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A Evolução Do Armazenamento Da Informação

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Ricardo Miranda Vourakis

A Evolução do Armazenamento da Informação

Trabalho apresentado ao curso MBA em


Gestão Estratégica de TI, Pós-Graduação
lato sensu, da Fundação Getúlio Vargas
como requisito parcial para a obtenção do
Grau de Especialista em Gestão
Estratégica de TI.

ORIENTADOR:

Prof. Arnaldo Lyrio Barreto, Dr.

Rio de Janeiro
Abril/ 2017

1
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PROGRAMA FGV MANAGEMENT
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE TI

O Trabalho de Conclusão de Curso

A Evolução do Armazenamento da Informação

elaborado por Ricardo Miranda Vourakis

e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso de MBA em Gestão Estratégica de


TI, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-
graduação, nível de especialização do Programa FGV Management.

Rio de Janeiro, 10 de Abril de 2017.

André Barcaui
Coordenador Acadêmico Executivo

Arnaldo Lyrio Barreto

2
TERMO DE COMPROMISSO

O aluno Ricardo Miranda Vourakis, abaixo assinado, do curso de MBA em


Gestão Estratégica de TI, Turma GETI 12 do Programa FGV Management, realizado
nas dependências da FGV Centro - Candelária, no período de 11/2015 a 03/2017,
declara que o conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “A Evolução do
Armazenamento da Informação” é autêntico, original e de sua autoria exclusiva.

Rio de Janeiro, 10 de Abril de 2017.

Ricardo Miranda Vourakis

3
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos familiares que ao longo dos anos de meu crescimento
me ensinaram os aspectos da vida em como ser uma pessoa melhor e evoluída,
inspirando-me a buscar novas maneiras de compreender as necessidades das pessoas e
ser voz ativa em nossa sociedade de modo construtivo. Também dedico esta tese às
futuras gerações, que poderão utilizar estes ensinamentos aqui registrados para
transformar nosso mundo em um lugar mais seguro, próspero e produtivo.

4
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus professores e amigos, que ao longo dos anos de experiência
acadêmica e profissional me ajudaram e inspiraram a resolver problemas e crias
discussões e soluções para problemas cotidianos da vida social, e a ser uma pessoa mais
otimista e criativa.

5
RESUMO
A informação ao longo dos anos tornou-se base fundamental para a evolução de
nossa sociedade. Com este conhecimento notado e adquirido as sociedades criadas e
formadas ao longo dos séculos perceberam a importância do seu armazenamento e
distribuição para seus integrantes de modo a perpetuar a população de maneira próspera,
sempre tendo em vista seu crescimento contínuo e evolutivo.
Com a evolução social, intelectual e tecnológica constantes, principalmente a
partir da era industrial, os métodos de armazenamento e transmissão da informação
passaram a ser alterados de modos constantes, sempre os tornando mais eficientes e
rápidos. Esta peculiaridade foi possível graças à rápida evolução e aplicação
tecnológica, que nas últimas décadas fez saltar o número de meios de armazenamento e
transmissão de dados. Atualmente o acesso a dados e conhecimento tornou-se quase que
instantâneo entre as pessoas e suas populações em quase toda a superfície do globo
terrestre.
Esta trajetória, porém, exponenciou o volume de dados e informação criados
todos os dias, sem necessariamente haver uma norma organizacional para manutenção
das mesmas, inclusive nas atividades corporativas. Um complicador a mais para esta
observação seria o vasto número de equipamentos e serviços de diversos fabricantes
disponíveis para esta tarefa, privatizando dados pessoais e patrimoniais sem
necessariamente ter obrigações legais na recuperação destes dados.
Nesta tese detalharemos um pouco sobre esta evolução, as tecnologias de
armazenamento e comunicação envolvidas, a influência delas na sociedade e nas
corporações, quais as ameaças, perigos e vulnerabilidades enfrentados pela existência e
ainda surgimento de tantas alternativas para a manutenção da informação, e as
consequências da perda dos mesmos para nossa evolução. Também demonstraremos
como mitigar ou solucionar estes problemas apresentados e novos projetos existentes
que possam ser criados para ajudar a resolver estes desafios.

Palavras-Chave: Informação, armazenamento, segurança, tecnologia

6
ABSTRACT
Information over the years has become a fundamental basis for the evolution of
our society. With this knowledge noted and acquired, the societies created and formed
throughout the centuries realized the importance of its storage and distribution to its
members in order to perpetuate the population in a prosperous way, always with a view
to its continuous and evolutionary growth.
With constant social, intellectual and technological evolution, especially since
the industrial era, the methods of storage and transmission of information have changed
in constant ways, always making them more efficient and faster. This peculiarity was
made possible thanks to the rapid evolution and technological application, which over
the last decades has caused the number of data storage and transmission to be
multiplied. Access to data and knowledge has now become almost instantaneous
between people and their populations on almost the entire surface of the globe.
This trajectory, however, has exponentiated the volume of data and information
created every day, without necessarily having an organizational standard to maintain
them, including in corporate activities. A further complicator for this observation would
be the vast number of equipment and services of various manufacturers available for
this task, privatizing personal and patrimonial data without necessarily having legal
obligations in the recovery of this data.
In this thesis we will detail a little bit about this evolution, the storage and
communication technologies involved, their influence on society and corporations, what
are the threats, hazards and vulnerabilities faced by existence and also the emergence of
so many alternatives for the maintenance of information and the consequences of losing
them to our evolution. We will also demonstrate how to mitigate or solve these
presented problems and new existing projects that can be created to help solve these
challenges.

Keywords: Information, storage, security, technology

7
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Pintura Rupestre - Parque Nacional de Sete Cidades - Piauí - Brasil .............19
Figura 2 - Aurora boreal fotografada em Napa Valley, Califórnia durante uma
tempestade magnética em novembro de 2001 .................................................................35

Figura 3 - Foto do nano vidro demonstrando sua real dimensão.....................................39

8
SUMÁRIO
1 - Introdução .............................................................................................. 10
2 - Fundamentação Teórica ......................................................................... 12
2.1 - Evolução histórica da informação ................................................... 12
2.2 – Dispositivos, tecnologias e políticas corporativas .......................... 13
2.3 – A diversidade dos métodos de armazenamento e distribuição da
informação................................................................................................ 14
2.4 – O gerência da informação para a história ....................................... 15
2.5 - Riscos envolvidos ............................................................................ 16
2.6 – Soluções pela inovação ................................................................... 17
3– Informação, transmissão e armazenamento ........................................... 18
3.1- O que é a informação ........................................................................ 18
3.2 - A importância do armazenamento ................................................... 19
3.3 - A evolução do armazenamento e a transmissão da informação ...... 20
4 - Os primeiros problemas ......................................................................... 23
4.1 – Diferentes dispositivos .................................................................... 23
4.2 - A comercialização da informação ................................................... 24
4.3 – Diferentes softwares ........................................................................ 26
5 – A verdadeira catástrofe ......................................................................... 27
5.1 – O atual modelo ................................................................................ 27
5.2 - A dependência da energia ................................................................ 28
5.3 – Conflitos armados ........................................................................... 29
5.4 – Ataques com armas eletromagnéticas ............................................. 31
5.5 – Eventos espaciais severos ............................................................... 32
6 – Soluções de um futuro próximo ............................................................ 36
6.1 – O armazenamento de dados via DNA ............................................. 37
6.2 – Dispositivos de armazenamento “infinito” ..................................... 38
6.3 – Armazenamento em nano vidro em 5D .......................................... 39
7 – Conclusão .............................................................................................. 40

9
1 - INTRODUÇÃO

Segundo Fortes (2009), ao longo da história humana, as experiências e


conhecimentos foram registrados e repassados por várias gerações pelos mais diversos
métodos. Quanto mais a civilização tornou-se tecnologicamente avançada, estes
métodos tornaram-se mais rápidos e dinâmicos, porém mais vulneráveis e dependentes
de energia e tecnologia, tal como observa Paul (2009). Além disso, para Duranti (2009),
a falta de padrões de transmissão e dos dispositivos de armazenamento, e a
comercialização dos métodos de armazenamento trazem um risco ainda maior na perda
de registros históricos. Estas vulnerabilidades não só afetam as sociedades como as
corporações ao redor do globo terrestre, já que ainda não há uma clara conscientização
da criação de métricas e planos de manutenção de registros de dados e informações
eletrônicas, observado por Almeida (2006). Como consequência, caso alguma ameaça
tornar-se real teríamos perdas financeiras das corporações (ou seu fechamento) além da
impossibilidade da recuperação do conhecimento previamente adquirido.
Muito se discute sobre a importância do armazenamento da informação. Para a
humanidade tem-se o efeito do registro histórico e evolução de nossa sociedade. Para as
corporações, significa sua sobrevivência e manutenção de seus processos
administrativos. Administradores, cientistas e docentes tem em suas áreas
respectivamente a mesma preocupação de armazenar de forma adequada e segura todos
estes registros para que possam ser continuamente repassados e utilizados no futuro.
Infelizmente nas últimas décadas os métodos de armazenamento têm sido avaliados não
por sua importância, mas por seus custos financeiros. Quanto mais dinâmicos e baratos,
mais adotados. Porém esta atual eficiência leva a vulnerabilidades muito grandes, que
podem impactar de forma definitiva empresas e sociedades. De acordo com Duranti
(2009), as empresas preocupam-se com as atividades de registro e backup, mas não
estipulam métodos de armazenamento duradouros (décadas) já que seus custos são
grandes e a inovação tecnológica além de rápida é contínua.
Gonçalves (1993) descreve que a criação e troca constante destes dispositivos de
armazenamento obriga empresas e pessoas à renovação completa de dispositivos, não se
aproveitando nada do “obsoleto”. Esta prática atualmente comum põe em risco a
sobrevivência de dados, textos, e registro em geral, impactando o processo de repasse da
informação como um todo.
10
Durante a narrativa desta tese, abordaremos alguns tópicos com o objetivo de se
criar um debate a respeito de melhorias nas formas de armazenamento da informação, as
vulnerabilidades associadas aos métodos de armazenamento e suas possíveis
consequências em caso efetivo de acontecimentos de eventos críticos e uma
demonstração de possíveis soluções técnicas e processuais para se mitigar ou evitar a
perda da informação descrevendo a melhoria dos métodos de armazenamento.
O texto não abordará métodos e processos para a classificação da informação. Não
incluirá formas de análise quanto à autenticidade ou importância da informação
armazenada ou explicitará as arquiteturas ou engenharias técnicas dos dispositivos de
armazenamento e dos seus respectivos sistemas operacionais. Procurará buscar formas
de se alinhar padrões atuais de tecnologia com projetos futuros que garantam a
manutenção da informação ao longo dos anos como nossos antepassados plenamente o
fizeram - tornando uma prática governamental e corporativa dependendo da finalidade
do armazenamento e do tipo de dado gerenciado como abordado por Lacombe (2009) –
aproveitando nossas atuais capacidades técnicas, demonstrado no exemplo de
transferência de dados por meios naturais por Limbachiya (2015).

11
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - Evolução histórica da informação

Neste contexto buscamos através da bibliografia de Fortes (2009) e a tese de


Queiroz (2004) descrever como ocorreu a evolução da informação como conhecemos
atualmente, e toda a sua trajetória para tentarmos demonstrar a importância histórica de
como o armazenamento e a transferência do conhecimento são importâncias seculares
para a evolução da sociedade.
Um exemplo desta importância segue neste trecho (Queiroz, 2004, p. 8)
“O aparecimento e a difusão da escrita estão essencialmente relacionados à evolução da
memória. As grandes civilizações, como as da Mesopotâmia, do Egito, da China e da
América pré-colombiana usaram a memória escrita como símbolo de progresso
evolutivo”.
Ambos os autores nos descrevem todos os passos históricos da evolução da
comunicação e técnicas às quais permitiram aumentar e propagar a comunicação,
informação e o conhecimento e a rapidez de sua distribuição até a era da informação
digital e a criação da Internet.
“Nos últimos anos do século XX surge uma nova maneira das pessoas se
comunicarem. As correspondências pessoais – as antigas missivas manuscritas, e os
textos oficiais e comerciais – datilografados – foram substituídos pelas
correspondências virtuais (Queiroz, 2004, p. 13) ”.
Durante esta viagem entre as eras da evolução, são descritas todas as origens de
cada ferramenta e dispositivo para o armazenamento e distribuição da informação, além
dos impactos sociais e culturais que cada uma delas causou até chegar à nossa
atualidade, como demonstrado neste trecho de Fortes (2009, p.126-127): “Com o
advento do ciberespaço (incluindo a Internet) como ferramenta de comunicação por
milhões de usuários em diversas partes do mundo, pode-se afirmar que a história dos
computadores chegou à sua fase atual (iniciada dos anos 90): a da imersão. Porém,
assim como na fase inicial dos computadores, a história da comunicação ciberespacial
também decorre de uma origem militar”.

12
2.2 – Dispositivos, tecnologias e políticas corporativas

Já nos baseando na era da informática, utilizamos alguns autores para descrever


como a tecnologia influiu e ainda influi nos processos gerenciais das empresas e que
impactos são gerados pelos dispositivos e infraestruturas computacionais.
Toda esta miríade de tecnologias interfere hoje na longevidade das empresas e
sua efetividade na produção. Nossa análise foca no destino da informação e qual a
importância dos métodos de armazenamento usados hoje pelas corporações.
Gonçalves (1993, pág. 66) nos demonstra em seu parecer como as empresas
reagem a partir da necessidade de atrelar novas tecnologias à suas operações
corriqueiras, demonstrado neste pequeno trecho: “Considerando a amplitude dos
conceitos de novas tecnologias e inovações tecnológicas usualmente adotados, é
possível imaginar a enorme abrangência de seus efeitos, tanto do ponto de vista social
quanto econômico, político e psicológico na realização do trabalho”.
Seguindo seu pensamento, as empresas devem se reciclar não pela necessidade
de atualização, mas simplesmente pelo fato de não ficarem em desvantagem de seus
concorrentes pelo alto grau de ganho de desempenho e rentabilidade adquiridas pela
gerencia das atividades relacionadas à tecnologia da informação.
Já Almeida (2006, pág.48) enfoca na descrição dos dispositivos e formas de
comunicação e como estes podem agregar valor corporativo pelo melhor tratamento de
dados e da informação e sua distribuição pela empresa. Além disso, o autor nos repassa
as dificuldades geradas pelas diversas formas de tecnologia desenvolvidas e como o
estabelecimento de padrões por órgãos de controle e companhias especializadas ajudam
a estabelecer meios de funcionamento mais efetivos na sociedade comum e corporativa:
“A área de TI das organizações pode ter um grande desafio para entender, de forma
coerente, o papel das aplicações e das arquiteturas armazenamento e gerenciamento de
dados. Assim, o modelo oferece uma forma prática e útil para apresentar as relações
entre aplicações de alto nível e as respectivas infraestruturas de armazenamento de
dados. A habilidade de mapear as atuais implementações de armazenamento de dados
para soluções propostas ajuda a esclarecer o que as arquiteturas estão endereçando e
também cria uma base de conhecimento para se projetar futuras necessidades e
soluções”.

13
Outra referência que utilizamos para este assunto foi Deitos (2002), que enfoca
os fatores necessários para as empresas enfrentarem as dificuldades e possibilidades
advindas das novas tecnologias e suas respectivas inovações obtidas a partir delas. O
foco é colocado na efetividade do tratamento dos dados e informação corporativos e a
importância de seu armazenamento para constituir e assegurar a longevidade das atuais
empresas. Este trecho exemplifica bem a abordagem usada pela autora: “Se em períodos
anteriores, a deficiência em informação reportava-se sempre à dificuldade de acesso às
fontes, hoje a abundância de fontes traz consigo a dificuldade em identificar e tratar as
informações que são realmente relevantes (Deitos, 2002, pág. 32)”.

2.3 – A diversidade dos métodos de armazenamento e distribuição


da informação

Após discutirmos a diversidade de tecnologias e dispositivos de comunicação,


utilizamos o conhecimento dos autores Somasundaram, Shrivastava (2011) e Veras
(2012) para analisarmos em nossa tese como a soma de dispositivos e dados foram
organizados em centros de processamento e armazenamento de dados (datacenters) e
como se tornaram disponíveis para empresas e pessoas ao redor de todo o planeta.
Mesmo com o conhecimento adquirido ao longo dos anos, Veras (2012, pág. 9)
nos reafirma a responsabilidade da gestão corporativa de entender e aproveitar as
tecnologias disponíveis como sendo parte fundamental do negócio, e não encarados
como custos a serem provisionados:
“A dependência da organização da infraestrutura e dos aplicativos do negócio exige
cada vez mais a participação dos diretores e gestores de TI (tecnologia da informação)
em questões de planejamento e decisões de investimento. Esta participação
normalmente encontra uma barreira em boa parte das organizações, pois normalmente é
mais fácil para um executivo de alto escalão entender um investimento em marketing do
que entender o investimento em TI”.
Além disso o autor nos exemplifica e demonstra a tecnologia, praticidade e
funcionamento do mais recente e eficiente método de transmissão de dados e
informação, o cloud computing. Dentre as várias citações em seu livro podemos citar
um resumido exemplo:

14
“A ideia inicial da cloud computing foi processar as aplicações e armazenar os dados
fora do ambiente corporativo, dentro da grande rede, em estruturas conhecidas como
datacenters, otimizando o uso dos recursos. Datacenters, em resumo, processam
aplicações e armazenam os dados de organizações que atuam em rede (Veras, 2012,
pág. 30)”.
Já os autores Somasundaram e Shrivastava (2011) são utilizados nas referências
bibliográficas para desenvolver a descrição do funcionamento dos datacenters e como é
baseada sua infraestrutura. Nela uma série de tecnologias são postas em conjunto,
através de vários padrões já adotados no mercado para suprir as necessidades de
comunicação e segurança para o seu funcionamento. Além disso, descrevem os desafios
e estratégias para executar o devido funcionamento destes e como a sua correta gerência
propicia ganho financeiro e comercial para as corporações através da transmissão e
armazenamento de dados e informação: “As organizações fazem uso destes bens
digitais para gerar novas receitas, melhorar os níveis dos serviços e potencializar o valor
histórico. Isso demanda recuperações frequentes e rápidas do conteúdo fixo em várias
localizações. Um arquivo é um repositório em que o conteúdo fixo é colocado. A
disponibilidade on-line de dados no arquivo pode aprimorar o valor de negócio das
informações referenciadas (2011, pág. 212-213)”.

2.4 – O gerência da informação para a história

Nesta referência abordamos o conhecimento do Arquivo Nacional em como


classificar, catalogar e armazenar os dados e a informação com o intuito de manter e
distribuir o conhecimento de forma segura para o futuro aproveitando as novas
tecnologias e suas funcionalidades. Uma de suas ações pode ser observada em um dos
trechos de seu relatório de atividades sobre o projeto Interpares: “O Projeto InterPARES
– International Research on Permanent Authentic Records in Electronic Systems
(Pesquisa Internacional sobre Documentos Arquivísticos Autênticos Permanentes em
Sistemas Eletrônicos), coordenado pela Universidade de British Columbia, no Canadá,
tem desenvolvido conhecimento teórico-metodológico essencial para a preservação de
longo prazo de documentos arquivísticos digitais autênticos (Ministério da Justiça,
2015, pág. 39)”.

15
Para corroborar estas ações e realizar um comparativo destas com os problemas
corporativos enfrentados atualmente face à evolução tecnológica, utilizamos o
conhecimento técnico da mestra Duranti (2009) registrado em uma entrevista, como
observado neste trecho: “Nos demos conta de que tínhamos na realidade estabelecido
todos os requisitos para produzir documentos arquivísticos corretos, da forma correta, e
para mantê-los autênticos em seus sistemas de gestão de documentos na idade corrente.
No entanto, o que ocorreria com eles quando passassem da idade corrente e as
tecnologias para produzi-los e acessá-los se tornassem obsoletas? Logo tornou-se claro
que este era um problema partilhado com várias profissões, em muitos países (2009,
pág. 87)”.

2.5 - Riscos envolvidos

Mesmo com o aproveitamento dos benefícios das atuais inovações de nossas


tecnologias na transmissão e armazenamento de dados, um número crescente de
vulnerabilidades incrementa a carga de risco no funcionamento das infraestruturas
existentes, estas causadas pela competição de mercado em relação a produtos e serviços
mais baratos e competitivos.
Para corroborar com estas afirmações, baseamo-nos em pareceres técnicos de
especialistas militares e pesquisadores científicos para esclarecimentos importantes.
Major Paul (2009) nos exemplifica as várias ameaças estruturais causadas pela
expansão tecnológica ao redor do mundo. Já Kopp (1996, pág. 4) nos mostra uma
abordagem de um dos dispositivos mais eficientes quanto à vulnerabilidade elétrica e a
extensão de suas capacidades: “O rápido crescimento da infraestrutura de computação e
comunicação na última década produziu uma dependência significativa nas economias
industrializadas modernas, e essa dependência produz uma grande vulnerabilidade ao
ataque de armas eletromagnéticas” ¹.

______________________
¹ “The rapid growth of the computing and communications infrastructure over the last
decade has produced a significant dependency in modern industrialised economies, and
this dependency produces a major vulnerability to attack by electromagnetic weapons”.

16
Já aproveitando do conhecimento da parte científica, um workshop realizado em
2008 pelo National Research Council (Conselho Nacional de Pesquisas Americano)
discute uma série de acontecimentos e suas consequências sobre eventos naturais
espaciais e como estes, ao longo das décadas afeta nossas atuais tecnologias
computacionais, e como os governos e corporações reagem sobre estes fatos.

2.6 – Soluções pela inovação

Buscamos nesta referência fundamentarmos a busca pelas alternativas de soluções


sobre os riscos e vulnerabilidades das atuais tecnologias utilizando alguns artigos
científicos que possuem seu desenvolvimento baseado em tecnologias existentes em
nossa indústria. Estas inovações estão sendo pesquisadas há anos e buscam mitigar os
problemas que serão ressaltados ao longo de nosso trabalho.
Destacamos três tipos de soluções, cada qual com seus benefícios específicos e
com diferentes graus de avanço tecnológico.
Começamos pelo artigo de Humphries (2017) sobre um novo desenvolvimento de
armazenamento de dados em discos rígidos com utilizando nova arquitetura com
diferentes componentes na sua produção que reduzem o espaço ocupado por informação
guardada, utilizando menos energia e estendendo significativamente o tempo de vida do
dispositivo.
Já Limbachiya e Gupta (2015) nos mostram uma alternativa interessante:
armazenar dados utilizando uma fonte abundante da natureza, o DNA. Em sua tese os
pesquisadores demonstram que com uma tecnologia relativamente simples para nossos
atuais padrões podemos utilizar cadeias de DNA em sequências simples de moléculas
para o armazenamento e transmissão de dados e informação. O método é um pouco
mais complexo e ainda inédito em nossa indústria computacional, mas além da
longevidade provida na manutenção dos dados, velocidade de transmissão e menor
dependência da energia, ela garante mais um item bastante contemplado pelas
corporações: a criptografia nos dados gerados e transmitidos, já contidos naturalmente
nas cadeias de DNA.
Por último, Zhang, Gecevicius, Beresna e Kazansky (2013) nos reportam uma
tecnologia inédita e mais radical: com o uso de determinados tipos de sílica e lasers de
alta frequência podemos dispor de discos de armazenamento de dados, gravando

17
informações em 5 dimensões garantido capacidades gigantescas de armazenamento,
seguros por milhares de anos em ambientes de clima extremo e ainda sem necessitar de
energia para garantir a manutenção da informação.

3– INFORMAÇÃO, TRANSMISSÃO E
ARMAZENAMENTO

3.1- O que é a informação

De acordo com o Aurélio a informação é o ato ou efeito de informar, uma


notícia ou indagação ou esclarecimento dado sobre méritos ou estado de outrem. Para
compreender melhor seu contexto e sua importância, devemos começar esta narrativa
alguns milhares de anos antes em nossa história humana.
Segundo Queiroz (2004) no início da evolução, quando os humanos começaram
a se orientar em grupos e iniciar seus primeiros sinais de comunicação, era importante
compartilhar seus aprendizados entre os membros do grupo e repassá-los aos seus
descendentes. Este ensinamento era feito de forma primitiva em sons e gestos entre os
integrantes da sociedade local que habitavam normalmente cavernas, forma segura de
morada na época. Os conhecimentos adquiridos eram de grande importância
fundamentalmente para a sobrevivência e longevidade do grupo, sendo compreendida a
importância de se mantê-los e ensinados a outros integrantes.
Normalmente um dos indivíduos, o de maior experiência e em consequência o
mais velho - por ter sobrevivido a todas as intempéries naturais durante sua vida -
detinha a maior parte de todos os ensinamentos adquiridos e era responsável por
repassar todo este conhecimento em forma de informação para as gerações mais novas.
Notava-se na época por estes indivíduos e outros dos integrantes mais proeminentes de
seus grupos que em suas jornadas exploratórias no grande mundo que habitavam, que
suas experiências às vezes eram perdidas por não haverem indivíduos para compartilhar
suas experiências no local em que estavam. Neste momento, por iniciativas intelectuais,
a informação começou a ser registrada através de pinturas em paredes e muros de
rochas, detalhando e descrevendo fatos e ações realizados e obtidos para os próximos
exploradores que poderiam passar ali futuramente.

18
Figura 1: Pintura Rupreste - Parque Nacional de Sete Cidades - Piauí - Brasil

Por meio destas ações, começaram os primeiros registros da informação no meio


humano e seus primeiros armazenamentos.

3.2 - A importância do armazenamento

O armazenamento, de acordo com Aurélio é depositar, conservar, reunir.


Durante a evolução humana, inúmeras experiências começaram a ser aprendidas e
transformadas em informação para serem compartilhadas. Entre 10 mil e 6.500 anos
atrás, após os adventos dos primeiros desenhos e com a evolução da comunicação,
processos de habitação, início da agricultura e adestração de animais, havia-se
constatado a necessidade se se registrar todo este conhecimento. Começou-se então a se
definir sons primários e padrão para a comunicação, e com o uso das primeiras
ferramentas colocar-se os registros em pedra e madeira (Laignier; Fortes, 2009).
Estas primeiras formas de armazenamento garantiam aos habitantes locais gravar
seus registros mais importantes em forma de informação ordenada de forma que esta
pudesse ser utilizada por qualquer integrante da sociedade local e que a mesma não
caísse em esquecimento, podendo ser repassada por integrantes mais velhos e pudesse
ser consultada em caso de problemas mais sérios e importantes ocorressem.
Com o passar dos anos, as sociedades foram aumentando, suas capacidades
intelectuais evoluindo de forma constante através do acúmulo de informação
armazenada ao longo das gerações. Cidades e sociedades foram se formando e com elas
suas respectivas falas e escritas, utilizadas para ordenar todo o conhecimento e
informação ao longo dos seus séculos de vida.

19
As ferramentas utilizadas, já evoluídas passaram a utilizar novas formas de
armazenamento. As inscrições em rocha, madeira e até argila passaram a ser portáteis,
assim poderiam ser carregadas e transportadas, levando o conhecimento e registro para
onde fossem necessários. Estas eram as primeiras tecnologias de transmissão da
informação das sociedades.
Durante o século VI dc. a tinta começara a ser implementada no lugar dos
entalhes e as superfícies de papel foram inventadas para facilitar o armazenamento,
além de fornecer uma maior segurança e durabilidade durante o transporte do
conhecimento adquirido (Queiroz, 2004).
Com o passar dos anos, os mais sábios de cada sociedade verificaram a
importância de ordenar todos os registros já conquistados ao longo de séculos e que a
perda deste seria a ruína de seu grupo. Logo, armazenar de forma segura ao longo dos
anos tornou-se essencial. Daí as primeiras construções de templos e bibliotecas - locais
de fundamentais para o armazenamento das informações obtidas - que organizadas de
modo padrão, tornar-se-iam conhecimento fundamental para a prosperidade das futuras
gerações (Laignier; Fortes, 2009).

3.3 - A evolução do armazenamento e a transmissão da


informação

Vários séculos se passaram na história humana, e com eles eventos de


exploração, guerras e conquistas. Todos registrados à sua maneira da época e repassados
às próximas gerações, sempre através de ensinamentos, permitindo a continuidade das
sociedades em suas respectivas regiões. Isso só foi possível graças à longevidade de
armazenamento do conhecimento de cada grupo social descritos nos textos em painéis
de pedra, tábulas, papiros, livros que conseguiram sobreviver às intempéries naturais,
aos conflitos e ao tempo para serem lidos e sua história repassada de mão em mão, à
cada nova geração.
Por muitos séculos, mesmo com a criação de novas ferramentas, técnicas de
produção, indústrias e as novas tecnologias, os registros de tinta e papel e seu
armazenamento em arquivos em armazéns e bibliotecas nunca mudou. Era ainda a
forma mais eficiente e duradoura de armazenar e repassar o conhecimento pelos
obstáculos do futuro e da vida humana em nosso planeta.

20
Porém, no século XIX, de acordo com Laignier e Fortes (2009), durante a
revolução industrial e o início da industrialização e a automação pela evolução das
máquinas a vapor a tecnologia da impressão tipográfica acelerou o processo de
distribuição da informação através de notícias (origem do jornalismo). Aproveitando
este impulso, em 1830 o telégrafo foi inventado e difundido para aumentar ainda mais a
velocidade de divulgação de mensagens e notícias entre regiões distantes.
Esta evolução crescente e constante perdurou. A tecnologia evoluía, mas os
processos produtivos tinham chegado ao seu limite de transmissão. Mesmo com o
advento da criação do rádio e da TV a comunicação poderia ser transmitida com maior
rapidez, e quem conseguisse realizar esta missão de maneira mais ordenada e eficiente
teria vantagem competitiva no mundo da indústria e da manufatura.
Na época, os processos produtivos e toda a informação relativa a eles era tarefa
totalmente manual, dependendo de ações gerencias realizadas por interpretações
procedurais humanas. Inúmeros arquivos de texto em papeis e arquivos eram criados e
repassados por vários escritórios e vários profissionais especializados em diversas
categorias da indústria (contabilidade, direito trabalhista, gerência corporativa, etc.) para
manter a sua respectiva corporação e melhorar sua eficiência em contrapartida a seus
concorrentes.
No entanto, na década de 1940 cientistas começaram a utilizar a matemática para
aumentar a eficiência no transporte e repasse da informação para outras pessoas. O
primeiro dispositivo automático de processamento de dados foi desenhado e entrou em
operação. O computador (como ficou conhecido) era capaz de processar várias
informações ao mesmo tempo. Neste caso, as inúmeras informações que o mundo na
época continha e produzia foi organizada matematicamente em um código binário de 0
e 1.
Partindo da realidade de que várias línguas faladas e escritas existiam no mundo,
chegou-se à conclusão dos pesquisadores de que a matemática (conhecida por ser uma
linguagem universal) poderia unir o vasto conhecimento existente e transformá-lo de
modo mais eficiente. A informação então seria transformada em dados para o
computador, utilizando-se de código binário, e aumentando a rapidez no processamento
de informações corporativas.
Agora, números sobre produção, pagamentos de salários, tributos, despesas e
outras informações relativas poderiam ser processados de forma muito mais rápida e
organizada que a humana utilizada até então. No começo, para se guardar todos estes

21
resultados, cartões perfurados eram na época a primeira tecnologia para manter todos os
registros de maneira segura, totalmente analógica. A execução de processos era ainda o
fator principal da evolução. Para se chegar à efetividade do processamento de dados em
escala massiva a miniaturização dos computadores e seus componentes foi fundamental
para a eficiência e aumento da automação de dados (Laignier e Fortes, 2009).
Segundo Somasundaram e Shrivastava (2011, pág. VII) o volume de dados
começou a se expandir e a crescer de forma exponencial. Como a tecnologia colocava
grande conteúdo e eficiência na análise de dados corporativos, começou-se a investir em
processamento ainda maior e maneiras de se se guardar todos a informação produzida.

“Para se ter uma ideia dos desafios que enfrentamos hoje, o volume de
informações criadas, capturadas e replicadas em um ano é milhões de vezes o volume
de informação em todos os livros já escritos. A informação é o bem mais importante de
uma empresa. Ela deve ser armazenada, protegida e gerenciada de forma inteligente e
eficiente para que seja acessível, pesquisável, compartilhável e acionável”.

Na década de 60 do século XX pesquisadores militares, através de uma


necessidade de comunicação em possíveis conflitos nucleares criaram a “primeira”
Internet, possibilitando a comunicação entre dispositivos computacionais de forma
padrão. Como resultado deste processo nos anos 80, a Darpanet (como era chamada na
época) dividiu-se em duas: uma militar (MILNet) e outra científica (ARPANet). Pouco
depois, nos anos 90, ocorreu um processo de padronização de linguagens digitais
evoluindo para a Internet como é atualmente conhecida (Laignier e Fortes, 2009).
Naquele momento observou-se novamente a oportunidade de se aumentar ainda
mais a eficiência produtiva, agora transmitindo e compartilhando imensas quantidades
de dados e informação para locais antes distantes e isolados com uma rapidez nunca
antes vista. As oportunidades de negócio e entretenimento começaram a se expandir e se
diversificar, corroborando para uma contínua criação de dispositivos e ferramentas
tecnológicas que pudessem aumentar ainda mais a eficiência do processamento da
crescente demanda por informação e análise de dados (Somasundaram; Shrivastava,
2011).

22
4 - OS PRIMEIROS PROBLEMAS

4.1 – Diferentes dispositivos

Como descrito por Almeida (2006), a crescente demanda por tecnologia iniciou
um processo conflituoso a respeito dos tipos de dispositivos a serem usados para o
processamento de dados. Para cada novo método de armazenamento e transmissão, um
novo equipamento e uma nova interface eram criados. Triplicava-se a capacidade de
armazenamento do disco rígido, uma nova arquitetura era necessária para a sua leitura.
Mais dados, mais poder de processamento. Novos processadores eram criados e novas
placas-mãe eram necessárias para se instalar o novo dispositivo. Cada um com seu
respectivo meio de leitura e transmissão.
Nas décadas de 70 e 80 do século XX esta evolução ainda era menos frequente,
mas ainda rápida e constante. Durante o início do século XXI pudemos testemunhar
várias frentes inovadoras de tecnologia para incrementar a eficiência do processamento
e seu armazenamento, e como ficávamos reféns de vários padrões da indústria da
tecnologia. Alguns órgãos foram criados para padronizar estas ferramentas e garantir
que uma grande parcela da sociedade pública e corporativa pudesse se beneficiar com o
melhor de cada característica tecnológica do dispositivo inventado.
Chegamos então à grande questão: com tamanha evolução destas tecnologias,
como garantir o duradouro armazenamento do conhecimento produzido ao longo de
todos estes anos? A troca do papel e tintas por dados em dispositivos foi benéfica em
processamento, mas como garantir a integridade da informação contida em dispositivos
que se tornam obsoletos em tão pouco tempo?
Podemos usar o exemplo do disquete da década de 70 que contenha uma
informação de grande importância. Onde poderíamos utilizá-lo neste século 21? Mesmo
se tivéssemos meios de retransmitir seus dados para um dispositivo mais atual, estes
depois de alguns anos provavelmente estariam corrompidos e ilegíveis. A nossa
sociedade agora passara de textos em paredes e pergaminhos com séculos de duração
para dispositivos que se deterioram em poucos anos.
O dilema da desatualização continua em ritmo constante. Temos outros
exemplos como antigos discos rígidos, LPs, fitas de gravação como o K7 entre outros
que mesmo mantidos em segurança na tentativa de perdurar a informação neles
contidas, perdem seu uso pelo simples fato de se tornarem obsoletos. A grande questão

23
não está no fato de se ficar velho em nossa história já que tudo se torna antigo ao longo
da evolução, mas sim em quanto tempo isto está levando para ocorrer.

4.2 - A comercialização da informação

Como já descrito por Almeida (2006), a evolução computacional conseguiu


evoluir em escala progressiva, tornando processos industriais e corporativos muito mais
rápidos e eficientes. Infelizmente esta rapidez tornou-se também um problema. Como
uma empresa pode lidar com tamanha rapidez de evolução sem se perder neste
incessante processo de crescimento e evolução? De acordo com sua tese podemos
entender que a quantidade de dados e informação cresce exponencialmente
acompanhando a inovação tecnológica dos últimos anos.
O processo gerencial para acompanhar este ritmo deve ser contínuo e organizado
para absorver todos os elementos tecnológicos e se manter eficiente durante todo o
processo. Porém muitos profissionais e gestores não observam a importância da
sobrevida de suas corporações quanto ao armazenamento de suas informações
gerenciais (Deitos, 2002). Se tudo está funcionando, como prover a integridade e
longevidade de tudo que se produziu em forma de dados? Como se adequar a armazenar
grande quantidade de dados sem estourar o orçamento previsto? E como doutrinar suas
diretorias para embasar o grande gasto relativo a este procedimento?
Podemos exemplificar e justificar a questão no ataque terrorista acontecido em
2001 em Nova York (Estados Unidos) onde o World Trade Center com suas 2 torres
foram demolidas e onde várias empresas se extinguiram pelo simples fato de todos os
seus dados terem se perdido. A conotação não seria a de se temer por ataques
abrangentes e constantes, já que são localizados e limitados em regiões específicas do
planeta, mas sim a importância de se proteger a informação de forma contínua e
progressiva, adequando seus custos para tal tarefa. Porém, de acordo com Duranti
(2009) as pessoas e as organizações de maneira geral não desejam mudar seu
comportamento, ou não tem capacidade financeira suficiente para organizar e armazenar
de forma adequada seus documentos.
A forma mais atual e eficiente para tal nasceu no início dos anos 2000,
denominada Clouding computing. Este novo serviço comercializado oferece
armazenamento, disponibilidade e atualização constante para o usuário (corporativo ou

24
pessoa física) garantindo a segurança dos dados de maneira eficiente. À primeira vista,
realmente parece um investimento muito bom, garantindo a resolução de vários
problemas administrativos importantes que permitem a longevidade do conhecimento
adquirido pelo usuário. Este tornou-se um serviço muito popular e terceirizou a
importante responsabilidade de se gerenciar a longevidade de toda a informação que se
é gerada e precisa ser salva para tempos futuros (Veras, 2012).
Porém alguns detalhes estratégicos de risco ainda persistem neste tipo de
serviço. São estes:
- A necessidade de comunicação constante com a fonte de dados e seu local de
armazenamento (empresa contratada para realizar o serviço).
- A duração e armazenamento dos dados do usuário somente durará de acordo com a
longevidade da empresa contratada. Considerando pessoas físicas, caso a empresa se
acabe ou não tenha mais capacidade de realizar suas atividades, toda a responsabilidade
e riscos da perda de suas informações é assumida pelo usuário, de acordo com as
cláusulas de uso por ele aceitas ao iniciar o uso dos serviços (EULAs - End User
Licence Agreement).
Os itens acima ainda não são suficientes de maneira mais global em sua
importância. Imaginemos que por algum advento alguma empresa de clouding
computing não consiga mais prover seus serviços. Além de atípico, outra instituição
poderia assumir este compromisso. A questão a ser analisada é a de que todo o
conhecimento gerado está em local distante e não conhecido por seus usuários. Um
evento de grandes proporções poderia simplesmente interromper o acesso a dados
imprescindíveis, sem dar ao usuário condições de resgatá-lo.
Além disso, as empresas que prestam este tipo de serviço usam dispositivos de
armazenamento que padecem do mesmo problema do restante da população: tornam-se
obsoletos muito rapidamente e usam padrões e dispositivos específicos para o
armazenamento. Os dados precisam necessariamente serem repassados e retransmitidos
para mídias que se tornam desatualizadas cada vez mais rápido.
A última e mais importante questão a respeito desta abordagem, e a qual todos
relevam, seria a não obrigação deste serviço ser utilizado para fins históricos. Não há
obrigações políticas do Estado para que dados históricos – hoje fundamentalmente
digitais – sejam selecionados e armazenados de forma que se tornem patrimônio da
humanidade e possam ser usados armazenados ao longo dos séculos, como feito por
nossos antepassados.

25
4.3 – Diferentes softwares

Gonçalves (1994) e Deitos (2002) no descrevem bem a dificuldade gerencial de


pessoas e principalmente empresas em relação ao aumento contínuo das atualizações
tecnológicas em nossas vidas. Além da troca constante de dispositivos e sua evolução,
há a obrigação de se aplicar esta tecnologia com as suas respectivas linguagens de
comunicação e funcionamento.
Ao longo de décadas, as linguagens de programação acompanham o frenesi da
evolução de seus equipamentos. Um computador por exemplo que é lançado em um ano
tem uma linguagem padrão durável por 4 anos em média. Novas atualizações e aumento
de performances ditam uma nova arquitetura e a remodelação da linguagem para outro
tipo de sistema. Computadores mais modernos são criados então para aproveitar toda a
eficiência da nova tecnologia e entram no mercado. Mais uma vez temos novos
componentes que não executam as antigas linguagens que se atualizam, levando à
obrigação da troca de hardware e softwares, sempre dependentes de suas evoluções
tecnológicas recíprocas e interdependentes.
O problema eleva-se para o item da convergência dos antigos programas: eles
não podem mais ser executados por novos dispositivos. As empresas que possuem seus
dados locais em antigos servidores, caso os troquem, não conseguirão aproveitar seus
preciosos dados, mesmo tendo-os armazenados de maneira adequada ao longo dos anos.
Segundo nossos autores, é necessária uma disciplina gerencial altamente eficiente e
adequada para acompanhar de maneira cadenciada ao longo dos anos a contínua
evolução mercadológica da tecnologia. Já uma pessoa física, mesmo conservando seus
equipamentos e dados de forma correta tem de trocar seu hardware para atender à
demanda de software por nova eficiência técnica. Podemos usar como exemplos atuais
o computador pessoal, o telefone celular e nossas atuais smart TVs.
Mais uma vez, Veras (2012) nos explica o impacto dos serviços de cloud
computing a partir destas necessidades, e novamente nos debruçamos nas
vulnerabilidades do armazenamento da informação a longas distâncias.

26
5 – A VERDADEIRA CATÁSTROFE

5.1 – O atual modelo

Imaginemos que o mundo em algum ponto de um futuro bem próximo pudesse


chegar a um consenso global e determinasse um padrão para os atuais modelos de
hardware e software. Sabemos que é possível realizar tal tarefa. Duranti (2009) em sua
entrevista nos explica bem como funciona o projeto Interpares. Uma iniciativa
internacional para organizar, padronizar e unificar vários itens, dados, arquivos e
informações para proteção do patrimônio histórico mundial. Caso haja interesse político
contínuo, verbas não faltarão para o prosseguimento do projeto e suas ações.
Outro bom exemplo de consenso em padrões está bem documentado na análise
de Almeida (2006). Para cada nova tecnologia de armazenamento e transmissão de
dados computacionais, há um órgão internacional responsável por estabelecer um
padrão a ser seguido pela indústria responsável por sua produção. ISO (International
Organization for Standardization), SNIA (Storage Network Industry Association) e
FCIA (Fibre Channel Industry Association) são exemplos de organizações criadas a
partir de criações tecnológicas que precisavam de um padrão para reger adequadamente
a comunicação entre dispositivos tecnológicos de comunicação.
Aproveitando-se desta organização, Somasundaram e Shrivastava (2011) nos
apresentam a forma como pessoas e organizações se utilizam de centros de dados, ou
mais conhecidos como os atuais datacenters para organizar e armazenar de forma
segura, eficiente e adequada nossos dados, informações e conhecimentos. No Brasil, o
arquivo nacional nos apresenta nossa própria política de armazenamento da informação
de nossa história através de um de seus relatórios (Ministério da Justiça, 2015). Um
exemplo de seus projetos para tal seria o programa SIGA (Sistema de Gestão de
Documentos de Arquivo). Em todos os casos, mesmo com a constante troca de
tecnologias, os dados nestes centros são ordenados eu uma forma padrão, sempre a
atender a demanda por seu compartilhamento, resguardando sua integridade e
autenticidade.
De novo nos referindo a Veras (2012), os datacenters são os grandes
responsáveis pelo adequado armazenamento dos dados e disponibilização dos seus
respectivos serviços. Atendendo aos requisitos de infraestrutura (instalações com

27
controle de ambiente, acesso restrito e longe de áreas populosas) o cloud computing
atualmente é a solução mais adequada para a evolução constante de tecnologia,
desonerando as empresas e prestando um qualificado serviço para as pessoas acessarem
e armazenarem seus dados de qualquer ponto do planeta.
Mesmo com todas essas adequações, ainda podemos consultar o artigo de Paul
(2009) descrevendo taticamente como as organizações econômicas e políticas estão
vulneráveis a ataques e eventos globais e como economias inteiras seriam afetadas
atualmente.

5.2 - A dependência da energia

Mesmo todas as adequações tecnológicas adaptadas para os novos tempos e


melhoras em suas respectivas seguranças e eficiências de uso conseguem resolver uma
das maiores questões quanto à limitação de nosso armazenamento de informação até
hoje.
Novamente relembrando nossos antepassados (Queiroz, 2004; Laignier; Fortes,
2009), estes conseguiram com simplicidade deixar o conhecimento à disposição da
nossa atual geração dependendo apenas da visão, iluminação e conhecimento da língua
escrita. Mesmo com a atual vasta capacidade de processamento e transmissão de dados,
precisamos de aparelhos que são incapazes de funcionar sem uma fonte de energia.
Mesmo nossos datacenters com suas medidas de segurança contra falhas elétricas
dependem de fontes elétricas para funcionar. Vastas regiões, se fossem afetadas pela
falta prolongada de energia, não poderiam energizar seus dispositivos para acessar
qualquer informação.
Em escritórios e indústrias nossos equipamentos tecnológicos dependem
totalmente de energia para funcionar e se comunicar. Dependências inteiras em um
blackout prolongado teriam seus dados salvos e armazenados em um de seus possíveis
datacenters espalhados pelo mundo, mas ficariam isolados sem poderem ter acesso aos
seus dados, sem computadores para efetuar sua transmissão.
Telefones celulares, computadores e redes de telecomunicação dependem
integralmente de energia. Atualmente os dispositivos relacionados não tem autonomia
de mais de um dia sem uma fonte pública elétrica para continuarem a funcionar.
Voltando a Deitos (2002) muitas empresas não possuem sequer conhecimento do

28
volume de seus dados ou ativos tecnológicos para superar o advento da falta de energia
prolongada.
Numa crise de escala global de longa duração, vários dispositivos sem se
carregar eletricamente poderiam em semanas perder todos os seus dados, já que estes
são armazenados de modo magnético e suas memórias foram criadas pela indústria
considerando o uso contínuo do fornecimento de energia pública (Paul, 2009).
Descrevemos a seguir 3 vulnerabilidades que tem o potencial de criar um
ambiente destrutível o suficiente para aniquilar dados comerciais e históricos de forma
permanente.

5.3 – Conflitos armados

Considerando Paul (2009) em seu artigo à revista “Military Review” descreve as


possibilidades de possíveis conflitos em larga escala por recursos naturais ou
simplesmente por novos mercados econômicos. Com a atual explosão demográfica, e a
diminuição de reservas naturais pela poluição do ambiente, em alguns anos poderíamos
iniciar novos conflitos, porém mais destrutivos.
Dentre os fatores que corroboram esta tese podemos citar:

- A evolução tecnológica impõe maior poder e comunicação, e com isso maior


abrangência a fatos e acontecimentos antes limitados às suas regiões.

“As disparidades ficarão evidentes a todos por causa das telecomunicações


globalizadas. As populações dos países “desfavorecidos” que acreditem estar perdendo
terreno poderão continuar a ser solo fértil para ideologias criminosas e extremistas, que
levem à violência dentro e fora desses países” (Paul, 2009, pág. 80).

- A interdependência econômica entre países por conta da velocidade do mercado


financeiro e sua eficiência na comunicação e transmissão de dados comerciais.

“Uma queda drástica na economia dos Estados Unidos, por exemplo, causou uma
recessão econômica mundial, que talvez exija soluções políticas regionais ou mundiais”
(Paul, 2009, pág. 80).

29
- Ataques cibernéticos nos últimos anos tornou-se tão destrutivo quanto um conflito, já
que este além de possibilitar o roubo ou extravio de dados e informação de lugares e
centros vulneráveis, pode também impedir o acesso à informação dos datacenters que
são espalhados e estão longe dos centros populacionais, seguindo recomendações de
segurança física.

“A maior automação dos nossos sistemas financeiros, infraestrutura física e operações


governamentais torna o território nacional mais vulnerável a ataques aos nossos
sistemas de informação por atores estatais e não-estatais” (Paul, 2009, pág. 91).

Vale lembrar que a esmagadora maioria de nossas evoluções computacionais e


de comunicação foram desenvolvidos eu uma era sem conflitos em escala global. Nosso
arquivo nacional e o dos Estados Unidos por exemplo possuem vasta coleção de
arquivos imagens e fotos de dispositivos analógicos que na época funcionavam por si só
e não dependiam de transmissão de dados. Novamente imaginemos: um atual conflito
em grande escala abrangendo pelo menos uma região continental. Armas de destruição
em massa limitando fontes de energia e comunicação por extensos períodos. Teríamos
inicialmente celulares sem carga e o poder de se comunicar impedido; Computadores
sem carga sem prover acesso a seus usuários; Empresas inteiras sem comunicação, não
acessando seus dados remotamente, sem energia para operar seus processos via estações
de trabalho; Datacenters isolados, sem suas corporações locais para prover suas fontes
de funcionamento e sem energizar seus discos de armazenamento para manter seus
dados.
Mesmo fotos e registro deste desagradável período seriam escassas, já que os
dispositivos fotográficos de hoje são totalmente digitais, necessitando de baterias
normalmente de baixa duração para funcionar e sem serviços de comunicação para
transferência de dados armazenados.
Teria Albert Einstein se referido à esta situação em sua célebre frase?
“Não sei com que armas a terceira guerra mundial será lutada. Mas a quarta será lutada
com paus e pedras”.
De qualquer forma, toda a informação da região afetada estaria em risco, já que
as companhias normalmente desenvolvem seus produtos para serem eficazes com os
problemas à vista, e por conta da competição de mercado, produzindo produtos com os
menores preços possíveis (Deitos, 2002). Dispositivos de armazenamento não são

30
desenvolvidos para durar décadas a fio sem energia. Seriam muito caros, e estariam
preparados para uma improvável guerra em escala continental. Além disso, atualmente
há sempre uma loja ou empresa para substituir os defeituosos.

5.4 – Ataques com armas eletromagnéticas

Nesta alternativa de catástrofe, seguimos as orientações de Kopp (1996) da força


aérea australiana e sua tese sobre armamentos balísticos eletromagnéticos. Para este
assunto, o poder destrutivo de mísseis ou artefatos que possuam efeito destrutivo de
onda eletromagnética afetaria grades e geradores de energia, equipamentos eletrônicos e
semicondutores.
Nesta análise Kopp (1996) descreve vários artefatos que poderiam ser
construídos para esta finalidade e como eles poderiam ser lançados em forças armadas
inimigas e suas possíveis consequências táticas. O fato interessante é que muitas vezes o
autor descreve táticas simples que as tropas militares adversárias podem adotar para
evitar a arma ou sua linha de ação. No texto, fica claro que este tipo de arma não é
comumente usada por ter uma baixa taxa de sucesso em inutilizar os equipamentos
inimigos.
Entretanto, podemos perceber que todos os trechos da tese se referem a forças
armadas. Sabe-se que forças militares têm em sua infraestrutura e processos
administrativos o entendimento de mitigar ao máximo todas as suas situações e áreas de
vulnerabilidade, portanto não abordando no texto medidas de proteção a serem adotadas
por civis ou empresas.
Mais uma vez tocamos no ponto do item vulnerabilidade de nossos
equipamentos de armazenamento de informação. Todos atualmente baseados em
energia e magnetismo para seu funcionamento. Ironicamente os dispositivos atualmente
obsoletos para armazenagem de dados (CDs e DVDs) que estão caindo em desuso não
sofreriam qualquer tipo de dano durante um eventual ataque com esta característica.
De qualquer forma, há um perigo vigente para pessoas e organizações: seus
dispositivos e dados que hoje funcionam e controlam várias operações sociais e
comerciais estariam em risco sem o uso de proteção a este risco. Uma nação inteira sem
proteção militar para este tipo de ataque ficaria isolada, sem serviços de navegação GPS
e sem serviços eletrônicos em um ataque em maior escala com este tipo de armamento.

31
Atualmente não há segurança disponível para a abrangência desta categoria de
ataque. Apenas alguns serviços militares estariam disponíveis para poucas pessoas. Não
há previsão para a proteção dos atuais dispositivos. Novamente, perdura a atual regra de
mercado: preços seriam altos demais para um evento raríssimo e improvável como esse,
tornando o valor final do produto muito superior à da competição.

5.5 – Eventos espaciais severos

Segundo Somasundaram e Shrivastava (2011), com a crescente demanda de


processamento de dados e sua transmissão pelas novas vias de comunicação, empresas
de maior porte e com base em inovação começaram a produzir dispositivos e
infraestrutura que agregavam eficiência e segurança contra riscos físicos de dados e
autenticação destes durante seu envio para seus respectivos destinatários. Estas
tecnologias podem ser vistas em centros de armazenamento e datacenters que agora
fazem parte da mais avançada tecnologia de tratamento de dados e informação.
Considerando o valor dos dados guardados, além do potencial e ganho comercial
relacionados, as políticas de segurança destas novas estruturas conseguem impedir ou
mitigar eventos naturais extremos mais conhecidos, como tempestades, terremotos ou
ataques físicos locais. Estes datacenters hoje conseguem funcionar à base de outras
fontes de energia, como geradores a combustível e baterias elétricas em caso de
problemas na rede pública elétrica. Além disso, em caso de colapso, cópias de dados e
balanceamento de carga de transmissão são automatizados para enviar a locais seguros
(outros datacenters ou centro de armazenamento de dados) e impedir a perda de
informação.
De acordo com o Arquivo Nacional (Ministério da Justiça, 2015) o Brasil -
assim como outros países com políticas de segurança a dados e informações históricas –
possui estes tipos de locais preparados para suportar danos e riscos de eventos naturais
destrutivos.
Infelizmente, todos estes dispositivos e tecnologias têm (historicamente) poucos
anos de evolução e são relativamente “novos” em relação à evolução histórica. Desta
forma tornam-se vulneráveis a alguns eventos mais raros e seculares. Um dos tipos de
agressão natural menos compreendido de nosso planeta encontra-se normalmente além

32
de nossa órbita, e somos protegidos dele pelas várias camadas de nossa atmosfera.
Estamos falando de tempestades solares.
Segundo um workshop da NASA (Severe Space Weather Events, 2008)
envolvendo a Academia Nacional de Ciências, a Academia nacional de Engenharia, o
Instituto de Medicina e o Conselho Nacional de Pesquisas (todos dos Estados Unidos)
reuniram especialistas para debater as causas e consequências de tempestades solares
em nosso planeta e como interferem e interfeririam em nossa atual sociedade. De acordo
com suas pesquisas em eventos comuns e extremos atuais e acontecidos ao longo de
décadas de observações, o workshop observou várias vulnerabilidades em nossa atual
infraestrutura e possíveis calamidades que poderiam ocorrer de eventos solares.
Um dos primeiros eventos a relatados no debate se deu em 2 de setembro de
1859, quando uma massiva explosão solar foi desencadeada e entrou em confluência
com a camadas magnéticas externas do planeta Terra, gerando uma descarga
eletromagnética gigantesca em grande parte das Américas Central e Norte. Estas
descargas geraram brilhos intensos de plasma solar e ondas magnéticas na atmosfera
que duraram dias para se dissipar. O interessante neste episódio é que a evolução
tecnológica ainda estava em seu princípio e somente causou impactos nos sistemas mais
“modernos” na época: a rede de transmissão de telégrafos ficou desabilitada, gerando
curto circuitos e panes constantes em seus aparelhos e grades de distribuição, e sistemas
férreos automáticos foram instantaneamente desabilitados.
O grupo de estudo então fez um comparativo do impacto que um evento desta
magnitude acontecesse em nossa atual era tecnológica: sistemas de comunicação via
satélite (como o GPS) seriam desabilitados, a rede elétrica pública sofreria constantes
quedas e sobrecargas, e aparelhos eletroeletrônicos mais simples e vulneráveis seriam
danificados. Na tradução destas ocorrências em serviços existentes, podemos citar a
gerência de centros de energia elétrica e centrais nucleares afetados, linhas de transporte
aéreo sem funcionamento, transmissão de dados via satélite impossibilitadas ou
destruídas, serviços médicos hoje automatizados interrompidos, além de centenas de
transtornos com danos em aparelhos e dispositivos de uso pessoal como
eletrodomésticos e carros.
Um dos palestrantes do workshop (La Porte, 2008) levantou uma questão
interessante: quais os riscos de uma sociedade onde engenheiros e cientistas vivem em
um ambiente do que ele chamou de eventos pouco frequentes/alto impacto, e que
decisões vulneráveis estes poderiam tomar? Ele ainda descreve que a política

33
econômica e social não está preparada para construir uma infraestrutura segura a longo
prazo, já que eventos extremos como tempestades solares são altamente incomuns e
normalmente os de menor porte (frequentes) não causaram impactos sociais
significativos ao longo das últimsa décadas.
Porém, em outro momento do debate o palestrante Michael Stills (2008) cita
dois importantes acontecimentos, agora mais recentes:

- Em 1989 na área de Quebec no Canadá uma tempestade espacial magnética afetou por
a grade de geração elétrica da região, gerando um blackout de mais de 9 horas,
sobrecarregando e destruindo vários geradores e transformadores.

- Por volta de 1999 as companhias aéreas começaram a criar rotas aéreas em torno do
Polo Norte para maximizar suas rotas e tempos de voo. Ela então cita que em várias
oportunidades voos de maiores altitudes foram prejudicados com blackouts em sua
aviônica e sistemas de navegação.

Em ambos os casos, procedimentos para diminuir ou mitigar estas


vulnerabilidades foram executados para assegurar a proteção destes sistemas
envolvidos. Novamente não podemos comparar os impactos em outras regiões do
planeta que são raramente afetados por estes eventos, e certos dispositivos sequer são
alterados, já que o custo desta proteção cairia em impostos e no preço dos serviços para
os cidadãos.
Outro exemplo desta questão, quanto a raridade de eventos e a não avaliação de
risco adequado para suas consequências seria o relato de outro participante
(Kappenman, 2008), que aborda a o foco da discussão dado apenas para os problemas já
conhecidos em redes de energia elétrica. Ele salienta que estas mesmas tempestades
solares magnéticas poderiam também afetar cabos de transmissão de dados submarinos,
interrompendo a comunicação global de dados. Observa também que há um número
mínimo destes meios concentrados nos oceanos da Terra e suas alternativas de
transmissão – satélites – seriam desabilitados de igual maneira e ao mesmo tempo,
levando a interrupção total de comunicação a vastas regiões do planeta pelo período que
durasse a tempestade.

34
Figura 2 Aurora boreal fotografada em Napa Valley, Califórnia durante uma tempestade
magnética em novembro de 2001

Vale ressaltar que todas estas vulnerabilidades foram discutidas no workshop e a


partir delas foram apresentadas soluções tecnológicas viáveis para combater e mitigar
estes problemas. Em consenso, os palestrantes concordam que o maior deles, também
demonstrado por Deitos (2002), é a falta de visão a longo prazo de gestores econômicos
para combater estes riscos. Estes atualmente apresentados são combatidos sempre no
limiar da eficiência com base em segurança suficiente para eventos destrutivos
corriqueiros e bastante conhecidos. Alterar a engenharia de produção de satélites,
aviões, sistemas elétricos e de comunicação inteiros demandaria uma alta soma
monetária, que não é compreendido por governantes e gestores como essenciais para
ocorrências tão raras.
Assim como acontecem com previsões de tempo, foi sugerido redes maiores e de
maior alcance para detecção e alerta para tempestades solares eletromagnéticas,
reduzindo assim o grau de impacto gerado por estes eventos espaciais.
De qualquer forma, em caso de ocorrência de outra destas grandes tempestades,
nossa atual estrutura tecnológica de comunicação e armazenamento de dados e
informação seria largamente afetada, comprometendo dispositivos pessoais,
infraestruturas computacionais de empresas inteiras e até mesmo nossa salvaguarda
atual, os datacenters.

35
6 – Soluções de um futuro próximo

Ao longo de nossa tese descrevemos inúmeras qualidades de nossa tecnologia


atual e a importância da continuidade desta evolução tanto para os mercados e redes de
negócio quanto para a melhora na qualidade de vida das pessoas comuns. Dentre todos
os diversos dispositivos de comunicação e armazenamento de dados, todos tem uma
vulnerabilidade comum: a dependência de energia. Por menor que seja seu risco ao seu
funcionamento ou função, sem eletricidade, qualquer atual dispositivo hoje parará de
funcionar e perderá a capacidade de armazenar informação sem ser em algum momento
energizado.
É interessante perceber que de acordo com Fortes (2009) nosso desenvolvimento
linguístico e de comunicação melhorou exponencialmente ao longo dos séculos, mas
nossos antepassados ainda estão à nossa frente no quesito armazenamento de
informação. Um papiro, livro ou pergaminho, se corretamente armazenado poderá durar
séculos sem correr o risco de não poder ser lido por uma pessoa capaz de entender o
conteúdo. Não há necessidade de interfaces, software ou energia externa para ler e
transmitir o conhecimento contido nestes tipos de arquivos.
Atualmente não se pode dizer o mesmo. Como exemplificado por
Somasundaram, e Shrivastava (2011), há a necessidade de se recorrer a equipamentos
de armazenamento de dados e datacenters agregando toda a sua respectiva
infraestrutura e contratos de concessão comercial e de funcionamento para fugirmos da
dependência da constante evolução de hardware e software para mantermos nossos
dados armazenados e à salvo. Observemos que nossa atual rotina obriga pessoas e
empresas a trocar toda a sua estrutura computacional em menos de meia década para
acompanhar a evolução tecnológica imposta por nossa economia e sociedade. E pensar
que possuímos livros de papel que funcionam de mesma maneira há séculos, sem riscos
tão altos na integridade de suas informações.
Seguindo o pensamento de Somasundaram, e Shrivastava (2011), além de vários
processos sugeridos por Almeida (2006), as organizações precisam sempre se basear em
experiências rotineiras para buscar suas inovações e evoluções tecnológicas. A partir de
aí investir em soluções que realmente resolvam problemas simples, mas corriqueiros em
seus respectivos ambientes. Além de funcionar para pessoas e corporações, estas
iniciativas podem levar a resoluções que coloquem de vez a proteção de dados e

36
informações históricas em um nível satisfatório de segurança contra todos os riscos que
possuímos em nossa sociedade, e que tem chances históricas de ocorrerem. Ao longo
deste capítulo descreveremos alguns métodos de ideias inovadores que visam a
melhoria de segurança da informação nos moldes duradouros de nossos antepassados
aproveitando todo o potencial tecnológico da atualidade

6.1 – O armazenamento de dados via DNA

Aproveitando o conhecimento exposto no artigo dos senhores Limbachiya e


Gupta (2015) podemos perceber que ao longo de anos de pesquisa eles foram capazes
de aproveitar a cadeia de ácidos e proteínas de DNA natural para sequenciar bits de
dados computacionais. Ao longo de sua pesquisa, explicam que durante décadas os
dispositivos computacionais de armazenamento além de serem substituídos com certa
velocidade e mudando constantemente de padrão possuíam uma falha comum em
transmissão de dados: acumular erros em sua sequência binária ao longo dos anos, o que
os analistas da tecnologia da informação chamam comumente de corrupção de dados.
Somasundaram, e Shrivastava (2011) em seu livro descrevem inúmeras
composições técnicas de dispositivos e serviços que existem para mitigar esta falha.
Estas são baseadas em montagens de storages (avançadas unidades de armazenamento)
integradas por vários tipos de discos rígidos que poderiam ser trocados em caso de falha
em sua estrutura de dados armazenados. Entretanto Limbachiya e Gupta (2015)
apresentam métodos de utilizar o DNA natural para armazenamento, sendo que este
possui algumas propriedades já inerentes, sem a necessidade de infraestrutura robusta:

- Mecanismo de correção de erros e auto reparo.


- Não necessidade de eletricidade.
- Condição ambiental para proteção de dados e funcionamento similar ao dos
datacenters.
- Durabilidade a condições extremas de ambiente como altas pressões e temperaturas.

Além disso, em seu armazenamento, os pesquisadores nos demonstram pelas


pesquisas de vários colegas sobre a mesma questão que este tipo de armazenamento
teria uma taxa de compressão similar ao espaço ocupado pelos nossos atuais discos

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rígidos e que a integridade dos dados nos dispositivos de DNA descritos seria mais
segura a invasões ou quebra de código por hackers, já que o sequenciamento natural de
DNA contém índices naturalmente pré definidos pelos marcadores 0,1,2,3 à A,T,C,G,
codificando naturalmente cada byte de informação.
Outro aspecto que diminuiria a vulnerabilidade da dependência magnética para a
gravação de dados em uma superfície molecular é a capacidade de usar micropartículas
metálicas ao longo de sua liga molecular para realizar as funções de gravação e
armazenamento. Depois disso, sua leitura para qualquer dispositivo seria necessária
apenas o uso de lasers, similar aos encontrados para leitura em drivers ópticos.
Os custos destes experimentos e tecnologia não são muito altos para a sua
produção e execução, mas acumulando toda a reestruturação de um parque tecnológico,
as quantias envolvidas seriam grandes, além de toda uma nova adoção para padrões de
comunicação que aderissem ao uso desta tecnologia.

6.2 – Dispositivos de armazenamento “infinito”

Neste artigo Humphries (2017) nos explica sobre um experimento realizado


pelos pesquisadores japoneses Makoto Nagata and Noriyuki Miura da Universidade de
Kobe. Estes conseguiram sintetizar uma camada de metal em escala nanométrica com
uma “capa” de silício, diminuindo o espaço de compressão dados por transferência sem
contato (ou “sem fio” para os leigos).
Para se ter uma ideia da diferença deste dispositivo de armazenamento, podemos
ressaltar: os discos rígidos atuais duram em pleno funcionamento quase uma década. Os
discos de estado sólido (conhecidos por SSDs – mais rápidos em velocidade de leitura)
duram 5 anos e as mídias ópticas (CDs e DVDs) duram décadas, mas não tem a
equivalência de espaço de armazenamento e nem a velocidade. A proposta destes novos
discos é de duração de cerca de 1000 anos.
A ideia central está na longevidade de vida do dispositivo, sua maior capacidade
de armazenagem por maiores períodos de tempo e a menor necessidade de energia.
Porém vale ressaltar que mesmo sendo uma ideia menos “radical”, as suas
vulnerabilidades continuam a mesmas: dependência de energia para funcionar e de um
padrão de transmissão de dados que continue padrão por muitos anos para possibilitar
sua leitura.

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6.3 – Armazenamento em nano vidro em 5D

De longe uma das alternativas mais radicais entre as pesquisas de inovação de


armazenamento de dados e informação. Nesta pesquisa os autores Zhang, Gecevicius,
Beresna e Kazansky (2013) do centro de pesquisas opticoeletrônicos da universidade de
Southampton (Reino Unido) nos descrevem as particularidades deste novo tipo de
dispositivo de armazenamento.
Em um vidro de sílica de cerca de 2 centímetros e menos de 3 milímetros de
espessura podem ser gravados cerca de 360 Terabytes de dados através de um processo
de gravação utilizando um laser de pulsos ultrarrápidos gravando dados por várias
camadas da substância. Estas gravações quando extrapoladas em eixos de 5 dimensões
permitem o tráfego de dados de leitura e escrita.

Figura 3 Foto do nano vidro demonstrando sua real dimensão

Até aí o mini dispositivo não tem muita diferença de seus “concorrentes” a não
ser pela capacidade de resistir a temperaturas de cerca de 1000 graus Celsius por horas e
poder ser armazenado por mais de 13 bilhões de anos a temperaturas constantes de mais
de 150 graus Celsius sem perder seus dados gravados.
Os componentes para leitura e escrita neste tipo de material são relativamente
simples e de fácil calibração. Além disso, depois de gravados os pequenos discos podem
ficar milênios sem serem energizados podendo disponibilizar seus dados armazenados a
qualquer hora que forem acessados.

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Novamente o paradigma do estabelecimento de um padrão deve ser adotado pela
indústria para aproveitar a capacidade deste dispositivo, mas as atuais vulnerabilidades
dos nossos atuais equipamentos seriam enormemente atenuadas com o uso desta
tecnologia.

7 – Conclusão

Ao longo destas páginas destacamos inúmeras qualidades de nossa capacidade


computacional e suas várias vulnerabilidades. O objetivo é destacar e fomentar a
discussão sobre a importância dos serviços de informações e seu armazenamento para as
futuras gerações, com a mesma capacidade e efetividade que nossos antepassados
conseguiram realizar. É interessante que mesmo contando com tecnologias tão simples
nossos ancestrais conseguiram preservar tantos fatos históricos com tanta sabedoria e
quase nenhuma capacidade tecnológica.
Nossa atual habilidade de transmitir e receber dados é surpreendente, mas
tecnicamente muito falha e sujeita a erros. Talvez pela alta comercialização de itens e
serviços que visam um lucro máximo com um mínimo de segurança e máximo
desempenho. Ações como do Arquivo Nacional e das nações envolvidas no projeto
Interpares devem ser seguidas e são importantes para o futuro social, mas são
dependentes de fundos governamentais e estão sujeitas a riscos políticos. Deve-se
atentar para a importância não só corporativa, mas humanitária e social de preservar a
história da sociedade, como também a do cidadão comum.
É interessante observar que todos os autores citados aqui estabelecem pré-
requisitos comuns à evolução e continuidade do desenvolvimento: a inovação e a
comunicação. Estas bases devem ser buscadas em todos os âmbitos sociais, e a cultura
do armazenamento e mantimento da informação deve estar presente nestes
procedimentos.
Há chances de reverter vários vieses em nossa política de tratamento e
armazenamento de dados. As organizações políticas e corporativas podem se juntar para
reverter as vulnerabilidades que nossos autores nos descreveram. As pessoas devem
criar a cultura da preservação e defesa de seus dados, assim como as corporações
devem, para sua performance e longevidade adotar processos de reconhecimento dos
seus parques informacionais e tecnológicos.

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A adoção de padrões para o futuro, de sistemas e tecnologias comuns que
possam tornar e aproveitar os dispositivos existentes (e a serem criados) deve ser
realizada. Nossa próxima geração tem de ser capaz de acessar nossos atuais dados e de
armazená-los de forma sucinta e compreensível para ser reprocessada, inovada e
transmitida. Políticas de classificação da informação (Ministério da justiça, 2015) e
ciclo de vida da informação (Somasundaram; Shrivastava, 2011) já existem e devem
fazer parte da cultura das organizações corporativas e governamentais para a
continuidade do bem de maior valor que existe: o registro da história.

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