; e
II - identidade de gênero: dimensão da identidade de uma pessoa que diz respeito à forma como se relaciona com as repre-
sentações de masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em sua prática social, sem guardar relação necessária com 77
o sexo atribuído no nascimento.
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Uma assistência de qualidade exige uma comunicação efetiva. Lidar com pessoas envolve
responsabilidade, cordialidade e respeito às suas necessidades e valores. O diálogo aberto, com
uma linguagem acessível e transparente é a base para a cooperação e troca de conhecimentos
e experiências entre os profissionais e entre estes e os usuários.
A Política Nacional de Humanização define
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a segurança nas unidades de saúde melhora,
se os pacientes forem colocados no centro dos cuidados e incluídos como parceiros. Um cuidado
respeitoso e responsivo às preferências, necessidades e valores individuais dos usuários, pode con-
tribuir para o desenvolvimento da autonomia e da corresponsabilização pelo autocuidado, resultando
na adesão ao tratamento, na cultura de segurança e na ampliação da vinculação com a EqSF.
Além disso, a organização dos processos de trabalho dos CS para o acolhimento das neces-
sidades do usuário/comunidade, coordenação do cuidado e vigilância em saúde é fundamental
para garantir o acesso e uma assistência eficiente e oportuna. A participação coletiva nesse
processo de organização possibilita a redução dos ruídos de comunicação, a variabilidade nas
condutas e servem como base para nortear o cuidado ao usuário. Nesse contexto, é essencial
que os profissionais conheçam e discutam as diretrizes clínicas, os protocolos assistenciais, as
linhas de cuidado, os recursos disponíveis na rede SUS-BH, bem como as normas, rotinas e
fluxos dos CS.
Outro ponto importante é a qualidade dos registros clínicos como forma de comunicação e
tomada de decisões efetivas pelas equipes multiprofissionais. Para que uma anotação seja útil e
dê suporte à continuidade do cuidado, ela deve conter informações suficientes para identificar o
paciente, apoiar o diagnóstico, justificar o tratamento, documentar a evolução e os resultados do
tratamento. Assim, as trocas de informações entre os profissionais precisam ser oportunas, preci-
sas, completas e sem ambiguidades.
Na rede SUS-BH a comunicação efetiva e a organização dos processos podem ser aprimora-
das por diversos dispositivos e ferramentas já conhecidas pelos profissionais da APS. Destacam-
-se as ferramentas da gestão clínica, os colegiados gestores, as reuniões de equipe, a Comissão
Local e Distrital de Saúde, dentre outros. Os cadernos das oficinas de qualificação da APS, o
documento da demanda espontânea e o documento Gestão do Cuidado no Território são alguns
materiais de referência que podem contribuir com o profissional nesse aprimoramento. Esses
materiais estão disponíveis para download na INTRANET.
78
3. Higienização das mãos
As mãos são a principal via de transmissão de microrganismos durante o processo de cuidado
dos pacientes. Higienizar as mãos é remover a sujidade, suor, oleosidade, pelos e células desca-
mativas da microbiota da pele, com a finalidade de prevenir e reduzir as infecções relacionadas à
assistência à saúde. A higienização das mãos deve ser realizada:
3.1. Técnica para higienização das mãos com água e sabão neutro
• Molhar as mãos com água.
• Aplicar sabão neutro.
• Esfregar as palmas das mãos.
• Esfregar a palma da mão sobre o dorso da mão oposta.
• Esfregar a palma da mão sobre o dorso com os dedos entrelaçados.
• Esfregar o dorso dos dedos virados para a palma da mão oposta.
• Envolver o polegar esquerdo com a palma e os dedos da mão direita, realizar movimentos circulares
e vice-versa.
• Esfregar as polpas digitais e unhas contra a palma da mão oposta, com movimentos circulares.
• Friccionar os punhos com movimentos circulares.
• Enxaguar com água.
• Secar as mãos com papel-toalha descartável e use o papel para fechar a torneira.
Fonte: COMCIRA/SMSA
79
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
4. Cateteres e sondas
Cateteres e sondas são dispositivos que auxiliam no tratamento dos pacientes, e por isso de-
vem ser manipulados e cuidados de forma adequada, pois podem tornar-se fonte de complica-
ções, inclusive infecção, e prejudicar o tratamento. A administração de fármacos e soluções por
cateteres e seringas é prática cotidiana das equipes de enfermagem. Portanto, a capacitação, a
orientação e o acompanhamento contínuo do enfermeiro sobre os riscos à segurança do paciente
frente às conexões erradas devem ser destinados a toda equipe de enfermagem. Algumas medi-
das são importantes para manipulação desses dispositivos na unidade de saúde:
5. Prevenção de queda
A queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial,
com incapacidade de correção em tempo hábil, provocada por circunstâncias multifatoriais que
comprometem a estabilidade, causam desfechos desfavoráveis e piora das condições de saúde
e qualidade de vida. A avaliação periódica dos riscos que cada paciente apresenta para ocorrên-
cia de queda orienta os profissionais a desenvolver estratégias para sua prevenção tanto no CS,
quanto em domicílio.
80
5.1. Fatores de risco para a ocorrência de queda
• Idade menor que 5 anos ou maior que 65 anos.
• Agitação/confusão.
• Déficit sensitivo.
• Distúrbios neurológicos.
• Uso de medicamentos (diuréticos, sedativos, anti-hipertensivos).
• Visão reduzida (glaucoma, catarata).
• Dificuldades de marcha.
• Hiperatividade.
• Mobiliário (berço, camas altas, tapetes soltos ou com dobras, sofá e cadeiras muito baixas)
• Riscos ambientais (iluminação inadequada, pisos escorregadios, encerados ou molhados, superfí-
cies irregulares, escadas e rampas, tacos soltos no chão).
• Doenças osteoarticulares.
• Sedentarismo.
• Calçado e vestuário não apropriado.
• Presença de animais domésticos na casa.
• Bengalas ou andadores não apropriados.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_adolescente_menina.pdf
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/contents.do?evento=conteudo&idConteudo=92887&chPlc=92887
81
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
82
Cuidados de Enfermagem
83
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
O cuidado de enfermagem deve zelar pelo conforto, acolhimento e bem estar dos sujeitos en-
volvidos. Embora a construção da autonomia técnica, realização de procedimentos e perícia técni-
ca sejam competência necessárias a qualidade da assistência prestada, a equipe de enfermagem
não deve se esquecer de seu fazer complexo, abrangente e humanizado.
A padronização das técnicas e dos procedimentos realizados pela equipe de enfermagem na
rede SUS/BH está descrita nos itens abaixo e busca fomentar os conteúdos teóricos necessários
a uma assistência segura e sistemática, ampliando as competências técnicas dos profissionais
envolvidos no cuidado à saúde dos usuários.
1. Administração de medicamentos
Os medicamentos são utilizados para tratar e prevenir doenças, manejar sinais e sintomas, au-
xiliar no diagnóstico e no alívio da dor e do sofrimento das pessoas. O uso seguro, eficaz e ético
dos medicamentos exige conhecimento, habilidade e julgamento crítico por parte dos profissionais
da saúde. O envolvimento e a participação ativa no cuidado implica no esclarecimento de suas
dúvidas e preocupações, assim como o conhecimento dos medicamentos que utilizam e o porquê
de sua utilização.
A administração de medicamentos é parte importante dos cuidados prestados pela equipe de
enfermagem, podendo ser exercida pelo auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e en-
fermeiro, conforme dispõe o Decreto 94.406/87, que regulamenta a lei do exercício profissional
da enfermagem. Envolve a prestação de informações apropriadas ao usuário, responsabilidade e
precisão para utilizar o medicamento conforme a prescrição por profissional habilitado e por pro-
tocolos institucionais.
Os artigos 10, 30, 32, 38 do Código de Ética do Profissional de Enfermagem atribuem ao pro-
fissional o direito de recusar-se a executar prescrição em caso de identificação de erro de registro
ou ilegibilidade, ou quando não constar a assinatura e/ou o número do prescritor, exceto em situa-
ções de emergência. No caso da ocorrência do evento adverso decorrente dessa administração a
partir de uma prescrição duvidosa, ilegível, não identificada, ou verbal, tanto o profissional de en-
fermagem que a executou, como o enfermeiro e a instituição responderá pelos danos causados.
Segundo a Rede Brasileira de Enfermagem em Segurança do Paciente (REBRAENSP) para
evitar erros, o profissional deve seguir os nove “certos” na administração de medicamentos toda
vez que for administrar uma medicação. Muitos erros podem estar ligados, de alguma forma, a
uma dificuldade do profissional em seguir os nove “certos”:
• Paciente certo: a identificação correta e atenta do usuário é prática indispensável para a administra-
ção de medicamentos e para garantir a segurança do paciente.
• Medicamento certo – certificar-se da medicação prescrita. Na dúvida, não administrar. Verificar
com o prescritor.
• Via certa: antes de administrar a medicação, certificar-se da via prescrita e a compatibilidade da via
em relação ao volume e local de aplicação.
• Dose certa: conferência da dose prescrita com a apresentação da dosagem, tomar cuidado com uni-
dade de medida. Não aceitar prescrições vagas como “conforme o habitual” .
• Hora e intervalo entre as doses certas: a medicação deve ser administrada no horário correto para
garantir níveis séricos terapêuticos.
• Registro certo – anotar no próprio receituário data e horário da administração de medicamento e
assinar. Isso fornece evidências de que o medicamento foi administrado ao paciente. O registro da
medicação administrada também deverá ser anotado no SISREDEWEB, assim como a não adminis-
84
tração ou recusa do medicamento.
• Ação certa: garantir que o medicamento seja prescrito pela razão certa.
• Forma certa: medicamentos com o mesmo nome estão disponíveis em comprimidos e cápsulas com
tempo de absorção diferente, suspensão e ampolas com doses e concentrações diferentes. A forma,
o tipo, a dosagem e a concentração precisam ser especificadas e seguidas.
• Resposta certa: observação da resposta esperada é fundamental para avaliação da eficácia da me-
dicação e do tratamento.
85
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
• Via enteral: permite à obtenção de um efeito sistêmico (não-local) e é indicada para substâncias que
são absorvidas via trato digestivo, sendo, geralmente, a mais conveniente para o usuário, já que
não há necessidade de se fazer procedimentos invasivos. São consideradas enterais as vias: oral,
sublingual e retal.
• Via parenteral: possui efeito sistêmico, sendo indicada quando se espera uma ação mais rápida
da droga e na administração de medicamentos que se tornam ineficientes em contato com o suco
digestivo. É indicada ainda para administração de medicamentos a pacientes inconscientes, com
distúrbios gastrointestinais e nos impossibilitados de engolir. São consideradas vias parenterais as
vias: intradérmica, subcutânea ou hipodérmica, intramuscular e endovenosa (WHO, 2016).
• Via tópica: essa via permite à obtenção de uma ação local sobre o tecido ou órgão afetado, de modo
que os princípios ativos passem em quantidade diminuta para a circulação sanguínea, evitando-se
os efeitos sistêmicos. As principais são as vias: ocular, nasal, ótica ou auricular, inalatória, vaginal.
Via nasal
• Lenço de papel
Via retal
• Bandeja.
• Gaze.
• Luva de procedimentos.
• Forro de proteção.
86
1.1.1. Via Oral
A administração de medicamentos por via oral é segura, mais conveniente e menos dis-
pendiosa. A maior parte das medicações é normalmente administrada por esta via. Algumas
desvantagens são: efeito mais lento, incerteza sobre a ingestão, dificuldade na aceitação por
gosto ruim e dificuldade de administração em crianças.
As medicações administradas por via oral são disponíveis em muitas formas: comprimidos,
comprimidos de cobertura entérica, cápsulas, xaropes, elixires, óleos, líquidos, suspensões, pós
e grânulos. Alguns cuidados devem ser tomados para cada tipo de forma a ser administrada:
Algumas medidas são necessárias para evitar contaminação do meio ambiente e eventos adversos:
• desprezar os materiais descartáveis, frascos e excesso de solução que tenha sido removido dos
frascos e não utilizado (não retornar para o frasco e não desprezar na pia), somente, nas caixas es-
pecíficas para material perfurocortante;
• não devem ser transferidas soluções orais de um frasco para outro;
• não usar o mesmo recipiente para triturar medicações diferentes para pacientes diferentes (risco
de reações alérgicas);
• a administração oral é contra-indicada em pacientes com irritação gastrointestinal, devido ao risco de
perda parcial da dose e em pacientes inconscientes, torporosos, confusos ou sonolentos devido ao
risco de aspiração.
Permite a retenção do fármaco por tempo mais prolongado. Propicia absorção rápida de
pequenas doses de alguns fármacos, devido ao suprimento sanguíneo e a pouca espessura
da mucosa absortiva, permitindo a absorção direta na corrente sanguínea. As formas farma-
cêuticas são geralmente comprimidos que devem ser dissolvidos inteiramente pela saliva, não
devendo ser deglutidos.
87
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Procedimento
88
1.1.5. Via subcutânea ou hipodérmica
A administração de medicamento por via subcutânea é realizada no tecido adiposo e ab-
sorvida através dos capilares sanguíneos. É uma via mais rápida do que a oral e mais lenta e
gradual que a intramuscular. É indicada por causar um menor traumatismo tecidual e por não
atingir vasos sanguíneos de grande calibre e/ ou nervos.
As medicações recomendadas para essa via incluem soluções aquosas e suspensões
não irritantes contidas em 0,5 a 2,0 mL de líquido que devem ser aplicadas utilizando um
ângulo de 90° nos adultos eutróficos e 45º nas crianças, adolescentes e adultos muito ma-
gros. Para volumes maiores que 0,5 mL em criança ou 1,5 mL em adultos é melhor dividir o
volume em duas injeções em sítios diferentes.
Os locais de aplicação são a face posterolateral do deltóide, abdômen (região lateral di-
reita e esquerda distante 4-6 cm ou três dedos da cicatriz umbilical), flancos, face anterola-
teral da coxa, região escapular e glútea. É contra-indicada em locais inflamados, edemacia-
dos, cicatrizados ou cobertos por uma mancha, marca de nascença ou outra lesão. Faz- se
necessário garantir o rodízio dos locais em um mesmo membro ou em membros diferentes.
Alguns medicamentos administrados pela via subcutânea possuem particularidades. Por-
tanto, é importante verificar a bula, as particularidades na diluição e na aplicação de alguns
medicamentos. Como exemplo, pode-se citar a insulina e as medicações anticoagulantes
(heparina e enoxaparina sódica) que não devem ser aspiradas ou massageadas. A enoxapa-
rina sódica (clexeane) deve ser aplicada na região abdominal conforme especificado acima.
Procedimento
89
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Face
Posterolateral
do Deltóide
Região
Escapular
Parede
Abdominal
Região
Glútea
Face
Anterolateral
da Coxa
90
1.1.6. Via intramuscular
A administração de medicamentos por via intramuscular (IM) é procedimento frequente-
mente realizado na prática de enfermagem, envolve uma série de decisões complexas rela-
cionadas ao volume a ser injetado, medicação a ser administrada, técnica de administração
seleção do local e dispositivos.
É caracterizada pela introdução da medicação dentro da fáscia muscular, onde medica-
mentos são rapidamente absorvidos. Adicionalmente requer outras considerações a respei-
to da idade do paciente, constituição corpórea, irritabilidade da medicação e condições pré
existentes, tais como o distúrbio de coagulação.
As injeções intramusculares são contra-indicadas em pacientes com mecanismo de co-
agulação prejudicados, em pacientes com doença vascular periférica oclusiva, edema e
choque, porque estas patologias prejudicam a absorção periférica.
É preciso evitar áreas com lesões de pele, inflamações ou irritações, edemas, atrofias,
nódulos, manchas de nascença, tecidos cicatrizados, paresias e/ou parestesias. O ângulo
de aplicação, o posicionamento de forma confortável do paciente e o relaxamento da mus-
culatura, contribuem para a redução da dor na hora da injeção. As aplicações devem ser
realizadas em um ângulo de 45° a 90°, sendo pertinente identificar o local correto da injeção
usando as proeminências ósseas que servem como referências.
O volume máximo a ser injetado tem sido baseado no tamanho do músculo, volumes
menores auxiliam a absorção e diminuem as reações adversas ao medicamento. Em adul-
tos, recomenda-se dividir em duas injeções a dose de medicação que exceda a 3,0 mL. Em
tratamentos mais prolongados com injeções a cada doze ou vinte e quatro horas é preconi-
zado o rodízio dos sítios de injeção. O quadro 5 abaixo apresenta as recomendações para
a escolha do local e volume da injeção, segundo a idade do paciente.
91
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Fontes: Malkin B. Are techniques used for intramuscular injection based on research evidence. Nursing times 2008.
105 (50/51): 48-51. Bork AMT. Enfermagem baseada em evidência- Rio de Janeiro: Guanabara Koongan, 2005.
Pacientes adultos.
Deltóide e vasto lateral da
25 x 7 mm Mulheres com peso corpóreo superior a 90 kg.
coxa
25 x 6 mm
25 x 5,5 mm Crianças: a avaliação clínica é imprescindível para tomada
Vasto lateral da coxa
20 X 5,5 mm de decisão.
Fonte: Bork AMT. Enfermagem baseada em evidência- Rio de Janeiro: Guanabara Koongan, 2005.
92
Algumas medidas de segurança são necessárias durante a preparação dos medicamen-
tos. O profissional deve treinar a manipulação rápida, encaixes e desencaixes da agulha
com a seringa. Ao apoiar o dorso da mão que segura a seringa na palma da mão que segura
à agulha ou sua capa, ajuda a evitar movimentos bruscos que causam os acidentes com
perfurocortantes. Para reencapar uma agulha após preparo de medicamentos, deixar a capa
sobre a bancada até introduzir a ponta da agulha dentro dela. Além disso, outras medidas
tais como, evitar reencapar agulhas contaminadas com sangue, também contribui para evi-
tar acidentes. No caso de acidentes com agulhas contaminadas, lavar o local com água e
sabão. Comunicar imediatamente ao enfermeiro e gestor responsável pelo CS, realizar os
testes rápidos, as notificações obrigatórias, o acompanhamento do profissional e encami-
nhar para realização da profilaxia (se necessário).
Procedimento
• Após fazer a anti-sepsia da pele, puxe-a firmemente para o lado ou para baixo com a parte lateral da
mão esquerda (se for canhoto faça com a mão oposta).
• Puxar a pele firmemente para o lado ou para baixo com a parte lateral da mão.
• Introduza a agulha. Sempre mantendo a pele puxada, segure a seringa com o polegar e o dedo indi-
cador da mão esquerda. Uma alternativa é usar a lateral da mão ao puxar a pele para o lado ou para
baixo. Nesse caso, os dedos indicadores e polegar ficarão livres para segurar a seringa.
• Aspirar antes de injetar para se certificar que a ponta da agulha não está dentro de uma artéria ou
veia. Se ocorrer refluxo de sangue, puxar um pouco a agulha e tentar aspirar novamente. Em algu-
mas situações é preferível desprezar a seringa com a medicação e começar tudo de novo.
• Injetar o líquido lentamente.
• Aguardar aproximadamente 10 segundos antes de retirar a agulha.
• Retirar a agulha em movimento único e firme e só então solte a pele. Voltando a posição relaxada, a
pele vedará a saída do líquido injetado para fora do músculo.
• Orientar o paciente a não massagear e comprimir a região.
93
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
É a primeira opção para injeções intramusculares, sobretudo com maior volume (até 4 mL).
É a via que tem menor índice de desconforto e complicações. A falta de conhecimento dos
profissionais de enfermagem sobre a delimitação anatômica da região ventroglútea, o acesso
e às evidências publicadas sobre os benefícios de seu uso representam um desafio para o
avanço e promoção da utilização desta região para injeções IM. Existe uma forte pressão cul-
tural tanto do profissional, que raramente usa essa região, como dos pacientes que preferem
a injeção dorsoglútea, que é tecnicamente incorreta em termo de segurança do paciente.
A aplicação intramuscular na região ventroglútea pode ser realizada com o paciente sen-
tado ou em decúbito lateral, ventral ou dorsal. Nesta técnica, o profissional deve colocar
a palma da sua mão sobre a cabeça do fêmur no quadril do paciente (mão direita sobre o
quadril esquerdo, mão esquerda sobre o quadril direito). O polegar deve ser apontado para
o paciente, e o dedo indicador sobre a espinha ilíaca antero-superior e virilha. Em seguida,
o profissional deve estender o dedo médio ao longo da crista ilíaca em direção à nádega,
para formar um triângulo entre o dedo indicador, dedo médio e crista ilíaca (em direção à
nádega). A agulha deve ser inserida e o medicamento injetado no meio deste triângulo a um
ângulo de 90 graus. A figura 7 representa a técnica correta para aplicação.
94
1.1.6.4. Região Vasto Lateral da Coxa
É a segunda opção para injeções intramusculares para crianças maiores de 2 anos, adolescen-
tes e adultos. E primeira opção de escolha para lactantes, pois nesta faixa etária é a musculatura
que apresenta a maior massa muscular. Nesse local não se evidencia grandes nervos e vasos
sanguíneos, o que reduz as chances de complicação.
É utilizada para a aplicação de vários tipos de vacinas. O paciente pode estar em decúbito
dorsal, lateral ou sentado. Para a aplicação deve- se traçar um retângulo delimitado pela linha
média lateral externa e a linha média anterior da coxa, dividi-lo em três partes, utilizando o
terço médio para aplicação. A figura 7 representa a delimitação do sítio de punção no músculo
vasto lateral da coxa.
95
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
96
Figura 10 Músculo glúteo (vista posterior) – delimitação do sítio de punção
Procedimento
97
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
• Ao retornar sangue pelo jelco/extensor, avançar o conjunto agulha cateter por cerca de meio centíme-
tro. Em caso do jelco, retirar a agulha interna enquanto avança a cânula plástica até introdução total.
• Retirar o garrote assim que a veia for puncionada e ocorrer retorno do sangue.
• Após a introdução da cânula flexível, comprimir distalmente a veia puncionada, com o polegar não
dominante, para evitar que ocorra refluxo de sangue pelo cateter ao retirar a agulha até conectar e
rosquear uma seringa, extensor ou equipo a conexão.
• Confirmar que o acesso está seguro e pérvio antes de iniciar a medicação.
• Fixar o cateter com uma tira de esparadrapo para evitar o deslocamento da cânula e completar o curativo.
• Ajustar o gotejamento por gravidade ou a velocidade de infusão definida na prescrição.
• Confirmar se não há infiltração após o início da infusão.
• Registrar os procedimentos realizados no módulo “Procedimentos de Enfermagem” do SISRE-
DEWEB, em caso de contingência utilizar formulários próprios e lançar posteriormente no sistema.
Procedimento
98
aberto, sem forçar para que não haja perda de medicação.
• Para aplicação de pomada deve-se depositá-la ao longo de toda extensão do saco conjuntival inferior
e pedir ao paciente que feche os olhos e mexa o globo ocular com movimentos giratórios a fim de
espalhar o medicamento.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Registrar os procedimentos realizados no módulo “Procedimentos de Enfermagem” do SISRE-
DEWEB, em caso de contingência utilizar formulários próprios e lançar posteriormente no sistema.
99
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Prescrição e administração das medidas de conforto pelo enfermeiro nos casos de asma estão descritas
no item 2.2.2 da Sistematização da Assistência de Enfermagem deste manual.
1.1.13 Oxigenoterapia
A oxigenioterapia é uma suplementação de oxigênio que objetiva a promoção da expansão
pulmonar, mobilização de secreções e manutenção de uma via área pérvia. Deve ser iniciada em
todo paciente com saturação menor que 90-92% (em ar ambiente), com dificuldade respiratória
ou tosse associada à falta de ar em repouso ou durante a fala, cianose, dor torácica precordial,
taquipnéia e/ou estado mental agitado ou confuso e intoxicação por gases (exemplo: incêndios,
gás tóxico como monóxido de carbono). É utilizada para manter um nível saudável de oxigenação
dos tecidos, evitando hipoxemia.
A oxigenação é avaliada pela saturação de oxigênio no sangue por meio do oxímetro, cor e
nível de consciência da pessoa. A saturação de oxigênio da hemoglobina (SaO2) é uma porcenta-
gem que exprime a quantidade de oxigênio transportada pela hemoglobina em relação à quantida-
de que ela poderia carregar. É importante saber que o sinal clínico mais frequente e precoce para
observar hipoxemia é a palidez cutânea (pois a cianose apresenta-se tardiamente). A agitação,
confusão mental ou prostração também podem estar presentes precocemente.
Para a realização da oxigenoterapia algumas medidas de precaução devem ser tomadas. Os
profissionais precisam estar cientes dos efeitos tóxicos do oxigênio, caso seja prescrito incorre-
tamente, e precisam estar atentos ao perigo de combustão, uma vez que é um gás altamente
inflamável. A escolha do dispositivo de oxigenioterapia é baseada na concentração de oxigênio
mais adequada para o tipo e situação clínica do usuário, disponibilidade, aceitação e conforto do
usuário. Os dispositivos de oxigenoterapia são:
• cânula nasal ou cateter tipo óculos é o dispositivo mais usado, prático, fácil, de baixo custo, adaptável para qual-
quer paciente. Pode ser usado com fluxo de até 4 mL para evitar ressecamentos e irritação nasal.
100
• máscaras comuns fornecem uma fração inspirada de oxigênio (FiO2) de 40% com um fluxo 5 a 6
litros, 50% com um fluxo 6 a 7 litros e 60% com cerca de 8 litros.
Nos casos de emergência em que o paciente não estiver respirando (apnéia) ou seu padrão
respiratório for instável, é necessário ventilar com pressão positiva com uma bolsa-válvula-más-
cara (ambú) e conectar oxigênio nesse sistema, conforme necessário.
O primeiro sinal de disfunção respiratória é em geral, a taquipnéia. Outras alterações da me-
cânica respiratória também podem ocorrer: retrações inspiratórias intercostais, subcostais, supra-
esternal, subesternal e esternais. Uso de musculatura acessória com batimento de asa de nariz,
gemência e estridor respiratório prolongado.
Uma unidade respiratória (ambú) é o sistema de ventilação com pressão positiva com bolsa au-
toinflável e máscara de tamanho adequado ao usuário. O volume das bolsas de adultos variam de 1 a
2,5 litros, sendo importante lembrar que o volume residual no adulto é de 500 mL de ar, ou seja, basta
comprir a bolsa cerca de metade do volume da bolsa ou o suficiente para produzir expansão visível do
tórax e abdômen. As unidades respiratórias pediátricas são para crianças entre 10 e 30 Kg.
Um bom ritmo de tempo para lembrar a ventilação por ambú é “aperta-solta-solta”. Isto promo-
ve tempos de inspiração e expiração adequados. Deve-se observar a expansão e a depressão do
tórax do usuário, permitindo uma expiração adequada em cada incursão. O paciente adulto pode
ser ventilado uma vez a cada 6 segundos (10 ventilações/minuto). Se o tórax não se expande e
deprime quando ventila, reavalie a posição da cabeça, a eficácia da compressão da bolsa, o se-
lamento da máscara na face do paciente e se existe obstrução de via aérea.
101
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
A equipe de saúde deverá entrar em contato imediato com o SAMU para receber demais orien-
tações e para definir o tipo de unidade de suporte para encaminhamento.
102
A febre ocorre devido à incapacidade dos mecanismos de termorregulação em acompanhar
o ritmo de produção excessiva de calor, resultando em um aumento anormal da temperatura.
Temperatura axilar acima de 37,8°C pode ser um sinal de alarme essencial no diagnóstico de in-
fecções e algumas doenças não infecciosas. A desidratação é um problema grave nesse quadro
clínico, principalmente, para crianças e idosos com baixo peso corporal. A manutenção e a orien-
tação para a reposição de líquidos são importantes ações de enfermagem.
O tratamento da febre vai depender da avaliação clínica e está indicado quando além da tem-
peratura alta (especialmente acima de 38 graus), o usuário também apresentar mal-estar, pros-
tração, dor muscular, cefaléia, irritabilidade e/ou náuseas. Como a infecção é a principal causa de
febre, o histórico e o exame físico devem ser dirigidos no sentido de encontrar sinais e sintomas
que indiquem a causa ou foco da infecção.
Na impossibilidade de avaliação médica imediata, a prescrição e administração de medidas
de conforto pelo enfermeiro no CS devem ser oferecidas ao usuário com dor e febre. Antes de
medicar pergunte ao usuário se ele tem história de alergia e se usou algum medicamento antes
de buscar atendimento. Considere as informações do quadro item 2.2.2 da Sistematização da
Assistência de Enfermagem deste manual.
A hipertermia sem febre é caracterizada por temperaturas acima do valor de referência e, ocor-
re quando o usuário não consegue perder calor devido à temperatura elevada do ambiente, a alta
umidade, ao excesso de agasalho, a dificuldade de transpirar, ao efeito de alguns medicamentos
ou devido à desidratação. Nessa situação, medidas físicas como compressas frias, banho morno,
hidratação adequada ou e retirada do excesso de agasalho devem ser realizadas.
A hipotermia é caracterizada pela temperatura corporal abaixo de 35,5°C, usualmente se de-
senvolve de forma gradual e permanece despercebida por várias horas. Os principais sintomas
são: tremores incontroláveis, perda de memória, depressão, pele cianótica e capacidade de julga-
mento empobrecida. Se a hipotermia progride, o usuário pode apresentar disritmias cardíacas e
ausência à resposta de estímulos dolorosos. Para evitar hipotermia, trocar lençóis e roupas mo-
lhadas por outros secos, usar cobertores e oferecer líquidos quentes para beber (nos pacientes
conscientes e alertas) e aquecer o ambiente.
103
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Temporal
Carótida
Apical
Axilar
Braquial
Radial
Ulnar
Femoral
Fossa
Poplítea
Tibial
Posterior
Dorsal
do Pé
O pulso radial é o mais utilizado para contar a FC por ser mais acessível e fácil de contar. Entre-
tanto, em casos de instabilidade do quadro clínico do usuário, o pulso de escolha para verificação
da frequência é o pulso carotídeo. A pulsação carotídea não deve ser verificada simultaneamente
nos lados (direito e esquerdo) do pescoço, devido ao risco de obstruir o fornecimento de sangue
para o cérebro.
A análise palpatória do pulso permite avaliar sua força, simetria e ritmo. A força ou amplitude de
um pulso reflete o volume de sangue ejetado contra a parede arterial a cada contração cardíaca
e a condição dos sistemas vascular arterial levando ao local de pulsação. A simetria é o acesso
a pulsação radial em ambos os lados do sistema vascular periférico. Pulsos assimétricos estão
presentes em muitas patologias (Ex. trombose). O ritmo é o intervalo regular entre cada pulso ou
batimento cardíaco. Um intervalo interrompido por um batimento precoce ou tardio indica um rit-
mo anormal ou disritmia. O quadro 8 apresenta os valores de referência da frequência cardíaca,
quando o usuário está em repouso e sem febre.
104
Quadro 8 – Valores de referência da frequência cardíaca (em repouso e sem febre)
Adoslescentes: 13 a 18 anos 60 a 90
Muitas vezes a avaliação da pulsação periférica e da apical revela alterações na frequência car-
díaca. Duas anormalidades comuns da frequência de pulso são a taquicardia e a bradicardia. A
taquicardia é uma frequência cardíaca anormalmente elevada, acima de 100 batimentos/min em
adultos. A bradicardia é uma frequência lenta, abaixo de 60 batimentos/min. Ambas as condições
são características definidoras de muitos diagnósticos de enfermagem, tais como: intolerância à ati-
vidade, ansiedade, débito cardíaco diminuído, medo, volume de líquido deficiente/excessivo, troca
de gases prejudicada, hipertermia, hipotermia, dor aguda e perfusão tecidual periférica ineficaz.
105
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
no sangue. Geralmente ocorre de forma espontânea, sem que o usuário tenha consciência de como
está respirando. A classificação dos limites normais da frequência respiratória é realizada por faixa
etária, conforme descrito no quadro 9, abaixo.
RN a termo 35 a 55
Adolescente 16 a 20
AdultoOliveira (2016)
Fonte: 12 a 20
Idoso 16 a 24
Além da FR, é importante avaliar a profundidade das respirações observando o grau de desvio
ou movimento da parede torácica e o ritmo respiratório que pode ser regular ou irregular. Uma res-
piração profunda envolve uma expansão completa dos pulmões com a exalação total. A respiração
superficial ocorre quando apenas uma pequena quantidade de ar passa pelos pulmões e o movi-
mento respiratório é difícil de ver. Fatores físicos, químicos, comportamentais e emocionais podem
alterar a respiração.
Existem diferentes padrões respiratórios que aparecem em situações clínicas específicas, tais
como: febre, insuficiência cardíaca, asma, pneumonia, sedativos, depressão respiratória, drogas
depressoras, resposta aos exercícios físicos, acidose metabólica, ansiedade, medo, etc. Dentre as
principais alterações no padrão respiratório, destaca-se a:
• apneia: paradas persistentes que resultam em retardo respiratório. A respiração cessa durante
vários segundos.
• bradpneia: frequência da respiração é regular, porém muito lenta (inferior a 12 respirações por minuto).
• taquipneia: a frequência da respiração é regular, porém muito rápida (superior a 20 respira-
ções por minuto).
• hiperventilação: a frequência e a profundidade da respiração aumentam.
• hipoventilação: frequência respiratória é anormalmente lenta e a profundidade da ventilação
está deprimida.
• Cheyne-stokes: frequência e profundidade da respiração são irregulares, alternância entre períodos
de apneia e hipoventilação.
• Kussmaul: respiração é anormalmente profunda, regular e de alta frequência.
• Biot: respiração é anormalmente superficial para duas ou três respirações seguida de um pe-
ríodo irregular de apneia.
106
2.3.1. Técnica de contagem da frequência respiratória
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Escolher um ponto do tórax ou do abdômen em que os movimentos são mais fáceis de se-
rem observados. É importante que o usuário não perceba a contagem, uma vez que pode
ocasionar interferências.
• Verificar sinais de comprometimento respiratório: cianose, inquietação, sons respiratórios, alterações
no padrão respiratório (apneia, dispneia, traquipneia, ou bradipneia), tiragem, retrações intercostais
ou subcostais e uso da musculatura acessória.
• Contar o número de incursões respiratórias por minuto.
• Comunicar imediatamente ao enfermeiro e/ou médico, os casos em que os valores de referência e
padrão respiratório estiverem alterados.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Registrar o procedimento.
107
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
1 mês 85/54
1 ano 95/65
6 anos 105/65
108
lhido deve estar na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou quarto espaço intercostal),
livre de vestimentas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido.
• Localizar a artéria braquial através da palpação.
• Colocar o manguito firmemente cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando sobre a
artéria braquial.
• Posicionar no ponteiro do manômetro aneróide.
• Estimar o nível da pressão sistólica pela palpação do pulso radial e inflar o manguito até seu desa-
parecimento no nível da pressão sistólica. Desinsuflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 segundos
antes de inflar novamente.
• Colocar o estetoscópio nos ouvidos, com as olivas voltadas para frente.
• Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital,
evitando compressão excessiva.
• Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até o nível estimado da pressão arterial.
• Proceder à deflação, com velocidade constante inicial de 2 mmHg a 4 mmHg por segundo, evitando
congestão venosa e desconforto para o paciente. Procede-se neste momento, à ausculta dos sons sobre
a artéria braquial, evitando-se compressão excessiva do estetoscópio sobre a área onde está aplicado.
• Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff),
que se intensifica com aumento da velocidade de deflação.
• Determinar a pressão diastólica no desaparecimento completo dos sons (fase V de Korotkoff),
exceto em condições especiais. Auscultar cerca de 20 mmHg a 30 mmHg abaixo do último som
para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. Caso, os
batimentos persistam até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons
(fase IV de Korotkoff).
• Registrar o valor da pressão sistólica e diastólica. Deverá ser registrado o valor da pressão obtido na
escala do manômetro que varia de 2mmHg em 2 mmHg, evitando-se arredondamentos e valores de
pressão terminados em “5”.
• Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas, recomendando-se a elevação do braço para
normalizar mais rapidamente a estase venosa, que poderá interferir na medida tensional subsequente.
• Comunicar imediatamente ao enfermeiro e/ou médico, os casos em que os valores de referência e
padrão respiratório estiverem alterados.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Registrar o procedimento.
2.5. Dor
Considerada como quinto sinal vital, a dor tem sido definida como uma experiência sensorial e
emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial que envolve aspectos fisiológi-
cos, sensoriais, afetivos, cognitivos, comportamentais e sócio-culturais. A dor pode ser classificada
como aguda ou crônica.
A dor aguda, em geral, tem início recente e está comumente associada a uma lesão ou dano es-
pecífico, está relacionada a afecções traumáticas, infecciosas ou inflamatórias. Quando não aliviada
pode afetar os sistemas pulmonar, cardiovascular, gastrointestinal, endócrino e imune. Geralmente
diminui à medida que ocorre o alívio.
A dor crônica é constante ou intermitente, persistindo além do tempo esperado e que, raramente,
pode ser atribuída a uma lesão ou etiologia específica. Ela pode ter um início mal definido, sendo
com frequência, difícil de tratar porque sua etiologia ou origem pode ser incerta. A dor crônica fre-
quentemente resulta em depressão, comprometimento dos relacionamentos interpessoais e incapa-
cidades. As incapacidades podem variar desde a restrição as atividades físicas até a realização das
necessidades pessoais, como vestir-se ou alimentar-se.
109
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
O tratamento da dor é considerado como uma parte importante do cuidado à saúde do usuário,
pois pode resultar numa recuperação rápida, devido à redução da resposta neuroendócrina ao es-
tresse e no aumento da qualidade de vida. O papel da equipe de enfermagem consiste em avaliar,
aliviar e monitorar a dor, administrando e avaliando a eficácia dos medicamentos e dos tratamentos
prescritos (repouso, relaxamento, mudança de decúbito, suporte emocional, orientações).
Devido à grande variedade de aspectos envolvidos é importante que a avaliação da dor seja mul-
tidimensional, conforme apresentado no quadro 12.
Dimensão da experiência
Fatores avaliados
dolorosa
Intensidade, localização, qualidade, irradiação, inicio/ duração, frequência,
fatores precipitantes reais e potenciais, fatores agravantes e de alívio.
Componentes físicos da dor
respostas neurovegetativas (elevação da pressão arterial, taquicardia,
taquipnéia, entre outras).
Interpretação da experiência
Tensão, medo, angústia, ansiedade, fadiga, monotonia, depressão.
dolorosa
Compreensão da experiência Experiências pregressas, significado da situação, comportamentos
dolorosa relacionados.
Impacto da experiência Sono, apetite, atividade, cognição, estado de ânimo, relacionamentos,
dolorosa na qualidade de vida desempenho profissional e responsabilidade dos papéis.
Fonte: Potter et.al., (2012)
A avaliação da dor começa com uma cuidadosa observação do usuário, da postura geral e da
presença ou ausência dos comportamentos de dor, especialmente em usuários incapazes de se
comunicarem com eficiência. Apenas o usuário pode avaliar com exatidão a própria dor. Portanto,
é essencial pedir ao usuário que descreva, com suas próprias palavras, a sua experiência de dor.
Alguns instrumentos para avaliar a percepção da dor podem ser utilizados para documentar a ne-
cessidade de intervenção, para avaliar a eficácia da prescrição e para identificação de intervenções
adicionais. A figura 12 mostra as escalas de dor analógicas, visuais e de face que são instrumentos
padronizados úteis na avaliação da intensidade da dor.
110
Figura 13 - Escalas analógicas visuais e de face de dor
111
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
3. Medidas antropométricas
A avaliação antropométrica em saúde é aplicável em todas as fases do ciclo de vida, sendo im-
portante para muitos procedimentos e condutas terapêuticas. A avaliação nutricional, fundamental
no acompanhamento de portadores de hipertensão arterial, nefropatias, diabetes, gestantes e crian-
ças e o cálculo da dosagem de medicações muitas vezes depende do peso ou do índice de massa
corpórea do paciente (IMC). Mais do que realizar uma ação rotineira, essas medidas fazem parte
da coordenação do cuidado e vigilância em saúde. As principais medidas antropométricas utilizadas
nos serviços de saúde são: peso, altura, IMC, perímetro abdominal e perímetro cefálico.
112
3.1. Peso
O peso corporal é composto por massa muscular, massa gordurosa, água, proteínas, minerais e
lipídios, sua medida é a mais comum realizada na avaliação nutricional, sendo de fácil obtenção e
baixo custo. A manutenção do peso corporal, considerado ideal, é um fator determinante no estado
nutricional considerado saudável, levando ao bem-estar e a uma melhor qualidade de vida. A ava-
liação e discussão dessa medida com o usuário ajudam a reforçar as orientações sobre a nutrição
adequada e/ou alertar para perda ou ganho de peso em excesso, gerando obesidade, desnutrição
e outras condições crônicas.
Na criança, o acompanhamento da evolução do peso funciona como um fio condutor das condu-
tas e orientações aos pais ou responsáveis pela criança. A cada consulta o profissional deve anotar
o peso e marcar esse parâmetro na caderneta da criança. Essa anotação em consultas consecuti-
vas permite visualizar a evolução longitudinal dessas medidas de acordo com o percentil, permitindo
a identificação de quaisquer desvios progressivos. O gráfico de percentil de peso presente na ca-
derneta da criança permite comparar o parâmetro com a distribuição normal de uma população de
crianças saudáveis na mesma idade e sexo e avaliar se tais medidas e evolução ao longo do tempo
estão acima ou abaixo da média e o grau ou gravidade de eventuais desvios do esperado.
113
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
114
Quadro 13 - Referências de crescimento
115
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Em crianças e adolescentes, o IMC é analisado por idade, a partir de gráficos específicos presen-
tes na caderneta da criança e na caderneta do adolescente. No início da vida, as crianças começam
naturalmente a vida com mais gordura corporal e vão ficando mais magras conforme envelhecem.
Nos idosos, os valores do IMC e de massa corporal aumentam com a idade enquanto diminuem a
estatura e a quantidade de massa magra.
O IMC pode variar também de acordo com o gênero, etnia, fatores biológicos, culturais e com-
portamentais. Normalmente, as mulheres têm mais gordura corporal do que os homens. Assim, um
IMC considerado normal para uma mulher, pode ser considerado de risco para um homem ou uma
pessoa musculosa pode ter um IMC elevado e não ser sobrepeso ou obesa.
Portanto, embora o índice de massa corporal seja amplamente utilizado na clínica, faz-se neces-
sária uma avaliação mais criteriosa do estado nutricional do paciente por parte dos profissionais da
saúde. A equipe de enfermagem pode ajudar muito na abordagem da pessoa com distúrbio nutricio-
nal, uma vez que as intervenções são principalmente a orientação, o apoio e a motivação do pacien-
te para enfrentar o problema e a construção de um plano de cuidado que considere o contexto de
vida e as necessidades do paciente. O quadro abaixo apresenta a classificação do estado nutricio-
nal em adultos de acordo com o IMC. Para as demais faixas etárias, avaliar gráficos das cadernetas
da criança, adolescente e idoso.
116
Quadro 14 - Relação entre a referência de IMC e a classificação do estado nutricional em adultos
Acima de 50 Superobesidade
Fonte: Adaptado de Oliveira, 2016.
OBS.: Em 2016, devido ao ZIKA vírus o Ministério da Saúde passa a adotar novos parâmetros
para medir o perímetro cefálico e identificar casos suspeitos de bebês com microcefalia. Para
menino, a medida será igual ou inferior a 31,9 cm e, para menina, igual ou inferior a 31,5 cm.
117
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
118
3.6.1. Técnica de medição do perímetro abdominal
• Apresentar-se cordialmente ao usuário e/ou acompanhante.
• Realizar a higienização das mãos, conforme técnicas antissépticas.
• Posicionar o usuário de pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo.
• Colocar a fita métrica firmemente ao redor na região mais estreita do abdômen ou no ponto
médio entre a última costela e a crista ilíaca. A medida deve ser realizada sobre a pele e com a
respiração normal.
• Registrar o procedimento.
4. Eletrocardiograma
O eletrocardiograma (ECG) é uma representação visual da atividade elétrica do coração referida
pelas alterações do potencial elétrico na superfície da pele determinado pela variação da quantidade
relativa de íons de sódio presentes dentro e fora das células do músculo cardíaco. Eletrodos sensí-
veis colocados em pontos específicos do corpo registram estas diferenças de potenciais e mostram
a despolarização (contração) e a repolarização (relaxamento) cardíaca.
Esse exame possibilita a identificação de distúrbios do ritmo cardíaco, alterações de condução e de-
sequilíbrios eletrolíticos, bem como auxilia no diagnóstico e monitoração de alguns distúrbios cardíacos.
Na rede SUS-BH o exame ECG é realizado de forma computadorizada via telessaúde, sendo enviado
para a central de telediagnóstico do Hospital das Clínicas/UFMG. O laudo é efetuado por médico espe-
cialista do HC/UFMG e reenviado para o CS para avaliação, monitoração, registro e arquivamento.
7
Disponível em: http://enf09savilalop.blogspot.com.br/2013/01/electrocardiograma.html Acesso em 24/11/2016.
119
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
8
Disponível em: http://www.rbconline.org.br/artigo/eletrocardiograma-recomendacoes-para-a-sua-interpretacao/ Acesso em
24/11/2016.
120
4.1.2. Derivações
São locais padronizados para medida da diferença do potencial elétrico entre dois pontos, no
campo elétrico gerado pelo coração, ao longo do ciclo cardíaco. Existem três tipos de derivações, as
derivações unipolares (periféricas), as derivações bipolares (periféricas) e as derivações precordiais
(torácicas).
O ECG compõe-se de seis derivações periféricas e de seis derivações precordiais que pro-
porcionam visões do coração dos planos frontal e horizontal e visualiza as superfícies do ven-
trículo esquerdo a partir de 12 ângulos diferentes. As derivações do plano frontal visualizam
o coração pela parte frontal do corpo (I, II, III, aVL e aVF). As derivações do plano horizontal
visualizam o coração como se o corpo tivesse sido cortado ao meio, permitindo uma visão da
frente e do lado do coração (V1 a V6 ).
AVR AVL
V1 V6
V2
V3 V5
I
V4
III II
AVF
Figura 16 - Posição das seis derivações periféricas e das seis derivações precordiais
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MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Superfície do coração
Derivação Localização do Eletrodo Positivo Localização do eletrodo Negativo
visualizada
Derivação I Membro superior esquerdo (MSE) Membro superior direito (MSD) Lateral
Derivação II Membro Inferior esquerdo (MIE) Membro superior direito (MSD) Inferior
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Tabela 3 Derivações precordiais
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MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
5. Sondagens
A sondagem é um procedimento invasivo caracterizado pela introdução de uma sonda ou
de um cateter através de um orifício corporal com a finalidade de extrair líquidos retidos, reali-
zar exames laboratoriais, efetuar investigações diagnósticas ou administrar alguma substância
(medicamentos e dietas). Além disso, permite auxiliar as funções fisiológicas que se encontram
prejudicadas temporariamente ou definitivamente, contribuindo para responder as necessida-
des básicas do usuário e possibilitando conforto e qualidade de vida.
As particularidades de cada tipo de sondagem e cateterismo, assim como os seus procedi-
mentos serão descritas nos itens abaixo.
124
demora ou de Foley a sonda permanece no local por um longo período, até que o paciente seja
capaz de urinar voluntariamente ou não sejam mais necessárias medições precisas de urina
continuamente. Ambos os tipos de cateterismos exigem prescrição médica.
O tamanho do cateter deve ser determinado pelo tamanho do canal uretral do paciente. Para
evitar traumas prefere-se o cateter eficaz de menor calibre. As numerações de sondas urinárias
recomendadas para crianças e adolescentes são 06, 08, 10, 12 e para adultos 10, 12, 14. Nas
sondas que possuem balonete, o volume a ser infundido varia de acordo com as orientações do
fabricante. É importante a utilização apenas de água bidestilada para insuflar o balão, porque a
solução salina cristaliza, resultando em deflação incompleta do balão no momento da remoção.
• Sonda uretral estéril (tipo Foley- compatível com o meato uretral do usuário).
• Coletor de urina com sistema fechado e válvula anti-refluxo.
Materiais • Ampolas de 10 mL de água bidestilada (3 unidades).
específicos para • Agulha 40x12.
sondagem de • Seringas de 20 mL (2 unidades).
demora Obs.: Os materiais para cateterismo de demora não devem ser fornecidos aos usuários.
Devem ser levados pelo enfermeiro no momento da realização do procedimento.
Materiais
específicos para • Sonda uretral estéril descartável (compatível com o meato uretral do usuário).
sondagem de alívio
125
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Apesar da importância de usar a sonda vesical de demora pelo menor tempo possível, em al-
gumas situações ela precisa permanecer por vários dias ou até meses. Nesse caso, é importan-
te que o profissional pergunte ao paciente se houve alguma anormalidade como dor, desconfor-
to, vazamentos, parada de drenagem, secreção, urina turva, hematúria ou sedimentação. Evitar
manipulação desnecessária para não aumentar o risco de infecção e outras complicações.
Os cateteres de silicone ou teflon são mais adequados para cateterismos de longa duração
em circuito fechado. Podem durar três meses ou mais quando usados com os cuidados neces-
sários. Sondas de látex e poliuretano geralmente são trocadas por volta de 30 dias, mas não
existe recomendação formal para trocas programadas. Trocas planejadas quando não houver
evidências de problemas com a sonda atual, não reduzem os riscos de complicações. Nos
casos de maior risco de complicações faz-se necessária a inspeção mais frequente da sonda,
fixação, sistema de drenagem, reservatório e o aspecto da urina para definição e/ou orientação
de um cuidado adicional.
OBS.: Caso seja observado um possível falso trajeto da sonda retirar cateter introduzido em
canal vaginal sendo necessário utilizar um novo cateter vesical.
126
• Insuflar balonete de acordo com volume de água recomendado pelo fabricante.
• Tracionar o cateter lentamente, para fora, até sentir resistência.
• Fixar o cateter na face interna da coxa com esparadrapo comum ou microporoso, deixando o sistema
por cima da perna.
• Atentar para que a sonda e a bolsa não fiquem hiperextendidas ou dobradas.
• Retirar e desprezar em lixeira para resíduo infectante os materiais descartáveis utilizados, deixando
o local em ordem.
• Retiras as luvas estéreis.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Registrar o procedimento e os cuidados de enfermagem no prontuário eletrônico ou em caso de
contingência no prontuário físico. Informar o tipo de sonda utilizada, calibre, horário, data da realiza-
ção do procedimento, intercorrências, orientações realizadas ao pacientes e aos familiares e outras
condutas realizadas pelo profissional.
• Assinar e carimbar o registro.
127
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
128
• Remover as luvas de procedimentos, realizar antissepsia das mãos com álcool 70% e calçar as luvas estéreis.
• Afastar os pequenos e grandes lábios e aplicar gaze estéril umedecida com PVPI tópico no meato uretral.
• Aplicar a gel anestésico a 2% na quantidade necessária sobre a gaze estéril e lubrificar a extremida-
de distal do cateter.
• Afastar com a mão não dominante os grandes e pequenos lábios e com a mão dominante inserir a
sonda de 5 a 7 cm no meato uretral e observar o retorno urinário.
• Colocar a outra ponta da sonda em um recipiente para drenar toda a urina, desprezando-a em local adequado.
• Retirar a sonda suavemente após esvaziamento da bexiga.
• Secar a área, garantindo o conforto do paciente.
• Retirar e desprezar em lixeira para resíduo infectante os materiais descartáveis utilizados, deixando
o local em ordem.
• Retirar as luvas estéreis.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Registrar o procedimento e os cuidados de enfermagem no prontuário eletrônico ou em caso de
contingência no prontuário físico. Informar o tipo de sonda utilizada, calibre, horário, data da realiza-
ção do procedimento, intercorrências, orientações realizadas ao pacientes e aos familiares e outras
condutas realizadas pelo profissional.
• Assinar e carimbar o registro.
129
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
É a introdução de um cateter por meio do meato urinário até a bexiga. A técnica limpa de sonda-
gem vesical intermitente pode ser realizada pelo próprio paciente, se este apresentar condições,
bem como pelo familiar ou pelo cuidador capacitados. A reutilização do cateter é permitida, desde
que se realizem cuidados de higiene e armazenamento. A frequência das sondagens depende do
volume urinário do paciente, recomenda-se que para volume de 400 a 500 mL, sejam realizadas
de 5 a 6 cateterismo por dia.
Evidências científicas demonstraram que o autocateterismo intermitente limpo esteve associa-
do a menores taxas de infecção do trato urinário (ITU) e complicações das vias urinárias baixas,
quando comparado ao cateterismo de demora estéril. Além disso, a técnica limpa pode ser empre-
gada como alternativa à técnica estéril no autocateterismo intermitente no domicílio, uma vez que,
o uso único de cateter estéril no autocateterismo intermitente não reduz a incidência de bacteriúria
e ITU, quando comparado ao uso de cateter limpo por várias cateterizações. Os insumos neces-
sário para a realização do autocateterismo estão descritos no apêndice 5.1.
A reutilização do cateter não deve ultrapassar sete dias de uso, sendo lavada, seca e armazenada
adequadamente após cada utilização. Para tanto o usuário/cuidador/familiar deve ser orientado a:
130
• Lavar a sonda com água e sabão neutro.
• Colocar sabão em uma gaze e deslizá-la sobre a sonda, uma única vez. Enxaguá-la abundantemen-
te por fora com água corrente tratada retirando todo o sabão.
• Lavar a sonda por dentro com o auxílio da seringa utilizando água tratada e após, introduzir jatos de ar
com a seringa de 10 mL de modo a retirar o máximo da água que estiver retida no interior da sonda.
• Guardar a sonda e a seringa em um vidro bem limpo e tampar.
• Manter o pacote com gaze tampado em local limpo e seco.
• Lavar as mãos com água e sabão após realizar o procedimento.
O coletor urinário é adequado para homens incontinentes que possuem esvaziamento da be-
xiga completo e espontâneo. O preservativo é um envoltório macio e flexível que desliza sobre
o pênis. A extremidade do preservativo é conectada ao tubo plástico de drenagem ligado a uma
bolsa coletora que é acoplada à lateral do leito ou presa à perna do paciente. O coletor urinário
apresenta pouco risco de ITU. Eventualmente, as infecções urinárias resultam de um acúmulo de
secreção ao redor da uretra ou de trauma ao meato uretral. É recomenda a troca diária do coletor
urinário e a troca semanal da bolsa coletora.
Na SMSA/PBH é indicado para pacientes do sexo masculino com perda involuntária de urina
nas seguintes condições: idosos com incontinência urinária, acamados no domicílio ou ILPI, pa-
cientes com lesão por pressão em região sacral, Pós prostatectomia, trauma raquimedular (pa-
raplégicos e tetraplégicos), sequelados de acidente vascular encefálico, esclerose múltipla com
incontinência urinária. O tipo de coletor urinário disponibilizado pode variar conforme a empresa
vencedora do processo de compra.
131
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
132
5.3.1. Sondagem nasogástrica
• Bandeja.
• Cuba.
• Estetoscópio.
• Sonda nasogástrica.
• Luvas de procedimento (2 pares).
• Gaze (1 pacote).
• Esparadrapo comum ou microporoso.
• Seringa de 20 mL (2 unidades).
• Gel anestésico a 2%.
• Papel toalha.
• Abaixador de língua (2 unidades).
ATENÇÃO:
• Se o paciente tossir, apresentar cianose ou agitação, suspender a manobra e retirar
a sonda até a faringe. Aguardar a melhora do paciente e reiniciar o procedimento.
• Caso ocorra resistência à progressão da sonda, não forçar, a rotação suave pode
ajudar. Se isto não for bem sucedido, abrir a boca do paciente usando abaixador de
133
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
• Remover oleosidade da pele com gaze umedecida com álcool a 70% e fixar a sonda no nariz e de-
pois na testa ou bochecha com tira de esparadrapo comum ou microporoso, impedindo que a sonda
passe na frente dos olhos ou da boca. Evitar o traumatismo da mucosa nasal tracionando a asa do
nariz por meio da fixação inadequada. A sonda não deve fica dobrada nem puxar a narina. Em caso
de vermelhidão ou machucado na pele, fixar a sonda em outro local.
• Confirmar a localização da sonda, aspirando o conteúdo gástrico com seringa de 20mL e observar
seu aspecto. Se aspiração for negativa, posicionar o paciente em decúbito lateral para deslocar o
conteúdo gástrico para a grande curvatura do estômago e repetir o teste.
• Injetar ar com seringa de 20mL, enquanto ausculta a região epigástrica, verificando a se há presença
de ruídos hidroaéreos. Porém, esse teste tem baixa confiabilidade (pode ser positivo com a sonda
na traqueia).
• Retirar e desprezar em lixeira para resíduo infectante os materiais descartáveis utilizados, deixando
o local em ordem.
• Retiras as luvas de procedimento.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Registrar o procedimento e os cuidados de enfermagem no prontuário eletrônico ou em caso de
contingência no prontuário físico. Informar o tipo de sonda e o procedimento realizado incluindo,
tamanho, horário, data da realização do procedimento, intercorrências, orientações realizadas ao
paciente, familiar ou cuidador e outras condutas realizadas pelo profissional.
• Assinar e carimbar o registro.
134
5.3.3. Orientações sobre cuidados no domicílio
• Verificar periodicamente se a sonda está no local correto a partir da marcação realizada na sonda
(próxima ao nariz). Estando no local incorreto o paciente, familiares ou cuidadores deverão acionar o
Centro de Saúde ou o serviço de referência que realizou o procedimento.
• Lavar as mãos sempre que for manipular a sonda.
• Manter a sonda com fixação limpa e bem aderida:
• retirar a fixação antiga;
• limpar o nariz com água de sabão, secar bem, mas sem friciconar;
• fixar a sonda no nariz, testa ou bochecha, impedindo que a sonda passe na frente dos olhos ou da boca.
A sonda não deve fica dobrada nem puxar a narina. Em caso de vermelhidão ou machucado na pele,
fixar a sonda em outro local.
• Administração de alimentos e medicamentos pode ser realizada por meio de seringa ou frasco com
equipo. Em ambos os casos antes e após a administração deve-se injetar com seringa 40 mL de
água filtrada ou fervida em temperatura ambiente para limpeza da sonda evitando obstrução.
• O paciente deve ficar sentado ou na posição de Fowler pelo menos 45 minutos antes e 1 hora após
a administração da dieta. Esse procedimento previne refluxo e oferece mais conforto para o paciente.
• As seringas, equipos e frascos podem ser reutilizados, devendo ser lavados com água e sabão, en-
xaguados e por fim passar água quente, secar e guardar em recipiente fechado.
• Atentar para obstruções, rachaduras, furo na sonda. Tendo alguma intercorrência o paciente, familiares ou
cuidadores deverão acionar o Centro de Saúde ou o serviço de referência que realizou o procedimento.
135
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
136
• Se o paciente tossir, apresentar cianose ou agitação, suspender a manobra e retirar
a sonda até a faringe. Aguardar a melhora do paciente e reiniciar o procedimento.
• Caso ocorra resistência à progressão da sonda, não forçar, a rotação suave pode
ajudar. Se isto não for bem sucedido, abrir a boca do paciente usando abaixador de
língua e verificar se a sonda não está enrolada na nasofaringe, se positivo, retirar
e iniciar novamente.
• Se houver sangramento no trajeto da sonda encaminhar o paciente para o serviço
que indicou o procedimento ou para a Unidade de Pronto Atendimento de referência.
• Retirar o fio guia da sonda, limpar e orientar o paciente, familiares e cuidadores a guardá-lo caso
seja necessário a reintrodução.
• Remover oleosidade da pele com gaze umedecida com álcool a 70% e fixar a sonda no nariz e depois
na testa ou bochecha com tira de esparadrapo comum ou microporoso, impedindo que a sonda passe
na frente dos olhos ou da boca. Evitar o traumatismo da mucosa nasal tracionando a asa do nariz por
meio da fixação inadequada. A sonda não deve fica dobrada nem puxar a narina. Em caso de verme-
lhidão ou machucado na pele, fixar a sonda em outro local. Exemplo de fixação na figura 16.
• Confirmar a localização da sonda, aspirando o conteúdo gástrico com seringa de 20mL e observar
seu aspecto. Se aspiração for negativa, posicionar o paciente em decúbito lateral para deslocar o
conteúdo gástrico para a grande curvatura do estômago e repetir o teste.
• Confirmar a localização da sonda com a realização do RX de abdômen. Esse exame é padrão ouro
para confirmação e conforme orientações da resolução COFEN 0453/2014.
• Retirar e desprezar em lixeira para resíduo infectante os materiais descartáveis utilizados, deixando
o local em ordem.
• Retiras as luvas de procedimento.
• Higienizar as mãos conforme técnica antisséptica.
• Registrar o procedimento e os cuidados de enfermagem no prontuário eletrônico ou em caso de
contingência no prontuário físico. Informar o tipo de sonda e o procedimento realizado incluindo,
tamanho, horário, data da realização do procedimento, intercorrências, orientações realizadas ao
paciente, familiar ou cuidador e outras condutas realizadas pelo profissional.
• Assinar e carimbar o registro.
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MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
ATENÇÃO: ocorrendo obstrução da sonda, injetar 20 mL de água filtrada ou fervida morna lenta-
mente para não ocorrer rompimento da sonda e intercalar com aspiração vigorosa. Verificar a tempe-
ratura da água no antebraço ou no dorso da mão antes de injetá-la na sonda. Não usar fio guia para
desobstruir a sonda, pois pode ocorrer perfuração da sonda e lesão da mucosa.
• O paciente deve ficar sentado ou na posição de Fowler pelo menos 45 minutos antes e 1 hora após a
administração da dieta. Esse procedimento previne refluxo e oferece mais conforto para o paciente.
• As seringas, equipos e frascos podem ser reutilizados, devendo ser lavados com água e sabão, en-
xaguados e por fim passar água quente, secar e guardar em recipiente fechado.
• Atentar para obstruções, rachaduras, furo na sonda. Tendo alguma intercorrência o paciente, familiares ou
cuidadores deverão acionar o Centro de Saúde ou o serviço de referência que realizou o procedimento.
• Guardar o fio guia para caso de intercorrências e necessidade de reintrodução da sonda.
6. Estomias
Estoma ou estomia deriva do grego “stóma”, que significa boca, abertura. É um designativo
genérico de uma condição orgânica resultante de intervenção cirúrgica com o objetivo de restabe-
lecer a comunicação entre uma víscera/órgão e o meio externo, compensando seu funcionamento
afetado por alguma doença. Essa designação é especificada de acordo com o local anatômico
correspondente, por exemplo, traqueostomia, gastrostomia, ileostomia, colostomia, nefrostomia,
ureterostomia, vesicostomia e cistostomia.
A realização do estoma é sempre um acontecimento traumático, uma vez que o estoma acarre-
ta mudanças que repercutirão em todos os níveis da vida da pessoa, tais como: necessidade de
realização do autocuidado com o estoma, aquisição de material apropriado para a contenção das
fezes ou urina, adequação alimentar, convivência com a perda do controle da continência intes-
tinal ou vesical, eliminação dos odores, alteração da imagem corporal, bem como alteração nas
atividades sociais, sexuais e inclusive nas cotidianas.
Os profissionais da APS têm como principais atribuições no enfoque na atenção a saúde das
pessoas com estomas a orientação para o autocuidado e a prevenção de complicações nos es-
tomas, bem como a busca ativa e o encaminhamento para os demais níveis/pontos de atenção.
6.1. Traqueostomia
138
6.1.1. Orientações e cuidados aos usuários traqueostomizados
6.1.2. Observações
• Se houver secreção aderida no interior da cânula, deixá-la submersa em água filtrada morna por 5 a
10 minutos (se for cânula metálica).
• Se acidentalmente a cânula interna cair no chão, e se ela for metálica, lave com detergente e água
corrente e ferva por 5 minutos, antes de utilizá-la novamente. Se for de plástico, lave somente com
detergente e água corrente, usando álcool a 70% antes de reutilizá-la. Deixe o álcool evaporar antes
de reintroduzi-la. Esse material não pode ser fervido.
• Para os usuários que possuem aspirador no domicílio, a aspiração deve ser realizada sempre que
necessário (sinais de obstrução, respiração ruidosa, secreção visível na saída da cânula, desconforto
do paciente, achados na ausculta respiratória, expansibilidade torácica reduzida e sinais de hipoxe-
mia). O procedimento de aspiração está descrito no apêndice 4.
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MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
ponta da traquéia, e rodada para a posição normal. Caso essa técnica não solucione o problema,
recomenda-se encaminhar o usuário para o serviço de referência ou ligar para o SAMU (192), em
caso de sinais de asfixia.
• Administração de alimentos e medicamentos pode ser realizada por meio de seringa ou frasco com
equipo. Em ambos os casos antes e após a administração deve-se injetar com seringa 40 mL de
água filtrada ou fervida em temperatura ambiente para limpar a sonda e evitar obstruções.
ATENÇÃO: ocorrendo obstrução da sonda, injetar 20 mL de água filtrada ou fervida morna lenta-
mente para não ocorrer rompimento da sonda e intercalar com aspiração vigorosa. Verificar a tempe-
ratura da água no antebraço ou no dorso da mão antes de injetá-la na sonda.
140
• O paciente deve ficar sentado ou na posição de Fowler pelo menos 45 minutos antes e 1 hora após a
administração da dieta. Esse procedimento previne refluxo e oferece mais conforto para o paciente.
• A gastrostomia permite alimentação em bolus, enquanto a jejunostomia apenas infusão contínua.
• As seringas, equipos e frascos podem ser reutilizados, devendo ser lavados com água e sabão, en-
xaguados e por fim passar água quente, secar e guardar em recipiente fechado.
• Atentar para obstruções, rachaduras, furo na sonda. Tendo alguma intercorrência o paciente, familia-
res ou cuidadores deverão acionar o serviço de referência que realizou o procedimento.
São intervenções cirúrgicas que exteriorizam um segmento intestinal ou urinário por meio da pa-
rede abdominal, criando uma abertura artificial para a saída do conteúdo fecal ou urinário, também
chamado de estomas de eliminação.
Os estomas intestinais variam em relação à forma de construção (terminal, em alça, e em duas
bocas) e ao segmento intestinal:
Os estomas urinários podem ser realizados com uso exclusivo do trato urinário (ureterostomia
cutânea, nefrostomia, cistostomia, vesicostomia) ou com uso de uma alça intestinal (urostomia/cirur-
gia de Bricker, ureterossigmoidostomia, reservatório ileal continente).
Em todas essas variações de estomas é importante observar suas características normais,
ou seja, ter coloração rosa-avermelhada, ser úmido, sangrar ligeiramente se friccionado, au-
sência de sensação ao toque, fezes e urina eliminados involuntariamente e no caso de pós-
-operatório ter edema.
São categorizados quanto a sua altura (perfil alto, altura normal, perfil baixo, sem protusão, retra-
ído), formato (redondo para oval ou irregular) e diâmetro.
A enfermagem deve avaliar a área da pele, assim como o volume e consistência dos efluentes e
fazer os cuidados e orientações adequadas. A pele deve ser avaliada quanto a sua cor, integridade,
turgor e a área de aplicação da placa do dispositivo.
Integridade Intacta, macerada, com erosão, com erupção cutânea, com ulceração.
Turgor Normal com a pele macia e boa elasticidade ou apresentar-se fraca e flácida ou muito firme.
141
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Colostomia: presente
Intestinal
Flatos Ileostomia: ausente ou presente
142
6.1.3. Orientações e cuidados aos usuários com estomas de
eliminação
• Orientar que o processo final de cicatrização do estoma ocorre aproximadamente entre 4 e 6 sema-
nas do processo cirúrgico, a mucosa exposta tem cor vermelho vivo, é úmida, brilhante e não pos-
suem sensibilidade tática ou térmica.
• Orientar que inicialmente o estoma apresenta-se edemaciado com provável redução do diâmetro
dentro dos primeiros meses.
• O corte da placa do dispositivo deve ser adequado, de acordo com o tamanho do estoma, para que
não haja exposição da pele com os efluentes (fezes) e aparecimento de dermatites locais.
• Não se deve utilizar cremes ou produtos oleosos próximos do local da estomia para que não haja má
aderência do dispositivo à pele.
• Orientar a expor a pele periestoma ao sol da manhã por 15 a 20 minutos no horário das 10 horas,
protegendo-a com uma gaze umedecida.
• Realizar a limpeza do estoma, preferencialmente no horário do banho utilizando água e sabonete
líquido neutro e secar com tecido macio sem esfregar.
• Esvaziar as bolsas coletoras trocando-as periodicamente com o intervalo de três a sete dias. É im-
portante não ultrapassar duas trocas por dia. Já as bolsas fechadas são trocadas diariamente no
momento do funcionamento intestinal.
• As bolsas coletoras devem ser higienizadas diariamente com água e sabonete líquido pela parte
inferior da bolsa coletora. No caso de dispositivos de duas peças, a bolsa deve ser desacoplada da
placa para higienização e posteriormente recolocada.
• Os coletores para urostomias devem ser esvaziados constantemente ao atingirem 1/3 de sua capa-
cidade total, atentando para o adequado fechamento do dispositivo.
7. Dietas enterais
A nutrição enteral consiste de alimentos formulados para fins especiais que possam ser uti-
lizados através de tubo de alimentação ou sonda, que pode instilar os nutrientes diretamente
no estômago ou no intestino, dependendo da condição do indivíduo. Existem dietas enterais
artesanais, mistas e industrializadas.
• Dieta artesanal: dieta composta por alimentos não processados ou minimamente processados. No
domicílio é uma alternativa vantajosa para o cuidado nutricional a longo prazo, pois, possuem baixo
custo quando comparadas às dietas enterais industrializadas, além de estarem mais próximas da
alimentação consumida pela família.
• Dieta semi-artesanal ou mista: dieta composta por alimentos não processados, minimamente proces-
sados, alimentos processados e/ou módulos de nutrientes. A dieta semi-artesanal é preparada no
domicílio com medidas caseiras padrão e possui distribuição calórica entre 1500Kcal a 2100 Kcal.
• Dieta industrializada: é dieta pronta, balanceada que possui todos os nutrientes necessários. Pode
ser apresentada sob a forma de pó (diluída com água) ou líquida.
143
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
8. Diálise peritoneal
A diálise peritoneal implica na realização de um procedimento de depuração sanguínea, de-
sempenhando o papel dos rins. Neste procedimento, o peritônio, a membrana semipermeável
que reveste a cavidade abdominal, é utilizado como um filtro, permitindo a transferência de
massa entre a cavidade abdominal e o capilar peritoneal, local este no qual se encontram subs-
tâncias tóxicas ao organismo. Para que este procedimento seja realizado, introduz-se, através
de um cateter, uma solução de diálise no interior da cavidade abdominal processo denominado
infusão, sendo que aquela permanece tempo suficiente neste para a ocorrência de troca entre a
solução e o sangue, processo conhecido como permanência. Desta forma, substâncias nitroge-
nadas e líquidas migram do sangue para a solução de diálise, realizando-se, por conseguinte, a
terceira etapa da qual a diálise peritoneal é composta, que é a drenagem.
O tratamento da insuficiência renal com a diálise peritoneal faz-se necessária quando os medicamen-
tos, dieta e restrição hídrica se tornam insuficientes no controle adequado da homeostase orgânica.
A insuficiência renal sobrevém quando os rins não conseguem remover os resíduos metabóli-
cos do corpo nem realizar as funções reguladoras, ou seja, quando esses órgãos se encontram
afetados impedem que os mesmos realizem a função de filtrar o sangue do corpo.
Para a realização da diálise peritoneal podem ser realizadas duas modalidades, as intermitentes
e as contínuas, sendo que as intermitentes são realizadas no ambiente hospitalar e são subclassi-
ficadas em ambulatorial diária (DPAD), intermitentes (DPI) ou noturna (DPN). Já a modalidade con-
tínua pode ser realizada em ambiente domiciliar e são classificadas como contínuas e automáticas.
144
ralização óssea e outras consequências no seu estado clínico.
No apêndice 5.5 estão descritos os materiais dispensados, se necessário, para uso domiciliar
durante a realização da diálise peritoneal.
145
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
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Apêndices
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MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
APÊNDICES
Eu,_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ RG
nº__________________, estando de acordo com os termos acima, me comprometo a receber a visita da
Equipe de Saúde no meu domicílio.
____________________________ _______________________________
Assinatura do cuidador/responsável Assinatura do representante da equipe
158
2. Escalas de enfermagem padronizadas para APS de BH
2.1. Enfermeiros
159
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
Técnicos/auxiliares de enfermagem
2.2.
160
3. Materiais e medicamentos para Sala de Observação e Caixa de Urgência
3.1. Formulário controle dos materiais e medicamentos da Sala de Observação
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3.1. Formulário controle dos materiais e medicamentos da Sala de Observação
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
3.1. Formulário controle dos materiais e medicamentos da Sala de Observação
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3.2. Formulário controle dos materiais e medicamentos da Caixa de Urgência/Emergência
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
3.2. Formulário controle dos materiais e medicamentos da Caixa de Urgência/Emergência
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3.2. Formulário controle dos materiais e medicamentos da Caixa de Urgência/Emergência
MANUAL DE ENFERMAGEM – Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte
4. Aspiração de traqueostomia
O objetivo da aspiração é permitir que as vias aéreas mantenham-se limpas e livres, garan-
tindo melhora da ventilação e oxigenação, através da remoção das secreções que se acumulam
nas vias aéreas e na traquéia causando obstrução e dificultando a respiração, além de favorecer
o crescimento de bactérias que podem causar infecções. A aspiração pode ser feita com aspira-
dor elétrico portátil ou com aspirador com sistema a vácuo.
Os usuários dependentes destes dispositivos devem ser submetidos à consulta médica por
profissional do CS (visita domiciliar na impossibilidade de locomoção) para estabelecimento do
diagnóstico da patologia de base e definição da necessidade do uso desses.
Os familiares e cuidadores deverão ser orientados pela equipe para o manejo adequado com
a traqueostomia no domicílio.
• Realizar pelo menos 3 vezes ao dia (ao acordar, a tarde e antes de dormir) ou quantas vezes se fize-
rem necessário ou conforme orientações da equipe responsável. Antes de realizar uma aspiração é
necessário observar o padrão respiratório.
• Se o usuário fizer uso de oxigênio, este deve ser oferecido 30 a 60 segundos antes do início do pro-
cedimento, entre uma e outra aspiração e quando terminar, conforme as orientações recebidas antes
da alta hospitalar.
• Caso o usuário apresentar grande agitação, palidez cutânea, lábios arroxeados, respiração rápida e
ofegante após as primeiras aspirações, deve-se interromper o procedimento para observar e aguar-
dar a recuperação do padrão respiratório para dar continuidade ao procedimento.
• Não se deve aspirar a traqueostomia durante as refeições. Se possível, aguardar pelo menos 1 hora
após a refeição para realizar aspiração. No entanto, se durante a refeição a aspiração for necessá-
ria, a dieta deve ser interrompida imediatamente, reiniciando quando o padrão respiratório permitir,
aguardando alguns minutos após o término do procedimento.
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ATENÇÃO: Não utilizar o soro gelado. Caso utilize o soro fisiológico do frasco de 250 ml
(que deve ser mantido na geladeira), retire a quantidade necessária com a seringa em torno de
5 ml e deixe-o à temperatura ambiente para realizar o procedimento
• Lavar as mãos e os braços com água corrente e sabão, seque com toalha limpa.
• Calçar luvas de procedimento.
• Abrir a embalagem da sonda de em seguida encaixe apenas ponta colorida na mangueira do aspirador.
• Calçar as luvas de procedimento.
• Retirar a sonda da embalagem já aberta (puxando-a com a luva já calçada).
• Desenrolar a sonda, segurando firme na parte mais próxima à ponta, introduzindo-a na cânula com
cuidado, ainda sem aspirar.
• Aumentar o fluxo de oxigênio, se uso contínuo, antes de começar a aspiração por aproximadamente
1 minuto, mantendo o uso nos intervalos e após a aspiração.
ATENÇÃO: todo o procedimento de aspiração (entrada e saída da sonda na cânula) deve ser
rápido, em torno de 15 segundos. Antes de introduzir a sonda, caso a secreção esteja muito
espessa, difícil de ser aspirada, pode-se pingar cerca de 3 gotas de soro fisiológico na cânula
da traqueostomia para que a secreção fique mais fluida, facilitando o procedimento
• Introduzir a sonda por cerca de 0,5 cm além do comprimento da cânula, ultrapassando-a durante os
movimentos de vai e vem.
• Ligar o aspirador apenas após a introdução da sonda na cânula dobrando e desdobrando ou tam-
pando o orifício lateral da sonda uretral. Ao terminar a aspiração, retire a sonda fazendo movimentos
circulares com a mão, ou rodando-a de leve entre os dedos.
• Limitar o tempo de aspiração entre 10 e 15 segundos.
• O excesso de aspiração pode causar broncoespasmo, tosse, irritação das vias aéreas, lesões da
traquéia, provocar vômitos e aumento das secreções.
• A sequencia para aspiração deverá seguir a seguinte ordem: traqueostomia, nariz e boca. Quando
aspirar a boca, introduza a sonda nos cantos (bochechas) para não provocar vômitos.
• A aspiração deve ser encerrada quando não perceber mais secreção na cânula.
• Realize a limpeza da boca (higiene oral) do traqueostomizado sempre que necessário, no mínimo 3
vezes ao dia, antes ou após a aspiração.
• Lavar a sonda por dentro, após término da aspiração, com o soro fisiológico com o auxílio da seringa.
Colocar sabão líquido em uma gaze e deslizá-la na sonda de cima para baixo uma única vez. Retirar
o sabão da sonda com água corrente tratada.
• Após essa limpeza, proteja a ponta do látex onde é conectada a sonda para aspirar, com a embala-
gem da própria sonda utilizada, para a próxima aspiração.
• Conectar a seringa à agulha que está no frasco de soro.
• Desprezar a sonda de aspiração após a última aspiração do dia.
• Esvaziar e lavar o frasco de coleta do aspirador e o tubo de sucção diariamente.
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• Lembrar sempre de lavar as mãos antes e após o procedimento.
OBSERVAÇÕES:
• Caso o paciente apresente alteração no comportamento após o procedimento (agitado, pálido, su-
ando, com lábios arroxeados, com esforço respiratório, respiração rápida e ofegante) deve entrar em
contato com o SAMU (192).
• Se o paciente utilizar algum aparelho eletrônico, como BIPAP, antes de iniciar a aspiração, desconec-
tar o circuito do BIPAP da traqueostomia reconectando o circuito logo que acabar a aspiração.
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5.3. Traqueostomia
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6. Modelo
padrão para Procedimento Operacional Padrão
Tipo xxxxx
TAREFA XXXXX
Executante xxxxx
Resultados Xxxxx
esperados xxxxxx
Recursos Xxxxx
necessários Xxxxxx
Periodicidade Xxxxx
Monitoramento Xxxxxx
Descrição da 1. Xxxxx
2. Xxxxx
Ação 3. Xxxxx
4. Xxxxx
5. Xxxxx
6. Xxxxx
7. Xxxxx
8. Xxxxx
9. Xxxxx
10. Xxxxx
Observação:
Sigla:
Elaboração: Revisão: Aprovação:
135
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Anexo
172
ANEXO
SIM NÃO
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