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Custos Logísticos - Aula 3

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Material 3

2.2.3 Classificação do Custo de Fabricação


Em relação aos produtos
Em relação aos produtos fabricados, o custo pode ser direto ou indireto.
Custos Diretos compreendem os gastos com materiais, mão de obra e
Gastos Gerais de Fabricação aplicados diretamente na fabricação dos
produtos. São assim denominados porque, além de integrarem os produtos,
suas quantidades e valores podem ser facilmente identificados em relação a
cada produto fabricado.
Custos Indiretos compreendem os gastos com materiais, mão de obra e
Gastos Gerais de Fabricação aplicados indiretamente na fabricação dos
produtos. São assim denominados porque, além de não integrarem os
produtos, é impossível uma segura identificação de suas quantidades e valores
em relação a cada produto fabricado.
A classificação dos gastos em Custos Indiretos é dada tanto àqueles que
impossibilitam uma segura e objetiva identificação em relação aos produtos
fabricados, como também àqueles que, mesmo integrando os produtos (como
ocorre com parte dos materiais secundários em alguns processos de
fabricação), pelo pequeno valor que representam em relação ao custo total, os
cálculos e controles ficam tão onerosos que é preferível tratá-los como
indiretos. (Característica Qualificativa Fundamental da Informação Contábil
Financeira Útil, da materialidade).
A impossibilidade de identificação desses gastos em relação aos produtos
ocorre porque os referidos gastos beneficiam a fabricação de vários produtos
ao mesmo tempo.
Veja alguns exemplos:
• Aluguel da fábrica — o aluguel é pago para que a empresa possa
utilizar o imóvel durante um período. Essa utilização beneficia a
fabricação de todos os produtos e o normal é que não seja possível
identificar esse gasto com esse ou aquele produto fabricado;
• Energia elétrica — a energia elétrica consumida na iluminação das
dependências da fábrica, bem como aquela consumida por máquinas
que não possuem medidores para permitir o controle do consumo, não
poderá ser identificada em relação a cada produto fabricado;
• Salários e encargos dos chefes de seção e dos supervisores da
fábrica — esse pessoal trabalha dando assistência e supervisão a

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vários setores na área de produção. Seus trabalhos, portanto,


beneficiam toda produção de um período, dificultando assim a
identificação com esse ou aquele produto.

A atribuição dos Custos Indiretos aos produtos é feita por meio de critérios
que podem ser estimados ou até mesmo arbitrados pela empresa.
A distribuição dos Custos Indiretos aos produtos denomina-se, conforme já
dissemos, rateio, e a medida que serve de parâmetro para se efetuar essa
distribuição denomina-se base de rateio.
Resumo
Os gastos com materiais, mão de obra e Gastos Gerais de Fabricação
podem ser classificados como Custos Diretos ou como Custos Indiretos. Serão
considerados Diretos quando suas quantidades e seus valores puderem ser
facilmente identificados em relação a cada produto fabricado; serão Indiretos
quando não for possível essa identificação. Geralmente, a matéria-prima, a
maior parte dos materiais secundários e de embalagem e quase a totalidade da
mão de obra do pessoal da fábrica, são facilmente identificáveis em relação
aos produtos fabricados, motivo pelo qual são classificados como Custos
Diretos.
Por outro lado, geralmente uma pequena parcela dos materiais
secundários e do material de embalagem, o total dos materiais auxiliares, uma
parte da mão de obra (chefia e supervisão) e os Gastos Gerais de Fabricação
são de difícil identificação em relação aos produtos, motivo pelo qual são
classificados como Custos Indiretos de Fabricação.
Se a empresa fabricar apenas um produto, é evidente que todos os gastos
atribuídos à produção de um determinado período serão apropriados a esse
produto, sem maiores complicações. Nesse caso, a soma dos custos totais da
produção de um mês refere-se exclusivamente ao único produto fabricado no
referido mês. Por outro lado, caso a empresa industrial fabrique vários tipos de
produtos, a atribuição dos custos incorridos na fabricação deverá ser feita de
forma diferente. Os Custos Diretos serão atribuídos a cada produto sem
maiores complicações, enquanto que os Custos Indiretos serão atribuídos a
cada produto de forma proporcional, com base nas quantidades produzidas, no
tempo de trabalho necessário para a fabricação de cada um, ou com base em
outro critério que deverá ser definido em cada caso em particular.

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Em relação ao volume de produção


Em relação ao volume de produção, os custos podem ser Fixos ou
Variáveis.
Custos Fixos são aqueles que permanecem estáveis independentemente
de alterações no volume da produção. São custos necessários ao
desenvolvimento do processo industrial em geral, motivo pelo qual se repetem
em todos os meses do ano.
São Custos Fixos: aluguel da fábrica, água (utilizada para consumo do
pessoal e limpeza da fábrica), energia elétrica (utilizada para iluminação da
fábrica), salários e encargos dos mensalistas que trabalham na manutenção e
limpeza da fábrica, seguro do imóvel, segurança da fábrica, telefone,
depreciação normal das máquinas, salários e encargos dos supervisores da
fábrica etc.
É importante salientar que os Custos Fixos podem sofrer alguma variação
de um período para outro, por exemplo, com o aluguel que, em consequência
de cláusulas contratuais, sofre reajustes periódicos; com os salários e encargos
que podem variar em decorrência da própria legislação trabalhista etc. No
entanto, mesmo estando sujeitos a variações dessa natureza, esses custos
continuam sendo classificados como fixos, porque a classificação dos custos
em fixos e variáveis é feita exclusivamente em relação ao volume da produção.
Há ainda situações em que alguns Custos Fixos podem sofrer pequenas
variações em decorrência de aumentos no volume da produção, como ocorre,
por exemplo, com o uso de telefones, com o consumo de materiais de limpeza
etc. Entretanto, esses custos não perdem a condição de fixos, uma vez que
podem variar até um determinado limite da variação do volume da produção e
depois permanecem estáveis novamente.
Assim, ainda que alguns Custos Fixos sofram pequenas alterações, como
essas eventuais alterações não acompanham proporcionalmente os aumentos
que ocorrem no volume da produção, eles não perdem a condição de fixos.
Finalmente, é importante salientar que os Custos Fixos, por não integrarem
os produtos e por beneficiarem a fabricação de vários produtos ao mesmo
tempo, são também denominados Custos Indiretos.
Custos Variáveis são aqueles que variam em decorrência do volume da
produção. Assim, quanto mais produtos forem fabricados em um período,
maiores serão os Custos Variáveis.

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Veja, como exemplo, a matéria-prima. Se para fabricar uma saia é


necessário 1,50 m de tecido, para se fabricar 50 saias serão necessários 75 m
desse mesmo tecido. Assim, quanto maior for a quantidade fabricada, maior
será o consumo de matéria-prima e, consequentemente, maior será o seu
custo.
Os Custos Variáveis, por estarem vinculados ao volume produzido, são
também denominados Custos Diretos.
É importante salientar que em relação ao volume de produção, entre os
Custos Fixos é comum alguns possuírem uma parcela variável e, entre os
Custos Variáveis, também é comum alguns possuírem uma parcela fixa. Daí as
denominações de Custos Semifixos e Custos semivariáveis.
Custos Semifixos, portanto, são os Custos Fixos que possuem uma parcela
variável. Exemplo: a energia elétrica. A parcela fixa da energia elétrica é aquela
que independe da produção do período, sendo utilizada geralmente para
iluminação da fábrica; a parte variável é aquela aplicada diretamente na
produção, variando de acordo com o volume produzido. Isso, evidentemente,
só ocorre quando é possível medir a parte variável.
Custos semivariáveis são, portanto, os Custos Variáveis que possuem uma
parcela fixa. Como exemplo, a mão de obra aplicada diretamente na produção
é variável em função das quantidades produzidas, ao passo que a mão de obra
da supervisão da fábrica independe do volume produzido e, por isso, é
classificada como fixa.
Por possuírem parcela fixa e parcela variável, esses custos são também
conhecidos por Custos Mistos.

Referências bibliográficas:
Castiglioni, José Antônio de Mattos; Nascimento, Francisco Carlos do – Custos
de Processos Logísticos – Ed. Érika – 1ª Ed. 2014.
Ribeiro, Osni Moura – Contabilidade de Custo Fácil – Ed. Saraiva – 9ª Ed.
2014.

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