Aula 22 - Os Novos Modelos de Responsabilidade Social Corporativa
Aula 22 - Os Novos Modelos de Responsabilidade Social Corporativa
Aula 22 - Os Novos Modelos de Responsabilidade Social Corporativa
22
AULA
gestão da responsabilidade
social corporativa
Meta da aula
Apresentar teorias e modelos sobre
gestão da responsabilidade social
corporativa.
objetivos
Pré-requisito
Para compreender melhor esta aula,
releia o item "Empreendedorismo"
na Aula 19.
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/487456
150 C E D E R J
22
Uma empresa que tem compromisso com bem-estar e
melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas famílias e
AULA
comunidade em geral produz a riqueza voltando-se para a criação de
valor para todos os públicos com os quais se relaciona. Ao produzir a
riqueza com o foco na sustentabilidade, a empresa compromete-se, enfim,
a exercer a responsabilidade social. Há uma palavra repetida por todos
os que se propõem a definir o que é RSC: público-alvo (stakeholders),
constituído de acionistas, empregados, fornecedores, governo e todas as
entidades que de alguma forma se relacionam ou poderiam se relacionar
com a empresa. As ações de RSC objetivam criar e reforçar vínculos
com tais públicos.
! O termo responsabilidade
deriva do latim respondere (responder)
e quer dizer “a qualidade de responsável”, que
“responde por atos próprios ou de outrem”.
C E D E R J 151
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
?
As diferenças entre
filantropia e RSC
152 C E D E R J
22
“Para nascer um novo Brasil, humano, solidário, democrá-
tico, é fundamental que uma nova cultura se estabeleça,
AULA
que uma nova economia se implante e que um novo
poder expresse a sociedade democrática e a democracia
no Estado.”
Conheça mais sobre a vida e a obra de Betinho no ende-
reço http://www.ibase.org.br/betinho_especial/luta_cidada.htm
C E D E R J 153
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
Atividade 1
Você já conhece a opinião do economista Milton Friedman
(Aula 21) a respeito da RSC. Agora, analise outra afirmação
dele: “Os gestores de uma empresa são empregados dos
acionistas e, portanto, têm responsabilidade fiduciária, que é
de maximizar seus lucros.” Para ele, dar dinheiro para causas
sociais ou praticar caridade é roubar os acionistas. Friedman
afirma, ainda, que “desenvolver projetos sociais transcende
as competências de uma empresa, pois o social não é o seu
negócio, e sim do governo”.
Fonte: Friedman, Milton. “The Social Responsability of Business is to
increase its profits”, The New York Times, September 13th, 1970.
Lendo os argumentos de Friedman, você tem duas opções: ser
contra ou a favor. Dê sua opinião a respeito, expressando suas
Milton Friedman
razões.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Comentário
Se você é a favor da argumentação de Friedman, isto significa que, em sua opinião,
a empresa já exerce a sua função social ao cumprir suas obrigações legais (pagar
salários, conceder benefícios, pagar impostos etc.) e, portanto, investir em projetos
sociais externos significa reduzir a sua lucratividade. Assim, você entende que a
RSC é função do Estado e não das empresas.
154 C E D E R J
22
Se você é contra os argumentos de Friedman, é a favor do exercício da
AULA
responsabilidade social pelas empresas. E, desse modo, entende que desenvolver
projetos sociais e praticar filantropia fazem parte das funções de qualquer
empresa. O lucro, nesse caso, é apenas um dos objetivos da empresa.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Fljhfdshrukeurrewfd.jpg
C E D E R J 155
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
OS BENEFÍCIOS DA RSC
156 C E D E R J
22
Tudo isso contribui para a sua permanência e seu crescimento,
diminuindo o risco de mortalidade, que costuma ser alto entre os
AULA
novos negócios (Texto extraído do documento “Responsabilidade
Social e Empresarial para Micro e Pequenas Empresas.)”
Atividade 2
O caso da Unimed
Resposta Comentada
A dimensão ambiental compreende as ações de reciclagem e aproveitamento de
resíduos e de coleta seletiva. A dimensão social refere-se às ações de promoção da
saúde e de fomento da cidadania. E a dimensão econômica também se reflete nas
ações de reciclagem do lixo hospitalar que, possivelmente, dará origem à criação
ou apoio a cooperativas, cujos membros vão se beneficiar economicamente
da venda desses resíduos e do material reciclado.
C E D E R J 157
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
158 C E D E R J
22
dos, a transparência com que se revela para os acionistas e para a
comunidade em geral e as políticas que desenvolvem para não agredir
AULA
o meio ambiente.
As ações sociais de uma empresa podem ser direcionadas para
um ou mais campos de atuação (Figura 22.1). Há empresas que focam
a solução de problemas sociais específicos (a Fundação Bradesco, na
Educação, a Fundação McDonald, no combate e prevenção ao câncer
infantil). Outras empresas atuam como verdadeiros agentes de evolução
social em suas comunidades de entorno (são exemplos as empresas do
tipo Usiminas, Belgo-Mineira e outras), realizam investimentos nas
áreas social, educacional, médico-hospitalar, habitacional e de infra-
estrutura, atuando como verdadeiras entidades NEOGOVERNAMENTAIS.
N E O G O V E R-
E, finalmente, aquelas empresas que agem no campo do desenvolvimento NAMENTAL
Figura 22.1
C E D E R J 159
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
A Norma SA 8.000
160 C E D E R J
22
certificado internacional baseado nas convenções da OIT, na Declaração
Universal dos Direitos Humanos e na Convenção da ONU dos Direitos da
AULA
Criança sobre o resultado do trabalho da SAI. Essa norma de qualidade
tem por objetivo certificar empresas que contam com seu sistema gerencial
voltado para projetos de responsabilidade social. Desenvolvida por um
conselho internacional que reúne empresários, ONGs e organizações
sindicais, a SA 8.000 quer encorajar a participação de todos os setores
da sociedade na busca de dignas condições de trabalho.
A norma SA 8.000 estabelece um modelo de sistema de Gestão
da RSC e requisitos relacionados ao:
– trabalho infantil;
– trabalho forçado;
– saúde;
– segurança;
– liberdade de sindicalização;
– direito de negociação coletiva;
– discriminação;
– práticas disciplinares;
– horas de trabalho;
– remuneração.
Valores e transparência
Valores e princípios éticos formam a base da cultura de uma
empresa, orientando sua conduta e fundamentando sua missão social.
A noção de responsabilidade social empresarial decorre da compreensão
de que a ação das empresas deve, necessariamente, buscar trazer benefícios
para a sociedade, propiciar a realização profissional dos empregados,
promover benefícios para os parceiros e para o meio ambiente e
trazer retorno para os investidores. A adoção de uma postura clara e
transparente no que diz respeito aos objetivos e compromissos éticos da
empresa fortalece a legitimidade social de suas atividades, refletindo-se
positivamente no conjunto de suas relações.
C E D E R J 161
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
Público interno
A empresa socialmente responsável não se limita a respeitar os
direitos dos trabalhadores, consolidados na legislação trabalhista e nos
padrões da OIT (Organização Internacional do Trabalho), ainda que
esse seja um pressuposto indispensável. A empresa deve ir além e investir
no desenvolvimento pessoal e profissional de seus empregados, bem
como na melhoria das condições de trabalho e no estreitamento de suas
relações com os empregados. Também deve estar atenta para o respeito
às culturas locais, revelado por um relacionamento ético e responsável
com as minorias e instituições que representam seus interesses.
Meio ambiente
A empresa relaciona-se com o meio ambiente causando impactos
de diferentes tipos e intensidades. Uma empresa ambientalmente respon-
sável deve gerenciar suas atividades de maneira a identificar esses
impactos, buscando minimizar aqueles que são negativos e amplificar
os positivos. Deve, portanto, agir para a manutenção e melhoria das
condições ambientais, minimizando ações próprias potencialmente
agressivas ao meio ambiente, e disseminando para outras empresas as
práticas e conhecimentos adquiridos neste sentindo.
Fornecedores
A empresa socialmente responsável envolve-se com seus forne-
cedores e parceiros, cumprindo os contratos estabelecidos e trabalhando
pelo aprimoramento de suas relações de parceria. Cabe à empresa
transmitir os valores de seu código de conduta a todos os participantes
de sua cadeia de fornecedores, tomando-o como orientador em casos de
conflito de interesses. A empresa deve conscientizar-se de seu papel no
fortalecimento da cadeia de fornecedores, atuando no desenvolvimento
dos elos mais fracos e na valorização da livre concorrência.
Consumidores e clientes
A responsabilidade social em relação aos clientes e consumidores
exige da empresa o investimento permanente no desenvolvimento de
produtos e serviços confiáveis, que minimizem os riscos de danos à saúde
dos usuários e das pessoas em geral. A publicidade de produtos e serviços
deve garantir seu uso adequado. Informações detalhadas devem estar
162 C E D E R J
22
incluídas nas embalagens e deve ser assegurado suporte para o cliente
antes, durante e após o consumo. A empresa deve alinhar-se aos interesses
AULA
do cliente e buscar satisfazer suas necessidades.
Comunidade
A comunidade em que a empresa está inserida fornece-lhe
infra-estrutura e o capital social representado por seus empregados
e parceiros, contribuindo decisivamente para a viabilização de seus
negócios. O investimento pela empresa em ações que tragam benefícios
para a comunidade é uma contrapartida justa, além de reverter em
ganhos para o ambiente interno e na percepção que os clientes têm da
própria empresa. O respeito aos costumes e culturas locais e o empenho
na educação e na disseminação de valores sociais devem fazer parte de
uma política de envolvimento comunitário da empresa, resultado da
compreensão de seu papel de agente de melhorias sociais.
Governo e sociedade
A empresa deve relacionar-se de forma ética e responsável com os
poderes públicos, cumprindo as leis e mantendo interações dinâmicas com
seus representantes, visando à constante melhoria das condições sociais e
políticas do país. O comportamento ético pressupõe que as relações entre
empresa e governos sejam transparentes para a sociedade, os acionistas,
os empregados, os clientes, os fornecedores e os distribuidores. Cabe à
empresa manter uma atuação política coerente com seus princípios éticos
e que evidencie seu alinhamento com os interesses da sociedade.
(Fonte: http://cidadania.terra.com.br/interna/0,,OI289819-EI3453,00.html)
Atividade 3
O caso da Bunge
A Bunge é uma das principais empresas de agribusiness e alimentos do país. Por meio
de suas subsidiárias – a Bunge Fertilizantes e a Bunge Alimentos –, produz fertilizantes
e ingredientes para nutrição animal, processa e comercializa soja, trigo e outros grãos,
fornece matéria-prima para a indústria de alimentos e food service, além de produzir
alimentos para o consumidor final. Em 2004 faturou 23,2 bilhões de reais. Tem 11 mil
funcionários distribuídos em 300 unidades (fábricas, portos, centros de distribuição e
silos de grãos).
Em 2002, a Fundação Bunge, braço social do grupo, lançou o programa “Comunidade
Educativa”, com o objetivo de capitalizar o entusiasmo e a criatividade dos
C E D E R J 163
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
Resposta
São as seguintes as principais características desse programa:
– voltado para diversos públicos (empregados, membros da comunidade, alunos,
pais de alunos, professores etc.);
– tem um duplo objetivo: interno (promover a cultura corporativa, capitalizar o
entusiasmo e a criatividade dos funcionários) e externo (melhorar a qualidade
de ensino na rede pública);
– fomenta o voluntariado corporativo na empresa;
– é centrado em dois problemas sociais de grande relevância: promove as melhores
práticas de ensino público fundamental e combate a evasão escolar;
– formação de uma rede social.
Trata-se, portanto, de um voluntariado corporativo de ação.
Os empregados voluntários trabalham no programa e contribuem decisivamente
para o alcance dos seus resultados. A rede criada pelo programa é constituída
de funcionários, consultores, alunos e professores.
164 C E D E R J
?
22
AULA
Uma cultura participativa dentro
da empresa refere-se a um tipo de gestão que
dá poderes aos funcionários, permite que eles participem de
decisões importantes, mantém uma comunicação simétrica, incentiva
o trabalho em equipe e possui menos regras rígidas de acompanhamento
de tarefas. Ao contrário, uma cultura autoritária trata os funcionários
como parte da máquina, valoriza mais os resultados do que a
criatividade para a inovação e pratica regras rígidas com
detalhamento das tarefas.
A pesquisa do IPEA
O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), uma
fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, realizou, em 1998, uma pesquisa
nacional sobre as ações sociais desenvolvidas pelas empresas.
No Rio de Janeiro foi constatado que 59,0% das empresas
já haviam realizado algum tipo de ação social. No Espírito
Santo, esse percentual foi inferior (45,0%). Os Estados de São
Paulo e Minas apresentaram índices maiores: 66,0% e 81,0%,
respectivamente.
O modelo de Lipson
C E D E R J 165
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
O modelo de Davis
AULA
econômico e social da sociedade em que atuam).
O MODELO DE WOOD
C E D E R J 167
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
4o Responsabilidades filantrópicas
3o Responsabilidades econômicas
2o Responsabilidades éticas
1o Responsabilidades legais
168 C E D E R J
22
No 1o degrau, temos as responsabilidades legais, das quais derivam
as outras. Ao aplicá-las, as empresas cumprem as leis e os regulamentos
AULA
do governo.
No 2o degrau, temos as responsabilidades éticas, que se traduzem
na adoção de padrões de conduta aceitável no relacionamento da empresa
com seus stakeholders (empregados, clientes, fornecedores, governo,
sociedade).
No 3o degrau, estão as responsabilidades econômicas que dizem
respeito à busca incessante do lucro (a maximização da riqueza ou valor
para seus stakeholders, sobretudo proprietários, empregados, clientes,
acionistas e sociedade).
Finalmente, as responsabilidades filantrópicas (4o degrau), que se
traduzem na realização de ações sociais em benefício da sociedade.
C E D E R J 169
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
O filme Quanto vale ou é por quilo, de Sérgio Bianchi, critica o que ele denomina indústria da
boa ação da qual participam empresas socialmente responsáveis, ONGs, governo e entidades que
realizam ações sociais filantrópicas. Para Bianchi, a indústria da caridade ou da boa ação é centrada
nos sintomas e não nas causas dos problemas sociais. Vive de doações, mas não dá condições para
o pobre reerguer-se. São ações meramente pontuais, feitas, em sua grande maioria, por ONGs que
gastam mais com sua estrutura do que propriamente com suas ações sociais, sendo que muitas vivem
exclusivamente dos recursos do governo. Cria a falsa noção do mercado dos pobres e da miséria.
Sinopse
Uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da
miséria pelo marketing social, que forma uma solidariedade de fachada.
No século XVII um capitão-do-mato captura uma escrava fugitiva, que
está grávida. Após entregá-la ao seu dono e receber sua recompensa, a
escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais uma ONG implanta o
projeto Informática na Periferia em uma comunidade carente. Arminda,
que trabalha no projeto, descobre que os computadores comprados foram
superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada. Candinho, um
jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel
para conseguir dinheiro para sobreviver.
Atenção: Acesse o site e veja o trailler do filme.
(Fonte: http://www.comciencia.br/200405/resenhas/resenha2.htm)
170 C E D E R J
22
CONCLUSÃO
AULA
São muitas as controvérsias que cercam a prática da RSC pelas
empresas. Os seguidores do economista Milton Friedman alegam que a
empresa, ao cumprir suas obrigações legais, gera empregos, paga salários
e benefícios para os seus empregados e, portanto, já cumpre o seu papel
social. Exigir dela novas ações sociais implica transformá-la em uma
entidade neogovernamental e retirar do Estado a sua função básica de
prestar serviços sociais à comunidade.
Os críticos de Friedman, ao contrário, defendem a prática da
RSC como uma função empresarial compatível com a busca do lucro.
E, para os adeptos do marketing social, ajuda a empresa a incrementar
seus lucros e obter melhor posicionamento e vantagens competitivas no
mercado.
O uso das ações sociais como instrumento de marketing também
tem sido alvo de muitas polêmicas. Para alguns teóricos, as empresas
socialmente responsáveis devem adotar um perfil low profile (baixa
visibilidade) e não divulgar suas ações sociais na mídia, pois, se o fizerem,
estarão incorporando o social ao seu negócio e dele tirando proveito
em termos de lucros e oportunidades de mercado. Para esses críticos do
marketing social, a RSC é uma prática secundária e paralela e, sendo
assim, não deve ser objeto do marketing da empresa, porque este deve
ser restrito às práticas comerciais.
Por outro lado, existe a corrente dos adeptos do marketing
social que pregam a estratégia do high profile (alta visibilidade) das
ações sociais. Defendem as práticas do marketing social e demonstram
os seus benefícios para os empregados da empresa, para o fomento do
voluntariado e para o estímulo à participação da sociedade.
É neste contexto que a RSC tornou-se um dos principais objetos
de estudo da moderna teoria administrativa.
C E D E R J 171
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
Atividades Finais
Ações sociais inovadoras com sinergia: o caso Tecnisa
Agora que você leu com atenção, identifique algumas características das ações sociais
desenvolvidas pela empresa (os projetos Ler e Construir e Profissionais do Futuro) e
informe porque elas são importantes.
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
________________________________________________________________
172 C E D E R J
22
Resposta Comentada
AULA
A principal característica de tais ações é a sua alta sinergia com o negócio da empresa.
Seu objetivo é formar e capacitar futuros profissionais para a própria empresa. Com
isso, a empresa aumenta a qualidade da sua mão-de-obra, incentiva a lealdade dos
novos empregados e constrói um clima saudável de trabalho entre os instrutores da
empresa e os empregados participantes do programa.
2. As ações sociais da Tecnisa não param por aí. Um outro projeto inovador da empresa
é o Projeto Vizinho.
Seu objetivo é estabelecer um relacionamento e, sobretudo, o convívio pacífico com
todos os vizinhos que residem no local próximo ao empreendimento em obras.
No início da obra, a empresa envia uma xícara que simboliza a política de boa
vizinhança, com uma carta de apresentação do engenheiro responsável pela obra.
Na carta, são explicados os detalhes da obra, suas características, seus benefícios para
a vizinhança e são solicitadas sugestões.
Abre-se, também, um canal de relacionamento com os vizinhos da obra, através
da divulgação do e-mail da empresa, para envio de futuras reclamações, dicas e
sugestões.
Identifique a principal característica inovadora desse projeto.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Resposta Comentada
Trata-se de um projeto social inovador porque atua como um instrumento de comunicação
e marketing de relacionamento com os vizinhos. Cria e reforça vínculos com a vizinhança
e fortalece a imagem da empresa na comunidade local.
3. Agora, identifique, para cada uma das afirmações contidas nos itens a seguir, os
níveis de responsabilidade social envolvidos no desempenho da Tecnisa.
a. A Tecnisa segue rigorosamente todas as leis municipais que regem os aspectos
relacionados à poluição sonora e dos horários de trabalho. Por exemplo, no estágio
da fundação, de segunda a sábado, os trabalhos nas obras se iniciam às 8 horas da
manhã (e não às 6 horas) e se encerram às 19:30h e não às 22:00h, conforme previsto
em lei.
___________________________________________________________________
C E D E R J 173
História do Pensamento Administrativo | Os novos modelos de gestão da responsabilidade social corporativa
Respostas Comentadas
a. Nível de responsabilidades legais (pagamento de impostos e cumprimento das leis).
b. Nível de responsabilidade nos campos ético e social (adoção de padrões de conduta
aceitável no relacionamento da empresa com os seus diversos públicos: empregados,
clientes, fornecedores e sociedade).
c. Nível de responsabilidade no campo econômico (produzir bens e serviços, maximizar
riqueza ou valor para seus proprietários, acionistas e parceiros).
d. Nível de responsabilidade filantrópica (conjunto de ações sociais que beneficiam
pessoas, grupos e entidades da sociedade).
174 C E D E R J
22
RESUMO
AULA
A prática da RSC teve início em 1953, nos Estados Unidos, e chegou ao Brasil
nos anos 1970, quando foi publicada a carta de princípios do dirigente
cristão de empresas pela Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas
do Brasil.
O exercício da RSC ganhou grande impulso com os trabalhos realizados
pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – GIFE (1989), da Fundação
Abrinq (1990) e do Instituto Ethos (1998). E, mais recentemente, com a
criação de diversos institutos e fundações de caráter social pelas empresas
e o surgimento das ONGs no âmbito do Terceiro Setor.
Em 1997, surgiu o primeiro modelo de Balanço Social, criado pelo IBASE,
sendo hoje um instrumento de gestão muito utilizado pelas empresas.
A prática da RSC foi amplamente disseminada no mundo empresarial e
na mídia. Muitas empresas, até mesmo as micro, pequenas e médias, já
incorporaram as ações sociais ao seu modelo de gestão. Na mídia, já são
várias as iniciativas sob a forma de prêmios, pesquisas e publicações especiais
que divulgam e fomentam novas práticas de RSC.
Em 1998, a pesquisa do IPEA demonstrou significativo crescimento das
ações sociais empresariais, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste. No mundo
acadêmico, foram produzidos diversas teorias e modelos de análise dos
processos de RSC nas empresas e no âmbito do Terceiro Setor.
A partir dos anos 1990, houve um expressivo crescimento das ações de
marketing social e ampliou-se enormemente o escopo das ações de RSC,
com a incorporação das dimensões da ética e da sustentabilidade.
Na próxima aula, você vai conhecer as idéias de Tom Peters e seus seguidores,
que analisam o fenômeno da busca da excelência empresarial.
C E D E R J 175