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Fundamentos Antropológicos Da Educação

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

GRADUAÇÃO EM LETRAS E SUAS LITERATURAS

FUNDAMENTOS ANTROPOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO

Aurora Alves Feitosa

Savita Sobral da Silva Alves Leal

1ª Webquest:

Os Fundamentos Antropológicos da Educação

Floresta

2021
Os Fundamentos Antropológicos da Educação

Por trás de toda Educação há uma concepção de mundo que varia conforme as
ideias dominantes de uma determinada época e que influenciará as que se sucederão.
Aqui, adotaremos a visão mais ampla do termo Educação. Sendo assim, as nossas
reflexões passarão pela educação formalizada pela escola, mas também pela educação
que a antecede, a saber, a educação realizada pela interação social, ou seja, pela cultura.
Isso significa dizer que, a cultura é fator primordial na reflexão sobre a educação formal
e que o diálogo entre a antropologia e a educação é de suma importância para a
formação e práxis docente.

Como aponta Gusmão (1997), a compartimentação do saber coloca a


antropologia e educação num campo de confrontação no qual, a primeira está na
condição de ciência teórica e a outra se encontra na condição da práxis. A autora
denuncia os profissionais de ambos os lados de se acusarem e se defenderem baseados
em pré-noções, práticas reducionistas e muito desconhecimento. Mostra que a educação
não tem sido um dos campos privilegiados pela antropologia brasileira e que é
inteiramente desconhecido pelo aluno de pedagogia o campo teórico da antropologia no
âmbito educacional. Mais do que tudo isso, o principal ponto da autora é defender a
ideia de que as abordagens teóricas da antropologia são imprescindíveis para a reflexão
acerca dos desafios da escola no que tange os universos raciais, étnicos, econômicos,
sociais, de gêneros e sobretudo das relações de alteridade. Como ressalta Gusmão
(1999), o diálogo revela como a cultura é lugar para a construção do saber que envolve
processos de socialização e aprendizagem.

O estudo dos fundamentos antropológicos da educação pode desvelar a


assimilação feita pelos projetos pedagógicos acerca do termo cultura e pensar as
implicações dele nas práticas escolares. Problematizando assim, práticas pedagógicas
que possam transformar a escola apenas em um agente homogeneizador, que reforça o
modelo de vida cultural e pedagógico autocentrado e de tipo etnocêntrico. Ou ainda,
pensar como o modelo pedagógico vigente pode os levar a uma pedagogia da violência,
devido ao não desenvolvimento de mecanismos que levem em consideração as
diversidades sociais e culturais.

Para a antropologia, nas palavras de Laplantine na obra Aprender Antropologia,


"aquilo que, de fato, caracteriza a unidade do homem, (...) é sua aptidão praticamente
infinita para inventar modos de vida e formas de organização social extremamente
diversos." É na descoberta da alteridade que o estudo antropológico contribui para o
alargamento da visão de nós mesmos a partir da captação da visão do outro. Ainda
segundo Laplantine (2003):

"A abordagem antropológica provoca, assim, uma verdadeira


revolução epistemológica, que começa por uma revolução do olhar.
Ela implica um descentramento radical, uma ruptura com a ideia de
que existe um “centro do mundo”, e, correlativamente, uma ampliação
do saber e uma mutação de si mesmo."
Por esta perspectiva, a importância da antropologia para a educação reside em
entender que a escola é espaço no qual convivem as diversidades e que é necessário
problematizar práticas pedagógicas centradas no etnocentrismo e que são
completamente homogeneizadoras e pautá-las no respeito à alteridade.

BIBLIOGRAFIA

GUSMÃO, Neusa Maria Mendes de. Antropologia e educação: origens de um


diálogo. Caderno CEDES. v.18, n.43, Campinas, dez. 1997

LAPLANTINE, François. Aprender antropologia. 8ed. São Paulo: Brasiliense,


1994.

SOUZA, Maurício Rodrigues de. Por uma educação antropológica: comparando


as idéias de Bronislaw Malinowski e Paulo Freire. Revista Brasileira de Educação. v.11,
n.33, set/dez, 2006.

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