Pg-2018-Projeto e Cálculo de Uma Viga em Concreto Protendido
Pg-2018-Projeto e Cálculo de Uma Viga em Concreto Protendido
Pg-2018-Projeto e Cálculo de Uma Viga em Concreto Protendido
ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
E AÇO
DAVID RESENDE
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E AÇO
DAVID RESENDE
Comissão Examinadora:
____________________________________
Prof. Sebastião Salvador, D.Sc.
DEES – UFMG (Orientador)
_________________________________
Prof. Ney Amorim, D.Sc.
DEES – UFMG
2
AGRADECIMENTOS
À minha mãe Zuleica, minha irmã Júlia e a Sara, pelo exemplo e pelo apoio incondicional.
3
RESUMO
Este estudo discorre sobre o cálculo estrutural em concreto protendido, no que diz
respeito as considerações de cálculo e projeto de vigas protendidas. Para tal, pretende-se
analisar uma viga isostática, por entender que ela apresenta de forma mais simples o tema do
concreto protendido bem como lançar luzes sobre esse tema pouco tratado no mercado e nas
universidades quando comparado ao concreto armado convencional.
Alem disso, pretende-se analisar detidamente as perdas imediatas e diferidas no
concreto e no aço sob protensão e os tipos de protensão.
4
ABSTRACT
This study discuss about the structural calculation in prestressed concrete, as well as
calculation and design of prestressed beams. In order to do so, we intend to analyze an
isostatic beam, since it presents a simpler way to study the subject of the prestressed concrete
as well as to discuss on this untreated topic in the market and in the universities when
compared to conventional reinforced concrete.
In addition, we intend to carefully analyze the immediate and deferred losses in the
prestressed concrete and the types of pretension.
5
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................................... 3
.RESUMO .............................................................................................................................................................. 3
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................................... 8
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................................... 8
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 9
2 OBJETIVOS................................................................................................................................................. 9
3 CONCEITOS GERAIS DE PROTENSÃO ............................................................................................. 10
3.1 CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................................................... 11
3.2 FASES DE PROTENSÃO ......................................................................................................................... 12
3.2.1 Montagem das armaduras ............................................................................................................. 12
3.2.2 Montagem das formas e concretagem ........................................................................................... 13
3.2.3 Protensão ....................................................................................................................................... 13
3.2.4 Ancoragem ..................................................................................................................................... 14
3.2.5 Aderência através de injeção de nata de cimento na bainha......................................................... 15
3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS ....................................................................................................... 15
4 MATERIAIS .............................................................................................................................................. 17
4.1 CONCRETO .............................................................................................................................................. 17
4.1.1 Retração ........................................................................................................................................ 17
4.1.2 Fluência ......................................................................................................................................... 18
4.1.3 Resistência à tração e compressão ................................................................................................ 19
4.2 AÇOS PARA PROTENSÃO..................................................................................................................... 19
4.2.1 Fios encruados e fios por trefilação .............................................................................................. 19
4.2.2 Cordoalhas .................................................................................................................................... 20
4.2.3 Propriedades mecânicas................................................................................................................ 20
4.2.4 Relaxação do aço........................................................................................................................... 21
5 CÁLCULO DE UMA VIGA ISOSTÁTICA PROTENDIDA ................................................................ 22
5.1 DADOS DA ESTRUTURA ....................................................................................................................... 22
5.2 CÁLCULO DA SEÇÃO NECESSÁRIA ................................................................................................. 22
5.3 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS ................................................................................................ 23
5.4 DETERMINAÇÃO DA FORÇA DE PROTENSÃO .............................................................................. 24
5.5 ESTUDO DA PEÇA À FLEXÃO ............................................................................................................. 25
5.6 ESTUDO DAS PERDAS ........................................................................................................................... 25
5.6.1 Perdas por atrito ........................................................................................................................... 26
5.6.2 Perdas por cravação ..................................................................................................................... 29
5.6.3 Perdas por deformação imediata .................................................................................................. 31
5.6.4 Perdas por fluência do concreto .................................................................................................... 36
5.6.5 Perdas por retração....................................................................................................................... 40
5.6.6 Perdas por relaxação do aço ......................................................................................................... 41
6
5.7 QUADRO DE TENSÕES .......................................................................................................................... 41
5.8 DIMENSIONAMENTO DOS ESTRIBOS .............................................................................................. 46
5.9 RESULTADOS DA PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO DE VIGAS ISOSTÁTICAS ............. 48
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................................................ 53
7 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 54
7
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – TENSÕES NO ESTÁDIO I NUMA VIGA PROTENDIDA (RODRIGUES, 2008) ........................................... 10
FIGURA 2 – CARGA EQUIVALENTE EXERCIDA POR UM CABO PARABÓLICO NUMA VIGA PROTENDIDA (RODRIGUES,
2008) ............................................................................................................................................................ 11
FIGURA 3 – MONTAGEM DAS ARMADURAS E FIXAÇÃO DAS BAINHAS (RODRIGUES,2008) .................................. 12
FIGURA 4 – MONTAGEM DAS FORMAS E CONCRETAGEM ........................................................................................ 13
FIGURA 5 – MACACO HIDRÁULICO EXECUTANDO A PROTENSÃO E CONTROLE DE TENSÕES .................................... 13
FIGURA 6 – ETAPAS DA OPERAÇÃO DE PROTENSÃO (CATÁLOGO RUDLOFF) ........................................................... 14
FIGURA 7 - ANCORAGENS ATIVAS TIPO E, B, EL E AF ........................................................................................... 14
FIGURA 8 - ANCORAGENS PASSIVAS TIPO U, H E PC .............................................................................................. 14
FIGURA 9 - ANCORAGENS DE EMENDA TIPO K E UK .............................................................................................. 15
FIGURA 10 - ANCORAGENS INTERMEDIÁRIAS TIPO Z .............................................................................................. 15
FIGURA 11 – REPRESENTAÇÃO DE UM ESQUEMA DE PROTENSÃO PARA INJEÇÃO DE NATA DE CIMENTO ................. 15
FIGURA 12 - VALORES CARACTERÍSTICOS SUPERIORES DA DEFORMAÇÃO ESPECIFICA DE RETRAÇÃO ΕCS(T,T0) E
DO COEFICIENTE DE FLUÊNCIA Φ(T,T0) (TABELA 8.2 DA NBR6118:2014) .................................................. 19
LISTA DE TABELAS
8
1 INTRODUÇÃO
Segundo Evandro Porto Duarte, “No setor de projetos, devem ter 10 mil calculistas de
concreto armado; desses, talvez uns 200 saibam calcular concreto protendido”.
Além de ser uma tecnologia com diversas utilidades, o concreto protendido pode ser
utilizado em diversas obras, mas o seu emprego ainda não está próximo do seu potencial.
Parte dessa culpa está na pouca divulgação e na setorização de seu conhecimento.
Neste trabalho será calculado uma viga isostática protendida completa, passo a passo e de
forma didática seguindo as normas vigentes.
2 OBJETIVOS
O propósito maior deste trabalho é portanto, aprender mais sobre o tema do concreto
protendido e divulgar para os demais interessados mais sobre essa área que tem tanto
potencial de crescimento e desenvolvimento científico.
9
3 CONCEITOS GERAIS DE PROTENSÃO
Concreto protendido pode ser definido como um concreto submetido a um estado
permanente de tensões internas, introduzidas por uma armadura previamente tracionada, que
se opõem, até limites desejados, às tensões provocadas por cargas externas (RODRIGUES,
2008).
O grande incoveniente do concreto armado é que a sua armadura somente começa a
trabalhar quando a peça é solicitada e, com isso, pelo efeito da aderência, a deformação do
concreto acompanha a do aço, acarretando tensões de tração não só no aço como no concreto,
que acaba por fissurar e, com isso, perde sua capacidade de proteção da armadura e perde
seção colaborante com a consequente diminuição de inércia (DUARTE, 2015).
Em uma viga protendida com um cabo reto localizado a uma distância e
(excentricidade) do eixo baricêntrico da seção transvesal. Sendo:
P = força de protensão
M = momento fletor causado pela carga q
I = momento de inércia da seção transversal de concreto
A = área da seção transversal de concreto
as tensões resultantes que atuam a uma distância y do cg da seção serão dadas por
𝑃 𝑃𝑒𝑦 𝑀𝑦
𝜎(𝑦) = ± ±
𝐴 𝐼 𝐼
10
Figura 2 – Carga equivalente exercida por um cabo parabólico numa viga protendida (RODRIGUES,
2008)
Duarte (2015) descreve que o traçado do cabo parabólico faz com que se visualize
fisicamente duas grandes virtudes da protensão:
A inclinação do cabo na região do apoio fornece componentes que combatem ao
mesmo tempo o esforço cortante e o momento fletor;
A curvatura do cabo, através do seu tensionamento e a tendência a se retificar
conduz a introdução de forças verticais de baixo para cima (forças de desviação),
que combatem as cargas externas, reduzindo no todo o carregamento atuante na
peça.
3.1 Classificação
Segundo Machado (2007) o concreto protendido pode ser classificado em
Concreto com armadura ativa pré-tracionada (protensão com aderência inicial) – A
ancoragem no concreto realiza-se só por aderência;
Concreto com armadura ativa pós-tracionada (protensão com aderência posterior) –
Após o estiramento dos cabos, a aderência é criada de modo permanente através da
injeção das bainhas. Uma das grandes vantagens é que na eventualidade de ocorrer a
ruptura de algum cabo, a estrutura absorverá e diluirá as tensões decorrentes do
rompimento;
Concreto com armadura ativa pós-tracionada (protensão sem aderência) – Não
ocorre aderência entre os aços protendidos e a massa de concreto envolvente.
Geralmente constituído de cordoalhas protendidas engraxadas em mangueiras de
polietileno de alta densidade, onde a movimentação dentro das bainhas é permitida
pela camada lubrificante. Por não haver aderência, os esforços de protensão ficam
concentrados nas ancoragens. Essa concentração de forças exige que as ancoragens
sejam produzidas com elevados padrões de qualidade e resistência. Por outro lado,
por utilizar geralmente monocordoalhas, os macacos de protensão são de pequeno
11
porte e peso e os cabos são leves e muito flexiveis, permitindo curas verticais e
horizontais.
12
3.2.2 Montagem das formas e concretagem
3.2.3 Protensão
13
1 – Colocação de blocos e cunhas 2 – Posicionamento do macaco de protensão
3 – Tracionamento das cordoalhas 4 – Cravação das cunhas 5 – Corte das pontas das cordoalhas
e fechamento dos nichos
3.2.4 Ancoragem
14
Figura 9 - Ancoragens de emenda tipo K e UK
• Ancoragens intermediárias tipo Z: são ancoragens posicionadas no meio dos cabos, quando
suas extremidades forem inacessíveis para a protensão.
As combinações de ancoragens mais comuns são duas ativas ou uma ativa e uma
passiva, as quais podem ser adotadas para protensão com ou sem aderência.
15
Devido à utilização de materiais de resistência muito mais alta (Aço e Concreto)
pode-se construir estruturas mais esbeltas e com vãos maiores, com menor peso
próprio, do que quando se constrói com o concreto armado.
Enquanto para o Concreto protendido as vigas seguem a relação de Vão/17 a
Vão/20, a altura das vigas em pontes rodoviárias para concreto armado variam entre
Vão/10 a Vão/12.
A protensão aumenta a vida útil das estruturas, pois as fissuras são evitadas, ou
mesmo se existirem fissuras, as aberturas são mínimas . Isto aumenta a
durabilidade.
As deformações permanecem muito pequenas, porque as estruturas sob as cargas de
serviço, mesmo com protensão parcial, praticamente permanecem no estádio I.
Estruturas de Concreto Protendido têm uma grande resistência à fadiga, pois a
variação de tensão nas armaduras protendidas é pequena, mesmo no caso de
protensão parcial. Por isso as tensões ficam bem abaixo das tensões limites de
resistência à fadiga.
Estruturas em Concreto Protendido podem suportar grandes sobrecargas sem sofrer
danos permanentes. As fissuras devidas às sobrecargas fecham novamente, desde
que os alongamentos das armaduras fiquem abaixo do limite de 0,1 ‰ (0,1 mm/m).
Eliminação da fissuração: O grande inconveniente do concreto armado, é que sua
armadura somente começa a trabalhar quando a peça é solicitada, e com isto, pelo
efeito da aderência, a deformação do concreto acompanha a do aço, acarretando
tensões de tração não só no aço como no concreto, levando-o à fissuração. Com
isto, o concreto armado perde duas de suas capacidades vitais: Proteção da
armadura e seção colaborante para inércia, acarretando maiores tensões e
deformações;
A prévia compressão do concreto protendido, combate futuras tensões de tração
pois não permite (ou pouco permite) que a seção seja tracionada e sim,
descomprimida.
Redução das dimensões da seção transversal: O emprego obrigatório de aços de alta
resistência, associado a concretos de maior resistência, permite a redução das
dimensões da seção transversal, com redução substancial do peso próprio.
Diminuição da flecha: A protensão praticamente elimina a presença de seções
fissuradas.
16
Tem-se, assim, redução da flecha por eliminar a queda da rigidez a flexão
correspondente à seção fissurada.
Desenvolvimento de métodos construtivos: A protensão permite criar sistemas
construtivos diversos: balanços sucessivos, premoldados, etc.
Entretanto, os mesmos autores destacam as seguintes desvantagens:
4 MATERIAIS
4.1 Concreto
Todas as propriedades do concreto, utilizadas nas estruturas de concreto armado, são
replicadas nas estruturas de concreto protendido. Entretanto, duas delas têm significado
especial ao serem computadas as perdas devidas à protensão, que serão detalhadas à diante.
Trata-se de Retração e da Fluência do concreto, descritas à seguir:
4.1.1 Retração
17
A água em excesso é necessária para dar trabalhabilidade ao concreto fresco. Em
contato com o ar, o concreto perde parte da água não fixada quimicamente durante sua
secagem ocorrendo assim uma diminuição do seu volume. A retração é, portanto, a
deformação independente de carregamento provocada pela perda da água livre quando o
concreto se encontra em contato com o ar. Parte da retração é irreversível.
4.1.2 Fluência
18
Umidade média ambiente (%) 40 55 75 90
Espessura fictícia
2Ac/u 20 60 20 60 20 60 20 60
(cm)
19
Por outro lado, os aços como o CP-160 são anti-economômicos caso fossem utilizados
para o concreto armado. A fissuração depende da tensão e do módulo de elasticidade, mas
como o último é praticamente o mesmo, quanto maior a resistência característica do aço,
maior a fissuração (𝜎𝑠 ∝ 𝜔𝑘 ), ou seja, a área de aço necessária para os limites de fissuração
seria a mesma tanto de aços das armaduras ativas, mais caros, como para os aços das
armaduras passivas.
4.2.2 Cordoalhas
20
fpyd = valor de cálculo da resistência de escoamento
fptk = valor característico da resistência à tração
fptd = valor de cálculo da resistência à tração
fpyd = fpyk / s fptd = fptk / s s = 1,15
fpyk é um valor convencional correspondente à deformação permanente de 0,2%, que é também
considerado como a tensão correspondente a um alongamento total de 1%.
Segundo o item 9.6.1.2 da ABNT NBR 6118:2014, durante as operações de protensão, a
força de tração na armadura não pode superar os valores decorrentes da limitação das tensões
no aço correspondentes a essa situação transitória.
a) Armadura pré-tracionada:
- por ocasião da aplicação da força 𝑃𝑖 , a tensão 𝜎𝑝i da armadura de protensão na saída
do aparelho de tração deve respeitar os limites 0,77 fptk e 0,90 fpyk para aços da classe de
relaxação normal, e 0,77 fptk e 0,85 fpyk para aços da classe de relaxação baixa;
b) Armadura pós-tracionada:
- por ocasião da aplicação da força Pi, a tensão σpi da armadura de protensão na saída do
aparelho de tração deve respeitar os limites 0,74 fptk e 0,87 fpyk para aços da classe de
relaxação normal, e 0,74 fptk e 0,82 fpyk para aços da classe de relaxação baixa;
- para as cordoalhas engraxadas, com aços da classe de relaxação baixa, os valores-
limites da tensão σpi da armadura de protensão na saída do aparelho de tração podem ser
elevados para 0,80 fptk e 0,88 fpyk;
- nos aços CP-85/105, fornecidos em barras, os limites passam a ser 0,72 fptk e 0,88
fpyk, respectivamente.
Segundo o item 9.6.1.2.3 da NBR 6118:2014 por ocasião da aplicação da força Pi se
constatadas irregularidades na protensão, decorrentes de falhas executivas nos elementos
estruturais com armadura pós-tracionada, a força de tração em qualquer cabo pode ser
elevada, limitando a tensão σpi aos valores estabelecidos em 9.6.1.2.1-b) majorados em até
10%, até o limite de 50% dos cabos, desde que seja garantida a segurança da estrutura,
principalmente nas regiões das ancoragens.
A perda de tensão do aço sob deformação constante define a relaxação desse aço.
A relaxação dos aços é determinada por meio de ensaios padronizados, medindo a perda
de tensão em 1.000 horas numa temperatura ambiente de 20ºC , relativa a uma carga igual a
21
80% da carga de ruptura do aço. A NBR 7197/1989 prescreve a sistemática para a execução
desses ensaios.
Os aços de relaxação baixa são obtidos por meio de um tratamento termo-mecânico, e
apresentam apenas 20% da relaxação dos aços RN. As cordoalhas e fios não apresentam
comportamento diferenciado quanto à relaxação, pois a temperatura durante o processo de
estabilização produz uma acomodação dos fios que compõem as cordoalhas.
Os aços de RB (aços estabilizados por processo termo-mecânico) possuem melhor
desempenho para condições normais de aplicação, o que também ocorre para condições
excepcionais, como no caso de temperaturas mais elevadas.
22
5.3 Características Geométricas
Área: 𝐴 = 0,6075m²
Momento de Inércia: 𝐼 = 0,1224m4
Módulo resistente elástico inferior: 𝑊𝑖 = 01863m³, logo 𝑊𝑖 > 𝑊𝑖,𝑛𝑒𝑐
Módulo resistente elástico superior: 𝑊𝑠 = 0,2065m³
Altura da linha neutra com a face inferior: 𝑦𝑖 = 0,66𝑚
Altura da linha neutra com a face superior: 𝑦𝑠 = 0,59𝑚
Determinação dos momentos fletores máximos na viga, neste caso, a seção mais
solicitada se encontra no meio do vão:
23
𝑝𝑝 × 𝐿2 15,19 × 262
𝑀𝑝𝑝 = = = 1283𝑘𝑁𝑚
8 8
𝑔 × 𝐿2 8 × 262
𝑀𝑔 = = = 676𝑘𝑁𝑚
8 8
𝑞 × 𝐿2 20 × 262
𝑀𝑞 = = = 1690𝑘𝑁𝑚
8 8
𝑖
𝑀𝑝𝑝 1,283 𝑠
𝑀𝑝𝑝 1,283
𝜎𝑝𝑝 = = = 6,90𝑀𝑃𝑎; 𝜎𝑝𝑝 = = = 6,21𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑖 0,1861 𝑊𝑠 0,2065
𝑀𝑔 0,676 𝑀𝑔 0,676
𝜎𝑔𝑖 = = = 3,63𝑀𝑃𝑎; 𝜎𝑔𝑠 = = = 3,27𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑖 0,1861 𝑊𝑠 0,2065
𝑀𝑞 1,690 𝑀𝑞 1,690
𝜎𝑞𝑖 = = = 9,08𝑀𝑃𝑎; 𝜎𝑞𝑠 = = = 8,18𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑖 0,1861 𝑊𝑠 0,2065
3 × 0,08 + 2 × 0,13
r= = 0,10m
5
Centro de Gravidade do cabeamento na seção mais solicitada: adotado 𝑟 = 10𝑐𝑚
𝑒 = 𝑦𝑖 − 𝑟 = 66 − 10 = 56𝑐𝑚
Σ𝜎𝑖 19607
𝑃= = = 4215𝑘𝑁
1 𝑒 1 0,56
+𝑊 +
Á𝑟𝑒𝑎 𝑖 0,6075 0,1863
Será adotado cordoalhas de 7 fios CP 190 RB 12,70
24
Carga máxima de ruptura à 1% de alongamento = 149 kN (NBR7483 e Catálogo Acelor
Mittal)
𝑁𝑐 = 0,82𝑓𝑝𝑦𝑘 = 0,82 × 149,10 = 120𝑘𝑁/𝑐𝑜𝑟𝑑𝑜𝑎𝑙ℎ𝑎
Serão adotadas 5 cordoalhas de 7 fios CP 190 RB 7 x 12,5
Perdas de Protensão
Imediatas Lentas
Atrito Fluência
Cravação Retração
Deformação Imediata Relaxação
25
5.6.1 Perdas por atrito
É causada pelo atrito entre o cabo e a bainha ao ser aplicada a força de protensão. Este
efeito é acentuado nas curvas devido à existência do desvio da trajetória dos cabos nas
mesmas e, à constituição corrugada da bainha.
A perda por atrito, segundo o item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 é quantificada da seguinte
forma:
Nos elementos estruturais com pós-tração, a perda por atrito pode ser determinada pela
expressão:
∆𝑃(𝑥) = 𝑃𝑖 [1 − 𝑒 −(𝜇Σ𝛼+𝑘𝑥) ]
Onde:
𝑃𝑖 é o valor definido em 9.6.1.2.1;
𝑥 é a abscissa do ponto onde se calcula ∆P, medida a partir da ancoragem, expressa em
metros (m);
Σ𝛼é a soma dos ângulos de desvio entre a ancoragem e o ponto de abscissa x, expressa em
radianos (rad);
𝜇 é o coeficiente de atrito aparente entre o cabo e a bainha. Na falta de dados experimentais,
pode ser estimado como a seguir (valores em 1/radianos):
𝜇 0,50 entre cabo e concreto (sem bainha);
𝜇 0,30 entre barras ou fios com mossas ou saliências e bainha metálica;
𝜇 0,20 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica;
𝜇 0,10 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica lubrificada;
𝜇 0,05 entre cordoalha e bainha de polipropileno lubrificada;
k é o coeficiente de perda por metro provocada por curvaturas não intencionais do cabo. Na
falta de dados experimentais, pode ser adotado o valor 0,01𝜇 (1/m).
Segundo Machado (2007), o coeficiente k na realidade não visa tão somente corrigir as
imperfeições de alinhamento (ondulação) mas também problemas construitivos diversos, tais
como flechas entre pontos de suspensão e desvios parasitários tanto nos trechos retos como
nos trechos curvos.
Segundo Duarte (2015), a equação também pode ser escrita como:
𝜎𝑥 = 𝜎0 𝑒 −(𝜇Σ𝛼+𝑘𝑙)
Onde:
𝜎𝑥 Valor da tensão em cada seção após a atuação da perda por atrito;
𝜎0 Tensão máxima aplicada pelo macaco à armadura de protensão ;
26
𝑙 distância da seção de cálculo a seção inicial.
S1 S2 S3 S4 S5 S6
Cabo C1 14 34 56 76 98 112
Cabo C2 34 52 70 87 106 112
Cabo C3 59 73 85 101 114 117
Cabo C4 84 92 102 110 117 117
Cabo C5 104 108 115 115 117 117
Cabo
59 72 86 98 110 115
Equivalente
27
0,72 − 0,59
𝑆1 → 𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) = 2,9
2,60
0,72 − 0,59 0,86 − 0,72
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆2 → 𝛼 = = 3,0
2
0,86 − 0,72 0,98 − 0,86
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆3 → 𝛼 = = 2,9
2
0,98 − 0,86 1,10 − 0,98
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆4 → 𝛼 = = 2,6
2
1,10 − 0,98 1,15 − 1,10
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆5 → 𝛼 = = 1,9
2
1,15 − 1,10 1,10 − 1,15
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆6 → 𝛼 = = 0,0
2
A tensão inicial do cabo por norma deverá ser menor que σ0 = 1,1(0,74 × fptk) =
1547MPa. Adotado σ0 = 1406MPa por não apresentar na prática problema na protensão dos
cabos, não solicitando em demasia os fios da cordoalha por estado múltiplo de tensões,
portanto σ0 = 0,74 × fptk = 1406MPa.
Para os demais valores, foram adotados:
𝜇 0,20 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica;
𝑘 = 0,01𝜇 = 0,01 × 0,20 = 0,002
Para l=13,00m
𝛴𝛼 = |3,0 − 2,9| + |2,9 − 3,0| + |2,6 − 2,9| + |1,9 − 2,6| + |0,0 − 1,9| = 3,10
𝜋
𝜇𝛴𝛼 + 𝑘𝑙 = 0,20 × (3,10 ) + 0,002 × 13 = 0,00368 𝑟𝑎𝑑
180
𝜎(𝑥=13,0𝑚) = 𝜎0 𝑒 −(𝜇Σ𝛼+𝑘𝑙) = 1406𝑒 −(0,00368) = 1355𝑀𝑃𝑎
28
Tabela 1 – Resumo das perdas por atrito
l Σα (μΣα+kl) σ
Seção
(m) (°) (rad) (MPa)
1 0,00 0 0,000 1406
2 2,60 0,1 0,006 1398
3 5,20 0,2 0,011 1390
4 7,80 0,5 0,017 1382
5 10,40 1,2 0,025 1371
6 13,00 3,1 0,037 1355
As perdas por cravação podem ser quantificadas igualando-se a energia de retorno das
cordoalhas até serem bloqueadas pelas cunhas (EA 𝛿) com a energia de atrito atuante em
sentido contrário no interior do cabo, devido à acomodação.
𝐸𝐴 𝛿
𝐴=
2
Onde:
𝐸𝐴 é o módulo de elasticidade da cordoalha (2.000.000kg/cm²)
𝛿 é o retorno do cabo
29
Figura 14 – Cálculo das áreas na perda por cravação
30
Como ∆5 ≪ 𝑈, ainda terá uma queda abaixo da tensão no meio do vão igual a:
(𝑈 − ∆5 ) (500 − 380)
∆= = = 9𝑀𝑃𝑎
5𝑙 5 × 2,60𝑚
S1 S2 S3 S4 S5 S6
31
Portanto, iguala-se o encurtamento do concreto ao do aço em cada seção, apenas
levando-se em conta que cada cabo protendido, influencia apenas os que já estão protendidos,
logo:
𝑛−1 𝜎𝑐
∆𝜎𝑎𝑛 = 𝜀𝑐 𝐸𝑎 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝜀𝑐 = , 𝜎 = 𝜎𝑛 − ∆𝜎𝑎𝑛
2𝑛 𝐸𝑐 𝑎𝑛
Onde:
∆𝜎𝑎𝑛 Perda de protensão na armadura de protensão, devida a deformação imediata do
concreto;
𝜀𝑐 Encurtamento do concreto;
𝐸𝑎 Módulo de elasticidade longitudinal da armadura de protensão;
𝑛 Número de cabos.
32
Ainda deve ser feita a verificação para a totalidade das cargas aplicadas aos 28 dias.
Nesse caso, o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito em duas datas:
aos t dias e aos 28 dias, de forma a confirmar os valores de fckj e fck adotados no projeto.
𝑓𝑐𝑘𝑗
𝐸𝑐𝑖 (𝑡) = √ × 𝐸𝑐𝑖
𝑓𝑐𝑘
Segundo o item 8.4.4 da NBR 6118:2014, na falta de dados específicos para o módulo
de elasticidade do aço de armadura ativa, pode-se considerar para fios e cordoalhas o valor de:
𝐸𝑎 = 200𝐺𝑃𝑎 = 200000𝑀𝑃𝑎
33
como, os momentos fletores seccionais devidos à carga de peso próprio, as excentricidades
médias seccionais do cabo equivalente e as propriedades geométricas da seção transversal,
observadas à seguir:
Seção S1 S2 S3 S4 S5 S6
MPP (kN.m) 0 465 827 1086 1241 1293
emédio (m) 0,59 0,72 0,86 0,98 1,10 1,15
Seção 1
1286×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎1 𝑛𝐴𝑎 = = 4501𝑘𝑁
10
Seção 2
1294×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎2 𝑛𝐴𝑎 = = 4529𝑘𝑁
10
Seção 3
34
1302×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎3 𝑛𝐴𝑎 = = 4557𝑘𝑁
10
Seção 5
1321×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎5 𝑛𝐴𝑎 = = 4624𝑘𝑁
10
35
Seção 6
1337×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎6 𝑛𝐴𝑎 = = 4680𝑘𝑁
10
S1 S2 S3 S4 S5 S6
Ao longo da vida útil da peça, os cabos vão encurtando gradativamente à medida que o
concreto se deforma devido à tensão de protensão. Consequentemente, a força de protensão,
que é uma das causas da fluência, está diminuindo. A tensão na armadura de protensão cai
linearmente durante o período no qual a fluência ocorre.
Conforme item A.2.2.3 no Anexo A da NBR 6118:2014, no instante t a deformação
devida à fluência é dada por:
𝜎𝑐
𝜀𝑐𝑐 (𝑡, 𝑡0 ) = 𝜀𝑐𝑐𝑎 + 𝜀𝑐𝑐𝑑 + 𝜀𝑐𝑐𝑓 = 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 )
𝐸𝑐,28
Sendo 𝜀𝑐𝑐𝑎 a deformação rápida e irreversível que ocorre durante as primeiras 24 h
após a aplicação da carga, a 𝜀𝑐𝑐𝑑 deformação lenta irreversível e a 𝜀𝑐𝑐𝑓 deformação lenta
reversível.
Deformações específicas devidas à fluência e à retração mais precisas podem ser calculadas
segundo indicação do Anexo A da norma. Mas para casos onde não é necessária grande
precisão o item 8.2.11 sobre fluência e retração da NBR 6118:2014 sugere que os valores
36
finais do coeficiente de fluência 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) e da deformação específica de retração 𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 )
do concreto, e podem ser obtidos, por interpolação linear, a partir da Tabela 4.
Tabela 4 - Valores característicos superiores da deformação específica de retração
𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 ) e do coeficiente de fluência 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 )
Umidade média
40 55 75 90
ambiente (%)
Espessura fictícia
2Ac/u 20 60 20 60 20 60 20 60
(cm)
𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) 5 4,6 3,8 3,9 3,3 2,8 2,4 2,0 1,9
Concreto
30 3,4 3 2,9 2,6 2,2 2,0 1,6 1,5
das classes
C20 a C45 60 2,9 2,7 2,5 2,3 1,9 1,8 1,4 1,4
𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) 5 2,7 2,4 2,4 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5
Concreto t0
30 2,0 1,8 1,7 1,6 1,4 1,3 1,1 1,1
das classes dias
C50 a C90 60 1,7 1,6 1,5 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0
5 -0,53 -0,47 -0,48 -0,43 -0,36 -0,32 -0,18 -0,15
𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 )
30 -0,44 -0,45 -0,41 -0,41 -0,33 -0,31 -0,17 -0,15
(%0)
60 -0,39 -0,43 -0,36 -0,40 -0,30 -0,31 -0,17 -0,15
Tempo: 30 dias
37
Concreto: C30
Encontramos os seguintes valores:
Coeficiente de fluência: 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 2,2
Deformação específica de retração: 𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 ) = −0,33‰ = −0,00033
O coeficiente de fluência do concreto depende das condições climáticas, do grau de
endurecimento do concreto, da espessura fictícia da viga de concreto protendido, da
composição do concreto e varia com o tempo.
Rodrigues (2008) incentiva a utilização do programa Reolog para obtenção precisa das
informações anteriormente descritas.
Seção 1
1265×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎1 𝑛𝐴𝑎 = = 4428𝑘𝑁
10
𝑁 −4428
Tensão no concreto: 𝜎𝑐 = = 0,61×1000 = −7,26 𝑀𝑃𝑎
𝐴
𝜎 −7,26
Deformação devido a fluência: 𝜀𝑐𝑐 = 𝐸𝑐 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 27775 × 2,2 = −5,75 × 10−4
𝑐
Seção 2
1272×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎2 𝑛𝐴𝑎 = = 4452𝑘𝑁
10
Seção 3
1278×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎3 𝑛𝐴𝑎 = = 4473𝑘𝑁
10
38
𝜎𝑏3 = 1278 − 130 = 1148𝑀𝑃𝑎
Seção 4
1282×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎4 𝑛𝐴𝑎 = = 4487𝑘𝑁
10
Seção 5
1285×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎5 𝑛𝐴𝑎 = = 4498𝑘𝑁
10
Seção 6
1297×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎6 𝑛𝐴𝑎 = = 4540𝑘𝑁
10
39
Tabela 5 – Tensões após as perdas por fluência do concreto
S1 S2 S3 S4 S5 S6
S1 S2 S3 S4 S5 S6
40
5.6.6 Perdas por relaxação do aço
Cordoalhas Fios
σpo
RN RB RN RB
0,5fptk 0,0 0,0 0,0 0,0
0,6fptk 3,5 1,3 2,5 1,0
0,7fptk 7,0 2,5 5,0 2,0
0,8fptk 12,0 3,5 8,5 3,0
S1 S2 S3 S4 S5 S6
Perda por atrito (MPa) 1406 1398 1390 1382 1371 1355
Perda por cravação (MPa) 1286 1294 1302 1310 1321 1337
Perda por deformação
1265 1272 1278 1282 1285 1297
imediata (MPa)
Perda por fluência do
1150 1154 1148 1127 1090 1087
concreto (MPa)
Perda por retração (MPa) 1084 1088 1082 1061 1024 1021
Perda por relaxação do aço
1024 1028 1022 1001 964 961
(MPa)
Perdas Lentas Total (MPa) 241 244 256 281 321 336
41
Obtido o total de perdas de tensão em cada seção, pode-se obter os valores das forças
de protensão reais necessário em cada seção. Para tanto, basta multiplicar a tensão em cada
seção após as perdas imediatas, pela área total da seção dos cabos.
Conforme visto anteriormente, a área dos 5 cabos com 7 cordoalhas de ½” é igual a
35cm².
É necessário verificar as tensões antes e depois das perdas imediatas, portanto
devemos encontrar as tensões após as perdas imediatas e a variação de tensão com as perdas
lentas.
S1 S2 S3 S4 S5 S6
N (kN)
4428 4452 4473 4487 4498 4540
Após perdas imediatas
∆N (kN)
844 854 896 984 1124 1176
Perdas lentas
Tensão de protensão na face inferior e superior após a ocorrência das perdas imediatas:
𝑁 𝑁𝑒 𝑁 𝑁𝑒
𝜂𝑖 = − − ; 𝜂𝑠 = − +
𝐴 𝑊𝑖 𝐴 𝑊𝑠
Seção 1
𝑁 4428
𝜂𝑖 = 𝜂𝑠 = − = = −726
𝐴 0,61 × 10
Δ𝑁 844
Δ𝜂𝑖 = Δ𝜂𝑠 = + = = 138
𝐴 0,61 × 10
Seção 2
𝑁 𝑁𝑒 4452 4452 × 0,13
𝜂𝑖 = − − =− − = −1051
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10
42
𝑁 𝑁𝑒 4452 4452 × 0,13
𝜂𝑠 = − + =− + = −454
𝐴 𝑊𝑠 0,61 × 10 0,21 × 10
Seção 3
𝑁 𝑁𝑒 4473 4473 × 0,27
𝜂𝑖 = − − =− − = −1051
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10
Seção 4
𝑁 𝑁𝑒 4487 4487 × 0,39
𝜂𝑖 = − − =− − = −1060
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10
Seção 5
𝑁 𝑁𝑒 4498 4498 × 0,51
𝜂𝑖 = − − =− − = −1062
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10
43
ΔN ΔNe 1124 1124 × 0,51
Δηi = + + =+ + = 265
A Wi 0,61 × 10 0,18 × 10
ΔN ΔNe 1124 1124 × 0,51
Δηs = + − =+ − = 115
A Ws 0,61 × 10 0,21 × 10
Seção 6
𝑁 𝑁𝑒 4540 4540 × 0,56
𝜂𝑖 = − − =− − = −1072
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10
44
Tabela 11 - Quadro final de tensões
Seção Tensão (MPa) pp prot i sp perdas sa
p 0,0 -7,3 0,0 1,4 0,0
si
S - -7,3 -7,3 -5,9 -5,9
S1
p 0,0 -7,3 0,0 1,4 0,0
ss
S - -7,3 -7,3 -5,9 -5,9
p 2,5 -10,5 1,3 2,0 3,3
si
S - -8,0 -6,7 -4,7 -1,4
S2
p -2,2 -4,6 -1,2 0,9 -2,9
ss
S - -6,8 -8,0 -7,1 -10,0
p 4,4 -13,9 2,3 2,8 5,8
si
S - -9,5 -7,2 -4,4 1,4
S3
p -4,0 -1,5 -2,1 0,3 -5,2
ss
S - -5,5 -7,6 -7,3 -12,5
p 5,8 -16,9 3,1 3,7 7,6
si
S - -11,1 -8,0 -4,4 3,3
S4
p -5,2 1,1 -2,8 -0,2 -6,9
ss
S - -4,1 -6,9 -7,1 -14,0
p 6,6 -19,9 3,5 4,9 8,7
si
S - -13,2 -9,7 -4,9 3,8
S5
p -6,0 3,7 -3,1 -0,9 -7,9
ss
S - -2,2 -5,4 -6,3 -14,1
p 6,9 -21,3 3,6 5,5 9,1
si
S - -14,4 -10,7 -5,2 3,9
S6
p -6,2 4,9 -3,3 -1,3 -8,2
ss
S - -1,3 -4,6 -5,9 -14,1
45
Tabela 12 - Quadro final de tensões após a alteração do fck
Seção Tensão (MPa) pp prot i sp perdas sa
p 0,0 -7,3 0,0 1,3 0,0
si
S - -7,3 -7,3 -6,0 -6,0
S1
p 0,0 -7,3 0,0 1,3 0,0
ss
S - -7,3 -7,3 -6,0 -6,0
p 2,5 -10,5 1,3 1,9 3,3
si
S - -8,0 -6,7 -4,8 -1,6
S2
p -2,2 -4,6 -1,2 0,8 -2,9
ss
S - -6,8 -8,0 -7,2 -10,1
p 4,4 -14,0 2,3 2,6 5,8
si
S - -9,6 -7,2 -4,6 1,2
S3
p -4,0 -1,5 -2,1 0,3 -5,2
ss
S - -5,5 -7,6 -7,3 -12,6
p 5,8 -16,9 3,1 3,4 7,6
si
S - -11,1 -8,1 -4,7 2,9
S4
p -5,2 1,1 -2,8 -0,2 -6,9
ss
S - -4,1 -6,9 -7,1 -14,0
p 6,6 -19,9 3,5 4,5 8,7
si
S - -13,3 -9,8 -5,3 3,4
S5
p -6,0 3,7 -3,1 -0,8 -7,9
ss
S - -2,2 -5,4 -6,2 -14,1
p 6,9 -21,3 3,6 5,1 9,1
si
S - -14,5 -10,8 -5,7 3,3
S6
p -6,2 4,9 -3,3 -1,2 -8,2
ss
S - -1,3 -4,6 -5,8 -13,9
Vsd (t)
pp 19,7
g 10,4
q 26,0
Podemos obter graficamente os ângulos de saída dos cabos na seção do apoio, onde
ocorrem estes momentos máximos:
𝑁𝑚é𝑑, 𝑆1 = 3665𝑘𝑁
𝑑 = 1,15𝑚
𝑉𝑆𝑑 62,5
𝜏𝑤𝑑 = = = 466 𝑡⁄𝑚2 = 4,66𝑀𝑃𝑎
𝑏𝑤 𝑑 0,12 × 1,15
𝑓𝑐𝑘 40 40
𝜏𝑤𝑑2 = 0,27 (1 − ) 𝑓𝑐𝑑 = 0,27 (1 − ) = 6,48𝑀𝑃𝑎 = 0,648𝑘𝑁/𝑐𝑚2
250 250 1,4
𝑓𝑐𝑘 40 40
𝜏𝑤𝑑2 = 0,27 (1 − ) 𝑓𝑐𝑑 = 0,27 (1 − ) = 6,48𝑀𝑃𝑎 = 0,648𝑘𝑁/𝑐𝑚2
250 250 1,4
2⁄ 2⁄
𝜏𝑐0 = 0,009𝑓𝑐𝑘 3 = 0,009 × 40 3 = 1,05𝑀𝑃𝑎 = 0,105𝑘𝑁/𝑐𝑚2
Adotar 𝜙10𝑐/14𝑐𝑚
47
5.9 Resultados da planilha de dimensionamento de vigas isostáticas
1-Dados da estrutura
Viga bi-apoiada
Vão L= 26,0 m
fck= 40 MPa
2-Propriedades geométricas
B1= 110 cm
B2= 70 cm
B3= 15 cm
D1= 125 cm
D2= 20 cm
D3= 5 cm
D4= 15 cm
D5= 30 cm
SEM LAJE
Área 0,6075 m²
yi 0,66 m
ys 0,59 m
Inércia 0,1224 m4
Wi 0,1861 m³
Ws 0,2065 m³
Mg+q 2366,00
Wi,nec 0,0959 m³
3-Análise Estrutural
PP viga Envoltória
M 1283,34kNm 3649,34kNm
si 6,89 MPa 19,61 MPa
ss 6,21 MPa 17,67 MPa
P 1481 kN 4212 kN
48
r (CG cabos) e
10cm 0,56m
Nc
120 kN
Nc
7 φ12,5
S1 S2 S3 S4 S5 S6
l (m) 0,00 2,60 5,20 7,80 10,40 13,00
Σα (°) 0,00 0,11 0,22 0,44 1,21 3,08
(μΣα+kl) (rad) 0,000 0,006 0,011 0,017 0,025 0,037
σ (MPa) 1406 1398 1390 1382 1371 1355
49
5-Perdas por cravação
d Ea U
0,005 200000 500
S1 S2 S3 S4 S5 S6
N (kN) 4530 4557 4585 4614 4652 4708
e (cm) 0,00 0,13 0,27 0,39 0,51 0,56
Mpp 0 462 821 1078 1232 1283
sc(MPa) -7,46 -7,64 -8,47 -9,89 -12,41 -13,95
e -2,33E-04 -2,38E-04 -2,64E-04 -3,09E-04 -3,87E-04 -4,35E-04
Dsa(MPa) -19 -19 -21 -25 -31 -35
sa (MPa) 1267 1275 1281 1285 1290 1302
S1 S2 S3 S4 S5 S6
N (kN) 4464 4490 4510 4527 4543 4586
sc(MPa) -7,35 -7,52 -8,30 -9,64 -12,00 -13,43
e -5,04E-04 -5,16E-04 -5,70E-04 -6,62E-04 -8,24E-04 -9,22E-04
Dsa(MPa) -101 -103 -114 -132 -165 -184
sa (MPa) 1167 1172 1167 1153 1125 1118
S1 S2 S3 S4 S5 S6
sa(MPa) 1101 1106 1101 1087 1059 1052
50
9-Perda por relaxação do aço
Dsa(MPa)
-60
S1 S2 S3 S4 S5 S6
sa(MPa) 1041 1046 1041 1027 999 992
S1 S2 S3 S4 S5 S6
Perda por atrito (MPa) 1406 1398 1390 1382 1371 1355
Perda por cravação (MPa) 1286 1294 1302 1310 1321 1337
Perda por deformação imediata (MPa) 1267 1275 1281 1285 1290 1302
Perda por fluência do concreto (MPa) 1167 1154 1148 1127 1090 1087
Perda por retração (MPa) 1101 1106 1101 1087 1059 1052
Perda por relaxação do aço (MPa) 1041 1046 1041 1027 999 992
Tensão após perdas imediatas(MPa) 1267 1275 1281 1285 1290 1302
Perdas Lentas Total (MPa) -227 -229 -240 -258 -291 -310
S1 S2 S3 S4 S5 S6
N (kN)
4464 4490 4510 4527 4543 4586
Após perdas
ΔN (kN)
-799 -807 -845 -910 -1024 -1093
Perdas lentas
Seção S1 S2 S3 S4 S5 S6
hi (MPa) -7,3 -10,5 -14,0 -16,9 -19,9 -21,3
hs (MPa) -7,3 -4,6 -1,5 1,1 3,7 4,9
Dhi (MPa) 1,3 1,9 2,6 3,4 4,5 5,1
Dhs (MPa) 1,3 0,8 0,3 -0,2 -0,8 -1,2
51
Bordo inferior da seção Bordo superior da seção
scmáx= -27 MPa sCmín= -20 MPa
sTmáx= 4 MPa sTmín= 4 MPa
11-Cálculo ao cisalhamento
améd 2,8
Nméd,S1 3665 kN
Vp -17,9 t
Vpp+g+q 56,1 t
VPd -16,1 t
VSd 62,5 t
bw 0,12 m
d 1,15 m
τwd 4,66 MPa
τwd2 6,48 MPa Compressão na biela verificada
τc0 1,05 MPa
ρw 9,21 MPa >pwmin
Asw 5,37 cm²/m
Diâmetro 10
Espaçamento 14,82cm
Adotar φ10c/14
52
6 Conclusão
Ao longo deste estudo, realizou-se os devidos cálculos e verificações para dimensionar
uma viga isostática protendida bem como lançou-se luzes sobre os conceitos de protensão,
perdas imediatas e diferidas e análise final da viga após as referidas perdas, sem, todavia,
almejar esgotar a temática. Salienta-se tratar de estudo introdutório, porém importante, visto
que significativa parte da doutrina acredita na subutilização do concreto protendido, e alerta
sobre seus benefícios.
53
7 Bibliografia
54