Ebook Cultura de Paz Olhares Interdisciplinares
Ebook Cultura de Paz Olhares Interdisciplinares
Ebook Cultura de Paz Olhares Interdisciplinares
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@2018Nei Alberto Salles Filho e Virgínia Ostroski Salles
Texto e Contexto Editora
Capa: Eloise Guenther
Revisão: Karla Neumann, Nei Alberto Salles Filho e Rosenéia Hauer
C968
ISBN : 978-85-94441-26-3
CDD: 370.114
Ficha Catalográfica Elaborada por Maria Luzia F. B. dos Santos CRB 9/986
CONSELHO EDITORIAL:
Presidente:
Dra. Silvana Oliveira (UEPG)
Membros:
Dr. Fábio Augusto Steyer (UEPG)
Me. Anderson Pedro Laurindo (UTFPR)
Dra Marly Catarina Soares (UEPG)
Dra. Naira de Almeida Nascimento (UTFPR)
Dra Letícia Fraga (UEPG)
Dra. Anna Stegh Camati (UNIANDRADE)
Dr. Evanir Pavloski (UEPG)
Dra. Eunice de Morais (UEPG)
Dra. Joice Beatriz da Costa (UFFS)
Dra. Luana Teixeira Porto (URI)
Dr. César Augusto Queirós (UFAM)
Dr. Valdir Prigol (UFFS)
Dr. Ubirajara Araujo Moreira (UEPG)
Dr. Luís Augusto Fischer (UFRGS)
Dra. Clarisse Ismério (URCAMP)
Apresentação.....................................................................6
Capítulo 1..........................................................................10
Conceituando Direitos Humanos, cultura de paz e susentabili-
dade: caminhos para refletir sobre a Agenda 2030 da ONU
Caroline Cristine de Goss; Larissa Aparecida Silveira; Nei Alberto Salles Filho
Capítulo 2 .........................................................................26
Direitos Humanos da mulher: trajetória e perspectivas futuras
do Brasil com base nas regulamentações da ONU
Bruna Woinorvski de Miranda; Isabella Pereira Giardini
Capítulo 3..........................................................................42
Educação para a paz e saúde mental: um novo olhar para o
cuidado
Camila da Silva Eidan de Lima; Evenilson Silvestre da Luz
Capítulo 4 .........................................................................58
Os métodos consensuais de solução de conflitos como meio de
acesso à justiça e apromoção da cultura de paz à luz da Agenda
2030 da ONU
Fabiane Mazurok Schactae; Patrícia Machado Pereira Giardini; Renata Lucia-
ne Polsaque Young Blood
Capítulo 5 .........................................................................73
O transporte público coletivo no debate da sustentabilidade:
pistas a partir da complexidade e da Agenda 2030 da ONU
Juliane Yuri Kawanishi; Andrelis Christine de Meira
Capítulo 6..........................................................................88
Desenvolvimento sustentável e subdesenvolvimento econômico
redimensionando a discussão
Arquimedes Szezerbicki; Nei Alberto Salles Filho
Capítulo 7........................................................................102
Paz, violência e conflito: uma breve análise conceitual a partir
da visão de professores da educação básica
Virgínia Ostroski Salles; Benedita Lurdes da Silva; Andréa Aparecida Esteves
Mendes Pontarolo; Antônio Carlos Frasson
Capítulo 8........................................................................116
Apontamentos e reflexões em torno das “cinco pedagogias da
paz” para educação
Vanessa Denck Colman; Josiane Miranda Vandoski
Capítulo 9........................................................................130
Mídias, bolhas sociais e educação em Direitos Huimanos: uma
saída para a fuga dos algorítimos e a polarização das informa-
ções
Jackson William Pluskota; Thaís Cristina dos Santos; Nei Alberto Salles Filho
Capítulo 10......................................................................145
A perspectiva do “trabalho decente” como dimensão dos Direi-
tos Humanos: olhares críticos
Daniele Cristina Bahniuk Mendes; Nei Alberto Salles Filho
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Apresentação
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Cap ítulo
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este estudo trata-se de uma breve revisão conceitual sobre
temas acentuados atualmente para toda a sociedade, pois se trata
da construção história de direitos, sistemas, histórias, fatos, valores,
propostas que norteiam nosso complexo convívio humano. Diante
de tantas injustiças, tantos conceitos invisíveis, tantos direitos
minimizados, tantas lutas frustradas, este artigo organiza conceitos e
perspectivas diluídos em meio ao caos político, econômico e social das
primeiras décadas do século XXI, por todo o planeta.
Direitos Humanos, Cultura de Paz e Sustentabilidade são
conceitos que serão discutidos no decorrer do estudo, com leitura
sintetizada sobre particularidades de cada conceito. Esses conceitos são
acolhidos dentro da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas
(ONU). A agenda é um documento com o intuito de legitimar todos
os direitos fundamentais, acabar com a fome e a pobreza extrema,
proteger a natureza com propostas sustentáveis, garantir educação
e trabalho digno a todo cidadão, proteger dignificar e empoderar
mulheres e meninas, além da garantia de moradia, saneamento básico,
água potável e tantas outras metas que são propostas para mobilizar
os diferentes países, em conjunto, para que haja avanços até 2030. A
Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
possui 17 objetivos e 169 metas que englobam as questões que tratamos
no texto.
O referencial teórico deste estudo inicia com o conceito de
Direitos Humanos, trazendo pistas de como surgiu, como se configurou
do modo que o vemos hoje na sua trajetória durante anos de muita
luta para conseguir visibilidade, mesmo ainda com muitos deles sendo
negados na atual conjuntura. Diante de muitas atrocidades ocorridas
na história do ser humano como as guerras, povos dizimados, injustiça,
escravidão, tortura, censura, manifestação de todo tipo de violência,
roubos, miséria, diante de todos esses fatos a sociedade, em um clamor
generalizado de paz, se uniu para que então surgisse a Organização das
Nações Unidas (ONU), trazendo consigo a reflexão sobre os direitos
humanos em nível mundial, saindo da perspectiva eurocêntrica e norte-
americana. No entanto, no cenário contemporâneo, não podemos
fechar os olhos para as injustiças, para as classes sendo oprimidas e
cada vez mais vulneráveis, pelo grande desequilíbrio econômico. Ainda
há muitas lutas a serem vencidas, e muitos direitos fundamentais a
serem efetivados, nos diversos continentes.
A sustentabilidade que integra a perspectiva do desenvolvimento
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estas ideias. Percebemos que isso ocorre até hoje em todos os setores,
ideias distorcidas, manipulativas que se entranham e mascaram nos
meios dos direitos humanos. Especialmente na contradição entre o
universal e o local, entre direitos de todos e os direitos individuais,
entre macro e micro ao se falar sobre direitos humanos.
A quarta ilusão é o monolitismo. Para o autor Santos (2014), “es
negar o minimizar las tensiones e incluso las contradicciones internas
de las teorías de los derechos humanos” (SANTOS, 2014, p. 29). O
autor faz uma análise quanto aos direitos do homem e direitos do
cidadão. Para o autor, os direitos humanos estão vinculados a duas
partes, uma parte mais inclusa - mais humana - e outra mais limitada e
restrita, vinculada ao Estado. O autor explica dizendo:
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CULTURA DE PAZ
Ao falar em Cultura de Paz, pensamos, no senso comum, como
boas ações das pessoas, as simbólicas pombinhas brancas, entre outras
ideias. Esta perspectiva de paz é propagada há muitos séculos. Nas
últimas décadas, porém, a Cultura de Paz é vista de forma muito
mais complexa e possuidora de muitas ramificações, relacionando
muitos conceitos, propostas, intervenções e reflexões. Sendo assim,
para esclarecimentos desse tópico, será discutida a Cultura de Paz e
Educação para Paz, sendo dois conceitos diferentes, porém com tantos
conceitos em comum. Segundo Salles Filho (2016),
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SUSTENTABILIDADE
Neste tópico, traçamos a discussão a partir dos principais
desafios postos no século XXI, e que estimularam a reflexão sobre
a sustentabilidade, onde incluiremos a questão do desenvolvimento
sustentável. Nesse período, foram pensadas novas formas de melhorar
a qualidade de vida, levando em consideração as tecnologias, moradias,
natureza e como o ser humano se vê perante esses parâmetros. Cria-
se, nesse contexto, uma noção de desenvolvimento sustentável,
integrada à perspectiva de sustentabilidade, pois a mesma encontra-
se em construção em sua identificação, já que se faz presente à
contextualização os processos socioeconômicos e humanos das
diversas e diferentes regiões e países.
Para melhor entender a sustentabilidade, apontamos seus
principais pressupostos: combater a miséria humana e a devastação da
natureza, com base em programas sustentáveis que suscitem a inclusão
social, empregabilidade e renda, além da melhoria da qualidade de vida,
com a conservação ambiental. Sendo que, na ausência das políticas
públicas em países de baixa renda, surgem discussões voltadas à
sustentabilidade, a partir dos desafios elencados como, especificamente,
como reorganizar os suportes econômicos, com programas com
intuito de combater a desigualdade social, referindo-se a questões que
norteiam a sustentabilidade nos processos, políticos, econômicas e
científicas. Sendo assim, para Freitas (2016),
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AGENDA 2030
A Agenda 2030 é um documento com característica de um
plano de ação, objetivando buscar melhorias em todos os âmbitos
sociais e soluções para problemas existentes na maioria dos países.
Essa agenda possuiu como meta principal a erradicação da pobreza
de todas as formas e dimensões. Esse documento foi organizado por
chefes de Estado nas Nações Unidas, onde foram elencadas metas e os
objetivos de desenvolvimento sustentáveis globais. Decide-se, então,
que entre 2015 e 2030, é fundamental acabar com a pobreza extrema,
com a fome, acabar com as desigualdades entre os países, eliminar
as injustiças e diferenças de gênero, empoderar mulheres e meninas,
garantir direito de trabalho digno a todos e proteger nosso planeta com
todos seus recursos naturais.
Essa agenda se torna universal uma vez que todos os países
podem adotar as medidas, cada um com seu contexto social, político e
econômico. São metas que devem envolver e abraçar todos os países em
um só objetivo. Esse trabalho foi resultado de muita pesquisa pública,
com diversas vozes ouvidas para a construção dessas metas. Composta
por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas,
todas baseadas em três dimensões principais: econômica, social e
ambiental. Esses objetivos surgiram através de um grande processo de
construção que contou com vários pesquisadores, especialistas, além de
uma ampla pesquisa de consulta sobre algumas questões de interesses
globais. Pode-se dizer que várias mãos construíram esses objetivos, que
tem como meta principal a redução extrema da pobreza.
São objetivos da Agenda 2030: 1. Erradicação da pobreza;
2.Fome zero e agricultura sustentável; 3.Saúde e bem estar; 4.Educação
de qualidade; 5.Igualdade de gênero; 6.Água potável e saneamento;
7.Energia acessível e limpa; 8.Trabalho decente e crescimento
econômico; 9.Industria, inovação e infraestrutura; 10.Redução das
desigualdades; 11.Cidades e comunidades sustentáveis; 12.Consumo e
produção responsáveis; 13.Ação contra a mudança global do clima;
14.Vida na água; 15.Vida terrestre; 16.Paz, justiça e instituições eficazes;
17.Parcerias e meios de Implementação.
Fazendo uma breve análise dos índices de nosso país, podemos
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os direitos humanos, a Cultura de Paz e o desenvolvimento
sustentável/sustentabilidade são temáticas fortemente necessárias
na pauta da humanidade do século XXI. São temas complexos, com
múltiplas perspectivas de análise e concepção.
O que nos propusemos, neste estudo, foi tratá-los de forma
básica e inicial, procurando encontrar seus aspectos de aproximação.
Esta aproximação fica mais nítida com a apresentação da Agenda
2030 da ONU, um documento ambicioso, baseado nos 17 ODS e que
procura servir de caminho para as reflexões e ações.
Outro aspecto a destacar é que, os países-membros da ONU,
que adotaram a Agenda 2030 sigam e cumpram suas recomendações.
Desse modo entendemos que a Agenda 2030 é um facilitador para o
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REFERÊNCIAS
ACAYABA, C.; POLATO, A. Brasil chega à taxa de 30 assassinatos
por 100 mil habitantes em 2016, 30 vezes a da Europa, diz Atlas da
Violência. G1 SP, São Paulo, 05 jun. 2018. Disponível em: < https://
g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/brasil-chega-a-taxa-de-30-assassinatos-por-
100-mil-habitantes-em-2016-30-vezes-a-da-europa-diz-atlas-da-violencia.ghtml >.
Acesso em: 17 jul. 2018.
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Cap ítulo
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INTRODUÇÃO
No estudo que segue, serão abordadas significantes questões
sobre os Direitos Humanos da Mulher, traçando uma trajetória
histórica, bem como documental, com fulcro nas regulamentações
emitidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Falar-se-á sobre como eram as relações entre mulheres e homens
nas sociedades primitivas (nômades), sua transição para o sistema de
agricultura, que originou a concepção de patriarcado e propriedade,
ambos intrinsecamente relacionados às definições que atualmente
existem como violações aos direitos da mulher.
Abordada a questão da violência como um exemplo de violação
de direitos, pode-se fazer uma análise mais profunda diante das
tipificações na Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006), resultado de toda
essa trajetória histórica pelo reconhecimento e efetivação dos direitos
humanos da mulher, promovendo uma construção de políticas públicas
pautadas em sua proteção.
A ONU, com a elaboração da Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH), pretende o pleno reconhecimento da dignidade
humana, sem discriminação pela cor, raça, religião ou sexo, falando
ainda do direito à liberdade e a não violência e, portanto, criando
normativas embasadas nas questões relativas a gênero e direitos da
mulher.
No mesmo sentido, vieram documentos como a Declaração
e Programa de Ação de Viena, a Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher – Convenção
de Belém do Pará, e a Declaração e Plataforma de Pequim.
No que tange à Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, publicada pela ONU em 2015, tem-se claro que um de
seus objetivos (ODS 5) visa a promoção da igualdade de gênero e
empoderamento feminino, a fim de que mulheres e meninas gozem
de igualdade de acesso à educação de qualidade, recursos econômicos,
participação política, oportunidades empregatícias etc. Com inciativas
paralelas ao ODS 5, a movimentação do sistema estabelecido pela
ONU e seus órgãos parceiros vem contribuindo significativamente
com a luta pela igualdade de gênero e direitos humanos das mulheres,
projetando possibilidades.
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1. Para Safioti (2015, p. 124): “gênero diz respeito às representações do masculino e do feminino,
a imagens construídas pela sociedade a propósito do masculino e do feminino, estando estas
inter-relacionadas”. Assim, as relações de gênero compreendem as formas de interação entre
homens e mulheres, mulheres e mulheres, assim como entre homens e homens que podem ser
concebidas a partir de cooperações ou subordinações. Todavia, historicamente, a forma que mais
se sobressai está circunscrita na subordinação do feminino ante ao masculino – condição que é
objeto do presente artigo.
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homens e mulheres.
Vale destacar que, para a Convenção, a condição de igualdade
entre os sexos é tida como essencial para o desenvolvimento pleno
dos países, possibilitando a paz e o bem-estar no mundo (mais tarde,
através da agenda 2030, também seria reconhecida como primordial
para o desenvolvimento sustentável).
A Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos realizada
em Viena em 1993 tratou-se de um momento decisivo para a
construção de um dos mais importantes documentos que versa sobre
os direitos humanos: a “Declaração e Programa de Ação de Viena”.
Este documento coloca a proteção aos direitos humanos como
condição prioritária aos países, mencionando, dentre outras questões, a
promoção dos direitos da mulher.
Reconhecendo a constante discriminação que mulheres
e meninas sofrem nos diversos espaços em que se inserem (que
possuem tal condição agravada em condição de pobreza e guerra;
bem como por ocasião da sua cor, cultura e/ou religião), a Declaração
de Viena reitera a plena participação das mulheres como agentes e
beneficiárias do processo de desenvolvimento como princípio dos
países, incluindo, além das iniciativas mencionadas nos documentos
anteriores, a capacitação de pessoal para o tratamento de problemáticas
que envolvem a mulher, bem como a produção de dados sobre a sua
realidade.
A “Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher – Convenção de Belém do Pará”, por sua
vez, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1993, trata-
se de um grande marco no que tange aos direitos humanos da mulher,
a partir do reconhecimento da violência como uma das mais severas
formas da sua violação. Trata-se, além disso, de mais um avanço na luta
contra o patriarcado, uma vez que o referido documento reconhece
que a violação de direitos também pode ocorrer no espaço privado que
é a família. Ademais, a Convenção enfatiza a importância da criação
de instrumentos coercitivos e de responsabilização do(a) autor(a) de
violência contra a mulher, devendo os Estados prestar informações
sobre as iniciativas que forem tomadas nesse sentido.
O Brasil é um dos signatários da Convenção de Belém do Pará
– instrumento pelo qual anuiu em incluir nas suas legislações, normas
específicas para o tratamento da questão da violência contra a mulher
que resultaram na constituição de Políticas Públicas para as mulheres,
especialmente voltadas para o enfrentamento da violência contra as
mulheres atualmente gerenciadas pela Secretaria Nacional de Políticas
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Caribe, em 2016.
Em sinergia com a Agenda 2030, a Agenda Regional de Gênero
objetiva superar os “nós estruturais” para alcançar a igualdade de
gênero neste prazo de quatorze anos. A estratégia estabelece os eixos
para sua implementação no âmbito do desenvolvimento sustentável,
quais sejam: a) quadro normativo: igualdade e Estado de direito;
b) quadro institucional: políticas multidimensionais e integrais de
igualdade de gênero; c) participação popular e cidadã: democratização
da política e das sociedades; d) construção de fortalecimento de
capacidades estatais: gestão pública baseada da igualdade e na não
discriminação; e) financiamento: mobilização de recurso suficientes e
sustentáveis; f) comunicação: acesso à informação e mudança cultural;
g) tecnologia: rumo ao governo eletrônico e economias inovadoras
e inclusivas; h) cooperação: governança democrática; i) sistemas de
informação: transformação de dados, conhecimento e decisão política;
e j) monitoramento, avaliação e prestação de contas: garantia de direitos
e transparência (ONU; CEPAL, 2017, p. 3-4).
Originada por um debate entre os governos da América
Latina e do Caribe, a estratégia é pelo comprometimento dos países
componentes com os direitos e autonomia das mulheres, almejando a
igualdade de gênero.
Sendo um acordo de caráter regional, o mesmo será adaptado
às prioridades de seus membros, que traçarão planos, políticas e
orçamentos nacionais. Ademais, mesmo que sejam implementadas
políticas nacionais, anualmente até 2030, serão compartilhados os
resultados obtidos, através de relatórios, os quais contribuirão também
ao debate mundial sobre igualdade de gênero e os direitos humanos
das mulheres e o acompanhamento dos ODS (ONU; CEPAL, 2017,
p. 38).
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5. A título de exemplo, veja-se o caso da Lei Maria da Penha: no final da década de 1990, o caso
de Maria da Penha Maia Fernandes foi encaminhado à Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da Organização dos Estados Americanos pedindo providências, ante ao descaso da
Justiça Brasileira com a sua situação, uma vez que Maria ficou paraplégica depois de sofrer duas
tentativas de homicídio do seu marido. Este, após 15 anos dos fatos, encontrava-se em liberdade
e não possuía sentença condenatória. Por esse fato e também por ser signatário da Convenção
do Belém do Pará, o Brasil foi responsabilizado, em 2001, por negligência, omissão e tolerância
em relação à violência contra a mulher, sendo-lhe recomendadas providências de sensibilização
e aperfeiçoamento de legislações sobre o assunto. Deste processo, a Lei 11.340/2006 resulta,
apresentando grandes avanços para o cenário brasileiro.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer da pesquisa descrita, restou evidente que, embora
sejam recentes as regulamentações, bem como políticas públicas
voltadas à igualdade de gênero e direitos da mulher, está sendo
construída uma base sólida para sua efetiva concretização.
Denota-se que a noção de patriarcalismo remanesce na sociedade
atual, uma vez que deu origem ao que hoje entendemos por violações
dos direitos da mulher, consubstanciadas na violência psicológica
(demonstrada mediante intimidações por atos e palavras), moral
(mediante exposição de sua imagem), física (pela demonstração da
“superioridade” masculina), sexual (pautada na coerção a atos sexuais
6. O último Mapa da Violência contra a mulher, por exemplo, data de 2015 (vide WAISELFISZ,
2015). A própria Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo Federal não dispõe de
informações próprias em seu sítio de navegação, utilizando-se de outras publicações, tal como a
mencionada anteriormente, para pautar as suas iniciativas.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 11.340/06. (Lei Maria da Penha). Cria
mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher e dá outras providências. Publicada em 07 de agosto de
2006.
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INTRODUÇÃO
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INTERDISCIPLINARIDADE E COMPLEXIDADE:
NOVAS POSSIBILIDADES DE CUIDADO EM
SAÚDE
O conceito de processo saúde-doença considera o “ser/estar
saudável” como uma soma de diversos fatores, como condições
econômicas, sociais, psicológicas e espirituais de cada pessoa. Buss
(2003) aponta que os serviços de saúde não devem seguir moldes
exclusivamente curativistas, mas também atender o indivíduo de forma
integral, homogênea. Esse olhar holístico sobre a pessoa não limita
a ideia de saúde somente como ausência de doença, mas como uma
constante. Sendo assim, a interdisciplinaridade ganha espaço nesse
campo partir da década de 70, com o movimento da Reforma Sanitária
e as propostas de um novo modelo de assistência em saúde, onde o
trabalho interdisciplinar ganha um papel de destaque nessa nova ideia
de integralidade.
Porém, o saber médico ainda hegemônico, com sua ênfase
ainda nas questões biológicas e dividido nas suas mais diversas
especializações acabam muitas vezes impedindo a prática do
cuidado integral, estruturando serviços de saúde com elevado grau
de departamentalização e novamente “quebrando” esse usuário
em partes menores, dificultando a integração das demais áreas do
conhecimento, limitando novamente o papel da saúde somente como
cura e impossibilitando ações de promoção e prevenção, por exemplo.
Em relação ao conhecimento científico, modernidade e saúde, Lefevre
e Lefevre (2004) comentam:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo a saúde um conceito que engloba as mais diversas esferas
da vida, estando diretamente relacionada às mais diversas áreas, como
aqui apresentado, o trabalho em saúde tem o papel de produzir cuidados
que nasçam das mais diversas conexões e relações entre os diferentes
campos de saberes, práticas e pessoas. A prática do cuidado integral em
saúde exige além do conhecimento cientifico, uma constante reflexão
crítica das dimensões que o constitui, ou seja, é impossível falar de
saúde sem falar de interdisciplinaridade e complexidade.
Apesar das práticas de saúde ainda possuírem características
do modelo médico mecanicista, positivista e que valoriza a
superespecialização, existe um contra movimento que defende um
agir em saúde capaz de apreender as necessidades mais abrangentes
dos usuários e famílias, num contexto que vise um cuidado integral.
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REFERÊNCIAS
ASSIS, M. M. A. et al. Cuidado integral em saúde: dilemas e desafios da
Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 68, n.
2, p. 333-338, mar/abr. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/reben/v68n2/0034-7167-reben-68-02-0333.pdf>.
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Cap ítulo
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INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo apresentar os meios
consensuais de solução de conflitos como instrumentos de acesso
à justiça no seu aspecto material, que é a obtenção de uma solução
justa, adequada e efetiva construída com a participação das pessoas
envolvidas no conflito. No ano de 2010 o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) editou a Resolução 125 e no ano de 2016 a Resolução
225, as quais instituíram Políticas Nacionais de tratamento de conflitos
de interesses com o intuito de incentivar a autocomposição por meio
dos métodos da conciliação e mediação, e da justiça restaurativa,
rompendo assim com o paradigma do processo judicial como modelo
predominante do acesso à justiça. A partir desse novo olhar sobre o
acesso à justiça, buscou-se demonstrar que os métodos consensuais
têm como principal objetivo a inclusão das partes envolvidas no
conflito na construção de soluções que atendem as suas necessidades
de forma responsável, o que muitas vezes não é possível no processo
judicial, e que produzem reflexos extraprocessuais como a convivência
pacífica e promoção da Cultura de Paz. Essa mudança de paradigma
está em consonância com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável
(ODS) 16, que prevê a promoção de sociedades pacíficas e inclusivas
proporcionando o acesso à justiça.
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1. Os dados foram divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça. Justiça em Números 2017: ano-
base 2016/Conselho Nacional de Justiça - Brasília: CNJ, 2017. p.71.
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Para Boa Ventura de Souza Santos (1996) as razões para que isso
ocorra são:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo ser humano nutre em si uma necessidade de estar em
relacionamentos saudáveis, e o movimento da Cultura de Paz tem
como pano de fundo esta necessidade que é humanitária e independe
do âmbito cultural, geográfico, intelectual, gênero, faixa etária etc.
O que as pessoas desejam em qualquer contexto é expressar com
autenticidade os seus valores e crenças e estarem incluídas no processo
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REFERÊNCIAS
ARENHART, S. C.; MARINONI, L. G. Manual do processo de
conhecimento. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
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Cap ítulo
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INTRODUÇÃO
Este capítulo tem como objetivo analisar o transporte público
coletivo atrelado a questão da sustentabilidade, no contexto dos últimos
anos, e as perspectivas futuras quanto as metas estabelecidas na Agenda
2030 da Orgnização das Nações Unidas. A metodologia utilizada para
fundamentar o estudo é a pesquisa bibliográfica sendo um
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1. Equidade: Este conceito também revela o uso da imparcialidade para reconhecer o direito
de cada um, usando a equivalência para se tornarem iguais. A equidade adapta a regra para um
determinado caso específico, a fim de deixá-la mais justa. [...] Equidade é uma forma justa da
aplicação do Direito, porque é adaptada a regra, a uma situação existente, onde são observados os
critérios de igualdade e de justiça (SIGNIFICADOS, 2018).
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Global atual, meta esta aprovada por unanimidade durante a Cúpula das
Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável 2015, em Nova
York (ONU, 2015). Mantendo no documento a meta de reduzir pela
metade as mortes e feridos em acidentes de trânsito em todo o mundo
até 2020, a Agenda 2030 propõe o acesso universal a espaços públicos
seguros, inclusivos acessíveis e verdes, incluindo ações de segurança no
trânsito em torno de ações e medidas pautadas em políticas públicas de
conscientização além de medidas restritivas e punitivas através de leis
efetivas de promoção à redução dos problemas de trânsito, transportes
e da consequente mobilidade urbana (ONU, 2015).
De acordo com o Secretário Geral da Organização das Nações
Unidas, Ban KI-moon, o setor dos transportes ainda não recebe o
devido reconhecimento quanto à sua contribuição em relação ao
desenvolvimento sustentável em relação ao combate às mudanças
climáticas. Considerando que o sucesso da Agenda Global 2030
depende de sua universalização e aplicabilidade em todos os países,
o texto do relatório supracitado contempla tendências globais de
urbanização, alterações demográficas e globalização, assim como
progressos tecnológicos.
Segundo dados do relatório, criado por uma comissão de 16
(dezesseis) especialistas no intuito da criação de novas diretrizes de
auxílio ao cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável
da Agenda 2030, há uma necessidade urgente de ações em relação aos
custos sociais, ambientais e econômicos inerentes ao desenvolvimento
do transporte, onde 1,24 bilhões de pessoas morrem em acidentes
viários e 3,5 milhões de pessoas morrem prematuramente devido a
poluição de ar, causada inclusive através dos transportes, onde 23% das
emissões de gases efeito estufa estão relacionados à energia utilizadas
por transportes, fora os níveis de congestionamentos altamente
penosos à economia, atualmente correspondentes a 0,7% do PIB dos
Estados Unidos , 2% do PIB Europeu, 2% a 5% do PIB da Ásia , e até
mais do que 10% do PIB em algumas cidades e economias emergentes
(TANSCHEIT, 2016).
O Relatório “Mobilizando o Transporte Sustentável pelo
Desenvolvimento”, ainda destaca dez orientações às nações quanto
ao desenvolvimento e planejamento dos transportes, assim os três
primeiros se destacam pela relevância no contexto de planejar um
transporte sustentavél:
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Acessibilidade universal;
Desenvolvimento sustentável nas cidades, nas
dimensões socioeconômicas e ambientais;
Equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público
coletivo;
Eficiência, eficácia e efetividade na prestação de
serviços de transporte público [...] (BRASIL, 2013).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conceito de sustentabilidade e/ou desenvolvimento
sustentável está associado ao espaço urbano, envolve uma série de
preocupações e problemáticas com níveis – ambientais, sociais e
econômicos - bastante diferenciados, e que infelizmente, as ações
práticas no momento demonstram que a visão de um futuro melhor
está longe de ser alcançado.
Dentro deste contexto, os meios de transporte têm sido
promotores de desenvolvimento, tornando possível a realização
de atividades comerciais, o acesso aos serviços de saúde, educação
e lazer e ao crescimento das cidades, contribuindo igualmente para
o desenvolvimento de um extenso corpo de teorias que relacionam
acessibilidade e mobilidade ao progresso econômico e social.
Sendo a mobilidade um dos fatores que contribuem para a
análise da qualidade de vida de uma população, e a sustentabilidade, um
importante meio para o alcance do desenvolvimento social, econômico
e ambiental, estes dois conceitos foram unidos, gerando o conceito
de mobilidade urbana sustentável. Neste conceito busca-se abranger
os aspectos do desenvolvimento sustentável (econômico, social e
ambiental) na mobilidade urbana, promovendo políticas de transporte
e de circulação para todos, contribuindo para o bem-estar econômico
e social, sem prejudicar o meio ambiente futuro.
Ao que tudo indica, o Brasil tem caminhado aos poucos para
tornar o transporte mais acessível e sustentável. Um ponto importante
é a criação de leis e ministérios que prevem a obrigatoriedade em
pensar e priorizar o transporte público coletivos dentro do espaço
urbano assim criando uma maior integração no solo urbano. A agenda
global 2030 assim como a Política Nacional Urbana são instrumentos
que podem motivar o desenvolvimento da mobilidade urbana.
Em outras palavras, o padrão de mobilidade urbana
anteriormente pré-concebido e centralizado no transporte motorizado
individual, ganha novos padrões de e perspectivas mais justas e
sustentáveis, através de novas iniciativas, que em consonância com
a Agenda 2030, que incluem não somente a atividade estatal mais
também a participação da própria população que através da educação
e conscientização ambiental devem corroborar para o cumprimento
dos objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecido pela nova
agenda global.
No entanto, apesar da série de mecanismos considerados
modernos em termos de políticas urbanas nacionais fortalecidos
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REFERÊNCIAS
AGENDA 2030. Os 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentavél.
Disponivel em: <http://www.agenda2030.com.br/ods/11/>. Acesso
em: 29 jul. 2018.
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<http://www.thecityfixbrasil.com/2016/11/18/onu-destaca-papel-
do-transporte-para-a-sustentabilidade-e-faz-dez-recomendacoes/>.
Acesso em: 29 jul. 2018.
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Cap ítulo
6
SZEZERBICKI, Arquimedes
Possui Graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Ponta
Grossa e mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Atualmente é professor universitário e supervisor administrativo do
Banco Bradesco. Membro do Grupo de Pesquisa Cultura de Paz, Direitos Humanos
e Sustentabilidade (UEPG/CNPQ). Tem experiência na área de Direito (economia
política) e na Área de Administração (macroecomnomia, organização , equipes, times).
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INTRODUÇÃO
O desenvolvimento sustentável pode ser entendido, em linhas
gerais, como um desenvolvimento que atende às necessidades do
presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
atender suas próprias necessidades. Esta ideia, muito forte nas últimas
décadas, pode ser interpretada de maneiras diferentes, mas em sua
essência é uma abordagem ao desenvolvimento que busca equilibrar
necessidades diferentes e frequentemente concorrentes, contra a
consciência das limitações ambientais, sociais e econômicas que
enfrentamos como sociedade.
Com demasiada frequência, o desenvolvimento é impulsionado
por uma necessidade específica, sem considerar plenamente os
impactos mais amplos ou futuros. Já é possível notar o dano que esse
tipo de abordagem pode causar, desde crises financeiras de larga escala
causadas por indústrias irresponsáveis, até mudanças no clima global,
resultantes de nossa dependência de fontes de energia baseadas em
combustíveis fósseis. Quanto mais se progride o desenvolvimento
insustentável, mais frequentes e severas serão as suas consequências, e
é por isso que precisamos de agir agora.
No que diz respeito ao subdesenvolvimento, entendido aqui
estritamente como um estado da economia em que os níveis de vida
das massas são extremamente baixos devido a níveis muito desiguais
de renda, procuramos observar o que as questões do desenvolvimento
sustentável podem contribuir. Dizemos isso pela importância de
continuidade da vida humana, não apenas em relação à conservação
do meio ambiente, mas devemos entender a vida em sociedade como
um próprio ciclo de sustentabilidade e preservação.
Para tal, a Agenda 21, documento das Nações Unidas
resultante da conferência global sobre o futuro do planeta, a ECO-92,
estabelece a importância dos países em rever fortemente o impacto
do “desenvolvimento” sobre o meio ambiente. Podemos dizer que
a Agenda 21 foi um marco na discussão sobre o desenvolvimento
sustentável e a sustentabilidade para a passagem ao século XXI. Porém,
mesmo com o avanço discursivo e em muitas ações, a industrialização
ainda explora mais o meio ambiente do que o mesmo pode se
regenerar. Temos ainda graves ameaças à sobrevivência relacionadas
ao esgotamento dos modelos de vida em sociedade sob os quais temos
nos pautado.
Como avanço e atualização, a Organização das Nações Unidas
(ONU), temos a Agenda 2030, um plano composto por sugestões
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
ARGUMENTOS CENTRAIS
Como vimos inicialmente, o desenvolvimento sustentável requer
uma nova abordagem integradora que combine questões econômicas,
ambientais e sociais. A necessidade de um novo conceito multidisciplinar
tem o dom de dialogar com as fronteiras rígidas entre as diferentes
ciências da atualidade, criando as premissas de uma visão global de
todos os aspectos econômicos, sociais e fenômenos ambientais, dentro
de um conjunto homogêneo em que todos interagem entre si.
São várias discussões sobre desenvolvimento sustentável. Sachs
(2000) relata que o conceito surgiu nos anos 80 na tentativa de criar
uma ponte entre o progresso econômico, envolvendo o consumo de
matérias-primas e encontrar maneiras para economizar esses recursos
e eliminar os fatores de poluição. Sabe-se que o desenvolvimento
sustentável combina todos os três componentes, o econômico, o social
e ambiental, com foco no humano, na dimensão cultural e social, no
progresso técnico e científico, entendidos em suas inter-relações e,
com o tempo, gerando um nível mais elevado de desenvolvimento
incorporado no conceito de desenvolvimento sustentável.
Há um entendimento que, após a Segunda Guerra Mundial, o
problema foi o limite do crescimento econômico, levando em conta
o crescimento populacional e o consumo de recursos não renováveis,
com aumento de renda e padrões de vida, por um lado, e a pobreza
extrema de outro. Em 1972, na Conferência de Estocolmo sobre o
Meio Ambiente, é apresentada a deterioração do meio ambiente devido
às atividades humanas, que colocam em risco o planeta e enfatiza-se
que o desenvolvimento econômico está indissoluvelmente ligado ao
desenvolvimento social na tentativa de garantir um ambiente propício
à existência humana e criação de condições necessárias na Terra para
melhorar a qualidade de vida. Nesta ocasião, a decisão de estabelecer
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho colocou em antítese, teoricamente, dois modelos de
desenvolvimento e evolução da humanidade, a saber, o desenvolvimento
econômico baseado no consumo dos recursos esgotáveis e da
poluição e, por outro, o desenvolvimento baseado nos conceitos de
desenvolvimento sustentável, envolvendo uma nova mentalidade vida
humana e meio ambiente.
O desenvolvimento econômico inclui o crescimento econômico,
quantificado em particular através do PIB, aspecto que leva a uma análise
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Local. Disponível
em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/
agenda-21/agenda-21-local>.
Acesso em: 24 jul. 2018.
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7
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PRIMEIRAS PALAVRAS
A cada dia que passa, vê-se o presente século como aquele que
poderá se tornar um dos mais cruciais para a sobrevivência da espécie
humana e de toda forma de vida. Por que esta constatação? Vive-se
uma época de cultura de violência. E isto implica um agravamento
da tolerância com a diversidade humana. Vive-se momento de
grande consumo, consumo das mais diversas formas, vive-se ainda,
um momento violência das mais diversas formas, das violências mais
visíveis aos olhos humanos até as violências veladas.
A partir deste contexto, este capítulo tem o objetivo analisar,
de forma breve, a percepção de professores diante da temática da
Educação para a Paz, a partir dos questionamentos: o que é paz? O que
é violência? E o que é conflito? Para esta pesquisa, foi elaborado um
questionário, via formulário do Google. O público alvo desta pesquisa
são professores da educação básica. O formulário foi enviado via e-mail
e redes sociais para grupos de professores entre os meses de maio e
julho, neste tempo 153 professores da educação básica responderam o
questionário.
Para compreender a dinâmica da Paz, se faz necessário a
compreensão de que não se pode desejar a paz acreditando que a
violência seja o caminho para a paz. Pois é de fácil percepção que a
prática da violência não levará a um mundo sem violência, ou seja,
a violência não é o caminho para a paz. Do mesmo modo que é
necessário o entendimento do Conflito, como divergências de opiniões
e perspectivas e não uma forma de violência.
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que pode ser aperfeiçoado e melhor trabalhado são nossas ações diante
dele. Destacamos conforme Almeida e Alencar (2011, p.244) que:
CONSIDERAÇÕES
Desde o início, percebe-se que a Educação para a Paz apresenta
uma necessidade de um olhar complexo sobre o mundo, a vida e
sobre a educação mesma. Lembrando que a Educação para a Paz
faz no processo dialógico e nas múltiplas perspectivas de conflitos
e convivências. Na escola esse processo é fundamentalmente ligado
ao docente, na sua relação com valores próprios e institucionais, suas
ideias e vivências em relação a violências, paz, conflitos e convivências
(SALLES FILHO, 2009).
A partir da pesquisa, é possível dizer que os docentes conseguem
compreender algumas questões importantes da Educação para a Paz,
como a dimensão dos conflitos e aspectos gerais sobre a violência
e a paz. Porém, quanto a estas últimas, nota-se que o entendimento
ainda está muito relacionado às questões humanas e individuais
referentes ao altruísmo e à bondade. Em relação a isso, dizemos que
a literatura referente ao tema fala que tanto a violência quanto à paz,
estão igualmente relacionadas às questões sociais amplas. Ou seja, uma
violência que é decorrente da desigualdade social e que influencia as
ações cotidianas, por exemplo e, uma paz que contribua com o avanço
da democracia são igualmente fundamentais para discutir os conceitos.
Finalizamos reconhecendo a relativa superficialidade do estudo,
mas que já consegue encontrar as demandas iniciais para a discussão
com os docentes, nas diversas formas de intervenção pedagógica do
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REFERÊNCIAS
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A Pedagogia da Conflitologia
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A Pedagogia da Ecoformação
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo, buscamos explicitar os aspectos centrais
da proposta de Salles Filho (2016), explorando a discussão sobre as
Cinco Pedagogias da Paz. Entendemos que cada um deste campos
tem sua formação e caminho particular, mas que, por outro lado
podem ter um potencial muito maior se pensados de forma integrada.
Levantar apontamentos que possam ajudar os educadores a entender
que não é difícil aliar as cinco pedagogias em seus planejamentos, de
forma adequada às diferentes idades e grupo, pode trazer elementos
fundamentais para atuar na relação violências-conflitos e paz nas
escolas.
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REFERÊNCIAS
DELORS, J. (org.). Educação: Um tesouro a descobrir. 4. ed. São
Paulo: Cortez. 2002.
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_______. Educação para a paz: sua teoria e sua prática. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
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9
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INTRODUÇÃO
De acordo com o Plano Nacional de Educação em Direitos
Humanos do Brasil, a mídia é o espaço de intensos embates políticos
e também ideológicos. Divergentes ou não, são embates importantes
para a discussão dos direitos humanos e da construção de uma Cultura
de Paz. Enquanto sociedade, ainda é necessário descontruir o modelo
de sociedade individualista, não democrática e não solidária, e isto
somente é possível, através de uma educação crítica e reflexiva. Sendo
então, um espaço inegavelmente fértil para a construção de uma
educação em direitos humanos, a mídia, nos permite refletir sobre
quais os mecanismos que contribuem para o intenso crescimento da
polarização e da camada “bolha social”, termo crescente especialmente
com a difusão das redes sociais, de grande parte das populações. Isto
é, como os algoritmos, como aspecto tecnológico, podem inferir na
polarização de opiniões, direcionando determinados temas e assuntos
moldadores de opiniões?
Partindo da ideia de “bolha social”, este artigo segue pela
linha multidisciplinar, caminhando por áreas diversas, buscando as
contribuições de cada disciplina para a tão discutida construção de
uma Cultura de Paz e dos Direitos Humanos. Para isto, partimos
da área educacional para compreender o porquê da discussão sobre
direitos humanos, e da educação como direito fundamental, descrita
pela Declaração de Educação em Direitos Humanos. Daí estendemos a
discussão sobre o que são algoritmos e como buscar a fuga de prender-
se a estes e não compreender sua posição dentro da “bolha social”.
Com isso, objetivamos um desenvolvimento mais positivo das relações
nas redes sociais, ao invés do discurso de ódio e intolerância que cresce
exponencialmente na atualidade.
A metodologia utilizada para neste texto foi a pesquisa
qualitativa e a pesquisa bibliográfica, buscando apresentar teórica e
metodologicamente como ocorre a polarização das informações e a
construção da “bolha social” pela lógica algorítmica. Considera-se que,
por esta reflexão, no contexto do avanço das tecnologias, as mídias
são os espaços de maior acessibilidade das informações, das quais,
necessitam de atenção, para que, a informação ao público, torne-se
crítica e humanizada.
Contudo, ressaltamos que este processo de criticidade, necessita
caminhar em conjunto com a Educação em Direitos Humanos,
para a construção de uma Cultura de Paz, compreendendo as redes
sociais como um grande espaço de disseminação de informações e
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Algoritmo
EXEMPLO_6.6
Var PRECO_UNIT, PRECO_TOT : real
QUANT : inteiro
Início
Leia PRECO_UNIT, QUANT
PRECO_TOT ← PRECO_UNIT * QUANT
Escreva PRECO_TOT
Fim.
Fonte: UFRN (2004, p.30).
Algoritmo
CALCULO_AREA_CIRCUNFERENCIA
Var π ← 3.14, R: inteiro, A: real,
Inicio
Leia R
A ← π ∗ R2
Escreva A
Fim
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Vale ressaltar que o termo Web, Web 2.0 e Web 3.0, em especifico
foi cunhado por Tim Berners-Lee em 1999 e inventado por Tim
O’Reilly em 2005 para descrever como os arquivos usados na web são
operados. Para nossa realidade, esta ação se define, por exemplo, pela
relação dos conteúdos gerados pelos usuários durante seu acesso à web
sites e utilizam tagging para classificar informações, por meio de um
upload de imagem ou criam sites ou conteúdo.
Mas é pelo termo Web semântica que, através de Johnson
e Berners-Lee se pode perceber a que ponto o agente inteligente
social, tornaram-se um algoritmo, e principalmente o momento em
que estas informações, tornaram-se possibilidades de manipulação,
realizada por algoritmos de grandes empresas. Como por exemplo, os
departamentos de marketing, que podem acessar as informações sobre
seus consumidores e tratar destes agentes inteligentes, manipulando-as
e oferecendo ao usuário, necessidades e / ou opiniões do que ele acha
que precisa (PERNISA JÚNIOR, 2017).
Vale destacar, também, o Big Data, termo utilizado para indicar
como trabalhar com um grande volume de dados, que permite
trabalhar pelo computador com grandes quantidades de dados e
realizar compilações e manipulações por massas de informações que
os algoritmos buscam na web. Informações estas, presentes em Reality
shows, Blogs, redes sociais, sites de pesquisa, entre outros sites de
entretenimento.
Isto se torna um grande problema, no momento em que esta
busca de dados pessoais, são explorados, por grandes conglomerados
de comunicação e mercado. Tornando-se ainda mais prejudicial,
quando utilizados como “bolhas sociais”, polarização e manipulação
de opiniões. Esta relação é destacada por Eli Pariser por meio do
Livro The Filter Bublle (2001), no qual ressalta a importância do tema
sobre o filtro invisível das redes sociais, adequando-se aos hábitos de
seus usuários, tornando-se uma grande ferramenta de acessibilidade,
mas ao mesmo tempo de manipulação inconsciente. Pois segundo
Pariser (2001) citado por Schincariol (2017, p. 4), o resultado de tantas
informações, muitas vezes é a “privação de conteúdos e pontos de
vistas diferentes aos usuários”.
Destacamos que os filtros dos algoritmos tendem a
priorizar apenas a visão de mundo com a qual o usuário concorda,
impossibilitando o acesso a informações que desafiam nossos pontos
de vista, o que é vital para a democracia e para uma cultura de Direitos
Humanos, por exemplo. Pois ao ponto que o usuário se fecha em sua
bolha de opiniões e informações, ele não se permite observar outros
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mundo globalizado, não permite mais a humanidade realizar
suas vidas em um único bloco isolado, pois, todos, estão conectados
com tudo, principalmente após a criação da internet, da web e das
redes sociais. Logo, a internet necessita ser compreendida como um
ecossistema, que como qualquer outro, necessita de um equilíbrio.
Equilíbrio este que pode se perder por diversos fatores, desde a
falta de respeito entre os usuários, quanto das empresas e do próprio
governo. Por isso a importância de saber utilizar dos filtros dentro
das redes sociais, para não cair inconscientemente em uma “bolha
social”, uma fake News e acreditar que a complexidade da vida e do
mundo se resumem a apenas aquelas informações publicadas no blog,
facebook, twitter, instagran, google +, youtube, enfim nas infinitas redes
sociais, aplicativos e sites de pesquisa. Logo, estes filtros demandam
prevenções dos usuários, quanto a compreensão deste equilíbrio, no
qual, pode ser desenvolvido por uma educação em direitos humanos,
construindo uma cultura de paz e respeito dentro da Web para a própria
vida além da cybernet.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Educação em Direitos Humanos: Diretrizes Nacionais. Brasília:
Coordenação Geral de Educação em SDH – PR, Direitos Humanos,
Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos,
2013.
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nacional-pdf&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192>.
Acesso em: 07 maio de 2018.
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INTRODUÇÃO
A discussão sobre trabalho decente, promovida pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT), a partir de 1999,
permitiu aprofundar esse estudo, abarcando todas as classes de
trabalho, seja para os trabalhadores da economia formal como para
os trabalhadores da informalidade, os trabalhadores autônomos e os
que trabalham a domicílio. A ideia inclui a existência de empregos,
remuneração adequada, segurança no trabalho e as condições salubres
no meio ambiente do trabalho.
Desta forma, o presente artigo objetiva qualificar o trabalho
decente como direito humano, a partir da concepção crítica deste último
temo. Assim, o estudo procura elucidar as características do trabalho
decente, em especial sob a ótica da OIT. Após, faz-se um resgate das
acepções de direitos humanos tanto na perspectiva clássica quanto nas
mais moderna, fundamental para a qualificação e tratamento do trabalho
decente como direito humano. Então, passa-se pelos estudos iniciais de
Direitos Humanos perfazendo a reflexão sobre a importância deste
campo de estudo e seu desenvolvimento, focalizando sua mudança de
acepção, a depender do momento histórico que se vive, bem como a
estrutura que se está lançada – no caso atual, o Estado Liberal.
O tipo de pesquisa utilizada é a exploratória, cujo objetivo é
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Seu planejamento é
flexível, possibilitando considerar vários aspectos do objeto estudado
(GIL, 2002). A técnica de pesquisa utilizada foi documental indireta
escrita, como notícias, coleta de bibliografia, formulada através de
leituras, materiais já publicados, consultas de livros de diversas áreas
da ciência. Procurou-se contribuir para o avanço do conhecimento,
dando suporte a uma análise crítica das duas categorias essenciais deste
estudo, qual sejam trabalho decente e direitos humanos. Utilizou-se
do método dedutivo, em que se procede de proposições universais
para proposições particulares, proporcionando a conclusão destas
premissas. Da mesma forma, faz-se uso do método histórico, eis
que importa pesquisar as raízes do conceito para compreender sua
natureza e função. Este método consiste basicamente em investigar
acontecimentos do passado para verificar a sua influência na sociedade
contemporânea e verificar como as instituições alcançaram sua forma
atual, com as alterações sofridas no protrair do tempo (LAKATOS,
2003).
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1. Para o autor acima mencionado, quando a organização do trabalho entra em conflito com
o funcionamento psíquico dos homens emerge um sofrimento patogênico. Nas indústrias
o trabalho é submetido a um andamento imposto, sendo que a ansiedade é colocada para se
manter o rendimento de cada trabalhador e se manifesta com relação ao ritmo, à produtividade,
rendimento, bonificações. Nos trabalhos ditos de escritório não se consegue ter este tipo objetivo
de controle de ritmo, então, isso é feito por outros meios como a rivalidade e a discriminação. A
manipulação psicológica é muito mais expressiva no trabalho de escritório porque os ritmos de
trabalho são mais difíceis de se respeitar que numa linha de montagem. Fica deslocado o conflito
do poder - de vertical, as contradições passam a se dar no plano horizontal - na medida em que o
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chefe faz com que os empregados falem de seus colegas constituindo-se um sistema de relações
de suspeita e de espionagem. Muitos chefes usam da convocação individual dos empregados,
substituindo ameaças por paternalismo, encorajando-os a falar de suas dificuldades. Essas
confidências serão usadas para manipulação psicológica, como meio de pressão. A atmosfera de
trabalho cria suspeitas, rivalidades e perversidade entre os próprios trabalhadores.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho decente é aquele realizado em condições adequadas
e justas, capaz de proporcionar um mínimo de bem-estar. Logo, seu
estudo no campo da tutela dos direitos humanos justifica-se pela
relevância que o trabalho desempenha na vida humana, bem como
pela complexidade presente na convivência entre a vida laboral e a vida
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REFERÊNCIAS
ABRAMO, L. O trabalho decente como resposta à crise mundial do
emprego. In: REIS, D. M.; MELLO, R. D.; COURA, S. B. C. (Org).
Trabalho e justiça social: um tributo a Mauricio Godinho Delgado.
São Paulo: Ltr, 2013, p. 367-275.
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OIT. Trabalho decente para uma vida digna. Brasília: OIT, 2012.
Disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br/node/809>. Acesso em:
06 nov. 2017.
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