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Por Que Pensar Interdisciplinaridade Com

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CTS em foco boletim

número 03

Qual interdisciplinaridade
queremos?
Novas agendas científicas para
sociedades em transformação

abr-jun 2021 issn 2675-9764


DIRETORIA BIÊNIO 2019-2021

Presidente: Maíra Baumgarten (FURG)

Vice-presidente: Wilson Pedro (UFSCAR)

Vice-presidente: Daniela Alves (UFV)

Secretária Geral: Isabel Cafezeiro (UFF)

1ª Secretária: Márcia Ogata (UFSCAR)

Tesoureiro: Alberto Jorge Silva de Lima (CEFET/RJ)

2º Tesoureiro: Adriano Premebida (TEMAS/UFRGS)

Conselho Deliberativo: Ana Lucia Lage (UFBA) | Christian Luiz da Silva (UTFPR)
Cidoval Morais de Souza (UNITAL) | Daniela Manica (UNICAMP) | Fabrício Neves (UnB)
Fernanda Sobral (UnB) | Henrique Luiz Cukierman (UFRJ) | Ivan da Costa Marques (UFRJ)
Lorena Fleury (UFRGS) | Julia Guivant (UFSC) | Márcia Regina Barros da Silva (USP)
Raoni Rajão (UFMG) | Thales Haddad Novaes Andrade (UFSCAR)

EXPEDIENTE DO BOLETIM

coordenação geral Daniela Alves (UFV)

coordenação temática Rosana Castro (UERJ)

conselho editorial Fabrício Neves (UnB) Noela Invernizzi (UFPR)


Guilherme Sá (UnB) Wilson Pedro (UFSCAR)
Ivan da Costa Marques (UFRJ) Débora Allebrandt (UFAL)
Lorena Fleury (UFRGS) Ana Lucia Lage (UFBA)
Marko Monteiro (Unicamp)

comitê editorial Daniela Alves (UFV)


Maíra Baumgarten (FURG)
Thales de Andrade (UFSCAR)
Daniele Martins (UFRJ)

apoio técnico Isabela Costa Campos

projeto gráfico Igor Almeida


editorial

O IX Simpósio da Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das


Tecnologias – ESOCITE.BR coloca em debate um tema constitutivo dos estudos
sobre ciência, tecnologia e sociedade: a interdisciplinaridade e as novas agen-
das científicas. A complexidade social e a natureza multidimensional do mundo
tornam cada vez mais premente o diálogo entre ciências exatas, da vida e as
humanidades e, também, internamente dentro dos três grandes campos.

Inter/transdisciplinaridade fazem parte das ações e de políticas de saúde, do


campo da educação, de inúmeros estudos científicos em áreas importantes
como mudanças climáticas, preservação ambiental, saúde coletiva entre outros,
demonstrando-se chave para o avanço do conhecimento em campos de investi-
gação novos e na produção de soluções tecnológicas para os problemas globais.

Por um lado, as transformações nas sociedades contemporâneas, o aumento


das desigualdades, violências e estereótipos raciais, étnicos, de gênero colocam
a urgência em pensar novas agendas para a produção de conhecimentos cien-
tíficos e tecnológicos. Por outro lado, o desenvolvimento e uso de tecnologias
que envolvem inteligência artificial, algoritmos, bancos de dados genéticos, têm
impulsionado discussões e iniciativas importantes sobre a urgência de reflexões
sobre nossas agendas e sobre práticas interdisciplinares.

O boletim CTS em foco, número 03, propõe fomentar este debate estratégico
na presente conjuntura de pandemia e de sérios problemas associados tanto à
economia mundial quanto às formas de estruturação política e social em trans-
formação.

A escolha desse tema ocasionou enorme oferta de artigos, o que nos fez optar
por não publicar entrevista neste número. Os 22 artigos presentes no terceiro
Boletim apresentam uma ampla variedade de abordagens e assuntos, que opta-
mos por agrupar em duas partes, uma mais teórico-conceitual e outra de expe-
riências e aplicações da interdisciplinaridade em instituições, práticas e contex-
tos localizados.
Convidamos os leitores do Boletim CTS em foco a participar desses debates conosco, acom-
panhando as discussões sobre a conjuntura que vivemos e a busca de instrumentos para
entender um mundo cada vez mais fragmentado, em que os laços de solidariedade se dis-
solvem na grande arena do mercado e no qual a sustentabilidade aparece cada vez mais
distante. Acreditamos que uma forma efetiva de evitar os males do negacionismo e da de-
sinformação é o estabelecimento de um debate público e informado em temas essenciais
ao nosso bem-estar coletivo.

maíra baumgarten
Presidente da ESOCITE.BR
sumário

parte 1

9 O apelo da interdisciplinaridade: uma visão crítica a partir


do campo CTS
por tiago brandão

15 Interdisciplinaridade, convergências técnicas


e desenvolvimento
por sidney reinaldo da silva

21 Qual interdisciplinaridade queremos? Uma agenda


tecnocientífica solidária
por renato dagnino

27 Reflexões sobre Ciência, Tecnologia e os Objetivos


do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
por mycarla míria araújo de lucena

33 Na ágora digital, a promoção e a violação de direitos


por talitha camargo da fonseca

40 Quais interdisciplinaridades queremos? As que visam


a construção de um novo mundo comum – includentes,
locais, encantadoras!
por ivan da costa marques

46 A interdisciplinaridade que nos molda: CAPES


e a avaliação
por maria cristina de oliveira cardoso
e regina maria macedo costa dantas
53 A modernidade líquida baumaniana e suas heteronomias
sobre a construção da interdisciplinaridade na escola de
ensino básico
por percy fernandes maciel jr., marcelo lambach e nancy rosa
alba niezwida

59 Cultura científica como contexto e propósito para


a interdisciplinaridade em uma proposta de atuação
institucional universitária
por mariana rodrigues pezzo, tárcio minto fabrício
e adilson jesus aparecido de oliveira

64 Qual natureza queremos? Interdisciplinaridade para


prevenir as crises que estão por vir
por leticia costa de oliveira santos e niklas werner weins

70 Interdisciplinaridades a partir das contribuições


feministas no contexto de crises socioambientais
por agda marina f. moreira, ana carolina corrieri gomide,
brunah schall, mariela campos rocha e polyana valente

77 Saúde coletiva e Estudos Sociais da Ciência e


das Tecnologias: interconexões para além da
interdisciplinaridade em tempos de COVID-19
por alberto matenhauer urbinatti

83 Saúde, comunicação e interdisciplinaridade, precisamos


de novas agendas?
por maíra baumgarten

parte 2

90 SoFiA: interdisciplinaridade e CTS a partir da união entre


a extensão popular e a divulgação científica
por cláudia gomes frança e bráulio silva chaves
97 Interdisciplinaridade: aproximações e distanciamentos
entre a BNCC e a sala de aula
por anderson pedro laurindo, josie ágatha parrilha da silva
e marcos cesar danhoni neves

104 Manifestos de interdisciplinaridade: reflexões sobre


a experiência da SBPC
por thaís garcez capovilla

110 Qual interdisciplinaridade queremos? A proposta do


Observatório de Tecnociência Solidária da Unicamp
por carolina troncoso baltar, guilherme josé máximo,
humberto miranda do nascimento, lais silveira fraga, miguel
juan bacic, rafael de brito dias, renato peixoto dagnino, romis
ribeiro de faissol attux e vanilde ferreira de souza esquerdo

117 Por que pensar interdisciplinaridade com cuidado?


por cíntia engel e helena fietz

122 Estudos CT&S em Artigos Contados: Gamificação no


Ensino da Ciência
por maria aparecida dos santos, daianna pimenta oliva
e anaís lopes da costa

128 Narrativas de Futuro: Ficção, Ciência e Imaginação


de Mundos
por gustavo lemos

133 Do interdisciplinar ao interseccional no hip-hop:


por um Movimento AfroCTS Latino-americano
por roberth de-carvalho

139 Estudos interdisciplinares sobre a passagem do grafite


do espaço público para a esfera comunicativa
por lucimara fernandes e francisco antônio zorzo
Por que pensar
interdisciplinaridade
com cuidado?
Cíntia Engel1
Helena Fietz2

“[cuidado é] um processo: não tem fronteiras claras. Ele está 1. Cíntia Engel é doutora em
antropologia social pela UnB
em aberto. Não é uma questão de tamanho; não significa que o
e mestra em sociologia pela
processo do cuidado é maior, que engloba mais coisas do que mesma universidade. É vinculada
ao Coletivo de Antropologia
os artefatos e atividades que são parte dele. Ao contrário, é uma
e Saúde Coletiva (CASCA)
questão de tempo. Porque o cuidado não é um produto (grande e estuda demências, cuidado,
medicamentos e biomedicina.
ou pequeno) que vai mudando de mãos, mas é uma questão de
várias mãos trabalhando juntas (ao longo do tempo) na direção 2. Helena Fietz é doutora em
antropologia social pela UFRGS
de um resultado.” (MOL, 2008, p. 18). e pesquisadora vinculada ao
Grupo de Pesquisa Ciências na
Vida (UFRGS) e Grupo de Estudos
Pensar sobre o cuidado não foi o ponto de partida de nossas trajetórias em Antropologia e Deficiência/
de pesquisa junto a famílias de adultos com deficiência intelectual, GEAD (UFRGS).

idosos com demência e profissionais da saúde. Ainda assim, desde o


início a centralidade desta categoria na vida cotidiana daqueles com
quem trabalhamos fez com que passássemos a nos interessar pelos
diferentes modos como o cuidado enquanto categoria era mobilizado
em suas práticas e discursos. O termo, exaustivamente utilizado por
nossas interlocutoras, e intermitente objeto de interesse dentro das
ciências sociais, passou assim a ser central para nossos trabalhos.

Podemos dizer que pensar sobre o cuidado a partir de nossos cam-


pos de pesquisa não é necessariamente uma novidade. Grande parte
da literatura de cuidado aborda relações entre pessoas consideradas
mais vulneráveis e dependentes e aqueles que o proveem, sejam eles

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familiares ou cuidadores remunerados. Isto, no entanto, não nos exi-
me de sermos constantemente interpeladas sobre qual é o ganho de
torná-la também uma categoria de análise. A indagação é pertinente,
afinal, cuidado é um termo cuja polissemia e abrangência pode aca-
bar por eivá-lo de sua potencialidade, tornando-se algo que por falar
de tantas coisas, acaba por não falar sobre nada.

O campo dos estudos de cuidado é essencialmente interdisciplinar


e aborda problemas distintos entre si – desde emoções particulares
à reprodução de desigualdades, passando por organização social do
trabalho ao desenvolvimento de saberes e habilidades específicas.
Um escopo mais recente (MOL, 2008), que nos interpela de modo par-
ticular, é pensar sobre cuidado a partir de diálogos com os estudos da
ciência e tecnologia. Cuidado, assim, imerso em mundos mais que hu-
manos (BELLA CASA 2017), em afetos, atenções e organizações tecno-
biopolíticas (GANE; HARAWAY, 2010). Falar em cuidado, nesse recorte,
envolve expressar a multidão envolvida em suas criações.

Alguns termos têm sido utilizados na literatura para dimensionar esse


tipo de aproximação: ecologias, infraestruturas, agregações, arranjos,
emaranhados de cuidado. Entram em relação discussões e diferentes
posicionamentos sobre inteligências artificiais, robôs domésticos,
transformações químicas e ecológicas, debates arquitetônicos sobre
inclusão, manejo de políticas e moralidades públicas.

Não raro, esse conjunto de preocupações sobre cuidado coloca em


cena dissidências e enfrentamentos de projetos de mundo. Por vezes,
em nossos campos, sentimos uma dificuldade em encontrar um bom
posicionamento para lidar com esses embates. Por exemplo, quando
nos deparávamos com o “dopamento” a partir da intenção de “man-
ter a família coesa”, ou quando entrávamos em diálogo com a intensa
crítica dos estudos da deficiência sobre projetos infantilizadores im-
buídos nas narrativas sobre cuidar. Assim como quando notávamos
cotidianamente as muitas dimensões da interdependência e dos
aprendizados envolvidos nas dedicações cotidianas ao cuidado; e a

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diminuição, negação e atribuição de culpa direcionadas àquelas que
se envolviam mais diretamente no cuidado. Parece-nos importante
levar a sério essas muitas dimensões e como tensionamentos e pro-
jetos de mundo distintos estão envoltos em “práticas de fazer bem”.
Passamos a pensar em conjunto: como se agregar a um campo como
esse, como conversar a partir da tensão?

Filiamo-nos à proposta de que as práticas de cuidado precisam ser


pensadas a partir de seus próprios termos e especificidades para que
não sejam “submetidas a regras e regulações estrangeiras a elas”
(MOL; MOSER; POLS, 2010, p. 7). Ou, como diria Pols (2015), uma éti-
ca empírica do cuidado. A preocupação é entender o que é manejado
como “bom” ou “bem” em cada composição de cuidado e, além disso,
com não partir de moralidades genéricas ou generalizantes sobre o
que viria a ser correto, ou melhor.

Mas os termos da conversa, as dissidências constantes e as estrutu-


ras de silenciamento nos debates sobre como fazer o bem nos parecia
ainda carecer de mais cuidado. As tensões não se resolvem de forma
simples apenas ao olhar atentamente para as moralidades internas.
Nos aproximamos, então, da proposta de Maria Puig de la Bella Casa
no livro “Matters of care”: se engajar com uma ética especulativa do
cuidado. Trata-se de explorar o que vem a ser cuidado em mundos
mais que humanos, levando em conta tanto a multidão que faz parte
desse cuidado, como a variedade de posições dos que se importam
com o cuidado em cada situação específica. Quantas vozes trazer ao
diálogo e como lidar com a tensão, a dissidência, os muitos projetos
de mundo em disputa são centrais a essa proposta.

E isso demanda uma reflexão sobre interdisciplinaridade. Afinal, o


cuidado segue muitas e diferentes rotas das quais fazem parte atores
diversos em associações ora mais, ora menos estabilizadas (DANHOLT;
LANGSTRUP, 2013). Sendo o termo polissêmico que é, dando conta de
tantas e diferentes práticas, pensar com (o) cuidado exige um diálogo
constante com as diferentes áreas que dele se ocupam. Um diálogo

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permeado por tensões e sem respostas fáceis. Tomemos como exem-
plo situações que são comuns em nossos campos de pesquisa a fim
de ilustrar como essas tensões se dão em nossas análises. Tanto no
caso do cuidado de idosos com demência, quanto de adultos com
deficiência intelectual, nos deparamos com uma extensa rede de cui-
dados composta por familiares, diferentes profissionais da saúde,
profissionais do campo jurídico, medicamentos, adaptações arquite-
tônicas, benefícios e políticas públicas, entre outros. Cada um destes,
por sua vez, emaranhado em suas próprias redes e concepções sobre
o “melhor cuidado possível”, muitos dos quais, inclusive, embasados
em diferentes teorias sobre o que o cuidado deve ser. E é dentro dessa
“bagunça” que eventualmente somos chamadas a produzir materiais
de cuidado como, por exemplo, manuais e materiais didáticos em
conjunto com variadas disciplinas e posicionamentos.

Levar a sério a proposta de que o cuidado deve ser pensado em seus


próprios termos, pressupõe, na prática, que possamos estabelecer
estes nem sempre fáceis diálogos. Não de modo exterior, separado
e com vistas a normatizar o debate, mas ao contrário, para se enga-
jar nele. Pensar o cuidado não é apenas um exercício teórico de abs-
trações, ainda que também o seja, mas um modo de intervenção no
mundo. Lidar com as vozes dissidentes que compõem esses arranjos,
requer a incorporação das práticas que, para usar o termo proposto
por Bella Casa (2017) “se importam” (care) com estas questões, sem
desconsiderar a bagunça inerente aos seus exercícios situados.

O que pressupõe não invisibilizar as práticas de cuidado que reificam


violências e opressões contra grupos cujas vozes costumam ser silen-
ciadas. A multiplicidade de atores e a recorrência com que o termo
é utilizado, faz com que ele possa sempre ser “sequestrado” e mobi-
lizado para fins outros que não a manutenção da vida, a busca pelo
bem-estar das partes envolvidas, a realização do “melhor possível”
dentro das circunstâncias que se tem. Os mundos mais que humanos
dos quais o cuidado faz parte requerem, portanto, um olhar que esteja
disposto a uma construção de mundo não circunscrita por uma matriz

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disciplinar. Talvez este seja um dos grandes desafios das pesquisas
que buscam pensar com cuidado.

Bella Casa (2017) propõe que pensemos com cuidado. Pensar e produzir
com envolve levar a sério as práticas e mundos propostos por diferen-
tes projetos de cuidado, não ansiar representá-los, mas se engajar com
as criações materiais desses projetos. Envolve, ainda, “discordar-entre”
(dissenting-within), o que significa formular críticas e acolher perspec-
tivas críticas em um diálogo interno. Conflitos transformam. O apren-
dizado pelo dissenso, mesmo entre aqueles que “se importam” com o
“melhor cuidado possível” é um tipo de ontologia política – uma forma
de pensar com cuidado. Apostamos que isso pode auxiliar-nos e a ou-
tras pesquisadoras imersas no campo a discutir os termos da interdisci-
plinaridade que queremos/podemos manejar ao participar da criação
de produtos de cuidado e se engajar de suas consequências materiais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLA CASA, Maria Puig de la. Matters of Care: Speculative Ethics in More
than Human Worlds. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2017.

DANHOLT, Peter; LANGSTRUP, Henriette. Medication as Infrastructure:


Decentring Self-care. Culture Unbound, Volume 4, pp. 513-532, 2012.

GANE, Nicholas; HARAWAY, Donna. Se nós nunca fomos humanos,


o que fazer? Ponto Urbe, v. 6, n. 6, pp. 1-22, 2010.

MOL, Annemarie. The Logic of Care: Health and the Problem of Patient Choice.
New York: Routledge, 2008.

MOL, Annemarie; MOSER, Ingunn; POLS, Jeannette. Care: putting practice


into theory. In: MOL, Annemarie; MOSER, Ingunn; POLS, Jeannette
(eds.). Care in Practice: on Tinkering in Clinics, Homes and Farms. Verlag:
Transcript, pp. 7-25, 2010.

POLS, Jeannette. Towards an empirical ethics in care: relations with


technologies in health care. Med Health Care Philos. Feb; 18(1), pp. 81-90,
2015.

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Estudos CT&S
em Artigos Contados
Gamificação no Ensino
da Ciência
Maria Aparecida dos Santos1
Daianna Pimenta Oliva2
Anaís Lopes da Costa3

Resumo: Mediante os desafios de comunicação entre a comunidade científica, 1. Maria Aparecida dos Santos
é psicóloga, doutora em
no decorrer da pandemia de COVID-19, a gamificação com apoio de designers, Psicologia pela UFF (Universidade
arte e educadores foi apresentada como vídeo narrado em trabalhos de Estudos Federal Fluminense), mestre
em Psicologia Social pela UERJ
CT&S, em uma proposta inovadora. (Universidade Estadual do Rio
de Janeiro). Desde 2010 iniciou
Palavras-chave: Teoria do Ator-REDE, gamificação, comunicação. os estudos sobre a Teoria do
Ator-REDE e Estudos CT&S. Nos
últimos oito anos, vem atuando
Abstract: Faced with the communication challenges among the scientific com- como pesquisadora, assistente
na FIOCRUZ, apoiando pesquisas
munity during the course of the COVID-19 pandemic, we presented a narrated que tenham como metodologia
video in CT&S Studies papers, in an innovative gamification proposal with inter- a Teoria do Ator-REDE.

disciplinary support. 2. Daianna Pimenta Oliva


é graduanda em Pedagogia pela
Keywords: Actor-Network Theory, gamification, communication. UNIRIO (Universidade do Estado
do Rio de Janeiro).

3. Anaís Lopes da Costa


Este texto compreende uma narrativa em forma de relato de experiência
é graduanda em Psicologia
sobre a observação da necessidade de novas formas de comunicação pela UFF (Universidade Federal
Fluminense).
do trabalho acadêmico especializado. Por se tratar de uma experiên-
cia em ambiente de pesquisas, no momento de isolamento e trabalho
remoto forçados pela pandemia, obstáculos a serem ultrapassados ou
minimizados em termos de estresse e saúde mental foram evocados
pelo isolamento longo e pela utilização contínua de aparelhos celulares

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