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Conceito Ruido

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1 - Conceituando o ruído

Objetivos

Conhecer algumas definições básicas sobre

ruído. Conhecer os tipos de som e suas

características.

Conhecer sobre a propagação do som e as curvas isoaudíveis.

1.1 Considerações iniciais


O ruído é um dos maiores problemas de saúde ocupacional presentes nos
ambientes de trabalho. Ruídos elevados podem produzir vários efeitos
adversos que incluem desde interferências nas comunicações, acidentes de
trabalho até efeitos sobre a saúde e perdas auditivas irreversíveis.
Controles adminis- trativos, técnicos e, sobretudo, dispositivos de proteção
aos trabalhadores são fundamentais para reduzir ou neutralizar a
exposição que, na maioria das vezes, envolve ações complexas. A partir de
agora você receberá informações básicas importantes para capacitá-lo a
compreender melhor esse risco físico e a trabalhar no seu controle.

Ruído e vibrações são flutuações de pressão de ar (ou em outros meios de


propagação). O ruído é um dos riscos ocupacionais mais frequentes no
meio industrial e a exposição ao ruído nos ambientes de trabalho tem
gerado a maior parte das preocupações dos profissionais da área
prevencionista.

O ruído pode:

• Lesar os órgãos auditivos.

• Perturbar a comunicação.

• Aumentar o risco de acidentes.

• Provocar irritação.

• Ser fonte de fadiga.


• Diminuir o rendimento do trabalho.

O risco da lesão auditiva aumenta com o nível de pressão sonora e com a


duração da exposição, mas depende também das características do ruído e
da suscetibilidade individual.

Assista a um vídeo sobre


ondas longitudinais e
transversais em:
http://www.youtube.com/wat
ch?v=MoVz2ENJb8M&feature
=related

Figura 1.1: Ruído


Fonte: CTISM

1.2 Som
É um fenômeno físico originado por movimentos de vibrações mecânicas
com diferentes frequências que se propagam no ar (invisíveis), produzindo
uma onda de pressão num meio. Quando as vibrações estimulam o
aparelho auditivo, denominamos vibração sonora. A percepção do som se
dá através da sensação auditiva, detectada por nosso sistema auditivo.

O som, fisicamente, é a propagação de uma onda que produz uma variação


Assista a um muito pequena e rápida na pressão atmosférica, acima e abaixo
vídeo sobre física em: (compressão e descompressão) de um valor fixo (adotado como padrão).
http://www.youtube.com/wat
ch?v=tTvI3jvjMKw&feature= Uma onda de som é uma onda longitudinal.
related

http://www.youtube.com/wat Quando a energia do movimento ondulatório se propaga, afastando-se do


ch?v=peZ08VsAOVM&feature
=related
centro da perturbação, as moléculas de ar que transmitem o som se
movem para frente (comprimindo a camada de ar) e para trás (é criada
uma zona descomprimida que acompanha com a mesma velocidade a zona
comprimida), paralelamente à direção do movimento ondulatório, que faz
com que um
ar um pouco mais afastado se torne pressionado também, comprimindo
uma região ainda mais distante, até a onda atingir o sistema auditivo.
Como analogia pode-se imaginar ondas se propagando na água.

Figura 1.2: Propagação de uma onda sonora


Fonte: CTISM

A sucessão dessas zonas comprimidas e rarefeitas no tempo constitui o


movi- mento ondulatório. O ouvido humano percebe essas variações na
Um corpo quando vibra nunca
pressão em intensidade e períodos definidos pela fonte do som. o faz sozinho, pois os corpos
em seu redor vibram
também.
O valor de referência é chamado de limiar de audibilidade, e o som é
resultado da variação entre a pressão atmosférica produzida na presença
de som em função da pressão de referência.

1.3 Tipos de sons


a) Tons puros – compostos por uma única frequência, por isso não existe
na natureza. É o caso mais simples.

b) Sons musicais – compostos por uma frequência fundamental (que dá a


tonalidade) e várias frequências múltiplas da fundamental (harmônicas),
dependendo do timbre.

c) Ruído – é um som complexo composto por inúmeras frequências e inten-


sidades sem que exista um padrão fixo. Têm um comportamento imprevisí-
vel e aleatório sendo, portanto, difícil de caracterizar com exatidão. É o tipo
de som encontrado nos ambientes industriais, objetivo do nosso estudo.
1.4 A percepção do som
Basicamente a percepção do som se dá da seguinte maneira:

O ouvido é o órgão que recebe as ondas sonoras. No ouvido externo os


sons são captados, no ouvido médio são amplificados e levados, pelo
ouvido interno, ao cérebro que os interpreta.

Assista a um vídeo
sobre fisiologia da audição
humana em:
http://youtu.be/rmUN1aQKmsM

Figura 1.3: Percepção do som pelo ouvido humano


Fonte: CTISM

1.5 Características de um som


Um som simples pode ser percebido especificando-se três características
fundamentais: o tom, a intensidade e o timbre. Estas correspondem,
respec- tivamente, a três características físicas: a frequência, a amplitude e
a forma de onda.

O ser humano diferencia três características do som:

a) Frequência – qualidade que permite distinguir um som grave de um


som agudo.
b) Amplitude (intensidade) – qualidade que permite distinguir um som for-
te de um som fraco.

c) Timbre – qualidade que permite distinguir dois sons emitidos por duas
fontes diferentes.

Figura 1.4: Características de uma onda (tom puro)


Fonte: CTISM

Além desses três atributos, é importante, por vezes, levar-se em conta a


duração do som. Entende-se por duração de um som o intervalo de tempo
durante o qual esse som é audível para o homem.

1.6 Frequência
É o número de oscilações de uma onda acústica em um intervalo de tempo
de um segundo, ou seja, a taxa na qual a onda é periodicamente
comprimida e rarefeita. Sons graves são característicos de baixas
frequências e sons agudos são característicos de altas frequências.

As frequências audíveis são divididas em três faixas:

a) Baixas frequências ou sons graves – as quatro oitavas de menor


frequência, ou seja, 31,25; 62,5; 125 e 250 Hz.

b) Médias frequências ou sons médios – as três oitavas centrais, ou


seja, 500, 1000 e 2000 Hz.

c) Altas frequências ou sons agudos – as três oitavas de maior frequência,


ou seja, 4000, 8000 e 16000 Hz.
Figura 1.5: Representação de uma onda com frequência de 10 Hz (tom puro)
Fonte: CTISM

Figura 1.6: Representação de uma onda com frequência de 3 Hz (tom puro)


Fonte: CTISM

A unidade de frequência (SI) é ciclos por segundo, ou Hertz (Hz). Portanto,


um som de 31,5 Hz tem uma onda de 10,8 m e, um som de 20.000 Hz tem
um comprimento de onda de 1,7 cm.

Onde:  = comprimento de onda (m)


V = 340 m/s (velocidade de propagação de uma onda no ar)
f = frequência (Hz)

Os sons audíveis de alta frequência nos causam a impressão sonora de agudo


e os de baixa frequência, grave. A altura de um som nos permite distinguir
entre sons graves e agudos. A altura de um som está relacionada com a
frequência deste. Quanto maior for a frequência da onda deste som, maior
será a altura dele. Sons graves são os de frequência mais baixa. As
variações na amplitude do som é que indicam a intensidade do som (forte
ou fraco).

Sons de baixa frequência são difíceis de atenuar ou reduzir devido ao


grande comprimento de onda.

Figura 1.7: Exemplo de som grave e agudo (tom puro)


Fonte: CTISM

1.7 Amplitude
A amplitude de uma onda de som é o grau de movimento das moléculas de
ar na onda, que corresponde à intensidade da rarefação e da compressão
que a acompanham. Quanto maior a amplitude da onda, mais
intensamente as moléculas golpeiam o tímpano e mais forte é o som
percebido.
Figura 1.8: Exemplos de sons graves e agudos, forte e fraco (tom puro)
Fonte: CTISM

Na representação gráfica em onda senoidal, os valores máximos e mínimos


atingidos por ela são os valores de pico. No caso da avaliação de ruído, o
que interessa é o valor eficaz dessa onda. O valor eficaz é uma média
quadrática (Root Mean Square – RMS), dos valores instantâneos da pressão
sonora, que é o fornecido nos equipamentos de medição do ruído.

Figura 1.9: Ilustração do valor RMS


Fonte: CTISM
O valor eficaz é obtido por (SALIBA, 2009):

1.8 Timbre
O timbre é a característica sonora que permite distinguir sons de mesma fre-
quência e mesma intensidade (amplitude), mas com ondas sonoras diferentes
(formato da onda). Por exemplo: reconhecemos vozes diferentes pelo seu timbre,
assim como os instrumentos musicais fazendo a mesma nota. A informação
do timbre está contida no conjunto de sons secundários (harmônicos) de
um som. Por isso conseguimos perceber, mesmo de olhos fechados, o som
harmônicos
da chuva, do vento, da batida de uma porta, dos animais, etc. Os sons são complexos,
isto é, são combinações
de sons harmônicos, de
várias frequências. Um
som é, na verdade,
composto por um
conjunto de outros sons
simultâneos.

Assista a um vídeo sobre as


características do som em:
http://www.youtube.com/wat
ch?v=6p7AGK4GLw8&feature
=related

Assista a um vídeo sobre


propriedades do som em:
http://www.youtube.com/
watch?v=pWqAtp1baqE

Figura 1.10: Dois instrumentos diferentes emitindo um som de mesma frequência e


amplitude, mas com formato da onda diferente
Fonte: CTISM

Na prática são raros os sons puros, ou seja, o som é constituído de ruídos


complexos resultantes da combinação de várias frequências.

Normalmente quando aumentamos o volume de um som dizemos que ele


está mais alto, quando na verdade deveríamos dizer que ele está mais
intenso. Um som muito alto significa na verdade que ele está a uma
frequência maior. A altura de um som nos permite distinguir entre sons
graves e agudos.
1.9 Fenômenos na propagação do som
a) Reflexão – é a mudança na direção de uma onda sonora quando en- contra
O sonar emite ondas
sonoras na água e capta um obstáculo que não possa ser contornado. A reflexão do som ocorre bem
seus ecos (som refletido),
permitindo a em superfícies cuja extensão seja grande em comparação com seu
localização de objetos sob a comprimento de onda. São exemplos o eco e a reverberação.
água. O eco é um som refletido
que é percebido pelo ouvido
humano com intervalo de tempo b) Refração – é o desvio sofrido pela onda sonora quando ela passa de um
suficiente para ser distinguido
do som meio para outro.
original emitido.

Reverberação: quando da emissão c) Difração – é a propriedade que a onda sonora tem de transpor obstáculos.
de um som em uma sala
fechada há o encontro do som
contra as paredes e, d) Interferência – é a consequência da superposição de ondas sonoras. Se
consequentemente, a reflexão.
Se o som refletido atingir o as ondas forem concordantes seus efeitos se somam, mas se as ondas
observador no instante em que
o som direto está se
estiverem em discordância seus efeitos se neutralizam.
extinguindo, ocasionando o
prolongamento da sensação
auditiva, teremos a e) Ressonância – é quando um corpo começa a vibrar por influência de
reverberação. Nessa situação outro, na mesma frequência deste.
acabamos por não perceber bem
os sons (os sons misturam-se
e
confundem-se).
Como exemplo, podemos citar o vidro de uma janela que se quebra ao
entrar em ressonância com as ondas sonoras produzidas por um avião a
A difração depende
do comprimento de onda. jato.
Se o comprimento de
onda é
muito grande (ondas sonoras)
o obstáculo é contornado
facilmente. Se o comprimento de
1.10 Localização da fonte sonora
onda for pequeno (luz visível) a Uma das características principais da audição humana é a percepção da
difração é menos intensa.
direção da propagação das ondas do som. Por causa da localização física
das orelhas na cabeça humana, cada orelha recebe sinais diferentes em
tempos diferentes (ocorrem alterações na intensidade e no tempo de
chegada do som entre cada orelha). Com isso, o cérebro registra os sinais
Assista a um vídeo
sobre ressonância recebidos, estabelecendo a direção da onda sonora.
acústica em:
http://www.youtube.com/
watch?v=qy1c5_vYTVo

http://www.youtube.com/ 1.11 Comprimento de onda


watch?v=5E7T4AlYpNg Conhecendo a velocidade e a frequência do som, podemos encontrar o seu
http://www.youtube. comprimento de onda, isto é, a distância física no ar entre um pico de onda
com/watch?v=XTgA_
B2Igfo&feature=related
até o próximo, pois – comprimento de onda = velocidade/frequência.

1.12 Faixas de audibilidade


O limiar de audibilidade humana corresponde a pressão de 2 × 10-5 N/m² (20
micropascals (µPa)) e acima desse valor tudo que percebemos é na forma
sonora.
O limiar da dor, ou seja, a pressão sonora em que uma pessoa exposta
começa a sentir dor no ouvido corresponde à pressão de 20 N/m2 (N/m² =
Pascal).

Figura 1.11: Faixas de audibilidade


Fonte: CTISM

Para que o som seja audível é necessário, além da variação de pressão


gerada, que este possua valores específicos de frequência, que deve situar-
se entre 20 e 20000 Hz. Os sons com frequência inferior a 20 Hz são
conhecidos como infrassons (alguns autores situam esse valor em 16 Hz), e
os com frequência superior a 20 kHz são denominados ultrassons. Ambos
não são percebidos pelo sistema auditivo humano. Somos mais sensíveis às
frequências entre 1000 Hz e 4000 Hz. Os cães e morcegos, por exemplo,
escutam sons bem acima dos 20.000 Hz.

No estudo do ruído ocupacional nos limitaremos aos sons audíveis pelos


seres humanos.

Figura 1.12: Faixa de audibilidade relacionada à frequência


Fonte: CTISM

1.13 Nível de Intensidade Sonora (NIS)


A intensidade do som é a quantidade de energia contida no movimento
vibratório. Essa intensidade se traduz com uma maior ou menor amplitude
na vibração ou na onda sonora. Para um som de média intensidade essa
amplitude é da ordem de centésimos de milímetros.
Os sons fortes transportam maior quantidade de energia que os fracos, e a
onda sonora perde intensidade no decurso da sua propagação.

A intensidade sonora está associada aquilo que nós comumente chamamos


de volume. A diferença entre um som intenso (ou forte) e um som fraco
vem da amplitude de vibração da onda. Quanto maior a amplitude da onda,
maior a pressão que a onda irá exercer no ar. Isso faz com que os nossos
tímpanos vibrem de maneira mais intensa.

A Equação 1.3 define que a intensidade de uma onda é dada pela potência
da fonte sonora dividida pela área da superfície que recebe a onda sonora.
No Sistema Internacional a intensidade de uma onda sonora é expressa em
W/m² (watts por metro quadrado).

A intensidade do som (I) está relacionada com a energia transportada pela


onda sonora. O nível de intensidade sonora é um valor obtido por
comparação com um som de referência. O ouvido humano responde a uma
faixa de inten- sidades que se estende desde um valor I 0 (10-16 W/cm² –
limiar da audição). O som mais forte, sem causar danos no ouvido humano
(limiar da dor), varia na ordem de 10-5 W/cm² (110 dB) a 10-2 W/cm² (140
dB), dependendo da frequência do som (veja Figura 1.13).

Figura 1.13: Relações entre decibels e potência sonora


Fonte: CTISM
Experiências demonstram que o ouvido humano obedece a Lei de Weber-Fechner,
de estímulo/sensação, ou seja, as sensações como cor, som, odor, dor, etc., A lei de Weber-Fechner tenta
variam como o logaritmo dos estímulos que as produzem, ou seja, conforme descrever a relação existente
entre a magnitude física de
aumentamos a intensidade sonora o nosso ouvido fica cada vez menos sensível, um estímulo e a intensidade
isto é, precisamos aumentar a intensidade de maneira exponencial para que do estímulo que é percebida.

o ouvido “sinta” o som de maneira linear.

O valor 10-16 W/cm² é definido como intensidade sonora de referência e é


chamada de 0 bel. A sonoridade de 1 bel, ou 10 decibels, corresponde a um
som 10 vezes mais intenso ao som de 0 bel. Sendo assim, 10 dB
correspondem a uma intensidade de 10-15 W/cm².

Se fosse adotada uma escala linear de intensidade sonora, teríamos que


dizer, por exemplo, que um ruído de 80 dB é 100 milhões de vezes (108)
mais intenso que o menor som audível.

Os exemplos a seguir estão resolvidos. Acompanhe a resolução para


melhor compreensão do conteúdo.

Exemplo 1.1
Em uma rua avaliamos o ruído em 8 bel, quanto esse ruído está acima do
limite de audibilidade?

Solução
Esse ruído está 8 bels acima do limite de audibilidade (0 bel).

Observe que a escala ficou reduzida em excesso, pois entre o limiar de


audibilidade e o ruído da rua existem apenas 8 unidades de sons audíveis.
Para contornar esse problema foi criado, então, o décimo do bel, ou seja, o
decibel: dizemos agora que o ruído da rua está 80 dB (com o “d” minúsculo dB = decibel que é a unidade
e o “B” maiúsculo), acima do valor de referência (aumentando para 80 de medida da intensidade
sonora. O decibel é derivado
unidades de som). de bel (décimo do bel), que
foi dado em homenagem a
Alexandre Graham Bell,
Exemplo 1.2 pesquisador de acústica e
inventor do telefone.
Em quantas vezes 20 decibels é mais intenso que 0 dB em watts/cm 2?

Solução
20 decibels é 100 vezes (10 2) mais intenso que a sonoridade de referência e
corresponde a uma intensidade de 10 -14 W/cm2.

Exemplo 1.3
Em quantas vezes 60 decibels é mais intenso que 0 dB em watts/cm 2?
Solução
60 decibels é um milhão de vezes (10 6) mais intenso que o limiar da audição
e corresponde a uma intensidade de 10 -10 W/cm2.

Matematicamente esses números são impraticáveis e, fisiologicamente,


não refletem a sensação audível e, para contornar esse problema é usada a
escala logarítmica.

O nível de intensidade sonora é uma grandeza que mede a sensação


auditiva provocada por uma onda sonora de intensidade I por comparação
com a intensidade I0 do limiar da audição numa escala logarítmica. Assim, o
NIS, medido em decibels, satisfaz a construção fisiológica do nosso ouvido.
O nível de intensidade sonora pode ser expresso por (WHO):
Para saber mais sobre
WHO, acesse:
http://www.who.int/
occupational_health/
publications/occupnoise/en/

Onde: NIS = intensidade sonora em dB


I = intensidade do som (W/m2)
I0 = intensidade de referência (10 -12 W/m2)

A partir da Equação 1.4, podemos concluir que a cada 3 dB a intensidade


sonora dobra, pois se I = 2 × I0 Iogo:

Isto significa que ao dobrarmos a intensidade sonora, o NIS aumenta apenas


de 3 dB e, no caso da pressão, ao duplicarmos a pressão sonora, o NIS
aumenta em 6 dB (veja a seguir).

Portanto na escala em decibels, o dobro de 80 dB é 83 dB, assim como o


dobro de 100 dB é 103 dB. A metade de 90 dB é 87 dB, assim como a
metade 110 dB é 107 dB.

1.14 Nível de Potência Sonora (NPSw)


A potência sonora é a energia acústica total emitida por uma fonte por
unidade de tempo, medida em watt (1 W = 1 J/s).
A potência não depende do ambiente nem da distância da fonte. Seu valor
não varia já que a potência sonora refere-se à energia emitida pela fonte (a
potência sonora é análoga à potência de uma lâmpada, ou seja, na medida
em que nos afastamos dela a intensidade luminosa diminui, mas a potência
permanece a mesma).

O nível de potência sonora é uma medida logarítmica da potência sonora


efetiva de um som em relação ao valor de referência. Ele é medido em
decibels (dB) acima de um nível de referência padrão.

O nível de potência sonora pode ser expresso por (OSHA):

Para saber mais sobre


OSHA, acesse:
http://www.osha.gov/dts/osta/
otm/noise/health_effects/
soundpropagation.html
Onde: NPSW = nível de potência sonora (dB)
W = potência sonora medida (W)
W0 = potência de referência que corresponde ao limiar de
audibilidade (10-12 W)

A escala logarítmica também se aplica a potência sonora devido às


grandezas envolvidas, pois a diferença entre a potência de um grito (0,001
W) e a potência sonora de um avião a jato decolando (100.000 W) são da
ordem de 108 vezes.

Ao duplicarmos a potência sonora aumentamos o nível de potência sonora


Potências serão sempre
por 3 decibels (dB): medidas em watts, mas você
encontra equipamentos
sonoros com referência às
potências de X watts RMS, Y
watts PMPO. Não faremos
aqui a diferenciação entre
cada um desses watts, mas
no caso dos sons audíveis
Potência sonora não pode ser medida diretamente. É possível medir a estaremos nos referindo a watts
inten- sidade sonora, que é a distribuição da potência do som sobre a área acústicos. O dB é utilizado
para expressar uma diferença
da onda de propagação. entre duas potências, uma
“real”
e outra “de referência”, mas
sempre do mesmo tipo, ou
1.15 Nível de Pressão Sonora (NPS) seja, não podemos comparar
watts RMS com watts PMPO
A pressão sonora é a variação média (RMS – Root Mean Square) de pressão nem com watts acústicos. O
que podemos fazer é
em relação à pressão atmosférica, medida em Pascais (Pa) ou Newtons por comparar watts com watts,
metro quadrado (N/m2). Depende do meio, do isolamento e da distância à watts RMS com watts RMS,
watts acústicos com watts
fonte (1 Pa = 1 N/m2). acústicos e extrair disso um
resultado em decibels.
O nível de pressão sonora é uma medida logarítmica da pressão sonora
efetiva de um som em relação ao valor de referência. Ele é medido em
decibels (dB) acima de um nível de referência padrão.

A intensidade é proporcional ao quadrado da média de variação de pressão (OSHA).

Como a resposta dos órgãos sensoriais é proporcional ao logaritmo da mag-


nitude do estímulo (Lei de Weber-Fechner):

Aplicando a relação da Equação 1.7 na Equação 1.8:

Onde: NPS = nível de pressão sonora (dB)


P = pressão sonora medida (N/m2)
P0 = pressão de referência que corresponde ao limiar de audibilidade
(2 × 10-5 N/m2 ou 20 micropascals (µPa))

Isto significa que ao dobrarmos a pressão sonora o NPS aumenta em 6 dB.

Substituindo-se na Equação 1.8 o valor da pressão de referência (P 0), obtém-se:

O decibel é uma relação entre duas grandezas físicas da mesma espécie


numa relação logarítmica, e a intensidade física do som e a altura subjetiva
com que o ouvimos é estabelecida através das diferenças medidas em
decibels.

Os exemplos a seguir estão resolvidos. Acompanhe a resolução para


melhor compreensão do conteúdo.
Exemplo 1.4
Por convenção se aceita a pressão de 2 × 10-5 N/m2 como a pressão mínima audível
(1000 Hz), 20 N/m2 (1000 Hz) como limiar da dor, e a pressão de 200 N/m2 a
partir da qual podem ocorrer danos irreversíveis ao sistema auditivo humano.
Calcule os níveis de pressão sonora equivalentes.

Solução

Exemplo 1.5
Um ruído de 94 dB é equivalente a qual pressão sonora?

Solução

Revisando
+ 3 dB o nível de intensidade sonora duplica (ao duplicarmos a intensidade Um decibelímetro mede o nível
sonora o NIS aumenta em 3 dB). de intensidade da pressão
sonora no instante em que
ela ocorre. A intensidade é
- 3 dB o nível de intensidade sonora reduz pela metade. uma característica do som que
está relacionada à energia de
vibração da fonte que emite as
ondas. Essa propriedade do som
+ 6 dB a pressão sonora duplica (ao duplicarmos a pressão sonora o NPS é provocada pela pressão que
aumenta em 6 dB). a onda exerce sobre o ouvido
ou sobre algum instrumento
medidor da intensidade sonora,
- 6 dB a pressão sonora reduz pela metade. como um decibelímetro ou
um dosímetro, por exemplo.
Idealmente é a intensidade
sonora que gostaríamos de
medir. No entanto, é mais
1.16 Nível Sonoro (NS) fácil de medir a pressão
sonora da intensidade do
Quando nos referimos ao valor do ruído em decibéis, resultado da som. Quando passamos a
propagação de ondas sonoras utilizaremos, para simplificação, a expressão usar a escala
de decibels, a NIS e NPS são
nível sonoro. praticamente a mesma coisa.
1.17 Nível sonoro e distância
A amplitude da pressão sonora reduz à medida que a distância da fonte ao
receptor é aumentada, devido à existência de perdas na transmissão do
som (dispersão das ondas sonoras). As perdas se devem à diminuição da
intensidade sonora pelo aumento da área de propagação, dissipação devido
à reflexão e absorção do som em obstáculos do ambiente, bem como pela
interação entre as ondas sonoras. Há também um pequeno impacto da
temperatura, umidade e vento, mas a atenuação devido à distância é o
fator principal que determina o nível de intensidade do ruído em uma
propagação ao ar livre.

A atenuação do som com a distância em campo livre é proporcional à


frequência, ou seja, sons agudos “morrem” em poucos metros, enquanto
que um som grave se pode ouvir a quilômetros de distância.

1.18 Propagação do som


A propagação do som é afetada por vários fatores, como por exemplo, a
reflexão, absorção e transmissão em obstáculos, a temperatura, a
Assista a um vídeo
velocidade e umidade do ar, o tipo de fonte e interação entre as ondas.
sobre velocidade do som em:
http://www.fisicaequimica.net/
som/velocidadedosom.htm A propagação do som é maior na medida em que a temperatura aumenta,
ou seja, a atenuação é inversamente proporcional à temperatura, por
exemplo: a 15ºC a velocidade de propagação do som é de 340 m/s e a 30ºC
ela se eleva para aproximadamente 349 m/s (velocidade de propagação do
som no ar (c):
Para saber mais
sobre propagação, acesse: = 331,4 + 0,6 T [m/s], onde T = temperatura (ºC)).
http://www.osha.gov/dts/
osta/otm/noise/health_
effects/soundpropagation. De maneira geral, quanto maior o número de partículas ocupando um
html#unknown
deter- minado espaço, mais próximas estarão umas das outras. No ar úmido,
devido a maior proximidade das partículas, a onda sonora se propagará mais
rapidamente.

1.18.1 Propagação em campo livre (fonte de ruído


pontual)
Quando as dimensões da fonte de ruído são pequenas se comparadas com
a distância ao ouvinte essa fonte se chama pontual. A energia sonora se
propaga esfericamente, ou seja, o nível de pressão sonora é o mesmo em
todos os pontos que se encontram equidistantes da fonte e o NS diminui
6 dB ao dobrar a distância à fonte. Exemplo: ruído de um cortador de
grama.

Na maioria das situações o nível de potência sonora é desconhecido. No


entanto,
podemos
medir o
nível de
pressão
sonora em
um ponto
e
relacioná-
lo para
outro
ponto mais
distante da
fonte,
aplicando a
seguinte
relação
(BRUEL).
Onde: NS2 = Nível de pressão sonora no ponto 2
NS1 = Nível de pressão sonora no ponto 1
r2 = Distância da fonte ao ponto 2
r1 = Distância da fonte ao ponto 1

Figura 1.14: Propagação em campo livre


Fonte: CTISM

Exemplo 1.6
Calcule o valor de um NS de 90 dB (pontual) se duplicamos a distância de
medição, ou seja, r2 = 2 r1.

Solução

A Equação 1.9 se relaciona com uma situação ideal, ou seja, sem considerar
perdas devido a outros fatores que podem estar relacionados e que irão
afetar a propagação do som.

1.18.2 Propagação em fonte de ruído linear


Se a fonte de ruído é estreita em uma direção e larga em outra comparada
com a distância ao ouvinte ela é chamada de linear. É característica de
muitas fontes atuando simultaneamente como, por exemplo, vários carros
em uma estrada. O nível sonoro se propaga cilindricamente, isto é, o nível
sonoro é
o mesmo em todos os pontos situados a mesma distância da linha e
diminui 3 dB ao dobrar a distância.

Figura 1.15: Propagação linear


Fonte: CTISM

Na maioria das situações o nível de potência sonora é desconhecido. No


entanto, podemos medir o nível de pressão sonora em um ponto e
relacioná-lo para outro ponto mais distante da fonte, aplicando a seguinte

relação (BRUEL):

Onde: NS2 = Nível de pressão sonora no ponto 2


NS1 = Nível de pressão sonora no ponto 1
r2 = Distância da fonte ao ponto 2
r1 = Distância da fonte ao ponto 1

Exemplo 1.7
Calcule o valor de um NS de 90 dB (linear) se duplicamos a distância de
medição, ou seja, r2 = 2 r1.

Solução
A Equação 1.10 se relaciona com uma situação ideal, ou seja, sem
considerar perdas devido a outros fatores que podem estar relacionados e
que irão afetar a propagação do som.

Por exemplo, na avaliação de ruído em uma estrada movimentada


influenciam na propagação do som: interação das ondas, o solo, as
estruturas existentes, a topografia, a vegetação, a cobertura do solo, as
condições atmosféricas, a quantidade de veículos, etc.

1.19 Propagação do som em ambiente


ocupacional
A energia sonora não se propaga livremente a partir da fonte sonora em
situ- ações industriais. Quando um som se propaga em um ambiente
ocupacional uma parte dele é refletida, outra absorvida e outra é
transmitida (Figura 1.16).

Figura 1.16: Reflexão, absorção e transmissão do som em obstáculos


Fonte: CTISM

Paredes duras e lisas refletem mais um som (paredes de cimento,


mármore, azulejos, vidro). Um ambiente que contenha paredes com muita
reflexão sonora, produzirá dificuldade para a comunicação.

A absorção é a propriedade dos materiais em não permitir que o som seja


refletido por uma superfície. A absorção vai depender do tipo do material e
da frequência do som (normalmente é grande para altas frequências,
caindo para valores muito pequenos para baixas frequências).

A transmissão é a propagação do som de um lado para outro de uma


superfície. Quanto mais rígida e densa (pesada) for a superfície menor será
a energia transmitida.
Quando um profissional capacitado desenvolver um projeto para
atenuação do ruído de determinada fonte certamente ele analisará essas
propriedades e dimensionará o sistema após análise detalhada desses
fatores, fazendo, inclusive, uma avaliação do ruído por bandas de
frequência para identificar as características do som emitido (veremos isso
adiante na disciplina).

1.20 Exemplos de níveis de sons típicos


Quadro 1.1: Níveis sonoros característicos de várias situações
NPS Exemplos
(dB) típicos
1 Avião a jato decolando muito próximo, bombas recreativas.
4
0
1 Avião a 1 m.
3
0
1 Concerto de rock em frente as caixas de som, trovão, britadeiras.
Para saber mais sobre 2
níveis sonoros, acesse: 0
http://www.cdc.gov/niosh/ 1 Grande orquestra, trio elétrico.
topics/noise/noisemeter.html 1
0
1 Arrebitamento.
0
0
9 Trem, metrô, motocicleta, tráfego de caminhões.
0
8 Voz alta, avenida de grande movimento.
5
8 Escritório ruidoso.
0
7 Voz normal, creches.
5
7 Aspirador de pó, secador de cabelo, restaurante barulhento, motor de carro.
0
6 Interior de um carro.
5
6 Ar condicionado a 6 m de distância, máquina de costura.
0
5 Grupo de amigos conversando.
5
5 Rua tranquila, escritório silencioso.
0
4 Vassoura varrendo, geladeira, quarto longe do trânsito.
0
3 Biblioteca, tic-tac do relógio.
0
2 Sussurro.
0
1 Estúdio de gravação.
0
5 Deserto.
0 Limiar da audibilidade (a 1000 Hz).
Fonte: Autores
Figura 1.17: Níveis sonoros
Fonte: CTISM

1.21 Curvas isoaudíveis


Na avaliação do som através de medidores do nível de pressão sonora
estamos avaliando um fenômeno físico e não subjetivo. Estudos realizados
demonstram que o ouvido humano é mais sensível ao ruído nas frequências
entre 2000 e 5000 Hz e menos sensível nas frequências extremamente
baixas ou altas. O ouvido humano não percebe sons graves, médios e
agudos da mesma forma.

Partindo-se da frequência de 1000 Hz (tomada como padrão) construíram-


se curvas de igual audibilidade pelo ouvido humano. Por exemplo, um som
de 90 fons na frequência de 5000 Hz produzido por um nível de pressão
sonora de 85 dB, é ouvido com a mesma intensidade, na frequência de
2000 Hz, que um som de nível de pressão sonora de 90 dB. Ou ainda, um
som de 90 fons é percebido com a mesma intensidade pela maioria das
pessoas quaisquer que sejam o NS e a frequência.
Figura 1.18: Curvas isoaudíveis (ISO 226:2003)
Fonte: CTISM

Acompanhe a resolução do Exemplo 1.8 a seguir para melhor compreensão


do conteúdo.

Exemplo 1.8
Qual o NS necessário a um som (na frequência de 8 kHz) para produzir a
mesma sensação auditiva de um som de 80 dB a 1000 Hz (80 fons)?

Solução
Observe a Figura 1.19.

Encontre a linha vertical correspondente à frequência de 1000 Hz e


encontre a linha horizontal correspondente a 80 dB. Marque o ponto de
encontro das duas linhas sobre a curva de 80 fons. Trace uma linha vertical
a partir da frequência de 8000 Hz até encontrar a curva de 80 fons. O
prolongamento na horizontal desse ponto até o eixo de dB (nível de
pressão sonora) vai nos indicar o valor solicitado: aproximadamente 92 dB.
Figura 1.19: Curvas isoaudíveis para solução do exemplo 1.9
Fonte: CTISM

Veja agora se você consegue encontrar os valores para o Exemplo 1.9.

Exemplo 1.9
Um som de 90 fons na frequência de 2000 Hz tem um nível de pressão
sonora de aproximadamente . Mantendo os 90 fons que nível
de pressão sonora é necessário para se ter a mesma percepção, se esse
som for emitido numa frequência de 125 Hz?

Solução
Aproximadamente 91 dB e 98 dB.

A Figura 1.20 apresenta as áreas dinâmicas de audição, agora relacionadas


com a frequência. A linha superior é o limiar da dor e a linha inferior é o
limiar da audibilidade (observe que essas linhas variam em função da
diferente sensibilidade do ouvido humano às diversas frequências do som).
Observe também que a voz humana compreende uma vasta área de
frequências audíveis.
Figura 1.20: Áreas dinâmicas do ouvido humano
Fonte: CTISM

A região em verde delimita todos os sons audíveis por uma pessoa sem
nenhum problema de audição. A região azul corresponde à região dos sons
musicais. A região mais central, amarela, corresponde aos sons que
emitimos quando falamos. A linha verde indica o limiar da audição
humana. Como já foi dito, o ouvido humano tem sensibilidade diferente
para diferentes frequências, por isso a linha verde não é perfeitamente
horizontal. A linha vermelha indica o limiar da dor, ou seja, o limite de nível
da intensidade do som para o qual começamos a sentir dor no ouvido por
causa da amplitude de oscilação do tímpano. Sons acima da linha
vermelha podem literalmente romper o tímpano humano. Note aqui que o
limiar da dor também é influenciado pela frequência do som. Observe
ainda que o ouvido humano é mais sensível entre as frequências de 2 kHz e
5 kHz (linha de limiar de audibilidade na parte inferior da Figura 1.20.

1.22 Barulho
De uma forma geral é qualquer som que nos é desagradável e indesejável,
que inclui componentes subjetivos, pois sons que são agradáveis para
algumas
pessoas podem ser desagradáveis para outras (por exemplo, a
subjetividade dos gostos musicais).

1.23 Ruído
Do ponto de vista da higiene do trabalho o ruído é um som complexo, uma
mistura de diferentes frequências, com características indefinidas de
variações de pressão que podem ou não, dependendo de sua intensidade,
provocar danos à saúde do trabalhador durante sua vida laboral.

Poderíamos aqui fazer uma diferenciação entre ruído e som, onde no


primeiro existem muitas amplitudes e frequências simultâneas de maneira
não harmô- nica, enquanto que no segundo existem poucas amplitudes e
frequências, mas geralmente harmônicas.

1.24 Tipos de ruído


De um modo geral o ruído pode ser classificado em contínuo, intermitente
e de impacto.

1.24.1 Ruído contínuo


É aquele cuja variação de nível de intensidade sonora varia ± 3 dB durante
um período longo de observação (maior que 15 minutos). São ruídos
característicos de condicionadores de ar, motores elétricos, compressores,
etc.

Figura 1.21: Ruído contínuo


Fonte: CTISM
1.24.2 Ruído intermitente
São aqueles que apresentam grandes variações de nível em função do
tempo. São geradores desse tipo de ruído os trabalhos manuais, afiação de
ferra- mentas, o trânsito de veículos, conversação, etc. São os ruídos mais
comuns, característico da maioria das exposições ocupacionais.

Figura 1.22: Ruído intermitente


Fonte: CTISM

1.24.3 Ruído de impacto


Aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a um
segundo, a intervalos superiores a um segundo. São exemplos de ruído de
impacto aqueles resultantes de martelos de forjamento.

Figura 1.23: Ruído de impacto


Fonte: CTISM
2 – Adição e subtração de decibels

Objetivos

Adicionar e subtrair decibels, bem como entender a utilidade do


uso dessas operações.

2.1 Considerações iniciais


Já foi observado que as operações com decibels não são lineares, pois a
escala do nível de pressão sonora é logarítmica, portanto não é correto se
adicionar dois níveis sonoros de forma aritmética, simplesmente somando
os seus valores numéricos.

Vamos apresentar, a seguir, duas ótimas ferramentas para se fazer uma


esti- mativa do que pode acontecer em um ambiente de trabalho ao se
acrescentar ou retirar uma fonte sonora (máquina) ou ainda os efeitos de
alguma medida de controle (enclausuramento) sobre o nível de pressão
sonora. Falamos em estimativa porque os efeitos do ambiente (reflexão,
absorção, transmissão) podem produzir grandes diferenças entre o
previsto e o medido.

2.2 Adição de decibels


Nas empresas, em alguns casos, é necessário adicionar um novo
equipamento à linha de produção. Conhecendo-se o nível de pressão
sonora produzido por esse novo equipamento e o nível de pressão sonora
existente no ambiente, é possível, antecipadamente, prever qual o novo
nível de pressão sonora no ambiente, após a instalação do equipamento,
de maneira a se estabelecerem medidas de controle em relação ao novo
nível. Lembramos sempre que o que podemos obter é uma estimativa, pois
o perfil normalmente complexo do ruído não permite uma exatidão
absoluta.

A fórmula para a soma de nível de pressão de som de n fontes não coerentes.


Pode ser calculada através da Equação 2.1 (www.areaseg.com/acustica):
Onde: LT = nível total
L1, L2, ..., Ln = nível de pressão sonora das fontes separadas em dB

Observe o que acontece quando somamos duas fontes de igual nível sonoro
de 93 + 93 dB.

Portanto, quando somamos duas fontes de igual nível sonoro o resultado é


um acréscimo de 3 dB.

Observe agora a adição de três níveis sonoros de 94 + 96 + 98 dB.

2.2.1 Solução utilizando-se o ábaco


Para facilitar os cálculos podemos utilizar um ábaco construído a partir da
diferença entre dB dos níveis sonoros a serem adicionados.

Figura 2.1: Ábaco para adição de decibels


Fonte: CTISM
O método simplificado de adição e subtração de dB é uma ferramenta
muito útil aos profissionais prevencionistas no sentido de permitir prever
determi- nadas situações de exposição no ambiente de trabalho, quando
da inclusão, retirada ou isolamento acústico de um determinado
equipamento. O exemplo apresentado a seguir demonstra a utilização do
método simplificado.

Exemplo 2.1
Duas fontes produzem, individualmente, um nível de pressão sonora de 85
dB e 90 dB num ponto X. Calcule o resultado para quando as duas fontes
estiverem operando simultaneamente.

Solução gráfica (utilize a Figura 2.1)


• 85 dB
X (ponto de medição)
• 90 dB

Com a diferença entre os dois níveis = 5 dB, entramos no ábaco e encon-


traremos no eixo y o valor de 1,2 a ser adicionado ao maior nível, ficando o
valor final: 90 + 1,2 = 91,2 dB. Para facilitar a visualização você pode utilizar
a seguinte metodologia:

Onde: ≠ = diferença entre os dois níveis sonoros


+ = valor a ser adicionado ao maior nível sonoro

Exercício 2.1
Sete fontes de ruído produzem, isoladamente, no ponto “0”, os seguintes
níveis de pressão sonora:

Tabela 2.1: Dados de fontes de ruído do Exercício 2.1


Fo NS em
nt dB
e
1 85
2 81
3 82
4 80
5 87
6 94
7 94
Fonte: Autores
Figura 2.2: Disposição das fontes de ruído em relação ao ponto “0”
Fonte: CTISM

Faça uma previsão do NS no ponto “0” nos seguintes casos (utilize a Figura 2.2).

Observação
Pequenas diferenças podem surgir em virtude da imprecisão na visualização.

a) Só 6 e 7 estão funcionando (Solução: 97 dB).

b) Só 4 e 7 estão funcionando (Solução: 94,2 dB).

c) Só 1, 2, 3, 5 e 6 estão funcionando (Solução: 95,7).

d) Todas funcionando (Solução: 98 dB).

2.2.2 Solução utilizando-se a tabela


Os exercícios anteriores podem ser novamente resolvidos utilizando-se,
agora, a tabela numérica, proporcionando um pouco mais de precisão.

Na elaboração da Tabela 2.2 os valores foram arredondados para apenas


uma casa decimal, com o objetivo de facilitar os cálculos. Diante disso,
alguns pequenos erros podem aparecer no resultado final.

A Tabela 2.2 baseia-se na Equação 2.2:

Onde: X = diferença entre os dois níveis a adicionar


do
maior
ao maior
níveis NS
iferença
ementre
dBNSos níveis em dBValor a ser adicionado ao maior NS Diferença entre os níveis em dB Valor
Valor a ser adicionado ao maior NS Diferença entre os níveis ser adicionado ao maior
ema dB Diferença
NS entre os níveis em dB
Tabela 2.2: Adição de decibels
0,0 3
,
0
0,1 3 4 1 8,1 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 1
0 1 4 6 , 3
1
0,2 2 4 1 8,2 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 2
9 2 4 6 , 3
2
0,3 2 4 1 8,3 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 3
9 3 4 6 , 2
3
0,4 2 4 1 8,4 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 4
8 4 3 6 , 2
4
0,5 2 4 1 8,5 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 5
8 5 3 6 , 2
5
0,6 2 4 1 8,6 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 6
7 6 3 6 , 2
6
0,7 2 4 1 8,7 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 7
7 7 3 5 , 2
7
0,8 2 4 1 8,8 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 8
6 8 2 5 , 2
8
0,9 2 4 1 8,9 0 1 0 16, 0,1
, , , , 2 , 9
6 9 2 5 , 2
9
1,0 2 5 1 9,0 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 0
5 0 2 5 , 2
0
1,1 2 5 1 9,1 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 1
5 1 2 5 , 2
1
1,2 2 5 1 9,2 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 2
5 2 1 5 , 2
2
1,3 2 5 1 9,3 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 3
4 3 1 5 , 2
3
1,4 2 5 1 9,4 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 4
4 4 1 5 , 2
4
1,5 2 5 1 9,5 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 5
3 5 1 5 , 2
5
1,6 2 5 1 9,6 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 6
3 6 1 5 , 2
6
1,7 2 5 1 9,7 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 7
2 7 0 4 , 2
7
1,8 2 5 1 9,8 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 8
2 8 0 4 , 2
8
1,9 2 5 1 9,9 0 1 0 17, 0,1
, , , , 3 , 9
2 9 0 4 , 2
9
2,0 2 6 1 10,0 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 0
1 0 0 4 , 2
0
2,1 2 6 1 10,1 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 1
1 1 0 4 , 2
1
2,2 2 6 0 10,2 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 2
0 2 9 4 , 2
2
2,3 2 6 0 10,3 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 3
0 3 9 4 , 2
3
2,4 2 6 0 10,4 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 4
0 4 9 4 , 2
4
2,5 1 6 0 10,5 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 5
9 5 9 4 , 2
5
2,6 1 6 0 10,6 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 6
9 6 9 4 , 1
6
2,7 1 6 0 10,7 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 7
9 7 8 4 , 1
7
2,8 1 6 0 10,8 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 8
8 8 8 3 , 1
8
2,9 1 6 0 10,9 0 1 0 18, 0,1
, , , , 4 , 9
8 9 8 3 , 1
9
3,0 1 7 0 11,0 0 1 0 19, 0,1
, , , , 5 , 0
8 0 8 3 , 1
0
3,1 1 7 0 11,1 0 1 0 19, 0,1
, , , , 5 , 1
7 1 8 3 , 1
1
3,2 1 7 0 11,2 0 1 0 19, 0,1
, , , , 5 , 2
7 2 8 3 , 1
2
3,3 1 7 0 11,3 0 1 0 19, 0,1
, , , , 5 , 3
7 3 7 3 , 1
3
3,4 1 7 0 11,4 0 1 0 19, 0,0
, , , , 5 , 4
6 4 7 3 , 1
4
3,5 1 7 0 11,5 0 1 0 19, 0,0
, , , , 5 , 5
6 5 7 3 , 1
5
3,6 1 7 0 11,6 0 1 0 19, 0,0
, , , , 5 , 6
6 6 7 3 , 1
6
3,7 1 7 0 11,7 0 1 0 19, 0,0
, , , , 5 , 7
5 7 7 3 , 1
7
3,8 1 7 0 11,8 0 1 0 19, 0,0
, , , , 5 , 8
5 8 7 3 , 1
8
3,9 1 7 0 11,9 0 1 0 19, 0,0
, , , , 5 , 9
5 9 7 3 , 1
9
4,0 1 8 0 12,0 0 1 0 >= 0,0
, , , , 6 , 20
5 0 6 3 , 1
0
Fonte: Autores
Refazendo o exemplo 2.1
Com a diferença entre os dois níveis = 5 dB, entramos na Tabela 2.2 e
encon- traremos na coluna “Diferença entre os níveis em dB”
correspondente a 5 dB o valor de 1,2 a ser adicionado ao maior nível. O
valor final fica: 90 + 1,2 = 91,2 dB.

Exemplo 2.2
Faça uma previsão do nível de pressão sonora a ser produzido por seis
equipa- mentos em determinado posto de trabalho, se eles produzem,
nesse ponto, os seguintes valores:

Tabela 2.3: Dados do Exemplo 2.2


Fo NS em dB
nt (A)
e
1 88
2 80
3 80
4 82
5 82
6 82
Fonte: Autores

Solução
a) Simbologia
≠ = diferença entre os dois níveis
+ = valor a ser adicionado ao maior Nível Sonoro (NS)

b) Coloque os valores em dB lado a lado e some dois a dois. (Comece pelos


de valor igual nível sonoro para simplificação).

Observação
Pequenas diferenças podem surgir em virtude do arredondamento dos
valores da Tabela 2.2 e da ordem escolhida para efetuar a soma.
2.3 Subtração de decibels
A subtração de decibels é ferramenta importante na avaliação do ruído de
fundo e, principalmente, quando se querem estimar os possíveis resultados
da retirada ou isolamento de um equipamento. O exercício e os exemplos a
seguir esclarecerão o uso do método e sua importância.

O método é similar à adição de decibels.

Quando a diferença de leituras, com e sem uma fonte em funcionamento,


respectivamente, for maior que 15 dB, é porque o ruído da fonte
predomina sobre o ruído de fundo, então, seu controle reduzirá o ruído do
ambiente. Por outro lado, se ao desligarmos a fonte o nível de pressão
sonora se mantiver quase inalterado (até 2 dB de diferença), significa que o
ruído de fundo possui um nível de pressão sonora tão intenso que não
justificaria o isolamento acústico de uma única fonte. Assim, é necessário
investir no controle das várias fontes responsáveis pelo ruído.

Exemplo 2.3
Observe a seguinte operação com subtração de ruído.

60,0 dB – 59,0 dB = (diferença = 1 dB, valor a ser subtraído do maior NS =


6,9 dB) = 53,1 dB

Onde: ≠ = diferença entre os dois níveis


– = valor a ser subtraído do maior nível sonoro

Na elaboração da Tabela 2.4 os valores foram arredondados para apenas


uma casa decimal, com o objetivo de facilitar os cálculos. Diante disso,
alguns pequenos erros podem aparecer no resultado final.
etraído
do
osDiferença
nível
níveis
dototal
nível
ementre
dB
totalos níveis em dBValor a ser subtraído do nível total Diferença entre os níveis em dBValor a ser subtraído do nível total Diferença entre os níveis
Valor
ema dB
ser subtraído do nível
Diferença
total entre os níveis em dB
Tabela 2.4: Subtração de decibels
0 16,4 4,1 2 8,1 0 1 0,3 16, 0
, , , 2 1 ,
1 1 7 , 1
1
0 13,5 4,2 2 8,2 0 1 0,3 16, 0
, , , 2 2 ,
2 1 7 , 1
2
0 11,8 4,3 2 8,3 0 1 0,3 16, 0
, , , 2 3 ,
3 0 7 , 1
3
0 10,6 4,4 2 8,4 0 1 0,3 16, 0
, , , 2 4 ,
4 0 7 , 1
4
0 9,6 4,5 1 8,5 0 1 0,3 16, 0
, , , 2 5 ,
5 9 7 , 1
5
0 8,9 4,6 1 8,6 0 1 0,2 16, 0
, , , 2 6 ,
6 8 6 , 1
6
0 8,3 4,7 1 8,7 0 1 0,2 16, 0
, , , 2 7 ,
7 8 6 , 1
7
0 7,7 4,8 1 8,8 0 1 0,2 16, 0
, , , 2 8 ,
8 7 6 , 1
8
0 7,3 4,9 1 8,9 0 1 0,2 16, 0
, , , 2 9 ,
9 7 6 , 1
9
1 6,9 5,0 1 9,0 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 0 ,
0 7 6 , 1
0
1 6,5 5,1 1 9,1 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 1 ,
1 6 6 , 1
1
1 6,2 5,2 1 9,2 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 2 ,
2 6 6 , 1
2
1 5,9 5,3 1 9,3 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 3 ,
3 5 5 , 1
3
1 5,6 5,4 1 9,4 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 4 ,
4 5 5 , 1
4
1 5,3 5,5 1 9,5 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 5 ,
5 4 5 , 1
5
1 5,1 5,6 1 9,6 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 6 ,
6 4 5 , 1
6
1 4,9 5,7 1 9,7 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 7 ,
7 4 5 , 1
7
1 4,7 5,8 1 9,8 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 8 ,
8 3 5 , 1
8
1 4,5 5,9 1 9,9 0 1 0,2 17, 0
, , , 3 9 ,
9 3 5 , 1
9
2 4,3 6,0 1 10,0 0 1 0,2 18, 0
, , , 4 0 ,
0 3 5 , 1
0
2 4,2 6,1 1 10,1 0 1 0,2 18, 0
, , , 4 1 ,
1 2 4 , 1
1
2 4,0 6,2 1 10,2 0 1 0,2 18, 0
, , , 4 2 ,
2 2 4 , 1
2
2 3,9 6,3 1 10,3 0 1 0,2 18, 0
, , , 4 3 ,
3 2 4 , 1
3
2 3,7 6,4 1 10,4 0 1 0,2 18, 0
, , , 4 4 ,
4 1 4 , 1
4
2 3,6 6,5 1 10,5 0 1 0,2 18, 0
, , , 4 5 ,
5 1 4 , 1
5
2 3,5 6,6 1 10,6 0 1 0,2 18, 0
, , , 4 6 ,
6 1 4 , 1
6
2 3,3 6,7 1 10,7 0 1 0,1 18, 0
, , , 4 7 ,
7 0 4 , 1
7
2 3,2 6,8 1 10,8 0 1 0,1 18, 0
, , , 4 8 ,
8 0 4 , 1
8
2 3,1 6,9 1 10,9 0 1 0,1 18, 0
, , , 4 9 ,
9 0 4 , 1
9
3 3,0 7,0 1 11,0 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 0 ,
0 0 4 , 1
0
3 2,9 7,1 0 11,1 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 1 ,
1 9 4 , 1
1
3 2,8 7,2 0 11,2 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 2 ,
2 9 3 , 1
2
3 2,7 7,3 0 11,3 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 3 ,
3 9 3 , 1
3
3 2,7 7,4 0 11,4 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 4 ,
4 9 3 , 1
4
3 2,6 7,5 0 11,5 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 5 ,
5 9 3 , 0
5
3 2,5 7,6 0 11,6 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 6 ,
6 8 3 , 0
6
3 2,4 7,7 0 11,7 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 7 ,
7 8 3 , 0
7
3 2,3 7,8 0 11,8 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 8 ,
8 8 3 , 0
8
3 2,3 7,9 0 11,9 0 1 0,1 19, 0
, , , 5 9 ,
9 8 3 , 0
9
4 2,2 8,0 0 12,0 0 1 0,1 >= 0
, , , 6 20 ,
0 7 3 , 0
0
Fonte: Autores
Exercício 2.2
Realize as seguintes subtrações de ruído:

a) 66,0 dB – 60,0 dB =

b) 67,0 dB – 66,0 dB =

c) 70,0 dB – 60,0 dB =

d) 70,0 dB – 58,0 dB =

Exemplo 2.4
Numa empresa metalúrgica avaliou-se o nível de pressão sonora no setor
de montagem e constatou-se um nível de pressão sonora de 80 dB. O
gerente de produção solicitou ao técnico em segurança uma orientação
para a compra de um equipamento para o setor. Qual o máximo NS que
pode ser produzido por esse novo equipamento, e deverá ser indicado pelo
técnico em segurança para que o nível de pressão sonora não ultrapasse 85
dB? (Lembramos aos técnicos em segurança que o valor de 85 dB é o limite
de tolerância legal para oito horas e que providências técnicas devem ser
tomadas a partir de 50% da dose, ou seja, 80 dB).

Solução

Verificação
Exemplo 2.5
Uma lixadeira pneumática está colocada no meio de outras máquinas. O
NS, quando todas estão funcionando, é de 100 dB. Desligando-se a lixadeira
(o restante das máquinas permanece funcionando), o NS é de 96 dB.
Determine o NS produzido no ponto de medição pela lixadeira
isoladamente.

Solução

Verificação
3 – Equipamentos para avaliação do ruído

Objetivos

Aprender sobre equipamentos para medição da pressão sonora,


seus tipos, características e parâmetros de avaliação.

3.1 Considerações iniciais


Para a avaliação do ruído inúmeros aspectos devem ser considerados. Além
de se estudar as rotinas de trabalho para determinação do ciclo de exposi-
ção (representatividade), uma série de parâmetros precisam ser estudados
e compreendidos para que a avaliação tenha sucesso. Procuraremos, a
seguir, apresentá-los de uma maneira resumida para que, na execução
prática, pos- samos assegurar a qualidade da avaliação.

Os equipamentos para a avaliação do ruído são denominados sonômetros.

Antes de estudarmos os equipamentos veremos algumas características que


são importantes na avaliação do ruído. A seguir apresentamos as mais
importantes.

3.2 Tempo de resposta para os sonômetros


Determina a rapidez com que o sonômetro acompanha as variações dos
níveis sonoros, ou seja, como o ruído pode ter variações rápidas foram
criados os “tempos de resposta” que traduzem o modo como o
equipamento acompanha as flutuações do som medido. Quanto menor for
o tempo de resposta maior a velocidade de detecção, ou seja, permite
obter os valores mais elevados do ruído. O Quadro 3.1 apresenta os
tempos de respostas dos equipamentos em função dos circuitos de
resposta e sua aplicação principal.

Quadro 3.1: Tempo de resposta para os sonômetros


Resposta Período Observaç
ões
Para situações de grande flutuação no ruído, expressa valores
Slow (lento) 1 segundo
que tendem para a média.
Fast (rápido) 125 Para determinar valores extremos de ruídos intermitentes.
milisegundos
Impulse 35 milisegundos Para ruído de impacto em virtude da maior velocidade de
(impulso) detecção.
Peak (pico) < 50 Para pico absoluto do som.
microsegundos
Fonte: http://www.noisemeters.com/help/faq/time-weighting.asp
Na avaliação do ruído contínuo ou intermitente a resposta padrão, segundo
a NR 15 e a NHO 01 é a slow (lenta).

3.3 Curvas de compensação (circuitos


NR 15 = Norma
Regulamentadora nº 15 –
de compensação, curvas de
Atividades e Operações
Insalubres (Anexo I).
ponderação)
Os instrumentos de medição do ruído são ajustados para apresentar uma
NHO 01 = Norma de
Higiene Ocupacional nº 01 –
resposta linear, ou seja, apresentam o mesmo número de decibels para
Avaliação de Exposição sons de igual amplitude de pressão sonora não importando a frequência do
Ocupacional ao
Ruído. som. Mas o ouvido humano tem sensibilidade diferente para frequências
diferentes. Isso se deve a limitações do sistema auditivo que impede a
audição de sons muito graves e/ou muito agudos.

Baseado em estudos científicos foram desenvolvidas curvas padronizadas


internacionalmente, que procuram corrigir as leituras dos instrumentos de
medição simulando, o mais real possível, o comportamento da audição
humana. Os níveis de pressão sonora são, então, alterados e compensados
para cada faixa de frequências, através de filtros incluídos nos equipamentos
de medição.

Das curvas apresentadas, aquela que mais se aproxima à resposta humana


é a curva A e é a padrão para avaliação do ruído contínuo e intermitente.
Os valores de medição devem ser, portanto, indicados como dB(A).

dB(C) =
decibels ponderados
na curva C.

dB(Z) =
decibels ponderados
na curva Z.
Figura 3.1: Curvas de compensação
Fonte: http://www.questtechnologies.com/Assets/Documents/Sound%20Level%20Meter%20Terms.pdf
Tabela 3.1: Valores de correção para as curvas de compensação A, C e
Z
Frequência Cur Cur Curv
(Hz) va Z va A aC
dB( dB( dB(
Z) A) C)
1 0 - -
0 70,4 14,3
12,5 0 - -
63,4 11,2
1 0 - - 8,5
6 56,7
2 0 - - 6,2
0 50,5
2 0 - - 4,4
5 44,7
31,5 0 - - 3,0
39,4
4 0 - - 2,0
0 34,6
5 0 - - 1,3
0 30,2
6 0 - - 0,8
3 26,2
8 0 - - 0,5
0 22,5
100 0 - - 0,3
19,1
125 0 - - 0,2
16,1
160 0 - - 0,1
13,4
200 0 - +
10,9 0,0
250 0 - 8,9 +
0,0
315 0 - 6,6 +
0,0
400 0 - 4,8 +
0,0
500 0 - 3,2 +
0,0
630 0 - 1,9 +
0,0
800 0 - 0,8 +
0,0
1000 0 + +
0,0 0,0
1250 0 + +
0,6 0,0
1600 0 + - 0,1
1,0
2000 0 + - 0,2
1,2
2500 0 + - 0,3
1,3
3150 0 + - 0,5
1,2
4000 0 + - 0,8
1,0
5000 0 + - 1,3
0,5
6300 0 - 0,1 - 2,0
8000 0 - 1,1 - 3,0
10000 0 - 2,5 - 4,4
12500 0 - 4,3 - 6,2
16000 0 - 6,6 - 8,5
20000 0 - 9,3 -
11,2
Fonte: GERGES, 2002

A curva Z ou correção zero foi introduzida pela IEC 61672 em 2003 em


substituição às repostas plana e linear, presentes nos equipamentos de
dB(linear) = decibels sem
medição mais antigos. aplicação do circuito de
ponderação.

A audição humana é especialmente sensível aos sons entre 1 kHz e 5 kHz.


Os exemplos a seguir estão resolvidos. Acompanhe a resolução para
melhor compreensão do conteúdo.

Exemplo 3.1
Um ruído de 90 dB(Z) na frequência de 125 Hz vai ser registrado por um
medidor de nível de pressão sonora em dB(A) no valor de .

Solução

Exemplo 3.2
Um ruído de 80 dB(Z) na frequência de 2000 Hz vai ser registrado por um
medidor de nível de pressão sonora em dB(A) no valor de .

Solução

Exemplo 3.3
Na avaliação de uma máquina, o TST encontrou, na frequência de 4000 Hz,
um ruído de 87 dB(A). Qual o real valor do ruído sem a compensação para a
diferença de sensibilidade a frequências diferentes do ouvido humano?

Solução

Pode ser observado que na frequência de 1000 Hz a correção em todas as


curvas é zero. Devido a isso os calibradores acústicos para calibração dos
equipamentos de avaliação de ruído são construídos para emitir um valor
em decibels (geralmente 94 ou 114) nessa frequência, permitindo que o
ruído emitido e o valor lido pelo equipamento sejam idênticos em
quaisquer das curvas de compensação, evitando erros de ajuste durante a
calibração.

Nas frequências onde a correção é positiva o ouvido humano tem maior


sensibilidade.
3.4 Equipamentos para avaliação do
nível de pressão sonora
Os equipamentos utilizados para se medir o nível de pressão sonora são
denominados medidores de nível de pressão sonora ou sonômetros. Na
prática são conhecidos popularmente como decibelímetros.

Vários fatores podem afetar a leitura do nível de ruído, tais como: a distância
entre o medidor e a fonte do som, a direção da fonte de ruído em relação
ao medidor e se a medição é feita ao ar livre (onde o ruído pode dissipar) ou
dentro de um ambiente (onde o ruído pode refletir ou reverberar). Portanto,
é necessário ao profissional de segurança do trabalho estar atento a essas
variáveis e seguir a normalização prevista nas legislações aplicáveis.

O esquema básico dos medidores de NS está apresentado na Figura 3.2.

Figura 3.2: Diagrama simplificado de um medidor de nível sonoro


Fonte: CTISM

O microfone tem a função de transformar um sinal mecânico (vibração


sonora) num sinal elétrico. Os sinais elétricos são pré-amplificados, para
que a ampli- tude dos sinais seja ampliada. Normalmente utilizamos, para
fins de avaliação do ruído ocupacional, um microfone denominado
“incidência aleatória”, adequado para quando se tem várias fontes de som
ou superfícies refletivas. Um exemplo seria medições acústicas em uma
oficina mecânica.
O circuito de medição pode apresentar resposta lenta (slow), rápida (fast),
impulso (impulse) e pico (peak), dependendo do tipo de ruído que está
sendo avaliado (item 3.2).

Como já visto no item 3.3 os sonômetros podem apresentar filtros de com-


pensação (ponderação) A e C ou a ausência de compensação, a curva Z (as
ponderações B e D não são mais utilizadas).

Os medidores de nível de pressão sonora de menor custo apresentam


apenas as ponderações slow e fast e as curvas A e C e não calculam o nível
equivalente, só indicam os valores instantâneos.

Os aparelhos de boa qualidade atendem os padrões da IEC (International


nível equivalente
É o valor único médio que Electrotechnical Commission) e ANSI (American National Standards
contém a mesma energia
acústica de um ruído variável
Institute). Portanto, ao comprar ou usar um equipamento de medida de
no tempo. som, verifique se ele atende as seguintes normas:

• IEC 61672 (2003) – Electroacoustics – sound level meters (padrão para


sonômetros).

• IEC 60942 (1998) – Electroacoustics – sound calibrators (padrão para


calibradores de nível sonoro).

• IEC 61260 (1996) – Octave and fractional octave filters (padrão para
filtros de frequência).

• IEC 61094 (2000) – Measurement microphones (microfones).

• ANSI 1.25 1991 (R 2002) – Specification for Personal Dosimeters (especi-


ficação para dosímetro).

• ANSI 1.4 1983 (R 2001) – Specification for Sound Level Meters (especifi-
cação para medidor de nível sonoro).

Em função de sua precisão nas medições (tolerâncias), os medidores são


classificados pela IEC em duas classes, como mostra o Quadro 3.2.

Quadro 3.2: Padrões dos medidores de ruído conforme a aplicação


Padrão IEC Aplicação
61672
Classe 1 Uso em laboratório ou campo em condições
controladas.
Classe 2 Uso geral em campo.
Fonte: IEC 61672, 2003
A precisão do equipamento varia de acordo com a frequência do som
medido. Na classe 1 os instrumentos têm uma gama mais ampla de
frequências e uma incerteza menor na medida. Uma unidade da classe 2 é
de menor custo, isto se aplica tanto a sonômetros quanto calibradores.

A IEC 61672 substituiu a IEC 60651 (sound level meters) e a IEC 60804
(integrating averaging sound level meters).

A NHO 01 especifica que os equipamentos utilizados na avaliação da


exposição ocupacional devem ter classificação mínima do tipo 2
(lembramos que a IEC 61672 prevê a classe 2). A NR 15 não especifica essa
característica. Para os profissionais prevencionistas fica implícito o uso de
medidores de nível de pressão sonora classe 2 (tipo 2), no mínimo.

A Legislação brasileira (NHO 01) faz referência às normas: ANSI S1.25


(1991), ANSI S1.4 (1983) e ANSI 51.40 (1984) – Specification for acoustical
calibrators.

Recomenda-se a calibração dos sonômetros em laboratórios da Rede Brasi-


leira de Calibração (RBC), credenciados pelo INMETRO (Instituto Nacional
Para saber mais sobre
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), a cada dois anos (NBR 10151). Inmetro, acesse:
www.inmetro.gov.br

3.5 Classificação dos medidores de nível


sonoro
Basicamente existem três classificações para os medidores de nível de
pressão sonora que consideram se os equipamentos integram ou não os
valores da medição (calculam um valor médio) e se são portados pelo
avaliador ou pelo usuário.

3.5.1 Medidor de nível sonoro não integrador


(not integrating sound level meter)
Apresentam normalmente a resposta: lenta (slow) e a rápida (fast), e as
curvas de ponderação “A” e “C”. Não calculam o nível equivalente (veja
item 4.7), medem simplesmente o nível de ruído em dado momento e são
utilizados apenas para determinar se mais avaliações serão necessárias.
Suficiente só para avaliações com níveis de ruído contínuo. É um medidor de
pressão sonora simples, mede o ruído de forma pontual, sem levar em
consideração o tempo efetivo de exposição à fonte.
3.5.2 Medidor integrador de nível de som
(integrating averaging sound level meter)
Medidor de nível de som que acumula a energia total do som ao longo de
um período de medição e calcula uma média (nível equivalente). São
equipamentos mais completos e indicados para avaliação do ruído
ocupacional. São também conhecidos como medidor integrador portado
pelo avaliador. Podem executar também a análise por bandas de frequência
(quando incluído).

3.5.3 Medidor integrador de nível de som de uso


pessoal (personal integrating averaging sound
level meter)
Medidor de nível de som que pode ser afixado na zona auditiva do
trabalhador durante o período de medição que acumula a energia total do
som e calcula uma média (nível equivalente) e a dose. São conhecidos
como dosímetros de ruído. São os mais adequados para avaliação da
exposição pessoal ao ruído. Os dosímetros são integradores de uso pessoal
(portados pelo trabalhador) que acumulam os NS e o tempo ao longo da
jornada e fornecem a dose (%) acumulada durante o tempo em que o
equipamento se encontra em funcionamento. Como os níveis de pressão
sonora ocupacional têm caracte- rística muito variável, a realização da
avaliação de ruído com a utilização do dosímetro é a mais indicada.

Os dosímetros fornecem o valor total da exposição expressado em termos


de dose (%) ou ainda o nível equivalente em dB (Leq, Lavg, TWA, TWA8h,
dose projetada), dependendo do equipamento. Um dosímetro de ruído,
além da integração dos níveis ao longo do tempo, também permite avaliar
os níveis sonoros instantâneos (estudaremos mais sobre o assunto na Aula
5).

Recomenda-se a calibração dos dosímetros, em laboratórios certificados, a


cada dois anos (NBR 10151).

Por ocasião da compra do equipamento, o profissional da segurança deve


observar a finalidade ao qual se destina o equipamento.
Figura 3.3: Medidor de nível de pressão sonora integrador com filtro para bandas
de frequência e dosímetro de ruído
Fonte: CTISM

Se o objetivo for um mapeamento geral, e não uma análise mais rigorosa


do perfil do ruído, podemos optar por:

• No mínimo a existência de 2 curvas de ponderação – os circuitos de


equali- zação devem fornecer ao usuário a opção de escolha para as
curvas A ou C.

• No mínimo, 2 constantes de tempo: lenta (slow) ou rápida (fast).

• Faixa de medida de 30 a 140 dB.

• Calibrador acústico.

Se o objetivo for a busca de soluções (isolamento e/ou absorção sonoras)


ou para avaliar atenuação de protetores auriculares ou ainda avaliar o
ruído para fins de conforto e incômodo, devemos optar por equipamentos
de medição que indiquem o nível médio equivalente, tenham também a
capacidade de medir e registrar os níveis equivalentes de ruído por banda
de uma oitava (ou um terço de oitava) e que apresentem os valores
estatísticos LX% (estudaremos esses indicadores nas Aulas 4 e 5).

Se o objetivo for avaliar ruído de impacto com mais precisão acrescentar ainda
as respostas impulse e peak.

Se o objetivo for a avaliação da exposição do trabalhador ao ruído


ocupacional são mais indicados os dosímetros de ruído. Além de permitir
o ajuste dos
parâmetros normatizados, alguns dosímetros permitem a avaliação do
ruído simultaneamente pela NR 15 e NHO 01 (Aula 5).

3.6 Recomendações na avaliação de


ruído com decibelímetro
Se a avaliação tiver como objetivo determinar o risco de dano auditivo,
devem ser levadas em consideração algumas recomendações práticas para
assegurar a boa qualidade das informações recolhidas:

a) Utilizar um medidor de nível de pressão sonora, no mínimo, IEC classe 2


(ANSI tipo 2).

b) A posição do avaliador deve ser sempre aquela que evite interferências


com a medição. Diferenças importantes podem também ser geradas se o
equipamento for colocado excessivamente próximo ao corpo do operador.

c) O microfone deve ficar próximo da zona auditiva dos expostos, mas não
imediatamente do lado. Se possível, o exposto deve ser retirado da área
por alguns instantes e, nesse caso, a medição deve ser feita à altura da
cabeça, no mesmo local da zona auditiva. Se não for possível retirar o
pessoal exposto, deve-se prestar atenção para não deixar o microfone
na zona de “sombra sonora” provocada pelo corpo, isto é, para não
colocá-lo após as ondas sonoras sofrerem alteração.

d) O aparelho deve ser orientado de maneira a captar o maior NS existente.

e) Não devem ser levadas em consideração medições não significativas de


barulhos. Por exemplo, o barulho de um avião passando pelo local não
deve ser registrado, a menos que aconteça frequentemente e
represente valores importantes em relação com que está sendo
medido.

f) Em cada ponto de medição, deve-se permanecer o tempo suficiente


para assegurar que todas as variações do ruído sejam devidamente
registradas, cobrindo ciclos completos de trabalho. Deve-se ter
presente que, quando se utiliza equipamento simples de medição (o
que é mais comum), quan- to menor for o número de medições, maior
será a probabilidade de se cometer erros na interpretação e real
avaliação, especialmente quando os ruídos forem intermitentes.
g) Situações especiais podem surgir quando as medições são feitas perto
de campos eletromagnéticos, que podem alterar a indicação dos
aparelhos. É o caso de medições nas cercanias de fornos elétricos de
fusão, máqui- nas de solda elétrica e assemelhados. O efeito pode ser
detectado atra- vés da observação cuidadosa dos valores registrados
pelo equipamento (resultados absurdos) e pode ser minimizado,
reorientando-se o aparelho para desfazer a interferência
eletromagnética.

h) Erros importantes podem ser cometidos se as leituras forem feitas


quan- do o microfone estiver exposto à correntes de ar, como as
provocadas por ventiladores, movimento rápido de objetos ou vento.
Para evitá-los, deve-se utilizar um anteparo, acessório geralmente
fornecido pelos fabri- cantes e que é composto de uma “espuma
plástica” em forma de bola, especialmente adaptada para ser colocada
no microfone.

Para saber mais sobre


recomendações para avaliação
com dosímetro de ruído, acesse:
http://www.osha.gov/dts/osta/
otm/noise/exposure/workshift_
protocol.html

http://www.osha.gov/dts/osta/
otm/noise/exposure/special_
considerations.html

Figura 3.4: Avaliação do ruído com decibelímetro


Fonte: CTISM

3.7 Recomendações na avaliação de


ruído com dosímetro
Recomendações na avaliação de ruído com medidor integrador portado
pelo trabalhador (dosímetro) (OSHA):

a) Utilizar um medidor de nível de pressão sonora, no mínimo, IEC classe 2


(ANSI tipo 2).

b) Ajustar os parâmetros legais (configurações) e calibrar o equipamento


(Quadro 5.4 da Aula 5).
c) Informar ao trabalhador que será monitorado que o dosímetro não
deve interferir em suas atividades normais.

d) Explicar o propósito do dosímetro a cada trabalhador e enfatizar que


ele não é um dispositivo de gravação de voz.

e) Instruir o trabalhador para não remover o dosímetro, ao menos que


seja absolutamente necessário e, também, para não cobrir o microfone
com um casaco ou vestuário ou movê-lo de sua posição de instalação.
Infor- mar o empregado quando e onde o dosímetro será removido.

f) Adotar medidas necessárias para impedir que o usuário, ou outra


pessoa, possa fazer alterações na programação do equipamento,
comprometen- do os resultados obtidos.

g) O microfone deve estar localizado em zona auditiva do trabalhador. A


OSHA define a zona de audição como uma esfera com um diâmetro de
dois metros em torno da cabeça. Prenda o microfone à roupa do traba-
lhador de acordo com as instruções do fabricante. A maioria dos fabri-
cantes recomendam que o microfone pode ser colocado no meio da
par- te superior do ombro no lado onde houver o nível mais elevado de
ruído.

h) Usar a espuma protetora do microfone quando a avaliação for ao ar


livre ou em áreas com pó ou sujidade (a espuma não irá proteger o
microfone da chuva ou umidade excessiva).

i) Posicionar e fixar qualquer cabo de microfone em excesso para evitar


movimentos bruscos ou inconveniência para o trabalhador. Se for
viável, o cabo deve ser colocado sob a camisa ou casaco. Já estão
disponíveis no mercado dosímetros com microfone sem cabo de
extensão, acoplados diretamente ao aparelho.

j) Verificar o dosímetro periodicamente para garantir que o microfone


esteja devidamente orientado.

k) O número de leituras (ou avaliações) deve ser suficiente para identificar


e caracterizar os ciclos de trabalho. Por razões estatísticas, mais leituras
devem ser tomadas quando os níveis de ruído variarem muito. Quando
a medição não cobrir toda a jornada de trabalho, a dose determinada
para o período medido deve ser projetada para a jornada diária efetiva de
trabalho, determinando-se a dose diária (a maioria dos dosímetros
efetua a projeção de dose).

Considerações especiais podem incluir:

a) Verificar sempre as pilhas antes de usar.

b) Tenha muito cuidado com o cabo do microfone (se houver). Nunca tor-
cer, apertar, esticar, ou danificar o cabo.

c) Nunca utilize qualquer tipo de cobertura sobre o microfone (por exem-


plo, um saco plástico ou filme plástico) para protegê-lo da umidade. Es-
ses materiais irão distorcer o ruído e as leituras serão inválidas.

d) Nunca tente limpar um microfone, particularmente com ar comprimi-


do, uma vez que pode danificá-lo. Embora a sujidade e a exposição a
ambiente industrial possa danificar os microfones, o uso regular de um
calibrador acústico irá detectar tais danos, de modo que os microfones
poderão ser substituídos.

e) Retirar as baterias quando o dosímetro ficará armazenado por mais de 5 dias.

f) Proteger os dosímetros do calor e umidade extremas.

Figura 3.5: Trabalhador portando um dosímetro de ruído


Fonte: CTISM
3.8 Calibradores
Têm a finalidade de se conferir a resposta dos equipamentos de avaliação do
nível de pressão sonora. Os calibradores emitem um sinal conhecido
(normalmente 94 ou 114 dB a 1000 Hz) com o qual se verifica a leitura do
equipamento.

Leia na página 64 o motivo dos calibradores emitirem um sinal sonoro a


1000 Hz.

A calibração dos equipamentos de medição deve ser realizada antes das


avaliações, com base nas instruções e nos parâmetros especificados (NHO
01).

Recomenda-se a calibração anual dos calibradores em laboratórios certificados.

Figura 3.6: Calibrador acústico


Fonte: CTISM

3.9 Analisadores de frequência


Indicam a distribuição do som em função da frequência. São importantes
para a identificação dos níveis sonoros gerados, discriminados por
frequência, o que permite a especificação mais adequada do equipamento de
proteção individual (o nível de atenuação dos protetores auriculares está
diretamente relacionado com a frequência do som), o projeto de medidas
de controle de ruído em máquinas (seleção de isolamento acústico ou
amortecedores de vibrações) e a avaliação do ruído para fins de conforto e
incômodo (NBR 10152). Os analisadores de frequência normalmente vêm
acoplados aos decibelímetros. Os resultados indicam qual banda de oitava
(ou terça) que contêm a maior parte da energia do som irradiado.
O acréscimo de analisadores de frequência aos sonômetros tornam-os de
custo mais alto.
4 – Avaliação do ruído ocupacional

Objetivos

Aprender sobre limites de tolerância ao ruído, legislação


aplicável, nível equivalente, dose e nomenclaturas que
aparecem nos instru- mentos de medição.

4.1 Limite de tolerância


Como visto na disciplina de Higiene Ocupacional I, representa o nível
equivalente de ruído máximo, ao qual se acredita, que não produzirá
dano à saúde do trabalhador, durante toda sua vida laboral.

O limite de tolerância ao ruído está relacionado ao tempo de exposição, ou


seja, ao se aumentar o tempo de exposição necessariamente se reduzirá o
valor do nível de pressão sonora permitido.

No Brasil, o limite de tolerância estabelecido para oito horas de trabalho


diárias é de 85 dB(A), correspondendo a uma dose de 100 %.

Quando estudarmos a avaliação do ruído na Aula 05 veremos os demais


valores estabelecidos para exposição segundo a NR 15 e a NHO 01.

Os profissionais prevencionistas trabalham com o limite baseado no nível de


ação, ou seja, 80 dB(A).

4.2 Dose de ruído


Representa a quantidade da exposição ao ruído, em percentual, que o tra-
balhador foi exposto em função do nível de pressão sonora e do tempo. A
dose é o valor em % de um nível equivalente em dB. Uma dose de 100 %
corresponde ao valor máximo que um trabalhador pode ficar exposto, ao
qual se acredita que não produzirá danos auditivos.

A dose de ruído é calculada através da expressão:


Onde: Dose = dose de ruído da exposição em decimais (para transformar
em % basta multiplicar por 100)
Cn = tempo de exposição a determinado nível de pressão sonora
Tn = tempo máximo de exposição a esse mesmo nível de pressão
sonora, normalizado segundo a NR15 ou NHO 01

Exemplo 4.1
Vamos supor que o trabalhador ficou exposto durante 8 horas a um ruído
de 85 dB(A). Consultando-se a NR 15 veremos que o tempo máximo que
esse trabalhador pode ficar exposto a esse NS é de 8 horas. Aplicando-se na
Equação 4.1:

Então ficar exposto oito horas a 85 dB(A) é o mesmo que estar exposto a
uma dose de 100 %.

Esse somatório é realizado automaticamente pelos denominados medidores


integradores de nível de pressão sonora (dosímetros de ruído).

Uma avaliação manual, através de medidores não integradores (decibelímetros


mais comuns), onde o avaliador anota valores instantâneos medidos, é permi-
tida pelas normas. Como os erros advindos desse tipo de avaliação são muito
grandes, recomenda-se realizar a avaliação da exposição de trabalhadores ao
ruído ocupacional apenas com dosímetros de ruído.

No decorrer deste material, no estudo da NR 15 e NHO 01, apresentaremos


exercícios que esclarecerão mais a respeito desse item.

Você observará também que fazemos referência a equivalência da


terminologia para a língua inglesa, uma vez que a grande maioria dos
equipamentos de medição seguem os padrões internacionais.

4.3 Nível de critério (Criterion Level – CL)


É a exposição máxima ao ruído permitida para a jornada de oito horas
diárias. É o valor que resulta em 100 % de dose.
O nível de critério estabelecido pela NR 15 e NHO 01 é de 85 dB(A) para
uma exposição de oito horas.

4.4 Fator duplicativo de dose ou incremento


de dose (Exchange Rate – ER)
Você pode reparar que nos itens anteriores citamos várias vezes a NR 15
e a NHO 01. Isso porque essas normas, no estabelecimento dos limites de
tolerância, usam diferentes fatores duplicativos de dose. Esse valor,
conhecido também como incremento de duplicação de dose (q) é o valor
que, quando acrescido a um determinado nível de ruído, mantido o tempo
de exposição, implica na duplicação da dose de exposição ou a redução
pela metade do tempo máximo permitido.

O fator duplicativo de dose pela NR 15 é de 5 dB(A) e para a NHO 01 é de


3 dB(A).

Exemplo 4.2
A NR 15 prevê que para uma exposição a um nível de 85 dB(A) o tempo
máximo permitido é de 8 horas, correspondendo a uma dose de 100 %.
Como esta norma adota o fator duplicativo de dose 5, isso implica que se o
nível de pressão sonora for elevado para 90 dB(A), permanecendo a
exposição de 8 horas, a dose duplicará para 200 %. Se aumentarmos para
95 dB(A) mantendo as oito horas de exposição a dose será igual a 400 %.
Para a NHO 01, que usa o fator duplicativo de dose de 3 dB(A), uma
exposição de 88 dB(A) durante 8 horas produz uma dose de 200 %.

Quando estudarmos a avaliação do ruído por dosimetria de ruído veremos


com mais detalhes esse aspecto.

Para esclarecer ainda mais observe os quadros a seguir baseados na NR 15.

16 h 8h 4h 2h 1h
80 dB(A) 100 % 50 % 25 12, 6,2
% 5% 5%
85 dB(A) 200 % 100 % 50 25 12,
% % 5%
90 dB(A) 400 % 200 % 10 50 25
0 % %
%
Fonte: Autores
Na coluna em destaque podemos observar que se mantivermos o tempo
de 8 horas cada vez que aumentarmos 5 dB(A) (ou reduzirmos) a dose
duplica (ou fica a metade), isso devido o fator duplicativo de dose.
16 h 8h 4h 2h 1h
80 dB(A) 100 % 50 25 % 12,5 % 6,2
% 5%
85 dB(A) 200 % 10 50 % 25 % 12,
0 5%
%
90 dB(A) 400 % 20 100 % 50 % 25
0 %
%
95 dB(A) 800 % 40 200 % 100 % 50
0 %
%
100 dB(A) 1600 % 80 400 % 200 % 100
0 %
%
Fonte: Autores

Na linha em destaque podemos observar que se mantivermos o nível de


pressão sonora cada vez que reduzirmos o tempo à metade (ou
duplicarmos) a dose reduz pela metade (ou duplica).

Para esclarecer ainda mais observe os quadros a seguir baseados na NHO 01.

16 h 8h 4h 2h 1h
82 dB(A) 100 % 50 25 % 12,5 % 6,2
% 5%
85 dB(A) 200 % 100 50 % 25 % 12,
% 5%
88 dB(A) 400 % 200 100 % 50 % 25
% %
91 dB(A) 800 % 400 200 % 100 % 50
Fonte: Autores

Na coluna em destaque podemos observar que se mantivermos o tempo


de 8 horas cada vez que aumentarmos 3 dB(A) (ou reduzirmos) a dose
duplica (ou fica a metade), isso devido o fator duplicativo de dose.
16 h 8h 4h 2h 1h
82 dB(A) 100 % 50 25 % 12,5 % 6,2
% 5%
85 dB(A) 200 % 10 50 % 25 % 12,
0 5%
%
88 dB(A) 400 % 20 100 % 50 % 25
0 %
%
91 dB(A) 800 % 40 200 % 100 % 50
0 %
%
94 dB(A) 1600 % 80 400 % 200 % 100
0 %
%
Fonte: Autores
Na linha em destaque podemos observar que se mantivermos o nível de
pressão sonora cada vez que reduzirmos o tempo a metade (ou
duplicarmos) a dose reduz pela metade (ou duplica).
Nas referidas normas são apresentados os valores intermediários
(aprenderemos a calcular mais adiante), mas fica implícito que os valores
que variam de 5 em 5 dB(A) (NR 15) e de 3 em 3 dB(A) (NHO 01) podem ser
facilmente escritos, partindo-se do nível de critério, pois cada vez que
aumentarmos em 5 dB(A) ou 3 dB(A) o tempo máximo permitido será
reduzido a metade.
Exemplo 4.2
dB(A) – NR Tempo dB(A) – NHO Tempo
15 Máximo 01 Máximo
80 16 h 82 16 h
85 8h 85 8h
90 4h 88 4h
95 2h 91 2h
100 1h 94 1h
105 30 min 97 30 min
110 15 min 100 15 min
115 7,5 min 103 7,5 min
106 3,75 min
109 1,87 min
112 0,93 min
115 0,46 min

Fonte: NR 15 e NHO 01

Na solução dos exercícios propostos muita atenção quando a hora for


expressa em valores decimais, ou seja, 1,5 horas corresponde a 1 hora e 30
minutos, ou ainda 90 minutos.

4.5 Limiar de integração (Threshold Level – TL)


Para obtermos o nível contínuo equivalente da exposição de um
trabalhador ao ruído (dosimetria de ruído) é necessário, por normalização,
definir um valor para o qual todos os sons que se situem abaixo não serão
A NR 15 não faz referência
considerados, quando da integração para obtenção dos valores médios ao limiar de integração.
(Leq, Lavg, TWA e Dose). Também é conhecido como “cut off”. A instrução normativa nº
45/2010 (INSS) especifica
sua utilização.
O valor normatizado é de 80 dB(A), ou seja, na realização de uma
dosimetria de ruído nenhum valor abaixo de 80 dB(A) entrará no cálculo.

O limiar de integração é utilizado quando da avaliação da exposição de um


trabalhador ao ruído. Para avaliações cujo objetivo é o levantamento do
perfil do ruído de determinado ambiente não é necessário a aplicação do
limiar.
4.6 Nível equivalente de ruído
O ruído ocupacional é um conjunto de sons complexos e variáveis ao longo
do tempo. O nível equivalente pode ser definido como um nível de pressão
sonora constante que tem a mesma energia acústica de um ruído que varia
no tempo. O valor equivalente (médio) é aquele utilizado para fins de
comparação com os limites de tolerância legalmente estabelecidos para o
ruído.

Vamos explicar utilizando as figuras a seguir. Na Figura 4.1 apresentamos


um determinado ruído ao longo do tempo e, em roxo, um valor constante
(nível equivalente). Portanto, o ruído variável (em amarelo) da Figura 4.1
tem a mesma energia acústica do som constante (em roxo) da Figura 4.1.
Para efeitos de ruído ocupacional esse ruído equivalente constante
produziria o mesmo efeito sobre o ouvido humano que o ruído variável
apresentado, ou seja, um valor constante que caracterizaria a exposição do
trabalhador ao ruído.

O importante na avaliação do ruído é estabelecer uma amostragem repre-


sentativa da exposição, ou seja, o número de amostragem e o tempo de
amostragem devem caracterizar a exposição, levando em consideração
ciclos de trabalho e suas especificidades.

Figura 4.1: Ruído variável ao longo do tempo e seu respectivo nível equivalente
Fonte: CTISM
4.7 Nível equivalente
Você encontrará, em alguns equipamentos, para o nível equivalente duas
nomenclaturas:

4.7.1 Nível equivalente (Level Equivalent – Leq)


Nível de pressão sonora contínuo equivalente durante um período de
tempo t, em dB.

O Leq é um valor único que contém a mesma energia de som, com o som
variando no tempo, ou seja, é o valor único que representaria o mesmo
dano auditivo produzido por um som variável ao longo de determinado
período. O termo Leq tem o mesmo significado que Lavg, só que o Leq é
assim apresentado quando utilizado o fator duplicativo de dose igual a 3
dB.

4.7.2 Nível médio (Level Average – Lavg)


Nível de pressão sonora contínuo equivalente durante um período de
tempo t, em dB.

O Lavg é um valor único que contém a mesma energia de som, com o som
variando no tempo, ou seja, é o valor único que representaria o mesmo
dano auditivo produzido por um som variável ao longo de determinado
período. O termo Lavg tem o mesmo significado que Leq, só que o Lavg é
assim apresentado quando utilizado o fator duplicativo de dose igual a 5
dB.

Ao utilizarmos o limiar de integração (threshold level) se todas as leituras


ficarem abaixo desse valor, o Lavg (ou Leq) serão igual a zero. Exemplo: na
configuração do limiar em 80 dB(A) se, para o período de medição, nenhum
valor se igualar ou for superior a 80 dB(A) encontraremos um Lavg ou Leq
zero. Se durante esse mesmo período, em algum instante, o ruído
ultrapassar 80 dB(A) poderemos encontrar, por exemplo, um Lavg de 40
dB(A), que será resultado da média dos valores zero (abaixo do limiar) e dos
valores acima do limiar.

Para padronização e simplificação, nessa disciplina, quando nos referirmos


a Leq estaremos considerando fator duplicativo de dose igual a 3 (NHO 01),
e Lavg quando utilizarmos fator duplicativo de dose igual a 5 (NR15).
4.7.3 Equivalência entre nomenclaturas para os
níveis equivalentes
Você irá encontrar, para o nível contínuo equivalente, outras nomenclaturas,
a saber:
TWA = time weighted average
Lavg = level average
Leq = level equivalent
TWA8h = time weigthed average projetado para 8 horas
NE = nível de exposição
NEN = nível de exposição normalizado
Dose = dose para o período de medição (equivalente em % ao TWA)
Dose8h = dose projetada para 8 horas (equivalente em % ao TWA8h)

Qual a diferença entre elas?

O Lavg e o Leq são basicamente o nível contínuo equivalente.


Normalmente se utiliza o Lavg quando aplicarmos o fator duplicativo de
dose igual a 5 dB(A) e o Leq quando utilizarmos o fator duplicativo de dose
igual a 3 dB(A). Alguns equipamentos não fazem esta distinção.

O TWA é um valor que sempre será um valor médio para o tempo de


medição de oito horas. Se a avaliação for de quatro horas, o TWA será o
valor desse período contabilizado com quatro horas de exposição zero para
o cálculo do valor equivalente (o NEN é equivalente ao TWA). Vamos
explicar melhor no gráfico a seguir.

Figura 4.2: Representação do TWA


Fonte: CTISM

O TWA considera a média do tempo avaliado e considera o restante (que


faltam para oito horas) como exposição zero.
O TWA8h é a projeção do ruído medido para a jornada de oito horas, ou seja,
se realizarmos uma avaliação de 4 horas o valor equivalente será calculado
como se o ruído medido para essas quatro horas se repetisse ao longo da
jornada.

Figura 4.3: Representação do TWA8h


Fonte: CTISM

O TWA8h projeta o ruído avaliado por um determinado tempo para oito


horas, ou seja, considera as outras quatro horas a repetição das quatro horas
avaliadas.

Já o Lavg e o Leq são o ruído contínuo equivalente para a exposição.

Figura 4.4: Representação do Lavg e Leq


Fonte: CTISM

O Lavg e o Leq expressam o valor médio contínuo para o tempo de


medição. Como representam o nível equivalente da exposição (caracterizam
a exposição), nos medidores de nível de pressão sonora em geral Lavg ou
Leq = TWA8h.
Quando utilizarmos para avaliar a exposição ocupacional ao ruído utilizando
medidores integradores de uso pessoal:

Lavg ou Leq (NE) > TWA para t < 8 h


TWA > Lavg ou Leq (NE) para t > 8 h
Lavg ou Leq (NE) = NEN = TWA = TWA 8h quando t = 8 h

NEN = TWA
Os dosímetros modernos apresentam os valores de Lavg, Leq e TWA 8h auto-
maticamente independente do tempo de medição e esses são os valores
que devem ser utilizados.

4.8 Níveis estatísticos de ruído (LN)


Quando da avaliação de uma exposição, os níveis de ruído frequentemente
flutuam ao longo do tempo, por isso encontraremos os níveis estatísticos de
ruído, que são os níveis de pressão sonora ultrapassados durante uma
determinada fração do tempo total de medição ou ainda um nível
equivalente dessa exposição.

Assim, se o equipamento de avaliação fornecer um comportamento


estatístico do ruído, este pode apresentar os denominados níveis LN.

Exemplo
L10 = nível excedidos durante 10 % do tempo de
medição. L90 = nível excedidos durante 90 % do tempo
de medição.

O nível estatístico L90, normalmente é aceito como sendo um ruído de


fundo, pois ele indica o nível de ruído que foi ultrapassado durante quase
todo o tempo de medição.

Observe que sempre L10 > L50 > L90

Outros níveis podem vir indicados, dentre os principais citamos:

Lmax = nível mais intenso da amostra de som.


Lmin = nível menos intenso da amostra de som.
Leq (ou Lavg) = nível sonoro contínuo médio (ou nível de som equivalente)
durante o período de medição.
A letra “L” é empregada
como nomenclatura nos
equipamentos pois é derivada,
do inglês, da palavra “level”,
que quer dizer nível em
português.

Figura 4.5: Níveis de ruído


Fonte: CTISM

4.9 Outras nomenclaturas


Quando as bandas de
utilizadas na avaliação do oitavas não são
ruído suficientemente
No decorrer dessa apostila você se deparará com vários termos utilizados adequadas para aná- lise,
na avaliação do ruído, muitos deles abreviaturas de termos em inglês que existem ainda as bandas
aparecem na maioria dos equipamentos de avaliação do ruído (que não de 1/3 de oitava, onde as
têm o português como opção). Lembre-se que no decorrer da disciplina bandas de oitava
alguns desses termos serão mais detalhadamente apresentados.

4.9.1 Abaixo da escala (Under Range – UR)


O som medido é muito baixo para a faixa de medição (escala) atual. Altere
a escala de medição.

Pode também aparecer a indicação UR%, ou seja, qual o percentual das


medidas que ficaram abaixo da escala de medição.

4.9.2 Bandas de oitavas (octave bands).


Para fins práticos, mais precisão na análise do comportamento do ruído e
devido ao fato que o ouvido humano considera semelhante (igual sensação
auditiva) sons numa determinada faixa de frequências, essas faixas foram
divididas nas denominadas “bandas de oitavas”. Assim, a energia acústica
é juntada para dentro da banda de oitava que é representada pelo seu
valor central (exemplo: a banda de oitava de 500 Hz representa uma faixa
de frequências que variam de 354 a 708 Hz).
A sequência de nomenclaturas apresenta um glossário sobre termos técnicos encontradas na
literatura internacional e
nacional. Os medidores de nível de pressão sonora seguem, basicamente, essa terminologia. Para
saber mais, acesse: http://www.fundacentro.gov. br/ARQUIVOS/PUBLICACAO/l/
NHO01.pdf

http://www.cirrusresearch. co.uk/library/glossary_of_terms. php)

http://www.questtechnologies. com/Assets/Documents/ Sound%20Level%20Meter%20


Terms.pdf
são divididas em 3 frequências permitindo uma descrição mais detalhada
do conteúdo de frequência do ruído.

As frequências centrais para as bandas de oitava geralmente são: 31.5 Hz,


63 Hz, 125 Hz, 250 Hz, 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz, 4 kHz, 8 kHz e 16 kHz.

As frequências centrais para as bandas de 1/3 de oitava geralmente são


(Quadro 4.1):

Quadro 4.1: Frequências centrais para as bandas de 1/3 de oitava


Frequência Frequência Frequência
anterior central superior
Como saber se as 25 Hz 31.5 Hz 40 Hz
frequências são
preponderantes em uma 50 Hz 63 Hz 80 Hz
exposição se eu não 100 Hz 125 Hz 160 Hz
possuir medidor de NS com 200 Hz 250 Hz 315 Hz
filtro de
bandas de oitava? 400 Hz 500 Hz 630 Hz
Medir em dB(C); medir em 800 Hz 1000 Hz 1250 Hz
dB(A) se a variação C-A for > 1600 Hz 2000 Hz 2500 Hz
3 dB predominam sons de baixa
frequência e se a variação for 3150 Hz 4000 Hz 5000 Hz
< 3 dB predominam as altas 6300 Hz 8000 Hz 10000 Hz
frequências.
Fonte: Autores

A análise por bandas de frequência é muito importante quando da elabora-


ção de projetos de medidas de controle de ruído em máquinas (seleção de
isolamento acústico ou amortecedores de vibrações).

As bandas de oitava são utilizadas nas avaliações de ruído compatíveis com


o conforto acústico em ambientes (NBR 10152), referidos na NR 17.

4.9.3 Calibrador acústico (acoustic calibrator)


Dispositivo que fornece uma fonte de ruído de referência (normalmente 114
dB a 1000 Hz) que é usada para calibrar e verificar o desempenho de um
sonômetro.

4.9.4 Ciclo de exposição


Conjunto de situações acústicas ao qual é submetido o trabalhador.

4.9.5 Critério de referência (Criterion Level – CL)


Nível médio, por um período de 8 horas, que corresponde a uma dose de
100 %. No Brasil a NR 15 e a NHO 01 estabelecem uma exposição máxima
de 85 dB(A) para 8 horas.
4.9.6 Curva de ponderação A (A weighting)
Curva de ponderação padrão das frequências audíveis, concebida de modo
a refletir a resposta do ouvido humano ao ruído, presente nos sonômetros.

4.9.7 Curva de ponderação C (C weighting)


Curva de ponderação padrão das frequências audíveis utilizadas para a
medição do nível de pressão sonora de pico.

4.9.8 C-A
É uma média que realça os componentes de baixa frequência do sinal de
som. A medição é utilizada para avaliar a proteção auditiva e outros
dispositivos de redução de ruído.

4.9.9 dB(
No espaço indicado (. ):

.
)A = decibels ponderados na curva A.

C = decibels ponderados na curva C.

Z = decibels ponderados na curva Z.

4.9.10 Decibel (dB)


Unidade de medida da exposição ao ruído.

4.9.11 Dose% (% dose)


Exposição ao ruído expressa em percentagem (%) para o período de tempo
avaliado.

4.9.12 Dose projetada (Projected dose – Pdose)


Exposição ao ruído expressa em percentagem (%) projetada para um
período de tempo estabelecido. No caso brasileiro será de 8 horas.

É a dose de ruído (%) calculada para um tempo determinado a partir de


uma amostragem de qualquer período.

Exemplo
Se fizermos uma avaliação de 2 horas e a dose for igual a 25 % e
projetarmos a dose para 8 horas veremos que o equipamento indicará
100 %, isso se deve ao fato da amostragem ser assumida como uma
repetição da mesma exposição para as outras 6 horas.
4.9.13 Frequência central (center frequency)
Frequência central de cada filtro (banda) de oitava e terça de oitava.

4.9.14 Grupo Homogêneo de Exposição – GHE


Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam uma
exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação
da exposição de parte do grupo seja representativo da exposição de todos
os trabalhadores que compõem o mesmo grupo.

4.9.15 IEC 60651:1979


Norma internacional para medidores de nível de pressão sonora
(substituída pela IEC 61672).

4.9.16 IEC 60804:1984


Norma internacional padrão para sonômetros integradores e dosímetros
(substituída pela IEC 61672).

4.9.17 IEC 61260:1995


Norma internacional para filtros de oitava e 1/3 de oitava (frequência).

4.9.18 IEC 61672:2002


Padrão internacional para medidores de nível de som e de medidores
integra- dores de nível de som. Substituiu tanto IEC 60651 e IEC 60804.

4.9.19 Largura de banda (bandwidth)


Gama de frequências que define uma faixa de frequências de percepção
similar ao ouvido humano.

4.9.20 LAeq,t
Nível de pressão sonora médio equivalente durante um período de tempo
t, em dB, com ponderação “A”.

4.9.21 LAF
Nível de som com ponderação “A” e resposta rápida (fast).

4.9.22 LAFmax
Nível máximo de som com ponderação “A” e resposta rápida (fast).

4.9.23 LAFTeq
LAFTeq Takt nível máximo de som, tal como definido pela norma DIN 45641.
4.9.24 LAI
Nível de som com ponderação “A” e resposta impulso (impulse).

4.9.25 LAImax
Nível máximo de som com ponderação “A” e resposta impulso (impulse).

4.9.26 LAS
Nível de som com ponderação “A” e resposta lenta (slow).

4.9.27 LASmax
Nível máximo de som com ponderação “A” e resposta lenta (slow).

4.9.28 LASmin
Nível mínimo de som com ponderação “A” e resposta lenta (slow).

Figura 4.6: Comparação entre os valores máximos nas respostas lenta (S), rápida (F)
e impulso (I)
Fonte: CTISM

4.9.29 LCeq,t
Nível de pressão sonora médio equivalente durante um período de tempo t,
em dB, com ponderação “C”.

4.9.30 LCF
Nível de som com ponderação “C” e resposta rápida (fast).

4.9.31 LCFmax
Nível máximo de som com ponderação “‘C” e resposta rápida (fast).
4.9.32 LCI
Nível de som com ponderação “C” e resposta impulso (impulse).

4.9.33 LCImax
Nível máximo de som com ponderação “C” e resposta impulso (impulse)

4.9.34 LCpeak (LCpk)


Nível de pressão sonora com ponderação “C” e resposta pico (peak).

4.9.35 LCS
Nível de som com ponderação “C” e resposta lenta (slow).

4.9.36 LCSmax
Nível máximo de som com ponderação “C” e resposta lenta (slow).

4.9.37 LEP,d (d = daily)


Exposição pessoal diária ao ruído.

4.9.38 LIeqT
Leq impulso ponderada, t, tal como definido pela norma DIN 45641.

4.9.39 Limiar de integração (Threshold Level – TL ou


TH)
Todos os sons abaixo do limiar de integração não serão considerados
quando da integração para obtenção dos valores médios (Leq, Lavg, TWA e
Dose). Também é conhecido como “cut off”.

4.9.40 Limite de Exposição – LE


Parâmetro de exposição ocupacional que representa condições sob as
quais acredita-se que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta,
repetida- mente, sem sofrer efeitos adversos à sua capacidade de ouvir e
entender uma conversão normal.

4.9.41 Limite de Exposição Valor Teto – LE-VT (Ceiling


Exposure Limit)
Corresponde ao valor máximo, acima do qual não é permitida exposição
em nenhum momento da jornada de trabalho.

4.9.42 LZeq,t
Nível de pressão sonora contínuo equivalente (médio) durante um período
de tempo t, em dB, na ponderação “Z”.
4.9.43 LZF
Nível de som com ponderação “Z” e resposta rápida (fast).

4.9.44 LZFmax
Nível máximo de som com ponderação “Z” e resposta rápida (fast).

4.9.45 LZI
Nível de som com ponderação “Z” e resposta impulso (impulse).

4.9.46 LZImax
Nível máximo de som com ponderação “Z” e resposta impulso (impulse).

4.9.47 LZS
Nível de som com ponderação “Z” e resposta lenta (slow).

4.9.48 LZSmax
Nível máximo de som com ponderação “Z” e resposta lenta (slow).

4.9.49 Nível de Ação – NA (Action Level – AL)


Valor a partir do qual devem ser tomadas medidas preventivas.
Corresponde a 50 % da dose. Para a NR 15 esse valor é de 80 dB(A) e para a
NHO 01 é de 82 dB(A).

4.9.50 Nível de Exposição – NE


Nível médio representativo da exposição ocupacional diária.

4.9.51 Nível de Exposição Normalizado – NEN


Nível de exposição, convertido para uma jornada padrão de 8 horas diárias,
para fins de comparação com o limite de exposição.

4.9.52 Nível de exposição ao ruído comunitário


(Community Noise Exposure Level – CNEL)
O CNEL é de nível sonoro médio 24 horas que acrescenta 5 dB ao ruído
medido entre 19h e 22h, e acrescenta a 10 dB ao ruído medido entre 22h
e 07h.

4.9.53 Nível de exposição sonora (Sound Exposure


Level – SEL)
Nível de exposição sonora produzido por um único evento, exibido como
LAE, LCE ou LZE de acordo com a ponderação escolhida. Definido como um
nível sonoro com duração de um segundo que contenha a mesma energia
sonora de um evento (soma da energia sonora total do evento). Utilizado
na
avaliação da exposição nas proximidades de ferrovias e aeroportos
(utilizado para descrever a quantidade de ruído tal como o sobrevoo de
uma aeronave).

Observe na Figura 4.7 que, enquanto o Leq faz a média do ruído ao longo
do tempo o SEL é numericamente equivalente ao total da energia do som.

Figura 4.7: Representação do SEL


Fonte: CTISM

4.9.54 Nível de pressão sonora (Sound Pressure


Level – SPL)
Nível de pressão sonora em dB.

4.9.55 Nível equivalente por espectro de 1/8


Mostra os valores dos níveis equivalentes por bandas de oitava do ruído
existente no local avaliado para qualificar o ruído em comparação às curvas
isofônicas (Curvas NC – NBR 10152).

4.9.56 Nível máximo (Upper Limit – UL)


É o valor acima do qual não é permitida a exposição para indivíduos que
não estejam adequadamente protegidos. Para a legislação brasileira esse
valor corresponde a 115 dB(A).

4.9.57 Nível sonoro (sound level)


É o nível de pressão sonora em dB(A).

4.9.58 Nível sonoro dia-noite (Day-Night Sound


Level – Ldn)
Nível sonoro médio equivalente ao longo de um período de 24 horas, com
um acréscimo de 10 dB para o ruído durante as horas noturnas de 22 h às 7
h,
para levar em conta a diminuição no ruído de fundo durante este período.
Normalmente as medidas são na ponderação A, fator duplicativo de dose 3
dB e nenhum threshold. É utilizado para descrever a exposição da
comunidade ao ruído das aeronaves, por exemplo.

4.9.59 Pascal (Pa)


Unidade de pressão que corresponde a 1N/m 2.

4.9.60 Pa2Hr
Medida da exposição ao ruído. Uma exposição ao ruído de 85 dB(A) é
idêntica a uma exposição de 1 Pa2Hr.

4.9.61 Pico (Peak – Pk)


É o nível de pressão sonora mais alto medido instantaneamente durante o
período de medição. O circuito de pico é muito sensível, basta roçar o
micro- fone na camisa que aparecerão níveis de pico elevados. Medido na
escala linear (sem circuito de compensação) para comparação aos valores
limites estabelecidos em normas.

4.9.62 Registro de dados (data logging)


Os dados podem ser armazenados no medidor de nível de som e
transferidos por download.

4.9.63 Resposta impulso (impulse time weighting)


Tempo de resposta padrão para leitura do nível de som de impacto.

4.9.64 Resposta lenta (slow time weighting – slow)


Ponderação de tempo padrão aplicada pelo medidor de nível sonoro.
Conhecida como resposta lenta (slow). A resposta lenta tem uma constante
de tempo de 1 segundo.

4.9.65 Resposta rápida (fast time weighting – fast)


Ponderação de tempo padrão aplicada pelo medidor de nível sonoro.
Conhecida como resposta rápida (fast). A resposta rápida tem uma
constante de tempo de 125 milisegundos.

O tempo de resposta vai indicar em quanto tempo o equipamento de


medição vai efetuar uma média para efeitos de registro, atenuando as
flutuações do ruído. Quanto mais curto o tempo maiores poderão ser as
médias registradas.
4.9.66 Ruído de fundo (background noise)
Entende-se como ruído de fundo a média dos níveis de ruído mínimos no
local e hora considerados na ausência da fonte emissora em questão (NBR
10151). Se ao desligar a fonte em estudo o nível de ruído se mantiver
praticamente o mesmo, significa que o ruído emitido pela fonte encontra-
se mascarado pelo ruído de fundo. Isso pode causar um erro considerável
na medição, quando o seu teor elevado em relação ao nível de uma fonte
de ruído de interesse.

4.9.67 Sobrecarga (Overload – OL)


O som medido extrapola a escala de medição escolhida. Troque a escala
(faixa de medição).

4.9.68 Tempo de sobrecarga (Overload Time –


OLtime, %OL, OL%)
Período de tempo durante o qual a medição ficou acima da faixa de
medição do equipamento. OL% é o percentual do tempo de medição
durante o qual a condição de sobrecarga ocorreu.

4.9.69 Média ponderada no tempo (Time Weigthed


Average – TWA)
Representa um nível de ruído constante equivalente a energia sonora do
ruído avaliado sempre para um período de oito horas. Se você avaliar um
ruído por duas horas o TWA executará a média do ruído de oito horas, ou
seja, as duas horas medidas e as outras seis como sendo iguais a zero.

4.9.70 Média ponderado no tempo projetada


(Projected Time Weigthed Average – PTWA)
Representa um nível de ruído constante equivalente a energia sonora do
ruído avaliado para um período projetado (geralmente de oito horas). Se
você avaliar um ruído por duas horas o PTWA 8h executará a média do ruído
de oito horas projetando como se o valor medido das duas horas se
repetisse ao longo das oito horas.

4.9.71 Z weighting
Resposta plana de frequência (sem ponderação) entre 10 Hz e 20 kHz.

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