Julia Coelho
Julia Coelho
Julia Coelho
ARQUITETURA SENSORIAL
O RELACIONAMENTO DOS SENTIDOS HUMANOS
COM AS CONSTRUÇÕES ARQUITETÔNICAS
São Paulo
2019
ARQUITETURA SENSORIAL:
O RELACIONAMENTO DOS SENTIDOS HUMANOS
COM AS CONSTRUÇÕES ARQUITETÔNICAS
Julia Richard Bicudo Coelho
6
R e s u m o
7
S u m á r i o
1 Introdução 09
Arquitetura sensorial
2
2.1 Os cinco sentidos do corpo humano e suas 19
relações com o projeto arquitetônico
Arquitetura confortável
3.1 Significado de conforto arquitetônico e como 37
3
se aplica em edifícios habitacionais
8
Arquitetura confortável
4.1 Inserção urbana do objeto de projeto, leitura 45
4
do território e justificativa
7 Referências 107
9
1. I n t r o d u ç ã o
10
A arquitetura habitacional, principal foco Visto isso, iniciou-
deste trabalho, deve então, ser além de um se a busca por projetos
espaço comercializável para morar, um local arquitetônicos, já existentes,
que considere a harmonia, o relacionamento e que considerem toda essa
até mesmo as necessidades de seus residentes questão sensorial e perceptiva
e do próprio local onde se instala, de forma já citada. O primeiro
que valorize o planejamento, com o esforço de contato em tal campo de
adequar-se à questão social e ambiental de onde conhecimento, foi com as
se está projetando. O projeto arquitetônico é um obras de Tadao Ando, autor
espaço composto por sentimentos e memórias de projetos arquitetônicos
e tal composição deve ser uma consequência renomados, que tem grande
de todos os princípios e convicções tanto de facilidade em identificar
quem o idealiza, como de quem ali estará, uma e explorar as texturas de
mistura entre físico, psicológico e espacial, materiais e seus efeitos
considerando os sentidos, sensações, ideais e sobre o local e seus usuários,
percepções dos seres humanos. além de sempre considerar a
influência e sensibilidade da
luz natural em seus espaços
Nos últimos anos tivemos alguns projetados e as questões
agravantes. David Harvey, professor da ligadas à natureza que rodeia
Universidade de Nova York, explica que o suas construções, aliando
capitalismo vem sendo cada vez menos sempre a estética minimalista
produtivo e cada vez mais especulativo, com a humanização da
e os capitais estão indo no sentido arquitetura que produz. Ando,
de investir na cidade, mas de forma muito conhecido por suas
especulativa. Nesse sentido, a moradia construções em concreto,
foi virando uma commodity, um item de consegue como ninguém
investimento (...) A cidade deixou de ser trazer leveza e suavidade para
só o lugar dos negócios e passou a ser o seus conjuntos, misturando tal
negócio: a cidade é um negócio. elemento bruto com outros
(COMARÚ, 2018) naturais, proporcionando às
11
pessoas certa coexistência com o ambiente um novo ritmo à construção
natural já existente. já que se contradiz com as
formas retilíneas existentes
ali, mas novamente utilizando-
Quando projeto edifícios, penso tanto se da natureza o arquiteto
na composição global como nas partes “tece o seu caminho entre
de um corpo e como estas se encaixam. as estruturas de concreto,
Além disso, penso em como as pessoas enquanto a parede curva se
se aproximam da construção e a ex- estende desde o edifício para
periência deste espaço… Se oferecemos definir o espaço exterior”1
às pessoas o nada, elas podem refletir
sobre o que pode ser feito a partir do
nada.
(ANDO, 2015)
12
Figura 1 Casa
Koshino de Tadao
Ando. Fonte:
Archdaily (2017)
13
Figura 2 Casa
Koshino de Tadao
Ando. Fonte:
Tov Arquitectos
(2014)
14
Outra referência utilizada durante os Pode ser que seja minha
estudos, foi a Casa em Toyonaka (Toyonaka, percepção, mas creio que
Japão - 2015) do Estúdio Tato Architects, o espaço arquitetônico
fundado por Yo Shimada. O projeto em questão, gradualmente se torna
reproduz a essência principal do escritório, de estático quando elementos
seguir as vertentes do minimalismo, criando aditivos são reduzidos
espaços que muitas vezes não são óbvios, mas para serem percebidos
bastante acolhedores e colocando em prática como ‘abstratos’. Isso
a “abstração dinâmica”, definição criada pelo também se aplica nas
próprio Shimada, que refere-se a uma situação várias atividades humanas,
quando a redução dos
onde projeto arquitetônico, propriedades dos
objetos parecem negá-los.
moradores, paisagem circundante e volumes
(SHIMADA, 2016)
empilhados deslocando-se, funcionem com
uma coisa única. A forma é composta por três
pavimentos em volumes horizontais, sendo
dois acima do solo e divididos em sete camadas
que criam uma aparência plissada exterior e
um subsolo, que busca criar uma relação entre
lajes e elementos secundários, permitindo
que a construção e suas atividades internas
funcionem normalmente, mas ao mesmo
tempo os objetos pareçam estar flutuando.
Foram criados também beirais e plataformas
niveladas com o intuito de expandir os limites da
residência, estratégia utilizada para adaptar-se
ao terreno estreito com suas regulamentações
e utilizados revestimentos brancos, permitindo
maior relacionamento com espaço externo e ao
mesmo tempo protegendo o espaço interno.
15
Figura 3 Casa em
Toyonaka de Yo
Shimada. Fonte:
Archdaily (2017)
16
Figura 4 Corte
perspectivado. Casa
em Toyonaka de Yo
Shimada. Fonte: Tov
Arquitectos (2017)
17
A Casa do Lago (Rio Grande do Sul, Brasil suas limitações e “trazê-los
- 2009), do Escritório Stemmer Rodrigues, para dentro” da habitação.
também foi objeto de estudo e referência para A forma da casa é composta
as produções, por se preocupar em atender as por um jogo de volumes
necessidades da família que ali se instalaria e cúbicos e foi pensada de
desejava um ambiente tranquilo, com espaços maneira que permita grande
amplos, transparentes e que permitisse total permeabilidade visual para a
integração da construção com os elementos praia, através da criação de
naturais disponíveis em seu entorno (Lago espaços grandes e abertos,
Guaíba e mata nativa), buscando respeitar com pouquíssimos móveis
Figura 5 Casa do
lago de Stemmer
Rodrigues. Fonte:
Archdaily (2013)
18
e acessórios e uma combinação entre cheios
e vazios proporcionados pelas aberturas em
vidro. O diálogo entre os materiais também
promove uma determinada integração entre
áreas externa e interna, utilizando em ambos os
espaços a mesma composição de revestimento Figura 6 Casa do
(paredes de concreto pintadas de branco, lago de Stemmer
lâminas de pedra e réguas de madeira), o que Rodrigues.
confere identidade para a construção. Fonte: Stemmer
Rodrigues
19
A seguir, ao longo de todo o trabalho, serão
discutidas mais afundo questões essenciais para
a produção de uma arquitetura residencial que
leve em consideração as diversas necessidades
que a rodeiam, proporcionando espaços
confortáveis, aconchegantes e tranquilos para
seus usuários.
O capítulo inicial trata a questão dos
sentidos humano e como suas sensações
e percepções podem influenciar no fazer
arquitetura, como tal arquitetura pode ser
adaptada através das considerações e
importâncias do arquiteto que a projeta, para
tornar-se capaz de entender e respeitar as
necessidades e desejos de seus usuários.
Em seguida, durante o segundo capítulo,
serão discutidas as principais interações entre
meio ambiente, espaço arquitetônico e ser
humano e como todos podem ser atendidos de
maneira eficiente para produzir uma arquitetura
que seja confortável e sustentável ao mesmo
tempo.
Por fim, o último capítulo, apresentará
a proposição projetual de um condomínio
residencial para policiais militares, dentro dos
limites de um terreno da corporação, que busca
atender todas as questões tratadas ao longo
da pesquisa de maneira eficiente para um bom
relacionamento entre moradores, arquitetura e
meio ambiente onde se instala o projeto.
20
2. A r q u i t e t u r a S e n s o r i a l
21
A realidade não é
percebida tão somente
pela objetividade das
características exteriores,
mas também pela
subjetividade.[...]só temos
a ideia de realidade se a
influência dos sentimentos
e das emoções formar
princípio das ações
humanas
(OKAMOTO, 2014, p. 68)
22
[...] pesquisas empíricas revelam que, provavelmente devido a
razões de especialização evolutiva, 75% da percepção humana,
no estágio atual da evolução, é visual. Isto é, a orientação do
ser humano no espaço grandemente responsável por seu poder
de defesa e sobrevivência no ambiente em que vive, depende
majoritariamente da visão. Os outros 20% são relativos à
percepção sonora e os 5% restantes a todos os outros sentidos,
ou seja, tato, olfato e paladar.
(SANTAELLA, 1998, p. 11)
23
A visão, ainda é considerada
Figura 8 Os cinco nos tempos atuais o mais
sentidos relacionados importante sentido para as
ao sistema nervoso. considerações sobre determinada
Fonte: 2nd Marketing arquitetura, o que explica-se
Digital (2019) com o fato de que, além de
ser dentre todos os sentidos
o que mais foi estudado e
especializado ao longo do tempo,
permitindo grandes criações que
possibilitam o aumento de sua
complexidade e são “poderosos
meios ou extensões do sentido
visual”3, também é responsável
desde o início de nossas vidas
por “enxergar a configuração de
tudo ao nosso redor e reconhecer
imediatamente se algo constitui
perigo ou se afeta nossa
sobrevivência”4. Porém mesmo
considerando-a mais importante
e estruturadora perante as
demais, não podemos considerá-
la como elemento único ao se
projetar uma arquitetura, visto
que a composição de sensações
e experiências é resultado de
3. SANTANELLA, Lucia. A percepção: uma teoria um conjunto de elementos e
semiótica. 2. ed. São Paulo: Experimento, 1998. p.12
4. OKAMOTO, Jun. Percepção ambiental e
consequentemente um conjunto
comportamento: visão holística na arquitetura e na de sentidos.
comunicação. 2. ed. São Paulo: Editora Mackenzie,
2014. p.82
24
A predileção pelos olhos nunca foi tão tecnologias e até mesmo aos
evidente na arte da arquitetura como “processos de produção de
nos últimos 30 anos, os quais tem linguagens que a humanidade
predominado um tipo de obra em busca foi criando ao longo de sua
de imagens visuais surpreendentes e existência”6. É, portanto, um
memoráveis. Em vez de uma experiência sentido importante no para
plástica e espacial embasada na a arquitetura, pois “estamos
existência humana. sempre ouvindo o fundo
(PALLASMA, 2011, p. 29) sonoro ambiental com o qual
estamos sintonizados”7 e sem
o som muitas coisas perdem
Tal sentido é também o que relaciona-se
totalmente a coerência,
mais diretamente ao campo estético, por ser
desta forma a arquitetura é
o sentido que permite às pessoas observar e
também muito importante
qualificar qualquer objeto, de acordo com seus
para os sentidos auditivos
gostos, memórias e pensamentos, mas também
e algo essencial para o
pode ser aquele que dentre todos mais afaste
entendimento dos sons, pois
seus usuários da realidade do mundo. Segundo
suas formas e materialidades
Juhani Pallasmaa5, existem dois tipos de visão
são as principais responsáveis
que podem distinguir a maneira como se
por reverberar ou ecoar, cada
enxerga qualquer composição arquitetônica, a
uma a sua maneira, tudo o que
visão periférica e a visão focada. Para o autor a
existe de audível no espaço.
primeira é muito mais importante, pois retrata
a realidade e nos integra ao espaço projetado, 5. PALLASMAA, Juhani. Os olhos
enquanto a segunda nos afasta desta realidade da pele: a arquitetura e os sentidos.
e consequentemente do espaço em questão. Porto Alegre: Bookman, 2011
6. SANTANELLA, Lucia. A
A audição, também é um sentido que
percepção: uma teoria semiótica. 2. ed.
na escala evolutiva foi desenvolvendo-se e São Paulo: Experimento, 1998. p.13
criando certa complexidade ao relacionar o 7. OKAMOTO, Jun. Percepção
corpo humano com mundo exterior, possuindo ambiental e comportamento:
visão holística na arquitetura e na
também muitas criações inovadoras produzidas
comunicação. 2. ed. São Paulo: Editora
graças ao desenvolvimento das ciência e Mackenzie, 2014. p.96
25
Cada prédio ou espaço tem seu cada pessoa e também do
som característico de intimidade ou entendimento das formas
monumentalidade, convite ou rejeição, que por qualquer motivo não
hospitalidade ou hostilidade. Um espaço
podemos enxergar.
é tão entendido e apreciado por meio
de seus ecos como por meio de sua
forma visual, mas o produto mental da
percepção geralmente permanece como
uma experiência inconsciente de fundo. Tateamos tudo: os
(PALLASMA, 2011, p. 48) olhos, os cheiros, os
sabores, as formas.
A pele sob diversas
O tato, por sua vez, também bastante formas (seja ela fina,
importante para os usuários, é um sentido muito grossa, transparente,
funcional, que auxilia a visão e audição e pode opaca, áspera, lavável
substituí-las eficientemente caso necessário, ou flexível), cobre todo
nosso corpo e penetra
além de estar ligado ao órgão que permite
neste por todos os
às pessoas entenderem e experimentarem o
orifícios.
mundo em que estão inseridas, integrando tal
O toque nas superfícies
experiência de mundo com a individualidade de
nos dá a sensação de
cada ser. O laço de identidade entre pele, tocar interioridade do objeto.
e lar, traz para qualquer pessoa o sentimento As impressões de liso,
de “estar em casa”, apenas ao tocar algo que áspero, rugoso são
lhe agrade e faça parte de sua história de vida. sentidas dentro de nós.
Voltando a Juhani Pallasmaa8, que acredita que O fato de sentir o tato
tal sentido e suas variantes são o que permitem é que define o nosso
à seus usuários viver direta e intensamente a corpo com relação ao
maioria das experiências sensoriais de um meio circundante. É uma
espaço arquitetônico, entende-se a importância forma de nos sentirmos
do toque nas diversas texturas existentes que vivos. (OKAMOTO, 2014,
causam reações especiais e diferenciadas em p. 95)
26
O olfato, além de ser um dos mais Já o paladar, mesmo
importantes sentidos para a vida, pois é o único sendo nosso primeiro sentido
sentido que não podemos “fechar”, já que a desenvolver-se quando
está diretamente ligado a respiração e parar ainda bebês e o último a ser
de respirar causaria nossa morte, é também esquecido quando idosos, é
o que possui maior relacionamento com a talvez, em relação aos demais
memória das pessoas, visto que o que mais se o que menos possamos
mantém guardado em nosso subconsciente relacionar ao desenvolvimento
são os cheiros que sentimos ao longo da vida, arquitetônico e suas relações
estando relacionado não só às lembranças diretas de sensação com o
de acontecimentos, mas principalmente de ser humano, por ser ainda
emoções, “com a memória do olfato, gravamos um sentido vago, difuso e
imagens que permanecem por muito anos, primitivo, muito vinculado à
às vezes por décadas, fixadas indelevelmente questão visceral do corpo,
em nossa mente sem perda de detalhes”9. Por já citada anteriormente. Mas
muitas vezes uma pessoa acaba se esquecendo como está relacionado ao
de determinadas características de um local ato de comer que, por ser
ou de outra pessoa, mas basta sentir qualquer considerado um ato social,
odor que lhe seja característico, que muitas pode ser relacionado ao
memórias, percepções e até sensações do convívio e interação entre
passado voltam à tona, como se esta nunca as pessoas dentro de uma
tivesse se esquecido de nada e pudesse reviver arquitetura existente, trazendo
aquilo que um dia foi realidade. à tona certo relacionamento
27
deste sentido com o ambiente que o cerca.
Dificilmente alguma pessoa sente prazer em
comer sozinha, na maioria dos casos prefere-
se estar com outras pessoas, conversando e
compartilhando momentos agradáveis, além
das experiências com novos ou já conhecidos
sabores, traduzindo então sensações que
possam refletir em um espaço construído.
28
2.2 Usuários como foco: participar
ativamente do “fazer arquitetura”
29
Figura 9 Cidades e
construções extremamente
impulsionadas pela razão
e racionalização da forma -
Le Corbusier (1922). Fonte:
Coisas da arquitetura (2010)
30
O fazer arquitetura deve levar sempre em que não se assemelha a de
consideração a ideia de acomodar e integrar, mais ninguém. Assim como os
produzindo então significados para os espaços valores, crenças, costumes e
que estão sendo criados, não apenas ser abrigo cultura de cada comunidade
para as necessidades básicas e utilitárias também é algo que influencia
do homem. As emoções, pensamentos e na maneira como os usuários
sensações dos usuários de uma construção, entenderão e irão usufruir
estão diretamente relacionados à produção de determinada arquitetura
destes espaços, assim como o espaço também e precisa ser considerado ao
ajuda as pessoas a criar suas percepções e se projetar. Um espaço criado
sentimentos. Uma arquitetura, no entanto, não para japoneses, por exemplo,
é influenciada apenas por seus usuários, visto não pode ser igual a um espaço
que também é projetada por seres humanos e para italianos, pois cada um
portanto, carrega sentimentos e experiências tem suas peculiaridades e
daqueles que a projetaram. especificidades na forma de
viver e agir.
Uma arquitetura
[...] na realidade da imaginação
arquitetônica e na realidade dos edifícios, doméstica deve ser elaborada,
existe o conteúdo: são os homens que de forma que não apenas
vivem os espaços, são as ações que neles permita habitá-la, mas que
exteriorizam, é a vida física, psicológica, ao mesmo tempo saiba
espiritual que decorre neles. O conteúdo domesticar o tempo, fazendo
da arquitetura é o seu conteúdo social. com que seus habitantes além
(ZEVI, 2002, p. 186) de relembrarem o passado,
possam construir memórias
que levarão consigo por
Cada pessoa, porém, reage aos estímulos toda a vida, e que também
de uma arquitetura de maneira diferente, isto serão parte desta arquitetura
se da pois suas reações dependem muito de destacada. Ao presenciar e
suas vivências, experiências e memórias, desta viver uma arquitetura, o corpo
forma, cada um tem sua maneira única de agir que carrega junto consigo
31
suas histórias e experiências, ao relacionar- [...], uma obra de
se com ela permite que seus usuários tenham arquitetura gera um
contato direto com suas memórias, fantasias todo invisível de
e sonhos de todos os tempos vividos ou a se impressões. O encontro
viver, trazendo em si como algo indispensável ao vivo com a Casa da
passado, presente e futuro. Cascata, de Frank Lloyd
Uma construção não deve apenas Wright, funde em uma
responder aos questionamentos e necessidades experiência totalizante
do momento ou de seus atuais e futuros e única a floresta
usuários, mas deve também lembrar-se do do entorno com os
volumes, as superfícies,
passado daquele local e daquelas pessoas que
as texturas e as cores da
já estiveram ali em algum momento da história,
casa, e até mesmo com
demonstrando que a memória corporal e
os aromas da floresta
a memória do lugar são indispensáveis às
e os sons do rio. Uma
considerações de um arquiteto que fará obra de arquitetura
qualquer proposição diferente do que já não é experimentada
exista ali. Uma obra porém, não pode ser como uma coletânea
totalmente transparente, ou seja, não pode de imagens visuais
deixar transparecer tudo o que ali aconteceu, isoladas, e sim a sua
nem representar todas as diversas lembranças presença material e
e histórias de seus usuários, apesar de carregar espiritual totalmente
todas as memórias que lhe são indispensáveis, corporificada. Uma obra
precisa também manter alguns de seus de arquitetura incorpora
segredos, para estimular a emoção, imaginação e infunde estruturas
e reação de seus novos habitantes e usuários. tanto físicas quanto
mentais.
(PALLASMAA, 2011, p.
42)
32
Figura 10 A experiência de uma pessoa dentro de
Trabalho de um espaço arquitetônico não pode mais ser
iluminação algo meramente estético, precisa ser melhorada
criando cenários
de forma que produza sensações e emoções
que ajudam
a despertar positivas relacionadas a este espaço físico. A
diversas arquitetura está presente em todo lugar, em
sensações e todos os ambientes que passamos ao longo de
percepções. nossas vidas, e por isso não pode ser apenas
Fonte: Lugar uma coisa agradável esteticamente aos olhos,
Certo (2016) deve prezar por uma ligação com sensações
boas para seus usuários, como felicidade,
tranquilidade, satisfação e não desconforto ou
descontentamento com o ambiente produzido.
33
A produção de tais sensações e percepções
em um ambiente é de responsabilidade do
arquiteto que produz o espaço, quando
a arquitetura é pensada de maneira que
considere seus habitantes e aquele local em
quem se instala, carregando todas as suas
memórias e percepções, ela torna a experiência
do usuário em um espaço mais completa, o
que faz com que as pessoas valorizem mais o
projeto arquitetônico, desta forma conseguem
relacionar-se mais profundamente com o
mundo que a circunda, permitindo também
uma troca de experiências entre tal usuário e o
ambiente em que se insere.
34
2.3 Sensações e emoções: Suas
produções através de uma contrução
com o conforto desta construção
35
Atualmente as construções tem se tornado, de certa forma,
superficiais, pois a importância de sua materialidade tem sido
enfraquecida por não ser mais um foco direto do planejamento
projetual. O uso desenfreado de materiais translúcidos, por
exemplo, pode não ser um fato completamente agradável em
uma construção ao pensarmos na questão de percepções e
sensações, visto que este material não permite a imaginação ou
indagação do que acontece através dele, o que pode muitas vezes,
resultar em certa alienação e irrealidade para seus usuários. Os
materiais naturais, que além de agregar muito valor, praticidade
e até mesmo maior sustentabilidade à uma arquitetura, também
trazem consigo parte de uma história com valores e experiências,
têm sido rejeitados em prol da utilização de novos materiais mais
tecnológicos e desenvolvidos industrialmente, que muitas vezes
são inflexíveis aos olhos e acabam empobrecendo a produção de
memórias e sensações daquele espaço construído.
Figura 11
Combinação
de elementos
naturais com
materiais mais
desenvolvidos,
mostrando
que pode-se
atingir certo
equilíbrio.
Fonte: Lugar
Certo (2016)
36
O projeto arquitetônico, precisa ser Com isso, a iluminação,
idealizado, não só como um mero objeto cores e disposições de objetos,
instalado e adaptado a um local já existente, a também são itens importantes
arquitetura deve ser uma extensão da natureza, que precisam ser considerados
integrando-se totalmente à ela e desta forma, ao se produzir uma arquitetura.
trazendo aos seus usuários as bases para Iluminações muito fortes
percepção, experimentação e compreensão do acabam rompendo com a
local onde está se instalando. A qualidade dos interioridade do espaço e de
espaços produzidos por uma arquitetura para seus usuários, pois fazem com
quem a habita deve ser sim mais importante do que a privacidade de cada um
que sua aparência e seus aspectos tecnológicos, seja exposta, rompendo com
ao construirmos, como arquitetos precisamos a individualidade que deve
considerar a estética como um todo, mas nunca se distinguir deste espaço e
nos esquecer de considerar o ser humano, suas do mundo em que se instala.
vontades e necessidades e os efeitos sensíveis Revestimentos, texturas,
que aquele espaço causará. aberturas, entre outros, fazem
parte de detalhes que são
importantes para a concepção
de um ambiente projetado e
Hoje não é suficiente apenas a discussão são diretamente responsáveis
sobre o espaço euclidiano dos ambientes, de pela produção de emoções e
seus acabamentos, mas também a existência
sensações. Cores mais claras,
de qualidades que venham a atrair e a tocar
como branco, azul e cinza,
a sensação de conforto, de acolhimento,
por exemplo, podem remeter
atendendo às dimensões psicológicas do ser
a uma sensação mais fria
humano, propiciando o sentimento de prazer
nos locais de atividade de sua existência, e refrescante, enquanto as
desenvolvendo o sentido afetivo ou a ligação mais fortes, como amarela,
prazerosa que enseje a permanência no local. vermelho e tons de madeira,
(OKAMOTO, 2014, p.168) remetem ao quente e
ao aconchego. É preciso
entender e saber combinar
37
todos esses elementos, para que em conjunto
possam transformar as experiências e registrar
memórias em seus usuários.
38
3. A r q u i t e t u r a C o n f o r t á v e l
39
O conforto em uma arquitetura, está Ao Modernismo faltava
ligado então, à uma questão básica de uma especificidade
proporcionar aos assentamentos humanos geográfica, ao menos
todas as condições necessárias para que o para considerar que
espaço projetado seja habitável, utilizando- diferentes climas,
se dos recursos disponíveis naquele local. Um paisagens e culturas
projeto arquitetônico confortável deve atender requerem diferentes
às necessidades e condicionantes do território propostas, por vezes
onde se instala, sejam elas sociais, culturais, diferentes conceitos de
econômicas ou do meio ambiente natural. edifícios. Como franca
oposição aos resquícios
Para isso, toda a evolução de um projeto
do Modernismo, nomes
deve compreender estudos das condições
distintos foram aplicados
térmicas, acústicas, luminosas, energéticas e
para ideias basicamente
da população à quem se destina a construção
similares: como
idealizada. arquitetura bioclimática,
Com o desenvolvimento econômico atual arquitetura passiva e,
as construções têm se tornado qualitativamente mais recentemente,
inferiores em prol de rapidez e baixo custo. Com arquitetura sustentável.
isso o ser humano e o meio ambiente passam (SCHMID, 2005, p. 12)
ao segundo plano, tornando tais arquiteturas
grandes equívocos, por esquecerem-se da
importância que a relação entre estes dois tem Um ambiente, porém, não
quando se trata de conforto e sustentabilidade pode atender as condições
arquitetônica, assuntos que também estão de conforto de todos os
crescendo e tomando suas devidas proporções seus habitantes, visto que
atualmente. cada corpo reage de maneira
individual aos diferentes
estímulos provocados por
uma arquitetura. Uma luz
mais fraca, por exemplo,
pode tornar um espaço mais
40
aconchegante e agradável para uma pessoa, temperatura, incidência solar,
enquanto para outra pode tornar o espaço intensidade sonora, entre
desagradável e escuro. Antigamente sinônimo outros.
de conforto em uma residência, eram janelas
pequenas cobertas por cortinas, trazendo
maior sensação de aconchego para seus Conhecer as condições
moradores, já nos tempos modernos, com o ambientais e visitar o
crescente desenvolvimento de novas técnicas local do projeto são
arquitetônicas, muitos habitantes sentem-se fundamentais para se ter
confortáveis em casas com aberturas maiores, uma noção correta de
onde a incidência de iluminação natural é maior, todas as particularidades
trazendo a sensação de diálogo com o meio como percepção dos
ambiente. ventos, percurso do
Com o Modernismo, a funcionalidade e sol, ruídos acústicos e
racionalidade passaram a ser exigências ao vegetação, por exemplo.
Posteriormente, com
se fazer arquitetura, porém na construção
as simulações feitas
de habitações não se pode esquecer que o
em softwares a partir
principal e mais nobre uso é o do repouso,
dos dados obtidos
portanto no anseio de obter-se uma residência
no local, temos como
confortável, a racionalização pode sim ser ter uma visão bem
colocada em prática, mas com certo cuidado, próxima da realidade e,
não esquecendo-se que aquela arquitetura assim podemos fazer
será o lar de alguém e que precisa estar os ajustes necessários
disponível a atender às diversas necessidades antes que a obra seja
que possam existir. O conforto ambiental surge executada. (ARAÚJO,
então, para “resgatar a arquitetura enquanto 2018)
abrigo”10, buscando somar diversas interações
da construção com a natureza e adaptar tal
construção para os efeitos que este ambiente 10. SCHMID, Aloísio Leoni. A ideia
pode causá-la, levando em consideração de conforto: reflexões sobre o ambiente
diversos elementos como: umidade, construído. Curitiba: Pacto Ambiental,
2005. p. 14
41
3.2 Relação e interação entre ambiente
construído e seu entorno
42
como cita Cileide Siqueira, “o projeto deve estar 11. SIQUEIRA, C. (2013).
Conforto Ambiental, desafio
adequado ao meio, já que o inverso não é possível”.11
para arquitetos. Acesso em 09
Um bom exemplo de perfeita adaptação de 11 de 2018, disponível em
ao entorno é a Casa da Cascata, de Frank Lloyd Fórum da Construção: http://
Wright, que está totalmente integrada com a mata www.forumdaconstrucao.com.br/
conteudo.php?a=4&Cod=800
que a circunda e ao curso d’água que passa pela
propriedade, dando a impressão de estar sendo
“abraçada” por essa natureza, mostrando assim
toda essa harmonia que precisa estar presente ao
se pensar arquitetura.
Figura 12 Casa da
cascata - Frank
Lloyd Whright.
Fonte: Archdaily
(2012)
43
3.3 Conforto e sustentabilidade:
aspectos essenciais para a produção
de uma arquitetura ambiental, física e
psicologicamente confortável
44
conforto ambiental e conforto psicológico. arquitetura, pois utilizada de
Desta forma o arquiteto precisa estudar seu diversas maneiras podem
cliente, entender suas necessidade e adaptar provocar diferentes sensações
diversos materiais, para que em conjunto e percepções nos usuários
possam atingir um resultado final satisfatório. de um espaço, assim como
Os materiais que compõem a alvenaria a colocação de espelhos em
de vedação são grandes responsáveis pelo locais específicos, que também
bom desempenho de uma construção, pois podem alterar a sensação de
influenciam diretamente nos confortos térmico, conforto de uma pessoa em
acústico e ambiental, por isso precisam ser determinado espaço.
muito bem pensados e escolhidos, sendo
preferencialmente algum material natural que
auxilie tanto nas necessidades da arquitetura
quanto nas do meio ambiente. Já os vidros
utilizados, são responsáveis por controlar a
entrada de luz (conforto luminoso) e calor
(conforto térmico) no interior dos espaços
arquitetônicos, permitem a permeabilidade
visual entre espaços externo e interno (conforto
visual) e se tratado de maneira especializada,
também pode ser protegido acusticamente
(conforto acústico).
Tratando-se de revestimentos, design de
interiores e outras escolhas mais específicas de
uma construção, o ponto principal dos tempos
atuais é sempre prezar pela naturalidade,
por elementos mais próximos da natureza,
que remetem ao aconchego, às memórias e
auxiliam no desenvolvimento das técnicas de
sustentabilidade na arquitetura. O uso de cores
também pode ser um elemento chave de uma
45
Figura 13 O efeito das cores
em um ambiente. Fonte:
Ana Paula Bello (2017)
46
4. P r o p o s i ç ã o a r q u i t e t ô n i c a
47
Figura 14 Localização O lote é uma área subutilizada do terreno da Polícia
da área de Militar de São Paulo, que atualmente abriga edifícios em fase
intervenção inicial de estrutura e fundações, com obra embargada há
escolhida. Fonte:
mais de 20 anos e já bastante deteriorados pelos efeitos do
Google Maps (2018)
tempo, que serão demolidos e darão lugar ao novo projeto
arquitetônico.
48
Figura 15 Localização
do terreno utilizado.
Fonte: Google Maps
(2018)
49
Figura 16
Estrutura
existente. Fonte:
Google Maps
(2018)
Figura 17
Estrutura
existente. Fonte:
Google Maps
(2018)
50
Figura 18
Estrutura
existente. Fonte:
Google Maps
(2018)
51
4.2 Estudo de casos: Análise de edifícios
residenciais existentes e seus enfoques
em conforto e sustentabilidade
52
Figura 19 Vista
noturna Urban
Alchemy 9. Fonte:
Archdaily (2017)
53
Pavimento térreo Primeiro pavimento
54
56
O próximo conjunto residencial analisado, arquitetura habitacional deve
desta vez não foi construído e manteve-se ser condicionada por padrões
apenas em fase projetual, a Habitação de econômicos ou classes social.
Interesse Social (São Paulo, Brasil - 2010), do Com isso, idealizaram casas
escritório 24.7 Arquitetura e Design, foi uma compactas, confortáveis e bem
proposta de projeto para um concurso produzido produzidas esteticamente.
para a companhia de desenvolvimento
habitacional urbano. E a principal intenção de
seus arquitetos era proporcionar o bem estar
de seus habitantes, buscando total interação Figura 22 Habitação
de interesse social.
com pessoas que já moram em construções do
Fonte: Archdaily
mesmo programa e ressaltando que nenhuma (2013)
58
Figura 23 Habitação de interesse social.
Fonte: Archdaily (2013)
de iluminação natural. No
quesito sustentabilidade foram
Buscando manter boa iluminação e utilizados materiais e técnicas
ventilação natural ao longo de todas as que propiciem a economia
construções, além de seus formatos alongados e racionalização do projeto,
e estreitos que garantem a iluminação e radiação como blocos de concreto
direta total sobre seus ambientes, ainda foram estruturais que permitem um
utilizados elementos vazados e caixilhos projeto modulado facilitando
eficientes, que permitem a entrada de correntes a construção, além de telhas
contínuas de ar e luz, assim como janelas altas termoacústicas mescladas
que viabilizam a ventilação cruzada e entrada com coberturas verdes.
59
Figura 24 a. Análise da
iluminação e ventilação
natural. Fonte: Archdaily
(2013) | Diagramação:
Julia Richard (2018)
60
61
Figura 24 b. Análise da
iluminação e ventilação
natural. Fonte: Archdaily
(2013) | Diagramação:
Julia Richard (2018)
62
63
64
Figura 25 Análise
dos elementos
verdes e
sustentáveis.
Fonte:
Archdaily (2013)
Diagramação: Julia
Richard (2018)
65
O último conjunto a ser analisado, será o
Moradias Le Bourg (Montreuil, França - 2017), do
escritório Archi 5, que desta vez não foi projetado
em unidades únicas e separadas, mas sim como
um único edifício de apartamentos proposto
de maneira que exista certa flexibilidade de
programas em suas diversas tipologias, permitindo
a produção de residências desde em estilo loft Figura 26 Moradias
até disposições de duplex com mais e maiores Le Bourg. Fonte:
acomodações. Archdaily (2017)
66
Assim como as anteriores, esta também busca
adequar-se aos quesitos de conforto térmico
e iluminação e para isso dispõe de aberturas
consideráveis em todos os cômodos e pavimentos,
que garantem a boa entrada de iluminação e
ventilação natural, além da toda a estrutura da
construção ser de madeira o que também auxilia
na melhora do bem estar térmico. O grande jardim
comum, também permite que a construção seja
mais bem arejada, tornando-se mais fresca e em
conjunto com a utilização de materiais naturais
como madeiras e alguns tipos de metais em
caixilhos e guarda corpos contribuem para um
bom desenvolvimento ambiental e sustentável do
projeto em geral.
67
Figura 27 Análise
da iluminação
e ventilação
natural. Fonte:
Archdaily (2017) |
Diagramação: Julia
Richard (2018)
68
69
4.3 Apresentação das intenções de
projeto.
71
“converse” com a cidade, com a área verde e Dentro delas o íntimo de cada
os demais edifícios em seu entorno, sempre família será preservado, porém
mantendo a preocupação em tornar todo o a interação entre os familiares
conjunto como um único elemento em torno continua a ser instigada, pois
desta centralidade agradável e que promova todos os principais ambientes
a tranquilidade de um lar. Com isso, a busca possuem alguma forma de
durante todo o trabalho, foi de aliar um bom interligação entre si, onde
projeto, com questões de conforto ambiental nenhum está completamente
e arquitetura sensorial, tornando um local isolado dos demais.
agradável para habitação, que atenda às
necessidades perceptivas e sensoriais de
quem ali se instalará, através da utilização de
materiais naturais e sustentáveis.
Todo o conjunto habitacional funcionará
em torno de dois eixos de permeabilidade, o
primeiro que será responsável por acomodar
as funções de uso comum para seus habitantes,
proporcionando maior integração e diálogo
entre os elementos existentes no entorno,
sendo também o meio de ligação direta
das residências com a rua. O segundo eixo,
transpassará o já citado acima, e também é
definido por aberturas ao longo do projeto
que promovam sensações de relacionamento
direto com o meio ambiente que o cerca.
As residências serão projetadas
buscando oferecer maior individualidade e
intimidade para seus usuários, esquecendo-se
um pouco de toda a interação estimulada nas
áreas comuns, para agora satisfazer o que cada
um acredita ser a melhor forma de pensar e agir.
72
4.4 O condomínio residencial projetado
73
Figura 30 Corte geral longitudinal - Mostra as
diferenças entre níveis existentes em todo o
projeto.
76
0 10 50
0 10 50
77
78
Figura 32 Planta
acesso de
veículos e
pedestres +
planta guarita
ampliada
79
80
Figura 33 Planta
acesso de
veículos e
pedestres +
planta guarita
ampliada
81
82
Figura 34 Planta
centro de lazer
83
84
Figura 35 Planta
academia e salão
de jogos
85
Figura 38 Corte
ampliado centro
de lazer
89
Figura 39 Planta
residência
pavimento térreo
90
Figura 40 Planta
residência
pavimento
superior
91
Figura 41 Corte
transversal
residência
92
Figura 42 Corte
longitudinal
residência
93
Figura 43 Elevação
frontal residência
94
Figura 44 Elevação
posterior residência
95
Figura 45 Elevação
lateral 1 residência
96
Figura 46 Elevação
lateral 2 residência
97
Figura 47 Perspectiva
do condomínio
98
Figura 48 Guarita
e acesso pedestres
e veículos
99
Figura 49 Vista
pomar e
administração
Figura 50 Vista
pomar de cima
100
Figura 51 Residência
vista frontal
Figura 52 Residência
vista posterior
101
102
Figura 53 Centro de lazer
103
5. C o n s i d e r a ç õ e s f i n a i s
105
6. L i s t a d e f i g u r a s
106
cenários que ajudam a despertar diversas Figura 16: Estrutura
sensações e percepções. Disponível em existente. Imagens retiradas
<https://estadodeminas.lugarcerto.com.br/ do Googles Maps.
app/noticia/decoracao/2016/10/30/interna_ Figura 17: Estrutura
decoracao,49611/estimular-sensacoes-e- existente. Imagens retiradas
a-missao-da-arquitetura-sinestesica-com- do Googles Maps.
ambient.shtml>. Acesso em 30.04.2019 Figura 18: Estrutura
Figura 11 : Combinação de existente. Imagens retiradas
elementos naturais com materiais mais do Googles Maps.
desenvolvidos, mostrandi que pode-se atingir Figura 19: V i s t a
certo equilíbrio. Disponível em <https:// noturna Urban Alchemy 9.
e s t a d o d e m i n a s . l u g a rce r to.co m . b r/a p p / Disponível em <https://www.
noticia/decoracao/2016/ 10/30/interna_ archdaily.com.br/br/899751/
decoracao,49611/estimular-sensacoes-e- urban-alchemy-9-ankit-
a-missao-da-arquitetura-sinestesica-com- prabhudessai>. Acesso em
ambient.shtml>. Acesso em 30.04.2019 15.09.2018
Figura 12: Casa da Cascata - Frank Figura 20: A n á l i s e
Lloyd Wkright. Disponível em <https://www. da iluminação e ventilação
archdaily.com.br/br/01-53156/classicos-da- natural. Desenhos técnicos
arquitetura-casa-da-cascata-frank-lloyd- disponíveis em <https://www.
wright/53156_53159>. Acesso em 30.04.2019 archdaily.com.br/br/899751/
Figura 13: O efeito das cores em urban-alchemy-9-ankit-
um ambiente. Disponível em <https://www. prabhudessai>. Acesso em
facebook.com/anapaulabelloarquitetura/ 15.09.2018 - Diagramação por
photos/dicas-em-rela%C3%A7%C3%A3o-aos- Julia Richard
efeitos-visuais-em-ambientes-usando-apenas- Figura 21: Análise
o-constraste-de-/465116647205525/>. Acesso dos elementos verdes e
em 30.04.2019 sustentáveis. Desenhos
Figura 14: Localização da área de técnicos disponíveis em
intervenção escolhida. Imagens retiradas do <https://www.archdaily.com.
Googles Maps. br/br/899751/urban-alchemy-
Figura 15: Localização terreno 9-ankit-prabhudessai>.
utilizado. Imagens retiradas do Googles Maps. Acesso em 15.09.2018 -
107
Diagramação por Julia Richard em 15.09.2018 - Diagramação
Figura 22: Habitação de Interesse por Julia Richard
Social. Disponível em <https://www.archdaily. Figura 28: A n á l i s e
com.br/br/01-141035/habitacao-de-interesse- de materiais naturais e
social-sustentavel-slash-24-dot-7-arquitetura- sustentáveis. Desenhos
design>. Acesso em 15.09.2018 técnicos disponíveis em
Figura 23: Habitação de Interesse <https://www.archdaily.com.
Social. Disponível em <https://www.archdaily. br/br/884102/moradias-le-
com.br/br/01-141035/habitacao-de-interesse- bourg-archi5>. Acesso em
social-sustentavel-slash-24-dot-7-arquitetura- 15.09.2018 - Diagramação por
design>. Acesso em 15.09.2018 Julia Richard
Figura 24: Análise da iluminação
e ventilação natural. Desenhos técnicos
disponíveis em <https://www.archdaily.com.
br/br/01-141035/habitacao-de-interesse-
social-sustentavel-slash-24-dot-7-arquitetura-
design>. Acesso em 15.09.2018 - Diagramação
por Julia Richard
Figura 25: Análise dos elementos
verdes e sustentáveis. Desenhos técnicos
disponíveis em <https://www.archdaily.com.
br/br/01-141035/habitacao-de-interesse-
social-sustentavel-slash-24-dot-7-arquitetura-
design>. Acesso em 15.09.2018 - Diagramação
por Julia Richard
Figura 26: Moradias Le Bourg.
Disponível em <https://www.archdaily.com.br/
br/884102/moradias-le-bourg-archi5>. Acesso
em 15.09.2018
Figura 27: Análise da iluminação
e ventilação natural. Desenhos técnicos
disponíveis em <https://www.archdaily.com.br/
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