Conselho Editorial 16 - Vivências Didáticas 03
Conselho Editorial 16 - Vivências Didáticas 03
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Luana Lima Guimarães – Universidade Federal do Ceará
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Mateus Dias Antunes – Universidade de São Paulo
Milson dos Santos Barbosa – Universidade Tiradentes
Naiola Paiva de Miranda - Universidade Federal do Ceará
Rafael Leal da Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Rita Rodrigues de Souza - Universidade Estadual Paulista
Willian Douglas Guilherme - Universidade Federal do Tocantins
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Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-89340-52-2
Editora e-Publicar
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
contato@editorapublicar.com.br
www.editorapublicar.com.br
Sumário
CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................................ 10
TRABALHO DOCENTE COM AS METODOLOGIAS ATIVAS DA APRENDIZAGEM NO CURSO
DE EDUCAÇÃO FÍSICA................................................................................................................ 10
Alana Simões Bezerra
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................................ 19
CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA: A QUÍMICA DOS PERFUMES
COMO TEMA GERADOR .............................................................................................................. 19
Amanda Marques de Lima
Gerlan Lino dos Santos
Gabrielly Stefanny Dantas do Nascimento
Bruna Gerlane Marques Florentino
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................................ 28
A FORMAÇÃO DOCENTE E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: NO MOVIMENTO DE SUA
(IM)COMPREENSÃO ...................................................................................................................... 28
Anna Paula Alves Mendes
Gislene Aparecida Martins Queiroz
Andréa Kochhann
CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................................ 38
A EXPERIÊNCIA DO LTIA COM A APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS PARA AS
GERAÇÕES ...................................................................................................................................... 38
Carla Gonçalves Távora
Eduardo Martins Morgado
CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................................ 55
O ENSINO DE FRAÇÕES POR MEIO DO MODELO DE BARRAS NO 6º ANO DO
FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA SEGUNDO A FILOSOFIA DE ENSINO DE SINGAPURA
........................................................................................................................................................... 55
Lucas de Morais Carlos
Claudia de Oliveira Lozada
Sidney Leandro da Silva Viana
Alexsander Cler Taveiros Silva
Bruna Gama dos Santos
Cryslane de Araújo Lima
CAPÍTULO 6 ........................................................................................................................................ 67
INTERLOCUÇÕES ENTRE GESTÃO ESCOLAR E POLÍTICAS DE INCLUSÃO: UMA BREVE
REVISÃO.......................................................................................................................................... 67
Daiane Colussi
Janine Farias Menegaes
Eliana da Costa Pereira de Menezes
CAPÍTULO 7 ........................................................................................................................................ 77
EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO POR MEIO DE AULAS REMOTAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DURANTE A PANDEMIA .............................................................................................................. 77
Daniele Maquine Rodrigues
CAPÍTULO 8 ........................................................................................................................................ 85
A IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES, DO BOM HUMOR E ATIVIDADES RECREATIVAS COMO
METODOLOGIAS ALTERNATIVAS DE ENSINO ...................................................................... 85
Mateus Batista
Debora Ayame Higuchi
RESUMO
Considerando que a educação vem passando por mudanças, a adoção de novas estratégias de
ensino vem modificando o cenário de ensino e aprendizagem no Brasil. Assim, as metodologias
ativas da aprendizagem surgiram para revolucionar a sala de aula. Objetiva-se verificar o uso e a
eficácia das metodologias ativas da aprendizagem utilizadas pelos docentes do curso de
Bacharelado em Educação Física das Faculdades Integradas de Patos – FIP. Para tanto procede-se
à uma pesquisa de campo, do tipo exploratória e abordagem quantitativa. Foi realizada com todos
os professores do curso de Educação Física das Faculdades Integradas de Patos – FIP, como
instrumento foi utilizado um questionário semiestruturado, os dados obtidos foram analisados de
forma quantitativa, utilizou-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
Verificou-se que os docentes usam as metodologias ativas, os principais métodos utilizados foram
seminários (92,9%), estudo dirigido e os debates (85,7%), filmes (64,3%) e a sala de aula invertida
(50,0%). Com relação ao método mais eficaz houve um equilíbrio nas respostas, mas a sala de aula
invertida (28,6%) e as mesas redonda, debates e TBL (21,4%) teve destaque, 100% dos docentes
acham que as metodologias ativas tem eficácia nas aulas. Assim, conclui-se que os professores do
curso de educação física estão fazendo uso das metodologias ativas da aprendizagem e afirmam
ser um método eficaz para o ensino-aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Percebe-se que o método tradicional de ensino onde o professor ensina e o aluno aprende
vem sendo modificado. As metodologias ativas é uma técnica de ensino, dividida em várias
metodologias que tem a intenção de envolver o aluno no processo de aprendizagem, ou seja, o
estudante passa a ter uma postura ativa, manifestando e posicionando-se criticamente (SOUZA;
IGLESIAS; PAZIN-FILHO, 2014). Desta forma, o ensino com as novas estratégias pedagógicas
envolve o aluno enquanto protagonista de sua aprendizagem, desenvolvendo o senso crítico
perante o que é aprendido, e também mantendo relação com os conhecimentos prévios (PINTO et
al., 2012).
Desta forma, o método tradicional, que tem como finalidade a transmissão de informações
pelos professores para os alunos, vem perdendo espaço para as novas estratégias pedagógicas que
tem como objetivo o foco no processo de ensino e aprendizagem no aprendiz (VALENTE,
ALMEIDA, GERALDINI, 2017).
Com a finalidade de centrar a aprendizagem no aluno, esta forma de atuação demanda mais
planejamento e dedicação do docente, que passa a ter uma postura interativa entre os estudantes.
Assim, cabe ao professor intervir e estimular a reflexão dos alunos ou de provocar um olhar crítico
sobre aquela realidade (DIESEL; MARCHESAN; MARTINS, 2016).
Contudo, esta abordagem é um desafio da atual educação que precisa incluir novas
descobertas para tornar as aulas mais atrativas. Então, essas mudanças da sociedade
contemporânea trazem exigências de um novo perfil docente, daí a necessidade dos professores
repensar sua prática, buscando ressignificá-la, valorizando os conhecimentos prévios dos alunos e
as transformações dos métodos educacionais (DIESEL; DALDEZ; MARTINS, 2017).
Muitas são as estratégias das metodologias ativas da aprendizagem que busca por uma
aprendizagem significativa, dentre elas pode-se citar: A Aprendizagem Baseada em Problemas
(ABP), Metodologia Espiral Construtivista, Metodologia da Problematização, Aprendizagem
Baseada na Reflexão sobre a experiência da prática de Kolb, Ciclos de Aperfeiçoamento da Prática
profissional (CAPP) (Peer Review), Intervenções multifacetadas, Aprendizagem Baseada em
Projetos, Aprendizagem Baseada em Times, Peer Instruction, Just-in-time teaching, Métodos de
casos e simulações, Seminários, Gincanas, debates, estudos dirigido (SOUZA; ANTONELLI;
OLIVEIRA, 2016). Diante do exposto pretende-se responder ao questionamento: será que os
Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar o uso e a eficácia das metodologias
ativas da aprendizagem utilizadas pelos docentes do curso de Bacharelado em Educação Física das
Faculdades Integradas de Patos – FIP.
METODOLOGIA
Os dados obtidos foram analisados de forma quantitativa, foi utilizado o programa IBM,
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 25. Os resultados serão apresentados
em percentuais e na forma de tabelas e gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Duminelli et al. (2017) realizou uma revisão bibliográfica, eles concluíram que a
aplicabilidade das metodologias ativas serve como uma fonte de inovação para os alunos,
contribuindo para o conhecimento e aprendizagem, que os professores que utilizam o método
tradicional de ensino limita o aprendizado fazendo com que os alunos tenha apenas o repasse de
informações.
Com os dados desta pesquisa, percebemos que os métodos das metodologias ativas estão
sendo utilizados pelos professores do curso de Educação Física tanto por aqueles que têm
conteúdos mais práticos (práticas pedagógicas do handebol, treinamento com pesos, práticas
pedagógicas das ginásticas, dança, dentre outras), mas também àqueles com disciplinas totalmente
teóricas (História da Educação Física. Em contrapartida, os achados de Seixas et al. (2017)
revelaram que, na percepção dos docentes, quando eles ministram conteúdos mais práticos,
conseguem adotar uma metodologia mais dinâmica, porém quando a disciplina é mais tradicional,
eles adotam uma metodologia nessa mesma linha.
Gráfico 1: Percepção dos docentes sobre o método mais eficaz utilizado nas aulas
Por fim, perguntou-se aos docentes se eles achavam que as Metodologias Ativas são
estratégias eficazes para a aprendizagem dos alunos, 100,0% dos participantes afirmaram a
relevância deste método.
Em uma pesquisa realizada por Souza et al. (2015) com estudantes do 5ª a 7ª fase do curso
de fabricação mecânica, automação industrial do vestuário de uma instituição de ensino superior
de tecnologia, tinha como objetivo compreender quais metodologias ativas eram mais utilizadas
pelos professores. Então, conforme a descrição dos alunos entrevistados eles disseram que as
Já nos achados de Gomes (2017) foram investigados 120 docentes do unileste, segundos
os resultados as metodologias mais utilizadas foram: estudo de caso (82,5%), PBL e Metodologia
da problematização pelo Arco de Maguerez (51,7%), Aprendizagem por projetos (42,5%), Peer
Instruction (28,0%), Rotação por Estações e Gamificação (15,8%), Júri Simulado (11,7%), fórum
Virtual (10,8%) e Bola de Neve (3,3%).
Em uma revisão integrativa realizada por Silva (2018) evidenciou que as metodologias
ativas mais utilizadas pelos professores do curso de graduação em enfermagem foram a
Aprendizagem Baseada em Problemas e/ou Problematização.
Nos estudos de Peixoto (2016) chegou-se a conclusão que, em alguns instantes da prática
docente, é preciso utilizar aulas expositivas. Ele identificou que as aulas com metodologias ativas
foram potencializadoras de uma aprendizagem significativa, que desenvolveram no aluno
autonomia para conduzir seu próprio processo de aprendizagem, também identificou que essa
metodologia, baseada na realidade construtivista, onde o professor atue apenas como mediador,
pode ser bem sucedida mesmo quando é realizada juntamente com a prática tradicional de aulas.
Em uma pesquisa de revisão integrativa realizada por Paiva et al. (2016) ficou comprovado
que as metodologias ativas pode acontecer em diversos cenários da educação, tendo várias
maneiras de aplicação com benefícios ao ensino-aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos dados obtidos neste estudo verificou-se que os professores do curso de
Educação Física das Faculdades Integradas de Patos utilizam as metodologias ativas para a
construção de um ensino inovador. Este é um fator determinante, pois, saem de uma metodologia
tradicional e mantém uma aula interativa com foco na prática e nas experiências sobre a formação
acadêmica. Assim, as estratégias pedagógicas mais utilizadas por esses docentes foram os
seminários, os estudos dirigidos, os debates, o uso de filmes e a sala de aula invertida.
REFERÊNCIAS
DIESEL, A.; BALDEZ, A. L. S.; MARTINS, N. Os princípios das metodologias ativas de ensino:
uma abordagem teórica. Revista Thema, v. 14, n. 1, p. 268-288, 2017.
MACEDO, K. D. da S.; ACOSTA, B. S.; SILVA, E. B. da; SOUZA, N. S. de; BECK, C. L. C.;
SILVA, K. K. D. da. Metodologias ativas de aprendizagem: caminhos possíveis para inovação no
ensino em saúde. Esc Anna Nery, v. 22, v. 3, 2018.
RESUMO
A contextualização dos conteúdos propicia aos alunos um maior interesse em estudar e facilidade
na compreensão dos conceitos abordados. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é analisar
o interesse dos alunos de uma turma de 3ª série sobre a Química Orgânica e inserção da temática
“Química dos Perfumes” como forma de contextualização nas aulas dessa ciência. A pesquisa foi
desenvolvida por meio de uma análise quantitativa de um questionário com cinco perguntas e um
curto debate em uma turma 3ª série do ensino médio de uma escola pública situada na cidade de
Cuité-PB. A aplicação do questionário e a promoção do debate foi muito importante para
compreender e analisar se os alunos achariam interessante a inserção dessa temática nas aulas de
Química Orgânica, bem como os conhecimentos prévios dos mesmos sobre tal ciência. Percebeu-
se alguns paradigmas e dificuldades dos alunos em compreender que inserir temáticas do seu dia
a dia não necessariamente dificultaria sua compreensão sobre os conteúdos químicos, mas
proporcionariam um maior interesse e os auxiliaria a entender tais conceitos.
INTRODUÇÃO
É sabido que o ensino de química enfrenta barreiras, fruto de uma abordagem tradicional,
gerando nos alunos uma certa desmotivação e proporcionando um baixo rendimento em seu grau
de aprendizagem, uma vez que os discentes não veem correlação dos conteúdos com seu cotidiano.
Dessa forma, é fundamental o uso de didáticas que possam atrair o aluno. Uma das formas de atrair
Os conteúdos que compõem a grade curricular da educação básica são uma perspectiva do
mundo físico, psíquico e social. Por isso, esse princípio gera aos discentes um olhar de
compreensão acerca da transformação de conteúdos que está sendo abordado em sala de aula
(MORAIS, 2012). A contextualização consiste, portanto, numa ferramenta teórica e princípio
curricular indispensável para o desenvolvimento de uma educação que se tem encaixe em um olhar
transformador (COELHO; MARQUES, 2007, p. 10).
Além disso, de acordo com Akkuzu e Uyulgan (2016), a química é uma ciência que em
determinados aspectos se torna abstrata, porém, os alunos admitem uma postura crítica quando
existem várias informações e fatos sobre o que está sendo estudado. Nesse aspecto, a parte
experimental da Química Orgânica mostra-se como um ótimo método para enriquecer e estimular
o processo de investigação científica contextualizada a partir de um determinado problema real do
cotidiano. (SILVA E BATALINI,2020)
No entanto, é sabido que ocorre na maioria das escolas públicas brasileiras uma falta de
utilização de práticas experimentais nas aulas, isso porque fatores como falta de infraestrutura,
encargos curriculares e anseio de ministrar uma aula experimental com turmas numerosas,
permeiam a realidade da ambientação escolar (MARANDINO, SELLES & FERREIRA, 2009).
Também é importante frisar outra grande problemática que é as reduções de carga horária da
disciplina de química, provocando ao docente um tempo limitado para a conclusão do seu
planejamento didático além de gerar uma desorganização principalmente nas explicações feitas,
sendo necessário explicações extras na aula seguinte ou pausa em atividades pós experimentais
(SANTOS & DAVID, 2019). Tudo isso evidencia a urgência de buscar soluções que seja capaz
de sanar esses aspectos, investigar o conhecimento prévio dos discentes e abordar temáticas a cerca
de um tema pode ser uma saída para uma intervenção dinâmica e eficiente, proporcionando até um
melhor aproveitamento de tempo em aulas laboratoriais quando colocado em pratica a temática de
estudo.
Como relata Santos e Schnetzler (2010), a Química é uma ciência que deve preparar o
aluno para a vida e para muitos aspectos do seu dia a dia. Por isso, tendo em vista que os perfumes
são altamente utilizados no dia a dia, desde muitos anos, e que são totalmente relacionados com a
Química Orgânica, já que essas misturas complexas são formadas por compostos orgânicos, vê-se
Por essas razões abordadas, esse projeto tem como objetivo analisar o interesse dos alunos
de uma turma de 3ª série sobre a Química orgânica e inserção da temática “Química dos Perfumes”
como forma de contextualização nas aulas dessa ciência. Objetivou-se também analisar o grau do
conhecimento prévio dos alunos sobre os princípios básicos da Química orgânica, bem como
identificar se o ensino de química vinha sendo contextualizado com o cotidiano dos alunos e o
grau de motivação dos mesmos para estudar os conteúdos dessa ciência, tendo em vista que a
contextualização dos conteúdos propicia um maior interesse nos alunos.
METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido em uma escola pública da cidade de Cuité – PB com
um total de 30 (trinta) alunos de uma turma de 3ª série do ensino médio. Inicialmente, foi realizada
uma breve apresentação do projeto, introduzindo o assunto de maneira que envolvesse e
estimulasse a atenção dos estudantes, com o intuito de deixá-los mais à vontade com a pesquisa.
Explicou-se que o objetivo do trabalho seria de analisar o conhecimento prévio deles sobre a
Química Orgânica, visto que é nessa série que começa a ser estudado tais conceitos, e se eles
achariam interessante contextualizar as aulas voltadas à essa temática com a química dos perfumes.
É imprescindível utilizar métodos dinâmicos, diversificados e trabalhar com novas alternativas
para a transmissão e abstração de informação, utilizando, sobretudo, a contextualização e a
interdisciplinaridade (CUNHA 2017).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dessa forma, a maioria dos alunos não sabiam o que a Química Orgânica estuda, ou
demonstraram um conhecimento popular sobre o que é esta ciência, não sabendo descrever
cientificamente o foco de estudo dessa disciplina. Talvez devido ao uso de produtos orgânicos e
aos conhecimentos populares sobre ervas, chás, etc., como já relatado por Brenelli (2003), muitos
alunos, apesar de não saber cientificamente o que se estuda em tal ciência, relacionaram a Química
Orgânica com a natureza.
Na segunda questão perguntou-se aos alunos se eles achavam que a Química Orgânica está
presente nos perfumes. 23,00% da turma afirmaram que não, ao passo que 77,00% disseram que
sim, mas não souberam dizer a relação entre eles. Ou seja, apesar do pouco conhecimento sobre
tal ciência, a maior parte da turma entendeu que a Química Orgânica está presente nos perfumes.
No entanto, percebe-se a necessidade de uma maior contextualização das aulas de Química com
tal temática, visto que, tanto na primeira quanto na segunda pergunta do questionário, os alunos
A terceira pergunta tinha como intuito analisar o conhecimento dos alunos sobre os
compostos químicos que compõem os perfumes, perguntando-se se eles conheciam alguma
substância presente nessas fragrâncias. No entanto, 23,00 % da turma não souberam responder
essa questão, já 17,00 % afirmaram que há compostos químicos nos perfumes, mas não souberam
dar exemplos de nenhum. Surpreendentemente, 33,00 % da turma afirmaram que não conheciam
nenhuma substância presente nos perfumes. Apenas 27,00% da turma afirmaram que a química,
de fato, está presente nesses compostos, mas que conhecem apenas o álcool.
Observa-se, então, que uma boa parte dos alunos sentem a necessidade da inserção de
práticas experimentais nas aulas de química. Até mesmo durante a apresentação da temática, os
alunos mostraram-se bastante interessados em saber mais sobre a pesquisa, perguntando se seriam
realizadas aula práticas com eles, ou produzido algum perfume. Por isso, contextualizar o ensino
da Química Orgânica com a produção dos perfumes também poderá tornar as aulas dinâmicas e
atrativas, uma vez que o aluno poderá estudar, entender a composição dos perfumes, além de
produzir um perfume ou extrair óleos essenciais para sua produção em uma prática experimental.
Dentre os alunos que afirmaram que não seria interessante inserir esse tema (questão 4),
13,00 % não disseram o motivo, ao passo que 7,00% justificaram dizendo que não viam aplicação
desse tema na sua vida cotidiana. Todavia, outros 13,00% indagaram que os conteúdos da Química
Orgânica são muito difíceis e chatos e, por isso, inserir esse tema dificultaria ainda mais sua
compreensão. Observa-se, então, que alguns alunos relacionaram a inserção da temática
“Perfumes” com o aumento da quantidade de conteúdo para ser estudado, e por isso, acharam que
a contextualização dificultaria sua aprendizagem sobre a Química Orgânica. Tais concepções
podem ter sido ocasionadas pela falta, ou pouco uso, de temas geradores que proporcionem a
contextualização dos conteúdos, tanto na Química quanto em outras ciências. Para Lima et al
Os conteúdos da Química Orgânica no ensino médio ainda são muito pautados em regras
para nomenclatura e classificação de cadeias carbônicas (SCAFI, 2010). Por isso, o aluno não
consegue se familiarizar com tais temáticas, uma vez que não relaciona os conteúdos com a sua
vida. Partindo desse pressuposto, assim como sugerido pelas Orientações Curriculares para o
Ensino Médio (BRASIL, 2006, p.117), é possível acreditar que o ensino pode e deve superar tal
fragmentação dos conteúdos, ampliando os horizontes tanto dos estudantes quanto do professor.
Com isso, o professor pode lançar mão de experimentações e de novas metodologias que, não
dissociada da teoria, seja uma forma de contextualização dos conceitos químicos, tornando-os
socialmente relevantes e possibilitando uma aprendizagem significativa aos discentes.
Muitos dos alunos da turma demonstraram uma grande falta de interesse em estudar os
conteúdos de Química Orgânica e não souberam responder corretamente as questões do
questionário em que perguntava-se sobre princípios básicos dessa ciência, como por exemplo, o
que ela estuda e se ela está presente nas substâncias que compõem os perfumes. Por isso, com os
dados obtidos nessa pesquisa percebe-se o quanto é necessário a inserção de mais temas geradores
nas aulas de Química para conseguir promover um aumento no interesse da turma em estudar os
assuntos na sala de aula e também fora dela, e lhes possibilitar uma assimilação de como e onde a
química está presente na vida.
Dessa forma, os alunos demonstraram um grande interesse em estudar essa ciência por
meio da temática “Química dos Perfumes”. Por isso, para trabalhos futuros pretende-se abordar
essa temática em algumas aulas de Química Orgânica, bem como produzir um perfume e extrair
óleos essenciais de folhas de plantas escolhidas e colhidas pelos discentes. Apesar de a temática
“Química dos Perfumes” ter sido a questão norteadora, outros temas podem e devem ser utilizados
para promover a contextualização no ensino da Química Orgânica, tanto por meio da
experimentação quanto utilizando diferentes metodologias.
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 10 edição. Rio de Janeiro: Ed. Paz
e Terra, 2002.
SANTOS, R. A.; DAVID, M. A. Plantas medicinais: uma temática para o ensino de Química.
Revista Interdisciplinar Sulear, n. 3, p. 105-118, 2019.
RESUMO
O presente artigo se constituiu por meio de pesquisa bibliográfica, emergindo das indagações das
alunas de estágio supervisionado e integrantes do GEFOPI (Grupo de Estudos em Formação de
Professores e Interdisciplinaridade) em compreender a problemática: Qual é a relação entre
formação Docente, Currículo, Estágio Supervisionado, Gestão Democrática, a Práxis, Base
Nacional Comum Curricular e a Tendência Histórico Crítica? Com esse pano de fundo, apresenta-
se uma articulação da formação do docente enquanto acadêmico que perpassa do próprio currículo;
da fase do Estágio Supervisionado, no processo reflexão-ação-reflexão de práxis, no planejamento
de aulas voltadas para a tendência histórico-crítica e o contato com os documentos norteadores de
sua prática pedagógica. Julgamos importante a discussão, pois as vivências didáticas no processo
formativo podem influenciar as metodologias aplicadas ao ensino e aprendizagem. Nesse viés,
para fundamentação e aporte teórico: Almeida, Kochhann e Justus (2020), Piconez (1991),
Pimenta (2010), Kochhann e Moraes (2019) entre outros.
INTRODUÇÃO
O tema dessa pesquisa é a formação da identidade docente, fruto do interesse das alunas de
estágio supervisionado e integrantes do GEFOPI (Grupo de Estudos em Formação de Professores
e Interdisciplinaridade). A delimitação é a constituição da formação docente, Currículo, Tendência
Histórico-Crítica e Estágio Supervisionado na práxis que envolve a formação acadêmica e o
processo do Estágio Supervisionado na constituição da identidade docente do aluno no curso de
Pedagogia. A pesquisa tem como problematização “Qual é a relação entre formação Docente,
Currículo, Estágio Supervisionado, Gestão Democrática, a Práxis, Base Nacional Comum
Curricular e a Tendência Histórico Crítica”? Nesse contexto, o objetivo geral se estabelece por
discorrer a relação entre formação Docente, Currículo, Estágio Supervisionado, Base Nacional
Comum Curricular, a Práxis e a Tendência Histórico Crítica bem como a importância da Gestão
Democrática e a participação de todos os envolvidos na comunidade escolar. Julgamos importante
essa discussão, pois as vivências didáticas no processo formativo podem influenciar as
metodologias aplicadas ao ensino e aprendizagem.
Outro aspecto a ser enfatizado será a necessidade da formação continuada para o docente,
pois a docência é uma profissão na qual os “saberes” e “competências” não podem se restringir
aos exercícios/treinamentos técnicos, ou seja, ao saber fazer. Não se faz necessário um professor
que repasse os conteúdos aos alunos, mas sim de um profissional que também use o raciocínio
para a abrangência da sua prática e para a transformação da mesma, bem como qual linha teórica
se faz necessária ser utilizada na situação problema. Assim, o que se propõe é uma articulação
entre prática e “reflexão- ação” sobre a prática docente. Para a realização da referida pesquisa, o
percurso metodológico foi bibliográfico sendo utilizado como aporte teórico Almeida, Kochhann
e Justus (2020), Moraes e Tibery (2020), Piconez (1994), Pimenta (2010), Kochhann e Moraes
(2019), entre outros.
Este texto nos instiga a pensar sobre o processo da formação acadêmica bem como a
constituição do currículo no campo educacional tendo como pano de fundo os reflexos positivos
ou negativos que isso interfere no desempenho das instituições. Portanto, levantamos
questionamentos dos quais devem ser respondidos no decorrer das escritas, taiscomo: Qual a
relação entre formação docente e currículo? O currículo escrito é o mesmo praticado? Qual a
relação entre prática docente e processo formativo?
Para responder tais indagações, a base teórica utilizada será em Apple (2002), Goodson
(2013), Sacristán (2008), Pacheco (1996) e Saviani (2008d), em que discorrem sobre a constituição
do currículo. Nessa vertente, cada um desses teóricos apresenta um conceito sobre o que é
realmente o currículo e como faz parte na criação da nossa identidade docente.
Para Apple [apud MORAES E KOCHHANN, 2019, p. 20], “o currículo nunca é apenas
um conjunto neutro de conhecimento”, todavia o currículo possui uma intencionalidade para
atender uma demanda, seja ela política ou econômica. Dessa forma, quem o escreveu deixou seus
traços e pensamentos pela corrente teórica da qual o segue.
Nesse sentido, quando Saviani [apud MORAES E KOCHHANN, 2019, p. 21], “apresenta
que a necessidade de uma concepção de prática pedagógica histórico-crítico, que subsidiará o
currículo”, quer dizer que o currículo pode ter um caráter reprodutor dentro da sociedade capitalista
para atender as demandas do mercado de trabalho, não visando uma educação emancipadora. Ao
contrário, a prática pedagógica histórico-crítica é voltada para uma educação que, através de
práticas pedagógicas, possibilite a emancipação e humanização do sujeito.
[...] a formação inicial de uma identidade docente que venha a atuar em sua profissão de
forma a viabilizar a emancipação e humanização dos sujeitos. Por isso, Souza e
Guimarães (2011, p. 40), complementam ao dizer que ‘nesse sentido, o papel dos
formadores de professores implica construir-se e construir com os professores maneiras
de ser e de atuar humanizadoras, afetivas, éticas e solidárias’. Por isso, para Saviani
(2009), é necessário que a formação da (o) pedagógico seja fundamentação teórica
consistente, que perceba a educação como processo e não meramente produto e que, de
fato consiga realizar sua ação educativa com solidez teórica, visando a humanização.
(MORAES E KOCHHANN, 2019, p. 29)
Sendo assim, o locus de contato docente se inicia na escola, em sua formação acadêmica,
em que se construirá sua identidade docente, num constante movimento da práxis e reflexões do
Projeto Pedagógico de Curso - PPC, pois a constituição de sua identidade docente depende muito
como formos formados, qual corrente teórica seguimos e como somos engajados na efetiva
educação para emancipação, visando uma transformação social por meio da educação humanizada
e não meros reprodutores do sistema.
A escola é um espaço educacional que, por meio de sua gestão, pode promover uma
educação que segrega ou uma educação voltada para construção do sujeito no desenvolvimento de
sua autonomia e emancipação. Sendo assim, apresentam-se os questionamentos: O que é Gestão
Democrática? Qual é a reflexão de como o Currículo é elaborado e qual conceito de homem? Por
que discutir Currículo e Gestão Democrática no Estágio? Qual a relação entre Currículo,
autonomia e Gestão Democrática? Questões que precisam ser discutidas.
Na sociedade atual há indícios de uma escola como espaço de educação que segrega,
exclui e demarca campos distintos de acordo com as classes sociais. Defende-se a
educação como processo de humanização do homem, em que a função social da escola é
a formação para cidadania plena e apropriação da cultura produzida historicamente em
um mundo complexo. (ALMEIDA, KOCHHANN e JUSTUS, 2020, p. 83)
Nesse contexto, julgamos importante analisar sobre o papel que a escola exerce na
educação de diversos sujeitos e que por meio do currículo poderá evidenciar diferenças sociais,
controle social ou poderá passar valores dos quais formará o aluno para uma cidadania plena. Isto
é, espera-se que através do Projeto Político Pedagógico a escola esboce qual tendência/linha
teórica está seguindo e qual formação almeja para estes alunos.
Por essa razão, dependerá muito de qual gestão está sendo desenvolvida e qual ‘autonomia’
possui cada um dos sujeitos envolvidos nesse processo educacional. Nessa perspectiva, a gestão
democrática tem por especificidade a participação de toda comunidade escolar para que haja o
diálogo entre o currículo elaborado e praticado. Porém, cabe frisar que cada um dos participantes
dessa comunidade escolar deve possuir uma autonomia, isto é, a capacidade da tomada de decisões,
em que no inter-relacionamento entre gestor – comunidade local – professores – técnico
administrativo – pais – alunos, haja um diálogo nas adaptações às necessidades de aprendizagem.
Embora o senso comum leve a uma dicotomia entre a teoria e a prática, sabemos que uma
complementa a outra, e que sem uma boa fundamentação teórica a nossa prática se reduz em
“achismos” e reproduções de ações de outros sujeitos. Nessa linha, ao nos deparar com a realidade
escolar veremos em diversos conflitos qual escolha é a correta diante de uma situação problema
ou até mesmo na forma de conduta e planejamento de aulas. Por isso, principalmente no Estágio
Supervisionado, momento que constituímos nossa identidade profissional, temos que ter no
mínimo uma base teórica sólida para nos direcionar.
Com esse pensamento, elencamos alguns questionamentos: Para que estudar a realidade
escolar no estágio? Qual a relação entre a prática de ensino e a realidade escolar? De que maneira
a prática da reflexão ajuda na prática de ensino? Como podemos avançar para além da reflexão da
prática de ensino? Qual a relação entre o estágio supervisionado, a prática de ensino (práxis) e a
atividade docente?
De acordo com Piconez (1991, p. 25), “existe uma unidade dinâmica e dialética entre a
prática do desvelamento da realidade e a prática da transformação da realidade”, isto é, nas
atividades propostas sempre deverá haver uma reflexão, no sentido de análise, em uma ação que
gere transformação. O estágio tem por intuito proporcionar experiências para que se “reflita” e
consolide sua identidade profissional para então assumir uma postura diferenciada e não cair na
“mesmice” de tantos outros professores. Vale ressaltar, que isso dependerá de que tipo de formação
o sujeito está tendo e como está sendo sua passagem pela academia.
De acordo com Pimenta (2010, p. 92), “a atividade teórica é que possibilita de modo
indissociável o conhecimento da realidade e o estabelecimento de finalidades para sua
transformação”. Nesta vertente, não é a prática pela prática, ação por ação ou teoria por teoria, é
A ciência que estuda a educação como práxis social é a Pedagogia. A Pedagogia dialética
que, enquanto ciência prática (atividade teórica) da e para a práxis educacional, requer
que se tome o seu objeto de conhecimento (a educação como práxis social)
dialeticamente: no qual a unidade a unidade teoria e prática constitui a condição de
possibilidade de apreensão das contradições da educação enquanto práxis social, de modo
a poder estabelecer a direção de sentido, as finalidades de nova práxis educacional, no
sentido de afirmar a humanização do homem (a emancipação, a desalienação).
(PIMENTA, 2010, p. 106)
Nesse sentido, assim como a teoria e a prática são indissociáveis, a pedagogia e a educação
também se articulam em busca de propostas que promovam a práxis, na formação para
humanização do homem. Assim, é imprescindível que o professor atue visando uma práxis
transformadora.
É importante destacar que nem sempre essa vivência é ocorrida em função da linha teórica
na constituição do currículo não ser por este viés. Nessa concepção, qual a relação entre formação
docente, currículo, práxis e tendência histórico-crítica? Como organizar um currículo a partir dos
fundamentos do materialismo? Como as disciplinas devem ser organizadas em um currículo? O
que é práxis crítico-emancipatória? O que queremos enquanto educadores: alienar ou emancipar?
Como essas questões estão organizadas em um currículo? O que é práxis crítico-emancipadora?
O que queremos enquanto educadores: alienar ou emancipar?
De acordo com Kochhann e Silva (2018, p. 15), “pensar no currículo é pensar no domínio
teórico e metodológico para a formação docente. Isso reflete diretamente no trabalho concreto que
o futuro docente irá realizar”. Circunstancialmente, é uma análise de como está sendo constituída
a nossa formação acadêmica, pois isso interferirá na nossa prática pedagógica. O currículo possui
influência na nossa formação, seja para o bem ou não.
As autoras Kochhann e Silva (2018), fazem uma análise da ação ensinar e das condições
de trabalho concreto, olhando para a BNCC como um documento a ser cumprido, respeitado,
contudo, não necessariamente atuando em conformidade com tudo o que é proposto. É fazer uma
análise crítica desse documento, para que o professor não seja uma marionete do Estado e tenha
argumentação teórica suficiente para executá-la em uma linha pedagógica que considera o
movimento histórico, político, social e cultural.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, é importante estar subsidiado pelas teorias para fomentar a prática, pois reflete na
atuação profissional, bem como a importância de participar efetivamente na elaboração dos
currículos e, buscar considerar seu posicionamento embasado em um pensamento crítico, no
movimento da “práxis”, reflexão-ação-reflexão para uma educação transformadora.
Salientamos que a linha teórica e a forma como planejamos e executamos a aula, por uma
tendência histórico crítica, requer um planejamento bem elaborado com questões/ problemas no
intuito de no final da aula o aluno dê um feedback por meio das respostas, se atingiu o objetivo
proposto ou não, além do domínio dos conteúdos que requer uma educação continuada para estar
sempre aprimorando os conhecimentos obtidos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Renato Barros de, KOCHHANN, Andréa e JUSTUS, Milton. O currículo, a gestão
democrática e a Base Nacional Comum Curricular: entre autonomia e tensões. In: KOCHHANN,
Andréa (org.). BNCC: avanços, contradições e tensões. Goiânia: Scotti, 2020.
KOCHHANN, Andréa e SILVA, Kátia Augusta Curado Pinheiro Cordeiro da. Formação Docente
e Trabalho Concreto: Apontamentos pela Tendência Histórico-Crítica e Práxis crítico-
Emancipadora. In: KOCHHANN, Andréa e SILVA, Hilda Freitas (org.). Emancipação humana:
tessituras pedagógicas. Goiânia: Kelps, 2018.
RESUMO
O Laboratório de Tecnologia da Informação Aplicada (LTIA), localizado na Universidade
Estadual Paulista (UNESP) de Bauru, busca alunos que estejam na graduação para contribuir com
os projetos do laboratório. Esses alunos que ingressaram fazem parte de diferentes áreas da
graduação, foi possível identificar a geração Milênio como participantes do LTIA, no qual
emprega a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). O objetivo do estudo é demonstrar o
impacto da Geração Milênio impactou o laboratório e a forma de aprendizagem utilizada no
laboratório. Para esse estudo foi realizado uma pesquisa em campo e bibliográfica para a coleta de
dados sobre essa forma de aprendizagem e o modo como essa geração atuou no laboratório,
abordando o tema “Sociedades Plurais” aderentes dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A pesquisa apresenta documentários dos ex-
LTIAnos relatando a forma de aprendizagem utilizada e o testemunho do chefe do laboratório
sobre a presenta dos Milênio no LTIA. Portanto, esse trabalho busca apresentar a conduta dessa
geração na área profissional e promover modos alternativos de gerenciar essa população com a
ABP.
INTRODUÇÃO
A Internet apresentou avanços constantemente ao longo dos anos, o seu início ocorreu nos
anos 60, como uma meio de comunicação militar e atualmente é utilizada em computadores e
celulares pessoais para o acesso de informações e entretenimento.
O LTIA realiza seleção de candidatos para o ingresso, a sua meta é encontrar candidatos
dispostos a ensinar, aprender, a forma de criatividade, enfrentar os desafios proposto e
proporcionar soluções aos problemas, pois, o laboratório utiliza para construção do conhecimento
a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). Segundo Morgado e Spolon (2017), os LTIAnos
são graduandos de diferentes cursos, como: Ciência da Computação; Sistema de Informação;
Rádio e TV, Jornalismo; Design e Engenharias.
Neste estudo, há uma questão-problema central, no qual diz respeito a ABP, como a ABP
deve ser aplicada em diferentes gerações? O propósito da pesquisa é estabelecido por três
objetivos, (1) explicar a forma como os alunos exercem no LTIA, ou seja, ABP e o modo como
essa aprendizagem contribuiu para a vida profissional deles. (2) compreender e descrever as
gerações, seus impactos e soluções em um ambiente de trabalho, como o LTIA. (3) promover a
ABP como uma forma de aprendizagem em potencial para serem aplicadas em outros ensinos.
METODOLOGIA
O estudo tem caráter qualitativo, pois, busca expor o tema “Sociedades Plurais” aderente
dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU)
O LTIA procura alunos capacitados para atuar dentro de seu ambiente de ensino-
aprendizagem, envolvendo distintos cursos da graduação e resultando na presença de gerações. O
estudo buscou identificar e analisar as seguintes fases para a sua elaboração final, são elas:
A ABP ou Problem Based Learning (PBL) surgiu com objetivo de promover as habilidades
de soluções de problemas do aluno, ou seja, faze-los capazes de elaborar hipóteses e comprovar a
sua ideia por recursos ou argumentos que comprove a aquisição da informação.
Em seu contexto histórico e definições, são descritos pela instituição McCaster University
(2015), como:
O modo como é trabalhado a ABP com os LTIAnos, conforme Morgado e Spolon (2017),
é mediante da “contextualização de uma situação-problema para o aprendizado dirigido”, assim,
os LTIAnos tornam-se responsáveis pela sua aprendizagem, enquanto, o professor media o
compartilhamento soluções possíveis, contribuindo para a relação e interação entre os colegas e
professores.
Essa expectativa de vida criada por essas gerações recentes, como já descrito por Teixeira,
no qual explica que essa geração são criadas por avós, pais separados, etc. Segundo Oliveira
(2014), resulta em jovens protegidos e privilegiados, no qual projetam suas vidas para viver 100
anos, ou seja, amplia suas expectativas. Diante disso, essa geração se torna ambiciosa, desenvolve
objetivos para superar suas expectativas, sempre desejando mais do que seus próprios pais. Essas
expectativas criadas os torna infelizes, pois, a proteção e cuidados em relação a eles, ocasiona na
falta de resistência com as frustrações, acabando com sua fragilidade comportamental, assim, eles
desistem dos seus objetivos com muita facilidade.
Uma demonstração sobre essas expectativas altas é descrita por Oliveira (2014), com as
histórias de Daniel e Tales. Daniel estudou e conseguiu um currículo impecável, realizou sua
carreira profissional com base nas suas expectativas, mudo de emprego o tempo todo por busca de
desafios e tarefas que não o fizesse permanecer na rotina. Tales, também não permanecia no
mesmo emprego, buscando novos desafios, investiu em sistemas de pirâmide de divulgação, no
entanto, seu negócio quebrou, pois, os vendedores adotaram o mesmo método de divulgação, após
isso, ele não conseguiu mais empregos, devido a pessoas que tiveram seus prejuízos.
Ambas as histórias os dois estavam desmotivados a realizarem algo em sua vida, pois, suas
expectativas não tinham sido realizadas. As frustrações são importante para a formação do ser
humano na sociedade, conforme Oliveira (2014), as expectativas estabelecidas, as pessoas
esquecem que desejar pode resultar em decepções. É um processo de etapas da expectativa a
Os objetivos que cada geração procura, são explicados pro Grubb (2018) como: os Baby
Boomers preferem seguir regras, ou seja, um superior define os resultados desejados e deem
flexibilidade para a realização da tarefa; a Geração X são conhecidos pela sua independência,
preferem que um superior explique o que deseja como resultado e os deixem definir a forma que
será realizada; os Milênios vinculam seus objetivos no trabalho com seus objetivos pessoais e a
Geração Z, não tem objetivos definidos, mas o autor acredita que é provável terem em comum
com dos Milênios.
RESULTADOS
O LTIA utilizou o ensino ABP para incentivar os LTIAanos a desenvolverem projetos por
resoluções de problemas. Segundo Morgado e Spolon (2017) o papel do aluno nessa aprendizagem
é participar das discussões, ouvir opiniões diferentes, perguntar e compartilhar conhecimentos.
Enquanto, o papel do professor é estimular os alunos a participarem das discussões, auxiliar na
dinâmica do grupo e evitar desvios de atenção sobre o foco do tema.
Diante dessa aprendizagem, o LTIA conseguiu com seus colaboradores a realizar diferentes
projetos que possam auxiliar o mundo, são eles:
Com isso demonstra que a ABP promove a participação ativa das pessoas, incentivando o
respeito pela opinião dos outros, além de apresentar uma educação desafiadora e intelectual dos
seus participantes. De acordo com Strobel e Van Barneveld (2009) a ABP auxilia no
desenvolvimento de habilidade e eficiente para a conseguir conhecimento ao longo da
aprendizagem.
1. Karoline Kimiko
“No LTIA, eu participei de vários projetos, incluindo o Motorola Astro 25, Simulador de
rádio e Motomapas. Acho que esses três foram os que tiveram maior impacto dos que eu
participei. Além disso, de 2015 até 2017, quando estava saindo do laboratório, eu
participei como coordenadora dos projetos de aplicativos e sistemas do laboratório,
ajudando os times a desenvolver projetos nessas áreas, além de organizar processos de
recrutamento. Outra parte muito boa do laboratório é que me deu a chance de
experimentar e aprender tecnologias e metodologias que são usadas no mercado. Hoje eu
vejo o LTIA como uma fase que contribuiu muito para a minha formação, me ajudou a
entender como resolver problemas, trabalhar em equipe e também como é importante que
uma pessoa em posição de liderança ajude a criar um ambiente em que o time se sinta
confortável em trabalhar. Acho que o mais importante de tudo é que eu aprendi a
aprender. Não importa quão nova seja a tecnologia, hoje eu sinto que consigo aprender e
mudar de área ou tecnologia não é uma coisa que me assusta, pelo contrário, me incentiva
sempre a tentar. Hoje eu estou trabalhando como consultora técnica na Microsoft”.
2. João Tripoloni
“Meu estágio no LTIA foi de 2008 até 2011, mais especificamente na equipe que à época
se chamava GTI (Gestão de TI). Este período foi de extrema importância para minha
carreira, não somente por ter me apresentado novas tecnologias de TI, mas principalmente
no aprendizado de resolução de problemas, o que considero primordial para qualquer
profissional da área. Os colegas, todos muito competentes e engajados, me ajudaram a ter
uma dimensão de como era trabalhar em uma empresa. Atualmente sou Analista de TI na
Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil e carrego com muito carinho todas as
experiências proporcionadas pelo LTIA”.
3. Renan Moraes
“Durante os 4 anos que fiz parte do LTIA eu tive a oportunidade de conhecer pessoas
incríveis, de ter tido a oportunidade de ser mentorado pelo Professor Eduardo Morgado,
um ser humano incrível e excelente profissional, tive também a oportunidade de liderar e
estar envolvido em muitos projetos, de me desenvolver como pessoa, e de conhecer um
mundo imenso na TI que é encantador: Nós temos a capacidade de mudar a vida das
pessoas pra melhor, nós temos a capacidade de resolver problemas, sejam eles quais
forem. Atualmente eu trabalho em uma grande empresa do setor elétrico mundial, como
líder da área de IT Delivery da unidade de negócio sul-americana, tenho em minha
equipes pessoas na Argentina, Chile, Colômbia e Brasil, e muito do que fazemos hoje são
coisas que eu aprendi e pude aplicar no LTIA”.
Todos esses depoimentos demonstraram que a aprendizagem utilizada pelo LTIA conduziu
os alunos a tornarem-se proativos e auxílio na sua carreira profissional, como pode-se observar,
todos elogiam a forma de aprendizagem que o Laboratório incentiva.
A (1) questão abordava sobre a forma como o LTIA conduz seus alunos para ingressarem
no mercado de trabalho e o professor respondeu que:
“Meu relacionamento não se alterou muito ao longo desses nossos 30 anos. Mudaram os
alunos, mudaram as tecnologias e mudaram os meios de se apresentar o "conteúdo de
cada disciplina". No PBL meu papel sempre foi o de "coach" - incentivador, palestrante
sobre as tecnologias emergentes e palestrante motivador”.
A forma de aplicar a ABP precisa da intenção e motivação dos alunos em aprender por si
só e a trocar informações quando necessário. O papel do professor nessa metodologia é o mediador
dessa informação, no qual conduz a conversa para não sair do foco principal.
Às duas últimas questões abordam os Milênios, pois, foram os que mais apresentaram
problemas dentro do LTIA, de acordo com o professor. (4) a participação dessa geração no
laboratório:
“Resumidamente, foi a primeira e única geração a não ter concluído nenhum de seus
projetos. Mas eles, seguramente, se deram muito mal com o PBL”.
Um dos pontos fortes e fracos descrito por Grubb (2018) sobre a Geração Milênios e os
próximo, como a Geração Z, no qual tem uma similaridade com a Geração Y, são: facilidade em
aprender sobre tecnologias, mas com sede de impressionar o mundo, precisando de estruturas,
supervisão e validação, pois, suas experiências são irrealistas. A Geração Z tem uma semelhança
como: a facilidade de uso das tecnologias, falta de experiência, baixa capacidade de concentração,
no entanto, apresentam características de independência e valorização com seu futuro.
O depoimento do Professor-Chefe sobre a geração que causou impacto no LTIA, contém
todas essas características que o autor Grubb citou, diante disso, não conseguiram se adaptar a
ABP.
DISCUSSÃO
Por meio do relato do Professor-Chefe foi possível identificar que essas ambas gerações
precisam de feedback e coaching como um meio motivador para sua produtividade, de acordo com
Grubb (2018) a forma de motivar as diferentes gerações, são: os Baby Boomers com feedback e
sem coaching, tem uma relação boa com o trabalho, pois, são conhecidos como a geração com
pouca expectativa, mas com um coaching eficaz, podem apresentar um resultado ainda melhor. A
Geração X é conhecida como desconfiados com seus chefes, o feedback e coaching possibilitaria
conquistar a lealdade deles. Os Milênios e a Geração Z exige feedback frequente, além de esperar
A ABP cria condição para que os alunos busquem e troquem constantemente informações
para a resolução do problema, além de auxiliar na inclusão social, onde alunos de diferentes cursos
contribuem entre si para chegar a um objetivo em comum. Essa aprendizagem com as dicas
propostas pelo autor Grubb, possibilita que o chefe/gestor/mentor consiga trabalhar com diferentes
gerações em um ambiente saudável, resultando em maior produtividade e profissionalismo, pois,
os ex-alunos demonstraram que as disciplinas dos cursos de graduação não contribuía 100% para
a sua carreira profissional, ao contrário da ABP que possibilitou o desenvolvimento de diferentes
projetos, através da aprendizagem de valor, significação e ativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo buscou apresentar a ABP para o ensino para todas as fases de crescimento do
aluno, pois, entende-se que algumas gerações tiveram resultados sucedidos, as Gerações Milênios
e Z foram identificadas pelo Professor-Chefe com relutância com a aprendizagem.
Portanto, como solução para que a ABP seja completamente sucedida com diferentes
pessoas, foi descrito formas de gerenciamento para essas gerações, recomendando que o
professor/gestor/mentor busque sempre motivar as gerações atuais e futuras. Lembrando que as
formas de motivação pode ser realizada por recompensas que agrade aos olhos de todos, como: o
elogio e a oportunidade, são formas de recompensas saudáveis e ocasiona em funcionários/alunos
mais incentivados.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GÓMEZ, Á. I. P. Educação na era digital: a escola educativa. Porto Alegre: Penso, 2015. E-
book. In: TEIXEIRA, Carlos Honorato. Os desafios da educação para as novas gerações:
entendendo a Geração Y. Revista Acadêmica Eletrônica Sumaré, 2016. Disponível em:
<http://revistaqualis.sumare.edu.br/index.php/revista/article/download/97/130> Acesso em: 5 fev
2020.
MORGADO, Eduardo Martins; SPOLON, Roberta. Uma história feitas de muitos começos: a
história do primeiro Laboratório de Tecnologia da Informação no Brasil, o LTIA na Unesp
de Bauru. Recife: Cubzac: Cultura Acadêmica Editora, 2017, 115p.
OLIVEIRA, Sidnei. Conectados, mas muitos distraídos. 1 ed, São Paulo: Integrare Editora,
2014.
STROBEL, Johannes; VAN BARNEVELD, Angela. When is PBL more effective? A meta-
synthesis of metaanalyses comparing PBL to conventional classrooms. Interdisciplinary
Journal of Problem-based Learning, v. 3, n. 1, p. 44– 58, 2009. In: MATTAR, João. AGUIAR,
Andrea Pisan Soares. Metodologias Ativas: aprendizagem baseada em problemas,
problematização e método do caso. Br. J. Ed., Tech. Soc., v.11, n.3, Jul.-Sep., p.404-415, 2018.
Disponível em:
LOPES, Renato Matos. SILVA FILHO, Moacelio Veranio. ALVES, Neila Guimarães. (Org).
Aprendizagem baseada em problemas: fundamentos para a aplicação no ensino médio e na
formação de professores. Rio de Janeiro: Publiki, 2019. 198 p.
RESUMO
Em busca de uma intersecção entre a Aritmética e a Álgebra surge o modelo de barras de
Singapura, conhecido internacionalmente por proporcionar subsídios eficientes para o ensino de
Álgebra a partir da Aritmética. O fato de poder ensinar uma Aritmética generalizada nos levou a
desenvolver uma proposta de atividade, a partir de um material concreto, para ensinar operações
com frações no 6º ano do Ensino Fundamental, e, para além disto, promover o pensamento
algébrico como proposto na filosofia de ensino de Singapura, que deve se desenvolver ainda nos
anos iniciais do Ensino Fundamental como propõe a Base Nacional Comum Curricular. Para tanto,
apresentamos um material concreto para o ensino de frações elaborado com EVA e que utiliza o
modelo de barras para a resolução de situações-problema numa construção pictórica-formal do
conhecimento matemático.
INTRODUÇÃO
Pensar Matemática é pensar em um universo repleto de conjecturas que podem nos levar a
um conhecimento sólido e completamente aplicável ao nosso cotidiano. Abordagens nas aulas de
Matemática que somente priorizam a mecanização de procedimentos sem a compreensão dos
conceitos e suas aplicações não promovem uma aprendizagem significativa e nem avanços
cognitivos como colocam Bittar e Muniz (2009, p. 10):
Com isto, é aceitável que os professores adotem uma prática de ensino que desperte nos
alunos curiosidades e vontade de buscar aprendizagem inclusive fora do ambiente escolar, pois
como colocam Lupinacci e Botin, (2004, p. 1) “o processo ensino e aprendizagem pode ser
desenvolvido através de desafios, problemas interessantes que possam ser explorados e não apenas
resolvidos”. Seguindo a linha de raciocínio de Lupinacci e Botin (2004), resolver um problema
está muito além da aquisição de um valor absoluto, uma expressão algébrica ou uma solução
geométrica, pois, em cada problema podemos explorar distintos elementos cognitivos dos alunos,
embora não seja uma tarefa trivial.
É preciso que o professor repense a forma com que configura o ambiente de aprendizagem
de Matemática que é a sala de aula, proporcionando a criação de um espaço dinâmico de
construção e ampliação do conhecimento estimulando cognitivamente os alunos para que não se
tornem repetidores de informações, mas que olhem a Matemática de uma maneira crítica e possam
discuti-la considerando as aplicações em seu cotidiano e o seu papel na sociedade, como coloca
Skovsmose (2001).
Nesse sentido, é que se torna importante que as aulas de Matemáticas sejam dialógicas,
dando voz aos alunos para manifestarem seus conhecimentos prévios e aqueles que estão sendo
construídos, pois como lembra Cury (2003, p. 127) “a exposição interrogada gera a dúvida, a
dúvida gera o estresse positivo, e este estresse abre as janelas da inteligência; assim formamos
pensadores, e não repetidores de informações”, estimulando o desenvolvimento do raciocínio
lógico, da criação de heurísticas, da argumentação matemática, do processo de justificação, da
indução e dedução, processos cognitivos necessários para a construção do conhecimento
matemático.
Por sua vez, é preciso considerar os diferentes significados que a fração adquire e que os
alunos podem manifestar nas aulas de Matemática, como colocam Campos, Magina e Nunes
(2006) e que são estes: número, parte-todo, medida, quociente e operador multiplicativo. Esses
diferentes significados de fração foram o objeto de estudo de Kieren (1975) e foram importantes
para demonstrar que os números racionais são compreendidos de diferentes formas. Cavalcanti e
Guimarães (2008) ampliaram esses significados agregando aos cinco anteriormente citados, os de
fração como probabilidade (a fração representando a chance de um evento ocorrer) e fração como
razão (a fração representa quantidades, sendo que estas são medidas pela relação entre duas
variáveis).
É essencial que o professor trabalhe com esses diferentes significados de fração com a
utilização de recursos didáticos variados, como material concreto manipulável, como sugerem
Santos (2010) e Mendonça (2019). Assim, para o professor, não basta apenas ensinar algoritmos
para resoluções de questões envolvendo as operações com frações, pois, com isto os alunos irão
apenas replicar o que o professor fez, não gerando aprendizagem e deixando lacunas em seu
aprendizado.
Deste modo, ensinar operações com frações nos anos iniciais e finais do Ensino
Fundamental requer metodologias e recursos que estimulem a aprendizagem, gerem interação
entre os alunos e promovam o seu desenvolvimento cognitivo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Pozo (2002) coloca que o componente externo da aprendizagem é aquilo que o professor
propõe aos alunos. Deste modo, os problemas e as metodologias para ensinar Matemática também
estão ligados aos professores, haja vista que os professores, como mediadores, irão selecionar
problemas a serem explorados, problemas que tenham significado e que promovam desafios
cognitivos.
Estes problemas devem ser explorados de acordo com uma metodologia eficaz para se
trabalhar os objetivos de aprendizagem que encaminhem para o desenvolvimento de competências
e habilidades. O professor de Matemática, seja dos anos iniciais ou finais do Ensino Fundamental,
precisa de um bom critério para selecionar problemas que satisfaçam o que foi dito anteriormente.
Situações-problema são ideais para conectar os alunos às situações mais próximas possíveis de
suas realidades, abordando elementos presentes em seu cotidiano que podem despertar interesse
em aprender Matemática.
Dotti (2016, p. 09) faz apontamentos relevantes sobre a Filosofia de Ensino de Singapura
e seus impactos para a aprendizagem:
Por sua vez, para Queiroz (2014) a Matemática de Singapura é uma filosofia de ensino que
não pode ser confundida com o método de barras, pois se por um lado a Matemática dos livros de
Singapura traz uma cadeia de métodos para ensinar Matemática, por outro o modelo de barras
contido neles, é uma das técnicas que o modelo descreve, além de ser a mais conhecida.
Para tanto, o professor precisará de tesouras, réguas e folhas de cores distintas, de EVA e
de situações-problema a serem resolvidas pelos alunos. Para a preparação da aula com o material
concreto, são necessárias algumas etapas: Elaborar situações-problema envolvendo operações com
frações considerando o que já foi trabalhado e se irá introduzir algum conteúdo novo; resolver com
antecedência todas as situações-problema pelo método tradicional e pelo método de barras;
classificar em níveis de dificuldade as situações-problema; selecionar tesouras; réguas e folhas de
EVA de diferentes cores; realizar o corte de um quadrado de EVA que servirá como medida padrão
para todos os alunos, lembrando que o lado deste quadrado será tomado como sendo uma unidade.
Para a aplicação, o professor deverá distribuir as tesouras, réguas e EVA’s; separar a turma
em grupos; orientar os alunos para a utilização do material concreto nas resoluções das questões
propostas; propor a resolução de algumas situações-problema utilizando o modelo de barras e o
método tradicional de resolução (propor em ordem crescente de dificuldade); coletar as impressões
dos alunos a respeito do modelo de barras a partir das resoluções feitas com o EVA; distribuir o
Situação-problema: Joaquim, pintor desde os 15 anos de idade, com uma vasta experiência em
decoração de muros de faixada está ensinando dois aprendizes a pintar com tinta óleo, assim,
Joaquim deu uma missão para os dois, que consistia em pintar um muro de x metros de
1
comprimento, sendo que no primeiro dia o primeiro aprendiz pintou do muro sozinho, pois seu
3
1
amigo faltou ao serviço, no segundo dia os dois juntos pintaram do muro; desta maneira
2
determine a fração do muro a ser pintada pelos dois aprendizes no terceiro dia de modo a completar
toda pintura.
SOLUÇÃO:
Estratégias algébricas não costumam ser utilizadas pelos alunos para a solução deste tipo
de situação-problema, pois ao encarar a mistura de letras e números o aluno pode desenvolver
algum travamento que lhe conduza à alguma falha, sem contar que no 5º ano do Ensino
Fundamental, ano que deveria ser iniciada à introdução da Álgebra como coloca a Base Nacional
Comum Curricular (BRASIL, 2018), o professor geralmente dá prioridade às operações
aritméticas e esses tipos de operações envolvendo a Álgebra não são vistas pelos alunos. Se os
alunos tivessem adquirido as noções de Álgebra no 5º ano, a resolução proposta poderia ser por
meio de uma expressão algébrica. Assim, no caso da situação-problema proposta teríamos a
1 1 2 1 1
seguinte expressão: 𝑥𝑥 − 𝑥𝑥 − 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥 − 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥. Deste modo, no terceiro dia os dois
3 2 3 2 6
aprendizes devem pintar 1/6 do muro de comprimento x para terminar toda pintura.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A atividade proposta buscou construir uma base para o professor trabalhar o pensamento
algébrico de forma contínua e inseparável do pensamento aritmético como propõe Baldin (2018).
Os problemas e as situações-problema a serem selecionados pelos professores dizem muito sobre
o interesse dos alunos e como os conteúdos devem fazer sentido por meio das aplicações no dia a
dia. Desta forma, acreditamos que as situações-problema e os problemas, devam ser desafiadores,
despertem curiosidades e estimulem à apresentação de diferentes resoluções. Para que prendam a
atenção dos alunos, eles devem conter, na maioria dos casos, as seguintes características: ser
interessante, ser adequado e ser problematizador. Quando um problema é interessante o aluno se
motiva a desvendá-lo de modo a explorar todos os aspectos presentes em seu enunciado
mobilizando diferentes competências e habilidades.
Quando um problema é adequado ele respeita as limitações dos alunos, sendo propostos
em momentos adequados, relacionando os conhecimentos que o aluno já tem com novos que
podem ser construídos. Quando um problema é problematizador os caminhos para as soluções são
engenhosos e sua solução não está inteiramente visível. A junção desses aspectos, nos permitirão
trabalhar Matemática de modo mais atrativo, fazendo com que o aluno se sinta estimulado a
aprender os conteúdos. Por outro lado, o material concreto possibilita elaborar uma estratégia
pictórica-formal com diferentes registros de representação semióticos, levando os alunos a
construíram suas heurísticas, sem depender de algoritmos pré-prontos ou fórmulas que dão a
impressão que a Matemática é algo estático.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se, portanto, que esta proposta traga para o professor novas possibilidades de
recursos didáticos gerando também novas possibilidades de aprendizagem aos alunos. É
fundamental que o professor conheça o método de barras e suas peculiaridades e prepare sua aula
considerando as características cognitivas e as habilidades e competências que os documentos
Nesse sentido, é que deixamos a reflexão de Ponte (1992, p. 95), que afirma que “a
aprendizagem da Matemática não se limita apenas à apreensão de conceitos e técnicas para
posteriormente usar em estudos de novos conceitos ou técnicas (mais avançados) ou em simples
aplicações na vida prática”. Deste modo, como vimos, a aprendizagem pode ser dinâmica e
participativa, e as representações pictóricas apresentam tais características para promover uma
aprendizagem sólida, significativa e que o aluno consiga fazer associações e comparações em seu
cotidiano utilizando a linguagem matemática, e possibilitando a mobilização dos pensamentos
aritmético e algébrico.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Base nacional comum curricular. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018.
LINS, R. C.; GIMENEZ, J.. Perspectivas em aritmética e álgebra para o século XXI. Campinas,
SP. Papirus, 1997.
LUPINACCI, M. L. V.; BOTIN, M. L. M. Resolução de problemas no ensino de matemática. In:
ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 8., 2004, Recife. Anais... Recife:
SBEM, 2004. p. 1–5.
NUNES, T.; BRYANT, P. Crianças fazendo matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
PONTE, J.P. Problemas de matemática e situações da vida real. Revista de Educação. v.2, n. 2,
p.95-108, 1992.
POZO, J. I. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.
RESUMO
Através dos discursos entre o convívio escolar, a educação participativa, o ambiente educacional
e a legislação escolar, nos traz relações se constituem nos arranjos e nas tramas entre a gestão, à
docência e a inclusão escolar. No presente contexto, verifica-se pelos discursos produzidos sobre
a gestão escolar e/ou docência, estabelecem relações profissionais e afetivas entre a inclusão, a
gestão e a própria formação docente. Assim, o objetivo do presente trabalho foi realizar uma breve
revisão de literatura referente as interlocuções entre gestão escolar e políticas de inclusão.
Observou-se, nesta revisão, que a inclusão escolar depende da gestão escolar praticada por meio
de ações recomendadas e, também, demonstra que outros valores atribuídos são possíveis, a ponto
de fortalecer o ambiente escolar é de todos, a fim de, incentivar os docentes que empreendem
mudanças para a inclusão e respeitando o ritmo de cada um.
INTRODUÇÃO
O tema gestão escolar na atualidade surge como um foco de reflexões entre todos os
envolvidos no ambiente escolar. Pesquisadores que tratam sobre o tema discorrem sobre a
importância do docente, como ponto fundamental para a qualidade do ambiente escolar, pois
entende-se que o sucesso da gestão escolar não é de única e exclusiva de responsabilidade do
gestor, mas de toda a equipe que compõe a instituição - escola.
Na área de gestão escolar, com o transcorrer dos anos, novos conceitos foram surgindo,
com um planejamento amplo, definições de metas prevendo cada ação individualmente,
apresentando aos docentes atribuições além da sala de aula, exigindo competências gerenciais
mínimas. Sartori (2018) aponta que “[...] é possível afirmar que todo professor é gestor de seus
próprios projetos e processos”. Além disso, o docente precisa compreender não somente os
processos e procedimentos da docência, da gestão escolar e da inclusão escolar, mas, também, ter
produção de conhecimento pedagógico, ou seja, ter competência para transmitir, instigar,
comunicar, entre outras aptidões, as formas de ensino e aprendizagem, bem como, valores e
normas de convivência social, política e ambiental.
METODOLOGIA
A escola é um ambiente educativo e, para isto precisa ter profissionais capacitados para
agir com os problemas, conflitos, diversidade, pluralidade, além de gestar e organizar ambientes
com normas, diretrizes, estruturas organizacionais, ações e procedimentos. Menezes e Santos
(2002, p.1) definem:
[...] a gestão escolar como a expressão relacionada à atuação que objetiva promover a
organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas
necessárias para garantir o avanço dos processos sócio educacionais dos estabelecimentos
de ensino orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos.
Neste sentido, a escola é um ambiente para desenvolver as potencialidades físicas
cognitivas e afetivas do aluno, para tornar-se um cidadão participativo na sociedade. Libâneo
(2012, p.301) diz:
[...] a organização e a gestão são meios para atingir as finalidades do ensino. É preciso ter
clareza de que o eixo da instituição escolar é a qualidade dos processos de ensino
aprendizagem que, mediante procedimentos pedagógico-didáticos, propiciam melhores
resultados de aprendizagem.
Nesta perspectiva, uma escola bem organizada e administrada se diferencia entre si pelo
grau de aprendizagem do seu aluno e, pelo bom desempenho dos seus docentes e gestores. Na
maioria das vezes, o papel do docente começa e termina na sala de aula, por isto a importância da
sua formação continuada, pois a escola e o docente, devem fazer o aluno, através do senso comum,
permitindo o desenvolvimento de um ser crítico, possibilitando visualizar o mundo que o cerca
(DOURADO, 2006; 2007).
[...] o gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar
todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é, o compartilhamento
de responsabilidades com alunos, pais, professores e funcionários. O que se chama de
gestão democrática, onde todos os atores envolvidos no processo participam das decisões.
Para acompanhar estas decisões nestes tempos de expansão, em que o docente precisa estar
apto para lidar com todas as situações de sala de aula, são objetivos centrais das práticas escolares,
atualmente, além de processo de ensino e a aprendizagem dos alunos, a inclusão escolar via
proposição da gestão educacional e a formação continuada dos docentes. Esse último objetivo
ganha importância significativa uma vez que para garantir relações de ensino e aprendizagem,
diante das políticas de inclusão escolar em uma sistemática de gestão escolar democrática, a equipe
precisa estar capacitada dando continuação a sua formação (SANT´ANA, 2005; PAROLIN, 2006;
CARVALHO et al., 2008).
A busca pela formação continuada oferece elementos que enriquecem a prática docente e
contribuem para a colaboração da inclusão e gestão escolar, no entanto, estes conhecimentos só
serão válidos se o docente repensar seus saberes e refletir sobre sua prática cotidiana (PIMENTEL
et al., 2009; MINAYO, 2010). Compreende-se que esta formação continuada, deve ser um dos
objetivos da escola, sendo que a aprendizagem será sempre o foco principal, e não questões
administrativas e físicas. Formar uma equipe de docentes e de gestão de qualidade e competência
é um desafio, mas não é impossível, basta ter determinação e comprometimento. Nesse sentido,
Dourado (2006, p. 37), afirma:
[...] nessa direção, os processos formativos escolares que acontecem em todos os espaços
da escola revelam a construção de uma nova gestão pautada pela efetivação de canais de
participação, de descentralização do poder e, portanto, de exercício de cidadania.
Assim, a formação continuada torna-se fundamental para sua função por excelência.
Devemos considerar várias questões, inclusive a qualidade desta formação continuada, para que
garantam a qualidade do ensino-aprendizagem e consequentemente dos alunos. Segundo Dourado
(2007, p.924):
A educação para todos, conforme diz na Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 1988),
está relacionada às políticas sociais, distribuição de renda, ao acesso dos bens materiais, a cultura
entre outros. Atualmente, com a globalização, exige dos docentes capacidade de aprendizagem e
de resolução de problemas, flexibilidade, habilidade, versatilidade para realizar tarefas em
constante processos de modificações. São avaliadas as iniciativas pessoais, a capacidade de
trabalhar em grupo, capacidade de escrita e oralidade (PAROLIN, 2006; PIMENTEL et al., 2009).
Sabemos que uma escola boa é aquela que oferece um ensino de qualidade e habilidades
para o mercado de trabalho que é cada vez mais competitivo e exigente. A educação apresenta-se
como uma condição básica na qualidade da força do trabalho, para um mercado competitivo.
A escola sempre foi vista como rígida e com dificuldades de aceitar e trabalhar as
diferenças, a escola tradicional realiza um processo de educação formal que durante o percurso
parte dos alunos avançam os níveis e outra é excluída. O princípio da inclusão escolar é a certeza
de que todos têm o direito de pertencer, de que necessitamos compreender e aceitar as diferenças
(PAROLIN, 2006).
No contexto atual, o protagonismo da gestão escolar tem sido bastante marcado pelas
ações conjuntas no ambiente educacional, a gestão democrática vem sendo objeto de reflexões e
indagações. Analisar a importância e a necessidade das formas de organização e gestão escolar
tem se materializado em seu contexto real, se uma escola não tiver organizada e direcionada, e
estas funções são do gestor da escola. O progresso da escola está atrelado ao comprometimento
da equipe gestora e de seus docentes em dar continuidade a este trabalho (CARVALHO et al.,
2008; MINAYO, 2010).
[...] as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às
escolas regulares, que a elas devem se adequar [...] elas constituem os meios mais capazes
para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e
atingindo a educação para todos.
Nesta perspectiva, devemos analisar e observar o sistema de organização e gestão, como
acontece a estrutura organizacional, o modelo de gestão, as práticas participativas, organização
pedagógica e curricular, procedimento de elaboração do PPP (Projeto Político Pedagógico), enfim,
as relações entre a escola, comunidade e família. A elaboração de projetos de intervenção deve ser
Existe uma preocupação da gestão escolar assim como dos professores, quanto ao número
de alunos com deficiência frequentando a escola regular, em que gera muitos debates e reflexões
acerca que não é somente cumprir a Lei, e sim proporcionar uma qualidade na aprendizagem desse
aluno. Muitos desses alunos não atingem resultados satisfatórios por terem que se adaptar ao
ambiente que são inseridos. De acordo com Mantoan (2003, p.23):
Nas situações de integração escolar, nem todos os alunos com deficiência cabem nas
turmas de ensino regular, pois há uma seleção prévia dos que estão aptos à inserção. Para
estes casos, são indicados: a individualização dos programas escolares, currículos
adaptados, avaliações especiais[...]. Em suma, a escola não muda como um todo, mas os
alunos têm de mudar para se adaptarem as suas exigências.
Dessa maneira, o papel da gestão escolar tem um foco muito importante na formação da
escola inclusa, pois a posição da gestão é de autoridade e liderança, e seu papel como articulador
do projeto pedagógico é fundamental no processo de inclusão dos alunos com deficiências. Lima
(1993, p.117) diz que: Indubitavelmente, o diretor é uma figura essencial para a implantação e o
bom desenvolvimento de qualquer inovação pedagógica, pois é ele que permite a abertura de novos
espaços necessários à transformação do cotidiano escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A consideração final apresentada neste trabalho, não tem por objetivo conclusões fechadas
e incontestáveis, ao contrário, é um tema atual e de interesse para o avanço das práticas
pedagógicas de gestão relacionadas a inclusão escolar. Onde as inquietudes voltadas a gestão
escolar, formação continuada e a inclusão escolar, não oferecem e tampouco estimulam os
docentes para uma formação continuada. De fato, sabe-se que o preconceito e a falta de busca por
melhores conhecimentos irão seguir perpetuando no ambiente escolar.
REFERÊNCIAS
BRASIL, 1994, Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das
Necessidades Educativas Especiais, 1994, Salamanca-Espanha.
BRIANT, M. E. P.; OLIVER, F. C. Inclusão de crianças com deficiência na escola regular numa
região do município de São Paulo: conhecendo estratégias e ações. Revista Brasileira de
Educação Especial, Marília, v.18, n.1, p.141-154, 2012.
CARVALHO, E. J. G.; PAINI, L. D.; CROCE, M. L.; ALTOÉ, N.; CARBELLO, S. R. C. Gestão
escolar. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2008. 132p.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. - 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008. p.128
LIBÂNEO, J. C. Educação escolar, políticas, estruturas e organização. 10 ed. SP: Cortez, 2012.
289p.
LIMA, E. C. A. S. A escola e seu diretor: algumas reflexões. In.: AUTOR (ORG.) O papel do
diretor e a escola de 1º grau (Série Idéias, 12). São Paulo: FDE. 1993. pp. 117-124.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar:o que é? Por que? Como fazer? São Paulo, Editora
Moderna, p.13 a 91,2003.
PAROLIN, I. C. H. Aprendendo a incluir e incluindo para aprender. São José dos Campos:
Pulso Editorial, 2006. 238p.
VEIGA NETO, A. Quando a inclusão pode ser uma forma de exclusão. In: MACHADO A. M.
et al. (Org.). Psicologia e Direitos Humanos: Educação Inclusiva, direitos humanos na escola. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. p.105 a 118.
RESUMO
Trata-se de um relato de experiência de um projeto pedagógico desenvolvido com alunos da Escola
Municipal Martinha Thury Vieira localizada na zona oeste de Boa Vista-RR, com o objetivo de
estimular o interesse pelas regras de trânsito por meio das aulas de Educação Física, porém, com
a interrupção das aulas presenciais, houve a necessidade de dar continuidade de forma remota.
Para facilitar o contato com os pais e responsáveis, quatro grupos sociais foram formados.
Inicialmente, pensamos que tudo seria perdido, sabendo a dificuldade enfrentada em aulas
presenciais, porém, o desenvolvimento desse projeto foi satisfatório. Contamos com a parceria da
plataforma Estante Mágica, que nos deu suporte na montagem dos e-books e livros dos alunos.
Alunos e familiares puderam interagir por meio de atividades alusivas ao trânsito e a produção de
seus próprios livros.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O acidente de trânsito é uma das maiores incidências que causam dispêndio de recursos
públicos no Brasil, diversas são as consequências do ocorrido no trânsito, seja a internação dos
feridos ou as sequelas dos acidentes que em alguns casos os envolvidos se tornam incapazes para
as atividades laborais. Tudo isso faz com que o Estado brasileiro deixe de priorizar outras áreas,
em detrimento de manter acidentados internados, além de sobrecarregar a previdência social. Neste
sentido, é salutar que o Estado invista na educação para o trânsito, uma vez que, é imprescindível
que preparemos os futuros condutores para que estejam aptos a respeitar a legislação pertinente.
Nesta acepção, um dos objetivos preconizados no Parâmetro Curriculares Nacional
(PCN/Educação Física) é a necessidade de compreender a cidadania como participação social e
política, sendo assim, esperam-se atitudes positivas por parte dos alunos ao exercer seus direitos e
deveres por meio da cooperação e do repúdio às injustiças, respeitando o próximo e exigindo para
si o mesmo respeito.
A pandemia trouxe avultadas mudanças na vida dos estudantes, pais e professores, trazendo
vicissitudes para as atividades diárias de todos. O impacto na mobilidade urbana foi inevitável. É
possível pensar na diminuição de veículos transitando em ruas e avenidas, o impacto na diminuição
de acidentes e infrações de trânsito. O cuidar de si e do próximo ganhou maior sentido com a
disseminação do coronavírus.
Para Oliveira (2018) a educação para o trânsito é fundamental, pois, desenvolve hábitos e
comportamentos seguros no trânsito, bem como, valores importantes para a sua formação. Os
alunos têm seus conhecimentos transformados em ações, “por meio de observação, vivências e
situações encontradas no seu cotidiano, bem como a interpretação crítica do mundo onde vive,
interferindo no seu contexto.”
METODOLOGIA
Assim como ler e escrever faz parte da nossa preparação para a vida, o saber agir de forma
educada no trânsito, seja na hora de passear com os familiares, ao atravessar a rua ou na hora de
ir/voltar da escola são conhecimentos importantes na formação dos pequenos cidadãos. Com
notícias da pandemia é normal atentar-se para o número de infectados, para a porcentagem de
mortos, observar o impacto causado no comércio, na educação e em eventos populares. Mas qual
o impacto causado no trânsito? Pensando nisso surgiu a ideia do referido projeto.
AÇÕES DESENVOLVIDAS
03. Criar grupos que possam facilitar o contato com os pais e alunos: Sem a
possibilidade de manter contato físico passamos a nos comunicar por meio de redes sociais. Para
facilitar o processo de desenvolvimento do projeto foi necessária a criação de quatro grupos
virtuais, um para cada turma. Então, quando havia a necessidade de transmitir uma informação
importante para o conhecimento de todos, os grupos formados eram utilizados. Para evitar
constrangimentos, durante as cobranças das atividades, os pais recebiam mensagens no privado.
04. Solicitar e-mail dos responsáveis: Endereços de e-mails foram solicitados com o
objetivo de cadastrar os responsáveis pelos pequenos autores na plataforma da estante mágica,
desta forma o sistema, automaticamente, enviou mensagens com as senhas de acesso dos pais e,
ainda, receberam as folhas para a ilustração das histórias. Foram cadastrados 90 responsáveis.
Alguns alunos viajaram durante a quarentena diminuindo, assim, o engajamento dos pais.
05. Solicitar pesquisas de notícias sobre o trânsito durante a pandemia: para essa
ação foram solicitadas pesquisas em família a respeito do trânsito na nossa cidade. As informações
coletadas serviram para balizar os alunos durante a produção das histórias e, ainda, ficarmos
atualizados sobre o assunto. Essa metodologia foi fundamental para aguçar o interesse da família,
A pesquisa foi realizada por um grupo de alunos com acesso a computadores com internet,
em sites informativos jornalísticos e no site do Departamento de Trânsito de Roraima (Detran-
RR). Quanto às mudanças no trânsito durante a pandemia os alunos descobriram as seguintes
informações:
3. Levantamento feito pelo Detran-RR mostra o registro de 991 acidentes até agosto
de 2020. O quantitativo representa uma redução de 13% se comparado com o mesmo período de
2019, quando foram registrados 1.139 acidentes; (MORTES...2020)
4. O jornal G1 Roraima informou que até setembro de 2020, Roraima chegou a mais
de 500 mortes e 45.253 de infectados pelo coronavírus; (até Janeiro de 2021, são 795 casos de
mortes por coronavírus em Roraima)
06. Registro das atividades em todas as fases do projeto: Mesmo com quantidade
significativa de responsáveis e alunos cadastrados, essa fase foi a mais desafiadora, pois,
inicialmente, poucas imagens foram compartilhadas. Além de fotos, foi solicitado o registro das
atividades práticas por meio de vídeos.
07. Criação de uma história para cada aluno: foi a fase a mais demorada do projeto,
pois, contamos com a participação de alunos de diferentes grupos familiares e situação social:
09. Digitar as histórias criadas na plataforma: A maior parte dos pais apresentaram
dificuldades em acessar a plataforma devido ao tempo disponível ou por falta de hábito. Então,
decidi digitar as histórias na plataforma, mas os pais poderiam verificar a necessidade de
complementar as histórias criadas com mais informações.
10. Enviar as folhas de ilustrações aos pais: com os e-mails dos responsáveis já
cadastrados as folhas de ilustração foram fornecidas, individualmente. Houve casos de pais que
não puderam imprimir em casa, então, foi disponibilizado a retirada na escola, sempre seguindo
os cuidados devidos. Essa foi a fase mais desafiadora, pois, foi preciso criar condições para que os
pais sem acesso à internet participassem, além de motivar os alunos a concluir o projeto já iniciado.
As ilustrações foram recebidas por meio de imagens (fotos e PDF) e em seguida enviadas por meio
de whatsapp à equipe de técnicos da plataforma.
11. Biografias e fotos de cada aluno: Essa foi a última fase da produção dos livros.
Um modelo de biografia foi enviado aos pais e alunos que precisavam de ajuda. Assim como as
ilustrações, as biografias e as fotos, os livros foram tomando formas.
12. Atividades alusivas ao trânsito: para essa ação os alunos foram incentivados a
pesquisar brincadeiras e modificar para trabalhar o trânsito. Os alunos tiveram que registar duas
atividades por meio de fotos ou vídeos e compartilhar as evidências. É importante informar que as
atividades práticas foram executadas pelos alunos e suas famílias em suas residências.
a) Álcool e direção não combinam: onde dois ou mais participantes com um cabo de
vassoura, cada, tiveram que girar, rapidamente, com uma das pontas do cabo de vassoura fixo no
chão. Ao sinal de um adulto, os participantes tinham que caminhar sobre a fita colada no chão em
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente o projeto foi originado para ser executado na escola durante as aulas de
Educação Física, mas devido a interrupção das aulas para conter a disseminação do coronavírus
(COVID-19) fez-se necessário mudança de estratégia, passando a se organizar para desenvolver
atividades remotas.
O projeto propôs a interação dos alunos, pais e escola trabalhando home office para a
construção de histórias, onde os alunos socializaram fatos que já presenciaram em seu cotidiano.
Com as pesquisas durante a pandemia foi possível verificar o registro de mortes por acidentes de
trânsito e mortes causadas devido a disseminação do coronavírus, constatando que, mesmo com
as restrições impostas para conter a pandemia, o número de acidentes, ainda, é alto no estado de
Roraima.
De acordo com os dados da plataforma da Estante Mágica tivemos 85% dos livros prontos,
os quais foram transformados em e-books, podendo ser acessados pelo link:
https://drive.google.com/drive/folders/1I8rN4EHcKoBX6dW8i1TuygNFiioVob1R?usp=sharing.
Sem a possibilidade de contato físico e com grande parte dos alunos sem acesso a
computadores, recorremos ao recurso mais utilizado (o celular). Sendo assim, com as aulas
remotas, também, foi possível valorizar os recursos de comunicação existentes, promover a
interação entre alunos, família e escola possibilitando a conscientização, a criatividade e o
compromisso. A culminância foi um momento diferente dos vivenciados nos projetos anteriores,
pois, contamos com um mural literário, onde as produções dos alunos foram disponibilizadas na
plataforma da Estante Mágica.
O projeto foi como uma via de mão dupla, onde todos trabalharam resultando na interação
entre familiares e alunos, mobilização da escola em prol de melhorias para o nosso trânsito e
conscientização sobre os índices de mortes (trânsito x coronavírus) no estado de Roraima.
REFERÊNCIAS
DAMA, Juliana. Roraima tem redução de mortes no trânsito durante pandemia do coronavírus.
G1 RORAIMA, 04 jun. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/rr/
roraima/noticia/2020/07/04/roraima-tem-redução-de-mortes-no-trânsito-durante-epidemia-do-
coronavírus.html. Acesso em: 20/11/2020.
MORTES em Acidente de Trânsito Reduzem em Roraima. Folha Web. 28 ago. 2020. Disponível
em: https://folhabv.com.br/noticia/CIDADES/Capital/Mortes-em-acidentes- de-transito-reduzem-
em-Roraima/68458. Acesso em: 16 set. 2020.
OLIVEIRA, Andrea. A Educação para o Trânsito Começa na Escola. 2018. Encontrado em:
https://www.cpt.com.br/artigos/a-educacao-para-o-transito-comeca-na-escola.
RORAIMA chega a 45.253 infectados pelo coronavírus. G1 RORAIMA, 07 set 2020. Disponível
em: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2020/09/30/roraima-chega-a-50449 -infectados-pelo-
coronavirus-e-648-mortes.ghtml. Acesso em: 15 set. 2020.
RESUMO
A importância de aprimorar o ensino-aprendizagem nas escolas brasileiras hoje tem se mostrado
cada vez mais evidentes, já que muitos alunos se sentem desmotivados e por consequência, isso
pode ocasionar a evasão escolar. A partir disso foi realizado um levantamento bibliográfico, com
os principais estudos e ideias a respeito de como as emoções, o bom humor e atividades recreativas
como metodologias alternativas de ensino podem ser eficazes e úteis para incentivar o aluno e
melhorar a qualidade da educação brasileira. Autores afirmam e comprovam os benefícios das
metodologias alternativas que abordam o riso.
INTRODUÇÃO
A proposta deste capítulo se resume em realizar uma abordagem do estudo com ênfase em
uma análise cognitiva sobre o bom humor, as emoções positivas e negativas, atividade recreativa
e o papel e influência deles como contribuição do processo de aprendizagem, o fenômeno do riso
na educação em sala de aula, como a Neurociência aborda os benefícios do bom humor e da
emoção e como atividades metodológicas diferenciadas podem aprimorar o ensino, a partir de
artigos, trabalhos acadêmicos, revistas científicas e livros que tratem da fonte do assunto que são
aulas diferenciadas em qualquer etapa do ensino.
Com o passar dos anos a sociedade foi alterando seu modo de viver e de ensinar desde os
tempos remotos, desconstruindo paradigmas e construindo novos que modificaram o ser humano
e assim permanecerá em constante mudança. Logo, é preciso acompanhar essa mudança e se
possível ajudar a mudar para agregar e melhorar. Comparar os sistemas educacionais antigos com
os atuais apresenta inúmeras importâncias: manifestar-se contra o pensamento tradicional e
conservador criticando-o, aprender e ensinar em união na relação professor e aluno, aprender a
aprender, desconstruir a ideia de que aprender é algo passivo, fazer com que o ser humano crie um
pensamento crítico e reflexivo, compreender o passado para entender o futuro, necessidade de
Mais do que alterar o que ensinar, se faz necessário alterar o modo de ensinar, já que os
métodos educacionais atualmente têm mostrado pouca eficiência em proporcionar educação básica
e pública de qualidade. De acordo com PNAD Educação 2019, Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio, a evasão e desistência escolar no Brasil tem se tornado a realidade de milhões de
jovens. Isso dá suporte para outro ponto importante a se analisar do porquê se adotar novas
metodologias, que é a nova geração de jovens, conhecidos como geração Z, nascidos entre 1995 e
2010 e Alpha, nascidos de 2010 para frente, não havendo um consenso entre as datas corretas,
porém há de se perceber que crianças do ano de 2010 para frente já nasceram conectados com
celulares em mãos, onde se faz conexão com o mundo on-line a todo instante.
Foi no final do Século XIX, início dos anos 1900, que o escolanovismo nasceu e ficou
conhecido no Brasil pela atividade dos educadores, onde o principal objetivo era ensinar por meio
da memorização e da repetição dos conteúdos, algo que para o período era revolucionário, uma
vez que melhorava o aluno para a produção do próprio conhecimento. Porém, os anos 60 trouxe
uma maré de azar para a educação brasileira, porque a formação das pessoas com o modelo
educacional previsto pela ditadura militar era classificado como alienador, de ideologia
nacionalista e modelos repressores em relação aos temas educacionais ensinados, os quais foram
censurados. Dessa maneira, foi rompido os ideais de ensino da época que visavam a oportunidade
de mudança social, substituindo pela preservação do regime militar, além disso, alunos e
professores não tinham liberdade de expressão nem opinião, docentes que se opuseram a esse
sistema foram presos e sofreram torturas, foi apenas com a publicação da Constituição de 1988
Desse modo Freire (1987, p. 33) ajuda a refletir sobre o quanto é preciso realizar mudanças,
tanto na liberdade quanto na superação das metodologias educacionais obsoletas, mecânicas e
opressoras, fazendo uma crítica de que a educação não pode ser “bancária”, ou seja, a relação entre
educador e educando precisa transcender o ato de transferir conhecimento, para que o discente não
se comporte como um mero “recipiente” vazio que necessita ser completado, onde são depositados
(como dinheiro no banco) os conhecimentos pelo educador, limitando o estudante apenas ao
conhecimento que lhe é transmitido sem que tenha troca de ideias, opiniões e diálogo. Ensinar
visando a memorização dos conteúdos deixou de ser uma metodologia eficiente, em razão do
avanço da tecnologia e de novas ideias e métodos de ensinar, saindo do meio tradicional e indo em
direção à inovação.
Assim, um dos focos que precisam estar em destaque no ensino é o diálogo entre o educador
e o educando e suas liberdades de expressões e opiniões, superando a ideia de ensino mecânico,
opressor e passivo em que tanto o aluno quanto o professor ensina e aprende, “desta maneira, a
educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o
depositante”. Vale destacar que Paulo Freire aponta que nessa visão de educação o papel do
educador bancário é o único agente que realiza sua função de depositar a matéria nos recipientes
vazios – os alunos. Portanto, é preciso romper com essa ideia ruim com o único objetivo de apenas
passar conhecimento ao aluno, se faz essencial adotar medida novas que se oponham aos métodos
nocivos tradicionais para que a educação possa crescer e desenvolver qualidade em todos os seus
aspectos, assim também, as pessoas aprenderem a aprender para que construam seu próprio
conhecimento e possam transformar suas vidas para melhor.
Há anos os gregos já acreditavam no poder do bom humor para benefício mútuo, prova
disso foi a criação do Santuário do Deus Asclépio, o qual foi considerado o primeiro lugar a
usufruir da arte, música, dança, teatro, exercícios físico e humor para o tratamento de pacientes
doentes. Essa ideia fez sucesso, os cuidados a partir da cultura foram ganhando espaço e mais
ideias, a ponto de se construir um local onde os enfermos passavam por sessões de histórias
engraçadas, pois se acreditava que a felicidade aquecia o coração e ajudava na cura das
enfermidades. Teorias e estudos sobre o ato de rir e do bom humor são descritos desde a época de
Aristóteles (MCGHEE e GOLDSTEIN, 1983).
Rir provoca muitos efeitos no corpo humano, ajudando a melhorar o estado emocional e
elevando o bom humor. O assunto ganhou destaque desde 1946, onde até o ano 2000 foram
realizados aproximadamente 2000 estudos em 112 países. (DEL BIANCO; NEDER, 2004). Até a
atualidade o bom humor é usado para ajudar as pessoas a descontraírem e saírem de suas rotinas
cansativas, considerado uma das principais sensações que conecta as pessoas, tanto para quem ri
quanto para quem recebe, sendo alvo de estudos de especialistas que usam o riso como material
de estudos e até utilizado como sustento financeiro de muitos cidadãos, como os humoristas. É
corriqueira a ideia de algumas empresas contratarem palestrantes que ajudem a animar e levar bom
humor aos funcionários, já que um ambiente alegre é mais saudável que um estressante. Então por
que não levar a felicidade e o bom humor para o ambiente escolar também.
Abordar o tema da alegria e felicidade nos ambientes de trabalho pode ser considerada uma
tarefa mais complicada do que se imagina, já que elas abrangem também as sensações e as reações
do ser humano e por isso cada pessoa age e pensa de um jeito diferente. Acredita-se que a educação
atual necessita de uma mudança radical nos meios de ensinar e aprender, onde podemos esclarecer
que não se acredita em manuais da certeza com respostas e soluções prontas, já que o mundo se
transforma com o passar dos anos, também as pessoas se moldam e moldam seus jeitos de pensar
e ver o mundo, assim o professor inovador deverá acompanhar o movimento daqueles que deseja
alcançar, os alunos, deixando para trás modelos de ensino obsoletos ou então adaptá-los
priorizando a aprendizagem contextualizada e experimental, para que caminhe junto ao ritmo
moderno. Desta forma, buscar meios novos de auxiliar a aprendizagem das pessoas através do bom
humor e do riso e o poder que eles carregam para melhorar a qualidade do ensino e dar um
significado maior a ele. Como afirma o psicólogo Martin Seligman (2002) “a felicidade é a ligação
de três elementos: prazer, engajamento e significado. Engajamento é a dedicação a uma atividade
A função do riso na educação não é de ser uma ferramenta que será utilizada apenas em
um dia especial do período letivo, mas sim integrada de forma contínua no meio escolar, porém,
com equilíbrio, já que não se pretende transformar professores em humoristas e porque a sala de
aula precisa ser um ambiente decente. O professor Paulo Freire (1993, p. 10) nos diz que: “O tempo
que levamos dizendo que para haver alegria na escola é preciso mudar radicalmente o mundo, é o
tempo que perdemos para começar a inventar e a viver a alegria. Além do mais, lutar pela alegria
na escola é uma forma de lutar pela mudança no mundo”.
Então, os esforços que fazemos para melhorar a educação podem ser convertidos em ações
conjuntas, proporcionando entusiasmos não apenas para os alunos, mas para todos no âmbito
escolar. Assim, auxiliar o processo de ensino através do bom humor, alegria e risadas é não
trabalhar difícil, mas sim, trabalhar inteligente.
Desenvolver o processo de aprendizagem não tem sido um caminho fácil para docentes,
pois cada dia mais alunos apresentam dificuldades e falta de interesse em compreender que
educação escolar é essencial para o progresso pessoal. É nesse contexto que o docente pode atribuir
as suas aulas momentos descontraídos para elevar o humor dos discentes e assim se voltarem para
o professor com mais atenção.
Portanto, adaptar e desenvolver metodologias utilizadas pelos professores para que incluam
e façam uso das emoções em suas aulas pode gerar respostas e desempenho melhores por parte
dos estudantes, colaborando para marcar e preservar uma memória. Logo, não basta apenas
planejar as aulas visando o que ensinar aos alunos, mas pensar em como ministrá-las visando
emoções positivas e impedir as negativas, isso significa que o ambiente escolar carece e requer
aulas alegre e divertidas, um ambiente afetuoso e de carinho, com aulas experimentais dentro e
fora da sala e se possível em laboratórios, aulas temáticas, com música, saídas pedagógicas, para
não se prender a mesmice e cansável rotina, tomando melhores caminhos para elevar a qualidade
do ensino, da saúde mental e que se torne algo prazeroso ao aluno, pois de acordo com Fonseca
(2016, p. 368) “só num clima de segurança afetiva o cérebro humano funciona perfeitamente, só
assim as emoções abrem caminha às cognições”.
Refletir sobre a prática educativa é uma das bases que garante ao professor lecionar com
maestria suas aulas, assim poderá desenvolver o discernimento e reconhecer a importância das
ferramentas que estão ao seu alcance, aliado ao fator tecnológico que se cresceu abruptamente com
o passar dos anos gerando a era dos jogos eletrônicos e o aumento de discussões e ideias a respeito
da utilização deles no meio escolar, para reforçar o aprendizado através de metodologias
recreativas. Com metodologias alternativas surgem alunos que interagem, o espaço não
convencional vai além dos processos tradicionais de ensino, trata-se de fomentar uma forte base
para fazer o aluno reter informações relevantes que farão a diferença em seu processo de ensino.
Crianças nascem iguais aos cientistas, curiosas e exploradoras do mundo ao seu redor,
cheias de dúvidas e perguntas, tentam compreender ao se depararem com algo novo. Uma criança
no início de sua carreira escolar possui essas características, mas é perceptível que quando chega
no ensino médio essas características são menos presentes, o que se vê na maioria das vezes são
alunos desmotivados, apáticos e sem interesse em aprender, então o que houve na metade do
caminho?
Metodologias lúdicas e recreativas como formas alternativas de ensino não são apenas
métodos diferentes para ensinar e aprender, mas também para não deixar que a criança cientistas
dentro de nós morra e junto com ela não morra a educação. Vale ressaltar que não é apenas nos
anos iniciais que é preciso e possível realizar atividades recreativas e metodologias alternativas,
brincar se faz necessário em todas as fases da vida, mas de forma adequada e com equilíbrio. As
atividades lúdicas quando são utilizadas adequadamente com devido planejamento e objetivos pré-
estabelecidos sobre o conteúdo, conseguem trabalhar de forma melhor o hemisfério direito do
cérebro, se tornando uma solução viável, acessível e incomum, para reforçar e enriquecer os
estudos e o ensino (BEDIN, 2016).
Jogos didáticos são fortes ferramentas pedagógicas que conseguem transpor a realidade
ensinada em sala para a realidade do jogo, sem deixar de estimular e facilitar o processo de ensino-
aprendizagem, criando e fortalecendo uma relação afetiva entre o professor, aluno e o conteúdo da
aula que se pretende ensinar, os jogos possuem o poder de associar e fazer a ligação entre
aprendizado e diversão. Segundo Furió et al. (2013) jogar pode promover o desenvolvimento de
habilidades, do campo cognitivo, pode impulsionar o prazer e melhorar a atenção e a memória,
permitindo ao discente realizar uma conexão melhor do mundo abstrato do jogo com o mundo
O lúdico apresenta-se como uma solução prática para resolver problemas do sistema
educacional apresentado pelos estudantes e professores, como por exemplo, a falta de interesse,
de estímulo, de recursos pedagógicos e diminuindo aulas repetitivas. De acordo com Zichermann
e Cunningham (2011) os jogos apresentam um mecanismo motivacional do aluno, ajudando-o a
se tornar mais participativo, engajado e contente, dentro de inúmeros aspectos que fazem
desenvolver a aprendizagem significativa e autônoma. Para eles isso proporciona um número
maior de conexões entre outros alunos e o professor, favorecendo o processo de aprendizagem.
Segundo Fadel, Ulbricht, Batista e Vanzin (2014) abordam gamificação tendo como base
a utilização das mecânicas da ação de jogar e pensar com em um jogo, mas com o contexto fora
dele, considerando que a gamificação usa os procedimentos dos jogos para a solução de problemas
e questões, onde não é necessário utilizar o jogo por completo, mas seus elemento principais que
proporcionam o desenvolvimento de níveis cognitivos com o objetivos de alcançar as mesmas
vantagens que a ação de jogar promove.
A discussão sobre a melhoria do sistema educacional tem se tornado mais presente, nos
dias atuais, por conta da urgência de precisar utilizar ferramentas práticas, educacionais ou não,
para haver a melhoria do ensino. Refletir sobre a inclusão dessas ferramentas no âmbito educativo
necessita ser mais discutido por conta da renovação das metodologias ao passar dos anos, graças
ao crescimento tecnológico e a mudança do modo de vida das pessoas. A utilização de mídias de
forma educativa, como o cinema, é uma proposta interessante de metodologia alternativa.
(PEREIRA; SILVA, 2014)
Não tão distante do cinema, o storytelling, através da arte, utiliza a comunicação, sons e
imagens de forma criativa para desenvolver, adaptar e contar histórias, transmitindo suas ideias,
mensagens de forma única e inesquecível e assim dar vida e significado àquilo que se conta,
trazendo como instrumento de educação a interação, instigando a imaginação e estimulando
emoções em quem ouve, de forma a facilitar a comunicação entre as pessoas para promover e
facilitar a aprendizagem agradável, onde o aluno passe de passivo e receptor para ativo e criador
do próprio conhecimento, assim complementam Da Silva; Oliveira; Martins (2017) dizendo que o
storytelling é uma ação natural e próprio do homem e da sua evolução, até mesmo antes dele
aprender a escrever, o que se aprendia era passado de geração a geração de forma oral a fim de
proteger e preservar suas memórias e tradições.
O professor pode não possuir todas as habilidades necessárias para fazer uma boa contação
de histórias, mas pode criar as suas de maneira simples para cativar os alunos a aprenderem, em
um ambiente de aprendizagem que estimula a criatividade e prende a atenção do aluno, porque a
mídia atualmente possui maior influência nos jovens do que os professores, então é preciso
mostrando a ligação com o seu cotidiano e deixar de usar apenas palavras que na maioria das vezes
não fazem sentido para o aluno, mas que o professor possa realizar a construção da informação
que será dada ao aluno para ele se apropriar desse conteúdo (VALENTE, 2014).
OBJETIVOS
Este trabalho baseia-se em um estudo realizado através de levantamento de dados por meio
de trabalhos acadêmicos, por meio de buscas no Google Acadêmico, Biblioteca Nacional de
Medicina do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (PubMed), Scientific Electronic
Library Online (SciELO), entre outros, em uma revisão da literatura científica e educacional, teses,
monografias, artigos, revistas, periódicos que se apresentavam na língua portuguesa e inglesa, os
quais algumas vezes não abordavam o tema especificamente, mas faziam ligações importantes e
textos que não se apresentavam de maneira completamente disponível gratuita para utilização,
vídeos e livros que se baseiam em educação e neurociência. O método usado para selecionar as
referências teve como critério o grau de relevância, a confiabilidade da fonte e partindo disso
realizou-se a análise desses textos. Com o tema em mente foi pensado em questões norteadoras
para o trabalho sobre a utilização e os benefícios do bom humor e do riso para a aprendizagem de
alunos no ambiente escolar, a adaptação de metodologias recreativas na sala de aula, como a
utilização da gamificação e do storytelling, a utilização e benefícios das emoções como auxílio no
ensino-aprendizagem, de modo auxiliar os professores e onde possam usufruir das vantagens
apresentadas, com fundamento na Neurociência e como ela pode influenciar e mudar o curso para
uma melhoria na educação. Palavras-chaves: Bom humor, emoções, aprendizagem, Neurociência,
metodologias alternativas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No âmbito do bom humor e do riso, autores como Berk, Otta, Takahashi entre outros,
trouxeram explicações significativas a respeito dos benefícios do bom humor, tanto para a saúde
humana quando para a educação, mostrando a importância de rirmos e sermos bem humorados.
Em relação aos autores Hunter Adams e Norman Cousins, foi possível perceber através de seus
relatos verídicos de vida, descritos em filme e livro respectivamente, que eles nos ensinam que
devemos viver como pessoas e não como máquinas, como a nossa vida seria diferente e melhor se
começássemos a usufruir dos benefícios que a risada trás.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desinteresse prevalece nas classes das escolas brasileiras, alunos perdem a vontade de
estudar e só perceber o quão é importante sua formação inicial quando se é tarde demais. Os
conhecimentos a respeito de novas e diferentes metodologias aqui apresentados são para renovar
as esperanças e transformar a realidade escolar atual, com base nos conhecimentos da neurociência
que se apresentam relevantes para o ensino, considerando o ambiente em que os alunos estão
inseridos, se fazendo necessário que assuntos escolares possam apresentar maiores ligações com
a neurociência na educação. Cada pessoa possui sua maneira de aprender, cabendo ao professor
perceber esse detalhe e então adotar medidas, métodos e estratégias diferentes para alcançar a
todos ao qual ensina. É esperado demonstrar sobre o quão importante é levar a felicidade não só
as salas de aula, mas também a vida das pessoas, elevando o bom humor, a saúde, o ânimo de
aprender e de ensinar. Além disso é necessário que seja reforçado e focado os estudos na área da
neurociência para maior compreensão a respeito do papel e da importância das emoções e as
relações que possui com a aprendizagem e processos cognitivos. Utilizar todos esses métodos e
metodologias como formas alternativas de ensino seria útil e eficaz não apenas para a educação,
mas para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
AUSUBEL, David Paul; SULLIVAN, Edmund Vincent; IVES, S. William. Theory and
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e na pesquisa científica: enfim juntas. In: Convenção Brasil Latino América, Congresso
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Convencionais. VEIGA, IPA Aula: Gênese, Dimensões, Princípios e Práticas. Campinas:
Papirus Editora, 2008.
RESUMO
O ano de 2020 foi um ano atípico, devido a pandemia do Coronavírus, houve a migração para um
novo cenário, que impôs mudanças em todas as áreas. As aulas passaram a ser a distância. As
atribuições dos professores, mudaram e o processo de adequação a nova rotina não foi fácil, se fez
necessário adaptar o currículo e as metodologias empregadas nas aulas. Tendo em vista tal
problemática, o presente trabalho buscou evidenciar possibilidades e alternativas ao processo de
ensino aprendizagem com a utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) a
favor do processo de ensino, evidenciando que os museus virtuais de ensino nacionais podem ser
uma ferramenta enriquecedora do processo de aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Os espaços de educação não-formais são ambientes que tem por finalidade promover a
educação, aprendizagem e compartilhar o conhecimento sobre assuntos variados como: ciências,
tecnologia, arte, história entre outros, o que diferencia estes locais dos ambientes formais de
ensino, é não seguir uma proposta de currículo escolar hierárquica e se processar fora do contexto
escolar. É necessário considerar que apesar de empregar o termo não- formal, estes locais não
devem ser vistos como sinônimos de algo sem organização ou sem estrutura, muito pelo contrário,
essa modalidade de ensino permite acessar o conhecimento e a aprendizagem de uma forma
prazerosa, e deve ser um complemento dos processos de ensino formais.
A função educativa dos museus foi se firmando na Europa, no início do século XX. Um
dos pioneiros foi o Deutsches Museum, situado em Munique, fundado em 1906[...], as
novidades introduzidas pelo Deutsches Museum inspiraram a criação, em 1933, do
Museum of Science and Industry, Chicago, EUA [...] isso marcou o início do intenso
movimento de criação de museus em Ciência e Tecnologia nos EUA. Em meados do
século XX, após as duas Grandes Guerras, as ações de divulgação científica se
intensificaram e aperfeiçoaram sua qualidade. Novos meios de divulgação foram
explorados, como as novas tecnologias audiovisuais, em especial, rádio e cinema, o que
permitiu atingir públicos mais abrangentes(2010, p. 26).
A partir das influências provenientes da divulgação científica na década de 1980, surgem
nos Estados Unidos os “science centers, espaços que provocam, atraem, seduzem e motivam o
visitante a entrar em contato com alguns fundamentos da ciência e da tecnologia por meio de
experimentos do tipo faça você mesmo”(VALENTE; CAZELLI; ALVES, 2005, p.189).
Se tratando do Brasil, Marandino (2017) aponta que nas duas últimas décadas foram criadas
políticas públicas de incentivo à criação de museus, centros de ciências, olímpiadas científicas e
eventos afins, com o objetivo de promover o acesso à educação. Organizações de fomento à
pesquisa exerceram papel de fundamental importância como o Conselho de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundações de Amparo à pesquisa dos estados, dado que
prestaram a assistência necessária para a estruturação, diversificação e inauguração de museus e
centros de ciência.
Compreender o conceito de ENF não é tarefa simples, dado que não há concordância entre
os autores nacionais e internacionais sobre o assunto, se tratando de uma definição em construção.
De acordo com Pinto parece “consensual dizer-se que a educação não-formal surgiu, como
conceito e como resposta educativa, para superar os problemas não resolvidos do sistema formal
de ensino, sobretudo num contexto de desenvolvimento” (2007, p.47). Para compreender melhor
sobre as particularidades desta modalidade de ensino, é necessário compreender as diferenças entre
a educação formal e a informal. Langhi Nardi (2009), conceituam educação formal como o
conhecimento que é construído na instituição escolar, sendo este planejado e estruturado
sistematicamente. De acordo com Gadotti, “ela depende de uma diretriz educacional centralizada
como o currículo com estruturas hierárquicas e burocráticas determinadas em nível nacional com
órgãos fiscalizadores” (2005, p. 2). Com relação ao ensino informal, este é visto como o
“verdadeiro processo realizado ao longo da vida em que cada indivíduo adquire atitudes, valores,
procedimentos e conhecimentos da experiência cotidiana e das influências educativas de seu meio
– da família, no trabalho, no lazer” (SMITH,1996 apud MARANDINO, 2017, p. 812).
Gadotti destaca que, “uma das características da educação não-formal é sua flexibilidade
tanto em relação ao tempo quanto em relação à criação e recriação dos seus múltiplos espaços”
(2005, p. 2). Os espaços de educação não-formais, como museus naturais, de ciências, zoológicos,
centros culturais e afins revelam-se como espaços que potencializam o aprendizado, em suma por
repensarem constantemente suas finalidades e adaptarem-se frente às demandas que lhe são
apresentadas, situação essa que não ocorre constantemente nas escolas. A BNCC sinaliza que: Para
responder a essa necessidade de recriação da escola, é imprescindível reconhecer que as rápidas
transformações na dinâmica social contemporânea nacional e internacional, em grande parte
decorrentes do desenvolvimento tecnológico, atingem diretamente as populações jovens e,
portanto, suas demandas de formação” (c.f BRASIL, 2018, p.462).
É válido reconhecer que os espaços de ENF proporcionam aos visitantes serem sujeitos
ativos, explorarem o local, conhecer e aprender no seu tempo, de acordo com suas especificidades.
A aprendizagem se processa de diferentes maneiras, quando um conhecimento é compartilhado e
construído, este é ressignificado, reelaborado internamente em cada indivíduo, de acordo com os
valores que o moldaram. O contato com outras pessoas, outras culturas e outras maneiras de
enxergar e perceber o mundo ao nosso redor pode trazer aspectos positivos para a construção e
exercício da cidadania, uma vez que “a cultura é um processo vivo e dinâmico, fruto de interações
Apesar de ter aspectos positivos, há situações adversas, uma situação muito comum em
museus, centros culturais e espaços destinados à educação não-formal é a falta de aproveitamento
dos espaços e das relações presentes neste, em muitos casos os docentes não conseguem enxergar
as possibilidades de ampliação cultural que os museus podem oferecer aos estudantes(QUEIROZ,
et.al, 2002). Consequentemente, não ocorre uma aprendizagem significativa e as potencialidades
que o local oferece para os processos de ensino aprendizagem não são bem aproveitadas. É
imprescindível que o docente tenha um pretexto com a visita, seja para aprofundar um determinado
conteúdo, para introduzi-lo aos estudantes ou para mostrar como ele funciona na prática. Além
disso há fatores que comprometem as visitas aos espaços de educação não-formais.
Vieira Bianconi (2007) apontam os seguintes aspectos: a falta de um propósito com a visita;
a postura falha do professor, atuando como um observador e não como um mediador; o valor
necessário a ser pago para se locomover até o local, como o aluguel de ônibus ou van; a ausência
dos alunos por motivos financeiros, devido a necessidade de pagar pelo transporte que raras as
vezes é ofertado pela Prefeitura ou Governo Estadual, além disso o lanche acaba entrando como
uma despesa extra, sendo assim mais um custo que não pode ser suprido por famílias em situação
de vulnerabilidade social. As autoras ainda apontam para a necessidade de conhecimento prévio
do local por parte do docente, para que este se familiarize com o acervo e verifique os aspectos
que podem ser explorados de acordo com o conteúdo programático a ser cumprido e assim mediar
corretamente a visita com seus estudantes. É fundamental destacar que a educação não-formal não
tem a finalidade de se sobressair frente à educação formal, mas sim agregar possibilidades para
uma educação de qualidade, uma vez que ambas apresentam os mesmos propósitos: a construção
de conhecimentos, o aprendizado e a construção da cidadania.
OBJETIVO
Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica sobre o ensino não-formal e como sua
utilização aliada ao ensino formal pode proporcionar possibilidades aos processos de ensino e
aprendizagem. A coleta de dados efetivou-se a partir do acesso a plataforma Google Acadêmico e
Scientific Eletronic Library Online (SciELO) com as seguintes palavras chaves: educação não-
formal, museus, ensino não-formal no Brasil, movimentos sociais e ensino não-formal.
Para compor o projeto foram selecionados um total de vinte e uma fontes de dados, entre
artigos, teses, dissertações e decretos. O método escolhido para a inclusão das referências deu-se
a partir dos seguintes critérios:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a Lei 11.904, que institui o Estatuto de Museus e dá outras providências:
Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos que
conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo,
pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico,
científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade
e de seu desenvolvimento (Brasil, 2009).
Procurar por museus para visitar em um país de dimensão continental como o Brasil pode
ser uma tarefa complexa. Todavia há uma plataforma chamada MuseusBr, uma iniciativa do
Sistema Nacional de Identificação de Museus e do Instituto Tim, que permite o mapeamento
colaborativo e o compartilhamento de informações sobre os museus nacionais. A plataforma
disponibiliza informações sobre os museus de todo o território brasileiro, devido a gestão da
ferramenta ser colaborativa, é possível a inclusão de museus e informações não cadastrados. A
ferramenta permite verificar dados de museus de qualquer região e município do país, extrair os
dados por meio de planilhas e por meio de filtros específicos que podem ser editados de acordo
com a preferência do usuário. O link para acessar a ferramenta é <http://museus.cultura.gov.br/>.
Os dados encontrados neste trabalho foram retirados desta plataforma. Nos últimos anos nota-se
Um fato preponderante sobre os museus é o fascínio que estes despertam nos visitantes. Os
museus precisam estruturar seu acervo de forma a encantar e despertar a curiosidade dos visitantes,
logo na primeira visita, dado que não há como prever se os visitantes poderão retornar ao espaço.
“Nesse sentido, vários recursos, técnicas e estratégias expositivas nos centros e museus de ciências
têm transformado a relação entre o objeto exposto e o visitante em uma interação dinâmica, que
envolve a participação ativa do público”(JACOBUCCI, 2008, p.58).
Desta maneira os museus constituem-se com a finalidade de cativar os visitantes, das mais
variadas faixas etárias. Entrar num museu, observar suas instalações, sua arquitetura, sua história,
as relações presentes neste e a maneira como o público lida com o acervo é prazeroso, ainda mais
tendo em vista as visitas escolares. A forma como a visita se processará, depende da postura do
professor para com seus estudantes, é essencial que o professor conheça a turma, que tenha um
propósito com a visita e que utilize o espaço como um complemento para suas aulas, mediando e
indicando como os discentes devem interpretar uma instalação. Vale ressaltar, que dependendo da
faixa etária dos discentes, é necessário que tenha algum adulto para apoiar o docente, no caso dos
alunos de primeira infância e dos anos iniciais do ensino fundamental I. Os museus têm a
incumbência de apoiar na formação cultural e científica do cidadão, além disso cabe a estes:
Promover a divulgação científica sem cair no reducionismo e banalização dos conteúdos
científicos e tecnológicos, propiciando uma cultura científica que capacite os cidadãos a
discursarem livremente sobre ciências, com o mínimo de noção sobre os processos e implicações
Conforme abordado, nota-se que há uma gama de possibilidades que o ENF e em especial
os museus proporcionam aos processos de ensino e aprendizagem, desde que corretamente
mediado, é crucial constatar que há impeditivos que dificultam o acesso a esses locais, como a
centralização destes e a distância a ser percorrida para visitá-los, tendo em vista tais circunstâncias
abre-se uma lacuna que pode ser contornada ao menos em parte pelo uso das Tecnologias da
Informações e Comunicação (TIC’s), e pelos museus virtuais.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), destaca que “ao aproveitar o potencial de
comunicação do universo digital, a escola pode instituir novos modos de promover a
aprendizagem, a interação e o compartilhamento de significados entre professores e estudantes”
(c.f BRASIL, 2018, p.61). Lima (2009), descreve a existência de três categorias para os museus
virtuais (MV), essas designações indicam o formato de elaboração e de apresentação dos museus,
a saber:
É necessário pontuar que, há também museus físicos que utilizam sites para divulgar parte
de seu acervo. Tendo em vista tais especificações, a autora elaborou um quadro com os MV
nacionais em funcionamento (que contam com os três tipos de categorias citadas) após consultar
a plataforma MuseusBr, uma planilha foi gerada e resultou em 42 museus virtuais cadastrados.
Dentre esses há os que pertencem a esfera pública e privada. Após breve checagem dos
endereços eletrônicos, deletou-se da tabela os MV que não direcionavam a um sítio eletrônico em
funcionamento, e/ou os que informavam apenas sobre características do museu físico, como
horário de funcionamento, local onde se encontra. Assim o número de museus virtuais encontrados
caiu para 31. O quadro abaixo reúne informações sobre os museus virtuais nacionais:
https://sites.google.com/view/mu
Museu Virtual Alzira Soriano História TRE/RN Pública
seu-alzira-soriano/
Ciências exatas,
Citinova - Fundação
Museu Bojogá de Jogos da terra,
https://www.bojoga.com.br de Ciência, Privada
Eletrônicos biológicas e da
Tecnologia e Inovação
saúde
Museu AfroDigital da
Universidade do Estado do Rio História http://www.museuafrorio.uerj.br/ UERJ Pública
de Janeiro (Virtual)
http://www.museuvirtualdeuberl
Museu Virtual de Uberlândia História - Privada
andia.com.br/site/
Instituto APPOA -
Museu das Memórias Artes, arquitetura Associação
http://www.appoa.com.br/museu Privada
(In)Possíveis - Virtual e linguística Psicanalítica de Porto
Alegre
Museu do RPG (Itinerante e Educação, http://www.museudorpg.com.br/
Nenhuma Privada
Virtual) esporte e lazer wpacervo/
http://www.riograndeemfotos.fot
Museu Virtual do Rio Grande História - Privada
.br/museuvirtual/
Ciências exatas,
Museu Virtual de Ciência e
da terra, Universidade de
Tecnologia da Universidade de http://www.museuvirtual.unb.br Pública
biológicas e da Brasília - UNB
Brasília
saúde
Artes, arquitetura
MuBE Virtual https://www.mube.space/ -
e linguística
https://www.ibilce.unesp.br/#!/in
Museu Virtual de Biociências - - Pública
stituicao/museu/
Instituto Brasileiro de
Museu Virtual de Artes, arquitetura
http://mvim.ibict.br/ Informação em Pública
Instrumentos Musicais e linguística
Ciência e Tecnologia
Museu da Indumentária e da
História http://www.mimo.org.br - Privada
Moda (Virtual)
http://www.museudafamilia.org.
Instituto Museu da Família História - Privada
br
Museu da Fotografia
História http://www.mfd.mus.br - Privada
Documental (Virtual)
Museu Afro-Digital da
Memória Africana e Afro- http://www.museuafrodigital.ufb Universidade Federal
História Pública
Brasileira da Universidade a.br da Bahia - UFBA
Federal da Bahia
Nota-se que entre os museus virtuais nacionais, as áreas mais prósperas, são: história,
arqueologia, artes e linguística, enquanto as áreas de ciências naturais, ciência e tecnologia
carecem de museus virtuais que tenha como foco tal tipologia de acervo. O quadro 1 indicou os
museus virtuais nacionais, além destes há também os museus virtuais internacionais, a plataforma
que permite acessá-los de forma mais rápida e simplificada é o Google ArtsCulture.
O Google ArtsCulture é uma iniciativa sem fins lucrativos. Disponível para acesso global,
a ferramenta pode ser acessada pelo site ou pelo aplicativo que pode ser baixado na loja de
aplicativos App Store e Google Play Store, presente em qualquer smartfone. A plataforma conta
com coleções de mais de 2.000 museus físicos, galerias de artes e instituições culturais. Uma
significativa parte dos museus encontrados nesta plataforma corresponde a Museus Virtuais do
tipo Conversão Digital, neste caso a partir do acervo do museu é realizada a digitalização da obra
e disponibilizada na internet.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho nasceu de um projeto iniciado no ano de 2019, porém o escopo proposto para
o projeto teve que ser alterado, por conta da pandemia do novo Coronavírus que afetou os contextos
sociais, econômicos e principalmente educacionais, interferindo na vida de muitas pessoas. Pensar
em alternativas metodológicas empregadas em aulas, se fez urgente e por isso este projeto mostrou-
se necessário. As plataformas citadas ao longo do projeto são gratuitas e podem ser empregadas em
aulas direcionadas a todos os ciclos de ensino, desde que tenham relevância com o conteúdo
programático. Acessar tais ferramentas permitem contornar lacunas que dificultam a visita à
museus, além disso por meio dos museus virtuais e do Google ArtsCulture é possível visitar e
revisitar inúmeras vezes uma coleção galeria, ou espaço virtual em qualquer data e horário, desde
que se tenha um celular, computador ou aparelho eletrônico com acesso a internet. Os espaços de
ensino não formais em específico, os museus virtuais podem agregar possibilidades para um ensino
de qualidade, mais prazeroso e com mais participação por parte dos estudantes, além disso
contribuem também para a construção de cidadãos conscientes e com uma cultura prolífera.
REFERÊNCIAS
GADOTTI,Moacir.Aquestãodaeducaçãoformal/nãoformal.Sion:InstitutInternacionaldesDroitsde
1oEnfant,p.111,2005Disponívelem:http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/
JACOBUCCI, Daniela Franco Carvalho. Contribuições dos espaços não-formais de educação para
a formação da cultura científica. Revista em extensão, v. 7, n. 1, 2008.
LIMA, Diana Farjalla Correia. O que se pode designar como museu virtual segundo os museus
que assim se apresentam. 2009.
MARANDINO, Martha. Faz sentido ainda propor a separação entre os termos educação formal,
não formal e informal?. Ciência & Educação (Bauru), v. 23, n. 4, p. 811-816, 2017.
MUELLER, Suzana Pinheiro Machado; CARIBÉ, Rita de Cássia do Vale. Comunicação científica
para o público leigo: breve histórico. 2010.
PARREIRA, Lúcia Aparecida; JOSÉ FILHO, Pe Mário. A educação não formal: desafios de uma
prática pedagógica. Serviço Social Realidade, v. 19, n. 1, 2011.
PINTO, Luís Miguel Castanheira dos Santos. Educação não-formal. Um contributo para a
compreensão do conceito e das práticas em Portugal. 2008. Tese de Doutorado.
VALENTE, Maria Esther; CAZELLI, Sibele; ALVES, Fátima. Museus, ciência e educação: novos
desafios. História, ciências, saúde-Manguinhos, v. 12, p. 183-203, 2005.
RESUMO
Os cursos de licenciatura, de forma geral, possibilitam ao discente uma imersão no campo de
trabalho com o propósito de que este, desde o início de sua formação, comesse a relacionar teoria
e prática de forma reflexiva para a construção de sua identidade. Uma dessas possibilidades é o
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), financiado pela CAPES/CNPq,
em que permite aos licenciandos inserção nas instituições públicas de ensino básico, no início da
graduação, proporcionando contato com a prática docente. Partindo disso, a proposta principal
deste trabalho é relatar as contribuições do programa para a formação docente, baseadas em
experiências vivenciadas e proporcionadas pelo programa e de como foi possível o crescimento
profissional tanto por meio de leituras e discussões de textos teóricos e reflexões sobre a
didatização em sala de aula, em escolas de ensino básico. Assim, nos apropriamos de contribuições
teóricas, como: conceitos do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) que compreende o
desenvolvimento do ser humano por meio da linguagem (BRONCKART, 1999) e sobre o trabalho
do professor, (MACHADO, 2009); (MACENHAN; TOZETTO; BRANDT, 2016) discutem sobre
a formação da identidade profissional. Logo, os objetivos do programa foram alcançados, visto
que tem resultado positivo na carreira acadêmica do discente. Ademais, é uma ótima oportunidade
para a construção do ser docente, pois correlaciona a teoria com a prática, como também pelo fato
desse processo iniciar com antecedência (se compararmos com o estágio) as possibilidades de
tornar-se um ótimo profissional aumentam exacerbadamente.
INTRODUÇÃO
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) tem por objetivo geral
estabelecer um elo entre os docentes em formação e o seu futuro ambiente de trabalho, neste caso,
especialmente, em salas de aula da rede pública. Com isso, esse trabalho tem por intuito relatar a
experiência nesse programa, desde sua importância para o estudante de licenciatura (em especial
do curso de Letras – Português), até as ações que foram realizadas a partir dessa experiência nesse
Programa.
Por meio do PIBID, graduandos em licenciaturas diversas estabelecem uma conexão entre
a educação superior e a escola de ensino básico, de sistemas estaduais e municipais. A partir dessa
iniciativa, o programa permite que possamos ter experiências com atividades práticas, a partir dos
METODOLOGIA
Para exercer qualquer profissão, o indivíduo necessita ter conhecimento de como funciona
seu ambiente de trabalho e praticá-lo. A partir do PIBID, os alunos de licenciatura possuem a
oportunidade de observar e refletir sobre a prática docente, desde o início da sua formação
profissional. Além de que têm a oportunidade de agir tal como o professor, para que desde cedo
consiga o entender o desenvolvimento de sua futura profissão. Para isto, é necessário muito estudo
e planejamento acerca do que será ministrado, já que como não possuímos experiências e a imerção
na escola foi justamente para iniciar nossa vivência escolar.
Frequentemente surgem dúvidas e receios de que talvez não dê certo e de que surjam
problema, e isto de fato favorece a nossa construção como docentes, pois é com base também nesse
aspecto que torna possível perceber que o trabalho do professor não é fácil, assim como somos e
seremos sempre estudantes/aprendizes, visto que a aquisição de conhecimento é/deve ser
constante.
As experiências que inspiraram esse trabalho, foram vivenciadas a cerca de uma sequência
didática e de um projeto de intervenção no qual de acordo com MACHADO (2009) "[...]
apresentam práticas bem sucedidas revelam compromissos sociais, concepção transformadora da
realidade e uma capacidade de busca individual ou institucional sobre novas alternativas de
trabalho sócio-pedagógico.", em que foi desenvolvido na cota 2018/2019 do PIBID - Letras,
português.
Com muito estudo e reflexão, realizamos a segunda etapa do programa; produzir e praticar
um projeto na escola de ensino básico. Nosso projeto, nomeado como LEIA (Leitura, escrita,
interação e ação), permeou acerca da área de Língua(gens) e do tema: “Cidadania: o caráter
multifacetado das relações humanas”, a partir dele subdividimos em dois subtemas: “Corrupção”
e “Descriminalização das drogas. No que se refere a “corrupção”, tivemos a oportunidade de
intervir com dois gêneros textuais, o meme e a charge, esses que os alunos conheceram as
características de ambos e produziram os próprios gêneros adentros a temática, como também a
escolha desses textos foi resultado da reflexão de que os discentes conhecem/têm contato
frequentemente, mas não têm conhecimento de que trata-se de gênero textual, e assim estereotipam
A respeito do segundo tema, “descriminalização das drogas”, trabalhamos com mais dois
gêneros, o debate e o Artigo de opinião. Como produto, os alunos realizaram um debate regrado e
um artigo de opinião, ambos dentro da mesma temática, em que foram discutidos, corrigidos,
reescritos (artigo de opinião), avaliados e bem aproveitados tanto para eles, quanto para nós. Vale
salientar que todas as abordagens que realizamos foi de forma dinâmica e lúdica, para que
surgissem interesse da parte dos alunos e para que nos aprimorarmos nosso desenvolvimento
enquanto professor em sala.
Todos esses aspectos foram primordiais na nossa construção como docente, haja vista que
estávamos inseridos na instituição de ensino, elaboramos aulas, produzimos SDs, atividades, e
principalmente estávamos em contato direto com a prática. Assim como afirma Macenhan;
Tozetto; Brandt (2016), “a prática exerce influência na constituição dos saberes docentes desde a
formação inicial dos professores quando eles têm acesso às escolas por meio dos estágios”, sendo
assim ela é essencial, pois é no ato de ensinar que adquirimos fatores fundamentais para exercer
essa profissão.
A partir do momento que iniciamos com a prática docente, nós nos apropriamos das
capacidades de ação, dos papéis sociais e de uma imagem sobre si, isto é, das representações, de
si mesmos como agentes responsáveis de sua ação (BRONCKART,1999, p.44). Considerando
esses pontos, podemos afirmar que o Programa foi crucial na nossa construção docente, visto que
nos proporcionou a prática e reflexão dela.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O programa consegue atingir seus objetivos, pois a partir do momento que insere o aluno
nas primeiras práticas à docência consegue fazer com que ele descubra se é essa a profissão que
almeja, como também dá condições para que o discente se molde e torne-se um ótimo profissional.
O programa atinge seus propósitos acerca da preparação, pois anterior à inserção nos é
proporcionado uma série de palestras e aulas a respeito da atividade docente. Assim é perceptível
nossa progressão tanto em conhecimento quanto em experiência, pois já no início da vida
acadêmica foi possível termos contato com a escola, sala de aula e alunos e assim nos formando
se moldando professor.
Com isso, de modo geral, a participação no programa nos trouxe bons resultados e boas
experiencias, de todas as formas. Cada etapa teve sua devida importância para nos ajudar a
construir nosso projeto e pô-lo em prática. Com isso, a dedicação e preparação investida no
programa nos recompensou muito aprendizado e boas primeiras vivências, que com toda razão
ficaram em nossas memórias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. [S. l.], 3 set. 2008.
Disponível em: http://capes.gov.br/educacao-basica/capespibid/pibid. Acesso em: 4 out. 2019.
RESUMO
Este texto é produto de uma pesquisa desenvolvida a partir das atividades de iniciação científica,
orientada pelo projeto de pesquisa: a formação de professores no IFPE e os cursos de licenciatura:
um estudo sobre o processo de implantação e as práticas curriculares. Essa atividade foi trabalhada
com estudantes do Ensino Médio Integrado do IFPE. Essa pesquisa incumbe-se de levantar as
opiniões que os professores que atuam na licenciatura em química do campus Vitória de Santo
Antão têm formulado a respeito das práticas pedagógicas que organizam os processos de formação
do licenciando em química. Questões como: a formação que estamos oferecendo atende às
exigências que a atuação profissional requer do professor de química? Os conteúdos da formação
(específicos e da área) que estamos oferecendo propicia a construção de um docente competente e
compromissado com a educação? A pesquisa indicou duas categorias empíricas essenciais a
primeira se apresenta na relação entre os saberes do conhecimento científico e os saberes
pedagógicos. A segunda categoria revelou-se na dinamicidade do currículo. Buscou-se identificar
como a formação de qualidade contribui para o processo de inclusão escolar.
1. INTRODUÇÃO
1.1. FORMAÇÃO DE PROFESSORES: OBJETO DE PESQUISA E DE REFLEXÕES
CONCEITUAIS.
1
Esta pesquisa foi financiada com bolsa oferecida pelo programa de Iniciação Cientifica do Campus de Vitória de
Santo Antão-IFPE
2
A estrutura e o formato de texto buscam atender às exigências proposta pela instância (Propesq/Pró-Reitoria de
Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação) que, no âmbito do IFPE, define as diretrizes de produção de pesquisa e de suas
formas de divulgação.
O trabalho educativo, como dimensão da prática social mais ampla, consiste numa forma
de intervenção de caráter intencional na realidade social. Desse modo, o crescente aumento das
demandas sociais tem exigido dos educadores e das escolas um esforço no que diz respeito a
construção de caminhos teórico-metodológicos que propiciem a elaboração de propostas
pedagógicas capazes de alterar o conteúdo e a forma dos processos de ensino e aprendizagem, e
a transformação dos contextos escolares em que a prática educativa se manifesta.
Nessa perspectiva, os professores tornam-se “responsáveis não somente pelas ações que
desenvolvem em sala durante a aula, mas também pelo conjunto de decisões que lhes são
pressupostas, como as opções político-educacionais relativas a currículo, projetos, disciplinas e
avaliação, entre outros”. (ALMEIDA, 2006, p. 186). Assim, a formação do professor é
compreendida como um processo de preparação intelectual, técnica e política que pretende
responder as demandas e desafios presentes na realidade social. O exercício do trabalho educativo
requer uma formação intencional de caráter integral, que dê conta das tarefas do processo de
Diante deste cenário, pode-se observar que o processo de implantação das licenciaturas
apresenta um caráter singular, haja vista que as instituições que hoje compõem o IFPE têm uma
tradição na formação profissional, especialmente na área industrial e na agropecuária. Ressaltam-
se ainda, as políticas estabelecidas para Educação Profissional que foram orientando os rumos dos
IFs quanto à obrigatoriedade da oferta de cursos de licenciatura. Importante ressaltar que a
formação de professores não é algo novo no cenário da Rede Federal de Educação Tecnológica.
(Franco e Pires 2010) demonstram que desde a década de 1980 já são identificáveis alguns traços
da formação de professores em Institutos Federais, na época, antigos Cefet. Sobre esta questão, os
autores destacam a experiência do Cefet Maranhão, em 1987 com a implantação da Licenciatura
em Matemática. Todavia, os referidos autores enfatizam que a formação de professores só veio
A presença das licenciaturas no IFPE tem origem na segunda metade dos anos 2000, sendo
que os primeiros cursos implantados (Matemática - 2006 e Física - 2010) são oriundos do antigo
CEFETE-PE (Uned Pesqueira). A ampliação da inserção dos cursos de licenciaturas no IFPE
ocorreu logo após a criação dos Institutos Federais. De uma forma geral, é possível apontar que a
ampliação da oferta de vagas nos cursos de licenciatura no âmbito do IFPE, é um dos aspectos que
vai ao encontro do processo de reconfiguração da missão e dos objetivos desta nova
institucionalidade, no tocante a oferta de educação superior e cursos de formação docente
O procedimento para o tratamento e análise dos dados, deu-se com base na análise de
conteúdo. No interior da análise de conteúdo, usaremos o procedimento da análise temática,
levando em consideração os “polos cronológicos” de que nos fala Bardin (1977): 1) a pré-análise;
2) a exploração do material; 3) o tratamento dos resultados.
Esta fala está, de algum modo, presente no discurso dos demais professores entrevistados.
Para além destes saberes o PAP01, amplia este campo, acrescentando outra dimensão da relação:
Todo professor além de ter e possuir domínio de conhecimentos específicos da sua área,
precisam também ter o domínio das questões pedagógicas, que seriam justamente essas
relações...[...] as relações afetivas, do “trato com o conteúdo”, da condução de aula e fazer
com que os alunos entendam o conteúdo proposto...[...] A aprendizagem acontece quando
o aluno consegue entender a importância e a necessidade de entender aquele determinado
assunto para sua vida, ou seja, quando o aluno consegue fazer a relação desse assunto no
seu processo de formação profissional e formação humana que é o que a gente chama de
“dar significado”, então os saberes docentes não são aqueles presos apenas nas questões
específicas, mas naqueles relacionados a como eu trato dos meus alunos, como meus
alunos me tratam, como eu me reconheço como professor e como eu reconheço os meus
alunos.
Com relação a segunda temática a categoria currículo surge a partir da mesma lógica de
construção da anterior, como produto da questão de entrevista e como discurso do professor
entrevistado. A construção se deu observando que o conteúdo da categoria evocada pelos
professores a percebem como uma categoria em movimento, no sentido de estar sempre em
construção. Assim, percebem o currículo como prática e enquanto tal sujeita às contradições do
movimento da realidade. Ou seja, compreendem o currículo como algo dinâmico em que apresenta
elementos de constâncias e elementos de passagem. Deste modo, a respeito do currículo do curso
e suas possibilidades de uma formação adequada, assim se expressou o PAE01 “Ele sempre vai
precisar estar sendo aperfeiçoado porque a gente vive numa sociedade que ela é dinâmica...”
Mais enfática foi a fala de PAP01, se expressou:
Claro que ele não vai responder a todos os desafios, nem esse curso em nenhum outro
curso... O “nosso” curso de química da instituição (do IFPE – campus vitória) é um curso
muito sólido, muito consistente na perspectiva da preparação do professor porque é um
curso bem equilibrado no sentido do “trato dos conhecimentos específicos da química”
como no “trato dos conhecimentos do ser professor”, ou seja, ele tem uma preparação
consistente no sentido de ser professor de química.
Entretanto, percebemos que a dinâmica do currículo, como movimento inerente à esta
categoria envolve, segundo o PAP02, outra característica importante, a de ser “adaptável” às
exigências de formação que vão surgindo, “ o currículo precisa ser flexível e quando a gente se
reúne e analisa o currículo a gente observa que ele é sempre modificado e acaba por se adaptar
às novas realidades que vão surgindo no decorrer do ano. ”
Com relação a terceira temática, definida como Prática Pedagógica, percebemos ser
constante na fala dos professores entrevistados a preocupação com uma prática planejada. Este
A abordagem do conteúdo é que você tem uma maior liberdade pra tratar uma vez que os
conteúdos já são pré-determinados dentro da ementa, então, a liberdade que você tem é
exatamente na abordagem, de você dar uma nova “roupagem” a determinados conteúdos
que são obrigatórios aos alunos na formação docente e, obviamente, tanto a avaliação
quanto a organização das disciplinas devem estar conectadas ao conteúdo e para além
desse conteúdo com o que se propõe o projeto pedagógico do curso.
Entendendo o planejamento para além de instrumento de organização da prática
pedagógica, surgiu entre os professores entrevistados uma compreensão sobre planejamento para
além do aspecto instrumental. Neste sentido, é importante a fala docente PAP01:
Para eu atuar como professor eu tenho que planejar, para eu planejar eu tenho que saber
o que é que vai ser tratado e como eu vou abordar, pois não é só o fazer, mas qualquer
ação que se tenha como professor em sala de aula, que o ato educacional é um ato
intencional porque é um ato político de tomada de decisão... [...]porque o professor
precisa planejar pois quando eu planejo uma aula ou qualquer ação e faço de acordo de
como eu penso, então quando a gente está falando de didática, que é muito forte, “que
tipo de professor é esse?” , “que tendência ele segue?”, “qual é a linha de seu raciocínio?”,
A quarta categoria está relacionada ao movimento geral do curso que envolve diversos
aspectos da formação. Vários desses aspectos já mencionados aqui, quando atuam de forma
articuladas contribuem de forma significativa para a formação de qualidade. Neste sentido,
buscando identificar os limites nos processos formativos, formulamos uma questão de entrevista
que buscasse identificar as “ausências”. Deste modo, surgiu a temática “práticas e conteúdos
ausentes na formação.” Nesta temática/categoria observamos na fala dos professores uma
constância no que tange a reivindicar mais elementos da “prática”. Ao que tudo indica esta
dimensão da formação está relacionada a aspectos metodológicos, como podemos verificar na fala
de PAE01
Eu acho que um aspecto que nós deixamos a desejar no currículo é uma maior utilização
de recursos “extra sala de aula” o nosso currículo e a escola de uma forma geral anda
muito presa a paradigmas do século passado, a sala de aula não mudou muito do ponto
de vista real, não usamos hoje as tecnologias da informação quando elas permitem ao
professor, onde entra a questão da formação, estender essa sala de aula para outros
ambientes que não seja o ambiente físico da sala de aula e isso a gente peca no nosso
currículo de não ter uma abordagem mais incisiva, um peso maior na formação dos
licenciandos, na preparação deles para poder tomar vantagem das tecnologias da
informação.
... as atividades práticas. [...]eu acredito que os nossos alunos, no currículo atual, eles
carecem um pouco de formação prática e vivência no laboratório de química uma vez que
eles são preparados tanto para atuar no ensino médio quanto para atuar no ensino técnico
onde se tem uma carga muito pesada de laboratório.
Entretanto, destacamos uma fala que transcende aos aspectos meramente epistemológicos,
conceituais e assumem, de algum modo, uma conotação procedimental, atitudinal. Destacamos
por entender que a formação de professores, os conteúdos não explicitados, mas que se refletem
na prática, algumas vezes inconscientes do professor, são também “conteúdos de formação”. Neste
sentido, destacamos a fala docente abaixo:
Essa é uma pergunta que requer um pouco mais de reflexão...[...] dessas situações e ai no
caso acaba se tornando ausentes certas questões, mas uma questão que posso elencar não
como ausente, mas que merecia uma atenção especial é a questão interpessoal, do
contato como o outro, pois é como eu digo: “você tá trabalhando pra ser professor, você
vai trabalhar com gente, então se você não gosta de gente, ou não sabe como trabalhar
com gente, ou não quer trabalhar com gente, você está no curso errado e tem que se
achar!”, porque trabalhar com gente não é fácil e o tempo todo, quando se está falando
em educação, você está trabalhando com gente seja seus alunos, outros professores, seja
os pais dos seus alunos... (PAP01) (grifos nossos)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A nossa pesquisa indicou algumas categorias empíricas essenciais, tomadas de nosso ponto
de vista, como pares dialéticos que se associam mutuamente. Uma delas se apresenta na relação
entre os saberes do conhecimento científico e os saberes pedagógicos. Todos os professores
mencionaram a necessidade do domínio desses dois campos de saberes para que a prática docente
possa contribuir, de forma significativa, na formação do licenciando em química. Outra categoria
empírica revelou-se na dinamicidade do currículo. Os professores destacaram que este instrumento
organizador dos saberes e orientador das práticas de formação, transita no movimento da
permanência e da transitoriedade. Aspectos que necessitam estar sempre presentes, relacionados
aos saberes e outros aspectos relacionados a outros e novos conhecimentos que devem e podem
ser incorporados ao currículo e servir de aprofundamento da qualidade do ensino. A terceira
questão relacionada à prática pedagógica sendo compreendida como a relação entre o
planejamento da prática pedagógica e a espontaneidade das atividades que surgem de maneira
imprevista no cotidiano da regência. E por fim, uma categoria bastante interessante surgiu na
relação entre o que se supõe ausente no consciente do currículo, e as atitudes docentes como
conteúdos de formação profissional.
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro.
Lisboa: Edições 70, 1977.
GATTI Bernadete Angelina & BARRETO, Elba Siqueira de Sá. Professores do Brasil: impasses
e desafios – Brasília: UNESCO, 2009.
RESUMO
Esta pesquisa se propõe discutir a importância de compreender a união entre os métodos de
pesquisa quantitativo e qualitativo como instrumentos complementares da investigação. Por mais
de dois séculos, se discute qual o método mais eficaz para a pesquisa científica. Sobressaiu – se,
nesta querela, o método quantitativo, por pensarem os positivistas, ser a maneira mais eficiente de
cientificizar. Será que, apenas por meios matemáticos, se mede resultados? É possível que esses
métodos se unam para maior sensatez cientifica? A argumentação tem por base August Comte
(1978 [1820]), com padronização das ciências: as Humanidades com método de investigação das
Ciências Naturais; Wilhelm Dilthey (1883) que traz o conceito das Ciências do Espírito, por
consequente, são diferentes da Naturais; Max Weber (2000 [1921]); (2004 [1905]) traz a ciência
como construção social, portanto, a investigação dos fatos se dá através interpretação, da
compreensão e da explicação. Boaventura Santos (2003) propõe maior aproximação da ciência
com a sociedade, pois, os fenômenos são historicamente associados e culturalmente determinados;
Maria Minayo (2012) mostra uma herança deixada pelo método qualitativo; Reinaldo Furlan
(2017) propõe a dissipação das fronteiras entre os métodos. Zappellini e Feuerschütte (2015);
Ranulfo Paranhos et al (2016) e José Santos, et al (2017) discutem a necessidade de um trabalho
integrado entre as ciências e apresentam o multimétodo, que contribuirá para o avanço científico
no alcance maior dos problemas da sociedade contemporânea. O método é qualitativo, de caráter
bibliográfico, elaborada a partir de publicações já existentes. Resultados apontam para
estreitamento das fronteiras dos métodos para seriedade maior na investigação cientifica.
1. INTRODUÇÃO
Na animosidade da guerra das ciências, alguns escritores, da área das Ciências Naturais,
citaram a contraexemplo de produção científica o livro “Um Discurso sobre Ciências, do sociólogo
Boaventura Sousa Santos. Daí suscitou a escrita de uma obra interessante, “Conhecimento
Prudente para uma vida decente: Um discurso sobre as ciências revisitado”, do mesmo autor, em
resposta as discussões sobre o que é Ciência para a ala Humanista. Assim, este artigo mostrará a
predominância do método quantitativo, marcará ações que deram início ao método qualitativo e
discutirá o aparecimento do multimétodo, como a proposta de união para fortalecimento da Ciência
na contemporaneidade.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A HEGEMONIA DA PESQUISA QUANTITATIVA
Nicolau Copérnico (1473-1543) deslocou olhar do mundo em ver a Terra como o centro
do universo para a conhecida e respeitada Teoria Heliocêntrica, mais tarde complementada por
Johannes Kepler (1571-1628), o que criou três leis importantes para o entendimento da astronomia
hoje: a lei das órbitas, a lei das áreas e lei dos períodos. Galileu Galilei (1564-1642) deu origem
ao método científico; mostrou como os corpos se movimentam; criou a balança hidrostática, o que
deu origem ao relógio de pêndulo; construiu um telescópio; fez descobertas incríveis sobre os
Neste impacto, muitos cientistas no século XIX, não vendo a mesma progressão científica
nas áreas das ciências humanas, passaram a defender que as ciências sociais deveriam utilizar os
mesmos métodos aplicados pelas ciências naturais. A sociedade passava por um período de
instabilidade em razão das Revoluções Francesa e Industrial, surge neste cenário Isidore Auguste
Marie François Xavier Comte (1798-1857), idealista do Positivismo. Para ele, somente através de
métodos exatos, seria possível estabilizar aquele momento social crítico. Assim, cria a Física
Social (1978 [1820]) (Sociologia), que passa ao quadro das ciências naturais. Esta deveria ser o
instrumento para ordenar o caos social de sua época.
Todas as ciências são tidas por Comte em sua mais alta extensão como físicas. A física é
o modelo, por excelência, de ciência positiva: todos os fenômenos, quer astronômicos,
químicos ou fisiológicos, são tratados como físicos. Com relação aos fenômenos sociais
não poderia ser diferente. A sociologia também é pretendida ser uma ciência física, daí a
denominação física social. Não obstante essa denominação, Comte afirma não pretender
alcançar com os estudos dos fenômenos sociais a mesma perfeição que possuem os outros
ramos da filosofia natural. Mas todo o seu esforço se direciona no sentido de imprimir a
essa classe do nosso conhecimento. (BRANDÃO,2011, p.5,6)
Autguste Comte (1798-1857) lançou como ideia, não só uma metodologia igual a ser
tratada para as ciências naturais e ciências humanas, mas que as ciências humanas fossem parte
das ciências naturais. Esta ciência da sociedade atuaria sob dois aspectos: o estático – análise do
que havia em comum entre as sociedades: o núcleo familiar, a divisão do trabalho e com isto estaria
em colaboração, a ordem social; o outro aspecto era o dinâmico – o estudo das leis que
impulsionavam o progresso social. Este, visto não como conforto, aquisição de bens, sucesso ou
igualdade entre os seres humanos, mas como aperfeiçoamento da ação humana sobre a natureza.
(BRANDÃO, 2011)
Ana Brandão (2011) argumenta que a matemática era a base fundamental de toda ciência
de Comte, por que, na visão dele, os fenômenos simétricos e mecânicos são os mais gerais e mais
simples; por serem mais abstratos e mais irredutíveis, atuam mais independentes dos outros. Albert
Einstein (1921) interroga a razão pela qual a matemática desfruta desta realeza, tornando –se
superior às demais ciências. É fático em dizer que os demais pesquisadores não precisam ter inveja
do matemático, pois os objetos da matemática pertencem ao mundo da imaginação e não da
realidade. Prossegue na reflexão:
Porém, há outra razão para o alto conceito de que goza a matemática, no sentido de que
é a matemática que confere às ciências naturais um certo grau de certeza, o qual não seria
atingido sem a matemática. A esta altura coloca-se um enigma que, ao longo dos tempos,
tem preocupado as mentes inquisitivas. Como pode ser que a matemática – que é, afinal
de contas, um produto do pensamento humano independente da experiência – seja tão
admiravelmente adequada aos objetos da realidade? Será então a razão humana capaz de
perscrutar as propriedades das coisas reais sem a experiência, apenas valendo-se do
pensamento? Em minha opinião, a resposta a essa questão é, em síntese, a seguinte: na
medida em que as proposições da matemática se referem à realidade, elas não são certas;
na medida em que são certas, elas não se referem à realidade. (EINSTEIN, 1921)
Entretanto, por longos duzentos anos, a ciência dominante, rejeitou sistematicamente as
evidências das experiências imediatas, já que estas teriam por essência o conhecimento vulgar,
resultado das sensações, portanto, ilusório. A ciência era, portanto, a única forma de construir um
conhecimento verdadeiro, as demais formas de conhecimento não eram consideradas. Assim, o
Apesar do domínio das ciências naturais, por mais de dois séculos, filósofos e sociólogos,
a exemplo de Wilhelm Christian Ludwig Dilthey (1833 – 1911) e Maximilian Karl Emil Weber
(1864-1920) minaram a estrutura ideológica predominante e influenciaram a geração presente,
como ecos para o futuro.
Para este humanista, os fatos da natureza devem ser explicados (erklären), por serem
fenômenos externo ao homem; mas os eventos humanos devem ser compreendidos (verstehen),
por serem acontecimento internos, que são as experiências vividas pelo ser humano (erlebins). Em
Dilthey (2010 [1883]), há uma denúncia em que o modo de discutir o objeto das ciências precisava
de uma revisão, pois as Ciências Naturais possuíam como objeto a natureza; mas as Ciências do
Espírito têm como base de estudo o ser humano. O sentido, objetivo, a valoração das coisas estão
ligas às Ciências do Espírito, já que estas examinam as leis e a regularidade dos eventos, mas
também, os fatos na especificidade de cada um.
Outro nome que trouxe, às Ciências Humanas, uma visão contraposta ao pensamento
comteano foi Maximilian Karl Emil Weber (1864-1920). Este sociólogo promoveu rupturas com
a cultura de sua época e mais especificamente fez ciências inversamente proposto ao pensamento
dominante, em que as Ciências Naturais tinham a supremacia. Weber, como autêntico alemão,
rejeita a universalidade de ideias e isto vai corroborar para que fizesse a contraposição aos ideais
positivistas.
Este cientista social, criou um método científico social para analisar a sociedade da época.
Na obra A Ética Protestante e o Espírito Capitalista (2004 [1905]), ele apresenta para o mundo
uma nova forma de pensar ciência com o método social. Lança o método empírico compreensivo.
Uma ideia presente nas obras de Dilthey, mas reformulada e mais completa.
Para Weber (2000 [1921]) a Sociologia é uma ciência que tem como objetivo compreender
a ação social, através da interpretação; a partir deste estudo, explicar causalmente o
desenvolvimento e efeitos dos fatos. Na Sociologia Compreensiva, o principal é o sentido social,
encontrado nas relações entre os indivíduos, com a concreta e efetiva observação do pesquisador.
Dessa forma, o método compreensivo procura o maior número de fatores, que possam explicar o
fenômeno a ser observado, como causa de aquele fato ter acontecido daquela maneira.
Após quase três séculos de debates entre as Ciências Naturais e as Humanidades, reacende
de forma, nada convencional, essas discussões. Frente a uma afronta direta, o sociólogo
Boaventura Sousa Santos defende a classe, publicando a obra “Conhecimento prudente para uma
vida decente: Um discurso sobre as ciências revisitado” (2003), mostrando que este paradigma,
considerado ainda dominante, já está em declínio. De forma gradual, desde Einstein (1905) com o
advento da Mecânica Quântica, este modelo de racionalidade, entrou crise, irreversível e perdendo
espaço para as humanidades.
Em Um Discurso Sobre as Ciências (1985 [2008]), obra que sofreu a crítica de positivistas,
Boaventura Santos mostra que as Ciências Humanas surgem como emergentes, mas que pouco
tempo levará, para que as linhas divisórias entre Natureza e Humanas sejam diluídas; isto pela
própria dinâmica social, já que um dos pressupostos do paradigma científico da pós – modernidade
é o enfrentamento da incerteza (MORIN,2011). Para Santos (1985 [2008]), é preciso articular os
conhecimentos na multidisciplinaridade/interdisciplinaridade. Ele reafirma a importância do
conhecimento científico, mas que este deve servir para detectar os erros e as ilusões; as pessoas
precisam estar abertas para o novo, pois, nisto ocorre o avanço da história/ciência.
Pedro Demo (2008) compara os dois métodos, mostrando que as Ciências Naturais optam
por entender a dinâmica através da estática (da lógica, matemática, formalização); entretanto, o
estudo da sociedade é natural, como exemplo na atualidade, a destruição da natureza, junto está
indo o social. Dessa forma, ele se sente atraído pelo qualitativo; pois, considera uma metodologia
complexa e de exuberante não linearidade, em que “a sociedade se manifesta e esconde, salta e se
anestesia a torto e a direito, irrompe e submerge cá e lá, de tal sorte que, quanto mais sabemos,
sabemos principalmente que nada sabemos, com dizia Sócrates”. (p.12)
Maria Minayo (2015) irrompe na perspectiva de um olhar solene e traz como um legado
para a Ciência de uma forma geral. Neste pensamento, o método qualitativo criou uma cultura
própria comum, um conjunto de premissas e práticas compartilhadas, em torno de alguns grandes
pensadores (filósofos e sociólogos) que remontam a correntes antigas do pensamento grego. Para
ela, é indiciosa a divisão metodológica entre o quantitativo e o qualitativo, retoma uma premissa
do pensamento de Imamnuel Kant (1724 - 1804), em que todas as coisas têm duas dimensões: uma
de quantidade, que se pode contar e vai até o infinito; outra, qualidade ou de intensidade, que é de
um para zero. Assim, a diferença entre os dois métodos está em a natureza do objeto. Neste
pensamento, ela rarefica as demarcações entre os dois métodos.
José Santos et al (2017) aponta as principais estratégias para utilização do método misto;
como também, quatro situações mais especificas em que se usa o método:
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde o século XIX, é efervescente a discussão de qual melhor método a ser aplicado na
investigação científica. A distinção entre o método quantitativo, defendido e aplicado pelas
Ciências Naturais; assim como, proeminência dessas Ciências; e o método qualitativo preferido
pelas Ciências Sociais, tem colocado cientistas em confronto por muitos anos.
Neste novo contexto, vem se erguendo o multimétodo com objetivo de dar maior
veracidade aos dados pesquisados. Esse momento é um salto de qualidade dado pelas
humanidades, por considerar a complexidade dos fatos na sociedade contemporânea. O método,
também chamado de misto ou triangular, poderá ser utilizado para confirmação, quanto para
complementaridade dos resultados. Dessa forma, quanto mais convergirem as informações,
utilizando tipos de dados e coletas diferentes, mais densos serão os resultados. Em caráter de
3
Sentido assemelhado ao de Gilles Lipovetsky (2004), as relações do homem em e com uma sociedade em constante
mudança.
REFERÊNCIAS
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encurtador.com.br/aclP4 Acesso em: 23.03.2020
RESUMO
Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada previamente para um estudo de doutorado em Artes
e Humanidades (AR). Esta revisão se debruçou sobre teóricos das áreas de educação, pragmática
e teatro com o intuito de refletir sobre a escrita do texto teatral na escola pública. Acredita-se que
o ensino da linguagem teatro pode ser realizado além da prática de jogos teatrais e improvisação
que sempre culminaram em construção de cenas para o calendário da escola, o que pode limitar o
uso do teatro naquele ambiente. Concebe-se que a aprendizagem da escrita do texto teatral deve
ser também uma prática executada na escola. Para que isso ocorra, se faz necessária a conformação
de metodologias que auxiliem alunos e professores a atingirem esse objetivo.
INTRODUÇÃO
O interesse deste estudo é refletir sobre a necessidade da produção do texto teatral na escola
pública a ser desenvolvido em uma pesquisa de doutorado na Universidade Nacional do Rosário
(Argentina). Em paralelo, discutir a importância do desenvolvimento de uma metodologia como
estímulo à aprendizagem da escrita teatral ou dramática que aproxime o estudante da linguagem
teatral a partir do texto, cuja última instância é que ele seja capaz de relacioná-lo com a encenação
e seus componentes. Com isso, poderá refletir sobre a linguagem teatral e conceber o texto escrito
como um legado cultural que se perpetua ao longo da histórica. E perceberá que, enquanto bem da
cultura humana, a literatura promove conhecimentos ao relacionar-se com outras áreas e épocas,
estimula o senso estético, sensibiliza, amplia a percepção e desenvolve a criticidade.
A disciplina teatro pode ser estudada e partilhada na escola como área do conhecimento
através de experiências teórico-práticas, haja vista que a experimentação da linguagem teatral se
concretiza por meio de diversos modos e estímulos, tais quais, os jogos teatrais, a história do teatro,
a encenação e a literatura que são possibilidades inerentes a essa linguagem (BRASIL, 1997). Por
isso mesmo, na prática de ensino de Artes focada na proposta triangular de Barbosa (1978), o
estudante pode ser levado a apreciar a encenação do texto dramático através da sua leitura
silenciosa e/ou partilhada, e ainda quando há a proposta de ir ao teatro; contextualizá-lo na história
e com o seu próprio conhecimento de mundo, pois o professor pode fazer essa ligação com dados
históricos, e, fazer/produzir a cena, ele mesmo, através da prática da encenação textual.
A prática de ensino de teatro na escola demonstra que seu objetivo não visa tão somente a
aplicação de jogos cênicos e improvisações que culminem em cenas teatrais a serem incluídas e
apresentadas durante o cumprimento do calendário escolar. Em algumas experiências praticadas
pelo professor-pesquisador em escola pública, se pode verificar que, quando os alunos são levados
apenas àquelas práticas, elas se tornam limitantes e descontextualizadas de outros elementos da
linguagem teatral, e também instituem uma “mesmice” nas aulas de teatro como se o conteúdo não
pudesse avançar ou fosse limitado. Nessa perspectiva, a fim de dinamizar a prática teatral e ampliar
os conhecimentos dos alunos sobre teatro, concebe-se que a criação textual ou dramatúrgica pode
ser um desses objetivos. Em decorrência disso, o estudo do texto teatral se faz necessário na escola
para a aprendizagem e potencialização da escrita dramática, por incentivar o educando a conhecer
e aprofundar a linguagem teatral.
[...] a práxis artística permite a criação de objetos que elevam a um grau superior a
capacidade de expressão e objetivação humanas, que já se revela nos produtos do
trabalho. A obra artística é, acima de tudo, criação de uma nova realidade; e visto que o
homem se afirma, criando ou humanizando o que toca, a práxis artística – ao ampliar e
enriquecer com suas criações a realidade já humanizada – é essencial para o homem.
(2011, p. 231)
Portanto, é também oportuno buscar uma prática sistematizada de ensino da escrita do texto
teatral porque se trata da necessidade de dar continuidade, preservar e redimensionar uma prática
cultural (CHARTIER, 2002; 2007) que é a escrita de textos dramáticos, o que pode vir a alicerçar
a memória da arte de escrever literatura dramática, pois, segundo Bosi “Quando a sociedade
esvazia seu tempo de experiências significativas, empurrando-o para a margem, a lembrança de
tempos melhores se converte num sucedâneo da vida” (1994, p. 82). E como resultado, se pode
escrever com mais autonomia e senso crítico, além de, com a fomentação de novos escritores de
dramaturgia é possível manter a historiografia dramática.
REVISÃO DA LITERATURA
A revisão da literatura que versa sobre a escrita de textos teatrais ou a estruturação de uma
prática que inclua essa atividade no âmbito escolar apresenta uma escassez bibliográfica sobre o
assunto (OLIVEIRA, 2007). Nessas referências, geralmente o que constam são reflexões sobre
tendências e algumas propostas baseadas em experimentações relacionadas com o ensino e a
aprendizagem. Nessa perspectiva, o que se faz aqui é trazer um recorte do conhecimento
desenvolvido sobre a produção do texto teatral na educação formal, com base em autores
(OLIVEIRA, 2007; SILVA, 2012; SOUZA, 2015) que se debruçaram sobre esta temática.
A ligação entre escrita e leitura para realizar processos criativos e promover a produção
textual pode ser necessária na atualidade em razão da apresentação em cena de textos literários e
não literários, o que solicita o estudo sobre os procedimentos para se escrever textos de teatro. O
entendimento desses procedimentos se faz necessário porque, dentre outras razões, verifica-se uma
fragilidade nas consistências textuais, muitas vezes construídas através da junção de fragmentos
de textos, o que implica em uma encenação dramaturgicamente fragilizada (OLIVEIRA, 2007).
Disso reside a necessidade de levar ao educando das escolas públicas o conhecimento da literatura
dramática, até mesmo como possibilidade não apenas de se apropriar dela, manipulá-la e
transformá-la, mas de criação lítero-dramática, a partir de novos objetivos, contextos e vivências.
Esse objetivo pode ser alcançado a partir da sistematização de uma metodologia apropriada.
Nessa perspectiva, em seu estudo doutoral, Fortunato (2009) verificou que em países como
os Estados Unidos e Inglaterra, existe a oferta de cursos de graduação e pós-graduação para o
ensino da crítica literária e formação de escritores. Tais cursos priorizam a prática da produção de
textos da esfera literária. E subjaz nessas propostas, a ideia de que se pode formar escritores na
escola. A pesquisadora afirma ainda sobre a necessidade de criação de cursos que se destinem ao
ensino da escrita, e verificou que no Brasil somente nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grade do
Sul e São Paulo é que surgiram algumas propostas (FORTUNATO, 2009), ainda irrisórias, todas
No entanto, apesar do pouco número de cursos voltados para a dramaturgia, se pode notar
a existência de uma preocupação com essa atividade escrita e criativa inerente ao teatro, cuja
continuidade se faz necessária para a sua manutenção.
Com base no tratamento do tema desta pesquisa - a escrita do texto dramático na escola
pública -, sentiu-se a necessidade de se buscar um aporte teórico sobre o mesmo no sentido de se
constituir um percurso investigativo elaborado por outros estudos, verificar seus alcances e vazios
que podem ser potenciais para a configuração de novas descobertas. Sendo assim, o que se propõe
a seguir, é um recorte, um delineamento teórico sobre texto teatral ou dramático, seus elementos
constituintes e a pragmática do diálogo no texto teatral, sem a intenção de esgotar todo o aporte
teórico sobre esses temas.
O filósofo grego Aristóteles (1999) ao conceber a divisão dos gêneros literários em épico,
lírico e dramático, assinalou que o texto teatral se encontra na categoria do drama. A diferença
principal entre os dois primeiros, é que a modalidade dramática tem como característica a de ser
escrito para a representação num palco pelo fato do termo drama designar ação (STAIGER, 1969),
pois mesmo em sua leitura, não se pode prescindir de movimentação dos personagens (GOUHIER,
1968 apud MOISÉS, 2000), no entanto, ao sair da malha textual, serão os atores com seus corpos
e vozes que o colocarão em cena. Por isso, como assinala Oliveira “O texto é o ponto inicial [...]
sua relação com o público não ocorre através da leitura e sim através de atores que
metamorfoseiam em ação que será dialogada” (2007, p. 19).
O filósofo Aristóteles, em sua Arte Poética (1999), ao se reportar à tragédia, diferiu a arte
dramática das outras formas artísticas, considerando-a como imitação da vida – mimese; mas de
O texto dramático contém elementos que o delimitam nesse lugar da ação, a qual exigirá
um conflito vivido pelos personagens. Estruturalmente, esse tipo de texto pode ser dividido
classicamente em atos e cenas, embora a dramaturgia contemporânea (LEHMANN, 2007) muito
tenha transformado tal divisão.
Em sua forma de texto escrito, muito se pode depreender e aprender desse tipo de literatura,
quando o professor se debruça sobre a análise de texto, levando o educando a assinalar e desvendar
seus elementos (o tema, a concepção do dramaturgo, a riqueza psicológica dos personagens
expressa em suas falas e ações, as indicações cênicas, o enredo, o espaço e o tempo, dentre outros).
A análise do texto se faz necessária para se descortinar suas entranhas e, como atividade em si
mesma, se constitui em possibilidade de conceber essa prática como produtora de conhecimentos
sobre o texto artístico, pois cada vez que o aluno lê e o analisa, ele faz novas descobertas.
A linguagem teatral sendo composta por conteúdos que estão além dos processos de
racionalização que contribuem para a promoção da consciência crítica humana em formação
constante, se tornaria necessária a adequação do currículo para se atingir o objetivo de congregar
outros conteúdos que a linguagem artística propõe como os citados por Eisner (2008), a fim de
que, na escola da contemporaneidade se dilua a homogeneidade da reprodução social em seu
âmbito, já que, na educação escolar, como afirma Macedo:
Contudo, mesmo com o surgimento de uma lei como a citada anteriormente que reconhece
as várias contribuições da linguagem artística, o seu ensino ainda pode estar aquém do que poderia
oferecer, e do que sugerem os PCN - Arte para o educando quando exprime o objetivo de:
Utilizar as diferentes linguagens [...] como meio para produzir, expressar e comunicar
ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados,
atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação (BRASIL, 1997, p. 8).
O uso das linguagens como maneira de comunicar e expressar percepções e ideia de
mundo, já se constitui num fazer cultural, pois como reitera Duarte Jr. “O próprio ato de ordenar
Tanto os PCN (BRASIL, 1997) quanto a LDB (BRASIL, 1996) apresentaram avanços
sobre o ensino da linguagem artística nas escolas, contudo, nota-se que ainda se faz emergente o
surgimento de novas pesquisas que persigam o objetivo de constituir uma prática da escrita de
textos teatrais na escola.
Dentre os estudos que buscaram efetivar de forma prática o contato entre aluno e escrita do
texto teatral, destaca-se o de Oliveira (2007) que utilizou a estrutura das peças didáticas do
dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) e os jogos teatrais para a criação de textos. Esse
estudo seguiu um percurso que foi iniciado com a leitura das peças, discussão e memória oral dos
participantes, relacionando-se com o enredo do texto; para, em seguida, realizar improvisações
através das quais se criaram cenas que se transformaram em um texto escrito que reuniu as
representações cotidianas dos participantes. As improvisações que realizaram, foram baseadas em
temas do cotidiano, dos quais eles detinham o conhecimento a partir de suas vivências na
comunidade em que residiam e também das notícias veiculadas em jornais impressos e noticiário
de programas de televisão. Por isso, o objetivo do estudo perpassou pela conscientização política
e estimulação estética dos participantes em busca de uma autonomia e inserção sócio-política
através do conhecimento teatral.
Os temas do cotidiano e a estimulação estética são dois elementos que serão incorporados
no atual estudo sobre a escrita dramática na escola pública. Pois acredita-se que os sujeitos
participantes devem ter a liberdade de acessar os conhecimentos da atualidade e valorizar aqueles
que lhe são mais próximos e afetantes. A estimulação estética se fará através da apreciação in loco
de peças de teatro, além da leitura de textos de diversos períodos históricos a fim de conhecerem
as modalidades e estilos e saberem apreciar a obra artística. Isso poderá lhes permitir uma
autonomia e maturidade no momento de produzir textos teatrais.
Considera-se essas formas de escrever textos dramáticos na escola como uma maneira
peculiar de exercitar a escrita e proveitosa para fomentar e manter o interesse dos alunos pelo
teatro e seus elementos. Contudo, ainda se percebe a inexistência de procedimentos metodológicos
que garanta por si mesma a produção do texto teatral no âmbito escolar, sem a ênfase em
retextualizar ou adaptar poesias, contos e outros gêneros textuais.
Outra pesquisa realizada por Silva (2012) analisou a experiência em teatro realizada com
estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental, na Escola Parque 303/304 Norte, no ano de 2011,
com o objetivo de constituir uma metodologia centrada na construção dramatúrgica através do
processo colaborativo (FISCHER, 2003). Concebe-se o processo colaborativo como uma forma
de criação teatral que surgiu a partir da década de noventa do século vinte, e que foi absorvido por
diversos grupos de teatro (IDEM, IBIDEM). Enquanto princípios de conduta frente ao ato teatral,
incentiva a construção de uma obra com o concurso de diversos criadores, o que possibilita a
comunicação criativa entre todos os participantes. Desse modo, impele o potencial artístico de
cada sujeito envolvido, respeitando a função artística especifica de cada integrante - dramaturgia,
direção, atuação e demais outras -, evitando uma rígida relação hierárquica entre estas.
Nesta pesquisa, não se tem a intenção de que o educando passe diretamente pela
experiência de ator/intérprete ou experimente jogos e improvisações, mas sim, que, ao conhecer o
que é a literatura dramática, possa pensar como dramaturgo, como criador-escritor do texto de
teatro. O que não diminui a sua experiência artística nem a sua contribuição para o fenômeno
Um dos pontos de partida para debruçar-se sobre o texto teatral é a observação da ação. “A
análise sequencial da ação é a porta à compreensão da peça e proteção contra interpretação errada”
(BALL, 2011, p. 29). Uma peça de teatro é uma ação, constituída por uma série de pequenas ações.
Por isso, para Ball “A ação ocorre, quando acontece algo que faz com que, ou permite que uma
outra coisa aconteça” (2011, p. 23). É necessário ressaltar que em teatro uma ação estará sempre
para além do ato físico, pois, como ser que age, uma fala do personagem é considerada uma ação
que vai impulsionar a próxima fala-ação, e assim sucessivamente. Portanto, em teatro, haverá
sempre uma intenção no falar que propõe uma atuação de forma que, “[...] só na necessidade de
alterar a passividade do outro, o dizer (sic) cobra sentido de jogo e constrói a sequência de
ação/reação que desperta no espectador a curiosidade, a expectativa […]” (PRICCO, 2015, p. 195).
Desse modo, física ou verbalmente, uma ação é um evento que impulsiona outro até que haja um
resultado, uma resolução.
Em teatro, quando não ocorre um fato inesperado, uma situação pode permanecer
inalterada e institui a previsibilidade. Essa situação é conhecida como estase (Ball, 2011).
Ordinariamente, qualquer circunstância que se apresenta na introdução de um texto de teatro está
em estado de estase, mesmo que às vezes seja rompida antes que a peça comece; mas ainda assim,
se sabe qual seria. Quando a estase é interrompida por um personagem ou por alguma ocorrência,
se instala a intrusão, que é um movimento desencadeante que desestabiliza a estase. Para Ball:
Logo no início de uma obra encenada, a exposição apresenta alguns dados prévios do local
da ação, da época, do horário, da situação, das personagens, a partir das quais, passado e futuro
estão sempre implícitos nas cenas iniciais. De acordo com Ball “[...] uma boa exposição revela
nada mais nada menos do que tudo quanto é necessário para que o público penetre nos começos
da ação da peça” (2011, p. 68). Cada partícula de uma exposição é fundamental para a ação da
peça, por isso, é necessário conhecer as conexões para se entender uma peça de teatro.
Quanto ao tema central, não se deve ter uma preocupação excessiva em identificá-lo
quando se escreve ou se lê uma peça de teatro, pois ele vai se revelando ao longo do processamento
das cenas ou da leitura do texto. Até mesmo porque, uma peça pode conter muitos temas, como
por exemplo, em Macbeth, de William Shakespeare (1564-1616), quando se identificam a
ambição, o poder e a culpa. Como uma expressão da peça, o tema é, de certo modo, um resultado.
Ele é uma virtualidade, algo do plano do abstrato que requer leitura e entendimento, pois está
intrincado nas ações e conflitos.
Finalmente, os elementos destacados nesta seção constituem apenas uma parte de outros
tantos que podem compor um texto teatral. Sabe-se que muitos elementos podem ser dramáticos
nessa modalidade textual (ação, falas, surpresas, ritmos, situações) e o dramaturgo os utilizará
suficientemente para tornar o sentido dramático predominante no texto.
DIÁLOGO E PRAGMÁTICA
[...] o estudo dos princípios que regulam o uso da linguagem na comunicação [...] as
condições que determinam [...] o emprego de um enunciado concreto por parte de um
falante concreto em uma situação comunicativa concreta, como sua interpretação por
parte do destinatário (1996, p. 14).
E o diálogo, analisado como linguagem, é objeto de estudo da pragmática porque:
a) Cada um dos sujeitos que intervém aporta seu próprio papel, sua função e seu modo de
atuar linguísticamente. Estas particularidades se traduzem na forma geral do diálogo, em
seu modo de avançar e na efetividade que possa ter.
b) Aos aspectos verbais, realizados de acordo com a secção anterior, devemos acrescentar
as ações não verbais dos sujeitos que se encontram na situação, e que podem nem sequer
participar falando, limitando-se a estar presentes e assim condicionando a situação, o que
será realizado para eles como uma situação face a face.
c) […]
d) O progresso do diálogo, de acordo com a sequência das intervenções, que pode estar
relacionado com uma situação relaxada, tensa, dramática, discursiva, etc (NAVES, 1992,
p. 33-34).
No que diz respeito às condições pragmáticas gerais do diálogo, se deve considerar que
elas se dão num sentido semiótico porque em um diálogo:
[...] são utilizados sinais que concretizam num sentido particular o significado das
virtualidades que têm como unidades de um sistema, ou então são utilizadas formas
sensatas que se tornam formantes ou sinais circunstanciais no quadro da situação
(NAVES, 1992, p. 34).
O diálogo é um ato social e como tal exige um contrato entre os falantes como a alternância
de turnos e a linguagem direta, por exemplo.
Um diálogo pode ser considerado como uma progressão de ideias que vão se implicando à
medida dessa mesma progressão; um falante a lançou e ela vai passando de um para o outro até
alcançar um ponto. Nesse sentido “A interação dialogal exige atividade de um que afeta a atividade
de outro e vice-versa para construir um discurso único” (NAVES, 1992, p. 44). Sendo assim, uma
ideia lançada anteriormente não pode ser esquecida pelo próximo falante, pois cada participante
do diálogo intervém nele a partir de um marco de referências, que forma uma unidade de sentido.
Além dos aspectos assinalados anteriormente sobre o diálogo, são características da forma
dialogada, segundo Naves (1992), por ser um ato presencial e de discurso direto: o uso de dêiticos
pessoais, espaciais e temporais; tempos verbais no presente; índices de direção ao receptor (frases
interrogativas, exclamativas, exortativas etc); sinais axiológicos (substantivos, verbos, adjetivos);
metalinguagem (função fática). Todos esses elementos fazem da forma dialogada uma linguagem
viva, semiótica, presencial e temática, com vistas a obter um resultado entre os falantes.
A teatróloga Ubersfeld afirma que “[...] há, na escritura teatral, e mais precisamente em
seus pressupostos, uma especificidade que temos de apreender [...]” (2005, p. 6). Para ela, existem
dois componentes no texto teatral: o diálogo e as didascálias ou indicações cênicas. As didascálias
são elementos comunicantes que informam o lugar, dados sobre os personagens, da ação principal
e secundárias, qual é a época a que se reporta o enredo, etc., que são produzidas pelo autor do
texto. Enquanto que o domínio das falas do diálogo é do personagem. Contudo, para Ubersfeld
(2004), a fala em teatro é um cruzamento de vozes plurais, pois quando o autor fala, ele o faz
através dos personagens, sem que ele, o autor, apareça. Assim, ele:
Num segundo momento, essa mensagem é posta em cena e é nele que o personagem sai do
anonimato do texto porque se transforma em um indivíduo-personagem. É quando se pode dizer
que as palavras pronunciadas têm um efeito sobre outras palavras e outros atos, pois o dizer no
teatro é o dizer criador de efeitos. Estes efeitos estão sob as condições de enunciação, que afetam
a situação de fala, mas também pela condição espaço-temporal-histórica que demarcam e dirigem
o discurso do personagem.
O dizer no teatro é um elemento que está para além da transmissão de uma mensagem ou
informação. Ele se constitui, sobretudo, numa forma de agir sobre o interlocutor para criação de
um efeito. Foi assim designado por Austin como atos performáticos (Ubersfeld, 2004). Um ato
será performativo por quem lhe é de direito, ou seja, será executado por alguém que tenha a devida
autoridade para dizê-lo, mesmo que a ação não seja realizada. Além do que, as circunstâncias em
que é proferida a fala, devem ser apropriadas (AUSTIN apud UBERSFELD, 2004).
O texto como tessitura a ser processada pelo leitor exige o princípio da continuidade de
sentido (KOCH, 2005), já que esse não tem uma atitude ingênua diante da malha textual, mas sim,
coloca em funcionamento todos os componentes e estratégias cognitivas que tem à disposição para
dar ao texto uma interpretação dotada de sentido.
Às vezes, a escola recusa a ideia da escrita de textos literários, dentre eles, o dramático,
alegando como motivo o fato de que enquanto instituição, ela não tem a função de formar
escritores, enquadrando-se a questão dentro de uma visão romântica de dom e talento natural. A
recusa não só retira da literatura o seu caráter de prática social e cultural como também reforça a
sacralização (LEITE, 1983). Como consequência, o educando vai adquirindo a impressão de ser a
literatura algo distante, difícil de ser acessada e produzida.
A busca pelo envolvimento com a escrita para além dos muros da escola, poderá ser
concretizada por uma consciência mais autônoma de acordo com seus interesses estéticos e
culturais e não pelos modismos dos segmentos de mercado, determinantes do que se deve escrever
(ou ler). Mas para que isso se efetive ao longo do tempo, se faz necessário o desenvolvimento de
estudos que busquem contribuir para ampliar o incentivo à prática da escrita.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão da literatura enquanto etapa que congrega o estudo científico permitiu, para a
atual pesquisa, trazer à tona os conhecimentos produzidos sobre a temática abordada – escrita do
texto teatral ou dramático, o que possibilitou para o pesquisador tomar conhecimento e se apropriar
de teorias e percursos trilhados e já testados por autores e pesquisadores. E, de posse desse
arcabouço teórico, se pode aprofundar mais ainda o problema da pesquisa, até que se tenha a
condição de erigir novas propostas a partir das comprovações ou não das hipóteses levantadas no
projeto de doutorado.
Paralelo a isso, o aluno deve conceber o ato da escrita como um exercício através do qual
circulam e tencionam diversos conhecimentos: sobre a linguagem, a estilística e sobre o objeto, no
caso em estudo, o texto teatral e sua produção escrita. Além disso, o aluno também deve observar
os conhecimentos “[...] sobre a esfera social e suas práticas discursivas; sobre discursos de outros
sobre o mesmo objeto; sobre o interlocutor e suas demandas; sobre o objeto e sobre os gêneros
discursivos e suas formas composicionais” (FORTUNATO, 2011, p. 10). Esses conhecimentos
permeiam o próprio momento de escrever e seguem seu fluxo que se inicia com o planejamento
do que se pretende produzir, a escrita propriamente dita e a revisão do texto com vistas ao produto
final.
Nessas considerações finais, se faz necessário afirmar que esse estudo não teve a intenção
de esgotar as referências bibliográficas que abordam a temática central e que, por isso mesmo, se
reportou apenas a alguns autores que considerou relevantes para esta incursão na literatura
especializada. Logicamente, outras publicações serão acrescentadas, oportunamente, durante o
percurso de realização da tese de doutoramento.
REFERÊNCIAS
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VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofía de la práxis. México: Fondo de Cultura Económica, 2011.
Nota: Todas as citações de autores na língua espanhola foram traduzidas pelo pesquisador Geraldo
Francisco dos Santos.
RESUMO
A presente pesquisa buscou Analisar as estratégias utilizadas por professores(as) dos anos iniciais
do Ensino Fundamental no processo de ensino e aprendizagem da matemática frente ao cenário de
pandemia. A pesquisa foi de cunho qualitativo e para uma melhor cognição utilizamos um
questionário como instrumento de coleta de dados, este foi respondido por educadores que
lecionam no ensino fundamental de escolas públicas e privadas de Limoeiro-PE. Diante dos
resultados obtidos podemos perceber que quando se utilizam estratégias que possibilitam a
ludicidade, a matemática torna-se mais agradável e aceitável pela maioria dos alunos visto que
alguns têm em mente conceitos negativos em relação à mesma, e o uso de recursos como o jogo
traz uma leveza e diversão no momento da aula, também foram apontados algumas dificuldades
tais como recursos limitados em algumas escolas, a ausência de um espaço físico adequado e,
considerando o cenário de pandemia que vivemos, as aulas online e a falta do contato com os
alunos.
INTRODUÇÃO
A prática do desenvolver da matemática deve visar o contexto de onde ela será utilizada,
devendo trazê-la para o cotidiano da criança dos anos iniciais do Ensino Fundamental dentre os
demais níveis de ensino. As crianças estando dentro da sala de aula ou no seu cotidiano, estão no
processo do desenvolvimento da aprendizagem, cabe ao profissional usufruir de determinados
Nesse sentido, a formação matemática pretendida na escola deve ser aquela que forma o
cidadão não apenas para o mundo do conhecimento e abstrações, mas também para a vida
em sociedade. Assim a formação do cidadão crítico, reflexivo e participativo começa
também nas aulas de matemática (LIRA, 2016, p. 3).
Nessa direção, o ensino da matemática não pode ser restrito ao “arme e efetue”, mas
possibilitando o refletir, o analisar, o ato investigativo. Em outras palavras, trata-se de
proporcionar ao aluno um ensino com sentido e significado. A matemática não é apenas uma
disciplina escolar com seus conteúdos, mas uma ciência, uma área de conhecimento a qual pode
ser vista como uma lente para se analisar e compreender o social. Nesse sentido, a matemática
pode ser trabalhada através de recursos e estratégias práticas, de situações-problemas, materiais
concretos e jogos. Este último como uma ferramenta que pode ser colaboradora na aprendizagem
e reflexão dos conceitos matemáticos. Assim,
Nessa direção, fundamentamos nossa pesquisa nos estudos de Diniz (2012), Lira (2016) e
Bianchini, Gerhardt e Dullius (2010) por oferecerem contribuições significativas ao processo de
aprendizagem e ensino da matemática.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
ASPECTOS
CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA
A presente pesquisa caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, visto que buscamos
através dos dados coletados Analisar as estratégias utilizadas por professores(as) dos anos iniciais
do Ensino Fundamental no processo de ensino e aprendizagem da matemática frente ao cenário
de pandemia compreendendo, dessa forma, como está a vivência da disciplina de matemática nas
salas de aula e aula online de algumas escolas do município de Limoeiro, tendo foco nos recursos
didáticos mais utilizados. Caracteriza-se também como descritiva, pois desta maneira buscamos
descrever como a matemática está sendo trabalhada nos anos iniciais do Ensino Fundamental e
como o uso de alguns recursos tornam as aulas mais agradáveis.
COLETA DE DADOS
Em suma, esta pesquisa foi realizada a fim de apontar a forma mais comum em que se
trabalha a disciplina de matemática nas salas dos anos iniciais do Ensino Fundamental. O processo
de coleta de dados foi a partir de um questionário online direcionado a 3 (três) docentes com o
objetivo de indagar quais métodos e recursos matemáticos os mesmos utilizam com mais
frequência em sala de aula. Com o envio deste questionário e as respostas obtidas através dele nos
possibilitou perceber que a matemática quando se é trabalhada de forma lúdica, seja através de
jogos, recursos pedagógicos ou até mesmo com o auxílio da tecnologia principalmente deste novo
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados coletados foram analisados, levando em conta a prática pedagógica utilizada por
3 (três) educadoras em relação ao ensino e aprendizagem da matemática.
QUESTÃO (1) Como sua formação contribuí para sua prática nas aulas de matemática?
QUESTÃO (2) Quais estratégias você utiliza, para identificar possíveis dificuldades nos discentes
na disciplina de matemática?
QUESTÃO (3) Quais as dificuldades que você encontrou nesse novo modelo de aula invertida,
em relação aos conceitos matemáticos?
• EDUCADORA A: A maior dificuldade é a distância e não estando perto como garantir que o
aluno realize as atividades, pois muitas vezes são realizadas por outras pessoas e isso impedem
que a aprendizagem possa fluir de forma correta.
• EDUCADORA B: de início foram momentos assustadores ao qual achava distante da rotina da
nossa classe de discentes no decorrer dos dias foram surgindo interesses por parte deles, na medida
que comecei a concretizar o novo ao real.
• EDUCADORA C: Uma dificuldade é a falta de contato com o aluno, pois dificilmente
conseguimos identificar se o aluno assimilou adequadamente o conteúdo.
QUESTÃO (4) O que é feito em nível de prática docente em sala de aula, para aprendizagem dos
discentes em matemática?
• EDUCADORA A: São vivenciadas atividades práticas dentro da vivência dos alunos com
estímulo de material concreto para desmistificar o processo de ensino e aprendizagem onde o
professor é o mediador, mas o aluno é quem constrói o conhecimento.
• EDUCADORA B: Com toda convicção afirmo que precisamos a cada dia inovar em formas
lúdicas usando diversos recursos metodológicos tais como: jogos, recursos tecnológicos,
brincadeiras envolvendo todo o grupo de discentes.
• EDUCADORA C: A cada novo conteúdo tento inovar com os conteúdos buscando novas
estratégias para a prática em sala de aula.
Nessa direção, a matemática vai além do simples ato de seguir regras para a resolução de
problemas partindo do mais simples até o mais complexo. Há inúmeras formas e métodos de
ensinar e aprender a interpretar a matemática, tendo como suporte exemplos do dia-a-dia ou os
que estão disponíveis no livro didático a fim de auxiliar os alunos a compreender os assuntos
matemáticos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desta pesquisa conclui-se que a matemática é uma disciplina ampla onde se pode
ser trabalhada de forma gradativa com a ajuda de recursos, podendo ser explícita de inúmeras
formas partindo da maneira como o docente busca movimentar os conceitos matemáticos. Os
resultados obtidos demonstraram que para se tirar a conclusão de que matemática é algo terrível e
complicado, devemos buscar trabalhar com a ludicidade, usufruir dos inúmeros exemplos que os
Essa exploração nos possibilitou uma melhor compreensão de como a matemática deve ser
trabalhada e compreendida tanto pelos educadores quanto pelos educandos, demonstrando que ela,
a matemática, é algo simples que pode ser trabalhada aos poucos progressivamente desde as contas
mais simples até as mais complexas.
REFERÊNCIAS
LIRA, Josivaldo Albuquerque de. Ensinar e aprender matemática nas séries iniciais do Ensino
Fundamental. In: Encontro Paraibano de Educação Matemática, 9., 2016, Campina Grande. Anais
RESUMO
O presente trabalho destaca como que a prática pedagógica com viés inovador é uma busca
constante tanto em termos práticos como metodológicos e jurídicos. Nessa direção, o objetivo foi
o de identificar as bases de discussão sobre o assunto, como proposta para um panorama
educacional e legal. As discussões realizadas indicaram que há uma necessidade de pluralismo
tanto na formação pedagógica quanto para a constituição profissional, sendo que novas ações
devem ser definidas visando sempre as prerrogativas constitucionais vinculadas.
INTRODUÇÃO
A prática de formação pedagógica com viés de inovação prática tem sido um dos temas
mais considerados atualmente dentro da temática educacional e institucional e de suas políticas
públicas. Isso acontece porque a compreensão do amplo escopo em que a formação da pedagogia
se insere no contexto atual passa fundamentalmente pela questão de como colocar no mesmo
contexto de atuação tantos domínios de conhecimento humano (MORIN, 2003). O espaço
interdisciplinar é praticamente uma exigência do mundo contemporâneo, onde ensinar tem se
tornado um desafio cada vez mais estimulante, por um lado, e mais dinâmico, por outro. Ao mesmo
tempo, a busca pela prática pedagógica que consiga incorporar novos elementos de interseção entre
pesquisa-ensino e extensão é uma realidade que os gestores públicos e particulares devem estar
atentos para tentarem implantar seja no curto, médio ou longo prazo de suas atividades – seja no
ensino fundamental ao superior, ou da formação que envolve tecnologia ou não.
Sendo assim, o presente trabalho traz a perspectiva de discussão das principais tendências
de práticas de formação pedagógica, suas perspectivas e limites de ação tanto para ao nível pessoal
como profissional. Mais ainda, é aqui trabalhada a realidade educacional do mundo atual, com
suas demandas de maior interação social e a transformar docentes e discentes em sujeitos, mais do
que objetos, de suas decisões e formas de atuar.
E também tal cenário não está totalmente colado no arranjo jurídico e institucional
brasileiro, sendo que conseguir tal intento é fundamental para que análises críticas sobre ensino,
REFERENCIAL TEÓRICO
Considerada dentro do arranjo das políticas públicas como aquelas típicas do âmbito social,
ou seja, como as políticas que são as fundamentais para a garantia das necessidades coletivas no
curto e longo prazo. Tal situação está prevista em várias passagens da Constituição Federal de
1988, onde o campo educacional está em destaque dentro dos princípios fundamentais da pessoa
humana.
Art. 206 (*) O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira
para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por
concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as
instituições mantidas pela União;
Na mesma direção, LIRA e SPONCHIADO (2013), por exemplo, salientam que a ação
didática do professor apresenta tanto a possibilidade de ser repetitiva, por um lado, como reflexiva,
por outro. Esta última opção, reflexiva, caminha na direção de unir o mundo intelectual com o
mundo cotidiano, dentro e fora de sala, tanto para o corpo docente, como discente, como também
para as instituições na forma de realizarem suas ações administrativas (MAIA, 2009).
MÉTODOS
2.2 A NECESSIDADE DA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR PARA A
INOVAÇÃO
Um dos grandes problemas relatados em GOULART et al. (2011) é que existem atualmente
inúmeros desafios para a formação de todos os tipos de docentes, de todas as áreas e níveis de
atuação, tanto no privado quanto no público. Sendo mais específico, a principal questão tem sido
de como ser capaz de formar um docente que seja eficiente enquanto profissional e também em
termos pedagógicos.
Porque mais do que uma vocação, à docência é também um ofício e, como tal, necessita de
pessoas bem trabalhadas em relação às suas capacidades humanas, sociais, de gestão,
planejamento e ação. Por isso mesmo que a inclusão de perspectivas de práticas pedagógicas
inovadoras é de forma geral procedimentos de desenvolvimento de novidades intelectuais ou
práticas que precisam ser redescobertas e sistematizadas.
Ou seja, ser professor exige muito mais do que ser simplesmente professor (FREIRE, 1997,
p. 77):
Percebe-se, assim, a importância do papel do educador, o mérito da paz com que viva a
certeza de que faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os conteúdos, mas
também ensinar a pensar certo. Aí a impossibilidade de vir a tornar-se um professor crítico
se, mecanicamente memorizador, é muito mais um repetidor cadenciado de frases e de
ideias inertes do que um desafiador. O intelectual memorizador, que lê horas a fio,
domesticando-se ao texto, temeroso de arriscar-se, fala de suas leituras quase como se
estivesse recitando-as de memória - não percebe, quando realmente existe, nenhuma
relação entre o que leu e o que vem ocorrendo no país, na sua cidade, no seu bairro. Repete
o lido com precisão, mas raramente ensaia algo pessoal.
Mais ainda, em um cenário onde outros meios de informação (não de formação
necessariamente) estão muito disponíveis aos possíveis alunos de todos os níveis da estrutura de
ensino nacional, a função do professor de ser somente um conteudista do que é determinado para
cada curso está já em desuso. Além disso, como nem todo conteúdo é seguramente colocado ou
Esse exercício é necessário para que, em sua formação pedagógica, o profissional consiga
ser crítico em relação ao que consegue ou não realizar, quais seus limites e possiblidades de lidar
com inúmeros fatores que são aqui colocados como perspectivas metodológicas de discussão:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Uma vez colocadas as questões da formação e dos limites para a atuação docente em uma
formação que visa ser didática, ou seja, que consiga passar conteúdo e maturidade crítica das
informações, ao mesmo tempo há caminhos a serem considerados para a superação desses desafios
profissionais. Como descrito em GOULART et al. (2011) e MAIA (2009), durante as últimas
décadas há um crescimento consistente de que a direção para que mudanças na concepção didática
da educação passa inerentemente pela questão interdisciplinar. Inclusive porque por ela seria
possível alguma superação da crise enfrentada atualmente pelas ciências e, na verdade, do
conhecimento em geral.
Esse conjunto de ações proposto é, na verdade, uma abertura institucional para que as
mudanças conceituas para a formação pedagógica possam se tornar realidade, principalmente em
um país como o Brasil, onde as discussões educacionais tem avançado concretamente basicamente
a partir dos anos 1960s (JR, 2009; REIS, 2013) e, sobre a interdisciplinaridade, a partir dos anos
1990s (GOULART et al., 2011).
E como a educação pode ser considerada tanto como uma redenção, reprodução ou
transformação social (MAIA e URBAN, 2009), as possibilidades de mudanças pedagógicas e
didáticas que caminhem na direção da universalização do conhecimento são amplas. Porém, para
se consolidarem, tais medidas não podem ser adiadas de estarem inseridas nos currículos de
formação docente o quanto antes no país. Em escala macro, as políticas públicas educacionais
também podem se encontrar com a prática de formação pedagógica para ambas avançarem na
direção de novas oportunidades de ensino, pesquisa, extensão. E para que isso seja realizado nos
CONCLUSÃO
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RESUMO
O Brasil é um dos países do mundo onde a Internet mais cresce em conexões (BUENO, 2015).
Desde 2005, várias ferramentas da web e de redes sociais foram incorporadas ao uso geral das
pessoas, criando uma cultura diferente do uso da internet, que, até aquele momento, era
principalmente baseada em sites institucionais. É nesse cenário que os professores de Instituições
de Ensino Superior observam seus alunos ingressarem cada vez mais conectados, o que exige
mudanças desses profissionais, com o propósito de atender as expectativas dos estudantes. Nesse
contexto, caracteriza-se uma forma associativa por meio das redes sociais, que pode estar
favorecendo a formação de capital social na relação de professores e alunos. O artigo aborda os
conceitos de Redes Sociais e Capital Social. Os resultados do questionário demonstraram que a
grande maioria dos professores utilizam as redes sociais com seus alunos com a finalidade
predominante da informação, por meio de celulares e apontaram o engajamento e confiança dos
alunos o que sugere estar favorecendo a formação de capital social nesta interação. A pesquisa
contribuiu para aprimorar as estratégias pedagógicas e os recursos tecnológicos aplicados no
Ensino Superior.
INTRODUÇÃO
Nesse contexto, este artigo tem como finalidade discutir a hipótese de que as relações entre
professores e alunos por meio das redes sociais podem constituir-se como um lócus importante
para a geração de capital social. Assim, no intuito de dar clareza ao estudo, buscou‐se aproximar
a perspectiva de capital social com a aprendizagem via redes sociais.
1. REFERENCIAL TEÓRICO:
1.1 REDES SOCIAIS
As redes sociais conectam pessoas com amigos (BATES, 2017). São usadas também para
trabalhar e estudar. Nesses ambientes, os usuários podem acessar, criar, difundir e compartilhar
informações em um espaço amigável e aberto, ou seja, o usuário pode gerenciar dados e formar
novas conexões. Pode- se dizer, então, que tais mídias permitem que a web possa ser considerada
uma forma de democratização. Hoje, os aplicativos (“apps”) fazem com que as mídias sejam ainda
mais utilizadas nas mais variadas áreas, entre elas, a educação. A Figura 1 expõem os tipos de
mídias sociais mais utilizadas atualmente.
Pode-se observar que essas ferramentas operam em diferentes níveis como forma de
relacionamento, profissional e na aprendizagem que é foco deste estudo. Assim como a integração
entre as mídias sociais, ou seja, a utilização de diversos recursos midiáticos que se complementam.
Nas mídias sociais usadas em módulos de ensino, os alunos podem desfrutar de ferramentas
(como as mídias sociais) que permitem criar, gerenciar e compartilhar materiais de aprendizagem
próprios, mas que ainda precisam de abordagens estruturadas de orientação. Nessa perspectiva, a
presença do professor pode garantir a qualidade desses materiais, promovendo o ponto de
equilíbrio entre a liberdade absoluta do aluno e o gerenciamento excessivo, no atual momento da
era digital.
Mas, na prática, muitos são os desafios dos professores nas instituições de ensino superior
para proporcionar essa igualdade, por causa da diversidade presente nas salas de aula. Entre as
quais estão (BATES, 2017):
c) desenvolver métodos de ensino apropriados para um corpo discente cada vez mais
diversificado;
Além da diversidade, outros desafios fazem parte da revolução que a era da digital
proporciona, ademais, as florescentes redes sociais moldarão cada vez mais as transformações dos
nossos ambientes profissionais, educacionais, pessoais, entre outros (BUENO, 2015).
Diante do exposto, cabe perguntar se estamos prontos para usufruir o potencial das redes
sociais, pois elas já se fazem presentes em diferentes setores e, independentemente de nossa área
de atuação, precisamos buscar a ferramenta ideal para atender a todos os tipos de usuários, criando
diferentes tipos de valores.
Cabe, portanto, pensar na melhor maneira que uma rede social pode atender as instituições
de ensino superior e acolher o maior número de discentes, respeitando os alunos “clientes”, mas
também os profissionais atuantes na área da Educação, uma vez que transformar a informação
continua sendo um desafio, pois nem sempre ela é sinônimo de conhecimento.
Na mesma esteira o surgimento de novas mídias digitais e a produção cada vez maior de
softwares livres proporcionou o surgimento de conteúdos públicos e voluntários através do
movimento de acesso aberto e do WIKI (SOUZA, 2015). Complementando, o autor cita Crocomo
(2007), quando expressa que o aceso via celular (tecnologia WAP) criou novas possibilidades de
expansão da rede a um custo menor e a ampliação da interatividade e do diálogo. Esse pensamento,
quando complementado Souza (2015) coloca que a educação em rede veio para ficar. Ela não
substituirá a educação presencial, mas será uma poderosa ferramenta de apoio pedagógico. Dessa
forma, cada vez mais a sociedade constitui-se em uma rede (CASTELLS, 1998).
Nessa perspectiva, sendo o homem um ser social por natureza, a formação de redes é
essencial à própria condição humana, sendo as redes sociais, portanto, “uma metáfora para
observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os
diversos atores”, que podem caracterizar-se como laços fortes, que são “aqueles que se
caracterizam pela intimidade, pela proximidade e pela intencionalidade de criar e manter uma
conexão entre duas pessoas”, e laços fracos, os que “caracterizam-se por relações esparsas, que
não traduzem proximidade e intimidade” (RECUERO, 2014). Os laços interpessoais, que no
contexto virtual “provêm sociabilidade, suporte, informação, consciência compartilhada e
identidade social”, as redes sociais, como não podem ocorrer por meio de interações presenciais,
acontecem a partir de processos contínuos de comunicação que se desenrolam no ambiente
chamado, por convenção, de mídia social (SOUAZA, 2015).
Esses laços podem sugerir a existência de capital social nas interações entre os professores
e alunos.
O processo social que produz como resultado o bem comum ou o bem de uma coletividade,
baseado na confiança, reciprocidade e solidariedade é definido como capital social (PUTNAM,
2000). Ainda segundo o autor, capital social são práticas sociais, normas e relações de confiança
que existem entre cidadãos em uma determinada sociedade, bem como sistemas de participação e
de associação que estimulam a cooperação. Para haver cooperação, é preciso não só confiar nos
Uma característica especial do capital social é que, “ao contrário de outras formas de
capital, capital é inerente à estrutura das relações entre pessoas e entre pessoas” (COLEMAN,
1990). Assim, o capital social tem a característica de ser inalienável. O capital social é um capital
imanente de relacionamento, que fornece suporte útil quando necessário (HAUBERER, 2010).
Relacionamentos estáveis criam honra e reputação entre seus membros e são, portanto, mais
eficazes para construir e manter confiança.
Nesse sentido, o tipo de capital social mais útil está na capacidade de formar novas
associações (a sociabilidade espontânea), o que é essencial, porque a vida econômica é
desenvolvida por meio de grupos e não de indivíduos (FUKUYAMA, 1996). Nesse pensamento,
o capital social exerce um papel multiplicador do capital existente em um determinado grupo de
pessoas, deixando-o disponível a todos os membros da rede (SANTOS, 2013).
O mesmo autor citando Coleman mostra que o capital social pode ser visto como um
conjunto de elementos em uma dada estrutura social, que possibilita aos atores satisfazerem seus
objetivos, como a formação de grupos ou associações estáveis, por meio do compartilhamento de
ideias para a obtenção de objetivos comuns e benefícios mútuos.
Nesta concepção, capital social é um elemento relativo à qualidade das conexões de uma
rede social na internet (RECUERO, 2014). A autora ainda aponta que o capital social pode auxiliar
na compreensão dos laços sociais e do tipo de rede social formada através das ferramentas sociais
observadas na internet.
2. METODOLOGIA
Para atender o objetivo deste estudo, utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica
para fundamentação teórica e um Survey para verificar as dimensões do capital social na interação
por meio de redes sociais entre os professores e alunos. O questionário foi aplicado no período
entre 26 de março e 10 de abril de 2019, o que oportunizou verificar a relação entre o uso de redes
sociais e as dimensões do capital social e compreender o uso das redes sociais como ambiente de
aprendizagem.
As respostas dos participantes mostram que a grande maioria dos professores utiliza redes
sociais com seus alunos, sendo que, entre as mais utilizadas, prevalecem o Google, Wattsapp e
You Tube, vindo a seguir o Facebook e Instagram. Uma rede social conecta pessoas com amigos,
mas serve também para trabalhar, estudar e interagir em outros contextos (BATES, 2017).
O bloco sobre o acesso às redes sociais mostra que domina o acesso por meio do celular;
em segundo lugar, está o computador. No que diz respeito ao local de onde acessam, a pesquisa
revelou que todos usam aparelhos móveis: 75% em casa, 62,5% na instituição de ensino e 12,5%
no trabalho. O resultado corrobora no que se refere que o uso crescente de dispositivos móveis
provocou o desenvolvimento de diferentes aplicativos para smartphones e tablets, que podem ser
utilizados no contexto da sala de aula (ALMEIDA, 2007). Complementando a afirmação do o
autor, Crocomo (2007) aponta que o aceso via celular (tecnologia WAP) criou novas
possibilidades de expansão da rede a um custo menor e a ampliação da interatividade e do diálogo.
A sistematização dos resultados da investigação sobre o capital social pode ser visualizada
no Quadro 2 que segue.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo sugere que ocorre engajamento por parte dos alunos, indicando que a utilização
das redes sociais é positiva, estabelecendo um grau de confiança entre eles e uma forma de
aproximação entre professores e alunos, com o objetivo de se capacitarem e de se sentirem
estimulados a ampliar as formas de aprendizagem.
Dessa forma, a utilização das redes sociais entre professores e alunos pode estar
favorecendo a formação de capital social e a formação de pontes sociais, como conexões que
conectam um grupo ao outro, porque possibilitam que os indivíduos participem de outros grupos
por meio de uma cadeia de associações. Assim, as redes sociais constituem uma ferramenta valiosa
para ajudar no processo de ensino-aprendizagem por meio de uma intervenção comunitária mais
efetiva.
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RESUMO
A crescente busca por novas metodologias em prol da efetivação do processo de ensino e de
aprendizagem na disciplina de Ciências - anos iniciais do Ensino Fundamental - tem se tornado
palco de diversas pesquisas, entre elas, destaca-se o ensino por investigação. Nesse contexto, o
referido estudo buscou compreender as diferentes concepções presentes em artigos científicos
publicados em periódicos avaliados com Qualis A1 e A2 publicados entre 2008 e 2017 sobre o
tema ensino de Ciências por investigação nos anos iniciais. Para tanto, realizou-se um
levantamento bibliográfico de natureza qualitativa por meio da Plataforma Sucupira da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e, posteriormente, a
análise das revistas – considerando seus números e volumes, título das obras, resumo, palavras-
chave, além do corpo do texto. Os dez artigos analisados elucidam que o ensino de Ciências,
através da abordagem investigativa, mostra-se eficaz para a formação científica dos estudantes.
Portanto, torna-se pertinente considerar o seu potencial metodológico para a melhoria da educação
em oferta.
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, diversos pesquisadores têm se preocupado em discutir, assim como
propor diferentes abordagens metodológicas que venham a favorecer, de forma significativa, o
processo de ensino e de aprendizagem da disciplina de Ciências nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Nesta senda, Clement, Custódio e Alves Filho (2015, p. 103) enfatizam que o ensino
por investigação se mostra “um aporte teórico-metodológico favorável para a elaboração de ações
de ensino-aprendizagem com foco na promoção da motivação autônoma” o que pode incentivar à
aprendizagem na área das ciências. Nessa perspectiva, Cleophas (2016, p. 270) apresenta que a
intenção dessa abordagem consiste em:
[...] propiciar condições favoráveis aos alunos para que construam o conhecimento
científico, sendo capazes de refletir, questionar, argumentar, interagir etc., mobilizando,
assim, distintos conhecimentos, previamente adquiridos na escola ou em sua vida
cotidiana, a fim de resolver uma determinada questão ou situação-problema que é imposta
por este tipo de ensino (CLEOPHAS, 2016, p. 270).
Ensinar por meio da investigação científica exige do professor o papel de mediador que,
através de aulas adequadamente planejadas, poderá ofertar aos estudantes um ambiente
Desta forma, os estudantes podem ser capazes de conhecer e raciocinar a partir de fatos,
conceitos e princípios científicos, como proceder em um experimento científico, saber explicar
fenômenos, validando modelos científicos, e extrapolar o conhecimento já elaborado para outras
situações, sendo possível resolver outros problemas em novas circunstâncias científicas.
Nesse sentido, vale salientar que o estudo em questão emergiu de uma pesquisa de
conclusão de curso oriunda da licenciatura em Pedagogia ofertada pela Universidade de
Pernambuco (UPE), campus Petrolina, por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB),
concluída em dezembro de 2020.
REFERENCIAL TEÓRICO
A discussão teórica que se segue foi estruturada a partir de três temas centrais, sendo eles:
(i) ensino de Ciências nos anos iniciais; (ii) ensino de Ciências por investigação; e (iii)
Alfabetização Científica.
Silva e Serra (2013) defendem que a criança seja inserida desde cedo em situações que
possibilitem conhecer e interpretar os mais variados fenômenos que se processam na natureza. Em
consonância, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017, p. 331) destaca que
antes mesmo de “[...] iniciar sua vida escolar, as crianças já convivem com fenômenos,
transformações e aparatos tecnológicos em seu dia a dia”. Desse modo, o ingresso na esfera
acadêmica propicia, com isso, a retomada ou introdução de temas presentes no dia a dia do
estudante, levando-o, dessa forma, a perceber e modificar seu entorno.
Segundo Azevêdo e Fireman (2017, p. 144), para que isto aconteça de forma exitosa, torna-
se necessário que “[...] os professores sejam preparados para as atividades e que discutam questões
diretamente relacionadas com a sociedade [...]”. Nesse sentido, os autores consideram que essa
ruptura de paradigmas existente envolve, a exemplo, a aproximação do saber científico e
tecnológico com a realidade discente.
É preciso oferecer oportunidades para que eles [...] possam vivenciar momentos de
investigação que lhes possibilitem exercitar e ampliar sua curiosidade, aperfeiçoar sua
capacidade de observação, de raciocínio lógico e de criação, desenvolver posturas mais
colaborativas e sistematizar suas primeiras explicações sobre o mundo natural e
tecnológico, e sobre seu corpo, sua saúde e seu bem-estar, tendo como referência os
conhecimentos, as linguagens e os procedimentos próprios das Ciências da Natureza
(BRASIL, 2017, p. 331).
Portanto, o que é proposto pela nova base para a disciplina de Ciências vai muito além da
discussão de conteúdos, pois visa contribuir com a mobilização de professores e alunos em
abordagens que favoreçam o desenvolvimento de habilidades frente ao fazer científico e ao
desenvolvimento da AC em práticas interdisciplinares - de caráter teórico e experimental.
Ademais, Brito e Fireman (2016, p. 129) entendem que se faz indispensável ao professor
propiciar “[...] um ambiente encorajador para que os alunos se envolvam efetivamente com o
fenômeno em estudo. Isso significa que o docente deve propor problemas investigativos [...]”.
Nessa perspectiva, a próxima seção discutirá as contribuições do ensino por investigação para a
construção do conhecimento discente através das aulas de Ciências.
Partindo das contribuições de Carvalho (2013), o ENCI deve ser implementado através da
proposição de problemas envolvendo o tema de interesse, de modo que os estudantes precisarão
O termo ensino por investigação vem sendo amplamente utilizado nas pesquisas sobre
ENCI. Em consonância, Brito e Fireman (2016, p. 129) enfocam que:
[...] por ocasionar uma mudança de atitude do aluno com a ciência, se constitui em uma
metodologia de ensino que o ajuda a evoluir em seus sistemas explicativos pautados pelas
concepções alternativas, pois uma metodologia investigativa pode propiciar ao aluno
segurança no envolvimento com práticas científicas, de modo que o leve a resolver uma
situação problema de forma não superficial.
A autonomia e a segurança dos participantes podem ser desenvolvidas por meio da
investigação. Nesta última, há o favorecimento de discussões e interações significativas, como
também a inserção dos alunos em ambientes da cultura científica. Sedano e Carvalho (2017, p.
204) advertem que no processo de ENCI, “além da apropriação dos conceitos científicos, ao
trabalhar em grupo, os alunos ampliam suas possibilidades de interação social”.
ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA
Nesse sentido, Brito e Fireman (2016) destacam que no ensino de Ciências o tema AC é
bastante discutido e, por esse motivo, tem requerido diferentes práticas, as quais, de forma
eficiente, possam proporcionar o alcance dos objetivos da área. Em concordância, a BNCC
(BRASIL, 2017) propõe um novo olhar para com as aulas propostas na disciplina em questão,
tendo em vista a reestruturação de conteúdos e habilidades que desenvolvam nos estudantes a
compreensão do meio.
Em uma discussão sobre AC, Sasseron e Carvalho (2008) defendem que o corpo discente
seja inserido em ambientes investigativos que contribuam para a realização de observações, assim
como de análises acerca das atividades estudadas, almejando, com isso, favorecer o
desenvolvimento de indicadores de alfabetização.
Diante disso, apresentam-se aqui alguns indicadores que podem fornecer evidências se a
formação científica dos alunos está ou não sendo alcançada, compõe esse rol: a seriação de
informações; a reorganização de informações; a classificação de informações; o raciocínio lógico;
o raciocínio proporcional; o levantamento de hipóteses; o teste de hipóteses; a justificativa; a
previsão; bem como, a explicação (SASSERON; CARVALHO, 2008). Para fazer tal
acompanhamento, o professor pode, a exemplo, fazer uso de rodas de conversas, de registros em
áudio e/ou vídeo, além da produção de textos e/ou desenhos.
METODOLOGIA
Esta pesquisa é de natureza bibliográfica e teve como foco a análise de artigos científicos
publicados entre os anos de 2008 e 2017, compreendendo, dessa forma, uma década de pesquisas
divulgadas em periódicos nacionais da área de Ensino, publicados em periódicos avaliados com
Qualis CAPES A1 e A2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Assim sendo, a Figura 1 elucida expressões inerentes ao tema foco desta pesquisa, tendo
em vista que, ao trabalhar a disciplina em questão através do ENCI, faz-se necessário levar os
estudantes à investigação científica das informações, fazendo uso, para isso, da problematização
dos conteúdos, mediante atividades teóricas ou práticas, com o intuito que os estudantes dos anos
iniciais possam construir o seu próprio conhecimento à luz da AC.
Souza e Chapani (2013) ponderam que os anos iniciais do Ensino Fundamental representa
uma fase de grande relevância para a criança, pois é nesse ciclo da educação formal que esta inicia
sua interação com o mundo, e isso deve acontecer por meio de um olhar mais crítico, devendo,
para isso, dispor de condições adequadas para a reflexão e análises dos conteúdos contemplados
em sala de aula.
Conforme Silva e Serra (2013), ao fazerem uso do ensino por investigação, perceberam
maior interesse e envolvimento dos participantes para com as aulas. Segundo os autores, o cenário
em questão pode perpassar as questões ligadas ao saber científico, uma vez que, permite alcançar,
Para Solino e Gehlen (2014), o ENCI leva as crianças, na maioria das vezes, a darem
explicações diferentes daquelas apresentadas pela comunidade científica, tendo em vista que o
olhar infantil por ser desprovido de concepções prévias, pode ser mais puro, e não menos
importante, que de um cientista já experiente. Todavia, o fator supracitado não representa
empecilho à resolução do problema proposto ou à apresentação de argumentos entorno do como e
do porquê os fenômenos acontecem. Assim sendo, o nível dos estudantes precisa ser considerado
e respeitado, seja durante o planejamento ou mesmo na vivência das atividades propostas
(SOLINO; GEHLEN, 2014).
Brito e Fireman (2016) revelam que a vivência de aulas de caráter investigativo com os
anos iniciais do Ensino Fundamental torna-se uma metodologia eficaz para a formação científica
dos alunos. Isso se confirmou a partir do momento que os alunos (Ibid., p. 144) “diante do
problema, delineavam hipóteses, testavam hipóteses, pensavam sobre as evidências, comunicavam
os métodos utilizados, concluíam argumentos e discutiam no coletivo as explicações construídas”.
Por meio da apreciação dos dados levantados, é possível inferir que o ENCI contribui, de
forma direta, com a disciplina de Ciências. Este se mostra de fundamental importância para a oferta
de aulas que favorecem: o trabalho em grupo; a atuação dos envolvidos; e o enfoque de diferentes
temas, possibilitando aos estudantes o desenvolvimento das habilidades necessárias à
compreensão da natureza das Ciências, além da AC.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos dez artigos envolvendo o ENCI nos anos iniciais possibilitou perceber uma
carência no número de estudos. Além disso, foi possível identificar que as produções defendem,
de modo unânime, a importância de se trabalhar por meio da investigação científica, tendo em
vista que se trata de uma abordagem capaz de desenvolver no aluno a sua leitura de mundo, além
de competências e habilidades propostas pela BNCC (BRASIL, 2017) para a disciplina de
Ciências.
Por conseguinte, tal enfoque fez suscitar a preocupação dos autores – das obras analisadas
– entorno da elaboração de aulas apropriadamente planejadas para os anos iniciais do Ensino
Fundamental, o que tem levado a discussões envolvendo a formação inicial e continuada destes
profissionais, considerando que muitos não foram preparados para trabalhar sob tais perspectivas.
Antes de finalizar, é preciso destacar que a pesquisa aqui apresentada não se encerra, pois
sua importância principal reside no fato que a avaliação do Ensino de Ciências por Investigação
merece ser aprofundada, envolvendo outros aspectos, tais como: seus efeitos no aprendizado das
crianças, no desenvolvimento científico de uma nação, entre outros direcionamentos a serem
pensados.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Terceira versão revisada.
Brasília: MEC, 2017. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acesso em: 14 set. 2020.
BRITO, L. O.; FIREMAN, E. C. Ensino de Ciências por investigação: uma estratégia pedagógica
para promoção da alfabetização científica nos primeiros anos do ensino fundamental. Revista
Ensaio, v. 18, n. 1, p. 123-146, jan./abr. 2016.
SOUZA, A. L. S.; CHAPANI, D. T. Teoria crítica de Paulo Freire, formação docente e o ensino
de Ciências nos anos iniciais de escolaridade. Revista Lusófona de Educação, v. 25, p. 119-133,
2013.
RESUMO
O presente artigo tem como objeto de estudo os avanços e desafios encontrados na percepção dos
docentes que lecionam na educação presencial e na educação a distância. O objetivo foi identificar
os pontos positivos e negativos encontrados na modalidade de educação presencial e educação a
distância, conforme a visão de um determinado grupo de docentes que lecionam na Universidade,
e que utilizam o ambiente virtual de ensino aprendizagem MOODLE. A partir de uma pesquisa
qualitativa e quantitativa, por meio de um questionário, realizou-se uma análise das vantagens e
desafios encontrados. Dentre os principais resultados obtidos, destaca-se como ponto positivo na
educação a distância o fator independência do aluno, o que o torna mais dedicado e disciplinado
para os estudos e na de educação presencial, a interação entre alunos e professores. E, com respeito
aos pontos negativos, apurou-se que na educação presencial o aluno se torna muito dependente do
professor. Na educação a distância, a baixa interação e comprometimento entre alunos e docentes
e as dificuldades com relação ao ambiente virtual de ensino são os principais fatores geradores dos
índices de desistência.
INTRODUÇÃO
Com o avanço da tecnologia e da informação, a educação on-line tem propiciado para que
o conhecimento seja disponibilizado em diversas áreas, como cursos profissionalizantes, cursos
de graduação e de especialização, tanto na modalidade à distância, quanto presencial. A educação
on-line ocorre cada vez mais em situações bem amplas e diferentes, da educação infantil até a pós-
graduação, dos cursos regulares aos cursos corporativos. Abrangendo desde cursos totalmente
virtuais, semipresenciais, até cursos presenciais com atividades complementares fora da sala de
aula, pela internet (Moran, 2003).
O presente texto tem por objetivo identificar os desafios encontrados nas modalidades de
educação presencial e EaD, conforme a visão de um determinado grupo de docentes que lecionam
na UTFPR e que utilizam o ambiente virtual MOODLE. Por meio de uma pesquisa qualitativa e
quantitativa, em que se realiza uma análise dos desafios encontrados, com o intuito de demonstrar
a importância da percepção dos docentes em relação à qualidade da educação presencial e da EaD
e por fim, algumas considerações sobre os resultados obtidos.
No ano de 1997 foi firmado um acordo entre os Estados Unidos e o Brasil para o
desenvolvimento de tecnologias para fins pedagógicos. Em 1999, o Brasil por meio de parcerias
entre a Secretaria de Educação a Distância (SEED), passou a utilizar a tecnologia para o uso
pedagógico. Em 2004 a SEED passou o processo de produção de Objetos de Aprendizagem (OA)
para as Universidades, que recebeu o nome de Fábrica Virtual, com o intuito de transferir o
processo de criação e desenvolvimento de recursos educacionais digitais da SEED para
Ainda, segundo o MEC, os OA podem ser entendidos como qualquer material eletrônico
que disponibiliza informações para construção do conhecimento; estas informações podem estar
em forma de animação, imagem ou página em HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto).
Os OA têm o intuito de incentivar o pensamento e raciocínio dos alunos, por associar a tecnologia
com novas práticas pedagógicas. Prado et al. (2011) argumentam que o OA é uma ferramenta que
possibilita o desenvolvimento de um recurso a ser usado tanto na educação presencial quanto na
EaD. Suas características são a reusabilidade, autonomia, interatividade, granularidade,
interoperabilidade e facilidade de busca.
Rezende e Dias (2010) afirmam que não se trata de substituir a modalidade presencial pela
à distância, mas melhorar a qualidade de ambas. Não se trata de substituir um modo de aprender
por outro. O grande desafio é colocar a maneira presencial de aprender em interação com a maneira
de aprender a distância. Ambas podem enriquecer-se. Sendo assim, tanto o ensino presencial
quanto a distância estão passando por várias transformações em que um necessita do outro para
que ambos possam ser de fato válidos.
Aguiar et al. (2013) argumentam que, os métodos qualitativos de pesquisa devem ser
utilizados quando o objeto de estudo não é bem conhecido, pela capacidade de fazer emergir dados
novos, de ir ao fundo do significado, de estar na perspectiva do sujeito, são aptos para descobrir
novos nexos e explicar significados. Já a pesquisa quantitativa sai em busca da magnitude e das
causas dos fenômenos sociais, sem interesse pela dimensão subjetiva e utiliza instrumentos
controlados; assume uma realidade estática.
METODOLOGIA
Questionados sobre a maneira como são expostos os conteúdos de suas disciplinas em sala
de aula (conceitos, orientações para leitura, atividades), se facilitam a aprendizagem dos alunos,
63% dos professores responderam que facilita muito o aprendizado e 37% informaram que facilita
de forma razoável. Ainda perguntados sobre a maneira como são expostos os conteúdos de suas
Inquiridos sobre a interação que tiveram com os alunos no decorrer de suas disciplinas em
sala de aula, se os alunos demonstraram ter visão crítica sobre os assuntos abordados. 17% dos
docentes declararam que os discentes conseguiram expor muito bem a sua visão crítica sobre o
que foi proposto durante as disciplinas; 46% afirmaram que os alunos conseguem expor sua
opinião crítica de forma razoável; 30% relataram que os alunos demonstram pouco a visão crítica
e 7% informaram que em sala de aula os discentes expõem pouco a sua opinião critica referente
aos assuntos abordados nas disciplinas.
Indagados sobre a interação que tiveram com os alunos no decorrer de suas disciplinas, por
meio do MOODLE, se os alunos demonstraram ter visão crítica sobre os assuntos abordados, onde
7% declararam que a interação que tiveram pelo ambiente virtual demonstrou que os alunos
conseguem expor muito pouco a sua opinião crítica. Para 23% dos professores, os alunos
demonstram ter pouca visão crítica; 50% afirmaram que os alunos conseguem expor a sua visão
crítica de maneira razoável e 20% informaram que os alunos conseguem sim demonstrar muito
bem a sua opinião crítica a respeito das disciplinas pela plataforma virtual.
Perguntado aos docentes a opinião que têm sobre as aulas presenciais, se estas são
suficientes para sanar as dúvidas dos alunos em relação aos conteúdos expostos, 30% declararam
que as aulas presenciais são muito suficientes, 23% informaram que são pouco suficientes para
sanar as dúvidas, e 47% responderam ser razoável. Este é um fator determinante para professores
e alunos, no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que a aplicação prática fará toda a
diferença, conforme bem expõe Bergamo (2010), há muitos outros fatores ou elementos que
intensificam a relação entre professor, aluno e os conteúdos expostos, tais como responsabilidade,
iniciativa, flexibilidade de mudança de papéis, equipamentos e ferramentas, formas de trabalho
que envolve equipe interdisciplinar heterogênea. São fatores que viabilizarão o desenvolvimento
de capacidades cognitivas e operativas e potencializará o pensamento autônomo, crítico e criativo
Ao questionar os professores a respeito da opinião que têm sobre uma aula por meio de
vídeo/web conferência, se a considera suficiente para sanar as dúvidas dos alunos em relação aos
conteúdos expostos, 40% responderam ser pouco para sanar as dúvidas, 23% afirmaram que a aula
por vídeo/web é sim suficiente, 37% informaram ser razoável. Na EaD a vídeo e a simulação têm
um grande potencial para favorecer o processo de aprendizagem dos alunos, pois estes teriam a
oportunidade de vivenciar, mesmo que virtualmente um processo químico por exemplo. A vídeo
pode proporcionar a construção do conhecimento para os alunos que possuem a dimensão verbal
e visual (Leonardo et al., 2014).
Por outro lado, os docentes apontam como desafios as orientações das monografias, pois,
as orientações muitas vezes são bem trabalhosas, pelo fato de a educação presencial tornar o aluno
dependente do professor, e a carga horária não ser suficiente para que se dediquem as orientações,
além disso, é necessário o comprometimento por parte dos orientandos. Nesse sentido, afirmam
ser necessária uma maior atenção e orientação por parte da instituição aos alunos, assim que
iniciam o curso, sobre o comprometimento que precisam ter com o processo no decorrer do curso.
Por outro lado, os docentes afirmam que um dos desafios encontrados na EaD é conseguir
fazer com que os alunos se sintam motivados e empenhados em buscar novos conhecimentos,
superando a ideia de que a EaD é algo fácil, já que esta modalidade exige dos alunos disciplina,
empenho e dedicação. Sendo assim, os professores advogam que os alunos precisam estar cientes
sobre a EaD, pois muitos buscam nesta modalidade de ensino somente a titulação para progressão
funcional, esperando que o ensino seja assistencialista.
Na EaD o aluno possui maior independência, mas exige maior dedicação e disciplina. Para
os professores, a EaD é um desafio aos docentes, pelo fato de ter que ser revista a sua metodologia,
que em alguns casos pode levar ao desinteresse por parte dos professores. Além disso, a forma
rígida que a maior parte das instituições de ensino tem apresentado, não corresponde mais a
expectativa de satisfação dos alunos. Assim, a educação deve se reestruturar e se reinventar para
que consiga otimizar o ensino e a aprendizagem.
Andrade e Pereira (2012) argumentam que, se por um lado, os educadores têm se adaptando
a esse novo cenário tecnológico, do outro a EaD se parece cada vez mais com o presencial. Tem-
se visto ambientes virtuais cada vez mais parecidos com salas de aula e tecnologias de ponta usadas
para aumentar a capacidade de interatividade entre alunos e professores, diminuindo a sensação
de distância.
Os relatos vindos dos docentes sobre o que destacam de maneira positiva e negativa,
comparando a educação presencial e EaD demonstram que, a educação presencial é vista com certa
vantagem em relação a EaD, mesmo que tenha evoluído ao longo do tempo, principalmente com
a utilização das novas tecnologias. Ambas as modalidades podem ser eficientes se bem
trabalhadas. Cada modalidade tem suas peculiaridades que, se bem trabalhadas, terão resultados
eficientes.
Sendo assim, tanto a modalidade à distância quanto a presencial, com suas especificidades
de processos educativos, se embolam. Na dinâmica dessa relação, à distância e a proximidade, a
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como base nestas informações, pode-se afirmar que a educação presencial e a EaD
possuem pontos positivos, como a interação entre alunos e professores de maneira presencial e na
EaD o aluno possui maior independência, exigindo maior dedicação e disciplina. Como também
ambas as modalidades possuem os seus pontos “negativos”, como a dependência do conhecimento
que o professor repassa em sala de aula presencial para os estudantes, e na EaD a desistência por
parte dos alunos, e a pouca interação e comprometimento.
Os resultados desta pesquisa são fundamentais para se realizar uma reflexão sobre a
importância da percepção dos docentes em relação aos avanços e desafios encontrados na educação
presencial e na EaD, que podem influenciar na melhoria da qualidade de ensino. Isto só é possível,
pelo fato dos docentes identificarem as situações que acabam dificultando o ensino na sala de aula
e no ambiente virtual e os pontos positivos que têm facilitado à aprendizagem dos alunos e a
interação.
Desta forma, espera-se contribuir sobre a importância das instituições de ensino que
ofertam cursos tanto na modalidade presencial quanto a distância, em consultar os seus docentes
REFERÊNCIAS
LEONARDO, E.S.; MOTA, J. B.; GOMES, S. G. S. Estilos de aprendizagem e sua influência nos
aspectos pedagógicos de cursos a distância. Anais, XI Congresso Brasileiro De Ensino Superior A
Distância. Florianópolis/SC, 2014.
OKADA, A.; BARROS, D. M. V. Ambientes virtuais de aprendizagem aberta: bases para uma
nova tendência. Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, v. 3, 2010.
PRADO, M.; MÜLLER, F. M.; CORDENONSI, A. Z. Exportscorm: módulo scorm para exportar
objetos de aprendizagem do módulo lição. Revista Novas Tecnologias na Educação, Porto Alegre:
UFRGS, v. 9, n. 1, 2011.
TORRES, P. L.; BEHRENS, M. A.; MATOS, E. M. Prática pedagógica numa visão complexa na
educação presencial e a distância: os ‘REAS’ como recurso para pesquisar, ensinar e aprender.
Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 15, n. 45, p. 443-471, 2015.
Malcus Cassiano Kuhn, Doutor em Ensino de Ciências e Matemática, IFSul Câmpus Lajeado
RESUMO
O presente capítulo versa sobre a resolução de problemas matemáticos na formação continuada de
16 professores dos anos finais do Ensino Fundamental da região do Vale do Taquari, Rio Grande
do Sul, por meio de um curso de extensão gratuito, com 40 horas, focando conhecimentos
matemáticos desenvolvidos nos anos finais do Ensino Fundamental. A formação aconteceu em 10
encontros de 4 horas cada, realizados no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-
rio-grandense – IFSul Câmpus Lajeado, no período de maio a setembro de 2015. A metodologia
da formação continuada consistiu na investigação sobre a estratégia de resolução e criação de
problemas e no desenvolvimento de ações didáticas reflexivas, articulando-se a teoria com a
prática na resolução de problemas matemáticos. Fomentando os professores para a utilização da
metodologia de resolução de problemas nas aulas de Matemática desenvolvidas nos anos finais do
Ensino Fundamental, espera-se que os mesmos desenvolvam em sua prática docente a
competência para resolução de problemas com estudantes de escolas da Educação Básica.
INTRODUÇÃO
A escola está desempenhando vários e novos papeis na sociedade. Esse vem sendo um
campo de constante mutação, e o professor tem um papel central: é ele o responsável pela mudança
de atitude e pensamento dos estudantes. O professor precisa também estar preparado para os novos
e crescentes desafios desta geração que nunca esteve tão em contato com novas tecnologias e
fontes de acesso ao conhecimento, como hoje.
Estudos têm demonstrado que no dia a dia da escola o professor continua a formação
iniciada nas instituições formadoras de professores. Daí a necessidade de se oportunizar espaços
de interação colaborativa para que os professores possam socializar os conhecimentos construídos,
identificar os problemas existentes e tentar resolvê-los para melhorar seu fazer pedagógico. Assim,
a formação continuada deve estar voltada para o professor em exercício e tem como função básica
contribuir para o professor ampliar e alterar de maneira crítica, a própria prática. Como afirma
Perrenoud (2002), essa mudança ocorre diante da reflexão sistemática sobre seu próprio fazer
pedagógico, para entendê-lo e modificá-lo. Falsarella (2004) compartilha dessa ideia ao afirmar
que:
[...] a formação continuada como proposta intencional e planejada, que visa a mudança
do educador através de um processo reflexivo, crítico e criativo, conclui-se que deva
motivar o professor a ser ativo agente na pesquisa de sua própria prática pedagógica,
produzindo conhecimento e intervindo na realidade. (FALSARELLA, 2004, p. 50).
Nóvoa (2002) defende que o professor precisa ter consciência do seu papel social para que
possa ajudar o aluno a compreender a sociedade em que está inserido e a complexidade do
conhecimento que se pretende adquirir, tendo como meta principal uma aprendizagem voltada
para resolver os problemas que a vida nesta sociedade irá apresentá-lo, dando uma visão
crítico/reflexiva das coisas que se apresentarão ao longo da vida. Com isso ele terá a possibilidade
de compreender e interpretar os problemas que emergem no cotidiano.
O Enem, por exemplo, traz em sua matriz de referência, no eixo cognitivo, comum a todas
as áreas de conhecimento, que o estudante deve enfrentar situações-problema, ou seja, selecionar,
organizar, relacionar, interpretar dados e informações representadas de diferentes formas, para
tomar decisões e enfrentar situações-problema.
Mais do que nunca precisamos de pessoas ativas e participantes, que deverão tomar
decisões rápidas e, tanto quanto possível, precisas. Assim, é necessário formar cidadãos
matematicamente alfabetizados, que saibam como resolver, de modo inteligente, seus
problemas de comércio, economia, administração, engenharia, medicina, previsão do
tempo e outros da vida diária. E, para isso, é preciso que a criança tenha, em seu currículo
de matemática elementar, a resolução de problemas como parte substancial, para que
desenvolva desde cedo sua capacidade de enfrentar situações-problema. (DANTE, 2000,
p. 15).
Dante (2000) ainda sugere que devemos propor aos estudantes várias estratégias de
resolução de problemas, mostrando-lhes que não existe uma única estratégia, ideal e infalível.
Cada problema exige uma determinada estratégia. A resolução de problemas não deve se constituir
em experiências repetitivas, através da aplicação dos mesmos problemas (com outros números)
resolvidos pelas mesmas estratégias. O interessante é resolver diferentes problemas com uma
mesma estratégia e aplicar diferentes estratégias para resolver um mesmo problema. Isso facilitará
a ação futura dos estudantes diante de um problema novo. Dessa forma, em sala de aula o professor
pode trabalhar com as tentativas e os erros dos estudantes, observando o caminho usado para
chegar à solução do problema. Essa observação servirá para compreender o raciocínio dos
Na sociedade atual, onde a demanda por trabalhadores mais críticos, autônomos e criativos
é crescente, a Matemática pode dar sua contribuição, à medida que se utilize de “metodologias que
enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de resultados, a criatividade,
a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade
de enfrentar desafios” (BRASIL, 1998, p. 27).
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cuja versão final para a
Educação Infantil e o Ensino Fundamental foi homologada em 2017, e a versão final para o Ensino
Médio foi homologada em 2018:
Diante das orientações propostas nos documentos legais que norteiam a Educação Básica
e das competências exigidas nos sistemas de avaliação nacional e internacional (Saeb, Enem e
Pisa), questiona-se como se pode melhor desenvolver a competência para resolução de problemas
em estudantes de escolas públicas da Educação Básica da região do Vale do Taquari/RS. Por isso,
A formação continuada para os 16 professores dos anos finais do Ensino Fundamental foi
realizada no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense – IFSul
Câmpus Lajeado/RS, no período de maio a setembro de 2015. Os 10 encontros da formação
aconteceram em terças-feiras, no horário das 18h30min às 22h30min, conforme o seguinte
cronograma: maio (dias 12 e 26), junho (dias 9 e 23), julho (dia 7), agosto (dias 4 e 18) e setembro
(dias 1º, 15 e 29).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A formação continuada, ofertada pelo IFSul Câmpus Lajeado no ano de 2015, possibilitou
momentos de aprendizagem conjunta, discussão das dificuldades do dia a dia de sala de aula e a
reflexão sobre a prática docente. Aconteceram trocas de experiências, ressignificação de
conhecimentos matemáticos e abordagem de estratégias de ensino, com destaque para resolução e
criação de problemas. Dessa forma, as atividades desenvolvidas contribuíram para a formação
continuada dos professores e a qualificação dos processos de ensino e de aprendizagem
desenvolvidos nas escolas de Educação Básica da região do Vale do Taquari/RS.
REFERÊNCIAS
DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas de matemática. 12. ed. São Paulo: Ática,
2000.
RESUMO
O transtorno do espectro autista ainda é um tema pouco conhecido pelos os educadores, todavia é
um tema que vem sendo discutido com maior frequência no contexto educacional principalmente
devido à demanda de alunos com TEA que são inseridos em ambiente escolar regular e por esse
motivo a escola precisa de um educador comprometimento, e por isso, é importante que esse
profissional elabore novas metodologias significativa voltada para as dificuldades apresentada.
Por este motivo, o presente trabalho tem como objetivo geral, analisar a contribuição do professor
no atendimento do aluno com transtornos do espectro autista em uma escola da rede municipal de
Teresina – PI. Tendo como objetivos específicos, verificar as estratégias e recursos utilizados na
sala regular para incluir o aluno com transtornos do espectro autista; identificar as dificuldades
encontradas pelo professor na inclusão do aluno com transtornos do espectro autista no ambiente
escolar. E teve como suporte os teóricos CUNHA (2018), TEIXEIRA (2016),), SANTOS (2010)
dentre outros. Já em relação a metodologia utilizadas foram à investigação de natureza qualitativa,
de cunho descritiva, de caráter bibliográfico. Em relação ao resultado da pesquisa foi observado
que o professor precisa ter um olhar vigilante ao comportamento do aluno com TEA e compreender
quais são as práticas que despertam mais a atenção, suas habilidades e brincadeiras favoritas, e
dentro disso elaborar projetos que estimulem seu desenvolvimento.
INTRODUÇÃO
Na busca de uma sociedade mais justa e igualitária e de uma educação qualificadas por
políticas inclusivas em que todos possam usufruir de seus direitos sem qualquer discriminação,
assim sendo é fundamental a escola oferecer um ensino que possa incluir não só os alunos com
necessidades educacionais especiais, mas todos os alunos, cada um com suas especificidades, pois
a inclusão não se restringe somente aos alunos com necessidades especiais. Cabe, portanto, a
educação preparar espaços escolares e docentes para um ensino que vai contemplar a diversidade.
Assim sendo o professor que trabalha com crianças com necessidades educacionais
específicas, inclusive aqueles com transtorno do espectro autista, deve buscar de maneira efetiva
o conhecimento e a compreensão de como trabalhar com esse público e suas dificuldades,
identificadas no processo ensino-aprendizagem procurando atualizar e inovar a sua prática
Diante desse cenário, foi disposto o seguinte problema: como o professor pode contribuir
no atendimento do aluno com transtornos do espectro autista? E teve como suporte os conceitos
acerca do assunto de alguns teóricos como: CUNHA (2018), TEIXEIRA (2016),), SANTOS
(2010) dentre outros. Para a realização desta pesquisa os procedimentos metodológicos utilizados
foram à investigação de natureza qualitativa, de cunho descritiva, de caráter bibliográfico.
A educação inclusiva se caracteriza como uma educação para todos, com princípios
capazes de transformar e desenvolver ideias novas, pensamentos críticos fundamentados na
concepção que promova educação de qualidade para todos, independentemente de suas diferenças
físicas, cognitivas e sociais. Portanto a importância de pesquisar sobre esse tema fundamenta-se
na ideia da inclusão dos alunos com necessidades especiais na rede regular de ensino, e de maneira
especial os alunos com transtorno do espectro autista, uma vez que se faz necessário que o
professor compreenda o conjunto de comportamentos para poder saber como lidar com esses
alunos.
Para Mantoan (2000), inclusão é conviver com as diferenças nas quais todos aprendem
juntos, sem exceção. Diante deste panorama, incluir significa interagir com o outro, com o meio
social, e essa interação torna-se indicação básica para que os processos de desenvolvimento e
aprendizagem aconteçam satisfatoriamente.
A palavra autista foi introduzida na literatura psiquiátrica por Plouller em 1906 ao estudar
pacientes que tinham diagnósticos de demência precoce ( esquizofrenia) ( Camargo, 2002; Gomes,
2007). Contudo no ano de 1943, o psiquiatra infantil Leo Kanner publicou o artigo científico
“Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” contendo o relato de 11 pacientes com o transtorno.
3. METODOLOGIA
No presente estudo foi adotada uma investigação de natureza qualitativa, de cunho
descritiva/exploratória, de caráter bibliográfico e estudo de caso, tendo como finalidade de obter
as informações acerca dos dados coletados no período de 2019 em uma instituição do ensino
fundamental na capital de Teresina- PI, foi aplicado um questionário com duas professora da sala
regular, em conformação com os objetivos específicos arrolados na presente pesquisa.
Em relação a natureza qualitativo para Lakatos e Marconi (2009), “a pesquisa qualitativa,
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do estudo de vários teórico podemos compreender que o autismo é uma síndrome
complexa que afeta três importantes áreas do desenvolvimento humano que é a comunicação, a
socialização e o comportamento. Entretanto, ainda não se sabe a causa ao certo, nem se há cura,
porém há um consenso de que o quanto antes for diagnosticado, melhores são as possibilidades de
maior interação e qualidade de vida da pessoa diagnosticada como autista.
Em relação ao professor sua formação e o seu conhecimento tornam-se necessário para a
identificação do síndrome. Outro ponto relevante é que concerne da importância desse educador
entender o aluno e assim proporcionar um ambiente de aprendizagem mais profícuo. Isso facilitará
o exercício da sua autoridade, que é a segurança do educando com transtorno do espectro autista,
uma vez que ao ensinar não existe um procedimento metodológico ou estratégias que salve.
Portanto é significativo que o professor avalie a si mesmo e os recursos que possui.
REFERÊNCIAS
AMA, Associação de Amigos do Autismo – todos os direitos reservados, 2011. Disponível em:
www.ama.org.br>site>historia.
ARANHA, M.S.F. Projeto Escola Viva: garantindo o acesso e permanência de todos os alunos
na escola: necessidades educacionais especiais dos alunos. Brasília, Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial, 2005.
_____. Ministério da Educação. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional
de Educação e dá outras providências.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Ed. Atlas S.A, 2008.
JURDI, A.P.S e AMIRALIAN, Mª.L.T. M. A inclusão escolar de alunos com deficiência mental:
uma proposta de intervenção do terapeuta ocupacional no cotidiano escolar. Estudo da Psicologia,
Campinas, v. 23, n. 20, p. 191-202, abr-jun.2006. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v23n2/v23n2a09.pdf>. Acesso em: 17 junho. 2019.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologias
Científicas. São Paulo: Atlas, 2009.
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Ser ou estar, eis a questão: explicando o déficit intelectual. 2ed.
Rio de Janeiro: WVA, 2000.
SANTOS, J. I. F. Educação especial: inclusão escolar da criança. São Paulo: All Print, 2010.
SILVA, A.B.B. Mundo Singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro: objetiva, 2012.
TEIXEIRA, Gustavo. Manual do autismo. Rio de Janeiro: Best Saller Ltda, 2016.
INTRODUÇÃO
Para que a criança aprenda e sinta-se participante desse ambiente que o cerca ,faz- se
necessário colocar a criança e o jovem adolescente em contato direto com a interação que
existe entre Homem versus a Biodiversidade. Constata-se que tal objetivo pode ser alcançado,
Prosseguem Arce, Silva e Varotto (2011, p.20) destacando que através do Ensino de
Ciências nos Anos Iniciais da Escolarização, as crianças:
Quanto a importância do lúdico no ensino de Ciências nas séries iniciais, Ortiz, (2005, 10)
destaca que :
“O ensino deve favorecer uma participação mais ativa por parte da criança no processo
educativo. Deve-se estimulara as atividades lúdicas como meio pedagógico que, junto
com outras atividades ajudam a enriquecer a personalidade criadora, necessária para
enfrentar os desafios da vida”.
Faz parte da natureza infantil o impulso pelo brincar e quando esse impulso está
relacionado com os estudos, a aprendizagem torna-se mais prazerosa e significativa. Assim, a
conclui-se que a ludicidade funciona como uma aliança aos aspectos sociais, afetivos, cognitivos
e motores.
Nesse sentido, essa pesquisa foi pensada e elaborada a partir de observações realizadas no
Ambiente Escolar, durante o período de Estágios da Aluna pesquisadora, que constatou que o
Tema Órgãos Sensoriais eram pouco vivenciados nas atividades de sala de aula.
Diante do exposto, essa pesquisa teve como objetivo geral: estimular no aluno a percepção
dos órgãos do sentido, esperando com isso, favorecer o reconhecimento das partes do próprio
corpo, explorando suas funções e sensações. Já como objetivos específicos: promover o
reconhecimento dos cinco sentidos do corpo humano através de experimentos práticos; incentivar
a percepção e sensibilidade dos ambientes que os rodeia, propondo também a partilha de sensações
e a descrevê-las; propiciar a exploração dos cinco sentidos através de atividades lúdicas e materiais
para ampliar a percepção do aluno; reconhecer e estabelecer atitudes de valorização e respeito
pelos cinco sentidos.
Segundo Minayo (1994, p. 21) uma pesquisa de natureza qualitativa consiste em:
... trabalhar com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças,
dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como
parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar
sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e
partilhada com seus semelhantes.
Quanto à metodologia usada foi a pesquisa-ação, visto que identificou uma problemática e
elaborou-se um projeto de intervenção, de forma coletiva, com ações buscando amenizar a
problemática identificada. Segundo Barbier (2007, p.39) pesquisa-ação é quando:
Os materiais usados foram: cartazes, aparelho de som, celular, livro paradidático, venda
para os olhos, caixa tátil, alimentos diversos, recipientes plásticos, óculos, fone de ouvido,
almofadas, bonecas de lã, perfumes, papel, cola, tesoura, canetinhas e lápis coloridos. Para tanto,
o desenvolvimento da pesquisa deu-se em sete momentos, a saber:
1° MOMENTO:
1.1 ATIVIDADE REALIZADA: “RODA DE CONVERSA PARA ABORDAGEM SOBRE
OS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS”
Promoveu-se uma roda de conversa para abordagem do tema, bem como sondagem inicial
sobre o Tema . Posteriormente, explicou-se para os alunos que pode-se sentir e perceber as coisas
no entorno utilizando a audição, a visão, o olfato e o paladar. Em seguida, realizou-se a leitura e
a discussão do livro paradidático: “Na Floresta dos Cinco Sentidos” (Leonardo Mendes Cardoso).
2° MOMENTO:
2.1 ATIVIDADE REALIZADA : VISÃO
Explicou-se para os alunos que os olhos eram os órgãos responsáveis pelo sentido da visão,
em seguida solicitou-se aos alunos que ficassem em silêncio por alguns instantes e que
observassem os objetos que estavam presentes na sala de aula. Por fim, foram desafiados a
descrever em voz alta os objetos que eles perceberam ainda com os olhos vendados.
3° MOMENTO
3.1 ATIVIDADE REALIZADA : AUDIÇÃO
4° MOMENTO
4.1 ATIVIDADE REALIZADA : TATO
Nessa aula explicou-se que órgão responsável por esse sentido era o maior órgão do corpo
humano: a pele. Em seguida realizou-se a Atividade Caixa Tátil.
5° MOMENTO
5.1 ATIVIDADE REALIZADA : OLFATO
Para identificar os diferentes aromas, explicou-se que através do olfato, os odores podem
ser percebidos e distinguidos. Realizou-se a Atividade Que Cheiro é Esse.
6° MOMENTO
6.1 ATIVIDADE REALIZADA : PALADAR
7° MOMENTO
7.1 ATIVIDADE REALIZADA : CRIAÇÃO DO MURAL
Após conhecer e explorar os cinco sentidos de maneira prática e divertida, os alunos foram
convidados a criar um mural, analisando, identificando e colando algumas imagens
correspondentes aos cinco sentidos. O objetivo desta Atividade foi realizar o encerramento das
Atividades que englobavam os estudos do Órgãos dos Sentidos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Diante da proposta do estudo foi possível integrar diferentes Temas dos Órgãos dos
Sentidos, através de Atividades em Sala de Aula . Tais práticas, permitiram aos Alunos do 2º ano
do Ensino Fundamental a oportunidade de refletir sobre aspectos pessoais e do Meio ao qual estão
inseridos , garantindo assim diferentes perspectivas sobre si mesmo e o Mundo do qual fazem
parte .
O uso do Lúdico como estratégia didática no ensino de Ciências, verificou que foi bastante
significativo, facilitou a aprendizagem, como também verificou-se afetividade, a interação e
colaboração na realização das atividades propostas entre as crianças. Destaca-se ainda que
através do uso da ludicidade verificou-se que a professora encontrou uma maneira de ensinar
divertida e prazerosa. Corroborando as afirmações de Salles e Kovaliczn (2007, p. 111) quando
destacam que:
Por sua vez, Demizu et al (2015, p. 3455) destacam que “o ensino de ciências exige uma
reflexão sobre os conteúdos ensinados e, também, sobre as práticas pedagógicas adotadas na sala
de aula, uma vez que visa estabelecer a participação ativa do educando, logo, propendendo a
promoção do desenvolvimento da Educação Científica”.
Ainda em relação a motivação e interação dos alunos, Davis e Oliveira (1993, p.84-85)
destacam:
Um dos trabalhos mais importantes a serem a serem desenvolvido pelo professor junto
aos seus alunos é motivá-los, Não tratando-se apenas de incentiva-los com elogios ao
desempenho.Ao contrário, o bom professor procura fazer com que o processo de
aprendizagem seja motivador por si mesmo: as crianças devem ser levadas a colocar toda
a sua energia para enfrentar o desafio intelectual que a escola lhes coloca.
Ao encerar as atividades verificou-se que os alunos ficaram bastante entusiasmados com
esse experimento, verificando-se o que Porto, Ramos e Goulart (2009, p. 43) afirmaram ao inferir
sobre a importância dos experimentos em sala de aula no Processo de Ensino Aprendizagem para
os alunos, pois é através deles que as crianças vão investigar determinado assunto, buscando assim
o conhecimento e permitindo uma inter-relação do que foi aprendido com o que foi visto na
realidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatou-se a prática pedagógica com experimentos de forma lúdica nas aulas de Ciências
proporciona uma aprendizagem significativa, efetiva e duradoura;
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
DEMIZU, F. S. B.et al. Reflexões sobre Teórias da Aprendizagem para o Ensino de Ciências:
Piaget x Vygotsky. In: V Seminário Internacional sobre Profissionalização Docente_SIPO-
Catedra.São Paulo. UNESCO. 2015.
CARDOSO, L.M. Na Floresta dos Cinco Sentidos. 1ª edição. Editora do Brasil. 2015.
ORTIZ, J.P. Aproximação teórica à realidade do jogo. In : Murcia, J.A.M. (col). Aprendizagem
através do jogo. Porto Alegre: Artmed, 2005.
SALLES, G. D.; KOVALICZN, R. A. O “mundo” das ciências no espaço da sala de aula: o ensino
como um processo de aproximação. In:NADAL, B. G. (Org.) Práticas pedagógicas nos anos
iniciais:concepção e ação. Ponta Grossa: UEPG, 2007.
ZANON, D. A. V.; FREITAS, D. A aula de Ciências nas séries iniciais do ensino fundamental:
ações que favorecem a sua aprendizagem. CIÊNCIAS & COGNIÇÃO. v. 10. p. 93-103. 2007.
RESUMO
A disciplina de Estágio Supervisionado faz parte de um conjunto de disciplinas de cunho
obrigatório para os cursos de licenciatura no Brasil, as quais possibilitam ao estagiário a
observação e a prática de ser professor. No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Piauí (IFPI), a disciplina é distribuída da seguinte forma: 10 h de observação de regência, 10 h
de planejamento e 40 h de regência em sala de aula. Dessa forma, o estágio oferece um grande
incremento para a formação dos alunos que estão iniciando suas trajetórias na docência. Com isso,
este relato de experiência objetiva relatar a experiência do discente X, do curso de Licenciatura
em Química do IFPI campus Cocal, na turma de 7° ano “A” de uma escola pública na cidade de
Cocal-PI. Com a realização dessas atividades de estágio, o licenciando obteve a oportunidade de
observar, planejar e praticar a regência em sala de aula, sendo que esta oportunidade foi importante
para compreender alguns aportes que envolvem a profissão de docente. Ao longo das atividades
desenvolvidas, percebeu-se a evolução e o empenho de alguns dos alunos da disciplina de
Ciências, constatando o quanto isso é gratificante para a experiência profissional e realização
pessoal enquanto professor. Ademais, a disciplina de estágio pode mostrar grandes aprendizados
para o entendimento de aplicações de metodologias diferenciadas em sala de aula e sobre como as
atividades podem ser desenvolvidas com os alunos, ainda possibilitando a construção da
identidade profissional do licenciando, sendo um fato marcante para a vida profissional do mesmo.
INTRODUÇÃO
Contudo, o estágio além de servir como campo para identificação docente, este também é
relevante para a descoberta de quais metodologias devem ser utilizadas em salas de aula, pois o
mesmo possibilita a observação das metodologias do professor da escola-campo e também a
aplicação de metodologias, pelos estagiários, durante o período de regência (LIMA, 2008; LIMA
et al., 2016). Além disso, o estágio também contribui para o desenvolvimento de materiais e para
o planejamento acerca dos conteúdos e atividades a serem desenvolvidas no exercício da disciplina
e da profissão (LIMA et al., 2016).
REFERENCIAL TEÓRICO
ALGUNS APORTES TEÓRICOS SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO
Este momento também pode ser aproveitado para o licenciando, futuro professor, se inteirar
de como ocorre o funcionamento administrativo das escolas, de como esta é gerida pelo diretor e
como ocorrem as relações interpessoais entre os funcionários da mesma, tornando-se assim uma
ferramenta essencial de aproveitamento científico e de engrandecimento pessoal e profissional
para o licenciando no campo da educação (BERNARDY; PAZ, 2012).
O Estágio Supervisionado surge como uma maneira ao qual os discentes dos cursos de
licenciatura podem vivenciar a teoria e prática acontecendo ao mesmo momento. Nesta etapa
ocorre a construção da identidade profissional do docente a partir da vivência que o mesmo passa
a ter em sala de aula, passando a adquirir uma visão da realidade das escolas de forma crítica e
reflexiva (BURIOLLA, 2009; SANTOS, 2010).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA
Em relação à observação do professor, esta torna-se bastante relativa, pois durante as 10h00
de observação, pode-se perceber que durante as aulas o professor se esforçava para ministrar da
sua melhor maneira. No entanto, o professor utilizava sempre as mesmas metodologias tradicionais
durante todas as suas aulas na turma, sem buscar inovar e ousar em suas estratégias didáticas.
Desse modo, percebia-se que os alunos acabavam por ficar desmotivados ou “alheios” à
explicação dos conteúdos durante a aula. No entanto, em algumas aulas observadas, constatou-se
Ademais, foi possível constatar que o docente, enquanto ministrava a aula, possuía um bom
senso de organização do conteúdo, seguindo sempre o conteúdo programático do livro, e que
durante as explicações e as correções das atividades o mesmo se propunha a tirar as dúvidas dos
assuntos estudados; no entanto, os alunos não se sentiam motivados a realizar perguntas ou tirar
dúvidas sobre os assuntos.
No que concerne à observação dos alunos, pode-se notar que os mesmos mantinham-se,
em quase todas as aulas, inquietos e que, geralmente, costumavam conversar com os colegas de
sala ou então se distraíam durante a aula. Tal fato pode estar associado à falta de motivação para
se aprender ciências (STEINMANN; BOSCH; AIASSA, 2013), adquirida ao longo do processo
de ensino e aprendizagem ou então às dificuldades de compreender os assuntos com a metodologia
empregada pelo professor da disciplina. Entretanto, constatou-se que alguns alunos interagiam
mais durante as explicações dos conteúdos específicos, que provavelmente possuíam alguma
significância para os mesmos.
No entanto, o fato de a maioria dos alunos serem bastante inquietos acabava por
“atrapalhar” a explicação do professor. O resultado da inquietude dos alunos acabava por fazer
com que o professor concentrasse sua atenção durante a explanação e correção das atividades do
conteúdo, geralmente, em apenas alguns dos alunos que sentavam nas cadeiras mais próximas da
mesa e acabava por esquecer os alunos que sentavam em cadeiras mais próximas do “fundo” da
sala. Essa atitude de focar a atenção apenas nos alunos que mais participavam da aula podia ser
um dos fatores relacionados à desmotivação da maioria da turma em participar das aulas de
ciências e de aprender os conceitos dos assuntos ministrados na disciplina, tornando assim pouco
provável que os discentes, durante e após a aula, associem o conteúdo com a realidade
Durante esse planejamento, foram pensadas quais poderiam ser as atividades que poderiam
despertar a atenção dos alunos para os conteúdos da disciplina, a fim de que o processo de ensino
aprendizagem fosse mais eficaz. Para tal, levou-se em consideração as potencialidades dos
diversos alunos que foram observadas durante as aulas. Estas atividades foram baseadas
principalmente na construção de textos comentados em formato de resumo, na produção de
desenhos científicos, em atividades no formato de “cruzadinhas”, em pesquisas para casa sobre os
assuntos, em que estas pesquisas sempre destacavam a relevância do conteúdo para o cotidiano do
aluno, aplicação de provas, aplicação de recuperações e em trabalhos que envolviam
principalmente as funções dos órgãos para a sobrevivência dos animais, já que os assuntos
ministrados se tratavam da área de zoologia.
Com essa pré-preparação das aulas, foi possível também pensar em como realizar aulas
mais interdisciplinares com os conteúdos que seriam ministrados durante o estágio, sendo que esta
abordagem de aula interdisciplinar ocorreu durante a resolução de questões e durante a explanação
do conteúdo didático do livro de ciências.
Portanto, o planejamento foi uma etapa determinante para que as atividades do estágio
ocorressem de maneira cronológica (SCHROEDER, 2013). Deve-se ressaltar que esse
planejamento escolar foi importante, pois além de servir como um objeto estrutural que indicava
as atividades a serem realizadas, os conteúdos, a avaliação e o intuito de produzir a aula, o mesmo
Com essas atividades aplicadas, percebeu-se que alguns alunos se saíam muito bem em
determinadas atividades e outros não, no qual esses resultados demonstravam algumas
potencialidades específicas de alguns alunos da turma em outras áreas do conhecimento, como por
exemplo, português e artes.
Com a aplicação do conteúdo sobre peixes, buscou-se trazer os alunos para uma abordagem
simples e que envolvesse mais o cotidiano deles com o conteúdo. Com isso, percebeu-se que
quando o assunto era relacionado com o cotidiano, os alunos conseguiam aprender de forma mais
satisfatória e ficavam menos agitados durante as atividades propostas neste conteúdo. Com essas
atividades, visou-se desenvolver a capacidade de interpretação e produção de textos, na qual estas
seriam imprescindíveis para resolução da avaliação mensal do conteúdo. Portanto, a abordagem
do conteúdo sobre peixes foi uma das mais satisfatórias durante o período de estágio no 7° ano
“A”, servindo para mostrar que nem sempre o planejamento inicial consegue ser aplicado e que às
No que concerne ao conteúdo de aves, que foi o último conteúdo ministrado pelo estagiário
como professor da disciplina, ministrou-se aulas com a ajuda de slides com várias figuras
ilustrando as principais características das aves e as principais discussões que o livro trazia.
Durante a etapa de explicação desse conteúdo, realizaram-se também dois projetos de
disseminação da ciência oferecidos por graduandos do IFPI e com parceria da Secretaria Municipal
de Educação – SEMED.
ALGUMAS APRENDIZAGENS
Com as 10h00 de planejamento, foi possível também (re)aprender a como realizar um bom
planejamento das aulas a partir dos planos de aulas que se fizeram necessários para uma prática
pedagógica mais consolidada com a realidade dos alunos e da escola. Com esta etapa de produção
dos planos de aula também foi possível aprender como preparar um determinado conteúdo para
uma quantidade específica de tempo. Assim, as horas de planejamento foram um momento de
grande aprendizagem para perceber que a organização didática dos conteúdos é um fator
determinante para a realização de uma boa aula que possa cumprir com todos os objetivos
propostos no plano de aula.
Ademais, com o Estágio Supervisionado foi possível aprender a valorizar mais a profissão
docente a partir da realidade atual na qual a educação no Brasil está inserida, compreendendo a
importância do professor na sociedade para a formação de crianças, jovens e adultos com visão
crítica e reflexiva sobre problemas sociais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
LIMA, G. O.; SANTO, M. V. M. E.; MATOS FILHO, M. A. S.; SILVA, C. D. P. Teoria e Prática:
Dificuldades Enfrentadas pelos Futuros Professores no Campo de Estágio Curricular
Supervisionado no Curso de Pedagogia. Revista Eletrônica da Estácio Recife, v. 1, n. 3, p. 05-
09, 2016.
RESUMO
Farmácia Universitária é um estabelecimento de saúde que oferece serviços farmacêuticos de
modo a contribuir para a promoção da saúde e para o uso racional de medicamentos, além de
proporcionar oportunidades aos acadêmicos capacitando-os para atuar em equipes
multiprofissionais. A Farmácia Universitária da Universidade Federal da Bahia (FU-UFBA),
através de dinâmicas educativas com os usuários do Laboratório de Análises Clínicas e
Toxicológicas da Faculdade de Farmácia da UFBA (LACTFAR), promove atividades que
envolvem, principalmente, os cuidados com a utilização, armazenamento e descarte dos
medicamentos e riscos da automedicação. No entanto, com o advento da pandemia causada pelo
novo coronavírus e consequente impossibilidade da realização das atividades presenciais, adotou-
se diferentes ferramentas de ensino. Assim, este capítulo relata a experiência da FU-UFBA antes
deste cenário, bem como descreve a continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão e
do acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes durante a pandemia. Para isso, promoveu-
se o envolvimento dos graduandos em Farmácia em ações de educação em saúde e atividades
clínicas realizadas por meio remoto através do uso de metodologias ativas de ensino-
aprendizagem, tais como: a realização de educação em saúde, utilizando ferramentas digitais e
redes sociais; promoção à saúde; aprendizagem baseada em problemas por meio da discussão de
casos clínicos reais acompanhados pela FU-UFBA antes da pandemia e por teleatendimento;
tutoria entre iguais; e os produtos oriundos destas práticas, como a apresentação de trabalhos em
congressos on-line, publicações de capítulos de livro, dentre outros, no ano de 2020. Desta forma,
a FU-UFBA, alinhada com as diretrizes curriculares nacionais para curso de graduação em
Farmácia, vem contribuindo para uma formação humanística e reflexiva dentro dos contextos de
cuidado e educação em saúde.
INTRODUÇÃO
A pandemia causada pelo novo coronavírus, declarada pela Organização Mundial da Saúde
em março de 2020, provocou mudanças nas formas de atuação em todos os setores da sociedade,
ocasionando novos desafios para os sistemas de ensino público superior. Isso exigiu novas
perspectivas e estratégias de aprendizagem com adaptação e implementação de sistemas digitais,
de modo a garantir a manutenção de uma educação de qualidade e segura (GUSSO et al., 2020).
Podem ser aplicáveis em diferentes etapas dos cursos de ensino superior e são diversas
(LIMBERGER, 2013). Dentre elas, destaca-se a Aprendizagem Baseada em Problemas, ABP ou
PBL (Problem-Based Learning), que é uma proposta pedagógica centrada no estudante com a
finalidade de alcançar o aprendizado baseado em solucionar problemas (BOROCHOVICIUS;
TORTELLA, 2014). Além da gamificação, sala de aula invertida, aprendizagem em pares e estudo
de casos (QUARTO et al., 2020).
A FU-UFBA desenvolve atividades de educação em saúde e farmácia clínica por meio dos
projetos de extensão “Consultório Farmacêutico” e “Promovendo o Uso Racional de
Medicamentos” (URM). As ações de educação em saúde abordam diversos temas associados ao
URM, como: cuidados com a utilização, armazenamento e descarte dos medicamentos, riscos da
automedicação, acesso aos programas de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e
autocuidado. Antes do início da pandemia ocasionada pelo vírus Sars-Cov-2, tais atividades eram
baseadas em dinâmicas educativas realizadas na sala de espera com os usuários do Laboratório de
Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia da UFBA (LACTFAR), como
exposto na Imagem 1.
Quadro 1. Resumo dos pacientes assistidos pela FU-UFBA em diferentes modalidades de 2019-2020.
MODALIDADE ALCANCE
Nesta rede social, foram abordados diferentes temas voltados para a área de saúde, tais
como: resistência bacteriana aos antibióticos, armazenamento e descarte correto de medicamentos,
autocuidado apoiado, diferenças entre medicamentos genéricos, similares e de referência, URM,
além de assuntos relacionados à prevenção ao novo coronavírus.
A fim de contribuir ainda mais para a formação dos estudantes e esclarecimento de dúvidas
do público em geral, foram promovidas Lives, que são transmissões ao vivo, com objetivo de
levantar discussões, fazer reflexões e estimular perspectivas críticas a respeito de diferentes temas,
como: “COVID-19 e impactos da medicalização na sociedade”, “Uso racional de medicamentos e
cuidado farmacêutico nas doenças crônicas”, “Atuação do farmacêutico na pediatria” e “Fake
News X medicamentos em tempos de pandemia", as quais contaram com a participação de
discentes, docentes, jornalistas e farmacêuticos de diferentes áreas.
Salvador 29,30%
Fortaleza 2,00%
A oferta do serviço de atendimento farmacêutico era realizada a cada três meses pelas
estagiárias da FU-UFBA por meio do aplicativo de mensagens Whatsapp para os pacientes
cadastrados no serviço. Assim, por meio da demanda espontânea dos pacientes, o contato
paciente/farmacêutico se estabelecia. As consultas também eram efetivadas on-line através de
textos, áudios, ligações ou videochamadas, onde os pacientes descreviam suas queixas principais
no contexto da anamnese farmacêutica, pactuando-se o plano de intervenção. O aplicativo de
mensagens também foi uma ferramenta para o envio de cards informativos, criados pelos
estudantes, com medidas profiláticas ao novo coronavírus.
Tabela 1. Perfil do atendimento farmacêutico da Farmácia Universitária da UFBA durante pandemia em 2020.
PERFIL DOS PACIENTES (n = 7) RESULTADOS
Assim, para cada reunião, um estudante era escolhido para produzir um resumo a partir dos
prontuários dos teleatendimentos, mantendo as informações pessoais do paciente em sigilo,
elaborando perguntas norteadoras e trazendo suas soluções com embasamento científico, além de
levantar discussões a respeito dos problemas de saúde, farmacoterapia utilizada, interações
medicamentosas e mudanças no estilo de vida. Logo após as apresentações, abria-se um espaço de
debate para o esclarecimento de dúvidas de outros alunos e contribuição dos professores e
farmacêuticos.
Foram realizadas um total de oito discussões de casos clínicos na quarentena, nas quais
participaram: um professor, três farmacêuticos e duas estagiárias da FU-UFBA, oito graduandos
em farmácia e outros cursos de saúde da UFBA e demais instituições de ensino superior, que não
participam do projeto (Imagem 4). As reuniões eram programadas através de um grupo no
Whatsapp e, posteriormente, realizadas via Google Meet. O aplicativo também era utilizado como
instrumento de divulgação e compartilhamento de congressos, cursos e materiais informativos.
Além disso, os casos discutidos e materiais de apoio eram disponibilizados em uma sala
Classroom, que é um sistema de gerenciamento de conteúdo que auxilia na organização e
distribuição de trabalhos.
Até o momento foram submetidos quinze trabalhos, todos aprovados, destacando-se seis
relatos de caso e de experiência que abordaram, no geral, o acompanhamento farmacoterapêutico
e a resolução de problemas relacionados à farmacoterapia de pacientes hipertensos, diabéticos,
portadores de doenças autoimunes, polimedicados e pediátricos, sendo que um deles foi premiado
e recebeu menção honrosa. Também, trabalhos realizados em parceria com outra Instituição de
Ensino Superior e/ou que explicitaram os projetos e procedimentos da FU-UFBA, como critério
de Beers, o impacto da sala de espera na captação de pacientes para consulta farmacêutica,
consultório farmacêutico, URM e atendimento clínico em tempos de pandemia. Ainda, foram
abordadas as possibilidades de perspectivas no âmbito farmacêutico pós-pandemia. Além disso,
as discentes foram instruídas para a produção de uma revisão de patentes, categoria promissora
nos últimos tempos, que contribuem na detecção de novas tecnologias relevantes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as discussões de casos, foi possível apresentar uma nova visão quanto ao contexto
ensino-aprendizado no âmbito da Farmácia Clínica, além de serem centradas no estudante visando
desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes e promovê-lo como protagonista no seu
processo de ensino-aprendizagem. Ainda, com a participação em congressos on-line, observou-se
o desenvolvimento de habilidades de escrita adequada para relato de caso, resumos expandidos e
capítulos de livros, além da utilização dos termos apropriados que permeiam a área da saúde.
Também contribuiu com o compartilhamento de abordagens inovadoras realizadas pela FU-
UFBA, as quais podem motivar outras FUs. Desta forma, a FU-UFBA, alinhada com as diretrizes
curriculares nacionais para curso de graduação em Farmácia, vem contribuindo para uma formação
humanística e reflexiva dentro dos contextos de cuidado e educação em saúde.
REFERÊNCIAS
VIEIRA, K. B. N. T., et al. A importância da Farmácia Universitária frente aos serviços clínicos
prestados à comunidade. Revista Sustinere, v. 6, n. 2, p. 331-336, 2018.
RESUMO
As feiras de ciências se caracterizam por serem eventos nos quais os discentes expõem
conhecimentos científicos e realizam experimentações para a população em geral, demonstrando
conceitos científicos de forma inter e multidisciplinar a partir da incorporação de conhecimentos
de outras ciências nestes experimentos. Estas feiras de ciências também são uma estratégia de
ensino que o docente pode utilizar em suas aulas para trabalhar de maneira diferenciada o ensino
de ciências e de química, por exemplo. Desse modo, realizou-se um projeto de feira de ciências na
Unidade Escolar José Basson, devido à mesma oferecer a modalidade de ensino fundamental para
os moradores da cidade de Cocal-PI. Desse modo, foram selecionados alguns experimentos que
foram aplicados por discentes do curso de Licenciatura em Química do IFPI campus Cocal, para
alunos do ensino fundamental da Unidade Escolar José Basson. Assim, a realização da feira de
ciências possibilitou que os discentes pudessem ver a ciência e a química de forma diferenciada,
tornando o ensino mais atrativo e dinâmico para os mesmos devido à dinâmica que esse tipo de
evento estabelece entre os conteúdos, realidade e sala de aula. Desse modo, conclui-se que a Feira
de Ciências também contribuiu para que os discentes do Curso de Licenciatura em Química do
IFPI campus Cocal aperfeiçoassem suas práticas pedagógicas, ainda colaborando para que os
conteúdos das disciplinas de ciências e química fossem apresentados de maneira diferenciada para
os alunos de ensino fundamental.
INTRODUÇÃO
A disciplina de ciências no ensino fundamental tem por objetivo contribuir para que os
alunos despertem o interesse pela investigação da natureza e do meio ambiente em suas diversas
linhas de estudo que envolvem a química, biologia, matemática e a física, para que estes estudantes
quando chegarem ao ensino médio possuam uma base de conhecimento consolidada em ciências
(MEC, 2017).
REFERENCIAL TEÓRICO
EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS E QUÍMICA
A experimentação permite que o estudante possa trabalhar além do senso crítico a sua
autonomia, o que é possível por meio da experimentação por investigação, onde o discente faz a
observação da atividade, levanta suas hipóteses e as comprova ou nega para a formulação de suas
conclusões. Isso pode ser trabalhado mesmo na ausência de um laboratório, pois sabe-se que nem
todas as escolas dispõem de laboratórios equipados para suas aulas. Assim, materiais encontrados
no dia a dia dos estudantes podem também fazê-los trabalhar a investigação e superar dificuldades
de infraestrutura, uma vez que podem pensar, com a ajuda de seus professores, qual determinado
material ou reagente pode ser substituído por materiais de fácil acesso e baixo custo, por exemplo
(GONÇALVES; MARQUES, 2006).
Além disso, o professor dever usar a experimentação não apenas como uma motivação aos
seus alunos para a aprendizagem de determinado conteúdo ou reprodução repetitiva de
experimentos, mas como estratégias capazes de contribuir para que o estudante possa construir e
aprimorar seus conhecimentos científicos, possibilitando-o a entender melhor o mundo a sua volta,
seus fenômenos e solucionar problemas, sejam eles de natureza econômica, social ou tecnológica
(GULLICH; SILVA, 2013).
Nesse sentido, é fundamental que o professor seja capaz de criar métodos que possibilitem
ao aluno aprender diante da atividade realizada. Além disso, é essencial que durante o processo de
realização, o discente esteja realmente se colocando diante de todo o processo para que seja
possível a apropriação da teoria e principalmente visualização da teoria com o seu cotidiano,
tornando, dessa forma, o conhecimento construído ainda mais significativo (SILVA et al., 2019;
COSTA; NOGUEIRA; CRUZ, 2020).
Desta forma, as feiras de ciências podem ser usadas como uma ferramenta metodológica,
pois oportuniza aos alunos momentos em que se tornem protagonistas em seus processos de
ensino-aprendizagem, pois os mesmos são colocados em contato direto com os conhecimentos,
tornando-os elementos ativos do processo, enquanto o professor será apenas o mediador,
favorecendo a construção do conhecimento e melhoramento das relações entre professores e
alunos e uma maior integração (OLIVEIRA et al., 2016; RESENDE; MESQUITA, 2013).
A feira de ciências proposta foi realizada na Unidade Escolar José Basson e contou com a
participação dos estudantes do curso de licenciatura em química do IFPI campus Cocal, estudantes
de diferentes séries do ensino fundamental e com o corpo docente e técnico da instituição. Na feira
de ciências foram realizados diversos experimentos que envolviam conteúdos de química e de
ciências, sendo que todos os experimentos foram escolhidos pelos alunos do curso de Licenciatura
em Química, em que os mesmos realizaram os experimentos e a explicação destes por meio da
contextualização com o cotidiano dos alunos, interligando o cotidiano com os conteúdos de
ciências e química.
Assim, todos os experimentos foram realizados com materiais de baixo custo e que se
encontram presentes no cotidiano dos alunos de educação básica, como, por exemplo, leite,
detergente, doces, corantes, dentre outros materiais. Além disso, todos os experimentos escolhidos
eram de fácil execução e não ofereciam riscos para os executores e nem para o público-alvo. Ainda,
ao longo da realização das atividades experimentais, os ministrantes dos experimentos
questionaram os discentes da Unidade Escolar José Basson sobre as explicações científicas que
envolviam os experimentos, a fim de instigar os alunos a pensarem sobre as hipóteses que
envolviam o experimento em questão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Outro ponto a ser destacado com a realização do experimento é que, através dele, os alunos
puderam visualizar uma reação química como matérias do seu cotidiano, o que possibilitou a eles
atribuir conceitos químicos. Este fato merece destaque, pois é necessário criar meios que possam
permitir que o discente investigue e questione, criando desta forma, alunos autores da sua
aprendizagem, não esquecendo que o professor desempenha o papel de mediador durante o
experimento (CAVALCANTE, 2019).
Figura 3: Realização do experimento “Queimando dinheiro: uma abordagem química” na feira de ciências da
Unidade Escolar José Basson.
Pôde-se constatar também que a aplicação da feira de ciências foi de grande importância
para os discentes da Unidade Escolar José Basson, uma vez que eventos desse caráter são uma
ótima alternativa de ensino que agregam conhecimentos para os estudantes por meio de uma
prática pedagógica diferenciada, pois as feiras de ciências proporcionam a aproximação do
conhecimento científico com a realidade (VASCONCELOS; FRANCISCO, 2015).
Foi perceptível que a realização da feira de ciências na escola foi bastante produtiva, tendo
por base a empolgação dos alunos, foi um evento diferente no qual eles não estavam habitados,
então eles demostraram bastante interesse e entusiasmo. Barcelos, Jacobucci e Jacobucci (2010, p.
217) afirmam que a “Feira de Ciências passou a ser a marca da escola inovadora, devido à proposta
alternativa que mostrava que os alunos também podiam aprender fora do espaço da sala de aula”.
O tema da feira de ciências, que teve foco em experimentos que trabalhassem a química,
foi escolhido por meio dos debates sobre os processos de ensino e aprendizado já vivenciados
Devido a isto, acredita-se que a realização da feira de ciências acrescentou para os discentes
do curso de Licenciatura em Química um aperfeiçoamento de suas metodologias de ensino, por
meio da realização de atividades do evento. Desse modo, contribuiu-se para que metodologias de
ensino diferenciadas sejam incorporadas pelos graduandos do curso de Licenciatura em Química
em suas práticas pedagógicas relacionadas ao ensino de química e de ciências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma, a feira de ciências também contribuiu para que os discentes do Curso de
Licenciatura em Química do IFPI campus Cocal aperfeiçoassem suas práticas pedagógicas por
meio de práticas de ensino diferenciadas, tais como a feira de ciências; se refletindo também como
uma forma diferenciada de elaborar estratégias de ensino e aprendizagem.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
ABREU, N. S.; MAIA, J. L. O Ensino de Química Usando Tema Baía de Guanabara: Uma
Estratégia para Aprendizagem Significativa. Quím. nova esc., v. 38, n. 3, p. 261-268, 2016.
LIMA, L. S.; PEREIRA, A. C. S.; AGUIAR, L. K.; SARTORI, R. A. Feira de ciências na escola:
vivências do PIBID/química. Scientia Naturalis, v. 1, n. 1, p. 84-89, 2019.
SILVA, S.; SILVA, E. V.; SILVA, E. E. V.; GADELHA, R. M.; LIMA, I. L. S. A feira de ciências
como instrumento para melhoria do ensino da química em Patos, Paraíba. REBES, v. 9, n. 1, p.
55-60, 2019.
SKOOG, D.; WEST, D.; HOLLER, J.; CROUCH, S. Fundamentos de Química Analítica. 8. ed.
São Paulo: Editora Thomson, 2006.
Logo, a ação de criação de um problema exige do estudante passos de resolução, tal igual
os de um problema (interpretar, hipóteses/conjecturas, testes e resultados com argumentos),
(PONTE, BROCARDO, OLIVEIRA, 2013), e, em paralelo, estabelece um conjunto de reflexões
docentes para o estudante em formação considerar. A justificativa central deste trabalho é a
integralização dos conceitos necessários à prática docente, como a importância de planejar
problemas/atividades de Matemática de autoria própria, pois ao criá-los, o professor pesquisa,
estuda, contextualiza, adapta e inova sua sala de aula. Salientando que o professor criativo,
inovador e disposto a trabalhar coletivamente é fundamental para a sociedade, a escola necessita
desse perfil docente para adquirir outro significado cultural, deixando se ser vista como obrigação,
além de proporcionar uma ressignificação da Matemática, transformando-se em uma ciência
interessante e lógica (MORIN, 2000) (BONA, 2012), e extremamente importante para a vida
cotidiana, considerando o fato que atualmente tudo exige tecnologia, em particular digital, e,
afinal, a resolução de problemas investigativos viabiliza a construção do pensamento
computacional.
Cabe destacar que nessa etapa do curso é essencial que o estudante tenha consolidado a
distinção de que a resolução de um problema de Matemática é uma habilidade diferente da de
explicar o problema de Matemática, sendo ainda mais diversificado planejar uma aula que
contemple a resolução do problema de Matemática com os conceitos de Matemática previstos para
Os problemas criados, inclusive, são de fácil escrita em braile e foram testados pela
professora da disciplina com um estudante do IFRS – Campus Osório, aluno cego do Ensino Médio
Integrado em Informática. Eles podem serem lidos por programas de computadores e a imagem
tem a possibilidade de ser realizada através da audiodescrição simples, como o aluno cego fez e
gostou muito do problema. Paralelamente, os problemas são “traduzidos” para libras com
tranquilidade por trabalharem conceitos de Matemática no Ensino Fundamental, como essência, e
empregando a linguagem simbólica e/ou representações em um primeiro momento, de forma a
incluir todos os estudantes.
O curso noturno de Licenciatura em Matemática ofertado pelo IFRS – Campus Osório atua
desde 2016, foi construído por uma demanda social da região do Litoral Norte/RS e assim cumpre
uma das finalidades dos Institutos Federais (BRASIL, 2008). O perfil do curso contempla:
“desenvolver um profissional em consonância com as necessidades de uma formação reflexiva-
crítica quanto à aplicação da Matemática na vida cotidiana, profissional e acadêmica, e com as
exigências atuais do mundo do trabalho” (IFRS, 2019, p. 36).
- Produção escrita individual escrita e oral, coletiva e oral, em um ciclo acadêmico, como
prática de sala de aula versus prática acadêmica;
Eles apresentam como pontos integradores o estímulo a reflexões com as disciplinas que
contemplam algum ponto da Educação Matemática quanto a Pesquisa em Educação Matemática.
Extensão:
- Estudar e Avaliar o Currículo da Escola Básica, desde seus documentos como regimento
interno, Projetos Políticos Pedagógicos dos cursos, a Matriz Curricular de Matemática, e outros;
Pesquisa:
A reflexão é o ponto alto de todas as aulas. Ela sempre surge a partir de uma atividade de
pesquisa e/investigação atrelada da outra, como o fio condutor de um planejamento denso que
acompanha o ritmo dos alunos, pois percebe-se que eles apreciam ouvir e aprender com as práticas
dos outros estudantes. Assim, evidenciam-se e se destacam atividades de apresentação e de
produção autoral escrita, estimulando a habilidade da escrita acadêmica necessária a todos
professores atualmente.
No entanto, cabe destacar que o plano de ensino docente para a disciplina ocorre antes de
conhecer os alunos, dessa forma, a turma se constrói, baseado no projeto do curso (IFRS, 2019) e
em aportes construídos com outros colegas do curso. No primeiro dia de aula são propostas uma
ação didática e uma “roda de planejamento”, nesse espaço é apresentado as ideias e objetivos aos
alunos, eles falam sobre o que esperam da disciplina, é explicado que o trabalho é colaborativo
(dividir etapas para o mesmo objetivo) e que o aproveitamento será máximo se o conhecimento
for transformado pela cooperação (além do mesmo objetivo construir todas as etapas juntos)
(BONA, 2012). Diante desse diálogo, os alunos partilham o comando da disciplina com a
professora, essa é uma estratégia para atingir os objetivos que vem sendo usada com sucesso em
outras disciplinas.
Ao longo do semestre, a disciplina foi construída com atividades (algumas anexas) em que
todos cumpriram com os objetivos traçados inicialmente, na verdade, os próprios alunos e colegas
do curso perceberam eles que foram além dos objetivos, inclusive assinalando uma mudança de
postura, mais comprometida, enquanto estudante.
As atividades anexas são identificadas, uma vez que os estudantes autorizaram o uso para
fins da avaliação do projeto no concurso e para relacionar as atividades realizadas com os capítulos
do livro publicado. O perfil dos estudantes é o de trabalhadores que estudam à noite, e a professora
compreende e respeita o espaço da sala de aula como um momento harmonioso de aprendizagem
e de expressão, optando por não fazer fotografias, uma vez que eticamente é o correto com os
estudantes. Além disso, o tempo de aula passa demasiadamente rápido, quando se percebe já é o
intervalo e a conversa invade a aula do próximo professor de Estágio II. No entanto, se for
necessário é possível contar com a parceria dos estudantes concluir a discussão. E no final do livro
em que publicado dois capítulos há a apresentação dos autores e os alunos ali estão fotografados,
o link do site de comercialização do livro está em nota de rodapé 4, assim como nos links dos vídeos
de convite a leitura do livro.
Atividade 1: Ler uma tese sobre frações e comprimentos com produto para Escola Básica
no final.
4 https://www.editoracrv.com.br/produtos/detalhes/34813-a-docencia-em-stem-br-a-sala-de-aula-como-o-
espaco-do-professor-pesquisador
Atividade 10 - Desafio: Escrever um artigo para revista das atividades, a critério dos
estudantes de onde e como publicar e, assim que possível, compartilhar com professores da Escola
Básica os problemas e atividades construídas na disciplina.
A atividade 10 foi realizada com sucesso e submetida a uma revista de qualis B1, os
envolvidos estavam extremamente satisfeitos e os problemas foram sido testados por no mínimo
3 professores da rede pública. Em meados de janeiro de 2020, a professora recebe um convite para
publicar um capítulo de livro em parceria com a UERGS, cuja a temática era Educação
Matemática, denominado A Docência em STEM: a sala de aula como o espaço do professor-
pesquisador. Tal convite foi proposto aos alunos nas férias de versão, via whatsapp, e todos
concordaram, logo foi escrito o capítulo intitulado: O Processo de Criação de Problemas de
Matemática durante a Formação Docente Superior (Bona, Blumm, Luz, Oliveira, Lima Neto,
Tedesco, 2020, p. 135- 150).
Após a avaliação do organizador do livro do nosso capítulo, surge outro convite: produzir
outra prática com o mesmo teor de qualidade e articulação entre prática e teoria. A resposta foi
afirmativa, pois a construção das atividades de reciclagem também tem a mesma finalidade de
reflexão. Assim, nasceu o capítulo: Atividades Diferenciadas com o Material Reciclado: um
contexto para o ensino dos conceitos de Matemática (Bona, Blumm, Oliveira, Lima Neto, Tedesco,
2020, p. 151-166).
(3) relação estabelecida com o Estágio I e com outra ação docente vivenciada (inclusive
com trocas em sala de aula, em que foi apresentada atividades construídas aos próprios colegas de
aula/curso e quando exploradas em outras disciplinas inclusive),
(4) organização, oral e escrita, da compilação das ideias apresentadas na atividade proposta,
individual e coletiva,
(5) apropriação dos apontamentos teóricos e práticos de cada atividade proposta de forma
individual evidenciado de forma oral e/ou escrita.
A disciplina não caberia em uma avaliação somativa, por se tratar da etapa de formação
docente, no entanto essa quantificação é exigida pelo projeto do curso (IFRS, 2019) e também por
outras normativas institucionais do ensino, além do sistema de registro aceitar apenas o registro
de duas avaliações, com notas de zero a dez, quanto as demais necessita-se de planilha anexa. É
feita uma combinação com os estudantes, de modo a ficar simples como quantificar resultados,
mas eles compreendem perfeitamente que a professora irá “quantificar” os cinco procedimentos
descritos acima.
(2) o cumprimento além da ementa da disciplina por todos os estudantes, considerando que
a disciplina é ministrada nas sextas a noite, no segundo semestre do ano, por estudantes
trabalhadores, sendo alguns moradores de outras cidades, é absolutamente digno de nota;
(3) a autonomia dos estudantes em sala de aula é notória, tanto na apropriação dos seus
textos, quanto nos argumentos de escolha das leituras, dos recursos e metodologias adotadas no
Estágio I, que é pré-requisito para a disciplina;
Joaquim era dono de um terreno retangular com 15000 m2 de área, localizado na zona
rural do município de Osório. Esse terreno possuía como dimensões 50 metros a mais de
comprimento se comparado com a largura. Joaquim decidiu dividir esse terreno em dois
lotes para vendê-los. O primeiro lote vendido possuía formato retangular e tinha como
medida de comprimento 1/3 do comprimento do terreno inicial e como medida de largura
A discussão da estudante quanto a resolução do problema por ela criado, desde dos iniciais
rascunhos até a finalização, e a proposta metodológica para explorar sua resolução é muito
detalhada e fundamentada, apresentando domínio dos conceitos de Matemática e pedagógicos
quanto sua elaboração, execução e aprimoramento, pois quando aplicou com os colegas de
disciplina (Seminário para Ensino de Matemática) os mesmos apontaram dúvidas e outras ideias,
e ela, com desenvoltura e suporte, apresentou respostas e incrementos, considerando tais aspectos,
a apropriação da aluna quanto todo o processo inovador de criação é excelente. Destaca-se que
todos os estudantes tiveram tal postura e se auto-construíram durante a disciplina, culminando com
o projeto da criação dos problemas de Matemática.
Aos estudantes, futuros professores, o saber experimental (TARDIF, 2002), proposto pela
professora da disciplina, enriquece as vivências teóricas e as práticas pesquisadas e construídas ao
Para cumprir com os objetivos elencando acima, o professor precisa entender que ele é um
pesquisador permanente dos estudos de Matemática, da Educação Matemática e da Informática na
Educação, dentre outros assuntos que lhe possam interessar para a formação e profissão docente.
Quanto aos apontamentos da Educação Matemática, os estudantes destacam em cada encontro/aula
da disciplina que existe a necessidade de uma formação docente permanente, seja pedagógica
coletiva com a escola, seja com os colegas de Matemática, além da escola em que leciona. Os
5 https://uergs.edu.br/docentes-e-estudantes-do-mestrado-em-ciencias-tecnologias-engenharias-e-
matematica-lancam-livro-sobre-experiencia-docente
6 Vídeo da chamada para leitura do capítulo de criação dos problemas de matemática:
https://youtu.be/QBDI9U3sIc4. E Vídeo da chamada para leitura do capítulo de criação de problemas com material
de reciclagem: https://youtu.be/3m_yaBR9lfY
Os estudantes, assim como a professora, entendem que todo o processo que envolve o ato
de ser professor-pesquisador, focando na inovação, na mobilização dos estudantes, na preparação
de aula, da presença em sala de aula, dentre outras ações atreladas à prática, é um ciclo incessante
entre escolher um meio/recurso, planejar/organizar, aplicar e ajustar, avaliar e retomar e entender
a lógica do estudante com dificuldades. O ciclo começa outra vez através de estudos, sejam eles
sobre a Matemática ou sobre a Educação Matemática.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONA, A. S.; BLUMM, A. L.; LUZ, B. F.; OLIVEIRA, J. C. S.; LIMA NETO, L. P.; TEDESCO,
M. F. G. O Processo de Criação de Problemas de Matemática durante a Formação Docente
Superior. In: COSTA, L. A. C. A Docência em STEM: A sala de aula como o espaço do professor-
pesquisador. Curitiba: CRV, 2020, p. 134-150.
BRASIL, Lei de Criação dos Institutos Federais: Lei n. 11.892 – 29 dez. 2008. Institui a Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Brasília: DF, 2008.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
MOREIRA, P.C.; DAVID, M.M.M. S. Matemática escolar, matemática científica, saber docente
e formação de professores. Zetetiké, Cempem, FE, Unicamp, v.11, p. 57-80, n. 19, jan./jun., 2003.
PAIS, L. C. Didática da Matemática uma Análise da influência francesa. São Paulo: Autêntica,
2001.
RESUMO
Os métodos de aprendizagem evoluem constantemente, independente do campo ou nível de
ensino. Dentre os métodos, um que se destaca e é considerado inovador é o método de ensino
denominado PBL (Problem-Based Learning), também conhecido como ABP (Aprendizagem
Baseada em Problemas). Trata-se de uma relevante alternativa de estudos ao modelo de ensino
tradicional. Nesse contexto, o presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo sobre
desenvolvimento sustentável, regional e local, da Região Integrada de Desenvolvimento de Gezaró
(RIDE-Gezaró). A situação é hipotética e factível, cingida em quatro problemas baseados na
utilização do método PBL. O trabalho permeia-se por um percurso sucinto do método PBL, e dos
principais elementos que envolvem a sua aplicabilidade. É a prática, de certa forma, de estudos
realizados em uma disciplina de Mestrado em Sustentabilidade, um Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu de uma universidade da região sudeste do Brasil. Para atender critérios de
metodologia, coletou-se dados bibliográficos e documentais, com pesquisa exploratória e
finalidade aplicada. Como resultado, o estudo aponta a necessidade de se estabelecer consórcios
municipais para desenvolvimentos sustentáveis, tanto no âmbito regional como no âmbito local de
cidades menos desenvolvidas do Brasil. Conclui-se que um pacto social e político, com
participação da população em projetos de curto, médio e longo prazo, são fundamentais para se
alcançar um imprescindível desenvolvimento sustentável regional e local.
INTRODUÇÃO
A educação tem enfrentado grandes desafios, não apenas pelo déficit de qualidade, no
Brasil, mas também no mundo. Isso acontece devido ao crescente volume de informações e
conhecimentos que os alunos têm disponíveis, de modo geral, durante sua formação. São
informações que os alunos precisam absorver, de alguma forma, para garantir bons níveis de
educação e se destacar no mercado de trabalho (DIESEL et al., 2017). Os educadores também
carregam a obrigação de sintetizar o vasto volume de informações, especialmente na atual era
digital, tecnológica, de inteligência artificial. Somente assim conseguem ajudar os alunos a melhor
compreender e colocar em prática o que está disponível no mundo acadêmico.
Segundo Escrivão Filho e Ribeiro (2008), os desafios de metodologia de ensino dentro das
universidades são muito grandes, tendo em vista que é um ambiente onde predomina a prática de
métodos tradicionais. Trata-se de um local que possui ideias ainda arraigadas, como a de que o
professor é uma pessoa superior, de que os alunos são “corpos vazios” que aguardam receber
conhecimentos fixos, acabados, inquestionáveis e, portanto, sem possibilidades de discussão.
As nuances deste artigo têm por objetivo estudar e sugerir caminhos de desenvolvimento
sustentável, regional e local, para a RIDE-Gezaró. Com situação hipotética e factível, imaginária,
os problemas da RIDE-Gezaró perpassam por quatro situações detectadas pelo método PBL. O
trabalho permeia-se numa concepção sucinta de PBL e dos seus respectivos elementos que
envolvem a sua aplicabilidade.
Trata-se da prática, num certo sentido, de estudos stricto sensu que são realizados em uma
disciplina de Mestrado em Sustentabilidade, oferecido por uma universidade da região sudeste do
Brasil.
1. REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Impactados por este relatório, e por outros acontecimentos relevantes da época, que
também envolviam eventos ambientais, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em
1972 a “Conferência de Estocolmo”. Foi a primeira conferência da ONU com ênfase no tema do
meio ambiente global. O resultado dos trabalhos proporcionou e incentivou bases estruturais para
um combate internacional contra a degradação ambiental.
Nesse contexto, bens ambientais não são meros fatos empíricos passíveis de serem
legislados, mas um sistema complexo e relacionado que motiva suas próprias regulações e ordens
classificatórias. Quando declarações, tratados, pactos internacionais, e leis nacionais sobre solos,
mares, água potável, geleiras, flora e fauna, ar puro, aquecimento global, espécies em extinção e
outras similares são analisadas, interpretadas e aplicadas, conclui-se que ainda paira uma grande
insuficiência de analogia e ideal de justiça ambiental (LORENZZETI, 2010, p. 5).
Portanto, DS tem por objeto, dentre outros, entender e atender necessidades econômicas,
buscando, ao mesmo tempo, diminuir a desigualdade social. Consequentemente, melhorar a
qualidade de vida das pessoas, bem como o aumento gradativo do acesso de todos a uma cidade
mais digna e justa de se viver, mantendo, do mesmo modo, a preocupação com o meio ambiente e
a garantia de sua regeneração natural.
Para Buarque (2006), é muito importante manter a preocupação com os recursos naturais
locais, bases de potencialidades. Isso porque os recursos naturais são estruturas de permanência
da qualidade de vida da população, o que significa um processo endógeno de mudança.
É por isso que Ruthes e Cunha (2008) afirmam que o processo de aprendizagem é sempre
ativo e colaborativo, ou seja, envolve não apenas uma ação pessoal do indivíduo, mas também
trabalhos e atividades acadêmicas em equipe, em grupo.
Segundo Goodson (2001), dentro das instituições de ensino os alunos devem, na medida
do possível, assumir responsabilidades de sua própria aprendizagem, ativando aquisição de
conhecimentos e de desenvolvimentos de competências. Além de impedir que se tornem pessoas
passivas e desinteressadas, a aprendizagem própria também possibilita múltiplos envolvimentos;
não apenas na elaboração daquilo que se está ensinando, mas também na sua implementação
prática de avaliação.
Um dos métodos de ensino que proporciona interação entre concepção e prática, ratifica-
se, é o método Problem-Based Learning (PBL), que tem como base de estudos problemas
identificados. Trata-se de uma metodologia de ensino e aprendizado que surgiu na escola de
medicina da Universidade McMaster, no Canadá, em meados dos anos 1960.
Gil (2008, p. 27) escreve sobre o que é uma pesquisa exploratória: “As pesquisas
exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias,
tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores. De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no
planejamento. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não
padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta
de dados não são costumeiramente aplicados nestas pesquisas”.
O método PBL, aplicado neste artigo, é um dos métodos de estudo numa disciplina de
Mestrado em Sustentabilidade de uma universidade da região sudeste do Brasil. Ratifica-se que o
PBL identificado na RIDE-Gezaró é um problema fictício de uma cidade fictícia, que, assim como
qualquer comunidade urbana, possui diversos problemas comunitários, urbanísticos. No contexto
da cidade de Gezaró, quatro problemas hipotéticos foram identificados. Todos serão analisados
neste trabalho.
Apesar de que cada um dos quatro problemas tem a sua especificidade, há uma nítida
relação cronológica e causal entre o primeiro e o quarto problema. Embora haja uma cronologia
entre eles, não foi necessário seguir a ordem dos acontecimentos para detectar os dilemas; nem
para sugerir os métodos adequados de desenvolvimento sustentável para Gezaró e região.
Antes da identificação dos quatro grandes problemas outros dilemas já haviam sido
percebidos pela liderança público-privada. Entre eles já havia uma certeza: muitos problemas eram
comuns, com desafios igualmente comuns. Por exemplo, havia a necessidade de melhorias na
segurança pública, na mobilidade urbana; havia um certo jogo de empurra-empurra entre os
municípios para atendimento da população limítrofe; havia déficit no abastecimento de água; havia
falta de saneamento em bairros periféricos; havia falta de projetos ambientais; e havia necessidade
de incentivos fiscais para atrair novas empresas e gerar novos empregos. A lista de problemas e
de desafios para enfrentá-los era enorme.
Com tantos problemas comuns, os prefeitos elaboraram duas questões preliminares para
debate: Quais estratégias administrativas são fundamentais para a solução dos problemas
enfrentados na RIDE-Gezaró? Quais são as opções para promover e desenvolver as cidades que a
compõe?
Portanto, nos termos dos arts. 1º e 18º da Constituição, o Município brasileiro é entidade
estatal integrante da Federação, possui status de entidade político-administrativa, dotada de
autonomia política, administrativa e financeira.
Nesse contexto, diversas atividades de gestão pública foram transferidas com a nova
política constitucional de dinamização e descentralização administrativa. Todavia, devido às
incapacidades de gestão pública de muitos municípios, diversas cidades tiveram aumento de
desigualdade social.
Assim, ao mesmo tempo em que a reforma constitucional propiciou ganhos fiscais para os
municípios, tais recursos foram igualmente absorvidos pelas estruturas das novas
responsabilidades, como os serviços na área de educação, saúde, habitação, saneamento e
segurança pública.
Guimarães (2010) escreve que de acordo com a Lei n. 11.107 (Lei Federal dos Consórcios
Públicos), de 2005, o consórcio público é um acordo celebrado entre entes federativos, podendo
representar a própria União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. A partir da sua
celebração surge uma nova pessoa jurídica, dotada de personalidade, com direitos e obrigações,
Foi detectado que a RIDE-Gezaró possuía: (i) reveses econômicos e técnicos, advindos da
má distribuição dos recursos amealhados pela União; (ii) problemas de serviços públicos comuns
nas áreas limítrofes; (iii) incapacidade administrativa inteligente e eficaz; (iv) indiferença da União
e Estados para a promoção do desenvolvimento sustentável regional e local.
Diante dos problemas PBL2, que podia comprometer os resultados futuros do Consórcio,
os alunos propuseram oferecer aos gestores municipais alguns cursos de aperfeiçoamento
administrativo, a fim de amenizar as deficiências identificadas. Os cursos discutiriam os problemas
identificados, e os conhecimentos adquiridos pelos prefeitos contribuiriam decisivamente para o
desenvolvimento da RIDE-Gezaró. Assim, a região conseguiria o tão sonhado salto qualitativo e
quantitativo nos aspectos econômico, social, ambiental, tecnológico, espacial, educacional,
cultural e político-administrativo.
Neste terceiro relatório, os prefeitos fizeram alguns questionamentos que não havia sido
feito anteriormente. Por exemplo: Seria possível obter um salto qualitativo e quantitativo ao se
formar uma Região Metropolitana? Qual seria a participação dos empresários que atuam na
indústria, comércio, e serviços das cidades que compõem a RIDE-Gezaró? Como instituição, a
RIDE-Gezaró poderia contribuir para que as empresas fossem parte ativa do processo?
A discussão em torno do assunto foi acalorada durando várias horas. Alguns prefeitos
destacaram que as cidades que compõem a RIDE-Gezaró possuem certas vocações econômicas,
as quais precisam ser valorizadas, aproveitadas e desenvolvidas. Outros entendiam que a própria
RIDE-Gezaró precisava criar mecanismos para melhor organizar os empresários. Uma proposta
O intuito foi demonstrar aos prefeitos possibilidades e condições para que pudessem: (i)
avançar na criação de APL’s; (ii) trabalhar pela formação de redes e condomínios empresariais;
(iii) criar uma incubadora de empresas com toda a infraestrutura necessária; e (iv) criar um parque
tecnológico.
Após todo esse contexto de consultoria, os alunos enfatizaram que a governança empresarial
é o epicentro para fomentar a união de agentes econômicos, na medida em que se cria incentivos
financeiros, parques tecnológicos, e estruturas que possibilitam um desenvolvimento sustentável.
Entretanto, a discussão não parou no relatório PBL3. Alguns prefeitos relataram que nas
conversas diárias com a população receberam solicitações de representantes de associações de
bairros e lideranças comunitárias sobre a necessidade de criação de novos empreendimentos
sociais que permitissem envolver as comunidades carentes. Afinal, boa parte da população não
teria oportunidade de emprego nas empresas tradicionais e, ao mesmo tempo, não teria chances de
montar empresa familiar. Os prefeitos defensores destas ideais ressaltaram que os
empreendimentos de natureza social trariam novas oportunidades de emprego, ao mesmo tempo
que dariam dignidade as famílias carentes.
E continuou: “Não temos a plena certeza de que estas propostas são o caminho que nos
ajudará a alcançar os nossos objetivos. Creio ser prudente continuar buscando o apoio dos alunos
do Mestrado em Sustentabilidade numa nova empreitada de debates. Minha proposta é que os
alunos nos digam se as questões que estamos discutindo são viáveis. Sendo viáveis, que nos
detalhem como deveremos agir. Há um apoio para esta proposta? Muito obrigado pelo apoio. Em
Diante dos questionamentos, das dúvidas, os alunos produziram novo relatório para a
RIDE-Gezaró. No relatório, demonstraram quais eram os problemas diagnosticados: (i) Carência
de empreendimentos sociais que beneficiem a comunidade vulnerável da localidade; (ii) Carência
de empregos e oportunidades para pessoas com vulnerabilidade social; e (iii) Exclusão social das
famílias mais carentes da RIDE-Gezaró.
Segundo os alunos, as propostas que podem ajudar na solução dos problemas identificados
no PBL4 perpassam por ações de curto, médio e longo prazo. Assim:
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O primeiro PBL incutiu o desafio do federalismo no Brasil, destacando que havia uma
vetusta concentração de renda no Governo Central (União). Relembrou que para incentivar
Desenvolvimento e Sustentabilidade (DS) o Brasil criou normas jurídicas específicas para
organizar Regiões Metropolitanas e Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDEs). Trouxe à
baila o caso hipotético da RIDE-Gezaró, ensejando cenário de carências desenvolvimentistas numa
região pobre no Brasil.
Por haver interesses convergentes das cidades, apontou que a alternativa viável é a
implantação de um consórcio público intermunicipal, a fim de garantir estratégia, planejamento e
execução cooperada de serviços públicos. Tal consórcio seria mediado pelos Prefeitos, podendo
receber suporte de desenvolvimento social da própria população. Resultados positivos, concretos,
aconteceriam no médio e longo prazo. A partir dos resultados positivos, o projeto de
“transformação” da RIDE-Gezaró em Região Metropolitana poderia começar.
O segundo PBL deu ênfase na ideia e forma de um modus operandi para se estabelecer o
consórcio intermunicipal. Ou seja, quais eram os meios indispensáveis para que a RIDE-Gezaró
criasse um consórcio, quais os caminhos disponíveis para tal êxito.
REFERÊNCIAS
CMMAD, Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro Comum,
v. 2, p. 46, 1988.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LORENZETTI, R. L. Teoria Geral do Direito Ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010.
RUTHES, R. M.; CUNHA, I. C. K. O. Gestão por Competências – Uma Aplicação Prática. São
Paulo: Editora Martinari, 2008.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 23º edição, São Paulo: Cortez, 2007.
RESUMO
O presente trabalho versa sobre o estudo da radioatividade como tema para uma ação didática
interdisciplinar, com ênfase em afetividade e ética. O objetivo aqui é auxiliar na disseminação e
divulgação de temas que possam contribuir com o ensino principalmente os temas relacionados à
ciências e à radioatividade. Possibilitando ainda auxiliar na divulgação da utilidade da medicina
nuclear no diagnóstico e terapia. Para se compreender melhor o conceito de radioatividade e suas
contribuições como tema para uma ação didática interdisciplinar, assim como a importância de se
usar a radioatividade na educação básica, com ênfase na afetividade e ética no ensino, o trabalho
tem como referencial teórico, Okuno (2010), Mould (1998), Almeida (2004), Navarro e
colaboradores (2008), Garndiner (1999), Brasil (2002), PCNEM (1999), Cunha (2005), Tardif
(2002) e Veiga (2005). Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada pesquisa bibliográfica.
INTRODUÇÃO
Este trabalho trata-se da radioatividade como um tema para uma ação didática
interdisciplinar e a contribuição da afetividade e da ética nesse âmbito. Uma vez que, a
radioatividade é conceituada como sendo um fenômeno nuclear que resulta da emissão de energia
por átomos, provocada em decorrência de uma desintegração, ou instabilidade, de elementos
químicos.
Uma das maiores e importantes descobertas da humanidade em 1896, foi o início da Física
Nuclear, por meio de Antonie-Henri Becquerel que descobriu a radioatividade. A relevância se
deu em entender que se trata de um fenômeno sendo de ordem artificial e natural. Em 20 de janeiro
de 1896, durante uma sessão da Academia de Ciências de Paris, e por meio de Henry Poincaré, o
qual recebeu uma cópia do trabalho de Rontgen, e que Becquerel tomou conhecimento da
descoberta dos raios X por meio de Rontgen (OKUNO, 2010).
De acordo com Almeida (2004), que chama atenção para os riscos decorrentes da
radioatividade, uma vez que a liberação de elementos radioativos por um reator de uma usina
nuclear pode ocasionar sérios danos à saúde. Levando em consideração que a radioatividade é
oriunda de explosões nucleares se propagam no ar pela ação dos ventos e pode ocupar todo espaço,
podendo contaminar áreas imensas. É importante ressaltar que a radiação em condições normais
de operação, os reatores nucleares não parecem apresentar problemas ou danos, em relação ao
meio ambiente, isso em comparação com outros meios de produzir energia, como exemplo do
carvão (GARNDINER, 1999).
APORTES TEÓRICOS
E notável que a cada dia, novas tecnologias que envolvem radiações são desenvolvidas nos
mais diversos campos da atividade humana, possibilitando a execução de tarefas impossíveis ou
de grandes dificuldades pelos meios convencionais (CARDOSO, 2000). No entanto, algumas
vezes, os estudantes podem perder a oportunidade de aprender mais sobre o que ocorre no mundo
que os cerca, pelo fato de os currículos de Física, Biologia e Química ou até mesmo os livros
didáticos, muitas vezes, não apresentarem os conteúdos de forma contextualizada (PEREIRA,
1997).
Os PCNEM trazem parâmetros, diretrizes e orientações gerais, porém não trazem uma
espécie de manual para que os professores acompanhem em detalhes sobre como eles devem
trabalhar em qualquer situação. Embora esteja em concordância com o que está estabelecido na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nesse âmbito, o MEC (Ministério da Educação)
incentiva que o aprendizado no ensino médio seja útil para a vida e para o trabalho do educando,
contudo cabe ao educador direcionar esse caminho.
Tento como referencias esses acontecimentos, uma vez associados aos conteúdos didáticos,
pode-se contribuir para tornar a aprendizagem algo mais interessante e apreciável tanto para os
professores quanto para os alunos.
Apesar de os estudos que tratam das relações afetivas entre professores e alunos analisarem
diferentes aspectos, eles chegam à mesma constatação: as dificuldades de aprendizagem dos
alunos se constroem na sala de aula, na interação pedagógica e são o resultado de não ajustamento
deles (ALTET, 1994; HESS & WEIGAND, 1994).
Alguns estudos relatam a importância e a necessidade das relações afetivas entre alunos e
professor na prática pedagógica. Muitos estudos mostram que a afetividade tanto apresenta
aspectos positivos quanto aspectos negativos, podendo incentivar ou coagir o processo de
aprendizagem dos alunos. Quando se analisa do ponto de vista negativos, percebe-se que a
ausência desse fator aparece como a principal fonte de dificuldades da aprendizagem dos alunos;
já comparando com o ponto de vista positivo, a sua presença favorece a relação do aluno com as
Cunha (2005) e Tardif (2002) relatam que as profundas mudanças na sociedade e as novas
expectativas sociais concernentes à profissão tem conferido ao professor uma maior complexidade,
na medida em que mobiliza condições de múltiplas racionalidades e requer desse profissional
saberes disciplinares, culturais, éticos e afetivos.
É possível notar a importância das relações afetivas nas diretrizes à formação dos
professores, de acordo com Brasil (1999), no qual busca afirmar que o professor desempenha um
importante papel no que diz respeita a estabelecer uma boa relação com seus alunos. Para Brasil
(1999), uma característica de uma educação de qualidade se deve desenvolver nos aprendizes,
diferentes capacidades “cognitivas, afetivas, físicas, éticas, de inserção social e de relação
interpessoal ” (BRASIL, 1999, p.25). Dessa maneira fica evidente o papel do professor em ser um
mediador e até mesmo criador de possibilidades para gerar à interação social dos alunos.
Em colaboração com as ideias apresentadas por Brasil (1999), um outro documento que
deve ser tomado como base para expressar a mesma ótica são os PCNs – Parâmetros Curriculares
Nacionais. Na sua abordagem é destacado como referência ao currículo do ensino fundamental,
pois é por meio desse currículo que busca desenvolver as capacidades “ de relações interpessoais,
cognitivas, afetivas, éticas, estéticas ... para que o aluno possa dialogar de maneira adequada com
a comunidade, aprenda a respeitar e a ser respeitado, a escutar e a ser escutado, a reivindicar seus
direitos e a cumprir seus deveres "(BRASIL, 1997, p.46). Cabe ressaltar também, que é um desafio
quando se observa à relação entre as metas do ensino fundamental e a formação inicial e
continuada dos professores.
No que se refere a formação de professores e sua relação com os objetivos específicos com
ênfase nos aspectos efetivos, Brasil (1999, p.69) ressalta que:
É de grande relevância levar para prática pedagógica tanto a afetividade quanto a ética,
procurando elencar esses dois conceitos e pondo em prática, contribuindo dessa forma para uma
aprendizagem compreensível e harmoniosa tanto para os alunos quanto para os professores. De
acordo com Veiga (2005):
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CHASSOT, A. Para que(m) é útil o ensino? Canoas, Rio Grande do Sul: Editora da Ulbra,1ª
edição, 1995.
CUNHA, M.I. Sala de aula: espaço de inovações e formação docente. In D. Enricone, M. Grillo.
Educação superior: vivências e visão de futuro. Porto Alegre: Edipucrs, 2005. pp.71-82.
OKUNO, Emico, YOSHIMURA; Elizabeth. Física das Radiações. São Paulo: Oficina de Textos,
p.70,2010.
SILVA, Â. C.; AQUINO, G. S.; DANTAS, S. L. A.; CONCEIÇÃO, M. M.; SILVA, G. P.;
SANTOS, J. C. O. Uma Nova Abordagem Da Radioatividade No Ensino Médio. Cuité – PB,
2007.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional, (6ª ed.) Petrópolis, RJ. Vozes, 2002.
CAPÍTULO 28
O ENSINO DE MATEMÁTICA BÁSICA NAS SALAS DE RECURSOS
MULTIFUNCIONAIS NA REDE ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS
CHATEAUBRIAND-PARANÁ
RESUMO
O presente trabalho problematiza e discute algumas nuances do processo de ensino inclusivo, mais
especificamente as dificuldades do professor na disciplina de matemática, nas salas de recursos
multifuncionais. Por meio de revisão de literatura e pesquisa de campo, busca-se analisar os
métodos de ensino da matemática básica, identificando dificuldades e carências no processo de
ensino e aprendizagem. Analisa-se e contextualiza-se os aspectos históricos e a fundamentação
legal da sala de recurso multifuncionais e da educação inclusiva, na rede estadual do ensino do
Município de Assis Chateaubriand – Paraná, investigando-se o, como os docentes desenvolvem e
aplicam métodos e práticas no ensino de matemática e as dificuldades que enfrentam nas salas de
recurso. Ao final destacam-se as iniciativas dos docentes entrevistados em promover a
aprendizagem ainda que com dificuldades, bem como indicam-se perspectivas para a sua
continuidade.
1. INTRODUÇÃO
Neste artigo buscamos problematizar e discutir o ensino de matemática básica nas salas de
recursos multifuncionais do município de Assis Chateaubriand, no Estado do Paraná. Nossas
questões iniciais foram: como os professores dessas classes, que não possuem formação específica
em matemática, desenvolvem suas práticas nesta área do conhecimento? Quais são as
metodologias que utilizam? Quais as dificuldades sentidas por estes profissionais?
Para dar conta de entender este contexto desenhamos um percurso investigativo que se
iniciou com uma revisão de literatura, objetivando identificar os marcos teóricos e legais da
educação inclusiva no Brasil. Também investigamos a trajetória histórica da implantação das salas
de recursos multifuncionais no Paraná.
1.1 APROXIMAÇÕES
As próprias famílias que possuíam parentes com necessidades especiais eram vistas com
preconceito, e por isso os escondiam, excluíam de todas as formas que conseguiam, por vergonha
e para evitarem julgamentos (MEC, 2001). No caso do processo de ensino a situação começou a
século XVIII, foi escrito o primeiro programa de educação especial chamado “Tratado do bócio e
do cretinismo”. No Brasil com o início dos anos de 1970, houve a preocupação em garantir o
acesso das crianças com necessidades especiais ao ensino. Neste sentido foi criado o Centro
Nacional de Educação Especial (CENESP), por meio do Decreto 72.425/1973, que promovia o
Em 2001 graças à maior visibilidade da Educação Especial foi criada e definida pelo
Ministério de Educação (MEC) e por meio das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação básica da Sala de Recurso Multifuncional, que desenvolve o ensino complementar dos
alunos com necessidades especiais no ensino regular. Após muitos estudos, adaptações e criação
Educacional Especializado (AEE) e regulamentado pelo Decreto n° 6.571/2008 que atua com as
modalidades de ensino que identifica e elaborar recursos pedagógicos para eliminar barreiras. A
partir disso começou-se a ter muitos debates sobre a formação do professor de Atendimento
1.2 METODOLOGIA
Este estudo iniciou se por meio de uma revisão bibliográfica. Entende-se por pesquisa
bibliográfica a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico
(PIZZANI, 2012) ou seja, trata-se de um levantamento realizado em livros e artigos científicos
para obter embasamento teórico mais aprofundado. Posteriormente, se destinou conhecer a
realidade e diversidade dos métodos e práticas de ensino de matemática básica nas Salas de
Recurso por meio da pesquisa de campo, sobre a Sala de Recurso Multifuncional 1, no Município
de Assis Chateaubriand-Paraná para observar, coletar dados, analisar e discutir sobre o tema.
Também foi utilizada a técnica da entrevista, que pode desempenhar um papel vital para
um trabalho científico. Se combinada com outros métodos de coleta de dados, “[..] podem
melhorar a qualidade de um levantamento e de sua interpretação” (JÚNIOR, 2011, p. 241), pois a
versatilidade dessa técnica é boa, permitindo uma observação mais com maior profundidade do
contexto e riqueza de informações.
[…] nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica Resolução
nº 02/01, em seu Parecer nº 17/2001-CNE (Conselho Nacional de Educação) e na referida
Deliberação nº 02/2003/CEE, implanta também as Salas de Recursos da rede estadual de
5ª a 8ª séries, cujo objetivo essencial é trabalhar com alunos que apresentam, conforme já
dito, deficiência mental/intelectual, altas habilidades/superdotação, transtornos globais
do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos, de forma a apoiar,
complementar ou suplementar o processo de apropriação de conhecimentos das salas
comuns/regulares (PARANÁ, s/d).
Houve um concurso para professores especializados em educação especial no ano de 2004,
que aumentou e fortaleceu o atendimento das salas de recursos nas escolas públicas regulares do
estado. A Instrução nº.013/08 de 2008 “Estabelece critérios para o funcionamento da SALA DE
RECURSOS para o Ensino Fundamental–séries finais, na área da Deficiência Mental/Intelectual
e/ou Transtornos Funcionais Específicos”. Ela define o funcionamento da Sala de Recurso
Multifuncional, como o trabalho deve ser planejado, desenvolvido, avaliado, também os relatórios
Foi efetuada visita com observação e entrevistas com os professores nos três Colégios
Estaduais localizados no Município de Assis Chateaubriand-Paraná, com os seguintes níveis de
ensino: Fundamental II, Ensino Médio Normal e Profissional e também Educação de Jovens e
Adultos (EJA). A primeira escola pesquisada foi a Escola Estadual Guimarães Rosa, a sala de
recurso multifuncional tipo 1, que realiza atendimento no período matutino e vespertino. Esta
escola possui mesas grandes para os alunos trabalharem em grupos, com muitos materiais
didáticos, paredes e cortinas bem coloridos e atrativos e também possui alguns materiais
tecnológicos como tablet, notebook e televisão.
As entrevistas foram realizadas com três professoras com três professoras de Sala de
Recurso Multifuncional 1 de colégios estaduais nas modalidades: Fundamental II, Ensino Médio
e Educação de Jovens e Adultos (EJA). As entrevistas semiestruturadas foram realizadas nas salas
de recursos nos horários de planejamentos das professoras, onde as participantes foram informadas
que poderiam acrescentar outros pontos sobre o tema que acreditam ser importantes.
As participantes da pesquisa são professoras que atuam na sala recurso multifuncional tipo
1 da rede estadual do sexo feminino de idades entre 30 e 50 anos. As três professoras são formadas
em Pedagogia e possuem quatro especializações na área de educação especial e a professora 1
também atua em uma clínica de psicopedagogia. Todas as professoras já atuaram na educação
especial antes assumirem a sala de recurso multifuncional.
Segundo Freire (2007, p. 119) “como uma de minhas tarefas centrais como educador
progressista seja apoiar o educando para que ele mesmo vença as suas dificuldades”, nota-se que
é importante essa relação flexibilizada dos conteúdos inter-relacionados para que o aluno se sinta
estimulado a continuar e perceba que o conteúdo não é impossível. A intenção do docente deve
ser que o discente produza o conhecimento, localizando o professor como um mediador do
conhecimento intelectual. Esses são dois pontos importantes da didática.
Nas práticas de ensino está muito difundida a ideia de que as representações semióticas
constituem um modo de registrar por escrito o já pensado. Trata-se, porém, de uma ideia
difícil de sustentar quando nos conscientizamos de que os objetos matemáticos só existem
por meio das ferramentas inventadas para expressá-los, e de que as possibilidades de
Não se pode exigir que alunos com deficiência intelectual ou algum distúrbio tenham
respostas uniformes e padronizadas, cada um terá o seu desenvolvimento com suas características
próprias e seu tempo (MARTÍNEZ et. al, 2011). Consoante com este pensamento, as professoras
relataram que pensam em um plano específico para cada aluno de acordo com as dificuldades de
cada um. Para tanto utilizam os mais variados recursos como livros, jogos, revistas, notebook,
laboratório de informática, sala de mídia e os levando para alguns eventos diferenciados da escola.
Por sua vez, nas questões de avaliações a longo prazo que acompanham todo o processo de
construção do conhecimento, “apreciamos, entre outros aspectos, os progressos do aluno na
organização dos estudos, no tratamento das informações e na participação da vida social”
(FÁVERO et al., 2007, p. 54). Do exposto, nota-se que o processo de avaliação na sala de recurso
multifuncional 1 é diferente e deve ser discutido, realizado de uma maneira personalizada e a longo
prazo porque o processo de aprendizagem é diferenciado.
Na perspectiva para uma escola inclusiva para todos os alunos, é necessário que o professor
busque planejar e gerir situações didáticas, não focando apenas nos exercícios clássicos que
exigem a operacionalização dos conhecimentos, mas para isso os profissionais necessitam de
energia e tempo suficiente para imaginar e criar outros tipos de situações de aprendizagem,
encaradas atualmente como situações didáticas amplas (PERRENOUD, 2000). Os professores
necessitam de um tempo adequado para desenvolver as suas práticas de maneira mais criativa, pois
para pensar, criar e imaginar os métodos de ensino que atinja os alunos necessitam de um tempo
maior para produzir os materiais necessários.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma possível solução quanto às dificuldades das professoras nos conteúdos específicos de
matemática seria formar grupos de estudos com os professores de sala de Recursos
Multifuncionais 1 e os professores de matemática para terem auxílio nos conteúdos específicos e,
também, realizar oficinas semestrais ministradas pelos professores de matemática ou realizar
parceria com cursos de licenciatura e acadêmicos de matemática para preparar oficinas sobre os
principais conteúdos de matemática básica, com metodologias diferenciadas, para professores e
alunos participarem.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília, MEC:
2001. Disponível em: portal.mec.gov.br › seesp › arquivos › pdf › diretrizes. Acesso em: 01 Out.
2019
MARTÍNEZ et. al. Possibilidades de Aprendizagem: Ações Pedagógicas para alunos com
dificuldade e deficiência. São Paulo: Editora Alínea, 2011.
PERRENOUD P. Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
SADOVSKY P. O ensino de matemática hoje: Enfoques, sentidos e desafios. São Paulo: editora
ática, 2010
RESUMO
Introdução: Com o modelo científico biomédico sendo aplicado mostrou-se ineficácia na melhora
geral dos doentes. Desta forma, surge a necessidade da introdução de medidas de cuidado integrais
e holístico. A Medicina Tradicional e Complementar é aplicada como uso através de condutas
não registradas e não hegemônicas com o intuito de reduzir o sofrimento. A introdução das práticas
no SUS foi através de uma política nacional, a qual necessita de investimentos na qualidade e
oferta do ensino para melhoria da formação dos profissionais. Objetivo: Identificar o processo de
formação profissional em saúde para o exercício da Medicina Tradicional e Complementar.
Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com pesquisa realizada nas bases de
dados Scielo, Medline, Lilacs e Pubmed. Foram utilizados os seguintes descritores de saúde:
Formação Profissional em Saúde; Educação Continuada; Terapias complementares. Resultado e
Discussões: A formação dos profissionais para execução da MTC são limitados em sua
predominância em cursos de especializações e em graduações em saúde, de forma optativa e que
os estudantes ao avançarem durante o curso de graduação vão perdendo o interesse pela área,
devido a formação vinculada ao paradigma biomédico. Os estudantes de medicina não conhecem
de forma ampla o uso da MTC e que a falta de formação de boa qualidade poderá prejudicar a
orientação segura aos pacientes, bem como a comunicação entre os pacientes no conhecimento
sobre as MTC. Considerações finais: Mesmo com a expansão da MTC é visto a necessidade da
introdução de forma geral na grade curricular das IES e a escassez de estudos dificultam o
entendimento do panorama geral do ensino da MTC e assim sua consolidação.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, observa-se que alguns pacientes diagnosticados e tratados não
apresentam a evolução esperada. Com este cenário, outros tipos de condutas não catalogadas e não
hegemônicas são ferramentas que podem ser utilizadas para resolver ou, pelo menos, abrandar
situações de sofrimento (CHRISTENSEN, 2008).
De acordo com a OMS (2013), a MTC se coloca como um grupo de habilidades, saberes e
um conjunto de itens reunidos que não pertencem ao escopo da medicina convencional. E lança
estratégias, com objetivo de apoiar os estados e membros no desenvolvimento da política e
implementação dos planos de ações para o fortalecimento e com prioridade para os serviços de
saúde.
A exemplo dos Estados Unidos (EUA), a procura pela MTC cresce rapidamente,
movimentando cerca de 34 bilhões de dólares por ano com o campo da MTC, gastos estes fora do
sistema de saúde (MACLENNAN; WILSON; TAYLOR, 2002).
A introdução da MTC no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil data da década de 1980
(JUSTO, 2007) e foi intensificada através da criação da Política Nacional de Prática Integrativas
e Complementares (PNPIC) (BRASIL, 2008).
A incorporação das MTC pelas unidades básicas de saúde vem a consolidar os princípios
fundamentais do SUS, e favorece o cuidado humanizado, contínuo e holístico em saúde, além de
desenvolver práticas inovadoras e populares para o progresso fundamental da comunidade
(BRASIL, 2005).
A inserção das MTC no SUS, estão sendo inseridas de forma gradativa através da PNPIC
de forma que haja a inclusão lógica integrativa das ações e garantido a qualidade, segurança e
efetividade, e obtendo o reconhecimento de tais práticas pela sociedade (BRASIL, 2015).
Na sua última atualização, em março de 2018, inclui outras práticas, como: aromaterapia,
apiterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição
de mãos, medicina antroposófica/antroposofia aplicada à saúde, ozonioterapia e terapia de florais
(BRASIL, 2018).
MÉTODO
A pesquisa foi realizada através do acesso as bases de dados Scielo, Medline, Lilacs e
Pubmed, utilizando os seguintes descritores em saúde: Formação Profissional em Saúde; Educação
Continuada; Terapias complementares, com o uso dos operadores booleanos “AND” e “OR” e dos
critérios de inclusão através de artigos publicados nos últimos 05 anos (2013 – 2018), artigos na
língua inglesa e portuguesa e com acesso disponível e os critérios de Exclusão: artigos que não
obedeceram os critérios de inclusão.
Nos últimos 15 anos o crescimento na oferta de disciplinas que contemplam estas práticas
na graduação em saúde das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas do Rio de Janeiro
aumentou cerca de 300%, o que contrasta com a oferta relativamente pequena na pós-graduação,
iniciada principalmente em 2004 (NASCIMENTO et. al., 2018).
A inserção nas escolas pode se deu por meio da inclusão de tópicos no currículo, em
momentos de reforma curricular de acordo com as diretrizes de cada curso. E constatou-se que a
forma de cursos eletivos é a opção de ensino mais comum, colocando a formação como forma
optativa de aprendizado (BARRETO, 2015).
No estudo realizado por Nunes et. al. (2017), referente as formações dos profissionais
graduados em especialização em acupuntura mostram-se insuficientes para execução da boa
prática.
Alguns estudos mostram a distribuição do ensino das MTC no país por curso de graduação
em saúde, como no caso do estudo realizado por Salles, Homo e Silva (2014) indicou que 26,1%
das IES públicas brasileiras oferecem disciplinas relacionadas às MTC e na maioria é optativo e
com carga horária de 45hs para o curso de enfermagem. Para o curso de odontologia, um estudo
realizado em duas instituições no Estado de São Paulo sobre as percepções dos estudantes acerca
do ensino das MTC, evidencia o conhecimento do uso da fitoterapia (GONÇALO ET AL., 2011)
e não foi encontrado estudos que evidencie o processo de formação em outros cursos na área da
saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino das MTC houve expansão, mas há a necessidade da introdução na grade curricular
dos cursos de saúde das IES de um modo geral.
Pela a oferta ser na maioria das vezes optativa e com carga horária, bem inferior a outras
disciplinas faz com que os profissionais não compreendam o entendimento do processo das
racionalidades vitalistas e incapazes de coloca-las em prática no exercício profissional;
REFERÊNCIAS
BARRETO, Benilson Beloti. Fitoterapia como conteúdo nos cursos de graduação da área da
saúde: importância para a formação profissional. 2015. 150 f., il. Tese (Doutorado em Ciências
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RESUMO
O modelo tradicional de ensino ainda está presente em muitas de nossas escolas brasileiras. Neste
estudo, apresentamos a pedagogia Histórico-Crítica como uma alternativa para o processo de
ensino em ciências biológicas.Concluímos que a pedagogia Histórico-Crítica visa estimular o
desenvolvimento psicológico do aluno, contrapondo os modelos tradicionais de ensino.
INTRODUÇÃO
Um dos maiores desafios que englobam o ensino de ciências biológicas está relacionado
aos diferentes e diversos conceitos biológicos existentes, bem como, a forma com que as aulas
formais são ministradas, tornando o ensino cansativo e a aprendizagem insignificante (ELIAS;
RICO, 2020). Desta forma, novas práticas pedagógicas precisam ser suscitadas de forma à sanar
as diversas dificuldades itinerantes entre o ensino e aprendizagem, tornando o ensino atrativo e
prazeroso (AULER; DELIZOICOV, 2006).Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) enfatizam que o processo de ensino dever ser, sobretudo, bilateral, dinâmico e
coletivo(BRASIL, 1998).
A necessidade de buscar novas metodologias para o ensino de ciências biológicas por meio
da experimentação, jogos, seminários, estudos do meio, projetos, debates e simulações podem
auxiliar a aprendizagem e desenvolver o pensamento lógico e crítico dos alunos, contrapondo os
modelos tradicionais de ensino (ELIAS; RICO, 2020). Desta forma, este estudo trata de uma
revisão bibliográfica de caráter explanatório à respeito de novas práticas pedagógicas e sua
aplicação no ensino de ciências biológicas, sob um olhar histórico-crítico, no sentido de contribuir
e repensar a práxis docente sob a utilização de estratégicas metodológicas alternativas, propiciando
ao aluno uma participação mais ativa durante a construção do seu conhecimento, indo ao
encontroda realidade do aluno até a aplicabilidade do conhecimento adquirido no meio social.
Os livros analisados neste artigo fazem parte do acervo pessoal dos atores, não sendo
necessário as suas buscas nos bancos de dados eletrônicos. Entretanto,para a coleta de artigos
foram utilizadas as bases de dados: ScientificEletrônic Library Online (SCIELO), Google
Acadêmico e Periódicos Capes com as seguintes palavras-chave: ensino de ciências, metodologias
ativas, práticas pedagógicas, metodologias alternativas, método dialético; construção do
conhecimento, pedagogia histórico-crítico. Foi definido como critério de inclusão: artigosque
continham os seguintes termos: dialética, ensino de ciências e didática.
Foram selecionados seis livros, um PCN e 12 artigos para a leitura e fichamento, conforme
o Quadro 1. Os artigos analisados estão disponibilizados no SCIELO, Google Acadêmico e
Periódicos CAPES, já os livros fazem parte do acervo pessoal do autor.
Quadro 1. Trabalhos literários utilizados para a leitura e fichamento. Todos os artigos listados estão disponíveis nos
bancos de dados SCIELO, Google Acadêmico e Periódicos CAPES.
Título Autor(es) Tipo de publicação
Metodologia dialética em sala de aula VASCONCELLOS Artigo
(1992)
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da BRASIL (1998) Diretriz curricular
Natureza, Matemática e suas Tecnologias
Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações SAVIANI (1999) Livro
A dialética na pesquisa em educação WACHOWICZ (2001) Livro
Uma didática para a pedagogia histórico-crítica GASPARIN (2005) Livro
Ciência-Tecnologia-Sociedade: relações AULER; Artigo
estabelecidas por professores de ciências DELIZOICOV (2006)
O que é dialética KONDER (2008) Livro
Didática de ciências naturais na perspectiva GERALDO (2009) Livro
histórico-crítica
O tradicional e o moderno quanto à didática no RODRIGUES; Artigo
ensino superior MOURA; TESTA
(2011)
Atividades práticas e o ensino-aprendizagem de BASSOLI (2014) Artigo
ciência(s): mitos, tendências e distorções
Sequências didáticas investigativas e argumentação MOTOKANE; Artigo
no ensino de ecologia TRIVELATO (2015)
Ensino orientado para a aprendizagem baseada na MORGADO et al., Artigo
resolução de problemas e ensino tradicional: um (2016)
estudo centrado em “transformação de matéria e de
energia”
A dialética do ensino e da aprendizagem na atividade LAVOURA; Artigo
pedagógica histórico-crítica MARTINS (2017)
A (re)volta da dialética: diálogo, autocrítica e MENDONÇA; Artigo
transformação no pensamento de Leandro Konder SOUZA (2017)
A abordagem tradicional de ensino e suas TEIXEIRA (2018) Artigo
repercussões sob a percepção de um aluno
A influência dos movimentos escolanovista e BELO et al., (2018) Artigo
construtivista na formação e nas práticas de
O ensino deve estar aliado à uma aprendizagem significativa, formando uma unidade
dialética entre a mediação do professor e da auto-atividade do aluno (WACHOWICZ, 2001). Este,
por sua vez, é concebido como um ser racional de relações, capaz de interiorizar e de atribuir
significados ao conhecimento, valores e habilidades que utilizará em sua vida de acordo com a sua
necessidade (VASCONCELLOS, 1992). Entretanto, professor e aluno são seres ativos no processo
de ensino-aprendizagem e devem ser capazes de definir a importância do conteúdo cientifico-
cultural e sua aplicabilidade no cotidiano (VASCONCELLOS, 1992; MENDONÇA; SOUZA,
2017).
Em ciências biológicas, outro grande desafio diz respeito aos conteúdos que devem ser
priorizados para o ensino, uma vez que os livros didáticos se configuram como os principais
recursos didáticos por parte das escolas da rede pública, sendo dispostos de vários capítulos, e
estes não são todos contemplados no ano letivo (BASSOLI, 2014; ELIAS; RICO, 2020). Desta
forma, Teixeira (2018) ressalta que é importante que o educador repense suas sequências didáticas
para que não venha a ser apenas um transmissor de conteúdo e os alunos sejam seres passivos, mas
como observa Vasconcellos (1992):
O papel do educador, dessa forma, não seria apenas ficar passando informações, mas
preparar, provocar os sujeitos para o processo de conhecer e colocar à disposição objetos
(materiais, situações) ou indicações que possam levar ao conhecimento (quando ele fala,
faz da sua fala o objeto de conhecimento). Educador, portanto, é aquele que tem a
capacidade de provocar no outro a abertura para a aprendizagem e de colocar meiosque
possibilitem e direcionem esta aprendizagem (VASCONCELLOS, 1992).
Contudo, sequências pedagógicas mal sucedidas podem influenciar negativamente a
aprendizagem dos alunos, resultando numa prática pedagógica descontextualizada e desvinculada
da realidade do aluno (HERMES, 2019). Tal conduta, impede a formação crítica e a necessidade
de se estudar ciências biológicas, que na maioria dos casos, se resumem em aulas baseadas em
conceitos, excluindo o papel histórico-cultural dessa área do conhecimento(ELIAS; RICO, 2020).
Em vista disso, é preciso suscitar estratégias metodológicas de ensino de forma que os alunos
possam aprender ciências biológicas e construir sua própria autonomia para a formação de um ser
ativo e de relações.
Nesse contexto, Saviani (1999) baseado na lógica do método dialético, propôs um método
de ensino que é caracterizado por cinco passos metodológicos que os educadores precisarão
promover durante o processo pedagógico: Prática Social Inicial, Problematização,
Instrumentalização, Catarse e a Prática Social Final como ponto de chegada. A partir desses passos
metodológicos, Gasparin (2005) sistematizou uma metodologia de ensino denominada didática
histórico-crítica, na qual, este estudo apresenta a didática histórico-crítica como uma proposta
metodológica para o ensino de ciências biológicas.
Conforme Gasparin (2005) a Prática Social Inicial é o ponto inicial do processo pedagógico
na metodologia histórico-crítica. Gasparin (2005) esclarece que esse momento corresponde ao
conhecimento empírico dos professores e alunos à respeito do objeto de ensino. Neste momento,
deve ser explorado as vivências e experiências que estes já possuem sobre o conteúdo que irá ser
trabalhado. Neste sentido, o professor deverá apresentar o conteúdo que irá ser trabalhado e
instigar os alunos para que percebam a importância do conteúdo e sua aplicabilidade no cotidiano.
Desta forma, Gasparin (2005) enfatiza que:
Esta etapa pedagógica poderá ser realizada de maneira formal ou informal, e por meio de
diferentes instrumentos e recursos, salientando que este processo avaliativo não ocorre
apenas nesta fase, mas durante o decorrer de todas as atividades, porém é neste momento
que se atinge a culminância do processo intelectual, devendo ser sistematizado nesta etapa
(GASPARIN, 2005, p. 133).
Cabe ao professor criar mecanismos para avaliar o grau de aprendizagem dos alunos, no
sentido de se preparar e planejar situações necessárias para a o próximo passo – Prática Social
Final. Nesta última etapa, os alunos manifestam o seu grau de aprendizagem por meio das suas
atitudes, ações e a aplicabilidade do novo conhecimento adquirido na sua vivência social cotidiana,
propiciando ao educando uma nova compreensão de mundo e suas transformações.
CONCLUSÃO
Assumir uma prática pedagógica vai além de uma abordagem teórica do conteúdo, mas
deve ser pautada em elementos que emancipem a realidade social até a aplicabilidade do
conhecimento adquirido no cotidiano dos alunos. No ensino de ciências biológicas, muitos
professores não conseguem sair do tradicional e inovar devido à complexidade dos conteúdos e
fatores institucionais. Porém, metodologias para o ensino existem para colaborar com o processo
de ensino-aprendizagem para que estes sejam prazerosos e significativos. Por esse
motivo,concluímos que a pedagogia Histórico-Crítica - pautada em conhecimentos empíricos indo
ao encontro do conhecimento científico - pode despertar no aprendiz o interesse para a
aprendizagem, sem esgotar as tomadas de decisões sobre o que, pra que e o porquê estudar
determinado conteúdo.
REFERÊNCIAS
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Thema, v. 17, n. 2, p. 392-406, 2020. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.15536/thema.V17.2020.392-406.1666>Acesso em: 28 jul.2020.
MORGADO, S.; LEITE, L.; DOURADO, L.; FERNANDES, C.; SILVA, E. Ensino orientado
para a aprendizagem baseada na resolução de problemas e ensino tradicional: um estudo centrado
em “transformação de matéria e de energia”. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v.18, n. 2, p.73-97,
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