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Pg-2018-Projeto e Cálculo de Uma Viga em Concreto Protendido

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE ENGENHARIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
E AÇO

PROJETO E CÁLCULO DE UMA VIGA EM CONCRETO PROTENDIDO

DAVID RESENDE
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO E AÇO

PROJETO E CÁLCULO DE VIGAS EM CONCRETO PROTENDIDO

DAVID RESENDE

Trabalho Final apresentado ao Departamento de


Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da
Universidade Federal de Minas Gerais, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de "Especialista
em Análise e Dimensionamento de Estruturas de Concreto
Armado e Aço".

Comissão Examinadora:

____________________________________
Prof. Sebastião Salvador, D.Sc.
DEES – UFMG (Orientador)

_________________________________
Prof. Ney Amorim, D.Sc.
DEES – UFMG

Belo Horizonte, 14 de março de 2018

2
AGRADECIMENTOS

À minha mãe Zuleica, minha irmã Júlia e a Sara, pelo exemplo e pelo apoio incondicional.

Ao professor Sebastião Salvador, pela confiança e apoio.

3
RESUMO

Este estudo discorre sobre o cálculo estrutural em concreto protendido, no que diz
respeito as considerações de cálculo e projeto de vigas protendidas. Para tal, pretende-se
analisar uma viga isostática, por entender que ela apresenta de forma mais simples o tema do
concreto protendido bem como lançar luzes sobre esse tema pouco tratado no mercado e nas
universidades quando comparado ao concreto armado convencional.
Alem disso, pretende-se analisar detidamente as perdas imediatas e diferidas no
concreto e no aço sob protensão e os tipos de protensão.

Palavras-chave: Concreto protendido. Viga protendida. Pontes.

4
ABSTRACT

This study discuss about the structural calculation in prestressed concrete, as well as
calculation and design of prestressed beams. In order to do so, we intend to analyze an
isostatic beam, since it presents a simpler way to study the subject of the prestressed concrete
as well as to discuss on this untreated topic in the market and in the universities when
compared to conventional reinforced concrete.
In addition, we intend to carefully analyze the immediate and deferred losses in the
prestressed concrete and the types of pretension.

Keywords: Prestressed concrete. prestressed beam. Bridge.

5
ÍNDICE

AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................................... 3
.RESUMO .............................................................................................................................................................. 3
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................................... 8
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................................... 8
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 9
2 OBJETIVOS................................................................................................................................................. 9
3 CONCEITOS GERAIS DE PROTENSÃO ............................................................................................. 10
3.1 CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................................................... 11
3.2 FASES DE PROTENSÃO ......................................................................................................................... 12
3.2.1 Montagem das armaduras ............................................................................................................. 12
3.2.2 Montagem das formas e concretagem ........................................................................................... 13
3.2.3 Protensão ....................................................................................................................................... 13
3.2.4 Ancoragem ..................................................................................................................................... 14
3.2.5 Aderência através de injeção de nata de cimento na bainha......................................................... 15
3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS ....................................................................................................... 15
4 MATERIAIS .............................................................................................................................................. 17
4.1 CONCRETO .............................................................................................................................................. 17
4.1.1 Retração ........................................................................................................................................ 17
4.1.2 Fluência ......................................................................................................................................... 18
4.1.3 Resistência à tração e compressão ................................................................................................ 19
4.2 AÇOS PARA PROTENSÃO..................................................................................................................... 19
4.2.1 Fios encruados e fios por trefilação .............................................................................................. 19
4.2.2 Cordoalhas .................................................................................................................................... 20
4.2.3 Propriedades mecânicas................................................................................................................ 20
4.2.4 Relaxação do aço........................................................................................................................... 21
5 CÁLCULO DE UMA VIGA ISOSTÁTICA PROTENDIDA ................................................................ 22
5.1 DADOS DA ESTRUTURA ....................................................................................................................... 22
5.2 CÁLCULO DA SEÇÃO NECESSÁRIA ................................................................................................. 22
5.3 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS ................................................................................................ 23
5.4 DETERMINAÇÃO DA FORÇA DE PROTENSÃO .............................................................................. 24
5.5 ESTUDO DA PEÇA À FLEXÃO ............................................................................................................. 25
5.6 ESTUDO DAS PERDAS ........................................................................................................................... 25
5.6.1 Perdas por atrito ........................................................................................................................... 26
5.6.2 Perdas por cravação ..................................................................................................................... 29
5.6.3 Perdas por deformação imediata .................................................................................................. 31
5.6.4 Perdas por fluência do concreto .................................................................................................... 36
5.6.5 Perdas por retração....................................................................................................................... 40
5.6.6 Perdas por relaxação do aço ......................................................................................................... 41

6
5.7 QUADRO DE TENSÕES .......................................................................................................................... 41
5.8 DIMENSIONAMENTO DOS ESTRIBOS .............................................................................................. 46
5.9 RESULTADOS DA PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO DE VIGAS ISOSTÁTICAS ............. 48
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................................................ 53
7 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 54

7
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – TENSÕES NO ESTÁDIO I NUMA VIGA PROTENDIDA (RODRIGUES, 2008) ........................................... 10
FIGURA 2 – CARGA EQUIVALENTE EXERCIDA POR UM CABO PARABÓLICO NUMA VIGA PROTENDIDA (RODRIGUES,
2008) ............................................................................................................................................................ 11
FIGURA 3 – MONTAGEM DAS ARMADURAS E FIXAÇÃO DAS BAINHAS (RODRIGUES,2008) .................................. 12
FIGURA 4 – MONTAGEM DAS FORMAS E CONCRETAGEM ........................................................................................ 13
FIGURA 5 – MACACO HIDRÁULICO EXECUTANDO A PROTENSÃO E CONTROLE DE TENSÕES .................................... 13
FIGURA 6 – ETAPAS DA OPERAÇÃO DE PROTENSÃO (CATÁLOGO RUDLOFF) ........................................................... 14
FIGURA 7 - ANCORAGENS ATIVAS TIPO E, B, EL E AF ........................................................................................... 14
FIGURA 8 - ANCORAGENS PASSIVAS TIPO U, H E PC .............................................................................................. 14
FIGURA 9 - ANCORAGENS DE EMENDA TIPO K E UK .............................................................................................. 15
FIGURA 10 - ANCORAGENS INTERMEDIÁRIAS TIPO Z .............................................................................................. 15
FIGURA 11 – REPRESENTAÇÃO DE UM ESQUEMA DE PROTENSÃO PARA INJEÇÃO DE NATA DE CIMENTO ................. 15
FIGURA 12 - VALORES CARACTERÍSTICOS SUPERIORES DA DEFORMAÇÃO ESPECIFICA DE RETRAÇÃO ΕCS(T,T0) E
DO COEFICIENTE DE FLUÊNCIA Φ(T,T0) (TABELA 8.2 DA NBR6118:2014) .................................................. 19

FIGURA 13 – DETALHE DE UMA CORDOLHA DE 7 FIOS ............................................................................................ 20


FIGURA 14 – CÁLCULO DAS ÁREAS NA PERDA POR CRAVAÇÃO .............................................................................. 30

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – RESUMO DAS PERDAS POR ATRITO ...................................................................................................... 29


TABELA 2 – TENSÕES APÓS AS PERDAS POR ATRITO E CRAVAÇÃO.......................................................................... 31
TABELA 3 – TENSÕES APÓS AS PERDAS POR ATRITO E CRAVAÇÃO.......................................................................... 36
TABELA 4 - VALORES CARACTERÍSTICOS SUPERIORES DA DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA DE RETRAÇÃO ..................... 37
TABELA 5 – TENSÕES APÓS AS PERDAS POR ATRITO E CRAVAÇÃO.......................................................................... 40
TABELA 6 – TENSÕES APÓS AS PERDAS POR RETRAÇÃO ......................................................................................... 40
TABELA 7 - VALORES DE 𝜓1000 EM PORCENTAGEM ............................................................................................. 41
TABELA 8 – TENSÕES APÓS TODAS AS PERDAS ....................................................................................................... 41
TABELA 9 – FORÇAS DE PROTENSÃO ...................................................................................................................... 42
TABELA 10 - VALORES DAS TENSÕES EM CADA SEÇÃO, ......................................................................................... 44
TABELA 11 - QUADRO FINAL DE TENSÕES .............................................................................................................. 45
TABELA 12 - QUADRO FINAL DE TENSÕES APÓS A ALTERAÇÃO DO FCK .................................................................. 46

8
1 INTRODUÇÃO
Segundo Evandro Porto Duarte, “No setor de projetos, devem ter 10 mil calculistas de
concreto armado; desses, talvez uns 200 saibam calcular concreto protendido”.
Além de ser uma tecnologia com diversas utilidades, o concreto protendido pode ser
utilizado em diversas obras, mas o seu emprego ainda não está próximo do seu potencial.
Parte dessa culpa está na pouca divulgação e na setorização de seu conhecimento.
Neste trabalho será calculado uma viga isostática protendida completa, passo a passo e de
forma didática seguindo as normas vigentes.

2 OBJETIVOS
O propósito maior deste trabalho é portanto, aprender mais sobre o tema do concreto
protendido e divulgar para os demais interessados mais sobre essa área que tem tanto
potencial de crescimento e desenvolvimento científico.

9
3 CONCEITOS GERAIS DE PROTENSÃO
Concreto protendido pode ser definido como um concreto submetido a um estado
permanente de tensões internas, introduzidas por uma armadura previamente tracionada, que
se opõem, até limites desejados, às tensões provocadas por cargas externas (RODRIGUES,
2008).
O grande incoveniente do concreto armado é que a sua armadura somente começa a
trabalhar quando a peça é solicitada e, com isso, pelo efeito da aderência, a deformação do
concreto acompanha a do aço, acarretando tensões de tração não só no aço como no concreto,
que acaba por fissurar e, com isso, perde sua capacidade de proteção da armadura e perde
seção colaborante com a consequente diminuição de inércia (DUARTE, 2015).
Em uma viga protendida com um cabo reto localizado a uma distância e
(excentricidade) do eixo baricêntrico da seção transvesal. Sendo:
P = força de protensão
M = momento fletor causado pela carga q
I = momento de inércia da seção transversal de concreto
A = área da seção transversal de concreto
as tensões resultantes que atuam a uma distância y do cg da seção serão dadas por
𝑃 𝑃𝑒𝑦 𝑀𝑦
𝜎(𝑦) = ± ±
𝐴 𝐼 𝐼

Figura 1 – Tensões no Estádio I numa viga protendida (RODRIGUES, 2008)

10
Figura 2 – Carga equivalente exercida por um cabo parabólico numa viga protendida (RODRIGUES,
2008)

Duarte (2015) descreve que o traçado do cabo parabólico faz com que se visualize
fisicamente duas grandes virtudes da protensão:
 A inclinação do cabo na região do apoio fornece componentes que combatem ao
mesmo tempo o esforço cortante e o momento fletor;
 A curvatura do cabo, através do seu tensionamento e a tendência a se retificar
conduz a introdução de forças verticais de baixo para cima (forças de desviação),
que combatem as cargas externas, reduzindo no todo o carregamento atuante na
peça.

3.1 Classificação
Segundo Machado (2007) o concreto protendido pode ser classificado em
 Concreto com armadura ativa pré-tracionada (protensão com aderência inicial) – A
ancoragem no concreto realiza-se só por aderência;
 Concreto com armadura ativa pós-tracionada (protensão com aderência posterior) –
Após o estiramento dos cabos, a aderência é criada de modo permanente através da
injeção das bainhas. Uma das grandes vantagens é que na eventualidade de ocorrer a
ruptura de algum cabo, a estrutura absorverá e diluirá as tensões decorrentes do
rompimento;
 Concreto com armadura ativa pós-tracionada (protensão sem aderência) – Não
ocorre aderência entre os aços protendidos e a massa de concreto envolvente.
Geralmente constituído de cordoalhas protendidas engraxadas em mangueiras de
polietileno de alta densidade, onde a movimentação dentro das bainhas é permitida
pela camada lubrificante. Por não haver aderência, os esforços de protensão ficam
concentrados nas ancoragens. Essa concentração de forças exige que as ancoragens
sejam produzidas com elevados padrões de qualidade e resistência. Por outro lado,
por utilizar geralmente monocordoalhas, os macacos de protensão são de pequeno

11
porte e peso e os cabos são leves e muito flexiveis, permitindo curas verticais e
horizontais.

3.2 Fases de Protensão


3.2.1 Montagem das armaduras

Consiste na montagem das armaduras passivas e fixação das bainhas seguindo o


traçado definido pelo projeto . As bainhas podem ser fixadas aos estribos, com ou sem as
cordoalhas no seu interior, dependento do traçado e da extensão do cabo.

Figura 3 – Montagem das armaduras e fixação das bainhas (RODRIGUES,2008)

12
3.2.2 Montagem das formas e concretagem

Figura 4 – Montagem das formas e concretagem

3.2.3 Protensão

Segundo o catálogo da Rudloff a operação de protensão é aplicada através de macacos


hidráulicos e bombas de alta pressão. Normalmente, é composta pelas etapas de preparação,
colocação do equipamento, protensão das cordoalhas, cravação e acabamento.

Figura 5 – Macaco hidráulico executando a protensão e controle de tensões


Como apresentado na Figura 6 a operação de protensão segue as seguintes etapas:

13
1 – Colocação de blocos e cunhas 2 – Posicionamento do macaco de protensão

3 – Tracionamento das cordoalhas 4 – Cravação das cunhas 5 – Corte das pontas das cordoalhas
e fechamento dos nichos

Figura 6 – Etapas da operação de protensão (Catálogo Rudloff)

3.2.4 Ancoragem

Segundo o catálogo da Rudloff, as ancoragens são dispositivos capazes de manter o


cabo em estado de tensão, transmitindo a força de protensão ao concreto ou ao elemento
estrutural. São basicamente de quatro tipos:
• Ancoragens ativas tipo E, B, EL e AF: são as ancoragens nas quais se promove o estado de
tensão no cabo, através do macaco de protensão.

Figura 7 - Ancoragens ativas tipo E, B, EL e AF


• Ancoragens passivas tipo U, H e PC: são dispositivos embutidos no concreto, destinados a
fixar a extremidade do cabo oposta àquele da ancoragem ativa. Somente recebem o esforço
advindo da protensão executada na ancoragem ativa. A transferência da força de protensão
para o concreto se dá por aderência das cordoalhas e por tensões de compressão entre a
ancoragem e o concreto.

Figura 8 - Ancoragens passivas tipo U, H e PC


• Ancoragens de emenda tipo K e UK: são combinações de duas ancoragens, uma passiva e
uma ativa, que permitem a continuação de cabos a partir de pontos intermediários.

14
Figura 9 - Ancoragens de emenda tipo K e UK

• Ancoragens intermediárias tipo Z: são ancoragens posicionadas no meio dos cabos, quando
suas extremidades forem inacessíveis para a protensão.

Figura 10 - Ancoragens intermediárias tipo Z

As combinações de ancoragens mais comuns são duas ativas ou uma ativa e uma
passiva, as quais podem ser adotadas para protensão com ou sem aderência.

3.2.5 Aderência através de injeção de nata de cimento na bainha

A injeção de nata de cimento nas bainhas garante a aderência mecânica da armadura


de protensão ao concreto em todo o comprimento do cabo, além de assegurar a protensão das
cordoalhas contra a corrosão.

Figura 11 – Representação de um esquema de protensão para injeção de nata de cimento

3.3 Vantagens e Desvantagens


Segundo Thomaz (2004) e Rodrigues (2008), a adoção da solução do concreto protendido
apresenta as seguintes vantagens:

15
 Devido à utilização de materiais de resistência muito mais alta (Aço e Concreto)
pode-se construir estruturas mais esbeltas e com vãos maiores, com menor peso
próprio, do que quando se constrói com o concreto armado.
 Enquanto para o Concreto protendido as vigas seguem a relação de Vão/17 a
Vão/20, a altura das vigas em pontes rodoviárias para concreto armado variam entre
Vão/10 a Vão/12.
 A protensão aumenta a vida útil das estruturas, pois as fissuras são evitadas, ou
mesmo se existirem fissuras, as aberturas são mínimas . Isto aumenta a
durabilidade.
 As deformações permanecem muito pequenas, porque as estruturas sob as cargas de
serviço, mesmo com protensão parcial, praticamente permanecem no estádio I.
 Estruturas de Concreto Protendido têm uma grande resistência à fadiga, pois a
variação de tensão nas armaduras protendidas é pequena, mesmo no caso de
protensão parcial. Por isso as tensões ficam bem abaixo das tensões limites de
resistência à fadiga.
 Estruturas em Concreto Protendido podem suportar grandes sobrecargas sem sofrer
danos permanentes. As fissuras devidas às sobrecargas fecham novamente, desde
que os alongamentos das armaduras fiquem abaixo do limite de 0,1 ‰ (0,1 mm/m).
 Eliminação da fissuração: O grande inconveniente do concreto armado, é que sua
armadura somente começa a trabalhar quando a peça é solicitada, e com isto, pelo
efeito da aderência, a deformação do concreto acompanha a do aço, acarretando
tensões de tração não só no aço como no concreto, levando-o à fissuração. Com
isto, o concreto armado perde duas de suas capacidades vitais: Proteção da
armadura e seção colaborante para inércia, acarretando maiores tensões e
deformações;
 A prévia compressão do concreto protendido, combate futuras tensões de tração
pois não permite (ou pouco permite) que a seção seja tracionada e sim,
descomprimida.
 Redução das dimensões da seção transversal: O emprego obrigatório de aços de alta
resistência, associado a concretos de maior resistência, permite a redução das
dimensões da seção transversal, com redução substancial do peso próprio.
 Diminuição da flecha: A protensão praticamente elimina a presença de seções
fissuradas.

16
 Tem-se, assim, redução da flecha por eliminar a queda da rigidez a flexão
correspondente à seção fissurada.
 Desenvolvimento de métodos construtivos: A protensão permite criar sistemas
construtivos diversos: balanços sucessivos, premoldados, etc.
Entretanto, os mesmos autores destacam as seguintes desvantagens:

 Corrosão do aço de protensão: Assim como os aços do concreto armado, as


armaduras de protensão também sofrem com a corrosão eletrolítica. Além disso
apresentam outro tipo de corrosão, denominada de “corrosão sob tensão” (stress-
corrosion) fragilizando a seção da armadura, além de propiciar a ruptura frágil,
motivo pelo qual a armadura protendida deve ser muito bem protegida;
 Perdas da força de protensão: são todas as perdas verificadas nos esforços aplicados
aos cabos de protensão;
 Qualidade da injeção de nata nas bainhas e da capa engraxada nas cordoalhas
engraxadas;
 Forças altas nas ancoragens;
 Controle de execução mais rigoroso, carecendo de mão de obra especializada;

4 MATERIAIS
4.1 Concreto
Todas as propriedades do concreto, utilizadas nas estruturas de concreto armado, são
replicadas nas estruturas de concreto protendido. Entretanto, duas delas têm significado
especial ao serem computadas as perdas devidas à protensão, que serão detalhadas à diante.
Trata-se de Retração e da Fluência do concreto, descritas à seguir:

4.1.1 Retração

Segundo Amorim (2010) a retração no concreto é uma deformação independente do


carregamento e, portanto, de direção sendo, pois uma deformação volumétrica que ocorre
devido à perda de parte da água dissociada quimicamente do processo de produção do
concreto, quando esse “seca” em contato com o ar. Segundo a NBR 6118:2014 depende da
umidade relativa do ambiente, da consistência do concreto no lançamento e da espessura
fictícia da peça.

17
A água em excesso é necessária para dar trabalhabilidade ao concreto fresco. Em
contato com o ar, o concreto perde parte da água não fixada quimicamente durante sua
secagem ocorrendo assim uma diminuição do seu volume. A retração é, portanto, a
deformação independente de carregamento provocada pela perda da água livre quando o
concreto se encontra em contato com o ar. Parte da retração é irreversível.

Dentre os fatores que influenciam a retração, os principais são:


 Idade do concreto: a retração aumenta com a idade.
 Umidade do meio ambiente: a retração aumenta com a diminuição da umidade.
 Espessura da peça: a retração aumenta com a diminuição da espessura da peça.
 Composição do concreto: a retração aumenta com o consumo de cimento e com o
aumento do fator água/cimento.
 Temperatura do meio ambiente: a retração aumenta com a temperatura,

4.1.2 Fluência

Segundo Amorim (2010), a fluência é uma deformação que depende do carregamento


e é caracterizada pelo aumento da deformação imediata ou inicial, mesmo quando se mantém
constante a tensão aplicada. Devido a essa deformação imediata ocorrerá uma redução de
volume da peça, provocando esse fato uma expulsão da água quimicamente inerte, de
camadas mais internas para regiões superficiais da peça, onde a mesma já tenha se evaporado.
Isso desencadeia um processo, ao longo do tempo, análogo ao da retração, verificando-se
dessa forma um crescimento da deformação inicial, até um valor máximo no tempo infinito.
Tanto a retração como a fluência podem ser calculados a partir da tabela 8.2 da
NBR6118:2014.

18
Umidade média ambiente (%) 40 55 75 90
Espessura fictícia
2Ac/u 20 60 20 60 20 60 20 60
(cm)

5 4,6 3,8 3,9 3,3 2,8 2,4 2 1,9


Concreto
das classes 30 3,4 3 2,9 2,6 2,2 2 1,6 1,5
C20 a C45 60 2,9 2,7 2,5 2,3 1,9 1,8 1,4 1,4

5 2,7 2,4 2,4 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5


Concreto t0 dias
das classes 30 2 1,8 1,7 1,6 1,4 1,3 1,1 1,1
C50 a C90 60 1,7 1,6 1,5 1,4 1,2 1,2 1 1
5 -0,53 -0,47 -0,48 -0,43 -0,36 -0,32 -0,18 -0,15
‰ 30 -0,44 -0,45 -0,41 -0,41 -0,33 -0,31 -0,17 -0,15
60 -0,39 -0,43 -0,36 -0,4 -0,3 -0,31 -0,17 -0,15

Figura 12 - Valores característicos superiores da deformação especifica de retração εcs(t,t0) e do


coeficiente de fluência φ(t,t0) (Tabela 8.2 da NBR6118:2014)

4.1.3 Resistência à tração e compressão

Segundo Duarte (2015), os estágios que limitarão as maiores tensões de compressão


podem ser estimadas por:

 Na fibra inferior, na solicitação de pp+protensão: o valor da máxima tensão de


compressão deverá ser inferior (devido às perdas de protensão) a 2/3 de fck;

 Na fibra superior, na ocorrência de todos os carregamentos, o valor máximo igual a


fck/2.

4.2 Aços para protensão


4.2.1 Fios encruados e fios por trefilação

Classificação (NBR 7482)


Conforme a resistência à tração, classificam-se nas categorias CP150, CP160 e CP170
Conforme o comportamento à relaxação, classificam-se em relaxação normal (RN) e
relaxação baixa (RB)
São fabricados com diâmetros de 4, 5, 6, 7 e 8 mm.
A resistência dos aços utilizados em concreto protendido (160MPa, 170MPa) são
muito superiores aos utilizados no concreto armado (50MPa, 60MPa). Essa diferença na
resistência dos aços para armadura passiva e ativa ocorre pois, por um lado, os aços como o
CA-50, não resistiriam as forças de protensão praticadas no concreto protendido.

19
Por outro lado, os aços como o CP-160 são anti-economômicos caso fossem utilizados
para o concreto armado. A fissuração depende da tensão e do módulo de elasticidade, mas
como o último é praticamente o mesmo, quanto maior a resistência característica do aço,
maior a fissuração (𝜎𝑠 ∝ 𝜔𝑘 ), ou seja, a área de aço necessária para os limites de fissuração
seria a mesma tanto de aços das armaduras ativas, mais caros, como para os aços das
armaduras passivas.

4.2.2 Cordoalhas

Cordoalha de sete fios


Constituída de sete fios de mesmo diâmetro nominal, encordoados, numa forma
helicoidal, em torno de um fio central.

Figura 13 – Detalhe de uma cordolha de 7 fios


Cordoalha de dois e três fios
Constituída de dois ou três fios de mesmo diâmetro nominal, encordoados numa forma
helicoidal.
Classificação (NBR 7482)
Cordoalha de sete fios: CP-175 RN ou RB; CP-190 RN ou RB
Cordoalha de dois ou três fios: CP-180 RN

4.2.3 Propriedades mecânicas

fpyk = valor característico da resistência de escoamento

20
fpyd = valor de cálculo da resistência de escoamento
fptk = valor característico da resistência à tração
fptd = valor de cálculo da resistência à tração
fpyd = fpyk / s fptd = fptk / s s = 1,15
fpyk é um valor convencional correspondente à deformação permanente de 0,2%, que é também
considerado como a tensão correspondente a um alongamento total de 1%.
Segundo o item 9.6.1.2 da ABNT NBR 6118:2014, durante as operações de protensão, a
força de tração na armadura não pode superar os valores decorrentes da limitação das tensões
no aço correspondentes a essa situação transitória.
a) Armadura pré-tracionada:
- por ocasião da aplicação da força 𝑃𝑖 , a tensão 𝜎𝑝i da armadura de protensão na saída
do aparelho de tração deve respeitar os limites 0,77 fptk e 0,90 fpyk para aços da classe de
relaxação normal, e 0,77 fptk e 0,85 fpyk para aços da classe de relaxação baixa;
b) Armadura pós-tracionada:
- por ocasião da aplicação da força Pi, a tensão σpi da armadura de protensão na saída do
aparelho de tração deve respeitar os limites 0,74 fptk e 0,87 fpyk para aços da classe de
relaxação normal, e 0,74 fptk e 0,82 fpyk para aços da classe de relaxação baixa;
- para as cordoalhas engraxadas, com aços da classe de relaxação baixa, os valores-
limites da tensão σpi da armadura de protensão na saída do aparelho de tração podem ser
elevados para 0,80 fptk e 0,88 fpyk;
- nos aços CP-85/105, fornecidos em barras, os limites passam a ser 0,72 fptk e 0,88
fpyk, respectivamente.
Segundo o item 9.6.1.2.3 da NBR 6118:2014 por ocasião da aplicação da força Pi se
constatadas irregularidades na protensão, decorrentes de falhas executivas nos elementos
estruturais com armadura pós-tracionada, a força de tração em qualquer cabo pode ser
elevada, limitando a tensão σpi aos valores estabelecidos em 9.6.1.2.1-b) majorados em até
10%, até o limite de 50% dos cabos, desde que seja garantida a segurança da estrutura,
principalmente nas regiões das ancoragens.

4.2.4 Relaxação do aço

A perda de tensão do aço sob deformação constante define a relaxação desse aço.
A relaxação dos aços é determinada por meio de ensaios padronizados, medindo a perda
de tensão em 1.000 horas numa temperatura ambiente de 20ºC , relativa a uma carga igual a

21
80% da carga de ruptura do aço. A NBR 7197/1989 prescreve a sistemática para a execução
desses ensaios.
Os aços de relaxação baixa são obtidos por meio de um tratamento termo-mecânico, e
apresentam apenas 20% da relaxação dos aços RN. As cordoalhas e fios não apresentam
comportamento diferenciado quanto à relaxação, pois a temperatura durante o processo de
estabilização produz uma acomodação dos fios que compõem as cordoalhas.
Os aços de RB (aços estabilizados por processo termo-mecânico) possuem melhor
desempenho para condições normais de aplicação, o que também ocorre para condições
excepcionais, como no caso de temperaturas mais elevadas.

5 CÁLCULO DE UMA VIGA ISOSTÁTICA PROTENDIDA

5.1 Dados da Estrutura


A viga escolhida para esse exmplo se trata de uma viga biapoiada de 26,0m de vão livre,
submetida a um carregamento permanente g=8kN/m e a uma carga acidental q=20kN/m.
Para classe de agressividade II, o concreto deve ter 𝑓𝑐𝑘 ≥ 30𝑀𝑃𝑎.
Etapas do projeto de uma viga podem ser separadas em:
 Definir seção transversal;
 Definr o número de cabos;
 Defnir a armadura passiva;
 Detalhamento.
A espessura da alma deve ser de, no mínimo 15cm, devido à intenção de se utilizar
cabos com 7φ1/2”, de modo a haver espaço suficiente para a concretagem.

5.2 Cálculo da Seção Necessária


Rodrigues (2007) e Duarte (2015) recomendam como critéro de pré-dimensionamento
da seção necessária a seguinte expressão:
𝑀𝑔+𝑞 (𝑔 + 𝑞)𝐿2 ⁄8 (8 + 20)262 ⁄8
𝑊𝑖 𝑛𝑒𝑐 ≥ = = = 0,131𝑚³
2 2 2
3 𝑓𝑐𝑘 − 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 3 𝑓𝑐𝑘 − 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 (3 30𝑀𝑃𝑎 − 2𝑀𝑃𝑎) × 1000

Valor estimado para as perdas lentas = 2𝑀𝑃𝑎.


Módulo resistente elástico necessário abaixo da linha neutra: 𝑊𝑖 𝑛𝑒𝑐 ≥ 0,131𝑚³

22
5.3 Características Geométricas

n yn (cm) An (cm²) ynAn(cm³)


1 115,0 2200 253000,0
2 103,3 237,5 24541,7
3 67,5 1125 75937,5
4 35,0 412,5 14437,5
5 15,0 2100 31500,0
S= 6075 399416,7

Área: 𝐴 = 0,6075m²
Momento de Inércia: 𝐼 = 0,1224m4
Módulo resistente elástico inferior: 𝑊𝑖 = 01863m³, logo 𝑊𝑖 > 𝑊𝑖,𝑛𝑒𝑐
Módulo resistente elástico superior: 𝑊𝑠 = 0,2065m³
Altura da linha neutra com a face inferior: 𝑦𝑖 = 0,66𝑚
Altura da linha neutra com a face superior: 𝑦𝑠 = 0,59𝑚

Área 0,6075m² Inércia 0,1224m4


yi 0,66m Wi 0,1863m³
ys 0,59m Ws 0,2065m³

Carregamento distribuído sobre a viga:


𝑝𝑝 = 0,6075 × 25 = 15,19𝑘𝑁/𝑚
𝑔 = 8,0𝑘𝑁/𝑚
𝑞 = 20𝑘𝑁/𝑚

Determinação dos momentos fletores máximos na viga, neste caso, a seção mais
solicitada se encontra no meio do vão:

23
𝑝𝑝 × 𝐿2 15,19 × 262
𝑀𝑝𝑝 = = = 1283𝑘𝑁𝑚
8 8
𝑔 × 𝐿2 8 × 262
𝑀𝑔 = = = 676𝑘𝑁𝑚
8 8
𝑞 × 𝐿2 20 × 262
𝑀𝑞 = = = 1690𝑘𝑁𝑚
8 8

Determinação das tensões máximas na seção mais solicitada:


𝑀 𝑀
𝜎𝑖 = ; 𝜎𝑠 =
𝑊𝑖 𝑊𝑠

𝑖
𝑀𝑝𝑝 1,283 𝑠
𝑀𝑝𝑝 1,283
𝜎𝑝𝑝 = = = 6,90𝑀𝑃𝑎; 𝜎𝑝𝑝 = = = 6,21𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑖 0,1861 𝑊𝑠 0,2065
𝑀𝑔 0,676 𝑀𝑔 0,676
𝜎𝑔𝑖 = = = 3,63𝑀𝑃𝑎; 𝜎𝑔𝑠 = = = 3,27𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑖 0,1861 𝑊𝑠 0,2065
𝑀𝑞 1,690 𝑀𝑞 1,690
𝜎𝑞𝑖 = = = 9,08𝑀𝑃𝑎; 𝜎𝑞𝑠 = = = 8,18𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑖 0,1861 𝑊𝑠 0,2065

Σ𝜎𝑖 = 6,90 + 3,63 + 9,08 = 19,61𝑀𝑃𝑎


Σ𝜎𝑠 = 6,21 + 3,27 + 8,18 = 17,66𝑀𝑃𝑎

5.4 Determinação da Força de Protensão

3 × 0,08 + 2 × 0,13
r= = 0,10m
5
Centro de Gravidade do cabeamento na seção mais solicitada: adotado 𝑟 = 10𝑐𝑚
𝑒 = 𝑦𝑖 − 𝑟 = 66 − 10 = 56𝑐𝑚
Σ𝜎𝑖 19607
𝑃= = = 4215𝑘𝑁
1 𝑒 1 0,56
+𝑊 +
Á𝑟𝑒𝑎 𝑖 0,6075 0,1863
Será adotado cordoalhas de 7 fios CP 190 RB 12,70

24
Carga máxima de ruptura à 1% de alongamento = 149 kN (NBR7483 e Catálogo Acelor
Mittal)
𝑁𝑐 = 0,82𝑓𝑝𝑦𝑘 = 0,82 × 149,10 = 120𝑘𝑁/𝑐𝑜𝑟𝑑𝑜𝑎𝑙ℎ𝑎
Serão adotadas 5 cordoalhas de 7 fios CP 190 RB 7 x 12,5

5.5 Estudo da Peça à Flexão


Esforços do momento fletor para cada seção:
S1 S2 S3 S4 S5 S6
0 2,6 5,2 7,8 10,4 13
PP viga 0 462 821 1078 1232 1283
Envoltória 0 608 1082 1420 1622 1690

5.6 Estudo das Perdas


Vamos estudar as perdas de protensão, de acordo com o item 9.6.3.3.2.2 da ABNT NBR
6118:2014. Ao ser solicitada, a peça de concreto protendido encurta imediatamente. O aço de
protensão irá acompanhar este encurtamento e perderá força ao longo do tempo. As tensões
nas seções devem ser verificados para o valor inicial e o menor valor da força. A consideração
das perdas pode ser decisiva para que os limites admissíveis das tensões de tração e
compressão nas bordas das seções sejam respeitados.
As perdas são subdivididas em dois grupos: As perdas imediatas e as perdas lentas.

Perdas de Protensão
Imediatas Lentas
Atrito Fluência
Cravação Retração
Deformação Imediata Relaxação

As perdas ditas imediatadas podem ser mensuradas e mesmo controladas quando da


sua manifestação. Isso se faz através da medida dos alongamentos dos cabos, de tal forma que
as forças de protensão efetivamente implantadas nas estruturas de concreto podem ser aferidas
com razoável precisão. O mesmo não ocorre para as perdas lentas, como se manifestam por
um longo tempo, são função da reologia do concreto e das condições ambientes de
temperatura e umidade. Sua avaliação somente é possível através de correlações empíricas
traduzidas na forma de expressões numéricas (MACHADO, 2007).

25
5.6.1 Perdas por atrito

É causada pelo atrito entre o cabo e a bainha ao ser aplicada a força de protensão. Este
efeito é acentuado nas curvas devido à existência do desvio da trajetória dos cabos nas
mesmas e, à constituição corrugada da bainha.
A perda por atrito, segundo o item 9.6.3.3.2.2 da NBR 6118 é quantificada da seguinte
forma:
Nos elementos estruturais com pós-tração, a perda por atrito pode ser determinada pela
expressão:
∆𝑃(𝑥) = 𝑃𝑖 [1 − 𝑒 −(𝜇Σ𝛼+𝑘𝑥) ]
Onde:
𝑃𝑖 é o valor definido em 9.6.1.2.1;
𝑥 é a abscissa do ponto onde se calcula ∆P, medida a partir da ancoragem, expressa em
metros (m);
Σ𝛼é a soma dos ângulos de desvio entre a ancoragem e o ponto de abscissa x, expressa em
radianos (rad);
𝜇 é o coeficiente de atrito aparente entre o cabo e a bainha. Na falta de dados experimentais,
pode ser estimado como a seguir (valores em 1/radianos):
𝜇 0,50 entre cabo e concreto (sem bainha);
𝜇 0,30 entre barras ou fios com mossas ou saliências e bainha metálica;
𝜇 0,20 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica;
𝜇 0,10 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica lubrificada;
𝜇 0,05 entre cordoalha e bainha de polipropileno lubrificada;
k é o coeficiente de perda por metro provocada por curvaturas não intencionais do cabo. Na
falta de dados experimentais, pode ser adotado o valor 0,01𝜇 (1/m).
Segundo Machado (2007), o coeficiente k na realidade não visa tão somente corrigir as
imperfeições de alinhamento (ondulação) mas também problemas construitivos diversos, tais
como flechas entre pontos de suspensão e desvios parasitários tanto nos trechos retos como
nos trechos curvos.
Segundo Duarte (2015), a equação também pode ser escrita como:
𝜎𝑥 = 𝜎0 𝑒 −(𝜇Σ𝛼+𝑘𝑙)
Onde:
𝜎𝑥 Valor da tensão em cada seção após a atuação da perda por atrito;
𝜎0 Tensão máxima aplicada pelo macaco à armadura de protensão ;
26
𝑙 distância da seção de cálculo a seção inicial.

Para a quantificação das perdas de tensão é considerado um cabo único representativo


dos demais, o cabo resultante. Este cabo único é traçado com a média das excentricidades dos
cabos originais em cada seção.

S1 S2 S3 S4 S5 S6
Cabo C1 14 34 56 76 98 112
Cabo C2 34 52 70 87 106 112
Cabo C3 59 73 85 101 114 117
Cabo C4 84 92 102 110 117 117
Cabo C5 104 108 115 115 117 117
Cabo
59 72 86 98 110 115
Equivalente

Assim sendo a excentricidade do cabo equivalente em cada seção será:

27
0,72 − 0,59
𝑆1 → 𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) = 2,9
2,60
0,72 − 0,59 0,86 − 0,72
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆2 → 𝛼 = = 3,0
2
0,86 − 0,72 0,98 − 0,86
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆3 → 𝛼 = = 2,9
2
0,98 − 0,86 1,10 − 0,98
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆4 → 𝛼 = = 2,6
2
1,10 − 0,98 1,15 − 1,10
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆5 → 𝛼 = = 1,9
2
1,15 − 1,10 1,10 − 1,15
𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) + 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( )
2,60 2,60
𝑆6 → 𝛼 = = 0,0
2

A tensão inicial do cabo por norma deverá ser menor que σ0 = 1,1(0,74 × fptk) =
1547MPa. Adotado σ0 = 1406MPa por não apresentar na prática problema na protensão dos
cabos, não solicitando em demasia os fios da cordoalha por estado múltiplo de tensões,
portanto σ0 = 0,74 × fptk = 1406MPa.
Para os demais valores, foram adotados:
𝜇 0,20 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica;
𝑘 = 0,01𝜇 = 0,01 × 0,20 = 0,002
Para l=13,00m
𝛴𝛼 = |3,0 − 2,9| + |2,9 − 3,0| + |2,6 − 2,9| + |1,9 − 2,6| + |0,0 − 1,9| = 3,10
𝜋
𝜇𝛴𝛼 + 𝑘𝑙 = 0,20 × (3,10 ) + 0,002 × 13 = 0,00368 𝑟𝑎𝑑
180
𝜎(𝑥=13,0𝑚) = 𝜎0 𝑒 −(𝜇Σ𝛼+𝑘𝑙) = 1406𝑒 −(0,00368) = 1355𝑀𝑃𝑎

28
Tabela 1 – Resumo das perdas por atrito

l Σα (μΣα+kl) σ
Seção
(m) (°) (rad) (MPa)
1 0,00 0 0,000 1406
2 2,60 0,1 0,006 1398
3 5,20 0,2 0,011 1390
4 7,80 0,5 0,017 1382
5 10,40 1,2 0,025 1371
6 13,00 3,1 0,037 1355

5.6.2 Perdas por cravação

No momento da liberação dos cabos dos macacos, e consequente transferência dos


esforços de protensão para a peça de concreto, ocorre uma acomodação das peças de
ancoragem (cunhas). Os deslocamentos que ocorrem originam as chamadas perdas por
cravação, também chamadas de perdas por encunhamento ou por acomodação da ancoragem.
A cunha sempre penetra na ancoragem quando entra em carga. As perdas por cravação devem
ser determinadas experimentalmente ou adotados os valores indicados pelos fabricantes de
dispositivos de ancoragem.
Essa perda é máxima na região da ancoragem e vai diminuindo a partir da mesma para
o centro da peça, até um ponto determinado em que o atrito anula esse escorregamento.
Nos sistemas que utilizam cunha individual para cada fio ou cordoalha, observam-se
os seguintes valores médios de retorno devido ao encunhamento, para uma dada carga
máxima:
Fio 𝜙 = 7𝑚𝑚 𝛿 = 5𝑚𝑚
Cordoalha 𝜙 = 12,5𝑚𝑚 𝛿 = 6𝑚𝑚 ou 𝛿 = 5𝑚𝑚 (cunha cravada com macaco)

As perdas por cravação podem ser quantificadas igualando-se a energia de retorno das
cordoalhas até serem bloqueadas pelas cunhas (EA 𝛿) com a energia de atrito atuante em
sentido contrário no interior do cabo, devido à acomodação.
𝐸𝐴 𝛿
𝐴=
2
Onde:
𝐸𝐴 é o módulo de elasticidade da cordoalha (2.000.000kg/cm²)
𝛿 é o retorno do cabo

29
Figura 14 – Cálculo das áreas na perda por cravação

Área a ser igualada:


𝐸𝐴 𝛿 200.000 × 0,005
𝑈= = = 500𝑀𝑃𝑎. 𝑚
2 2
Área triangular
𝜎𝑛 − 𝜎𝑛+1
∆𝑛 = × ∆𝑙
2
Áreas trapezoidais
2𝑛 − 1
∆𝑛 = ∆𝑛−1 + 𝜎𝑛 − 𝜎𝑛+1 ( ) ∆𝑙
2

1º Trecho: (S1 a S2) – Área triangular


𝜎1 − 𝜎2 1406 − 1398
∆1 = × ∆𝑙 = × 2,6 = 10𝑀𝑃𝑎. 𝑚 ≪ 𝑈
2 2
2º Trecho: (S1 a S3) – Áreas trapezoidais
2×2−1
∆2 = 10 + (1398 − 1390) ( ) 2,6 = 41𝑀𝑃𝑎. 𝑚 ≪ 𝑈
2
3º Trecho: (S1 a S4) – Áreas trapezoidais
2×3−1
∆3 = 41 + (1390 − 1382) ( ) 2,6 = 93𝑀𝑃𝑎. 𝑚 ≪ 𝑈
2
4º Trecho: (S1 a S5) – Áreas trapezoidais
2×4−1
∆4 = 93 + (1382 − 1371) ( ) 2,6 = 193𝑀𝑃𝑎. 𝑚 ≪ 𝑈
2
5º Trecho: (S1 a S6) – Áreas trapezoidais
2×5−1
∆5 = 193 + (1371 − 1355) ( ) 2,6 = 380𝑀𝑃𝑎. 𝑚 ≪ 𝑈
2

30
Como ∆5 ≪ 𝑈, ainda terá uma queda abaixo da tensão no meio do vão igual a:
(𝑈 − ∆5 ) (500 − 380)
∆= = = 9𝑀𝑃𝑎
5𝑙 5 × 2,60𝑚

Então, a linha de simetria do gráfico estará na tensão:


1355 − 9 = 1346𝑀𝑃𝑎
Portanto, a tensão na seção 6, por exemplo, após a perda por cravação será igual a
perda por atrito em S6 menos 2∆= 18MPa.
𝜎6 = 1355 − 18 = 1337𝑀𝑃𝑎

Tabela 2 – Tensões após as perdas por atrito e cravação

S1 S2 S3 S4 S5 S6

Perda por atrito 1406 1398 1390 1382 1371 1355


Perda por cravação 1286 1294 1302 1310 1321 1337

5.6.3 Perdas por deformação imediata

Ao receber a força de protensão, a viga de concreto sofre uma deformação elástica


imediata, encurtando-se. Concomitantemente ocorre um encurtamento na armadura de
protensão anteriormente protendida. A este encurtamento da armadura protendida,
corresponde um alívio de tensão nos cabos, ocorrendo assim uma perda de protensão.
No caso em estudo está sendo considerado que a viga sofrerá protensão com aderência
posterior, e é constituída por vários cabos. Sendo estes cabos tracionados um de cada vez,
conforme é usual, a deformação do concreto provocado pela força no cabo que está sendo
tracionado, acarreta perda de tensão nos cabos já ancorados.

31
Portanto, iguala-se o encurtamento do concreto ao do aço em cada seção, apenas
levando-se em conta que cada cabo protendido, influencia apenas os que já estão protendidos,
logo:
𝑛−1 𝜎𝑐
∆𝜎𝑎𝑛 = 𝜀𝑐 𝐸𝑎 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝜀𝑐 = , 𝜎 = 𝜎𝑛 − ∆𝜎𝑎𝑛
2𝑛 𝐸𝑐 𝑎𝑛
Onde:
∆𝜎𝑎𝑛 Perda de protensão na armadura de protensão, devida a deformação imediata do
concreto;
𝜀𝑐 Encurtamento do concreto;
𝐸𝑎 Módulo de elasticidade longitudinal da armadura de protensão;
𝑛 Número de cabos.

O cálculo de 𝜀𝑐 será feito no centro de gravidade do cabo equivalente, considerando-se


os carregamentos de peso próprio e protensão. Para tanto, será necessário calcular o valor da
força de protensão em cada seção, já consideradas as perdas anteriores:
𝑁𝑛 = 𝜎𝑛 𝑛𝐴𝑎 .
Onde:
𝐴𝑎 é a área da seção transversal de cada cabo. Para cada cabo com 5 cordoalhas de ½”, temos
a seguinte área: 
𝜋(1,27)2
𝐴𝑎 = 0,8 × 7 × = 7𝑐𝑚2 , o valor 0,8, refere-se à redução da área de cada cordoalha
4

devido à sua forma irregular.


Admitindo que a protensão ocorrerá 7 dias após a concretagem e o cimento utilizado
será CPV-ARI. Calcula-se o fck do concreto na data de protensão segundo o item 12.3.3 da
ABNT NBR 6118:2014:
1/2 ]}
𝛽1 = 𝑒 {𝑠[1−(28/𝑡)
onde:
s = 0,38 para concreto de cimento CPIII e IV;
s = 0,25 para concreto de cimento CPI e II;
s = 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI;
t é a idade efetiva do concreto, em dias.
Essa verificação deve ser feita aos t dias, para as cargas aplicadas até essa data.

32
Ainda deve ser feita a verificação para a totalidade das cargas aplicadas aos 28 dias.
Nesse caso, o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito em duas datas:
aos t dias e aos 28 dias, de forma a confirmar os valores de fckj e fck adotados no projeto.

Para t=7 e s=0,20, temos:


1/2 ]}
𝛽1 = 𝑒 {0,2[1−(28/7) = 0,82
𝑓𝑐𝑘𝑗
= 𝛽1 ∴ 𝑓𝑐𝑘𝑗 = 𝛽1 × 𝑓𝑐𝑘 = 0,82 × 30 = 24,6𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑘

O módulo de elasticidade do concreto, obtido aos 28 dias, conforme o item 8.2.8 da


NBR 6118:2014, pode ser estimado pela fórmula:
𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝐸 . 5600√𝑓𝑐𝑘
Sendo:
𝛼𝐸 = 1,2 para basalto e diabásio
𝛼𝐸 = 1,0 para granito e gnaisse
𝛼𝐸 = 0,9 para calcário
𝛼𝐸 = 0,7 para arenito

𝐸𝑐𝑖 = 1,0 × 5600√30 = 30672𝑀𝑃𝑎


O módulo de elasticidade em uma idade menor que 28 dias pode ser avaliado pelas
expressões a seguir:

𝑓𝑐𝑘𝑗
𝐸𝑐𝑖 (𝑡) = √ × 𝐸𝑐𝑖
𝑓𝑐𝑘

𝐸𝑐𝑖 (𝑡) = √0,82 × 30672𝑀𝑃𝑎 = 27775𝑀𝑃𝑎

Segundo o item 8.4.4 da NBR 6118:2014, na falta de dados específicos para o módulo
de elasticidade do aço de armadura ativa, pode-se considerar para fios e cordoalhas o valor de:
𝐸𝑎 = 200𝐺𝑃𝑎 = 200000𝑀𝑃𝑎

A seguir, temos a obtenção da perda de protensão devida à deformação imediata do


concreto, para cada seção.
Para facilitar a visualização, foram recuperados valores já determinados anteriormente,
tais

33
como, os momentos fletores seccionais devidos à carga de peso próprio, as excentricidades
médias seccionais do cabo equivalente e as propriedades geométricas da seção transversal,
observadas à seguir:

Seção S1 S2 S3 S4 S5 S6
MPP (kN.m) 0 465 827 1086 1241 1293
emédio (m) 0,59 0,72 0,86 0,98 1,10 1,15

Área 0,61m² I 0,12m4


yi 0,66m Wi 0,18m³
ys 0,59m Ws 0,21m³

Seção 1
1286×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎1 𝑛𝐴𝑎 = = 4501𝑘𝑁
10

Excentricidade: 𝑒 = 𝑒1 − 𝑒1 = 0,59 − 0,59 = 0,00𝑚


Momento devido ao peso próprio: 𝑀𝑝𝑝 = 0 𝑘𝑁. 𝑚
𝑁 −4501
Tensão no concreto: 𝜎𝑐 = = 0,61×1000 = −7,38 𝑀𝑃𝑎
𝐴
𝜎 −7,38
Encurtamento do concreto: 𝜀𝑐 = 𝐸𝑐 = 27775 = −2,66 × 10−4
𝑐

Perda de protensão na armadura de protensão:


𝑛−1 5−1
∆𝜎𝑎 = 𝜀𝑐 𝐸𝑎 = (−2,66 × 10−4 ) × 200000 × = −21𝑀𝑃𝑎
2𝑛 2×5
𝜎𝑎1 = 1286 − 21 = 1265𝑀𝑃𝑎

Seção 2
1294×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎2 𝑛𝐴𝑎 = = 4529𝑘𝑁
10

Excentricidade: 𝑒 = 𝑒2 − 𝑒1 = 0,72 − 0,59 = 0,13𝑚


Momento devido ao peso próprio: 𝑀𝑝𝑝 = 465 𝑘𝑁. 𝑚
𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4529 (−4529×0,13+465)0,13
Tensão no concreto: 𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −7,56 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −7,56
Encurtamento do concreto: 𝜀𝑐 = 𝐸𝑐 = 27775 = −2,72 × 10−4
𝑐

Perda de protensão na armadura de protensão:


𝑛−1 5−1
∆𝜎𝑎 = 𝜀𝑐 𝐸𝑎 = (−2,72 × 10−4 ) × 200000 × = −22𝑀𝑃𝑎
2𝑛 2×5
𝜎𝑎2 = 1294 − 22 = 1272𝑀𝑃𝑎

Seção 3
34
1302×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎3 𝑛𝐴𝑎 = = 4557𝑘𝑁
10

Excentricidade: 𝑒 = 𝑒3 − 𝑒1 = 0,86 − 0,59 = 0,27𝑚


Momento devido ao peso próprio: 𝑀𝑝𝑝 = 827 𝑘𝑁. 𝑚
𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4557 (−4557×0,27+827)0,27
Tensão no concreto:𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −8,38 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −8,38
Encurtamento do concreto: 𝜀𝑐 = 𝐸𝑐 = 27775 = −3,02 × 10−4
𝑐

Perda de protensão na armadura de protensão:


𝑛−1 4
∆𝜎𝑎 = 𝜀𝑐 𝐸𝑎 = (−3,02 × 10−4 ) × 200000 × = −24𝑀𝑃𝑎
2𝑛 10
𝜎𝑎3 = 1302 − 24 = 1278𝑀𝑃𝑎
Seção 4
1310×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎4 𝑛𝐴𝑎 = 10
= 4585𝑘𝑁

Excentricidade: 𝑒 = 𝑒4 − 𝑒1 = 0,98 − 0,59 = 0,39𝑚


Momento devido ao peso próprio: 𝑀𝑝𝑝 = 1086 𝑘𝑁. 𝑚
𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4585 (−4585×0,39+1086)0,39
Tensão no concreto:𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −9.80 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −9,80
Encurtamento do concreto: 𝜀𝑐 = 𝐸𝑐 = 27775 = −3,53 × 10−4
𝑐

Perda de protensão na armadura de protensão:


𝑛−1 4
∆𝜎𝑎 = 𝜀𝑐 𝐸𝑎 = (−3,53 × 10−4 ) × 200000 × = −28𝑀𝑃𝑎
2𝑛 10
𝜎𝑎4 = 1310 − 28 = 1282𝑀𝑃𝑎

Seção 5
1321×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎5 𝑛𝐴𝑎 = = 4624𝑘𝑁
10

Excentricidade: 𝑒 = 𝑒5 − 𝑒1 = 1,10 − 0,59 = 0,51𝑚


Momento devido ao peso próprio: 𝑀𝑝𝑝 = 1241 𝑘𝑁. 𝑚
𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4624 (−4624×0,51+1241)0,51
Tensão no concreto:𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −12,33 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −12,33
Encurtamento do concreto: 𝜀𝑐 = 𝐸𝑐 = = −4,44 × 10−4
𝑐 27775

Perda de protensão na armadura de protensão:


𝑛−1 4
∆𝜎𝑎 = 𝜀𝑐 𝐸𝑎 = (−4,44 × 10−4 ) × 200000 × = −36𝑀𝑃𝑎
2𝑛 10
𝜎𝑎5 = 1321 − 36 = 1285𝑀𝑃𝑎

35
Seção 6
1337×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎6 𝑛𝐴𝑎 = = 4680𝑘𝑁
10

Excentricidade: 𝑒 = 𝑒6 − 𝑒1 = 1,15 − 0,59 = 0,56𝑚


Momento devido ao peso próprio: 𝑀𝑝𝑝 = 1293 𝑘𝑁. 𝑚
𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4680 (−4680×0,56+1293)0,56
Tensão no concreto:𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −13,87 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −13,87
Encurtamento do concreto: 𝜀𝑐 = 𝐸𝑐 = = −4,99 × 10−4
𝑐 27775

Perda de protensão na armadura de protensão:


𝑛−1 4
∆𝜎𝑎 = 𝜀𝑐 𝐸𝑎 = (−4,99 × 10−4 ) × 200000 × = −40𝑀𝑃𝑎
2𝑛 10
𝜎𝑎6 = 1337 − 40 = 1297𝑀𝑃𝑎
Tabela 3 – Tensões após as perdas por deformação imediata

S1 S2 S3 S4 S5 S6

Perda por atrito 1406 1398 1390 1382 1371 1355

Perda por cravação 1286 1294 1302 1310 1321 1337


Perda por deformação
1265 1272 1278 1282 1285 1297
imediata

5.6.4 Perdas por fluência do concreto

Ao longo da vida útil da peça, os cabos vão encurtando gradativamente à medida que o
concreto se deforma devido à tensão de protensão. Consequentemente, a força de protensão,
que é uma das causas da fluência, está diminuindo. A tensão na armadura de protensão cai
linearmente durante o período no qual a fluência ocorre.
Conforme item A.2.2.3 no Anexo A da NBR 6118:2014, no instante t a deformação
devida à fluência é dada por:
𝜎𝑐
𝜀𝑐𝑐 (𝑡, 𝑡0 ) = 𝜀𝑐𝑐𝑎 + 𝜀𝑐𝑐𝑑 + 𝜀𝑐𝑐𝑓 = 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 )
𝐸𝑐,28
Sendo 𝜀𝑐𝑐𝑎 a deformação rápida e irreversível que ocorre durante as primeiras 24 h
após a aplicação da carga, a 𝜀𝑐𝑐𝑑 deformação lenta irreversível e a 𝜀𝑐𝑐𝑓 deformação lenta
reversível.
Deformações específicas devidas à fluência e à retração mais precisas podem ser calculadas
segundo indicação do Anexo A da norma. Mas para casos onde não é necessária grande
precisão o item 8.2.11 sobre fluência e retração da NBR 6118:2014 sugere que os valores
36
finais do coeficiente de fluência 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) e da deformação específica de retração 𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 )
do concreto, e podem ser obtidos, por interpolação linear, a partir da Tabela 4.
Tabela 4 - Valores característicos superiores da deformação específica de retração
𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 ) e do coeficiente de fluência 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 )

Umidade média
40 55 75 90
ambiente (%)
Espessura fictícia
2Ac/u 20 60 20 60 20 60 20 60
(cm)
𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) 5 4,6 3,8 3,9 3,3 2,8 2,4 2,0 1,9
Concreto
30 3,4 3 2,9 2,6 2,2 2,0 1,6 1,5
das classes
C20 a C45 60 2,9 2,7 2,5 2,3 1,9 1,8 1,4 1,4
𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) 5 2,7 2,4 2,4 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5
Concreto t0
30 2,0 1,8 1,7 1,6 1,4 1,3 1,1 1,1
das classes dias
C50 a C90 60 1,7 1,6 1,5 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0
5 -0,53 -0,47 -0,48 -0,43 -0,36 -0,32 -0,18 -0,15
𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 )
30 -0,44 -0,45 -0,41 -0,41 -0,33 -0,31 -0,17 -0,15
(%0)
60 -0,39 -0,43 -0,36 -0,40 -0,30 -0,31 -0,17 -0,15

A tabela fornece o valor do coeficiente de fluência 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) e da deformação


específica de retração 𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 ) em função da umidade média ambiente e da espessura
fictícia 2Ac /u, onde Ac é a área da seção transversal e u é o perímetro da seção em contato
com a atmosfera. Os valores desta Tabela são relativos a temperaturas do concreto entre 10 °C
e 20 °C, podendo-se, entretanto, admiti-los como válidos para temperaturas entre 0 °C e 40
°C. Esses valores são válidos para concretos plásticos e de cimento Portland comum.

Entrando com os valores de:


Umidade ambiente, como referência (retirado da Tabela A.1 da NBR 6118:2014):
Em ambiente muito úmido imediatamente acima da água~90%
No ar livre em geral~70%
Em ambiente seco~40%
Adotado umidade ambiente = 75%
2𝐴 2×0,61
Espessura fictícia da viga: ( 𝑢 ) = ( ) = 0,22𝑚 = 22,62𝑐𝑚
5,48

Tempo: 30 dias
37
Concreto: C30
Encontramos os seguintes valores:
Coeficiente de fluência: 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 2,2
Deformação específica de retração: 𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 ) = −0,33‰ = −0,00033
O coeficiente de fluência do concreto depende das condições climáticas, do grau de
endurecimento do concreto, da espessura fictícia da viga de concreto protendido, da
composição do concreto e varia com o tempo.
Rodrigues (2008) incentiva a utilização do programa Reolog para obtenção precisa das
informações anteriormente descritas.
Seção 1
1265×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎1 𝑛𝐴𝑎 = = 4428𝑘𝑁
10
𝑁 −4428
Tensão no concreto: 𝜎𝑐 = = 0,61×1000 = −7,26 𝑀𝑃𝑎
𝐴
𝜎 −7,26
Deformação devido a fluência: 𝜀𝑐𝑐 = 𝐸𝑐 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 27775 × 2,2 = −5,75 × 10−4
𝑐

Perda de protensão na armadura de protensão:


∆𝜎𝑏 = 𝜀𝑓 𝐸𝑎 = (−5,75 × 10−4 ) × 200000 = −115𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑏1 = 1265 − 115 = 1150𝑀𝑃𝑎

Seção 2
1272×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎2 𝑛𝐴𝑎 = = 4452𝑘𝑁
10

𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4452 (−4452×0,13+465)0,13


Tensão no concreto: 𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −7,42 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −7,42
Deformação devido a fluência: 𝜀𝑐𝑐 = 𝐸𝑐 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 27775 × 2,2 = −5,88 × 10−4
𝑐

Perda de protensão na armadura de protensão:


∆𝜎𝑏 = 𝜀𝑓 𝐸𝑎 = (−5,88 × 10−4 ) × 200000 = −118𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑏2 = 1272 − 118 = 1154𝑀𝑃𝑎

Seção 3
1278×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎3 𝑛𝐴𝑎 = = 4473𝑘𝑁
10

𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4473 (−4473×0,27+827)0,27


Tensão no concreto:𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −8,19 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −8,19
Deformação devido a fluência: 𝜀𝑐𝑐 = 𝐸𝑐 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 27775 × 2,2 = −6,49 × 10−4
𝑐

Perda de protensão na armadura de protensão:


∆𝜎𝑏 = 𝜀𝑐𝑐 𝐸𝑎 = (−6,49 × 10−4 ) × 200000 = −130𝑀𝑃𝑎

38
𝜎𝑏3 = 1278 − 130 = 1148𝑀𝑃𝑎

Seção 4
1282×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎4 𝑛𝐴𝑎 = = 4487𝑘𝑁
10

𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4585 (−4585×0,39+1086)0,39


Tensão no concreto:𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −9,80 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −9,80
Encurtamento do concreto: 𝜀𝑐𝑐 = 𝐸𝑐 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 27775 × 2,2 = −7,76 × 10−4
𝑐

Perda de protensão na armadura de protensão:


∆𝜎𝑏 = 𝜀𝑐𝑐 𝐸𝑎 = (−7,76 × 10−4 ) × 200000 = −155𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑏4 = 1282 − 155 = 1127𝑀𝑃𝑎

Seção 5
1285×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎5 𝑛𝐴𝑎 = = 4498𝑘𝑁
10

𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4624 (−4624×0,51+1241)0,51


Tensão no concreto:𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −12,33 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −12,33
Deformação devido a fluência: 𝜀𝑐𝑐 = 𝐸𝑐 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = × 2,2 = −9,77 × 10−4
𝑐 27775

Perda de protensão na armadura de protensão:


∆𝜎𝑏 = 𝜀𝑐𝑐 𝐸𝑎 = (−9,77 × 10−4 ) × 200000 = −195𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑏5 = 1285 − 195 = 1090𝑀𝑃𝑎

Seção 6
1297×5×7𝑐𝑚2
Força de tração: 𝑁 = 𝜎𝑎6 𝑛𝐴𝑎 = = 4540𝑘𝑁
10

𝑁 (𝑁𝑒+𝑀𝑝𝑝 )𝑒 −4540 (−4540×0,56+1293)0,56


Tensão no concreto:𝜎𝑐 = + = 0,61×1000 + = −13,27 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝐼 0,12×1000
𝜎 −13,27
Deformação devido a fluência: 𝜀𝑐𝑐 = 𝐸𝑐 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = × 2,2 = −10,51 × 10−4
𝑐 27775

Perda de protensão na armadura de protensão:


∆𝜎𝑏 = 𝜀𝑐𝑐 𝐸𝑎 = (10,51 × 10−4 ) × 200000 = −210𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑏6 = 1297 − 210 = 1087𝑀𝑃𝑎

39
Tabela 5 – Tensões após as perdas por fluência do concreto

S1 S2 S3 S4 S5 S6

Perda por atrito 1406 1398 1390 1382 1371 1355


Perda por cravação 1286 1294 1302 1310 1321 1337
Perda por deformação
1265 1272 1278 1282 1285 1297
imediata
Perda por fluência do
1150 1154 1148 1127 1090 1087
concreto

5.6.5 Perdas por retração

Segundo Rodrigues (2008), a protensão só é aplicada à peça depois que o concreto já


adquiriu resistência suficiente para suportar as tensões decorrentes da protensão e do peso
próprio. Nessa época, uma parte da retração do concreto já ocorreu. A protensão deve ser
adiada tanto quanto possível, com o objetivo de diminuir as perdas de protensão, pois a
retração é mais intensa nas primeiras idades do concreto.
O valor da retração do concreto depende da umidade relativa do ambiente,
consistência do concreto no lançamento e espessura fictícia da peça (item A.2.3.1 da NBR
6118:2014).
Admite-se também na pós-tensão, de forma simplificada, que a deformação do
concreto é igual à do aço (RODRIGUES, 2008).
Como encontrado anteriormente, a deformação específica de retração pode ser
considerada igual a 𝜀𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 ) = −0,33‰ = −0,00033.

𝜀𝑐𝑠 = 𝜀𝑎 = −0,33‰ = −0,00033


∆𝜎𝑎 = 𝜀𝑎 𝐸𝑎 = −0,00033 × 200000 = −66MPa

Tabela 6 – Tensões após as perdas por retração

S1 S2 S3 S4 S5 S6

Perda por atrito 1406 1398 1390 1382 1371 1355


Perda por cravação 1286 1294 1302 1310 1321 1337
Perda por deformação
1265 1272 1278 1282 1285 1297
imediata
Perda por fluência do
1150 1154 1148 1127 1090 1087
concreto
Perda por retração 1084 1088 1082 1061 1024 1021

40
5.6.6 Perdas por relaxação do aço

A armadura de protensão tracionada e mantida com o comprimento constante sofre


alívio de tensão ao longo do tempo, este fenômeno é chamado de relaxação do aço. Os valores
médios da relaxação, medidos após 1000 horas à temperatura constante de 20ºC podem ser
adotados a partir da Tabela 7 encontrada no item 8.4.8 da NBR 6118:2014 para tensões entre
50% a 80% da carga de ruptura. A norma sugere considerar para o tempo infinito o valor de
2,5 vezes o valor da relaxação do ensaio, logo, 𝜓(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 2,5 𝜓1000 .

Tabela 7 - Valores de 𝜓1000 em porcentagem

Cordoalhas Fios
σpo
RN RB RN RB
0,5fptk 0,0 0,0 0,0 0,0
0,6fptk 3,5 1,3 2,5 1,0
0,7fptk 7,0 2,5 5,0 2,0
0,8fptk 12,0 3,5 8,5 3,0

Rodrigues (2008) e Duarte (1995) recomendam que, de forma prática e conservadora,


admita-se uma queda de tensão da ordem de 60MPa para os aços de baixa relaxação (RB). O
mesmo foi utilizado neste exemplo.

5.7 Quadro de tensões


Tabela 8 – Tensões após todas as perdas

S1 S2 S3 S4 S5 S6

Perda por atrito (MPa) 1406 1398 1390 1382 1371 1355
Perda por cravação (MPa) 1286 1294 1302 1310 1321 1337
Perda por deformação
1265 1272 1278 1282 1285 1297
imediata (MPa)
Perda por fluência do
1150 1154 1148 1127 1090 1087
concreto (MPa)
Perda por retração (MPa) 1084 1088 1082 1061 1024 1021
Perda por relaxação do aço
1024 1028 1022 1001 964 961
(MPa)
Perdas Lentas Total (MPa) 241 244 256 281 321 336

41
Obtido o total de perdas de tensão em cada seção, pode-se obter os valores das forças
de protensão reais necessário em cada seção. Para tanto, basta multiplicar a tensão em cada
seção após as perdas imediatas, pela área total da seção dos cabos.
Conforme visto anteriormente, a área dos 5 cabos com 7 cordoalhas de ½” é igual a
35cm².
É necessário verificar as tensões antes e depois das perdas imediatas, portanto
devemos encontrar as tensões após as perdas imediatas e a variação de tensão com as perdas
lentas.

Tabela 9 – Forças de protensão

S1 S2 S3 S4 S5 S6

N (kN)
4428 4452 4473 4487 4498 4540
Após perdas imediatas
∆N (kN)
844 854 896 984 1124 1176
Perdas lentas

Tensão de protensão na face inferior e superior após a ocorrência das perdas imediatas:

𝑁 𝑁𝑒 𝑁 𝑁𝑒
𝜂𝑖 = − − ; 𝜂𝑠 = − +
𝐴 𝑊𝑖 𝐴 𝑊𝑠

Perdas lentas na face inferior e superior


ΔN ΔNe ΔN ΔNe
Δηi = + + ; Δηs = + −
A Wi A Ws

Seção 1
𝑁 4428
𝜂𝑖 = 𝜂𝑠 = − = = −726
𝐴 0,61 × 10

Δ𝑁 844
Δ𝜂𝑖 = Δ𝜂𝑠 = + = = 138
𝐴 0,61 × 10

Seção 2
𝑁 𝑁𝑒 4452 4452 × 0,13
𝜂𝑖 = − − =− − = −1051
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10

42
𝑁 𝑁𝑒 4452 4452 × 0,13
𝜂𝑠 = − + =− + = −454
𝐴 𝑊𝑠 0,61 × 10 0,21 × 10

ΔN ΔNe 854 854 × 0,13


Δηi = + + =+ + = 202
A Wi 0,61 × 10 0,18 × 10
ΔN ΔNe 854 854 × 0,13
Δηs = + − =+ − = 87
A Ws 0,61 × 10 0,21 × 10

Seção 3
𝑁 𝑁𝑒 4473 4473 × 0,27
𝜂𝑖 = − − =− − = −1051
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10

𝑁 𝑁𝑒 4473 4473 × 0,27


𝜂𝑠 = − + =− + = −454
𝐴 𝑊𝑠 0,61 × 10 0,21 × 10

ΔN ΔNe 896 896 × 0,27


Δηi = + + =+ + = 212
A Wi 0,61 × 10 0,18 × 10
ΔN ΔNe 896 896 × 0,27
Δηs = + − =+ − = 91
A Ws 0,61 × 10 0,21 × 10

Seção 4
𝑁 𝑁𝑒 4487 4487 × 0,39
𝜂𝑖 = − − =− − = −1060
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10

𝑁 𝑁𝑒 4487 4487 × 0,39


𝜂𝑠 = − + =− + = −458
𝐴 𝑊𝑠 0,61 × 10 0,21 × 10

ΔN ΔNe 984 984 × 0,39


Δηi = + + =+ + = 232
A Wi 0,61 × 10 0,18 × 10
ΔN ΔNe 984 984 × 0,39
Δηs = + − =+ − = 100
A Ws 0,61 × 10 0,21 × 10

Seção 5
𝑁 𝑁𝑒 4498 4498 × 0,51
𝜂𝑖 = − − =− − = −1062
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10

𝑁 𝑁𝑒 4498 4498 × 0,51


𝜂𝑠 = − + =− + = −459
𝐴 𝑊𝑠 0,61 × 10 0,21 × 10

43
ΔN ΔNe 1124 1124 × 0,51
Δηi = + + =+ + = 265
A Wi 0,61 × 10 0,18 × 10
ΔN ΔNe 1124 1124 × 0,51
Δηs = + − =+ − = 115
A Ws 0,61 × 10 0,21 × 10

Seção 6
𝑁 𝑁𝑒 4540 4540 × 0,56
𝜂𝑖 = − − =− − = −1072
𝐴 𝑊𝑖 0,61 × 10 0,18 × 10

𝑁 𝑁𝑒 4540 4540 × 0,56


𝜂𝑠 = − + =− + = −463
𝐴 𝑊𝑠 0,61 × 10 0,21 × 10

ΔN ΔNe 1176 1176 × 0,56


Δηi = + + =+ + = 278
A Wi 0,61 × 10 0,18 × 10
ΔN ΔNe 1176 1176 × 0,56
Δηs = + − =+ − = 120
A Ws 0,61 × 10 0,21 × 10

Tabela 10 - Valores das tensões em cada seção


Seção S1 S2 S3 S4 S5 S6
hi (MPa) -7,3 -10,5 -13,9 -16,9 -19,9 -21,3
hs (MPa) -7,3 -4,6 -1,5 1,1 3,7 4,9
Dhi (MPa) 1,4 2,0 2,8 3,7 4,9 5,5
Dhs (MPa) 1,4 0,9 0,3 -0,2 -0,9 -1,3

Tensões admissíveis máximas


Bordo inferior da seção
scmáx= -20 MPa
sTmáx= 3 MPa

Bordo superior da seção


sCmín= -15 MPa
sTmín= 3 MPa

44
Tabela 11 - Quadro final de tensões
Seção Tensão (MPa) pp prot i sp perdas sa
p 0,0 -7,3 0,0 1,4 0,0
si
S - -7,3 -7,3 -5,9 -5,9
S1
p 0,0 -7,3 0,0 1,4 0,0
ss
S - -7,3 -7,3 -5,9 -5,9
p 2,5 -10,5 1,3 2,0 3,3
si
S - -8,0 -6,7 -4,7 -1,4
S2
p -2,2 -4,6 -1,2 0,9 -2,9
ss
S - -6,8 -8,0 -7,1 -10,0
p 4,4 -13,9 2,3 2,8 5,8
si
S - -9,5 -7,2 -4,4 1,4
S3
p -4,0 -1,5 -2,1 0,3 -5,2
ss
S - -5,5 -7,6 -7,3 -12,5
p 5,8 -16,9 3,1 3,7 7,6
si
S - -11,1 -8,0 -4,4 3,3
S4
p -5,2 1,1 -2,8 -0,2 -6,9
ss
S - -4,1 -6,9 -7,1 -14,0
p 6,6 -19,9 3,5 4,9 8,7
si
S - -13,2 -9,7 -4,9 3,8
S5
p -6,0 3,7 -3,1 -0,9 -7,9
ss
S - -2,2 -5,4 -6,3 -14,1
p 6,9 -21,3 3,6 5,5 9,1
si
S - -14,4 -10,7 -5,2 3,9
S6
p -6,2 4,9 -3,3 -1,3 -8,2
ss
S - -1,3 -4,6 -5,9 -14,1

Nas células em negrito, observamos as tensões finais no bordo inferior e as tensões


finais no bordo superior de cada seção.
Observa-se que a tensão de compressão no bordo superior superou o limite
estabelecido. Aumentando-se o fck para 40MPa, temos as seguintes tensões admissíveis e o
seguinte quadro de tensões:

Bordo inferior da seção


scmáx= -27 MPa
sTmáx= 4 MPa

Bordo superior da seção


sCmín= -20 MPa
sTmín= 4 MPa

45
Tabela 12 - Quadro final de tensões após a alteração do fck
Seção Tensão (MPa) pp prot i sp perdas sa
p 0,0 -7,3 0,0 1,3 0,0
si
S - -7,3 -7,3 -6,0 -6,0
S1
p 0,0 -7,3 0,0 1,3 0,0
ss
S - -7,3 -7,3 -6,0 -6,0
p 2,5 -10,5 1,3 1,9 3,3
si
S - -8,0 -6,7 -4,8 -1,6
S2
p -2,2 -4,6 -1,2 0,8 -2,9
ss
S - -6,8 -8,0 -7,2 -10,1
p 4,4 -14,0 2,3 2,6 5,8
si
S - -9,6 -7,2 -4,6 1,2
S3
p -4,0 -1,5 -2,1 0,3 -5,2
ss
S - -5,5 -7,6 -7,3 -12,6
p 5,8 -16,9 3,1 3,4 7,6
si
S - -11,1 -8,1 -4,7 2,9
S4
p -5,2 1,1 -2,8 -0,2 -6,9
ss
S - -4,1 -6,9 -7,1 -14,0
p 6,6 -19,9 3,5 4,5 8,7
si
S - -13,3 -9,8 -5,3 3,4
S5
p -6,0 3,7 -3,1 -0,8 -7,9
ss
S - -2,2 -5,4 -6,2 -14,1
p 6,9 -21,3 3,6 5,1 9,1
si
S - -14,5 -10,8 -5,7 3,3
S6
p -6,2 4,9 -3,3 -1,2 -8,2
ss
S - -1,3 -4,6 -5,8 -13,9

5.8 Dimensionamento dos estribos


A máxima força cortante em uma viga bi-apoiada ocorre na região dos apoios e é
𝑞𝐿
equivalente a 𝑉𝑆𝑑 = .
2

Vsd (t)
pp 19,7
g 10,4
q 26,0

Podemos obter graficamente os ângulos de saída dos cabos na seção do apoio, onde
ocorrem estes momentos máximos:

(4,4 + 4,0 + 3,1 + 1,8 + 0,9)


𝛼𝑀𝑒𝑑 = = 2,8 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠
5

𝑁𝑚é𝑑, 𝑆1 = 3665𝑘𝑁

𝑉𝑃 = 3665𝑠𝑒𝑛𝛼 = 179𝑘𝑁 = 17,9𝑡


46
O valor que a protensão faz na vertical está no sentido contrário a força de
cisalhamento, ou seja, ela reduz a força cortante na seção.

𝑉𝑆𝑑 = 1,4𝑉𝑔+𝑞 − 0,9𝑉𝑃

𝑉𝑆𝑑 = 1,4(19,7 + 10,4 + 26,0) − 0,9(17,9) = 62,5𝑡

𝑏𝑤 = 𝑏 − 2/3 Σ𝜙 = 0,15 − 2/3 × 0,05 = 0,12𝑚

𝑑 = 1,15𝑚

𝑉𝑆𝑑 62,5
𝜏𝑤𝑑 = = = 466 𝑡⁄𝑚2 = 4,66𝑀𝑃𝑎
𝑏𝑤 𝑑 0,12 × 1,15

𝑓𝑐𝑘 40 40
𝜏𝑤𝑑2 = 0,27 (1 − ) 𝑓𝑐𝑑 = 0,27 (1 − ) = 6,48𝑀𝑃𝑎 = 0,648𝑘𝑁/𝑐𝑚2
250 250 1,4

Como o valor da tensão convencional máxima de cisalhamento é maior que o valor de


𝜏𝑤𝑑 , o concreto foi verificado, ou seja, a biela comprimida de concreto não romperá.

𝑓𝑐𝑘 40 40
𝜏𝑤𝑑2 = 0,27 (1 − ) 𝑓𝑐𝑑 = 0,27 (1 − ) = 6,48𝑀𝑃𝑎 = 0,648𝑘𝑁/𝑐𝑚2
250 250 1,4

2⁄ 2⁄
𝜏𝑐0 = 0,009𝑓𝑐𝑘 3 = 0,009 × 40 3 = 1,05𝑀𝑃𝑎 = 0,105𝑘𝑁/𝑐𝑚2

𝜏𝑤𝑑 − 𝜏𝑐0 0,466 − 0,105


𝜌𝑤 = 100 = 100 = 0,922𝑘𝑁/𝑐𝑚2 > 𝜌𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 0,140𝑘𝑁/𝑐𝑚2
39,15 39,15

𝐴𝑆𝑤 = 𝜌𝑤 𝑏𝑤 = 0,922 × 12 = 11,07𝑐𝑚2 /𝑚

𝐴𝑆𝑤 11,07 100


= = 5,53𝑐𝑚2 /𝑚 → 𝑠 = = 14,2𝑐𝑚 → 𝜙10𝑐/14𝑐𝑚
2 2 5,53/0,785

Adotar 𝜙10𝑐/14𝑐𝑚

47
5.9 Resultados da planilha de dimensionamento de vigas isostáticas
1-Dados da estrutura
Viga bi-apoiada
Vão L= 26,0 m
fck= 40 MPa

2-Propriedades geométricas
B1= 110 cm

B2= 70 cm
B3= 15 cm
D1= 125 cm
D2= 20 cm
D3= 5 cm
D4= 15 cm
D5= 30 cm

n yn (cm) An (cm²) ynAn(cm³)


1 115,0 2200 253000,0
2 103,3 237,5 24541,7
3 67,5 1125 75937,5
4 35,0 412,5 14437,5
5 15,0 2100 31500,0
S= 6075 399416,7

SEM LAJE
Área 0,6075 m²
yi 0,66 m
ys 0,59 m
Inércia 0,1224 m4
Wi 0,1861 m³
Ws 0,2065 m³
Mg+q 2366,00
Wi,nec 0,0959 m³

3-Análise Estrutural
PP viga Envoltória
M 1283,34kNm 3649,34kNm
si 6,89 MPa 19,61 MPa
ss 6,21 MPa 17,67 MPa
P 1481 kN 4212 kN

48
r (CG cabos) e
10cm 0,56m
Nc
120 kN
Nc
7 φ12,5

3.1 - Esforços do Momento Fletor


S1 S2 S3 S4 S5 S6
0 2,6 5,2 7,8 10,4 13
PP viga 0 462 821 1078 1232 1283
PP viga+laje 0 243 433 568 649 676
Envoltória 0 608 1082 1420 1622 1690

3.2 - Tensões dos carregamentos nas seções


S1 S2 S3 S4 S5 S6
si ss si ss si ss si ss si ss si ss
PP viga 0,0 0,0 2,5 2,2 4,4 4,0 5,8 5,2 6,6 6,0 6,9 6,2
PP viga+laje 0,0 0,0 1,3 1,2 2,3 2,1 3,1 2,8 3,5 3,1 3,6 3,3
Envoltória 0,0 0,0 3,3 2,9 5,8 5,2 7,6 6,9 8,7 7,9 9,1 8,2

3.3 - Excentricidades dos cabos em relação ao topo da viga e cabo equivalente


S1 S2 S3 S4 S5 S6
Cabo C1 14 34 56 76 98 112
Cabo C2 34 52 70 87 106 112
Cabo C3 59 73 85 101 114 117
Cabo C4 84 92 102 110 117 117
Cabo C5 104 108 115 115 117 117
Cabo
59 72 86 98 110 115
Equivalente

4-Perdas por atrito


4.1 - Ângulos médios
S1 S2 S3 S4 S5 S6
α 2,9 3,0 2,9 2,6 1,9 0,0
4.2 - Resumo das perdas por atrito
fptk (MPa) σ0 (M Pa) μ k
1900 1406 0,20 0,002

S1 S2 S3 S4 S5 S6
l (m) 0,00 2,60 5,20 7,80 10,40 13,00
Σα (°) 0,00 0,11 0,22 0,44 1,21 3,08
(μΣα+kl) (rad) 0,000 0,006 0,011 0,017 0,025 0,037
σ (MPa) 1406 1398 1390 1382 1371 1355

49
5-Perdas por cravação
d Ea U
0,005 200000 500

Trecho S1-S2 S1-S3 S1-S4 S1-S5 S1-S6 >S6


D 10,18 40,54 94,31 193,14 380,31 9,21

Tensão na linha de simetria 1346,05


S1 S2 S3 S4 S5 S6
P.Crav (MPa) 1286 1294 1302 1310 1321 1337

6-Perdas por deformação imediata do concreto


s (CP) t (dias) bt fckj (MPa) Eci Eci(t=7) ÁreaCordoalhas nº Cabos
0,20 7 0,82 32,7 35417,5 32047,1 35 5

S1 S2 S3 S4 S5 S6
N (kN) 4530 4557 4585 4614 4652 4708
e (cm) 0,00 0,13 0,27 0,39 0,51 0,56
Mpp 0 462 821 1078 1232 1283
sc(MPa) -7,46 -7,64 -8,47 -9,89 -12,41 -13,95
e -2,33E-04 -2,38E-04 -2,64E-04 -3,09E-04 -3,87E-04 -4,35E-04
Dsa(MPa) -19 -19 -21 -25 -31 -35
sa (MPa) 1267 1275 1281 1285 1290 1302

7-Perdas por fluência do concreto


t0 (dias) Umidade (%) Umidade (%) u Espessura fictícia f
30 75 75 5,48 22,16 2,2

S1 S2 S3 S4 S5 S6
N (kN) 4464 4490 4510 4527 4543 4586
sc(MPa) -7,35 -7,52 -8,30 -9,64 -12,00 -13,43
e -5,04E-04 -5,16E-04 -5,70E-04 -6,62E-04 -8,24E-04 -9,22E-04
Dsa(MPa) -101 -103 -114 -132 -165 -184
sa (MPa) 1167 1172 1167 1153 1125 1118

8-Perda por retração do concreto


eCS (‰) Dsa(MPa)
-0,33 -66

S1 S2 S3 S4 S5 S6
sa(MPa) 1101 1106 1101 1087 1059 1052

50
9-Perda por relaxação do aço
Dsa(MPa)
-60

S1 S2 S3 S4 S5 S6
sa(MPa) 1041 1046 1041 1027 999 992

10-Tensões após todas as perdas

S1 S2 S3 S4 S5 S6

Perda por atrito (MPa) 1406 1398 1390 1382 1371 1355
Perda por cravação (MPa) 1286 1294 1302 1310 1321 1337
Perda por deformação imediata (MPa) 1267 1275 1281 1285 1290 1302
Perda por fluência do concreto (MPa) 1167 1154 1148 1127 1090 1087
Perda por retração (MPa) 1101 1106 1101 1087 1059 1052
Perda por relaxação do aço (MPa) 1041 1046 1041 1027 999 992

Tensão após perdas imediatas(MPa) 1267 1275 1281 1285 1290 1302
Perdas Lentas Total (MPa) -227 -229 -240 -258 -291 -310

S1 S2 S3 S4 S5 S6

N (kN)
4464 4490 4510 4527 4543 4586
Após perdas
ΔN (kN)
-799 -807 -845 -910 -1024 -1093
Perdas lentas

Seção S1 S2 S3 S4 S5 S6
hi (MPa) -7,3 -10,5 -14,0 -16,9 -19,9 -21,3
hs (MPa) -7,3 -4,6 -1,5 1,1 3,7 4,9
Dhi (MPa) 1,3 1,9 2,6 3,4 4,5 5,1
Dhs (MPa) 1,3 0,8 0,3 -0,2 -0,8 -1,2

51
Bordo inferior da seção Bordo superior da seção
scmáx= -27 MPa sCmín= -20 MPa
sTmáx= 4 MPa sTmín= 4 MPa

Seção Tensão (MPa) pp prot i sp perdas sa


p 0,0 -7,3 0,0 1,3 0,0
si
S - -7,3 -7,3 -6,0 -6,0
S1
p 0,0 -7,3 0,0 1,3 0,0
ss
S - -7,3 -7,3 -6,0 -6,0
p 2,5 -10,5 1,3 1,9 3,3
si
S - -8,0 -6,7 -4,8 -1,6
S2
p -2,2 -4,6 -1,2 0,8 -2,9
ss
S - -6,8 -8,0 -7,2 -10,1
p 4,4 -14,0 2,3 2,6 5,8
si
S - -9,6 -7,2 -4,6 1,2
S3
p -4,0 -1,5 -2,1 0,3 -5,2
ss
S - -5,5 -7,6 -7,3 -12,6
p 5,8 -16,9 3,1 3,4 7,6
si
S - -11,1 -8,1 -4,7 2,9
S4
p -5,2 1,1 -2,8 -0,2 -6,9
ss
S - -4,1 -6,9 -7,1 -14,0
p 6,6 -19,9 3,5 4,5 8,7
si
S - -13,3 -9,8 -5,3 3,4
S5
p -6,0 3,7 -3,1 -0,8 -7,9
ss
S - -2,2 -5,4 -6,2 -14,1
p 6,9 -21,3 3,6 5,1 9,1
si
S - -14,5 -10,8 -5,7 3,3
S6
p -6,2 4,9 -3,3 -1,2 -8,2
ss
S - -1,3 -4,6 -5,8 -13,9

11-Cálculo ao cisalhamento
améd 2,8
Nméd,S1 3665 kN
Vp -17,9 t
Vpp+g+q 56,1 t
VPd -16,1 t
VSd 62,5 t
bw 0,12 m
d 1,15 m
τwd 4,66 MPa
τwd2 6,48 MPa Compressão na biela verificada
τc0 1,05 MPa
ρw 9,21 MPa >pwmin
Asw 5,37 cm²/m
Diâmetro 10
Espaçamento 14,82cm
Adotar φ10c/14

52
6 Conclusão
Ao longo deste estudo, realizou-se os devidos cálculos e verificações para dimensionar
uma viga isostática protendida bem como lançou-se luzes sobre os conceitos de protensão,
perdas imediatas e diferidas e análise final da viga após as referidas perdas, sem, todavia,
almejar esgotar a temática. Salienta-se tratar de estudo introdutório, porém importante, visto
que significativa parte da doutrina acredita na subutilização do concreto protendido, e alerta
sobre seus benefícios.

Nesse sentido, destaca-se a aexistência de vasta área de estudos relativos ao tema do


concreto protendido, sendo valido mencionar: a análise de vigas isostáticas protendidas sob
carregamento de trens-tipo rodoviário e ferroviário, protensão em reservatórios, cálculo de
vigas hiperestáticas, comparação entre vigas de concreto armado e protendido e protensão em
vigas caixão.

No presente trabalho, apresentou-se um passo a passo de cálculo realizado através de


um estudo de caso, em prol de elucidar parte do tema para que mais pessoas se interessem
pelo mesmo e desenvolvam seus estudos na área. Além disso elaborou-se uma planilha de
cálculo para facilitar futuros cálculos que abordem o tema.

53
7 Bibliografia

ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto. 2014.

ABNT NBR 7187:2003 – Projeto de pontes de concreto armado e concreto protendido.


2003.

DUARTE, Evandro – Cálculo Completo de uma viga isostática protendida – Apostila,


1995.

DUARTE, Evandro - Projeto e cálculo de uma viga isostática de concreto protendido –


Revista Concreto e Construções nº78, 2015.

THOMAZ, Eduardo – Levantamento de dimensões de pontes pré-moldadas protendidas –


1975.

THOMAZ, Eduardo – Notas de aula de Concreto Protendido: Pontes pré-moldadas –


2002 –IME, RJ.

RODRIGUES, Glauco – Concreto Protendido – Apostila, 2008.

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