Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Aula 7 - Fluido de Corte

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 34

CURSO TÉCNICO MECATRÔNICA

SENAI CARLOS TANNHAUSER


SANTA CRUZ DO SUL

FLUIDO DE CORTE

PROF: Eng. Fernando A Alexander


Introdução

A busca por valores maiores de velocidade de


corte sempre foi almejada em virtude de uma maior
produção de peças, e isso foi possível devido ao
surgimento de novos materiais de corte (metal duro,
cerâmicas, ultra-duros (“PCB” e “PCD”) capazes de
usinar os materiais com altíssimas vc(velocidade de
corte), em contrapartida grandes valores de
temperaturas foram geradas na região de corte devido a
um grande atrito entre a peça e a ferramenta.
O calor excessivo prejudica a qualidade do trabalho
por várias razões:

1. Diminuição da vida útil da ferramenta;


2. Aumento da oxidação da superfície da peça e da
ferramenta;
3. Aumento da temperatura da peça, provocando
dilatação, erros de medidas e deformações.

Para resolver estes problemas surgiram fluidos de


corte, que são materiais compostos por sólidos, gases e,
na maioria das vezes, líquidos. .
Histórico

Há mais de 100 anos - W.H.Northcott - primeira


publicação a respeito do aumento de produtividade em
usinagem devida ao uso de fluidos de corte

1868 - W.H.Northcott - "A Treatise on Lathes and


Turning”

1894 - F.W.Taylor – uso de água na região de corte


permite um aumento de vc entre 30 – 40%.
Funções dos fluidos de corte:

As principais funções dos fluidos de corte são:


• Refrigeração a altas velocidades;
• Lubrificação a baixas velocidades.

Outras funções:
• Ajudar a retirar cavaco da zona de corte;
• Proteger a máquina-ferramenta e a peça da corrosão
atmosférica e de contato).
Por que estes meios lubri-refrigerantes não são
utilizados em alguns casos?

• Custos de manutenção;

• Legislação ambiental;

• Quando do emprego de ferramentas que não resistem a


choques térmicos (cerâmicas de corte);

• Reciclagem dos cavacos (operação de limpeza);

• Contato fluido/operador (problemas de saúde);. .


Classificação segundo a norma DIN 51385

• Não miscíveis em água (óleos)


• Miscíveis em água (emulsões)
Função dos Fluidos de Corte
Função dos Fluidos de Corte

– Caráter Funcional
Redução do atrito entre ferramenta e cavaco;
Expulsão dos cavacos gerados;
Refrigeração da ferramenta;
Refrigeração da peça;
Melhoria do acabamento da superfície usinada;
Refrigeração da máquina-ferramenta.

– Caráter Econômico
Redução do consumo de energia;
Redução dos custos de ferramenta;
Diminuição ou eliminação da corrosão na peça .
Principais Fluidos de Corte

- Água - redução da temperatura;

- Óleos graxos - redução do atrito;

- Óleos minerais - inicialmente na usinagem de latão, ligas não-


ferrosas e operações leves com aço;

- Óleos minerais com óleos de toicinho - operações mais severas


- Surgimento de novos materiais de ferramentas, possibilitando
maiores vc‘s - desenvolvimento dos fluidos;

- Combinações de óleos minerais , óleos graxos e aditivos ( enxofre ,


cloro , fósforo, etc).
Regiões de ação do fluido de corte

Zona A - diminuição do atrito na interface


ferramenta-cavaco (diminuição do calor
gerado)

Zona B - diminuição do atrito na interface


peça-ferramenta (diminuição do calor
gerado)

Zona C - diminuição do atrito entre a


ferramenta e o cavaco (aumento do
ângulo de cisalhamento f e, diminuição
de na taxa de deformação)
Refrigeração da região de corte
Refrigeração da região de corte – efeito sobre a vida da
ferramenta

➔As condições na interface


ferramenta-cavaco favorecem a
difusão metálica (enfraquecimento da
superfície ativa)
➔A tendência à difusão é
diretamente proporcional à variação
da temperatura
Efeitos na refrigeração da peça

- Redução de deformações devidas às tensões oriundas


de grandes aquecimentos locais ou mesmo totais.

- Eliminação de cores de revenido na superfície usinada


(usinagem por abrasão (retirada de material por atrito),
operações de retificação - acabamento da peça.

- Manutenção das medidas da peça em trabalho em


operações com tolerâncias estreitas.

- Facilidade para o manuseio da peça usinada.


Efeitos na refrigeração da máquina-ferramenta

- Manutenção da precisão da máquina - dimensões e


posições de guias e dispositivos

Melhorias do acabamento da superfície usinada

- Diminuição de danos térmicos.


- Diminuição do atrito ferramenta / peça.
Melhorias de caráter econômico
- Redução do consumo de energia - diminuição do grau
de recalque e consequentemente da força de usinagem.

- Redução dos custos de ferramenta - redução do


desgaste e em consequência aumento da vida.

- Diminuição ou eliminação da corrosão na peça,


proteção do filme de fluido da umidade, vapores, etc

Expulsão dos cavacos gerados


- Muito importante principalmente em processos como
furação, furação profunda e alguns tipos de fresamento.
Tipos de fluidos de corte
Óleos de corte
– Com aditivos ativos
• Empregados para altas pressões e temperaturas;
• Função de reagir quimicamente com a superfície
nascente do cavaco;
• Melhoram condições de atrito (cisalhamento);
Ex: enxofre e cloro (restrições no emprego do cloro);

– Com outros aditivos (inativos)


• Óleos minerais puros, óleos graxos, compostos de óleo
mineral e óleos graxos puros;
• Anti-fricção, anti-corrosão, anti-oxidante.
Tipos de fluidos de corte

Óleos emulsionáveis

Óleos solúveis (Água , agentes emulsificantes e aditivos)

Vantagens: - grande redução de calor


- remoção de cavacos.
- mais econômico.
- melhor aceitação pelo operador.
- menos agressivo à saúde e mais benefícios a
segurança.
Tipos de fluidos de corte

Fluidos Sintéticos

Não contém óleos de petróleo, sendo seu uso mais


apropriados como fluido refrigerante. (biodisel)

Vantagens:
- alta capacidade de refrigeração.
- vida útil do fluido bastante grande.
- filmes residuais pequenos e de fácil remoção.
- fáceis de misturar.
- relativa facilidade no controle da concentração
desejada.
Tipos de fluidos de corte

Fluidos Gasosos

Ar comprimido

- Retirada de calor e expulsão dos cavacos da zona de


corte.
- Menor viscosidade ==> melhor penetração na zona ativa
da ferramenta.
- Principais gases utilizados: Argônio , Hélio , Nitrogênio e
Dióxido de Carbono garantem proteção contra oxidação e
refrigeração mas proporcionam altos custos.
Tipos de fluidos de corte

Meios sólidos

Bissulfeto de Molibdênio, Sulfeto de zinco, Grafite em pó.


São utilizados como fluido refrigerante em certas
aplicações.
Efeitos do uso de fluidos de corte

- Desgaste de adesão - efeito de lubrificação -


eliminação de pequenos gumes postiços dentro de uma
certa faixa de vc

- É desejável a formação de graxas resistentes à alta


pressão e com baixa resistência ao cisalhamento
(aditivos EP)

- A ação de alguns componentes (enxofre, cloro e


fósforo) começa somente a partir de uma certa
temperatura
Efeitos do uso de fluidos de corte

- Com o aumento de vc as condições para a formação


do filme de fluido tornam-se desfavoráveis.

- Diminuição do tempo para a reação entre os aditivos e


a superfície metálica.

- Aumento de temperatura - deformação da ferramenta


e difusão é necessária a refrigeração na zona de corte.

- A partir de uma certa vc a vida da ferramenta é muito


mais influenciada pela capacidade de refrigeração do
que de lubrificação de um fluido.
Efeitos do uso de fluidos de corte

- A emulsão leva a um resfriamento, e


conseqüentemente a um aumento da resistência do
material.

- Desgaste reduzido – vc máx p/ VB máx (percurso total


maior)

- Aumentar a vida com diminuição da temperatura de


trabalho (ter condições de temperatura de usinagem no
gume próxima à temperatura de amolecimento)
Aspectos Nocivos dos Fluidos de Corte
- Grande parte dos fluidos possui componentes que podem
causar, além do impacto ambiental, doenças ao ser humano.

- Contato do fluido com o operário pode ser direto ou através


de vapores, névoa ou subprodutos formados durante a
usinagem.

- Doenças causadas pela ação direta com o fluído de corte


• Problemas de pele (irritações, dermatites, erupções, ...).
• Câncer (pele, reto, cólon, bexiga, estômago, esôfago,
pulmão, próstata, pâncreas,...).
• Doenças pulmonares (asma, bronquite, pneumonia, fibroses,
redução da capacidade respiratória,...).
Tendências no uso de Fluidos de Corte
Processos de revestimentos de ferramentas
Tendências no uso de Fluidos de Corte

- Até há poucos anos - minimização de custos e aumento


de produção.

- Atualmente - custos, produção e preocupação com


aspectos ambientais.

- No futuro - leis ambientais rígidas


Tendências no uso de Fluidos de Corte

- Aspectos econômicos
• Custos com tratamento dos fluidos podem ser o dobro
do custo com ferramentas de corte.
• A redução da utilização de fluidos e otimização dos
parâmetros de corte traz benefícios.

- Aspectos tecnológicos
• Aumento de produtividade sem o uso de fluido.
• Novos materiais de ferramentas (mais resistentes)
implicam na diminuição da necessidade dos fluidos.
Tendências no uso de Fluidos de Corte

- Aspectos ecológicos

• Agente nocivo ao homem e ao meio ambiente.


• Doenças de pele, câncer, doenças pulmonares.
• Descarte de fluidos - agressão ao meio ambiente.
• Novas leis (rígidas) - diminuição do impacto ambiental.
• Desenvolvimento de processos alternativos.
Tendências no uso de Fluidos de Corte

– Qual é a tendência?

REDUÇÃO OU ELIMINAÇÃO DO EMPREGO DE


FLUIDOS LUBRI-REFRIGERANTES NA USINAGEM

– Necessidade de alternativas para suprir a ausência de


fluido.
ALTERNATIVAS ECOLÓGICAS

– Pesquisas na área de redução ou eliminação de fluido


de corte vêm crescendo muito nos últimos anos.
Tendências no uso de Fluidos de Corte

Usinagem com quantidade mínima de fluidos de corte.


- Onde não é possível a eliminação minimização.
- Exige adaptação das características técnicas dos fluidos.
- Definição dos volumes empregados
- QRFC - quantidade reduzida de fluido de corte
• Vazão menor que 2 l/min - geometria definida
• Vazão menor que 1 l/min – retificação
- QMFC - quantidade mínima de fluido de corte
• Vazão menor que 50 ml/h

Substituição dos processos por processos alternativos


Tendências no uso de Fluidos de Corte

Alternativa ecológica - Usinagem a seco


Usinagem extensiva a seco já é empregada no torneamento
e fresamento de aços e ferros fundidos com ferramentas de
metal-duro revestido, CERMETS, ferramentas cerâmicas e
de CBN;

Ausência de fluido de corte exige introdução de medidas


adequadas que compensem a falta das funções primárias:
–Sistema de refrigeração da máquina-ferramenta;
–Sistema de retirada dos cavacos da região de trabalho;
–Adequação da geometria da ferramenta, entre outras.
Tendências no uso de Fluidos de Corte

- Alternativa ecológica
– Usinagem a seco.

Você também pode gostar