Tema 2 Dimensão Antropológica, Cultural e Ética Do Homem
Tema 2 Dimensão Antropológica, Cultural e Ética Do Homem
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NZAU
LICEU 8054/2021. Salas: 04, 10 e 12.
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APONTAMENTOS DE APOIO DE FILOSOFIA. PROF. LUBANZILANGA M.C.NZAU
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A PESSOA HUMANA
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homem, mas de todo um grupo, e por isso ela possui como característica a de ser social.
Ao nascer, a criança é um ser não cultural. A medida que cresce apercebe-se das maneiras de
agir e de pensar no grupo, transformando-se num indivíduo daquele grupo, isto é, condicionando
pelos valores e normas do seu grupo, adquire os modelos de comportamento. Os homens surgem-
nos, assim, como produto de uma cultura. Dado que ele pode alterar a cultura, surge então, não só
como produto, mas também como produtor da cultura indo também transmiti-la, por herança às
gerações vindouras.
O homem surge como único ser que é não só, um ser social, mas também um ser cultural.
Todas as estruturas culturais são obra humana. O homem projecta-se criando. Estabelece
condições para a sua própria evolução. Produz cultura, mas é também produzido por ela.
DEFINIÇÃO DE CULTURA
O conceito de cultura pode ser definido em várias formas. Em outras palavras, diríamos que
da cultura podem-se dar várias definições.
A Enciclopédia filosófica apresenta duas:
- Do ponto de vista subjectivo, a cultura é o exercício das faculdades espirituais, mediante o
qual elas são postas em condições de dar os frutos mais abundantes e melhores que sua constituição
natural permita.
- Do ponto de vista objectivo, a cultura são frutos adquiridos pelo homem mediante o
exercício das suas faculdades, seja espiritual, seja orgânica.
Genericamente e em sentido sociológico, podemos definir cultura como tudo aquilo que os
homens criaram ao longo do tempo e em todos os domínios numa dada sociedade (o idioma, os
dialectos, os usos e os costumes, as convenções e os preconceitos sociais, as crenças e as atitudes
colectivas, as ciências e as artes, a filosofia, as ideias sociais, a técnica, os monumentos, etc.) e que
se mantém em determinadas condições sociais.
Ou seja, todo um conjunto de elementos de ordem material e mental que constitui como que
uma herança social, algo que, através da sociedade, se recebe do passado sofrendo naturais
alterações, quer por abandono de certos elementos, quer por absorção de elementos novos. Porém,
todos eles têm a sua origem em acções criadoras humanas.
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-Valores vitais: são os que têm a ver com questões como a saúde, a força, o vigor e robustez,
êxitos, felicidade, amor, etc.
-Valores de utilidade: são aqueles que têm a ver com o dinheiro, habitação,
electrodomésticos, automóveis, vestuário, alimentos, etc.
b)-Valores espirituais: são aqueles que de certa forma têm a ver com tudo que é imaterial e
são:
-Valores religiosos: são aqueles que retratam o sagrado ou o divino, a pureza e a castidade.
-Valores estéticos: são os que têm a ver com a beleza, harmonia, graciosidade, elegância,
etc.
-Valores éticos: são os que abordam questões como: o bem, o mal, lealdade, altruísmo,
amizade, honestidade, solidariedade, liberdade e verdade.
-Valores políticos: são os que abordam questões como a justiça, igualdade, liberdade de
expressão, de associação, de culto.
-Valores teoréticos: o conhecimento e a validade.
Atitude Valorativa
A atitude valorativa é toda a avaliação ou apreciação que temos de certas acções. A este
tipo de comportamentos chamamos de juízos, que podem se de valor e de facto.
a)-Juízos de facto: são aqueles que descrevem a realidade ou informam-nos acerca de
factos, coisas, acontecimentos ou acções.
O juízo de facto é verdadeiro ou falso, isto é, refere-se aos factos podendo ser negado ou
confirmado pela experiência (observação e / ou experimentação.
Os juízos e facto são descritivos ou informativos: não proíbem o que deve ou não se fazer.
b)-Juízos de valor: são os que valoram determinados acontecimentos, coisas e acções.
O juízo de valor refere-se, de forma explícita, a valores ou princípios fundamentais nos quais
se baseia para produzir uma avaliação (uma valoração positiva ou negativa). São normativos ou
prescritivos.
A CONCIÊNCIA MORAL E SUA NATUREZA
A consciência moral é a dimensão ética que avalia racionalmente os actos humanos como
bons ou maus. Ou ainda, é a faculdade que permite ao homem avaliar o bem e o mal. A natureza da
consciência moral pode ser:
1-Interna, porque há comportamentos normativos da consciência pessoal do sujeito que são
diferentes dos do colectivo, que o sujeito leva para o grupo.
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2-Externa, porque há normas de valor colectivo que não dependem do interior do sujeito, e
os quais deverão ser aceites e interiorizados para harmonia da sociedade (individuo e sociedade).
Todo o acto moralmente humano apresenta-se como:
1-Sentimento de uma pessoa ou de um povo;
2-Raciocínios de um povo;
3-Normas definidas por um povo para a sua regência.
2-Evolutiva: Os actos estão em constante evolução, o que não permite ter uma conduta
única em todos os tempos de uma comunidade porque amadurecem com o andar do tempo.
3-Dialéctica: Os elementos interagem. Ex: a partir das normas pode-se identificar a maneira
de sentir de um povo e como pensa.
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A DIMENSÃO DO AGIR
O homem é um ser activo, é um ser que realiza múltiplos actos. A palavra acção utilizamo-la
para nos referirmos àquilo que é feito pelos seres humanos, mas esse uso é impreciso porque só os
actos que emanam do homem exprimem o seu carácter propriamente humano, só os actos
especificamente humanos, merecem o nome de acções. S. Tomás de Aquino (1225 – 1274)
consciente de que nem tudo o que fazemos ou realizamos constitui, no sentido próprio da palavra
uma acção, distinguiu actos do homem e actos humanos. E diferem nas seguintes características:
Os actos do homem: são aqueles em que a pessoa age ou actua sem o pleno uso das suas
faculdades psicomorais, sem a sua livre execução do acto, porquanto pode estar desprovida da sua
plena razão, em função de certas forças estranhas ao organismo. São actos involuntários.
Os actos humanos: são aqueles que o sujeito executa voluntariamente, com pleno uso das
suas faculdades psicomorais; aqui o sujeito tem consciência do que faz, porque o acto parte da sua
decisão. O sujeito é senhor de realizá-los ou não, podendo omiti-los ou realizá-los, pois está livre de
qualquer coacção estranha; age, por isso, deliberadamente, programando.
BIBLIOGRAFIA
1- LAU, Rafael Lando, O Rosto da Filosofia: Introdução à Filosofia 11 ͣ Classe, Texto Editores, Lda
2005.
2- CHAUI, Marilena, Convite à Filosofia, 5 ͣ Edição, Editora Ática, São Paulo 1995.
3- MONDIN, Battista, Introdução à Filosofia, Problemas, Sistemas, Autores, Obras, 16 ͣ Edição,
São Paulo, 2006.
4- MONDIN, Battista, O Homem Quem é Ele? 1 ͣ Edição, São Paulo, 2005.
5-SANTOS, José Cassanji, Repensar O Homem na Angola do Século XXI. Uma antropologia em
perspectiva, 2ª Edição, Edições Chá de Caxinde, Luanda, 2009.