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Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor Tese
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,


Na dor lida sentem bem,
Demostração
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda


Gira, a entreter a razão,
Oposição/Conclusão
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Auto Psico Grafia


-Origem grega
-Ideia de próprio -Ideia da alma -Escrita
-Independente -Espírito -Registo
-Por si mesmo

1.ª estrofe:

Tese (1.º v.): - Espécie de axioma.

- Verdade universal.

Demonstração (3vv. Seguintes): - O ato da criação poética.

- Expressão de uma dor que, sendo primeiro sentida, é

representada posteriormente, através da linguagem.

Oposição (vv. 2 a 4): - Dor sentida (v. 4)

- Dor fingida (v. 3)

-Tem a 1.ª como referente.

- Mas é fruto da racionalização da dor sentida.


2.ª estrofe / Mudança de focalização:

“É os que leem o que escreve” Leitores

(perífrase)

Dor do leitor Dores na 1.ª estrofe

- Mais intensa e verdadeira como as que aí são referidas.

- Quem lê não sente A dor que o sujeito poético experimentou.

A sua própria dor.

imagina uma dor que não coincide dor sentida

fingida pelo poeta

3.ª estrofe: O sujeito poético generaliza e enuncia uma conclusão:

“O coração” (ligado a sentir)

= “comboio de corda” que “gira, a entreter a razão”.

- De brinquedo
É uma espécie de - De objeto mecânico
- Sem autonomia

- Que alimenta a razão

- Fornecendo-lhe elementos de criação

A razão - Condiciona o movimento desse “comboio”

- Mantendo-o disciplinado nas “calhas da roda”

A sensibilidade subordina-se aos limites impostos pela razão.

Conclusão: A criação poética assenta na complexa relação entre:

Coração Razão
(sentir/emoção) (pensar/ intelectualização)
Esquema interpretativo:

Poema teorizador do fingimento poético cujo título


significa descrição da própria alma.

A obra nasce

Do real (sentido) Do intelectualizado (fingido)

Coração (sentido/engano) Razão (intelecto)

Ponto de partida para a criação artística Criação/fingimento/imaginação

O que se sente é intraduzível e, ao tentar traduzir por palavras


entendíveis, adultera-se o sentimento; a nova realidade acaba por
ser mais verdadeira do que aquela que a originou

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